30-05-2012 18:36
Huíla
Lubango, Angola - A directora clínica da Maternidade Central do Lubango “Irene Neto”, Luísa Ferreira, considerou hoje, nesta cidade, necessário que se incorpore, na disciplina de educação moral e cívica, aspectos ligados à sexualidade.
Em declarações à Angop, a propósito do Dia Internacional de Acção pela Saúde da Mulher (30 de Maio), disse que isso permitirá romper o tabu em volta da matéria e melhorar a saúde na mulher, dentro de pelo menos 10 anos.
Considerou pertinente trabalhar-se nas escolas e igrejas, com debates em torno da sexualidade, educação sexual e do sexo seguro, tanto com os jovens, quanto com adolescentes.
Para si, deve ser adoptada esta medida porque os professores não conseguem falar com os alunos sobre a sexualidade, assim como os encarregados de educação, devido ao tabu da sociedade angolana, na qual os adolescentes praticam o sexo de modo irresponsável por falta de orientação.
“Falar da saúde da mulher não implica apenas falar de doenças, mas do seu bem-estar, a começar pela facilidade no acesso às escolas e educação, com a implementação de campanhas de prevenção para explicar às adolescentes a necessidade de abdicarem do sexo deliberado e evitarem gravidezes indesejadas”, disse.
De acordo com a entrevistada, quando as adolescentes se deixam engravidar, nem sempre os seus pais dispõem de condições para manter os seus estudos, sendo elas obrigadas a abandoná-los, muitas vezes aos 15 ou 16 anos de idade (7ª/8ª classes), comprometendo a vida social.
Por esta razão, Luísa Ferreira considerou que a saúde da mulher está em risco, pois a maior parte delas que chega às maternidades é menor de 20 anos, sem lares constituídos e desprovida de emprego, acarretando uma série de consequências, quer para a saúde física, quer psicológicas e sociais.
Para a médica, falar da saúde da mulher deve ser uma práticas desde a adolescência, pois daí advêm as consequências na vida adulta da mulher, porque a adolescente já vai para a juventude com dificuldades em adquirir emprego, numa altura em que as exigências são maiores em termos de formação.
O Dia Internacional de Acção pela Saúde da Mulher está a ser comemorado com reflexões em torno das “Principais causas da Mortalidade Materna em Angola”, “Consequências da gravidez na adolescência ”, “Importância e papel do agente comunitário na saúde” e “Humanização na assistência de enfermagem no parto”.
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