domingo, 11 de setembro de 2011

Peça 'Todo mundo tem problemas sexuais' retorna a Salvador


10/09/2011 14h22 - Atualizado em 10/09/2011 14h28
Histórias foram escritas a partir de cartas recebidas por um dos autores.

Espetáculo está em cartaz até o mês de novembro, no Teatro Jorge Amado.

Do G1 BA
Espetáculo Todo mundo tem problemas sexuais (Foto: Divulgação)Espetáculo está em cartaz no Teatro Jorge Amado
(Foto: Divulgação)
De volta a Salvador após temporadas no Rio de Janeiro e em São Paulo, a peça “Todo mundo tem problemas sexuais” está em cartaz até o dia 13 de novembro, no Teatro Jorge Amado, no bairro da Pituba, em Salvador, com sessões às 22h nas sextas e sábados e às 21h aos domingos. Da primeira vez, a peça esteve em cartaz no ano de 2005 em Salvador e retorna nesta temporada com nova produção.
Escrita pelo dramaturgo Domingos Oliveira e pelo psicanalista Alberto Gondim, o espetáculo trata do comportamento sexual humano baseado em cartas verídicas recebidas pelo psicanalista para serem publicadas anonimamente na sua coluna no jornal O Globo. Seis cartas dão título às partes do espetáculo, divididas em Sedução", "Fidelidade", "Impotência", "Perversão", "Desejo" e "Preferências Sexuais".
Os atores Cida Oliveira, Eduardo Albuquerque, Kadu Veiga, Mariana Moreno e Monica Bittencourt dividem o palco nas apresentações.
O espetáculo
A partir das cartas recebidas pelo psicanalista, os autores criaram um casal de amantes que vivem um relacionamento perfeito. Sem brigas, sem erros, sem defeitos. A partir disso, e do humor no qual a situação hipotética pode gerar, a peça é desenvolvida entre os seis temas.
 No primeiro episódio, Sedução, o casal de amantes fala das mulheres que prometem mas não cumprem. O segundo episódio, Fidelidade, versa sobre a curiosidade, e necessidade, de uma jovem senhora casada de conhecer outros homens. O terceiro, Impotência, fala das vantagens e desvantagens da impotência masculina e dos métodos modernos para evitar o problema. No quarto episódio, Perversão, os amantes comentam perversões sexuais que, de acordo com os autores, qualquer um  poderia ter.
O quinto episódio trata do Desejo intenso nascido em um encontro pela Internet entre os personagens. O homem tem vergonha de encontrar a mulher porque se acha feio. Já ela faz a proposta de encontrar-se com ele em um apartamento escuro e assim, na escuridão, satisfazem seus desejos. No sexto episódio, Preferências Sexuais, o casal descreve os caminhos que podem levar um homem à homossexualidade.
Serviço:
Todo mundo tem problemas sexuais
Teatro Jorge Amado - Av. Manoel Dias da Silva, 2177, Pituba.
Telefone: (71) 3525-9708.
Sextas e sábados 22h e domingos 21 h
Temporada: Até 13 de novembro de 2011
Ingressos: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia)
Classificação Etária: 16 anos
Autores: Alberto Goldin e Domingos de Oliveira
Direção: Fernando Gomes
Elenco: Cida Oliveira, Eduardo Albuquerque, Kadú Veiga, Mariana Moreno e Mônica Bittencourt

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Apneia do sono pode causar impotência sexual e outras doenças


06/09/2011 - 07h10 , sem atualização
 As consequências de noites maldormidas são diversas, mas a impotência sexual está entre as que mais preocupam os homens. A relação entre a apneia do sono e disfunção erétil é evidente. O distúrbio, que atinge grande parte da população, é caracterizado pelo fechamento repetitivo da passagem do ar pela garganta durante o sono. A apneia pode interromper a respiração e o indivíduo tem pequenos despertares à noite, prejudicando o descanso.

“Essa interrupção do sono afeta diretamente o organismo. Vários hormônios, como a testosterona, são produzidos durante o sono e os microdespertares atrapalham a produção do hormônio masculino”, acrescenta Shigueo Yonekura, neurologista do Instituto de Medicina e Sono de Campinas e Piracicaba. A deficiência de testosterona está associada à redução da libido, falta de concentração e de energia, fadiga na densidade óssea e massa muscular.

O especialista em sono afirma que, além da impotência sexual, a apneia pode trazer consequências graves à saúde: pressão alta, infarto do miocárdio, arritmias cardíacas, derrame cerebral, além de aumentar em sete vezes o risco de acidente de trânsito. Considerada problema de saúde pública, a apneia está classificada entre as doenças que mais matam no mundo. (Divulgação)
http://jornalcidade.uol.com.br/rioclaro/dia-a-dia/saude/81116--Apneia-do-sono-pode-causar-impotencia-sexual-e-outras-doencas--

Psicólogos promovem palestras gratuitas no Rio Vermelho

Segunda-feira, 05/09/2011 - 08:51
Salvador - Assuntos como as conseqüências da palmadinha na educação infantil, bullying, problemas sexuais e discussão sobre o uso das drogas são algumas das palestras proferidas gratuitamente pelo Projeto ABPMC Comunidade nos próximos dias 8 e 9 de setembro, no Colégio Estadual Euricles de Matos, no Rio Vermelho. O projeto ocorre em paralelo ao XX Encontro Brasileiro de Psicologia e Medicina Comportamental que acontece no Pestana Bahia Hotel, em Salvador, de 7 a 10/09, reunindo cerca de 1,5 mil profissionais de várias partes do mundo.

Na quinta-feira (08/09), das 19h30 às 21h30, o Projeto ABPMC Comunidade traz três abordagens que ocorrem simultaneamente. “Uma palmadinha só não dói: as consequências da punição”, com a profissional Ana Lúcia Ulian, “Eduque com carinho: equilíbrio entre amor e limites”, com Lidia Dobriansky Weber, e a palestra “Do Bullying à convivência e à amizade: como transformar uma história”, com Giovana Del Prette.

Na sexta-feira (09/09), no mesmo horário, o projeto continua com os “Problemas sexuais masculinos, femininos e de casal”, com Carla Zeglio e Oswaldo Martins Rodrigues Junior, “E você, tem medo de que?", com a palestrante Vera Regina Lignelli Otero e o tema “Conversando e discutindo sobre drogas’, que será ministrado por Sidnei Lira.
http://www.jornaldamidia.com.br/noticias/2011/09/05/Bahia/Psicologos_promovem_palestras_gra.shtml

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Mulheres têm cada vez mais dificuldades em encontrar a cara-metade

04.09.2011 | 03h35

Mulheres têm cada vez mais dificuldades em encontrar a cara-metade

Terra

Você fica chateada quando vê todas as suas amigas casando, namorando sério ou saindo com alguém e só a sua vida afetiva parece não mudar? Pois é, nessas horas, sempre vem a pergunta: porque eu continuo sozinha? Uma forma muito comum de lidar com essa situação é colocando a culpa na escassa oferta de homens ou na falta de tempo.

Mas especialistas costumam dizer que esses argumentos não passam de desculpas esfarrapadas e que o problema pode estar na própria mulher. "Há mulheres que distorcem a realidade e alegam que estão sozinhas por serem exigentes demais. Esta, na verdade, é uma saída para transferir a responsabilidade e não solucionar o problema que está diante dela", opina o psicoterapeuta sexual Dr. Oswaldo Martins Rodrigues Jr., também diretor do Instituto Paulista de Sexualidade.

E alerta: "Essa exigência pode tornar a mulher neurótica, que passa a fazer uso de desculpas como ‘não tem mais homem no mundo’ e ‘homem é tudo sem vergonha’. Esses pensamentos estereotipados e extremados tornam os caminhos para o amor mais difíceis e podem gerar ansiedades e outras emoções negativas", afirma.

Dr. Oswaldo enumerou outros problemas que impedem a mulher de encontrar a cara-metade:

- Tudo ou nada - Se o outro não for do jeito que ela quer, não serve. Isto revela a grande dificuldade da mulher em lidar com o diferente e com as nuances entre extremos.

- Responsabilidade alheia - A mulher acha que o homem é que tem que se responsabilizar por ela. Se ele não pagar as contas desde o primeiro dia, não serve. Este mecanismo de dependência sempre tem um custo: o da subserviência.

- Um relacionamento é para toda a vida - Pode ser, desde que ambos trabalhem para isso juntos e caminhem na mesma direção. Se considerarmos as responsabilidades individuais, teremos o resultado esperado. Caso contrário, o fim do relacionamento já é previsto. Erramos planejando o fim!

- Sem amor não vai dar certo - A expectativa do relacionamento apenas baseado na emoção raramente dará certo. E quando parece que dá certo traz sofrimentos (a exemplo das literaturas clássicas sobre o amor: Tristão e Isolda, Romeu e Julieta, Abelardo e Heloísa). O relacionamento precisa se basear na capacidade dos indivíduos em lidar com o cotidiano, com a rotina necessária para a vida dar certo e um planejamento de futuro existir.

O psicoterapeuta lembra que quanto mais velha uma pessoa fica, mais cristalizada a personalidade. Ou seja, com o tempo nossos defeitos ficam maiores e piores. Portanto, quanto mais uma mulher exigir da outra pessoa para estabelecer um relacionamento, mais difícil será ela alcançar seu objetivo.

Quem pretende deixar de lado a condição de solteira deve inicialmente conhecer as suas próprias motivações pessoais, individuais e emocionais e o que tem feito para satisfazê-las. Compreendendo estes mecanismos, poderá descobrir os motivos pelos quais não atinge os objetivos que considera importantes.

"Depois é hora de a mulher ter bem clara a imagem do que pretende ser e viver nas próximas décadas e o que está disponível para fazer em prol deste futuro", explica Dr. Oswaldo. Feito isso, deve expressar essas necessidades e planos para que o outro possa compreendê-los. E claro, a mulher precisa estar disposta a negociar. "Nessa fase, ela vai descobrir o que poderá conseguir e o quanto poderá deixar de lado, ceder ou admitir que não alcançará, lidando melhor com a frustração que certamente virá", diz Dr. Oswaldo.

O ideal é que a mulher não se acostume a ficar sozinha e administre a vida desta maneira. "O mundo não se modifica apenas por desejarmos que se modifique. Obviamente que querer mudar é apenas o primeiro passo e é necessário tentar! Se não conseguir sozinha, procure ajuda de um profissional", orienta o psicoterapeuta.

domingo, 4 de setembro de 2011

Entenda por que algumas mulheres choram após o sexo

25/05/2011 por psicosaber
Nem sempre a relação sexual traz apenas prazer. Para muita gente, principalmente entre as mulheres, logo após o clímax ocorre tristeza que pode levar às lágrimas.
Além disso, outros fatores podem acarretar em arrependimento depois do sexo.
Se para você é comum sentir-se mal após uma relação sexual saiba que não está sozinha. Para algumas mulheres, a melancolia vai além dos parâmetros aceitáveis e se transforma em sinais de arrependimento. “Mal conhecer a pessoa, transar sem preservativos, tomar a pílula do dia seguinte, além de ter relações com ex de amigas são os principais motivos que levam as mulheres a se sentirem arrependidas”, afirma a psicóloga Carla Cecarello, coordenadora do Projeto AmbSex.
Outro fator que pode causar este terrível sentimento é o uso excessivo de álcool. O abuso de bebidas tende a diminuir o grau de bom senso e dificultar na hora de fazer a melhor escolha. “Principalmente se a pessoa ficou com um mínimo de consciência, ela pode se arrepender de imediato”, aponta a psicóloga.
“Certa vez atendi um paciente que se queixava de arrependimento. Ele relevou ter transado com uma amiga da sua ex-namorada. Dizia estar com remorso, lamentando ter feito aquilo”, relata Carla. A psicóloga expressou espanto, em relação à atitude do rapaz. “Não é comum um homem se sentir desta maneira, isso me surpreendeu”, diz.
Fatores sociais ainda são inibidores do comportamento feminino. Esse empecilho pode levar a constrangimentos e até mesmo ao arrependimento. “Elas não têm os mesmos direitos, são tidas como fáceis e vagabundas, infelizmente ainda passamos por isso”, desabafa Carla Cacarello. Muitas mulheres podem desejar ter um comportamento desinibido, como os homens, e acabam frustradas e chateadas.
É importante ressaltar que, embora o sentimento de tristeza seja relativamente comum, não é normal. Marcelo Rodrigues, economista, 27 anos conta: “Eu já me envolvi com uma garota que chorava durante o sexo, aconteceu duas vezes. Ela não sabia, ou não queria dizer, porque aquilo acontecia. Não ficava um clima legal. Não durou muito, o relacionamento acabou”.
Segundo uma pesquisa realizada pela Universidade de Tecnologia de Queenland, na Austrália, 10% das mulheres sente-se frequentemente tristes após o sexo. O estudo ouviu 200 mulheres e apontou que uma a cada três sofre com esta realidade.
Os pesquisadores chegaram a relacionar este tipo de depressão a abusos sexuais vividos na infância. A vítima passaria a relacionar atos sexuais, mesmo as consentidas, a violência vivida anteriormente. Mas como estudos mostraram uma baixa relação entre estes dois fatores, a hipótese de predisposição biológica passou a ser estudada.
Parece que arrependimento e tristeza são situações corriqueiras. Devemos ficar atentas para que isso não atrapalhe um momento tão especial, já que o sexo deve servir para nos sentirmos bem e felizes. Antes que a relação seja abalada é bom procurar orientação médica.
Por Bianca de Souza
Via: Pavablog

As mulheres, o sexo e a psicanálise


As mulheres, o sexo e a psicanálise de Cronenberg dominam o Festival de Veneza 
Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR 
03/09/2011 | 19h04 | Cinema


O confronto entre os pais da psicanálise, Carl Jung e Sigmund Freud, a partir da turbulenta relação sexual com a paciente e analista russa Sabina Spielrein, tema do filme "Um método perigoso", do canadense David Cronenberg, fez das mulheres a grandes protagonistas nesta sexta-feira do Festival de Veneza.
Com o charmoso Viggo Mortensen no papel de Freud, o filme de Cronenberg se inspira em fatos realmente ocorridos e, em particular, na atormentada relação entre o dr. Jung e a bela Sabina Spielrein, interpretada pela atriz Keira Knightley.
A histórica rivalidade entre os dois psiquiatras, por uma questão de método entre o mentor Freud e seu pupilo Jung, é descrita através de um complexo tecido de teorias analíticas e corpos, pensamentos e palavras submetido às convenções da época, o início do século XX.
"Aderir ao projeto de Cronenberg foi um compromisso notável do ponto de vista psicológico e emotivo. Foi uma viagem antes de tudo interior, diferente do filme que acabo de rodar com o brasileiro Walter Salles", declarou Mortensen, ao comparar sua recente experiência em "Pé na estrada" ("On the road"), baseado no livro de Jack Kerouak.

O filme, que compete em Veneza pelo Leão de Ouro, dividiu a crítica cinematográfica, pela maneira como aborda a ruptura entre os dois grandes intelectuais, devido em parte à controvertida relação sexual e afetiva que Jung estabelece com sua paciente, quebrando todo princípio ético.
Rodada entre a fronteira suíço-alemã e a Áustria, o filme tende a explorar mais a mentalidade masculina dos psicanalistas, pioneiros em seu campo, e que usavam a revolucionária "Terapia das palavras" para curar as enfermidades mentais.
"′Fico excitada quando me pagam, gosto das humilhações", confessa Sabina a seu jovem psiquiatra Jung (o ator Michael Fassbender, de "Jane Eyre"), que se converterá em seu amante e se prestará a seus jogos masoquistas, descritos como cenas eróticas pudicas.
Escrito pelo roteirista Oscar Christopher Hampton, vencedor em 1988 de um Oscar por sua adaptação de "Ligações perigosas", o filme se aprofunda pouco na poderosa figura de Sabina, historicamente pouco conhecida, que foi fuzilada na Rússia pelos nazistas e cujas instituições clínicas proporcionaram as bases para as teorias de Freud.
"Sabina deu uma contribuição importante à Teoria Psicanalítica, o que não se sabia até que descobriram suas cartas para Freud e Jung", comentou Cronenberg.
Igualmente pudicas são as cenas da atriz italiana Monica Bellucci nua no francês "Um verão quente", de Philippe Garrel, outro filme apresentado nesta sexta em competição, sobre as contradições de um casal formado por uma bela senhora de idade e seu jovem companheiro, 19 anos mais jovem, que acaba cometendo suicídio.
Da AFP Paris

Parir e gozar

Numa reportagem sem vergonha, a relação entre maternidade e sexualidade
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14.05.2009 | Texto por Fernanda Danelon Fotos Roberta Dabdab Ilustração Milena Galli e Rafaela Ranzani
Prepare-se para quebrar o paradigma de que parir é sofrer. Pela primeira vez numa revista feminina brasileira, a relação entre maternidade e sexualidade – sem tabus
Kalu Brum tem 29 anos e é mãe de Miguel, nascido há dois de forma natural. Ninguém melhor do que ela para descrever o parto: “Lembro da sensação quente, do escorregar daquele pequeno corpo pelas minhas entranhas. Eu estava ali, nua, fêmea, selvagem, desfrutando do prazer mais intenso que já vivi. Um longo orgasmo selou sua passagem para esta vida, quebrando com o paradigma de que nascer é sofrer”.
Gozar no parto, como assim? Qualquer menina com mais de 15 anos sabe a resposta sobre “a pior dor que existe”: “A do parto, claro!”. Mas, para as mulheres que passaram por uma experiência de parto natural, há uma opinião unânime: é possível sentir as contrações com prazer. Isso porque a mulher, assim como cada fêmea do reino animal, possui um sistema reprodutivo perfeitamente organizado para a manutenção da espécie, garantindo que gestar e parir sejam experiências seguras – e até prazerosas. Num parto normal, livre de intervenções médicas, o organismo se encarrega de produzir os próprios analgésicos. Tudo bem, isso você já sabe, já viu no Discovery Home and Health, já leu no blog de uma amiga natureba. Provavelmente, porém, você desconhece mulheres que relatam verdadeiros orgasmos durante o parto. “É lógico que a mulher pode ter uma experiência prazerosa e estimulante ao parir. Nem todo parto resulta num orgasmo, mas se tudo ocorrer de forma equilibrada, e a mulher não fizer uso de analgesia, é perfeitamente possível que ela tenha um momento de grande prazer, principalmente na hora da expulsão do bebê”, afirma Carlos Czeresnia, ginecologista obstetra que acompanha partos há 35 anos e que, entre outras coisas, foi chefe do setor de ginecologia do Pronto Socorro do Hospital das Clínicas/FMUSP e é especialista em reprodução humana. “Os movimentos de distensão e contração do períneo no momento em que o bebê vai sair são muito semelhantes à sensação do orgasmo. E o cérebro interpreta esses estímulos neurais com respostas de prazer. O parto e o orgasmo percorrem o mesmo caminho neurológico”, completa.

Jato de prazer
O assunto, tratado como tabu por muito tempo, tem vindo à tona em conversas de recém-mães. E também por causa de um documentário que rodou os festivais de cinema do mundo, o Orgasmic Birth (veja box). “O parto é um ato fisiológico e não cirúrgico. Durante o trabalho de parto, o principal hormônio produzido, responsável pelas contrações do útero, é a ocitocina, liberada em situa­ções de prazer. Esse hormônio é produzido em jato, por exemplo, durante o orgasmo feminino e também na amamentação”, esclarece. Adaílton Salvatore, ginecologista obstetra, especialista em homeopatia e acupuntura. Com mais de 1.600 partos no currículo – 65% deles normais – e passagens por maternidades na França, na Alemanha e na Inglaterra, o médico explica que, durante o trabalho de parto, muitas glândulas funcionam ao mesmo tempo e são muitos os hormônios atuantes. Entre eles, estão os opioides endógenos, cuja molécula, semelhante à do ópio, provoca um estado de euforia, alegria, leveza. “Nesse contexto, o parto pode ser visto como um rito de passagem.”

Respira e goza

Para sentir prazer no parto, a mulher não pode ter medo. A sensação de perigo alerta o cérebro, que acaba por produzir mais adrenalina – inibidora da ocitocina –, deixando corpo e mente sob estresse. Mas medidas simples podem ser tomadas para que tudo aconteça de forma equilibrada, permitindo que o sistema límbico, parte mais primitiva do cérebro, produza as substâncias necessárias a essa orquestração hormonal. “Um parto próximo do ideal é aquele em que a mulher pode esquecer a razão, se desligar do funcionamento racional do cérebro, representado pelo neocórtex”, explica a psicanalista Vera Iaconelli, do Instituto Sedes Sapientiae. “A mulher tem direito a relaxar, a não ser interrompida, a ficar em contato com o seu corpo. O trabalho de parto implica um funcionamento muito primitivo, que ocorre em situações excepcionais, como durante o sexo”, compara.
Geralmente expostas a ambientes com luz forte, barulhos, gente entrando e saindo, as parturientes não conseguem relaxar: “Não dá para ter prazer no parto com medo, assim como não dá para ter prazer no sexo se estiver amedrontada. Para ter prazer sexual você precisa de intimidade. Só assim é possível desligar o neocórtex. Sob pressão, ninguém tem prazer”, ressalta Ana Cristina Duarte, doula (profissional que garante o bem-estar da mulher durante o parto) e parteira formada no ano passado na primeira turma do curso superior de obstetrícia da USP, rea­berto em 2005 após 33 anos de extinção.
Sheila Ribeiro, quando pariu sua segunda filha, estava no lugar mais íntimo do mundo, sua casa. Ela já tinha sentido um orgasmo durante a expulsão da primogênita, Thalita. Mas a dilatação ocorreu de maneira tão rápida e indolor no segundo parto que Naiara nasceu de repente, desassistida por médicos e enfermeiras. “De cócoras, tive o maior orgasmo da minha vida, com aquela sensação que partiu da vagina e percorreu meu corpo inteiro, da ponta do dedão ao último fio de cabelo”, confessa. A advogada, hoje com 49 anos, atribui a “maravilhosa experiência” ao seu estilo de vida saudável, à prática de exercícios, ao tratamento homeopático. Sua teoria encontra respaldo na maneira como pensa – e trata as pacientes – o doutor Adaílton. Para ele, o primitivo está completamente esquecido hoje, afinal, vivemos na era da razão. “Pensamos: ‘Para que caminhar, se posso ficar em casa e produzir algo?’. A atividade física perdeu para a intelectual. Nesse clima competitivo, a mulher vive sob adrenalina, fabricando mais testosterona”, afirma o médico, que argumenta que o sistema imunológico de muitas mulheres está desvitalizado. Atribui isso ao estilo de vida da maioria da população, que come alimentos refinados, pobres em oligoelementos (microminerais fundamentais para a formação de enzimas vitais). “Tudo isso altera nossa fisiologia. O trabalho de parto é uma maratona, o organismo precisa estar bem. Ouça os gritos de uma mulher durante o parto: são guturais. Urros instintivos que emergem da parte mais primitiva de seu cérebro.”
Armadilha
Debra Pascali-Bonaro, doula há 26 anos, mãe de três filhos de parto natural, conhece essa história: “O parto possibilita uma nova perspectiva de si mesma. As mulheres que têm um parto prazeroso sentem-se confiantes, conscientes de seus poderes. Temos que questionar o sistema que medicalizou o parto, pois muitas mulheres perdem a oportunidade, profundamente transformadora, que pode ser dar à luz”, diz a americana, autora do documentário Orgasmic Birth.
Assim como Debra, as 15 mulheres ouvidas para esta reportagem concordam que, muitas vezes, os esquemas dos médicos acabam impedindo que a mulher experimente esse prazer. Ao mesmo tempo, elas constatam que isso também pode virar uma armadilha. Além de “ter que” ser linda, superprofissional, boa mãe, ter parto normal, só faltava a mulher “ter que” sentir prazer ao parir: “A ideia é resgatar a naturalidade do parto e, assim, também a sexualidade inerente a ele. Mas idealizá-lo pode gerar frustração”, destaca Vera, seguida por Ana Cris, a doula: “É perigoso colocar o orgasmo como um objetivo”. Entenda-se: para permitir que o menor diâmetro da cabeça se molde para atravessar a pelve materna, o bebê costuma se virar em algum momento. “Ao passar pelo canal de parto (vagina), ele apoia a parte de trás da cabeça, o cocuruto, bem onde está o clitóris, para fazer um movimento rotativo e poder sair. Esse apoio se dá em uma região repleta de receptores de prazer. Além disso, a cabeça do bebê funciona como um rolo compressor, relaxando e tonificando os músculos da pelve”, explica o doutor Adaílton.
Professora da técnica corporal Alexander, Ana Thomaz, 42 anos, gargalhava durante as contrações: “Eu não acreditava que estava tendo um parto orgásmico! Já tinha ouvido falar nisso, mas não nutri nenhuma expectativa nesse sentido”, conta. Talvez tenha sido justamente essa falta de expectativa que a tenha levado a um parto prazeroso. “A gestante precisa buscar informações além dos consultórios. Muitos médicos desestimulam o desejo de um parto normal, então é melhor encontrar um profissional que abra o maior leque de possibilidades”, aconselha a psicanalista Vera.
Tão imprevisível quanto o prazer ao amamentar, capítulo seguinte ao parto, quando muitas mulheres se assustam ou se envergonham da sensação prazerosa que têm ao dar de mamar. “Por que a natureza colocou receptores de prazer no mamilo? A mama é para o filhote e a mulher deve, sim, sentir prazer. Todos esses hormônios que ela produz, a endorfina, a ocitocina, vão para o leite do bebê”, afirma Ana Cris, antes de concluir: “Mas a amamentação é politicamente correta, cena plácida, que recebe campanhas de incentivo. Mas prazer no parto? Como assim, é louca?”.

SEGREDO BEM GUARDADO

Após trabalhar por mais de duas décadas assistindo partos, a doula e educadora perinatal Debra Pascali-Bonaro percebeu que a mídia norte-americana tratava o nascimento como uma questão de emergência médica. “Por que ninguém falava sobre a natureza sensual do parto, do êxtase que ele pode proporcionar?” Começou, então, a falar do assunto para pequenos grupos de gestantes. Mas não estava satisfeita, queria contar para um grande número de pessoas. E foi dormindo que Debra teve o insight. “Tive um sonho com o filme e, quando acordei, tinha encontrado a fórmula!” Ao registrar o aspecto sexual do nascimento através da história de 11 casais que optaram pelo parto normal, o filme, intitulado Orgasmic Birth, causou comoção no circuito mundial de festivais quando foi lançado, em 2007. Foi exibido, inclusive, durante o Festival do Rio 2008. “Já rodou em 31 países. Não tinha ideia de que este seria um assunto de tanto interesse no mundo todo”, diz Debra. “Acho fundamental que os casais grávidos ouçam histórias de quem teve um parto prazeroso. Ao assistir ao filme, uma nova perspectiva se abre a quem espera uma criança. Brinco que o documentário revela um segredo bem guardado. Afinal, se a mulher não conhece suas opções, então ela não tem nenhuma.” Vai lá: www.orgasmicbirth.com

“SENTIA QUE TINHA VIRADO BICHO”
POR DANIELA BUONO*

“Passei dias trabalhando na edição de um vídeo que quase me enlouqueceu. No dia da entrega, fui ao banheiro e, de repente, chuáááá: ‘Caraca, a bolsa estourou!’. Fiquei aflita e chamei o editor. ‘Fala sério, Dani! Não tenho a menor ideia do que fazer numa hora dessas.’ Nem eu tinha. Fiquei lá mais um pouco, sentada, retomando as lições aprendidas nos últimos meses. Estava com 36 semanas e três dias, o que significava que minha bebê ainda estava prematura. O que seria do meu sonho de ter um parto natural? ‘80% a 90% de chance de ser um parto normal’, disse o médico. ‘Mas precisamos que você entre em TP (trabalho de parto) nas próximas 24horas’, completou. Flávio me pegou e fomos para a maternidade. Tomei um banho e me sentia tão feliz... Parecia que estava me preparando para casar. Tinha certeza de que daria tudo certo!
A doula me aconselhou a relaxar porque a adrenalina podia atrapalhar a ação da ocitocina, o hormônio que eu precisava produzir para começar o TP. As contrações já estavam fortes, mas suportáveis. Senti um imenso prazer por perceber que a hora estava chegando. Sentia dor, mas também prazer e muita emoção. A cada contração, uma força maior me atravessava. E essa força ia, pouco a pouco, me conectando a todas as minhas ancestrais, como se elas estivessem me contando um segredo. Procurava toda hora os olhos do Flávio, como se precisasse passar um pouco daquela energia pra ele.
Aí a dor aumentou muito e eu já não achava posição. Os gemidos aumentaram, eu estava começando a temer aquela dor. Parecia mais forte do que eu. Fui para o chuveiro e algo sobrenatural aconteceu: sentia que tinha virado bicho. Não havia mais razão, eu era puro instinto! Estava concentradíssima em me deixar abrir para o neném passar. Finalmente, dilatação total. Numa determinada contração, senti o tal anel de fogo, a bebê passando pela vagina. Fiz o dobro de força. Dei um grito e senti um enorme alívio: passou cabeça e corpo de uma vez. ‘Nasceu, Dâ! Nasceu a Maria Clara, meu amor!’, disse o Flávio, superemocionado. Na hora em que ela saiu, ele começou a gemer de êxtase...”

* Daniela Buono
, 35 anos, é jornalista, roteirista e diretora de vídeo.
Além de Maria Clara, de 4 anos, é mãe de Bebel, de 1.