Oswaldo M. Rodrigues Jr.
Psicoterapeuta sexual e de casais
Instituto Paulista de Sexualidade
A
incapacidade de manter uma relação sexual é o grande problema masculino, ainda
neste final da segunda década do século XXI.
Não
conseguir obter ou manter uma ereção peniana rígida suficiente para conseguir a
penetração vaginal continua trazendo homens ao consultório de sexologia, tal
qual ocorria nas décadas anteriores e no século XX.
Interessante
é compreender que até a década de 1970, nos textos científicos da psicologia, e
da década de 1990 nos textos médicos, a frase ‘impotência sexual masculina’ era
como se usava para designar esta dificuldade sexual dos homens.
O
nome “impotência” era e continua sendo o grande medo masculino e esconde muitas
coisas nesse medo, pois impotente significa não ser homem, e esta é uma
destruição da condição de ser, sendo desclassificado, enfraquecido e percebendo-se
sem o poder que deveria ter para ser homem.
A
dificuldade com a ereção atinge o homem da forma mais intensa, como uma doença
debilitante, fazendo-o perder a identidade que aprendeu a viver e defender.
Deixando
de sentir-se homem, masculino, sente-se incapaz de relacionar-se com outra
pessoa, seja com finalidades sexuais ou trabalho, compreendendo-se com
qualidades de quem terá que perder, pois já é um perdedor.
Mas
precisamos compreender um pouco mais esta dificuldade sexual.
Primeiro
devemos observar do ponto de vista científico, a partir de uma compreensão de
ser humano e de como funcionamos para viver sendo humano.
Se
este homem compreender que para ser homem ele precisa penetrar e ejacular dentro
de uma mulher, ele precisará de rigidez peniana. Porém, e esta rigidez depende
do que compreende seja a rigidez. E este homem em particular tem suas compreensões
individuais para estabelecer a rigidez necessária para cumprir sua tarefa.
Assim baseia-se nas experiências pessoais de vida, lembranças e das regras que
sabe que determinam sua masculinidade, sua macheza. Se, em verdade tiver uma
ereção peniana rígida o suficiente para penetrar, mas acreditar que precisa de
muito mais, ele não será capaz de efetuar a relação sexual, chamando-se de impotente.
Assim,
precisamos, nos consultórios de sexologia, considerar este homem desde sua
perspectiva pessoal, individual, subjetiva. Não adianta dizer a ele que “não
tem nada”, que “é psicológico”, que “precisa tirar férias”, que “é estresse”,
que “é muito trabalho”...
Tem
outro aspecto muito importante em jogo.
Todos
aprendemos desde muito criança a dar nomes a nossas incapacidades físicas, considerando-as
“doenças”. No sexo é igual. Então, se o pênis não funciona como queríamos que
funcionasse, “ele” deve estar doente. Esta outra compreensão do mundo também
terá consequências, e muitas vezes desastrosas.
Hipotetizar
que a dificuldade na relação sexual é devida a uma doença física tem um
objetivo: ser curado pelos mesmos métodos que curam outras doenças, como uma gripe
ou uma infecção na pele. Esta compreensão coloca a responsabilidade de
solucionar este problema em outra pessoa que lhe dará um remédio, algo que
coma, tome, engula, injete. Assim não precisará fazer nada, pois funcionará “naturalmente”.
Assim
temos uma condição determinista complicada.
Este
homem não percebe que estamos referindo que sexo depende de relacionamento
interpessoal, depende de muito mais que apenas obrigar o pênis a funcionar.
Este
homem sente, tem sentimentos, emoções, sofre com esta dificuldades e quer se
livrar delas o mais rápido possível. Mas terá que responsabilizar-se na maneira
de cuidar de seu corpo, e só aceitando que precisa mudar suas formas de
compreender o mundo onde vive, e mudar suas compreensões de como é e como pode
funcionar é que solucionará esta dificuldade sexual.
E
como é que se pode deixar de sofrer?
Precisa
tomar algum ansiolítico?
Afinal,
sempre ouvimos que o lado psicológico precisa ser tratado e que com ansiedade temos
dificuldades sexuais.
É
verdade que sob ansiedade homens e mulheres não permitem seus corpos funcionarem
sexualmente. Mas tomar um remédio para acabar com a ansiedade não os fará potentes...
alguns homens continuarão incapazes de obter ou manter uma ereção, e nem se
sentirão ansiosos...
Mudar
a atitude, mudar a forma do corpo reagir emocionalmente às situações pré e pró
sexuais será o caminho e fazer isso pode precisar de orientação externa especializada
de um profissional que possa compreender o que lhe passa em termos de comportamento,
de como o corpo age e reage. E este será um psicólogo que possa dedicar atenção
à sexualidade e aos comportamentos sexuais.
Ainda
são muitos homens que sofrem calados com estas dificuldades.
Estatísticas
mostram que até adolescentes de 10-15 anos consideram que tem estas dificuldades
e poucos terão ambiente familiar que os permita conversar com os pais e
procurar um profissional de saúde comportamental.
Mas
a faixa etária que mais apresenta homens com estas dificuldades é aquela de
mais de 40 anos. E só estamos nos referindo aos homens que admitem e
compreendem que sofrem com a falta ou incapacidade de ter um pênis rígido
suficiente para o coito, para a relação sexual.
Ainda
podem se passar vários anos para que este sofrimento seja considerado para que
um tratamento seja buscado.
Muitos
homens compreendem que isto não é coisa para se falar, para se reclamar, e
nunca puderam perceber onde procurar ou que profissionais procurar para
solucionar esta dificuldade sexual. E como compreendem a dificuldade de
funcionamento como algo do corpo e por isso parecido com uma doença, acreditam
que precisam procurar um médico que lhes receitará um remédio. Por isso levarão
mais outros anos sem solucionar sua dificuldade sexual afinal, comportamento não
se modifica com remédios.
Tem
esta dificuldade?
Isto
é um problema em sua vida?
Tem
interesse em solucionar o problema?
Vamos
conversar?
Mudar
comportamentos é algo possível e não precisa manter sofrimentos e afetar
relacionamentos conjugais.
A
psicologia tem como ajudar a mudar comportamentos sexuais!
Ajude-se!
Lute
por um futuro positivo e feliz!