02/07/2012 | 11h11min
Dez entre cada dez homens querem um pênis maior. “É um departamento no qual parece que ninguém está satisfeito com o que tem”, afirma o cirurgião vascular Carlos Araújo Pinto. Então, o que fazer? Encarar uma intervenção para aumentar o rapaz? Seria como apostar as economias de uma vida toda no cassino.Nenhum tratamento para aumento do pênis com fins estéticos é reconhecido pela Sociedade Brasileira de Urologia ou pelo Conselho Federal de Medicina. Mesmo assim, foi investigado método por método e explica as (óbvias) vantagens e as (não tão óbvias) desvantagens de cada um.
Bomba
Como funciona Patenteada como tratamento para impotência em 1917, a bomba peniana é um sistema constituído por um cilindro, uma mangueira e uma bomba de sucção. O cilindro é instalado ao redor do pênis. Ao retirar o ar, o vácuo força o retorno do sangue e provoca a ereção. Quanto maior a pressão, maior é a ereção. A bomba também deixa o pênis com uma coloração azulada devido à presença de sangue venoso, que é mais escuro. Há quem use a bomba antes de transar para uma melhora circunstancial na aparência.
O que pode dar errado Após um tempo, o excesso de sangue nos capilares provoca o acúmulo de líquido linfático nos tecidos. O pênis incha literalmente. Os adeptos do uso da bomba batizaram esse efeito colateral de “efeito Cinderela”. O acúmulo de líquidos, principalmente abaixo da pele, ganha o nome de colar de espuma. O excesso de pressão exercida e o tempo de uso podem causar estouro de vasos sanguíneos, com danos vasculares e risco de sofrer uma disfunção erétil, até casos mais extremos de gangrena nos tecidos. “A verdade é que essas bombas são o maior perigo”, adverte o médico Roberto Tullii, especialista em disfunção erétil.
Bioplastia Peniana e de Glande
Como funciona A cirurgia para deixar o pênis mais grosso consiste na injeção de uma substância entre a pele e o músculo que reveste os corpos cavernosos. A substância, que é moldada para ficar uniforme, pode ser gordura (retirada por lipoaspiração) ou materiais sintéticos usados em preenchimentos estéticos, como um produto novo chamado Acqualift, que, por não ser manuseado, apresenta menor risco de infecções. O Acqualift é reconhecido pelo organismo, o que reduz a probabilidade de rejeição. Os defensores da técnica afirmam que com ela é possível aumentar o pênis em até 5 centímetros. Já a cirurgia que deixa o membro mais cabeçudo é feita por meio da aplicação de ácido hialurônico na glande. O ácido hialurônico também é usado em preenchimentos estéticos. Como a glande é um tecido esponjoso, os ganhos prometidos são modestos, na ordem de 10%.
O que pode dar errado A gordura pode ser reabsorvida irregularmente, formando nódulos. Substâncias sintéticas podem ser rejeitadas pelo organismo. “Os riscos de ocorrer complicações são grandes”, diz o urologista Paulo Egydio. O paciente pode ser submetido a remoção de necroses e enxertos de pele. O ácido nåo é rejeitado pelo organismo, mas é preciso reaplicá-lo todo ano.
Extensores
Como funciona Encaixam-se eixos de metal ou tiras elásticas entre a base e a glande. Em tese, a pressão exercida faz o órgão crescer. O produto é originalmente indicado para correção da doença de Peyronie, vulgo “mal do pinto torto”. Estudo publicado pelo British Journal of Urology International em 2009, realizado com voluntários que usaram extensores por seis meses, concluiu que eles conseguiram aumentar seu pênis em estado flácido em até 32%. Também foi constatada uma melhora de até 36% na qualidade da ereção.
O que pode dar errado Os extensores fazem o pênis doer e devem ser usados durante 4 a 12 horas, por no mínimo seis meses, todos os dias. Também podem fisgar, soltar-se e, no caso dos extensores com hastes de metal, ainda fazem apitar as portas com detector de metal – o que seria bastante constrangedor. O uso inadequado pode levar a traumas e fibroses, com implicações como problemas com a curvatura, afinamento e até mesmo redução do tamanho do pênis.
Pesos
Como funciona A mais antiga técnica conhecida para aumento do pênis consiste em fazer um wrapping, ou enrolamento, com estreitas faixas de tecido. O pênis é esticado e enrolado com as faixas, da base para a glande, mas com cuidado para não interromper a circulação de sangue. Depois, amarra-se uma faixa elástica (ou um suporte de madeira ou de borracha) sobre o wrapping e penduram-se nela pesos de 1 a 5 quilos, em intervalos curtos, por 5 a 10 minutos (20 no máximo). A técnica é a mesma usada há séculos pelos Karamojongs, em Uganda, ou pelos Sadhus, na Índia.
O que pode dar errado O risco de lesão é alto. Um wrapping mal executado pode provocar estrangulamento do pênis, com risco de gangrena. O suporte pode escorregar pela glande, provocando ferimentos sérios. Se o sujeito se empolgar e colocar muito peso, o pênis corre o risco de lesão, com fratura dos corpos cavernosos.
Exercícios
Como funciona Os exercícios seguem uma sequência de aquecimento com compressas de água quente, alongamento e ordenha. As compressas são colocadas no pênis por 10 minutos. Depois se alonga o membro por mais 10. A ordenha deve ser feita no sentido base–glande, com o uso do polegar e do indicador, com o pênis semiereto. Segundo os defensores da técnica, isso força a vascularização e expande os corpos cavernosos. Por fim, as compressas são novamente postas sobre o pênis. Uma sequência completa envolve 10 minutos de aquecimento, 10 de alongamento, 30 de ordenha e outros 10 de aquecimento final.
O que pode dar errado Há relatos de adeptos da prática que sofreram rompimento de vasos sanguíneos, às vezes com sangramento pela uretra, além de dor crônica ou perda de sensibilidade, quadros que podem evoluir para disfunção erétil.