terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Amor a media luz


Las parejas esconden sus problemas bajo las sábanas y en la oscuridad

15 de enero de 2013
 
No siempre la ropa de dormir provocativa es lo que seduce a los hombres. (Archivo)
Por Patricia Vargas Casiano / pvargas@elnuevodia.com
Apagar la luz a la hora de tener sexo o meterse debajo de las sábanas  no es suficiente para ocultar los   complejos     que impiden a una pareja disfrutar de una sexualidad saludable y plena.  
Esos complejos no solo se vinculan a la  parte física (asuntos de tamaño, excesos, cicatrices),  sino que  pueden convertirse en traumas que nos afecten a nivel emocional  haciendo más difícil la entrega sexual.       
La sexóloga Wanda Smith señala que los complejos varían según la cultura y como ejemplo expuso que “lo que aquí es gordura, en países de  Medio Oriente y África puede ser hermosura”. 
“En un viaje que hice a Marruecos, fuimos a ver las ‘belly dancers’ y todos los señores estaban emocionados esperando verlas. Cuando salieron todas eran de 150 libras hacia arriba e incluso los movimientos eran distintos. Mis  amigos  quedaron desilusionados y hasta se reían de ellas. Entonces uno de los marroquíes se acercó a la mesa y me señaló a mí, porque  era la más flaca y enseñaba el dedo meñique como diciendo que yo no servía”, explicó la doctora Smith.
La terapeuta considera que   son los glúteos, senos y  la barriga  lo que más puede trastornar a una mujer al desnudarse frente a su pareja. 
 “Pensar que sus pechos no tienen el tamaño ideal o una forma bonita -que buscan a través de los implantes de senos- puede hacer que una mujer no se sienta atractiva y quiera tapar su cuerpo con las sábanas con la excusa de que hace frío.  Pero es curioso, porque si  le preguntan a los hombres en qué se fijan,  la mayoría dice que en las manos y los pies de una mujer porque son sinónimo de elegancia, cuidado y porque  son  sexy”.
Smith indicó que no siempre la ropa de dormir provocativa  es lo que seduce a los hombres.  
“Las mujeres gastan tanto  en ropa  íntima bien bonita, y no esta mal, pero  no piensen que eso va a ser suficiente.  A veces  se frustran o se sienten ridículas   cuando se lo ponen y  terminan lastimadas y burladas por ellos, porque la sexualidad viene con tu personalidad”.
Según la consejera sexual,  el mayor complejo de los hombres está vinculado al tamaño del pene y a las piernas muy delgadas. 
“Hay una condición, la  micropenia, pero es bien raro que se dé. La mayoría de los varones piensan que lo más importante es el tamaño  y le añaden pulgadas cuando hablan del suyo,  pero la realidad es que el tamaño  no importa, pues eso es un  músculo que tiene la capacidad de adaptarse al genital que tiene delante  si se sabe usar adecuadamente”. 
 Para la doctora, ejecutar el acto sexual usando como guía lo que se ve en películas pornográficas  no ayuda a disfrutar libremente y podría incidir en más complejos.  
“A través de esas películas se nos ha enseñado  que  una relación sexual es como quien  va a hacer ejercicios, un deporte; pero  la sexualidad es una forma de expresar  sentimientos,  sensualidad y de disfrutar de la otra persona. No tienes que buscar tantas técnicas porque se va a  convertir en algo frívolo, práctico y   terminas  apagándote”.
El desempeño sexual
El sexólogo clínico José A. Torres opina que tanto al hombre como a  la mujer les preocupa su desempeño en el acto sexual, especialmente  no sentir ni  lograr excitarse lo suficiente como  para conseguir la respuesta orgásmica que busca. 
“A veces,  la mujer le crea complejos al hombre al señalarle que termina   muy rápido  y no sabemos si es ella la que tarda mucho. Eso es anorgasmia, que en fase primaria significa que nunca logra llegar;  y en fase secundaria cuando lo consigue algunas veces  a través de un   estímulo específico. Otro complejo, en el caso de la mujer, es  la celulitis... esto se debe a los  estereotipos de moda que han cambiado según la época; antes la mujer más llenita era más atractiva a los ojos del hombre y ahora   se usa ser más estilizada”. 
Torres aseguró que el hombre es más visual y que  demanda en su pareja lo que   ve en películas de índole erótico y  las mujeres igualmente buscan hombres musculosos y con un  miembro viril más grande. Sin embargo, en algunos casos, un hombre con un pene grande puede tener complejos de flacidez  porque, según Torres, necesita la misma capacidad sanguínea que tejido eréctil para funcionar correctamente.  
Otra fuente de complejos en los últimos tiempos tiene que ver con nuestra biología, con nuestros olores y secreciones en las personas.  
“La gente está más pendiente del olor, las secreciones, el intercambio de fluido y eso puede crear complejo o fobia por el  contagio de enfermedades”, indica el médico, añadiendo  que el disfrute del placer erótico  no necesariamente termina en el coito.
http://www.elnuevodia.com/amoramedialuz-1426853.html

Para que Hollande precisa de casamentos homossexuais?



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EPA

No último domingo em Paris realizou-se uma manifestação em massas para protestar contra a legalização de casamentos entre pessoas do mesmo sexo e adoção de crianças por casais homossexuais. O reconhecimento legal dos direitos dos homossexuais foi um dos pontos do programa eleitoral de François Hollande.

A tolerância por pessoas de orientação sexual não tradicional, que às vezes chega ao absurdo, tornou-se o cartão de visita da Europa. Mas os cidadãos da França, pelo visto, decidiram que seu governo está evidentemente exagerando. Como assinalou o politólogo Mikhail Neijmakov, a tentativa de legalização das relações homossexuais na França pode ser uma espécie de eco aos processos de construção da nova Europa:
"A Europa contemporânea em muito se formou como resposta aos horrores da segunda guerra mundial e o desejo de não voltar àquela época. Os políticos e ativistas sociais, construindo a nova Europa, não quiseram ter quaisquer associações com o período da Alemanha nazista. Como se sabe os homossexuais eram perseguidos na Alemanha nazista".
Hoje na Europa impera a legalidade e respeito aos direitos humanos e é pouco provável que se possa falar em proibição ou limitação das relações homossexuais, inclusive familiares – supõe o presidente do Instituto Russo de Sexologia, Lev Sheglov. Ao mesmo tempo o especialista está convicto de que a adoção de crianças por tais casais, pode criar no futuro muitos problemas para elas:
"A questão das crianças é muito mais complexa e profunda. Eu estou convicto de que no mundo moderno estas pessoas terão sobrecarga psíquica complementar. Se o mundo fosse tolerante, se em torno existissem apenas pessoas boas, tudo seria ótimo. Mas o mundo é imperfeito, e um adolescente que tenha dois pais ou duas mães terá, sem dúvida, problemas muito sérios para sua mente e sua sobrevivência no mundo dos contemporâneos.
Pode-se encarar este problema também de outro lado. Mas não é segredo para ninguém que na Europa hoje a defesa dos direitos das minorias é, com freqüência, instrumento do jogo político. É perfeitamente possível que as intenções do gabinete de Hollande não passem de manobra para desviar a atenção – supôs o jornalista francês Dmitri de Koshko.
"Pode-se com questões sociais encobrir questões econômicas, inclusive as relações com a União Européia e as reformas de leis sociais na França. Acentuando a atenção em temas sociais e morais, pode-se agir mais livremente nas esferas política e econômica".

Não há dúvida de que a onda de protesto, provocada pelas intenções de Hollande, pode custar ao presidente francês alguns pontos políticos. Mas é pouco provável que ele deva temer consequências sérias.

http://portuguese.ruvr.ru/2013_01_15/Para-que-Hollande-precisa-de-casamentos-homossexuais/ 

Feira lança 1º vibrador para casais que promete prazer simultâneo aos dois


Publicado em 14 de Janeiro de 2013, ás 15h39min

TNOnlineDa Redação

Nada impede que parceiros homossexuais de qualquer sexo façam uso da invenção

Apresentado na CES 2013, em Las Vegas, o We-Vibe garante ser o primeiro vibrador para casais no mercado e que satisfaz tanto homens quanto mulheres no momento do sexo.

Tristan Weedmark, coordenadora de sexologia da empresa canadense Standard Innovation, explica que o aparelho estimula simultaneamente o ponto G da mulher, o clitóris e o pênis. “É o único vibrador que pode ser usado durante as relações sexuais”, afirmou Weedmark à AFP.

Rebatendo críticas de que o vibrador tiraria a atenção do casal no corpo um do outro, Weedmark disse que acontece exatamente o contrário. “Ele amplia as sensações durante o sexo, em vez de te distrair”, explicou.

Apesar de ter sido pensado inicialmente para casais heterossexuais, a coordenadora de sexologia salientou que nada impede que parceiros homossexuais de qualquer sexo façam uso da invenção.

Com informações do G1
http://tnonline.com.br/noticias/geral/58,162024,14,01,feira-lanca-1o-vibrador-para-casais-que-promete-prazer-simultaneo-aos-dois.shtml

Chimpanzé fica viciada em canal pornô após ganhar televisão

15 de Janeiro de 2013  15h28
Chimpanzé Gina passou a assistir pornografia com frequência desde que ganhou uma TV Foto: The Sun / Reprodução
Chimpanzé Gina passou a assistir pornografia com frequência desde que ganhou uma TV
Foto: The Sun / ReproduçãoUm chimpanzé fêmea se tornou viciada em canal pornô após ganhar uma TV com controle remoto. Os tratadores de Gina, que vive no zoológico de Sevilha, na Espanha, deixaram que ela escolhesse o que queria assistir para "animar as noites". Gina logo descobriu um canal adulto, e desde então não muda mais a programação. "Durante alguns experimentos, os funcionários decidiram instalar uma televisão, protegida por vidro, e deixaram o controle remoto para que ela pudesse mudar os canais", disse o primatologista Pablo Herreros.
Nos testes iniciais, seus tratadores visitaram Gina para verificar se tudo estava em ordem e se ela não havia quebrado o novo brinquedo. "A surpresa foi quando eles descobriram que dentro de poucos dias, Gina não só sabia usar o controle remoto perfeitamente bem como também o usava para escolher o canal pornô para seu entretenimento, como muitos de nós também teríamos feito", disse Herreros.
O abrigo de Gina consistia em uma área externa em que ela podia brincar e um território interior onde ela buscava se proteger do frio do inverno e do intenso calor no verão. "Devido à intensa vida que esses animais têm, você tem que enriquecer o seu ambiente para estimulá-los física e psicologicamente", afirmou ele. "As atividades consistem geralmente em montes artificiais, brinquedos e outras invenções que os obrigam a aguçar a inteligência. Ele é o equivalente a terapia ocupacional para os seres humanos", concluiu o primatologista.
Ele disse que o acesso a imagens pornográficas na televisão é um fenômeno bastante recente na história sexual humana e se mostrou surpreso ao ver o chimpanzé se interessando por esse tipo de imagem.
http://noticias.terra.com.br/ciencia/animais/chimpanze-fica-viciada-em-canal-porno-apos-ganhar-televisao,d5580068f1e3c310VgnVCM4000009bcceb0aRCRD.html

Desmistificando a menopausa



Publicado em Saúde
15 de janeiro de 2013
A menopausa é um momento marcante na vida das mulheres, caracterizado pelo fim da ovulação e da menstruação, e por completar a transição do período reprodutivo para o não reprodutivo. Além da diminuição fisiológica da função ovariana, acontecem mudanças em todo o organismo, principalmente em função das alterações hormonais que ocorrem nesta fase.
Embora ocorra com todas as mulheres, principalmente a partir dos 50 anos, a menopausa é fonte de angústias e complicações. Este estágio é comumente associado à perda de libido, ao prejuízo da memória, à sensação de calor repentina, entre outros problemas. A reposição hormonal, por exemplo, é uma solução considerada por muitas pessoas como milagrosa para todas as mulheres. Mas o que é verdade e o que é crendice?
A professora Márcia Mendonça Carneiro, do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da UFMG, esclarece questões frequentemente associadas ao período da menopausa, e aponta quais afirmações são verdadeiras e quais não têm fundamento científico.
As “ondas de calor” duram de alguns segundos a poucos minutos.
Na menopausa, a mulher sente calores.
Verdade
. Os chamados “fogachos” são des­cri­tos como “ondas de calor” ou como uma “sen­sa­ção de calor” que duram de alguns segundos a poucos minutos. Os fogachos aparecem geral­men­te após a meno­pau­sa, agra­van­do-se com o declí­nio cres­cen­te da fun­ção ova­ria­na, mas podem apa­re­cer também na pré-meno­pau­sa. Têm iní­cio repen­ti­no, apa­re­cen­do na cabe­ça, pes­co­ço ou tórax. A dis­se­mi­na­ção sub­se­quen­te da sen­sa­ção de calor pode se dar em qual­quer dire­ção, sendo que algu­mas pacien­tes podem descrevê-la por todo o corpo. Ocorrem mais fre­quen­te­men­te à noite, poden­do des­per­tar a pacien­te e asso­ciar-se a qua­dros de insô­nia. Podem ser desen­ca­dea­dos por um aumen­to de tem­pe­ra­tu­ra ambien­te, pela inges­tão de comi­da ou bebi­da e por ansie­da­de ou estres­se. Ocorrem de 70% a 80% das pacien­tes cli­ma­té­ri­cãs.
Ocorre diminuição da libido.
Verdade
. A redução dos hormônios que ocorre naturalmente após a menopausa interfere na libido, porém outros fatores também podem estar envolvidos, como depressão, redução da lubrificação e elasticidade vaginal, problemas no relacionamento e o próprio estresse do dia a dia. Dessa forma, é tão fundamental examinar os aspectos biológicos e hormonais femininos quanto os de sua relação familiar e conjugal.
A mulher consegue engravidar na menopausa.
Mito
. A menopausa representa o evento final do ciclo reprodutivo, sinalizando a falência do funcionamento ovariano. Assim, não havendo óvulos, não é possível engravidar na pós-menopausa. No período de transição, entretanto, alguns ciclos podem ser ovulatórios e então há a chance da mulher engravidar inadvertidamente.
As terapias hormonais são indicadas para todas as mulheres.
Mito. 
Durante muitos anos acreditou-se que a utilização da terapia hormonal (TH) seria capaz de prevenir muitos sintomas da menopausa, incluindo a doença coronariana, fraturas osteoporóticas e o declínio observado na função cognitiva (memória) e sexual. Estudos randomizados e controlados recentes, contudo, demonstraram que o uso da TH combinada não está isento de riscos e que seus benefícios se restringem a algumas situações específicas. O uso do TH deverá ser restrito a menor duração consistente com os objetivos, benefícios e riscos envolvidos, considerando os sintomas e a interferência na qualidade de vida. Dessa forma, a avaliação deve ser individualizada.
A alteração hormonal favorece o processo de engordar.
Verdade
. As necessidades calóricas diminuem com o envelhecimento assim como o gasto energético diário com atividade física. Sabe-se que as mulhe­res têm ten­dên­cia a aumen­tar de peso após os 50 anos. Isso pode acon­te­cer devi­do a um aumen­to de con­su­mo de calo­rias, a uma dimi­nui­ção da ati­vi­da­de físi­ca ou a uma redu­ção das neces­si­da­des ener­gé­ti­cas de cerca de 2% a cada déca­da, duran­te todo o resto da vida. Após a meno­pau­sa observa-se alterações relacionadas ao metabolismo energético, composição corporal e distribuição do tecido gorduroso que podem aumentar o risco de doenças cardiovasculares e distúrbios metabólicos Dessa forma, há um balanço positivo a favor do ganho de peso neste período.
A memória é afetada.
Mito
. Os estudos disponíveis até o momento não mostraram diferenças na prevalência de distúrbios da memória ou concentração em mulheres na pós-menopausa. Queixas de perda de memória devem ser devidamente avaliadas e não simplesmente atribuídas a redução dos níveis hormonais.
É possível retardar a menopausa.
Mito
. O estoque de óvulos nos ovários é estabelecido durante a vida fetal. Uma vez que a mulher começou a menstruar, este estoque é consumido mensalmente até se esgotar por completo, não sendo possível a renovação.

http://www.medicina.ufmg.br/noticias/?p=31942

Livro narra a história do tratamento da Aids no Brasil


O programa brasileiro de combate à Aids, que prevê o fornecimento universal e gratuito de antirretrovirais na rede pública, é considerado um dos mais bem-sucedidos do mundo. Mas para se adequar ao contexto atual, seria preciso dobrar o número de pacientes atendidos – possível apenas com a ampliação da oferta de testes de HIV, maior investimento em genéricos e adoção de uma postura agressiva na negociação de preços dos remédios importados.
A análise é de Mário Scheffer, professor do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), no livro Coquetel: a incrível história dos antirretrovirais e do tratamento da Aids no Brasil, lançado em dezembro pelas editoras Hucitec e Sobravime.
A obra reúne pesquisas realizadas por Scheffer durante seu doutorado e pós-doutorado, este último com apoio da FAPESP e orientação do professor da FMUSP Euclides Ayres de Castilho. Agrega ainda a experiência do autor como ativista na luta contra a Aids desde 1988.
Na primeira parte do livro, Scheffer narra a evolução dos antirretrovirais desde o surgimento do AZT (zidovudina), em 1986, até os dias de hoje. Relata também a trajetória de incorporação da terapia no Sistema Único de Saúde (SUS).
“Antes do AZT, a Aids era uma sentença de morte. Em 1991, surgem outras drogas da mesma classe e tem início a terapia dupla, ainda com benefícios efêmeros. Foi a partir de 1995, quando surgiu uma nova classe de medicamentos conhecida como inibidores de protease, que houve a grande revolução no tratamento”, afirmou.
Nessa época, contou Scheffer, descobriu-se que, ao combinar drogas com atuação em diferentes fases do ciclo de replicação do HIV, era possível controlar o vírus. Surge o conceito de coquetel e a Aids se torna potencialmente uma doença crônica.
“A tecnologia dos antirretrovirais evoluiu muito rápido e foram surgindo drogas com menos efeitos colaterais, mais fáceis de serem tomadas. O Brasil acompanhou essa evolução, com certo atraso em alguns casos”, disse.
Das 30 marcas de antirretrovirais atualmente disponíveis no mundo, 21 são fornecidas pelo SUS e beneficiam cerca de 250 mil pacientes. Para Scheffer, isso só foi possível graças a uma conjunção de fatores favoráveis ocorrida no final da década de 1980 e início dos anos 1990.
“A epidemia se instala no Brasil na época em que o SUS tinha acabado de ser criado e que estavam acontecendo movimentos importantes sob a bandeira da saúde como direito de todos”, contou.
Além disso, a doença afetou no início uma população já estigmatizada e, por isso, organizada para lutar por seus direitos. “Graças à intensa mobilização das ONGs e ao ambiente político favorável, em 1996 foi tomada a decisão certa de se criar uma lei federal para reforçar a obrigação do SUS de fornecer o tratamento”, relembrou Scheffer.
Novo papel
A partir de 2008, começam a surgir evidências de que os antirretrovirais seriam importantes não apenas para o tratamento como também para a prevenção da Aids. “Estudos mostraram que quanto antes você diagnostica e trata a doença, não apenas o benefício individual é maior como também o coletivo, pois o risco de transmissão do vírus é reduzido”, disse Scheffer.
Em 2012, o novo consenso terapêutico brasileiro antecipou o início do tratamento para os soropositivos. Até então, os antirretrovirais só eram indicados quando a contagem de células de defesa (CD4) fosse inferior a 350 por milímetros cúbicos (mm³) de sangue. O novo valor de corte passou a ser 500/mm³, o que representa a entrada de um grande número de pessoas no programa.
Além disso, o Brasil passou a oferecer o chamado coquetel do dia seguinte, que deve ser tomado após a exposição acidental ao vírus no caso de estupro ou acidente de trabalho. Em alguns países, como a França, tem sido recomendado também depois de relação sexual sem preservativos com parceiro infectado.
“O número de pessoas que entra no programa por ano aumenta relativamente pouco – cerca de 30 mil. Mas agora será preciso ampliar o acesso. O Brasil tem necessidade e condições de dobrar o número de atendidos. Para isso, precisa aumentar a oferta do teste rápido de HIV e rever o programa de Aids, ou ele não será sustentável em um sistema subfinanciado como o SUS”, afirmou.
Segundo o pesquisador, o Brasil fabrica 10 dos 21 medicamentos fornecidos na rede pública, mas os preços dos genéricos não são competitivos quando comparados aos remédios de marca.
Além de investir na capacidade nacional de produção, de acordo com Scheffer, é preciso melhorar a negociação de preços dos medicamentos importados e discutir a possibilidade de serem quebradas novas patentes. “O Brasil hoje paga mais caro do que outros países. O Ministério da Saúde é o único comprador e, portanto, tem a faca e o queijo na mão para regular o preço.”
Outros fatores a serem considerados, segundo o autor, é a incapacidade dos serviços de saúde superlotados para assumir a nova parcela de pacientes incluídos no programa, o elevado índice de diagnóstico tardio e a alta mortalidade que persiste no Brasil – cerca de 12 mil soropositivos por ano.
“Todas essas questões precisam ser revistas. Não só para manter as conquistas, mas para avançar”, disse Scheffer.
Agência Fapesp
http://www.jb.com.br/ciencia-e-tecnologia/noticias/2013/01/14/livro-narra-a-historia-do-tratamento-da-aids-no-brasil/

Circuncisão fecha porta de entrada para doenças


Circuncisão fecha porta de entrada para doençasProcedimento evita enfermidades provocadas por vírus, fungos e bactérias. Procedimento, também indicado em casos de fimose, pode ser feito na infância


Bruna Senséve - Correio Braziliense
Publicação: 15/01/2013 06:00 Atualização: 15/01/2013 08:18

A cirurgia da circuncisão é rápida e simples. Clique na imagem e veja como funciona. (Anderson Araújo/CB/DA Press)
A cirurgia da circuncisão é rápida e simples. Clique na imagem e veja como funciona.
Turcos, líbios, sírios, árabes e muitos povos da África Subsaariana têm como prática a remoção do prepúcio, pele que recobre a glande do pênis. Passando por razões mitológicas, religiosas e culturais, a circuncisão atravessou o Atlântico e alcançou status de tratamento preventivo contra infecções. Mas ainda não é unanimidade na comunidade médica. Especialistas acreditam que a escolha pela remoção ainda deve se basear na vontade dos pais ou do próprio paciente, com exceção dos casos em que há indicação clínica, como a fimose.

A tese de que a circuncisão deve ser feita por fatores higiênicos, no entanto, não partiu da ciência. Data dos primeiros 50 anos depois de Cristo, quando o filósofo judeu de origem grega Filon de Alexandria publicou o livro De circumcisione. Segundo ele, a remoção seria capaz de evitar fimose, sífilis, herpes e balanopostites. As suposições foram confirmadas em estudos científicos quase 2 mil anos depois. Hoje, a circuncisão é o único tratamento em casos de fimose e parafimose. As indicações são feitas também para crianças e bebês com alto índice de infecção urinária, mas os principais achados tratam do HIV e do HPV.

As primeiras observações surgiram na década de 1980, quando cientistas perceberam que em locais onde os homens eram circuncidados por motivos religiosos a prevalência de infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) era menor. Em 2002, uma equipe de pesquisadores da Universidade de Versalhes liderada pelo francês Bertram Auvert fez o primeiro trabalho de comparação considerando a infecção pelo HIV. Os resultados indicaram cerca de 60% de proteção entre os homens circuncidados em comparação aos não operados. Resultados similares foram encontrados para infecções por papilomavírus humano (HPV), sífilis e herpes genital.

Apesar dos benefícios, a prática é pouco comum no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, pouco mais de 41 mil homens realizaram o procedimento em todo o ano de 2011. “Muitos pais procuram o consultório para saber se precisam operar (os filhos). Nos Estados Unidos, o procedimento é feito quando o bebê nasce. Aqui, a prioridade é a decisão dos pais por fins estéticos ou indicação médica, como infecções urinárias recorrentes e alguma dificuldade”, explica José Murillo Bastos Netto, urologista pediátrico da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e membro da Sociedade Brasileira de Urologia.

Preocupados com o declínio da taxa de circuncisão em bebês, os norte-americanos projetaram o impacto desse comportamento na saúde pública. Em 1980, o procedimento era feito em 79% dos recém-nascidos. Em 2010, a taxa caiu para 54,7%. Se chegar a 10%, de acordo com a Universidade Johns Hopkins, os casos de infecção infantil do trato urinário masculino aumentariam em 211,8%; os de infecções por HIV em 12,2%; por HPV em 29,1%; e por herpes genital em 19,8%.

Pele mais resistente Ainda não existe uma explicação científica referendada sobre os mecanismos que levam a essa proteção. Alguns especialistas acreditam que o prepúcio cria um tipo de reservatório para vírus, bactérias e fungos que garante um contato prolongado desses micro-organismos com a mucosa peniana e, consequentemente, um acesso facilitado à corrente sanguínea. Segundo Décio Streit, urologista pediátrico do Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, a pele do pênis, depois de circuncidada, tende também a ficar mais grossa e mais resistente a traumatismos e doenças que, em geral, podem ser transmitidas quando há um pequeno sangramento ou machucado no local. “O procedimento previne também o câncer de pênis, principalmente por causa da higiene. Outra questão é a balanopostite, que é a infecção do prepúcio, em geral por fungos. É extremamente comum e pode ser bem desagradável. O pênis fica muito sensível, pode ficar inchado e sair alguma secreção”, explica Streit.

O medo de prejudicar a sensibilidade do pênis durante as relações, problema relacionado ao procedimento médico, é um mito. “Houve um período no qual se acreditou que haveria uma diminuição da sensibilidade e que por isso, a cirurgia poderia curar a ejaculação precoce. Mas foi comprovado que não. Os pacientes operados continuaram com o problema.” Ainda com as evidências científicas, os especialistas ressaltam que a escolha é exclusivamente dos pais e, no futuro, dos próprios pacientes. “A medicina é uma balança, é risco e benefício. Tudo precisa ser pesado. Brinco com os meus pacientes que se a gente tivesse que tirar a pele, é porque todo mundo teria vindo com problema de fábrica e precisaria de um recall. De toda forma, ela protege a glande e ajuda o pênis a se desenvolver”, considera Bastos Netto.