- Mídia e sexualidade - A visibilidade de gays e lésbicas nas novelas
Por Hanna Korich*
Publicado em 1/2/2011 às 12:07
Posso afirmar com convicção que a teledramaturgia brasileira lentamente está abrindo espaço para os homossexuais. Explico: recentemente li no jornal que na novela “Insensato Coração”, o autor, Gilberto Braga, homossexual assumido, criou um núcleo de personagens gays. Meu comentário: finalmente, que ótimo!
Pois é, será que tem chance de acontecer o tão esperado beijo gay ou lésbico? Tomara!
É importante apresentar personagens gays e lésbicas nas novelas. O velho argumento que os mesmos escandalizam o público é tremendamente hipócrita e, sob esse pretexto, as emissoras limitam a liberdade de criação dos autores. Isso não pode acontecer! Precisamos evoluir e com essa notícia, sem criar grandes expectativas, quem sabe, vamos abrir nosso espaço neste veículo de comunicação tão poderoso. Será que as minhas leitoras concordam?
De algum modo, a mídia é o espelho da cultura e o interesse pela sexualidade sempre existiu. Afinal, não podemos descartar a hipótese de que a televisão no Brasil colabora para a educação sexual não só das crianças, mas dos jovens e adultos. Afirmo isso, considerando o comentário do Aguinaldo Silva, outro autor global, que declarou: “Há telespectador da Globo que nem sabe que homossexualismo (sic) existe”. Acredite se quiser.
Uma observação importante: homossexualismo ou homossexualidade? O primeiro termo até 1985 foi utilizado pela Classificação Internacional de Doenças (CID) e considerado como distúrbio. Assim, a nomenclatura homossexualidade foi adotada como menos discriminatória.
Temos que reconhecer que a homossexualidade sempre garantiu audiência e gerou polêmica, sabe deus por que, na televisão brasileira, principalmente nas novelas. Quem é da minha geração lembra da inesquecível “Vale Tudo” do mesmo Gilberto Braga, e do casal de lésbicas Cecília e Laís, em 1989. Mais recente, Silvio de Abreu, criou o casal gay Sandrinho e Jefferson, em “A Próxima Vítima”, de 1995, abordando também o preconceito racial além da homossexualidade. Apesar da polêmica, assisti às duas novelas e lembro muito bem que os personagens foram mostrados naturalmente, sem preconceitos, afastados de estereótipos e com muita dignidade. Não seria de outra forma, certo?
É importante notar que, apesar das mudanças recentes, a mídia convencional, quando trata do assunto homossexualidade, encara o mesmo de forma sensacionalista isolando o fenômeno como se o mundo gay e lésbico fosse algo a quilômetros de distância da vida familiar do brasileiro.
São várias as razões e a principal na minha modesta opinião é o preconceito. Permanece, ainda e infelizmente, o senso comum de que o gay e a lésbica são anormais e imorais.
Enquanto um beijo entre lésbicas na TV for proibido para menores, estaremos correndo o risco de manter justificativas como a citada anteriormente, para rotular orientações sexuais diversas em algo repugnante e imoral. É inaceitável! E se transforma em combustível para que os conservadores consigam pressionar mais uma vez e impedir direitos civis básicos aos homossexuais.
Acredito sinceramente que as mulheres são criativas e com o talento das nossas autoras, equilibrando momentos de drama, comédia e erotismo poderemos, quem sabe mais cedo do que se imagina, assistir a uma novela em horário nobre com várias personagens lésbicas, bissexuais, simpatizantes e hetéros, contribuindo assim para a tolerância e a diversidade.
Acredito que a passagem do tempo é uma conquista e não uma perda, agora, devo confessar que adoraria ter visto a versão lésbica das Irmãs Cajazeiras no “Bem –Amado”, também na mesma versão, Claudia Jimenez, como Bina, em “Torre de Babel”, quando esbravejava “Não to podendo”. Já imaginaram Solange Couto como Dona Jura lésbica em “O Clone” repetindo o bordão “Né brinquedo, não!”? Cá pra nós, faltou ousadia nas tramas que ficam no repeteco das velhas fórmulas que acabam dando certo, com os dramas familiares, campanhas sociais etc.
Como eu sou boazinha, além de otimista e quero colaborar com as nossas emissoras, indico uma parte da equipe e elenco que gostaria de ver na telinha realizando a futura novela:
Maria Adelaide Amaral, autora.Denise Saraceni, diretora.Camila Morgado, Marisa Orth, Vera Zimmermann, Cristiane Torloni, Lúcia Veríssimo, Bia Seidl, Camila Pitanga, Natália do Vale , Helena Ranaldi, Claudia Jimenez, Marília Pêra e Aracy Balabanian que não podia faltar no elenco, afinal, quem dirige é Denise Saraceni.
Vocês já imaginaram essas mulheres lindas, talentosas e sensuais incorporando personagens com as mais diversas orientações sexuais em tramas inteligentes, com coragem e determinação, embaladas pela trilha sonora das não menos talentosas: Zélia Duncan, Cássia Eller, Marina Lima, Maria Bethania, Leila Pinheiro, Maria Gadu, dentre outras?
Seria ótimo termos a chance de nos identificar com essas personagens em histórias que contribuam para a nossa visibilidade dignamente.
Viva mais uma vez e sempre a diversidade!
Obs: Se as redes toparem, um recado para a minha autora favorita: Maria Adelaide, tenho várias ideias ótimas!
* Hanna Korich é uma das sócias fundadoras da Editora Malagueta, agora Brejeira Malagueta – a primeira e única editora dedicada à literatura lésbica da América Latina, desde 2008.
http://dykerama.uol.com.br/src/?mI=1&cID=37&iID=3397&nome=M%C3%ADdia_e_sexualidade
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
domingo, 6 de fevereiro de 2011
Uma em cada três inglesas já fez sexo no local de trabalho
Uma em cada três inglesas já fez sexo no local de trabalho
Jaqueline Falcão - Diário de São Paulo
O ambiente na sua empresa não anda bom? Pois na Grã-Bretanha, o clima nos escritórios parece bem favorável. Uma pesquisa mostra que uma em cada três inglesas (33%) já fez sexo no local de trabalho. Outras 36% que dizem não ter feito garantem: fariam se sentissem vontade. O levantamento tem outros dados reveladores: uma em cada cinco mulheres (17%) já dormiu com o chefe. E 20% confessam que dormiriam com o patrão para conseguir $promoção, ainda sem sentir atração.
Encomendada pela revista “New Woman Magazine”, a pesquisa “Sexo no trabalho” ouviu 2.000 mulheres em todo o país. E o ambiente de trabalho parece mesmo influenciar os relacionamentos — dois em cada três começam no escritório. Ainda de acordo com a pesquisa, 82% dizem já ter tido fantasias com algum colega, 94% confessam ter paquerado no horário de expediente, e 87% afirmam que receberam cantadas. Se elas pretendem processar o colega? Metade das mulheres (47%) diz que gostou.
Os índices da Grã-Bretanha não refletem a realidade no Brasil, na opinião do psiquiatra Geraldo Possendoro, professor de Medicina Comportamental da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Para ele, a sobrecarga de tarefas e a alta competitividade no ambiente de trabalho no país não colaboram na promoção de encontros afetivos.
Relações de poder
— O ambiente de hoje mais afasta que aproxima. As pessoas começam a se relacionar pela afetividade. O ser humano é emocional — diz Possendoro.
O casal que compartilha o ambiente de trabalho deve tomar cuidado, especialmente se houver relações de poder entre eles.
— A relação entre chefe e subordinado pode ser complicada para o casal, envolvendo predileção e até vingança — afirma o psicólogo Oswaldo Rodrigues Jr., presidente da Sociedade Brasileira de Estudos em Sexologia Humana.
— É difícil separar as relações pessoal e profissional. Quando uma acaba, a outra pode se tornar insustentável — diz a psiquiatra Carmita Abdo, professora da Universidade de São Paulo (USP).
http://extra.globo.com/noticias/saude-e-ciencia/uma-em-cada-tres-inglesas-ja-fez-sexo-no-local-de-trabalho-671352.html
Jaqueline Falcão - Diário de São Paulo
O ambiente na sua empresa não anda bom? Pois na Grã-Bretanha, o clima nos escritórios parece bem favorável. Uma pesquisa mostra que uma em cada três inglesas (33%) já fez sexo no local de trabalho. Outras 36% que dizem não ter feito garantem: fariam se sentissem vontade. O levantamento tem outros dados reveladores: uma em cada cinco mulheres (17%) já dormiu com o chefe. E 20% confessam que dormiriam com o patrão para conseguir $promoção, ainda sem sentir atração.
Encomendada pela revista “New Woman Magazine”, a pesquisa “Sexo no trabalho” ouviu 2.000 mulheres em todo o país. E o ambiente de trabalho parece mesmo influenciar os relacionamentos — dois em cada três começam no escritório. Ainda de acordo com a pesquisa, 82% dizem já ter tido fantasias com algum colega, 94% confessam ter paquerado no horário de expediente, e 87% afirmam que receberam cantadas. Se elas pretendem processar o colega? Metade das mulheres (47%) diz que gostou.
Os índices da Grã-Bretanha não refletem a realidade no Brasil, na opinião do psiquiatra Geraldo Possendoro, professor de Medicina Comportamental da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Para ele, a sobrecarga de tarefas e a alta competitividade no ambiente de trabalho no país não colaboram na promoção de encontros afetivos.
Relações de poder
— O ambiente de hoje mais afasta que aproxima. As pessoas começam a se relacionar pela afetividade. O ser humano é emocional — diz Possendoro.
O casal que compartilha o ambiente de trabalho deve tomar cuidado, especialmente se houver relações de poder entre eles.
— A relação entre chefe e subordinado pode ser complicada para o casal, envolvendo predileção e até vingança — afirma o psicólogo Oswaldo Rodrigues Jr., presidente da Sociedade Brasileira de Estudos em Sexologia Humana.
— É difícil separar as relações pessoal e profissional. Quando uma acaba, a outra pode se tornar insustentável — diz a psiquiatra Carmita Abdo, professora da Universidade de São Paulo (USP).
http://extra.globo.com/noticias/saude-e-ciencia/uma-em-cada-tres-inglesas-ja-fez-sexo-no-local-de-trabalho-671352.html
Quase um terço dos casais de meia-idade desiste de sexo na China - Saúde e Ciência - Extra Online
CHINA - Uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira pelo jornal China Daily indica que 30% dos casais de meia-idade na China desistiram de ter uma vida sexual e aponta as pressões econômicas e familiares como a principal razão por trás da falta de “clima” entre eles.
O levantamento conduzido em parceria pelo laboratório norte-americano Eli Lilly e pela China Population Comunication Centre sondou 32.906 pessoas, das quais 24.261 concordaram em revelar detalhes de sua intimidade.
A pesquisa realizada em dez grandes cidades descobriu que 76% dos entrevistados estão frustrados com a própria vida sexual. Ao todo foram compiladas respostas de 13.758 homens e 10.503 mulheres.
O estudo pioneiro concluiu que a libido anda baixa não apenas entre os adultos, mas também entre os jovens, uma vez que 25% dos entrevistados com menos de 30 anos disseram já não querer mais saber de sexo.
Intimidade
Entre os adultos de meia-idade a falta de comunicação e intimidade foram apontadas como as principais razões para o desinteresse sexual.
Segundo 37% dos entrevistados, discórdias sobre dinheiro, educação dos filhos e cuidados com os pais acabam com o diálogo na relação e conseqüentemente com o desejo.
O pudor é outro ingrediente exposto na pesquisa, 41% admitiram se beijar em casa somente quando as crianças não estão por perto.
Além disso, 45% dos casais relataram que o marido enfrenta problemas de disfunção erétil.
“Por causa da grande pressão de se ter uma família e uma carreira hoje em dia, a disfunção sexual está afetando cada vez mais homens de meia-idade”, explicou o especialista da Associação Chinesa de Sexologia Qui Xiaolan ao China Daily.
Ainda de acordo com a pesquisa, 46% dos entrevistados disseram que ter uma vida sexual satisfatória é a melhor maneira de promover a intimidade entre um casal, mas a maioria dos casais reconheceu que o sexo piorou depois do casamento.
Para ler outras notícias visite o site da BBC Brasil.
Quase um terço dos casais de meia-idade desiste de sexo na China - Saúde e Ciência - Extra Online
O levantamento conduzido em parceria pelo laboratório norte-americano Eli Lilly e pela China Population Comunication Centre sondou 32.906 pessoas, das quais 24.261 concordaram em revelar detalhes de sua intimidade.
A pesquisa realizada em dez grandes cidades descobriu que 76% dos entrevistados estão frustrados com a própria vida sexual. Ao todo foram compiladas respostas de 13.758 homens e 10.503 mulheres.
O estudo pioneiro concluiu que a libido anda baixa não apenas entre os adultos, mas também entre os jovens, uma vez que 25% dos entrevistados com menos de 30 anos disseram já não querer mais saber de sexo.
Intimidade
Entre os adultos de meia-idade a falta de comunicação e intimidade foram apontadas como as principais razões para o desinteresse sexual.
Segundo 37% dos entrevistados, discórdias sobre dinheiro, educação dos filhos e cuidados com os pais acabam com o diálogo na relação e conseqüentemente com o desejo.
O pudor é outro ingrediente exposto na pesquisa, 41% admitiram se beijar em casa somente quando as crianças não estão por perto.
Além disso, 45% dos casais relataram que o marido enfrenta problemas de disfunção erétil.
“Por causa da grande pressão de se ter uma família e uma carreira hoje em dia, a disfunção sexual está afetando cada vez mais homens de meia-idade”, explicou o especialista da Associação Chinesa de Sexologia Qui Xiaolan ao China Daily.
Ainda de acordo com a pesquisa, 46% dos entrevistados disseram que ter uma vida sexual satisfatória é a melhor maneira de promover a intimidade entre um casal, mas a maioria dos casais reconheceu que o sexo piorou depois do casamento.
Para ler outras notícias visite o site da BBC Brasil.
Quase um terço dos casais de meia-idade desiste de sexo na China - Saúde e Ciência - Extra Online
Além do prazer: vício em sexo é mais incompreendido do que em drogas
06/02/2011 14h40min
Além do prazer: vício em sexo é mais incompreendido do que em drogas
Viciados sofrem com dependência e têm dificuldade em fazer tratamento
Viviane Bevilacqua | viviane.bevilacqua@diario.com.br
"Completei 90 dias de abstinência. É muito bom alcançar esta marca. Consegui esta façanha agora, depois da minha recaída, na primavera passada. Estou em recuperação da dependência de sexo. Meu programa inclui de 3 a 5 reuniões por semana, prestar serviço para a irmandade Grupo de Ajuda Mútua de Dependentes de Amor e Sexo Anônimos (Dasa), terapia de grupo semanal, serviços de culto e oração diária.
Tive a recaída quando descobri o sexo no computador. Eu não tinha nenhuma experiência anterior nesta área. Inocentemente, numa noite eu entrei nas salas de conversa. Rapidamente comecei a me isolar em casa e no trabalho. Mentia para minha mulher sobre os motivos de ficar até tão tarde da noite no computador. Estava gastando o dinheiro da família em chamadas telefônicas e contas de internet. Também recaí no meu procedimento primário: sexo com prostitutas. Com a ajuda dos companheiros da Dasa, me internei por 90 dias. Meu senso de amor próprio aflorou e adquiri um profundo entendimento do quanto a minha doença é perigosa. Mas estes ganhos vieram com um alto preço. Minha mulher e eu estamos separados, meu casamento não sobreviveu. Fizemos um empréstimo, para a minha internação. Minha mulher ficou com raiva e não acreditou na minha recuperação, nem meus filhos. Apesar de tudo, estou otimista quanto ao futuro. Aprendi com a minha experiência de recaída e estou grato por ter outra chance."
O texto acima é parte do depoimento de um homem, postado na página da internet do Grupo de Ajuda Mútua de Dependentes de Amor e Sexo Anônimos Dasa, que funciona seguindo os mesmos moldes dos Alcoólicos Anônimos ou dos Narcóticos Anônimos. O objetivo é prestar apoio e ajudar na recuperação daquelas pessoas para quem o sexo deixou de ser apenas um prazer, natural e saudável, para transformar-se numa compulsão e dependência, trazendo muita angústia e sofrimento.
Alguns especialistas acreditam que o sexo vicia mais do que as drogas, é mais destrutivo do que o álcool e mais incompreendido do que outros vícios. Recentemente, a apresentadora de TV norte-americana Oprah Winfrey entrevistou Drew Pinsky, médico especialista em vícios e apresentador do reality show Sex Rehab with Dr. Drew. Ele define a doença como uma desordem da intimidade e afirma que esse problema pode atingir todo tipo de pessoa. Segundo Drew, grande parte dos viciados em sexo sofreu algum trauma quando crianças, principalmente abuso sexual.
Buscar ajuda é essencial
Estima-se que até 6% da população tenha algum tipo de compulsão sexual, segundo dados da Organização Mundial de Saúde. Para ser caracterizada como compulsiva sexual, a pessoa precisa ter, além de uma obsessão por sexo, a sensação de culpa e falta de controle sobre seu desejo. Há um ano, um caso de compulsão sexual ganhou as manchetes: o maior jogador de golfe da atualidade, o americano Tiger Woods, internou-se em uma clínica de reabilitação, após sua mulher descobrir que ele tinha várias amantes. Depois da internação, Tiger pediu desculpas publicamente.
— É difícil admitir, mas preciso de ajuda. Durante 45 dias, do fim de dezembro ao começo de fevereiro do ano passado, fiquei internado e recebi orientação sobre meus problemas. Ainda tenho um longo caminho a percorrer — comentou.
Nos Estados Unidos, as clínicas que oferecem programas de rehab para sexo compulsivo são cada dia mais comuns. No Brasil, ainda não existem centros especializados neste tipo específico de dependência. O Projeto Sexualidade (ProSex) do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo é dos poucos a tratar de transtornos da sexualidade, entre eles a compulsão sexual.
— O período crítico do tratamento dura em média um ano, com atendimento por psiquiatra, acompanhamento psicoterápico e reeducação sexual — explica a psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do projeto.
Outro serviço, gratuito e de frequência voluntária, é o Dependentes de Amor e Sexo Anônimos (Dasa). As sessões são em grupo, para fortalecer o espírito de ajuda mútua, com programa de 12 passos e discussão de experiências entre os participantes.
Em Santa Catarina, dois grupos de Dasa já funcionaram, por alguns meses, em Florianópolis. Um membro do grupo afirma que por se tratar de um tema delicado, rodeado de moralismos e preconceitos, as salas foram fechadas. Atualmente, existem articulações para reabrir um dos grupos.
Para ser um membro é preciso diagnosticar se a pessoa de fato sofre da doença de dependência emocional e/ou sexual, e se ela realmente deseja se recuperar. Para informações, acesse: dasafloripa@hotmail.com
Eles se trataram
— O ator Michael Douglas passou temporada numa clínica no Arizona em 1990, quando ainda era casado com Diandra, e até hoje jura que foi por excesso de bebida. O casamento com a atriz Catherine Zeta-Jones parece ter resolvido o problema.
— Em 2008, depois de negar durante anos que tivesse problemas com sexo, o ator David Duchovny, da extinta série Arquivo X e da atual Californication, internou-se para tratar de sua compulsão e assim salvar o casamento com a atriz Téa Leoni.
— O comediante inglês Russell Brand, hoje casado com a cantora Katy Perry, transformou os vícios em piada: publicou um livro contando suas passagens por rehabs tanto de drogas quanto de sexo.
:: Esta doença existe, sim
"Sempre fui muito ligada a sexo, desde a adolescência. Mas eu sentia que era diferente das minhas amigas. É como se fosse uma ideia fixa. Quando comecei a namorar, sempre queria mais e mais. Acabava assustando os homens. Achei que se eu casasse isso iria passar, mas não foi assim.
Traí meu marido inúmeras vezes, mas depois chorava muito, arrependida, me sentindo imunda. Cheguei a ponto de pensar em me matar, até que procurei ajuda médica. Hoje, sei que posso ter outras formas de prazer, como sair com minhas amigas, viajar, ler um livro. É importante as pessoas saberem que esta doença existe sim, e que não é a gente que inventa uma desculpa para transar fora de casa." Maria, 34 anos, professora
Procura pela felicidade
Para o psiquiatra Alexandre Saadeh, especialista em sexualidade pela Universidade de São Paulo, o tratamento para compulsivos sexuais é demorado, mas pode ter bons resultados se for feito com um acompanhamento médico.
— É preciso fazer uma análise de cada caso para ver se a pessoa tem um problema ou se a história de ser viciado em sexo é só desculpa para uma traição.
Apesar de já ser descrito há bastante tempo, o sexo patológico ainda é pouco conhecido. Alguns pesquisadores acreditam que possa haver alguma origem orgânica para esse tipo de distúrbio, mas nada foi provado até agora.
— A compulsão sexual é uma dependência. O vício em sexo é uma variante daquele em drogas ou em jogo, o funcionamento é o mesmo. O sexo patológico é diagnosticado quando a pessoa perde a liberdade por não conseguir controlar os seus impulsos — define o psiquiatra Aderbal Vieira Júnior.
Caracteristica do sexo compulsivo
— A erotomania (homem) e a ninfomania (mulher) são termos que indicam um exagero do desejo sexual.
— A pessoa apresenta um nível elevado de desejo e de fantasias sexuais, compulsividade do ato e grande sofrimento.
— Quem sofre deste mal preocupa-se a tal ponto com seus pensamentos e sentimentos sexuais que prejudica atividades e relacionamentos.
— Não pensa nos riscos na hora de satisfazer sua vontade sexual, mesmo sob pena de perder os seus relacionamentos (alta rotatividade de parceiros) ou a própria saúde (Hepatite B e C, HIV).
— Quando tenta controlar o impulso, fica tenso, ansioso ou depressivo. Sente-se escravo de seus desejos.
— Ansiedade pré-atividade sexual, intensa gratificação após o orgasmo e culpa após o ato são frequentes.
— Existem diferentes níveis, desde masturbação compulsiva e prostituição, a comportamentos como exibicionismo, voyeurismo ou até mesmo pedofilia e estupro.
http://www.clicrbs.com.br/especial/sc/donnadc/19,0,3198304,Alem-do-prazer-vicio-em-sexo-e-mais-incompreendido-do-que-em-drogas.html
Além do prazer: vício em sexo é mais incompreendido do que em drogas
Viciados sofrem com dependência e têm dificuldade em fazer tratamento
Viviane Bevilacqua | viviane.bevilacqua@diario.com.br
"Completei 90 dias de abstinência. É muito bom alcançar esta marca. Consegui esta façanha agora, depois da minha recaída, na primavera passada. Estou em recuperação da dependência de sexo. Meu programa inclui de 3 a 5 reuniões por semana, prestar serviço para a irmandade Grupo de Ajuda Mútua de Dependentes de Amor e Sexo Anônimos (Dasa), terapia de grupo semanal, serviços de culto e oração diária.
Tive a recaída quando descobri o sexo no computador. Eu não tinha nenhuma experiência anterior nesta área. Inocentemente, numa noite eu entrei nas salas de conversa. Rapidamente comecei a me isolar em casa e no trabalho. Mentia para minha mulher sobre os motivos de ficar até tão tarde da noite no computador. Estava gastando o dinheiro da família em chamadas telefônicas e contas de internet. Também recaí no meu procedimento primário: sexo com prostitutas. Com a ajuda dos companheiros da Dasa, me internei por 90 dias. Meu senso de amor próprio aflorou e adquiri um profundo entendimento do quanto a minha doença é perigosa. Mas estes ganhos vieram com um alto preço. Minha mulher e eu estamos separados, meu casamento não sobreviveu. Fizemos um empréstimo, para a minha internação. Minha mulher ficou com raiva e não acreditou na minha recuperação, nem meus filhos. Apesar de tudo, estou otimista quanto ao futuro. Aprendi com a minha experiência de recaída e estou grato por ter outra chance."
O texto acima é parte do depoimento de um homem, postado na página da internet do Grupo de Ajuda Mútua de Dependentes de Amor e Sexo Anônimos Dasa, que funciona seguindo os mesmos moldes dos Alcoólicos Anônimos ou dos Narcóticos Anônimos. O objetivo é prestar apoio e ajudar na recuperação daquelas pessoas para quem o sexo deixou de ser apenas um prazer, natural e saudável, para transformar-se numa compulsão e dependência, trazendo muita angústia e sofrimento.
Alguns especialistas acreditam que o sexo vicia mais do que as drogas, é mais destrutivo do que o álcool e mais incompreendido do que outros vícios. Recentemente, a apresentadora de TV norte-americana Oprah Winfrey entrevistou Drew Pinsky, médico especialista em vícios e apresentador do reality show Sex Rehab with Dr. Drew. Ele define a doença como uma desordem da intimidade e afirma que esse problema pode atingir todo tipo de pessoa. Segundo Drew, grande parte dos viciados em sexo sofreu algum trauma quando crianças, principalmente abuso sexual.
Buscar ajuda é essencial
Estima-se que até 6% da população tenha algum tipo de compulsão sexual, segundo dados da Organização Mundial de Saúde. Para ser caracterizada como compulsiva sexual, a pessoa precisa ter, além de uma obsessão por sexo, a sensação de culpa e falta de controle sobre seu desejo. Há um ano, um caso de compulsão sexual ganhou as manchetes: o maior jogador de golfe da atualidade, o americano Tiger Woods, internou-se em uma clínica de reabilitação, após sua mulher descobrir que ele tinha várias amantes. Depois da internação, Tiger pediu desculpas publicamente.
— É difícil admitir, mas preciso de ajuda. Durante 45 dias, do fim de dezembro ao começo de fevereiro do ano passado, fiquei internado e recebi orientação sobre meus problemas. Ainda tenho um longo caminho a percorrer — comentou.
Nos Estados Unidos, as clínicas que oferecem programas de rehab para sexo compulsivo são cada dia mais comuns. No Brasil, ainda não existem centros especializados neste tipo específico de dependência. O Projeto Sexualidade (ProSex) do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo é dos poucos a tratar de transtornos da sexualidade, entre eles a compulsão sexual.
— O período crítico do tratamento dura em média um ano, com atendimento por psiquiatra, acompanhamento psicoterápico e reeducação sexual — explica a psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do projeto.
Outro serviço, gratuito e de frequência voluntária, é o Dependentes de Amor e Sexo Anônimos (Dasa). As sessões são em grupo, para fortalecer o espírito de ajuda mútua, com programa de 12 passos e discussão de experiências entre os participantes.
Em Santa Catarina, dois grupos de Dasa já funcionaram, por alguns meses, em Florianópolis. Um membro do grupo afirma que por se tratar de um tema delicado, rodeado de moralismos e preconceitos, as salas foram fechadas. Atualmente, existem articulações para reabrir um dos grupos.
Para ser um membro é preciso diagnosticar se a pessoa de fato sofre da doença de dependência emocional e/ou sexual, e se ela realmente deseja se recuperar. Para informações, acesse: dasafloripa@hotmail.com
Eles se trataram
— O ator Michael Douglas passou temporada numa clínica no Arizona em 1990, quando ainda era casado com Diandra, e até hoje jura que foi por excesso de bebida. O casamento com a atriz Catherine Zeta-Jones parece ter resolvido o problema.
— Em 2008, depois de negar durante anos que tivesse problemas com sexo, o ator David Duchovny, da extinta série Arquivo X e da atual Californication, internou-se para tratar de sua compulsão e assim salvar o casamento com a atriz Téa Leoni.
— O comediante inglês Russell Brand, hoje casado com a cantora Katy Perry, transformou os vícios em piada: publicou um livro contando suas passagens por rehabs tanto de drogas quanto de sexo.
:: Esta doença existe, sim
"Sempre fui muito ligada a sexo, desde a adolescência. Mas eu sentia que era diferente das minhas amigas. É como se fosse uma ideia fixa. Quando comecei a namorar, sempre queria mais e mais. Acabava assustando os homens. Achei que se eu casasse isso iria passar, mas não foi assim.
Traí meu marido inúmeras vezes, mas depois chorava muito, arrependida, me sentindo imunda. Cheguei a ponto de pensar em me matar, até que procurei ajuda médica. Hoje, sei que posso ter outras formas de prazer, como sair com minhas amigas, viajar, ler um livro. É importante as pessoas saberem que esta doença existe sim, e que não é a gente que inventa uma desculpa para transar fora de casa." Maria, 34 anos, professora
Procura pela felicidade
Para o psiquiatra Alexandre Saadeh, especialista em sexualidade pela Universidade de São Paulo, o tratamento para compulsivos sexuais é demorado, mas pode ter bons resultados se for feito com um acompanhamento médico.
— É preciso fazer uma análise de cada caso para ver se a pessoa tem um problema ou se a história de ser viciado em sexo é só desculpa para uma traição.
Apesar de já ser descrito há bastante tempo, o sexo patológico ainda é pouco conhecido. Alguns pesquisadores acreditam que possa haver alguma origem orgânica para esse tipo de distúrbio, mas nada foi provado até agora.
— A compulsão sexual é uma dependência. O vício em sexo é uma variante daquele em drogas ou em jogo, o funcionamento é o mesmo. O sexo patológico é diagnosticado quando a pessoa perde a liberdade por não conseguir controlar os seus impulsos — define o psiquiatra Aderbal Vieira Júnior.
Caracteristica do sexo compulsivo
— A erotomania (homem) e a ninfomania (mulher) são termos que indicam um exagero do desejo sexual.
— A pessoa apresenta um nível elevado de desejo e de fantasias sexuais, compulsividade do ato e grande sofrimento.
— Quem sofre deste mal preocupa-se a tal ponto com seus pensamentos e sentimentos sexuais que prejudica atividades e relacionamentos.
— Não pensa nos riscos na hora de satisfazer sua vontade sexual, mesmo sob pena de perder os seus relacionamentos (alta rotatividade de parceiros) ou a própria saúde (Hepatite B e C, HIV).
— Quando tenta controlar o impulso, fica tenso, ansioso ou depressivo. Sente-se escravo de seus desejos.
— Ansiedade pré-atividade sexual, intensa gratificação após o orgasmo e culpa após o ato são frequentes.
— Existem diferentes níveis, desde masturbação compulsiva e prostituição, a comportamentos como exibicionismo, voyeurismo ou até mesmo pedofilia e estupro.
http://www.clicrbs.com.br/especial/sc/donnadc/19,0,3198304,Alem-do-prazer-vicio-em-sexo-e-mais-incompreendido-do-que-em-drogas.html
Empresa Lança Boneco Gay Assumido | oSabeTudo.com
Empresa Lança Boneco Gay Assumido | oSabeTudo.com
A empresa americana Tonner Doll Company decidiu lançar um boneco gay assumido, diferentemente do Ken, amigo da Barbie, onde sua orientação sexual sempre era questionada.
A Tonner é uma empresa norte-americana rival da Mattel, a empresa que dona da Barbie, Ken, e muitos outros brinquedos.
O boneco gay se chama Andy Mills, seu personagem é um executivo de New York que sua principal função é produzir eventos.
Seu look é elegante e chique, o valor do boneco é de US$179,99.
O criador do boneco, Robert Tonner, explica a criação do personagem:
“Com os recentes trágicos suicídios entre a juventude Gay, pensamos que já passou da hora para representar um modelo Gay positivo”
A ideia me parece boa, mas mesmo assim sempre irá chover críticas para a empresa do boneco.
Se você se interessou pelo boneco, pode comprar pelo site da Tonner.
Leia no oSabeTudo.com: Empresa Lança Boneco Gay Assumido | oSabeTudo.com
A empresa americana Tonner Doll Company decidiu lançar um boneco gay assumido, diferentemente do Ken, amigo da Barbie, onde sua orientação sexual sempre era questionada.
A Tonner é uma empresa norte-americana rival da Mattel, a empresa que dona da Barbie, Ken, e muitos outros brinquedos.
O boneco gay se chama Andy Mills, seu personagem é um executivo de New York que sua principal função é produzir eventos.
Seu look é elegante e chique, o valor do boneco é de US$179,99.
O criador do boneco, Robert Tonner, explica a criação do personagem:
“Com os recentes trágicos suicídios entre a juventude Gay, pensamos que já passou da hora para representar um modelo Gay positivo”
A ideia me parece boa, mas mesmo assim sempre irá chover críticas para a empresa do boneco.
Se você se interessou pelo boneco, pode comprar pelo site da Tonner.
Leia no oSabeTudo.com: Empresa Lança Boneco Gay Assumido | oSabeTudo.com
A homossexualidade ainda não é bem aceite
A homossexualidade ainda não é bem aceite
Sexóloga diz que as pessoas estão mais abertas para recorrer à terapia e mais disponíveis para falar de sexo.
Ontem
Marta Crawford ficou conhecida da maioria dos portugueses em 2005, quando apresentou na TVI o programa "AB Sexo". Depois de uma passagem por "Factor M" da RTP1, regressou à estação de Queluz em 2009, com "Aqui há sexo" no TVI 24.
foto ARQUIVO JN
Sem projectos televisivos em mãos, a psicóloga e sexóloga Marta Crawford lançou mais um livro, "Diário sexual e conjugal de um casal", em que vai enquadrando as histórias ficcionadas com apontamentos em que aborda situações e preocupações que a maioria das pessoas tem.
A estrutura do livro está dividida em três áreas, uma ficcional e duas mais factuais. Como funciona?
Construí a história de um casal - o "Miguel" e a "Joana" - junto há 12 anos, da sua rede de familiares e amigos, que vão passando por várias situações ao longo do ano. Os seus testemunhos são o pretexto para que as crónicas apareçam e construam a parte mais teórica do livro. Umas mais metafóricas, outras mais provocatórias, outras mais informativas. Depois existem uns "post-its", uns quadradinhos, que são piscadelas ao leitor que pega no livro e que vê umas dicas muito directas. São um ponto intermédio entre aquilo que é o testemunho e as crónicas. Dicas rápidas, num outro registo.
Nota evolução na forma como os portugueses estão a lidar com a sexualidade?
Em termos gerais, eu não faço estudo científico para perceber como as pessoas eram ou não. Percebo que as pessoas estão mais abertas para falarem do tema e que pedem ajuda com menos tempo de problema. Dantes, se calhar, só ao fim de muitos anos é que decidiam pedir ajuda a um terapeuta e agora fazem-nos a partir do momento em que é definido que existe qualquer coisa que não está a funcionar muito bem. Têm mais facilidade em pedir ajuda, e isso é um grande passo.
Pode falar-se em sobrevalorização do sexo em detrimento dos afectos?
Há muitas situações de mal-estar conjugal que provocam depois o mal-estar sexual. Mas há outras em que vejo casais óptimos, mas que por alguma razão da vida se afastaram e as coisas entram numa engrenagem que eles não conseguem interromper. A ajuda é pedida e, normalmente, nesses as coisas até são mais fáceis de resolver em termos terapêuticos. Os que estão sob grande pressão enquanto casal, muita discussão, muita mágoa é sempre mais difícil chegar a um ponto de satisfação sexual. Mas chega-se.
A facilidade com que os jovens acedem à informação sobre sexo é benéfica, ou por falta de enquadramento acaba por prejudicar?
Há muita informação que é um exagero. Sãos os novos mitos da sexualidade em que os homens e mulheres são supersexualizados, querem sexo a toda a hora e momento e fazem tudo, não têm limites. Podemos correr esse risco e de repente não haver capacidade de balizar aquilo que se quer e não se quer, e entra-se em comportamentos de risco. Porque a informação está em todo lado, mas depois não é mastigada, dialogada. Uma coisa é ler na net e nas revistas, outra é interiorizar, pôr em causa, criticar . E nisso a família é importante e também a escola. Vejo sexualidade muito experimentada mas com muito pouco prazer, pouca satisfação, e muitos tabus.
As pessoas ainda têm dificuldade em aceitar a homossexualidade?
Têm, e aliás neste caso badalado de Nova Iorque (morte de Carlos Castro) de repente vejo comentários, essencialmente na net, completamente homofóbicos. Muito assustadoramente extremistas. Parece-me que foi a oportunidade de se despejar tudo o que no fundo não está resolvido. Aparentemente há uma aceitação, aliás o casamento gay é também para promover a igualdade, mas às vezes as mentalidade não mudam com a rapidez desejada.
Os programas sobre sexo e afectos que têm vindo a proliferar na televisão têm contribuído para a evolução das mentalidades?
Uns sim, outros não. Genericamente, o facto de falar sobre as coisas ajuda a que as pessoas pensem sobre elas de uma forma mais fácil. Porque se discute as coisas. Quando são programas em que se fala das coisas com conhecimento de causa, quando não é uma coisa só gratuita para vender sexo.
Programas que mastigam a informação com pessoas a intervirem, acho que sim.
Tem algum projecto televisivo em preparação?
Para já não tenho nenhum convite. Tenho programas que desenhei, que na altura apresentei à RTP e à SIC e depois acabei por fazer na TVI e que ficaram um bocadinho na sacola. Espero ainda vir a fazê-los, porque as pessoas estão sempre a perguntar-me quando é que eu volto. É porque gostaram e sentem necessidade de voltar a falar destes temas.
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Gente/Interior.aspx?content_id=1776415&page=-1
Sexóloga diz que as pessoas estão mais abertas para recorrer à terapia e mais disponíveis para falar de sexo.
Ontem
Marta Crawford ficou conhecida da maioria dos portugueses em 2005, quando apresentou na TVI o programa "AB Sexo". Depois de uma passagem por "Factor M" da RTP1, regressou à estação de Queluz em 2009, com "Aqui há sexo" no TVI 24.
foto ARQUIVO JN
Sem projectos televisivos em mãos, a psicóloga e sexóloga Marta Crawford lançou mais um livro, "Diário sexual e conjugal de um casal", em que vai enquadrando as histórias ficcionadas com apontamentos em que aborda situações e preocupações que a maioria das pessoas tem.
A estrutura do livro está dividida em três áreas, uma ficcional e duas mais factuais. Como funciona?
Construí a história de um casal - o "Miguel" e a "Joana" - junto há 12 anos, da sua rede de familiares e amigos, que vão passando por várias situações ao longo do ano. Os seus testemunhos são o pretexto para que as crónicas apareçam e construam a parte mais teórica do livro. Umas mais metafóricas, outras mais provocatórias, outras mais informativas. Depois existem uns "post-its", uns quadradinhos, que são piscadelas ao leitor que pega no livro e que vê umas dicas muito directas. São um ponto intermédio entre aquilo que é o testemunho e as crónicas. Dicas rápidas, num outro registo.
Nota evolução na forma como os portugueses estão a lidar com a sexualidade?
Em termos gerais, eu não faço estudo científico para perceber como as pessoas eram ou não. Percebo que as pessoas estão mais abertas para falarem do tema e que pedem ajuda com menos tempo de problema. Dantes, se calhar, só ao fim de muitos anos é que decidiam pedir ajuda a um terapeuta e agora fazem-nos a partir do momento em que é definido que existe qualquer coisa que não está a funcionar muito bem. Têm mais facilidade em pedir ajuda, e isso é um grande passo.
Pode falar-se em sobrevalorização do sexo em detrimento dos afectos?
Há muitas situações de mal-estar conjugal que provocam depois o mal-estar sexual. Mas há outras em que vejo casais óptimos, mas que por alguma razão da vida se afastaram e as coisas entram numa engrenagem que eles não conseguem interromper. A ajuda é pedida e, normalmente, nesses as coisas até são mais fáceis de resolver em termos terapêuticos. Os que estão sob grande pressão enquanto casal, muita discussão, muita mágoa é sempre mais difícil chegar a um ponto de satisfação sexual. Mas chega-se.
A facilidade com que os jovens acedem à informação sobre sexo é benéfica, ou por falta de enquadramento acaba por prejudicar?
Há muita informação que é um exagero. Sãos os novos mitos da sexualidade em que os homens e mulheres são supersexualizados, querem sexo a toda a hora e momento e fazem tudo, não têm limites. Podemos correr esse risco e de repente não haver capacidade de balizar aquilo que se quer e não se quer, e entra-se em comportamentos de risco. Porque a informação está em todo lado, mas depois não é mastigada, dialogada. Uma coisa é ler na net e nas revistas, outra é interiorizar, pôr em causa, criticar . E nisso a família é importante e também a escola. Vejo sexualidade muito experimentada mas com muito pouco prazer, pouca satisfação, e muitos tabus.
As pessoas ainda têm dificuldade em aceitar a homossexualidade?
Têm, e aliás neste caso badalado de Nova Iorque (morte de Carlos Castro) de repente vejo comentários, essencialmente na net, completamente homofóbicos. Muito assustadoramente extremistas. Parece-me que foi a oportunidade de se despejar tudo o que no fundo não está resolvido. Aparentemente há uma aceitação, aliás o casamento gay é também para promover a igualdade, mas às vezes as mentalidade não mudam com a rapidez desejada.
Os programas sobre sexo e afectos que têm vindo a proliferar na televisão têm contribuído para a evolução das mentalidades?
Uns sim, outros não. Genericamente, o facto de falar sobre as coisas ajuda a que as pessoas pensem sobre elas de uma forma mais fácil. Porque se discute as coisas. Quando são programas em que se fala das coisas com conhecimento de causa, quando não é uma coisa só gratuita para vender sexo.
Programas que mastigam a informação com pessoas a intervirem, acho que sim.
Tem algum projecto televisivo em preparação?
Para já não tenho nenhum convite. Tenho programas que desenhei, que na altura apresentei à RTP e à SIC e depois acabei por fazer na TVI e que ficaram um bocadinho na sacola. Espero ainda vir a fazê-los, porque as pessoas estão sempre a perguntar-me quando é que eu volto. É porque gostaram e sentem necessidade de voltar a falar destes temas.
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Gente/Interior.aspx?content_id=1776415&page=-1
Dizer 'eu te amo' faz toda a diferença
02/02/2011 -- 15h44
Dizer 'eu te amo' faz toda a diferença
Exteriorizar os sentimentos fortalece as relações e ajuda a lidar melhor com as próprias concepções
Como é importante dizermos essas três palavrinhas. O significado tem o poder de transformar coisas ruins em coisas maravilhosas. Quando um filho enlaça com seus braços e diz ao pai ou à mãe: eu te amo, transcorre um feixe de luzes em volta dos dois, construindo e fortalecendo os liames que os une, de forma a consolidar aqueles laços de afetividade, de amor, de querer bem.
Estou acostumado a ouvir pacientes que sofrem demasiadamente e relatam a sua dor por um ente querido não manifestar seu carinho, sua estima. Engraçado o ser humano. As coisas evoluem, as descobertas do homem moderno com sua tecnologia de ponta, os laboratórios com suas pesquisas nos apresentando remédios fantásticos, a tecnologia com a velocidade da informação onde em tempos recentes nem havíamos condições de imaginar.
E o ser humano, ainda hoje, fazendo uso de suas queixas habituais. Um pai, uma mãe, defronte um terapeuta, falando de forma triste, sentida, que trocaria muitas e muitas coisas que lhe são caras, gratas e importantes, por um gesto de carinho de um ente querido. Com toda a evolução acima citada, e o que ainda está por vir nos próximos anos, o ser humano pouco sabe de si próprio. E, quando sabe, pouco sabe lidar consigo mesmo.
Quantos e quantos se vêm nesta situação, de ter o que querem, porém, o que gostariam mesmo de ter, pouco ou nada têm. O carinho, o afeto, o reconhecimento e a gratidão são poucos que realmente vivenciam. São uns privilegiados, com certeza.
Vamos ser honestos e sinceros. Pouco se faz para que isso aconteça. Aí vem a pergunta, por que? Porque somos duros, turrões, envergonhados, sem jeito, preconceituosos em darmos um abraço cheio, gostoso, aquele abraço integral, maravilhoso, que nos transporta a sensações de esplendor de amor.
Amor por todos os lados e poros. Beijar a quem amamos, às vezes, é algo intransponível aos nossos preceitos, preconceitos, formação, vergonha. Por isso sofremos. E, diante do terapeuta, envergonhados de não sabermos e/ou não conseguirmos fazer, contamos nosso sofrimento interior por não ouvirmos essas três palavrinhas eu te amo.
Não é fácil, porém, nada intransponível. Uma paciente, com extremo retardo físico, olha sempre para seus pais - adotivos - e os abraça, feliz, muito feliz, irradiando amor para todos os lados, e emite seus sons de alegria, carinho, candura e querer bem. Ela assim se manifesta quando quer expressar seu sentimento de amor e reconhecimento. Que felicidade nessa família, apesar da provação muito forte.
A experiência do amor fraternal nos faz mais dóceis, mais pacientes, calmos, tranquilos. Faz-nos estar de bem conosco mesmo e dilata e expande nossos valores morais, como a capacidade de amar, de perdoar, inclusive a nós mesmos, a capacidade de tolerar, de sublimar e por aí vai.
Vamos exercitar essas três palavrinhas iniciando para conosco mesmo. Quem não consegue se amar integralmente, precisa rever o que não se perdoou ainda.
Eduardo Valente - terapeuta (Curitiba)
http://www.bonde.com.br/?id_bonde=1-27--12-20110202&tit=dizer+eu+te+amo+faz+toda+a+diferenca
Dizer 'eu te amo' faz toda a diferença
Exteriorizar os sentimentos fortalece as relações e ajuda a lidar melhor com as próprias concepções
Como é importante dizermos essas três palavrinhas. O significado tem o poder de transformar coisas ruins em coisas maravilhosas. Quando um filho enlaça com seus braços e diz ao pai ou à mãe: eu te amo, transcorre um feixe de luzes em volta dos dois, construindo e fortalecendo os liames que os une, de forma a consolidar aqueles laços de afetividade, de amor, de querer bem.
Estou acostumado a ouvir pacientes que sofrem demasiadamente e relatam a sua dor por um ente querido não manifestar seu carinho, sua estima. Engraçado o ser humano. As coisas evoluem, as descobertas do homem moderno com sua tecnologia de ponta, os laboratórios com suas pesquisas nos apresentando remédios fantásticos, a tecnologia com a velocidade da informação onde em tempos recentes nem havíamos condições de imaginar.
E o ser humano, ainda hoje, fazendo uso de suas queixas habituais. Um pai, uma mãe, defronte um terapeuta, falando de forma triste, sentida, que trocaria muitas e muitas coisas que lhe são caras, gratas e importantes, por um gesto de carinho de um ente querido. Com toda a evolução acima citada, e o que ainda está por vir nos próximos anos, o ser humano pouco sabe de si próprio. E, quando sabe, pouco sabe lidar consigo mesmo.
Quantos e quantos se vêm nesta situação, de ter o que querem, porém, o que gostariam mesmo de ter, pouco ou nada têm. O carinho, o afeto, o reconhecimento e a gratidão são poucos que realmente vivenciam. São uns privilegiados, com certeza.
Vamos ser honestos e sinceros. Pouco se faz para que isso aconteça. Aí vem a pergunta, por que? Porque somos duros, turrões, envergonhados, sem jeito, preconceituosos em darmos um abraço cheio, gostoso, aquele abraço integral, maravilhoso, que nos transporta a sensações de esplendor de amor.
Amor por todos os lados e poros. Beijar a quem amamos, às vezes, é algo intransponível aos nossos preceitos, preconceitos, formação, vergonha. Por isso sofremos. E, diante do terapeuta, envergonhados de não sabermos e/ou não conseguirmos fazer, contamos nosso sofrimento interior por não ouvirmos essas três palavrinhas eu te amo.
Não é fácil, porém, nada intransponível. Uma paciente, com extremo retardo físico, olha sempre para seus pais - adotivos - e os abraça, feliz, muito feliz, irradiando amor para todos os lados, e emite seus sons de alegria, carinho, candura e querer bem. Ela assim se manifesta quando quer expressar seu sentimento de amor e reconhecimento. Que felicidade nessa família, apesar da provação muito forte.
A experiência do amor fraternal nos faz mais dóceis, mais pacientes, calmos, tranquilos. Faz-nos estar de bem conosco mesmo e dilata e expande nossos valores morais, como a capacidade de amar, de perdoar, inclusive a nós mesmos, a capacidade de tolerar, de sublimar e por aí vai.
Vamos exercitar essas três palavrinhas iniciando para conosco mesmo. Quem não consegue se amar integralmente, precisa rever o que não se perdoou ainda.
Eduardo Valente - terapeuta (Curitiba)
http://www.bonde.com.br/?id_bonde=1-27--12-20110202&tit=dizer+eu+te+amo+faz+toda+a+diferenca
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