domingo, 31 de julho de 2011

A história do fetiche

A história do fetiche

Segundo o dicionário Larousse Cultural, a palavra de origem francesa fetiche diz de um "objeto natural ou artificial, ao qual são atribuídas propriedades mágicas ou o qual se venera como sobrenatural". Caindo pra psicanálise, esse ato de atribuir valores simbólicos a algo é o fetichismo, atitude geradora de desejo, prévia sexual. A idéia é que o culto ao fetiche pode, algumas vezes, ser mais valorizado que o que ato sexual em si.

A história do fetiche é bastante rica em detalhes por causa da evolução de conceitos e valores humanos. Existem duas vertentes que teorizam sua origem de formas distintas. Uma considera o fetiche como sendo, praticamente, inerente ao homem, na medida em que tratam a história do fetiche como sendo paralela à história do homem. Assim, como não podia deixar de ser, um dos fenômenos mais descritos são as mulheres chinesas tendo que usar sapatos pequenos para atrofiar os pés.

Mas não são todos que seguem essa teoria. Muitos filósofos e estudiosos do comportamento humano consideram o fetiche uma atitude guiada pelo desejo, surgida apenas entre os séculos 18 e 19, na Europa. Alfred Binet, pensador francês, foi o primeiro a utilizar a palavra como a entendemos hoje, em seu ensaio Le Fetichismo dans L'amour (O fetichismo no amor), em 1887.

Estágios do Fetiche

O fetichista pode ter quatro diferentes estágios de comportamento. O "Parcialismo" é considerado o primeiro passo, quando existe apenas uma certa preferência por determinado parceiro, estímulo ou atividade sexual. No segundo, temos o fetichismo um pouco mais intenso, onde a preferência já é mais evidente. Quer dizer, a relação sexual pode acontecer sem a presença do fetiche, mas é muito provável que tal fetiche acabe entrando em cena. O terceiro é o grau dos "Moderados", quando um estímulo sexual é necessário para a performance e o envolvimento sexual. Aí, já é comum o fetichista se focar de tal forma no objeto, que este passa a ser a chave do seu interesse e/ou atividade sexual. E, finalmente, o último estágio é quando temos a substituição do ato e do parceiro sexual pelo fetiche em questão.

Sexo, fetiche e moda

Roupa é, quase que por definição, a linguagem do corpo. E por isso, consiste num diálogo permanente com o mundo que nos cerca. A primeira assimilação entre o nu e o pecado é na história de Adão e Eva, quando o sexo aparece como sinônimo de pecado. Esse tabu acompanhou a humanidade, sempre valorizando a obsessão por se manter todas as possíveis e imagináveis partes do corpo escondidas. É nos idos do século 16 que a ousadia começa a entrar em cena com corpetes, chapéus, golas, sapatos. Ainda assim mantinha-se o intuito de esconder os segredos do corpo feminino - só que o enigma começava a ser instaurado. E junto com o enigma, o desejo crescia.

Fazendo uma ponte para a realidade nossa, podemos observar as proporções tomadas pelo tal enigma. Nos anos 60, tivemos seriados de televisão como Os Vingadores, no qual Diana Rigg fazia o papel de uma mulher poderosa e sensual chamada Emma Peel, que usava botas bizarras e um macacão de couro estilo catsuit (fantasia felina). Trinta anos depois Michelle Pfeiffer dá provas de perfeito entendimento com o assunto em "Batman - O Retorno".

Em termos de estilo mais propriamente dito, uma das mais importantes referências para o fetiche é Jean Paul Gaultier. Inesquecível o espartilho criado para Madonna em sua turnê "Blonde Ambition". E o estilo correntes e coleiras dos punks acabou sendo adaptado pelo visual moderninho de alguns gays clubbers.
Já no lado mais grotesco do fetichismo, o do erotismo perverso e sado-masoquista é também fetichismo chique presente no ensaio fotográfico de Helmut Newton (veja livros do gênero na Taschen).

Mas o erotismo e a sensualidade na sociedade ocidental não são somente em função de um objeto. A ausência de algo, um cheiro, um pensamento também são considerados fetiche, pois também motivam e induzem ao prazer. Por exemplo, quando perguntaram para Marylin Monroe o que ela usava para dormir e ela repondeu "duas gotas de Channel n.5". Ou ainda quando Brooke Shields em um filme publicitário marcou o erotismo quando dizia que "entre ela e seu jeans não havia nenhuma outra pecinha".

Fonte: Mood.
http://insidecosmeticos.blogspot.com/2011/07/historia-do-fetiche.html?spref=tw

Nenhum comentário:

Postar um comentário