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domingo, 9 de junho de 2013

Aids diminui entre jovens adultos em SP, mas aumenta entre idosos

Ter14/05/13 - 08h44

Número de novos casos da doença em pessoas de 15 a 39 anos recuou 35% e notificações de pessoas com mais de 60 anos aumentaram 26%

O número de casos de jovens adultos com Aids registrou caiu 35% nos últimos 10 anos. No mesmo período, cresceu 26% o número de notificações da doença em pessoas com 60 anos ou mais. De 2001 a 2011, o número de novos casos de contaminação por HIV em pessoas de 15 a 39 anos caiu de 6.669 para 4.338. Em contrapartida, passou de 253 para 311 o número de notificações de Aids entre pessoas de 60 anos ou mais.

Os dados fazem parte do Boletim Epidemiológico do CRT (Centro de Referência e Treinamento) DST/Aids, da Secretaria da Saúde do Estado

A médica Carmen Silvia Bruniera Domingues, do CRT DST/Aids, destaca que a maior parte das pessoas contaminadas na terceira idade é heterossexual. "O diagnóstico tardio pode acontecer por puro preconceito social em relação ao sexo, com demonstração de vergonha por parte do individuo infectado", diz. Até 2007, a proporção de infecção era de dois homens para cada mulher. A partir de 2008, passou a ser de um homem para cada mulher contaminada.

Um dos fatores que podem explicar o aumento da incidência do HIV entre a população da terceira idade é a mudança comportamental. Com o aumento das atividades sexuais entre pessoas com mais de 60 anos, esta população fica mais vulnerável a doenças sexualmente transmissíveis, como a Aids.

Atendimento ao idoso

O Instituto de Infectologia Emílio Ribas, na capital, possui um ambulatório voltado exclusivamente ao atendimento do idoso. Cerca de 300 pacientes realizam são acompanhados.

No IPGG (Instituto Paulista de Geriatria e Gerontologia), também na capital, são realizadas atividades de orientação sobre as doenças sexualmente transmissíveis e a Aids na terceira idade. Além disto, uma vez por mês, no baile que o Instituto realiza às sextas-feiras, profissionais tiram dúvida sobre o uso de preservativo. Também é possível retirar camisinhas gratuitamente.

Do Portal do Governo do Estado

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Livro narra a história do tratamento da Aids no Brasil


O programa brasileiro de combate à Aids, que prevê o fornecimento universal e gratuito de antirretrovirais na rede pública, é considerado um dos mais bem-sucedidos do mundo. Mas para se adequar ao contexto atual, seria preciso dobrar o número de pacientes atendidos – possível apenas com a ampliação da oferta de testes de HIV, maior investimento em genéricos e adoção de uma postura agressiva na negociação de preços dos remédios importados.
A análise é de Mário Scheffer, professor do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), no livro Coquetel: a incrível história dos antirretrovirais e do tratamento da Aids no Brasil, lançado em dezembro pelas editoras Hucitec e Sobravime.
A obra reúne pesquisas realizadas por Scheffer durante seu doutorado e pós-doutorado, este último com apoio da FAPESP e orientação do professor da FMUSP Euclides Ayres de Castilho. Agrega ainda a experiência do autor como ativista na luta contra a Aids desde 1988.
Na primeira parte do livro, Scheffer narra a evolução dos antirretrovirais desde o surgimento do AZT (zidovudina), em 1986, até os dias de hoje. Relata também a trajetória de incorporação da terapia no Sistema Único de Saúde (SUS).
“Antes do AZT, a Aids era uma sentença de morte. Em 1991, surgem outras drogas da mesma classe e tem início a terapia dupla, ainda com benefícios efêmeros. Foi a partir de 1995, quando surgiu uma nova classe de medicamentos conhecida como inibidores de protease, que houve a grande revolução no tratamento”, afirmou.
Nessa época, contou Scheffer, descobriu-se que, ao combinar drogas com atuação em diferentes fases do ciclo de replicação do HIV, era possível controlar o vírus. Surge o conceito de coquetel e a Aids se torna potencialmente uma doença crônica.
“A tecnologia dos antirretrovirais evoluiu muito rápido e foram surgindo drogas com menos efeitos colaterais, mais fáceis de serem tomadas. O Brasil acompanhou essa evolução, com certo atraso em alguns casos”, disse.
Das 30 marcas de antirretrovirais atualmente disponíveis no mundo, 21 são fornecidas pelo SUS e beneficiam cerca de 250 mil pacientes. Para Scheffer, isso só foi possível graças a uma conjunção de fatores favoráveis ocorrida no final da década de 1980 e início dos anos 1990.
“A epidemia se instala no Brasil na época em que o SUS tinha acabado de ser criado e que estavam acontecendo movimentos importantes sob a bandeira da saúde como direito de todos”, contou.
Além disso, a doença afetou no início uma população já estigmatizada e, por isso, organizada para lutar por seus direitos. “Graças à intensa mobilização das ONGs e ao ambiente político favorável, em 1996 foi tomada a decisão certa de se criar uma lei federal para reforçar a obrigação do SUS de fornecer o tratamento”, relembrou Scheffer.
Novo papel
A partir de 2008, começam a surgir evidências de que os antirretrovirais seriam importantes não apenas para o tratamento como também para a prevenção da Aids. “Estudos mostraram que quanto antes você diagnostica e trata a doença, não apenas o benefício individual é maior como também o coletivo, pois o risco de transmissão do vírus é reduzido”, disse Scheffer.
Em 2012, o novo consenso terapêutico brasileiro antecipou o início do tratamento para os soropositivos. Até então, os antirretrovirais só eram indicados quando a contagem de células de defesa (CD4) fosse inferior a 350 por milímetros cúbicos (mm³) de sangue. O novo valor de corte passou a ser 500/mm³, o que representa a entrada de um grande número de pessoas no programa.
Além disso, o Brasil passou a oferecer o chamado coquetel do dia seguinte, que deve ser tomado após a exposição acidental ao vírus no caso de estupro ou acidente de trabalho. Em alguns países, como a França, tem sido recomendado também depois de relação sexual sem preservativos com parceiro infectado.
“O número de pessoas que entra no programa por ano aumenta relativamente pouco – cerca de 30 mil. Mas agora será preciso ampliar o acesso. O Brasil tem necessidade e condições de dobrar o número de atendidos. Para isso, precisa aumentar a oferta do teste rápido de HIV e rever o programa de Aids, ou ele não será sustentável em um sistema subfinanciado como o SUS”, afirmou.
Segundo o pesquisador, o Brasil fabrica 10 dos 21 medicamentos fornecidos na rede pública, mas os preços dos genéricos não são competitivos quando comparados aos remédios de marca.
Além de investir na capacidade nacional de produção, de acordo com Scheffer, é preciso melhorar a negociação de preços dos medicamentos importados e discutir a possibilidade de serem quebradas novas patentes. “O Brasil hoje paga mais caro do que outros países. O Ministério da Saúde é o único comprador e, portanto, tem a faca e o queijo na mão para regular o preço.”
Outros fatores a serem considerados, segundo o autor, é a incapacidade dos serviços de saúde superlotados para assumir a nova parcela de pacientes incluídos no programa, o elevado índice de diagnóstico tardio e a alta mortalidade que persiste no Brasil – cerca de 12 mil soropositivos por ano.
“Todas essas questões precisam ser revistas. Não só para manter as conquistas, mas para avançar”, disse Scheffer.
Agência Fapesp
http://www.jb.com.br/ciencia-e-tecnologia/noticias/2013/01/14/livro-narra-a-historia-do-tratamento-da-aids-no-brasil/

terça-feira, 24 de julho de 2012

Pesquisadores recomendam tratamento com antirretroviral a todos os pacientes infectados pelo HIV


Para especialistas, terapia controla não só os sintomas da aids, mas evita doenças cardiovasculares, problemas renais e outras complicações de saúde

Modelo tridimensional do vírus da aids
Modelo tridimensional do vírus da aids: diretrizes indicam que todos os pacientes infectados recebam tratamento com antirretroviral (Centro Nacional de Biotecnología (CSIC) / Comunicación CSIC)
Especialistas recomendaram, pela primeira vez, que todos os pacientes infectados pelo vírus HIV sejam tratados com antirretrovirais, mesmo se o impacto do vírus no sistema imunológico deles se mostre pequeno. As diretrizes foram estabelecidas pela Sociedade Internacional Antiviral (IAS, sigla em inglês) e publicadas nesta semana no Journal of the American Medical Association (JAMA), periódico que dedicou sua última edição a pesquisas em torno da aids, aproveitando a realização da Conferência Internacional de Aids 2012, que acontece até a próxima sexta-feira em Washington, nos Estados Unidos.

Saiba mais

ANTIRRETROVIRAIS
Esse grupo de medicamentos surgiu na década de 1980 e atua no organismo impedindo a multiplicação do vírus. Eles não matam o HIV, mas ajudam a evitar que ele se reproduza e enfraqueça o sistema imunológico da pessoa infectada. Por isso, seu uso é fundamental para prolongar o tempo e a qualidade de vida do portador de aids. Desde 1996, o Brasil distribui gratuitamente o coquetel antiaids para todos que necessitam de tratamento. Atualmente, existem 19 medicamentos, divididos em cinco classes diferentes. Para combater o HIV é necessário utilizar pelo menos três antirretrovirais combinados, sendo dois medicamentos de classes diferentes.
Os pesquisadores da IAS citaram novas evidências de que a infecção com o vírus da imunodeficiência não tratada causa aids e pode levar a vários outros problemas, incluindo doenças cardiovasculares e renais. Além disso, dados mostraram que a terapia com antirretrovirais não só reduz o risco de uma pessoa infectada transmitir o vírus a outra, mas também diminui as chances de uma pessoa saudável, mas que apresenta alto risco de contrair o vírus, seja infectada.
“Não estamos mais apenas concentrados nas infecções tradicionais da aids. Sabemos que o HIV está danificando o corpo a todo momento em que não está controlado”, afirmou Melanie Thompson, pesquisadora do Consórcio de Pesquisa do HIV em Atlanta e membro do painel da IAS. De acordo com a especialista, as recomendações são globais, mas principalmente focada em países ricos, que podem cobrir os custos das medicações.
“As drogas são convenientes, têm poucos efeitos colaterais e seus benefícios estão se tornando cada vez mais claros, tanto para as pessoas infectadas quanto do ponto de vista da saúde pública”, diz Paul Volberding, diretor do Centro de Pesquisa de Aids da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, e outro membro do painel.
Tratamento — Em 2008, o mesmo painel da IAS recomendou que a terapia com antirretrovirais deveria começar quando o número de linfócitos CD4 (células do sistema imunológico) da pessoa infectada atingisse 350 células por mililitro de sangue — o que hoje é o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Em geral, o paciente infectado pelo vírus HIV que não apresenta sintomas somente recebe o tratamento quando há menos de 250 ou 200 células CD4 por mililitro de sangue. Um adulto saudável tem entre 500 e 1.200 células CD4 por mililitro de sangue. O início do tratamento costuma ser protelado para evitar a resistência do HIV aos remédios e seus efeitos colaterais. No entanto, segundo a IAS, novos medicamentos mais seguros permitem antecipar a terapia.
Esperança — Na abertura da Conferência Internacional de Aids 2012, neste domingo, os pesquisadores se mostraram esperançosos em relação à possibilidade do fim da pandemia da doença, especialmente graças a um arsenal de novos tratamentos contra o vírus HIV — mesmo que ainda não se fale em cura da aids.
Para o diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas (Niaid, sigla em inglês) dos Estados Unidos, Anthony Fauci, o fim da pandemia pode vir com o fim da transmissão da doença. O virólogo baseia suas esperanças principalmente nos resultados de testes clínicos que mostraram que os antirretrovirais podem reduzir de maneira significativa o risco de transmissão em pessoas saudáveis, e não apenas controlar o vírus naquelas que estão infectadas. Para o médico Gottfried Hirnschall, encarregado do relatório sobre a Aids da Organização Mundial de Saúde (OMS), isso será, provavelmente, o centro das conversas da conferência.
Clique nas perguntas abaixo para saber mais sobre a aids:


*O conteúdo destes vídeos é um serviço de informação e não pode substituir uma consulta médica. Em caso de problemas de saúde, procure um médico.
(Com agências Estado e France-Presse)

segunda-feira, 16 de julho de 2012

´Cuidando Deles´: Barong e Anglo American exibem filme sobre saúde dos homens em Niquelândia, Goiás



14/07/2012 - 18h30

__Silvia Almeira e Marta McBritton

“Cuidando Deles”. O nome do documentário produzido pelo Instituto Cultural Barong, em parceria com a mineradora Anglo American, e exibido pela primeira vez nessa sexta-feira, 13 de julho, Dia do Homem, já sugere o objetivo do filme. “Costumamos dizer que o vídeo é um disparador temático na abordagem da sexualidade, prevenção e autocuidado masculino”, explica a sexóloga e psicóloga do Barong, Regiane Garcia. 

O lançamento oficial ocorreu em Niquelândia, Goiás, local onde a Anglo American tem uma unidade de exploração mineral. Na abertura do evento estiveram presentes, além de Regiane, a coordenadora geral do Barong, Marta McBriton; a assistente de Responsabilidade Social da Anglo American, Silvia Almeida; Márcio Vasconcelos, um dos atores do filme; entre outros. 

Aldemir Dutra assistiu e gostou do filme
Segundo ressalta Regiane, o vídeo busca uma forma mais lúdica de dialogar com os homens sobre prevenção da DST/aids, gravidez indesejada, uso abusivo de álcool, entre outros temas de saúde. 

O ator Márcio Vasconcelos conta que a produção foi diferente de todos os outros trabalhos artísticos que já tinha trabalhado no teatro e no cinema. “Tive que rever meus conceitos como homem em relação ao autocuidado. Acabei aprendendo muito com o vídeo... Estou muito satisfeito com o resultado”, disse.

Silvia Almeida ressaltou a importância do trabalho de responsabilidade social da Anglo American na região. “A saúde é um dos setores que prezamos muito. Temos aqui uma política direcionada à prevenção do HIV e ao atendimento aos portadores das DST, como a aids. Uma necessidade que surgiu pelo fato de a empresa ter nascido na África do Sul, país muito afetado pela epidemia”, comentou.

Um dos participantes do evento foi o assistente administrativo, Aldemir Dutra Ferreira, de 37 anos. Ele elogiou para a Agência de Notícias da Aids o filme, e disse acreditar que os homens irão rever seus conceitos sobre a masculinidade em relação a alguns aspectos da saúde. “As pessoas pensam que conhecem muito sobre as doenças sexualmente transmissíveis, mas, na verdade muitos não conhecem nada. Há muitos casos de homens que não querem perder uma oportunidade com a mulher e praticam sexo, mesmo sem camisinha”, comentou. 

O extensionista rural Masolene Sales Dias, de 46 anos, também participou do evento. Ele esteve no local com sua família e comentou sobre a importância da exibição. “Depois que se pega uma DST, mesmo que ela tenha cura (o que não é o caso da aids), os cuidados são muito mais caras e difíceis, por isso trabalhar com a prevenção é a melhor saída. Estão de parabéns com esse vídeo que traz informação que leva a prevenção de doenças graves”, ressaltou. 

O Instituto Cultural Barong foi fundado em São Paulo em 1995, e conta hoje com uma equipe multidisciplinar de psicólogas, sexólogas, educadores, equipe de arte e agentes de saúde que são selecionados conforme as necessidades das ações. 
O grupo desenvolve com frequência em São Paulo, em Niquelândia e em outras cidades brasileiras projetos de prevenção e educação sexual baseados em estratégias de marketing, que ajudam no incentivo ao uso do preservativo, por exemplo.

O ator Márcio Vasconcelos integrou o elenco de "Cuidando Deles"__


Luciana Barbosa, de Niquelândia, em especial para a Agência de Notícias da Aids

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Inscrições abertas para Congresso em Ribeirão Preto sobre Educação Preventiva em Sexualidade


11/07/2012 - 18h50

A Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP realiza, nos dias 26 e 27 de outubro, a oitava edição do Congresso de Educação Preventiva em Sexualidade, DST/AIDS, Drogas e Violência: interlocuções entre saberes e práticas na educação para a saúde. As inscrições já estão abertas. 

Os interessados em partipar do congresso devem se inscrever no site do evento. As inscrições, que podem ser feitas até 10 de outubro pelo email congressocaesos2012@hotmail.com, custam entre $20,00 e R$150,00. Quem desejar enviar resumos e trabalhos para apresentação no evento também deve enviá-los para o email até o dia 10 de outubro. 

Quem realiza o evento é o Centro Avançado de Educação para a Saúde e orientação sexual: DST, Aids, Drogas e Violência (Caesos). 

Redação da Agência de Notícias da Aids
http://www.agenciaaids.com.br/noticias/interna.php?id=19325

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Maringá (PR): Caso de HIV entre homens cresce 11%


18.02.2012
Levantamento da Secretaria Municipal de Saúde de Maringá mostra que houve um aumento no número de novos casos de infecção pelo vírus HIV entre homens em 2011.

Atualmente no município existem 1.789 casos confirmados da doença. De acordo com o secretário Antônio Carlos Nardi, em 2010 foram registrados 46 homens infectados, enquanto no ano passado foram 53 novos casos.

“O número voltou a crescer, pois os jovens homossexuais deixaram de se cuidar. Depois que a doença “acalmou”, e o grupo de risco passou para os heterossexuais, os jovens gays, que não passaram pela pressão dos anos 80 e 90, relaxaram", analisou a coordenadora do serviço DST/Aids do Município, Eliane Biazon.

Na faixa entre 15 e 24 anos, 22% dos homens infectados em Maringá são homossexuais e 16% se consideram bissexuais. Isso significa que quase 1/3 dos jovens desse grupo mantêm relações com pessoas do mesmo sexo.

CAMPANHA
O foco da campanha do Ministério da Saúde (MS) contra Aids no Carnaval este ano é exatamente este grupo. De 1998 a 2010, o percentual de casos na população heterossexual de 15 a 24 anos caiu 20,1%.

Entre os gays da mesma faixa etária, no entanto, houve aumento de 10,1%.
O número de pessoas infectadas com mais de 60 anos também cresceu em 2011. Em 2010 ouve apenas um caso novo registrado nesta faixa, enquanto que em 2011 foram seis.

Victor Cardoso
Foto: Reprodução

http://www.maringamais.com.br/?pag=noticias_maislidas&id=10898

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Casos de DST dobram entre idosos nos últimos 10 anos


Terceira idade

No Brasil, os casos de aids em idosos também dobraram entre 2000 e 2010

Entre as doenças sexualmente transmissíveis mais comuns entre idosos estão sífilis, clamídia e gonorreia; os novos casos de aids nesse grupo dobraram na última década
Entre as doenças sexualmente transmissíveis mais comuns entre idosos estão sífilis, clamídia e gonorreia; os novos casos de aids nesse grupo dobraram na última década (Thinkstock)
O número de casos de doenças sexualmente transmissíveis (DST) entre pessoas acima dos 50 anos dobrou na última década. O dado alarmante acaba de ser publicado em um editorial do periódico médico Student BMJ. Entre as doenças que despontam na lista de transmissões citadas pelo estudo estão sífilis, clamídia e gonorreia.
No editorial do Student BMJ, os médicos Rachel von Sinson, do King’s College London, e Ranjababu Kulasegaram, do St Thomas’ Hospital London, citam uma pesquisa que mostra que 80% dos adultos entre 50 e 90 anos são sexualmente ativos. Estatísticas mostram um aumento nos casos de sífilis, clamídia e gonorreia na Inglaterra, Estados Unidos e Canadá nas pessoas entre 45 a 64 anos.
Existem ainda poucas pesquisas sobre as razões por trás do aumento no número dessas doenças. Uma das hipóteses é a de que ela se deva às mudanças físicas — mulheres na menopausa são mais vulneráveis a uma DST. Além disso, alguns dados mostram que os homens que usam drogas contra a disfunção erétil têm mais chances de serem diagnosticados com uma DST no primeiro ano de uso do remédio.
De acordo com os autores, de posse desses dados, os médicos deveriam encorajar discussões sobre sexo seguro, independente da idade do paciente. "O profissional não deve deixar de investigar infecções sexualmente transmissíveis em idosos."
Brasil — No Brasil, o Ministério da Saúde não tem dados sobre o índice de transmissões das DSTs, porque a notificação não é obrigatória. A única doença a ter registro é a aids. Segundo dados do Boletim Epidemiológico Aids e DST/2011, feito pelo Ministério, o número de novos casos entre pessoas acima de 50 anos passou de 2.707, em 2000, para 5.521, em 2010 – um aumento de 103%.
De acordo com Jean Gorinshteyn, infectologista responsável pelo Ambulatório do Idoso do Hospital Emílio Ribas, esse aumento no número de casos pode estar sendo causado pela combinação de drogas para disfunção erétil e falta de costume do uso da camisinha. “Essas pessoas não estão acostumadas a usar camisinha, e quando a usavam era para evitar uma concepção indesejada, não uma DST”, diz.
Entre os idosos, os homens são as principais vítimas: no ambulatório coordenado por Gorinshteyn, 75% dos infectados são do sexo masculino. Dos cerca de 120 pacientes (entre homens e mulheres) atendidos no local, 90% têm entre 60 e 65 anos, 80% são heterossexuais e 78% são casados. "A mulher normalmente tem uma baixa na libido com a menopausa. Já o homem, com a existência de drogas contra a disfunção erétil, acaba, muitas vezes, prolongando sua vida sexual”, diz o especialista.

sábado, 28 de janeiro de 2012

ONU exalta programa cubano de luta contra a AIDS


País possui a menor taxa de infecção de HIV em toda a América Latina.
O conselheiro chefe do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Carlos Cortes Falla, elogiou os resultados obtidos por Cuba na prevenção do vírus da AIDS. Segundo Cortes, o país possui a menor taxa de infecção de HIV em toda a América Latina.
Cortes comentou a atuação cubana na área durante o 6º Congresso de Educação, Orientação e Terapia Sexual, realizado em Havana entre terça (24/01) e sexta-feira (27). Para o representante da ONU (Organização das Nações Unidas), o desempenho cubano na prevenção da doença é resultado da disciplina e da organização que as instituições cubanas mostram a respeito do tema.
“O trabalho de instituições como o Cenesex (Centro Nacional para Educação Sexual) e escolas espalhadas pelo país para orientar sobre os riscos da doença tem sido valioso”, afirmou Cortes.
O Congresso Cubano tratou de temas como educação, diversidade e direito sexual, além de doenças crônicas e sexologia clínica. A presidente do Comitê Organizador do evento é a filha do atual presidente cubano Raúl Castro, Mariela Castro Espin.
Dados divulgados pela UNAIDS (Programa das Nações Unidas para a AIDS) em 2010 estimavam em 7,1 mil o número de pessoas infectadas com AIDS em Cuba. O índice corresponde a 0,1% da população adulta com idade entre 15 e 49 anos.
Para se ter uma ideia do desempenho cubano na área, o órgão estima que o Brasil - um exemplo mundial no combate à AIDS - possui entre 0,3 e 0,6% da sua população entre 15 e 49 anos portadora do vírus HIV. Em relação à Argentina, o órgão estima a taxa em 0,5% da população do país.
Um relatório do próprio governo cubano, anexado pelo UNAIDS, com dados de 2010 apontam que o país já não apresenta transmissão da doença por transfusão de sangue ou por aleitamento materno. Segundo aponta o documento, as transmissões da AIDS no país se dão apenas por via sexual.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Ministros do Zimbábue serão circuncidados "para servir de exemplo"


Medida pretende incentivar combate à Aids. Estudos médicos indicam a circuncisão pode reduzir o número de contaminações pelo HIV

Todos os homens do gabinete de ministros do Zimbábue serão circuncidados "para dar exemplo" e tentar reduzir a taxa de infecção do vírus da Aids, em um país em que um em cada sete é soropositivo, anunciou a vice-primeira-ministra do país, Thokozani Khupe.
"Como líderes no governo, devemos dar exemplo para que quando vamos à raiz do problema (aids), se possa entender a importância e os benefícios (da circuncisão)", justificou Thokozani ao jornal governamental "Sunday Mail", quem admitiu que os ministros pensavam que a medida era uma brincadeira quando foi anunciada.
Zimbábue iniciou uma campanha nacional de circuncisão há dois anos, e estima-se que 30 mil homens já tenham se submetido ao procedimento, centrado nos últimos meses especialmente nos maiores de 13 anos.
Estudos médicos indicam que a circuncisão pode reduzir o número de contaminações pelo vírus HIV em até 60%, por isso que as autoridades zimbabuanas têm como objetivo circuncidar 1,2 milhão de homens até 2015.
"Nosso objetivo é que ninguém morra de HIV nem por doenças derivadas da Aids, só podemos conseguir isso quando nossos líderes comecem a marcar certas pautas", acrescentou Khupe.
Um estudo apresentado em junho e elaborado pelo Unicef e o Banco Mundial indica que cerca de 2,5 mil jovens contraem o HIV diariamente no mundo todo, e a África Subsaariana é a região mas afetada pelo vírus do planeta.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Maioria da população acredita que nunca irá se contaminar, diz enfermeira


Coordenadora do Programa DST/AIDS acredita que a informação existe, mas falta mudar os hábitos

27/11/2011 - 11:35
Para evitar a AIDS é preciso usar preservativo em todas as relações sexuais, não compartilhar seringas, agulhas e objetos cortantes. A explicação está na ponta da língua das pessoas e, mesmo assim, o número de infectados pelo HIV – Vírus da Imunodeficiência Humana – continua aumentando. Em Ribeirão Preto, são 1,7 mil pacientes - só em 2010, foram 209 novos casos da doença.
De acordo com a enfermeira sanitarista coordenadora do programa de DST/AIDS de Ribeirão, Fátima Regina de Lima Neves, o problema não é a falta de conhecimento, mas a mudança efetiva dos hábitos. “Informação, a maioria da população tem. Quando a gente pergunta as formas de transmissão do vírus HIV, as pessoas sabem informar corretamente quais são. Mas há uma distância entre informação e mudança de comportamento”, afirma.
Fátima explica que a maioria da população acredita que nunca poderá se contaminar, como se as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) fossem uma realidade distante. Os dados do Programa DST/AIDS comprovam a afirmação: a cada 20 diagnósticos de HIV no município, nove já estão desenvolvendo a doença. “A maioria fica assustada e não adere ao serviço. Quando nos procuram, por conta de algum sintoma, já estão com o vírus manifestado e com quadro avançado da doença”, conta.
A enfermeira afirma que essa atitude é um reflexo da forma como o sexo é tratado pelas famílias, pela escola e até dentro do serviço público de saúde. “Os profissionais ainda têm dificuldade de lidar com questões da sexualidade. As DSTs ainda são tabus muito grandes para os próprios profissionais da saúde. Às vezes nem abordam este assunto”, diz.
A batalha contra a doença ganhou até uma data. O “Dia Mundial da Luta contra a AIDS” é comemorado nesta quinta-feira (1). Na entrevista da semana, o EP Ribeirão destacou alguns pontos polêmicos em relação à transmissão da doença, ao tratamento e às políticas públicas.
Teste rápido
O chamado “teste rápido” tem se popularizado pelo país, como forma precoce de diagnóstico da AIDS. Na última quarta-feira (23), a Secretaria Municipal da Saúde promoveu a campanha “Fique Sabendo”, realizando estes testes nas Praças Sete de Setembro e XV de Novembro, no centro de Ribeirão. Segundo Fátima, o exame surgiu como resultado das pesquisas científicas e da alta tecnologia disponível no país, e pode ser considerado tão confiável quanto o convencional.
Equipe multidisciplinar
A enfermeira afirma que o Brasil é um dos países que mais se destaca pelo aparato tecnológico para diagnóstico e monitoramento da Aids, além da distribuição gratuita dos medicamentos antirretrovirais.
Apesar disso, ainda falha no acolhimento dos pacientes, priorizando o atendimento centralizado no médico infectologista, ao invés de uma equipe multidisciplinar composta por psicólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, entre outros. “O governo financia muito mais a participação do médico e, consequentemente, da equipe de enfermagem, para poder atender a população nesse sistema”, critica.
Identificação de pares
Fátima também explica que, apesar dos agentes de saúde terem um amplo conhecimento sobre a AIDS, muitas vezes não conseguem falar a mesma linguagem do público que pretendem atingir. “Por isso, a identificação de pares é importante. "Uma pessoa que vive com HIV vai falar com um paciente numa linguagem e com um sentimento de quem vive aquela situação. A mesma coisa do adolescente trabalhar como multiplicador”, explica a enfermeira, destacando que a sociedade complementa o trabalho realizado pelo serviço público de saúde.
Sexo sem camisinha
Dados divulgados pelo Ministério da Saúde, na última segunda-feira (21), apontam que 61% dos jovens entre 15 e 24 anos usam camisinha na primeira relação. O número cai para 50% nas relações sexuais com parceiros casuais. De acordo com a médica, em relações estáveis, o diálogo entre o casal é fundamental, uma vez que a decisão sobre usar ou não o preservativo deve ser um consenso entre ambos.
Doenças Sexualmente Transmissíveis
Ainda segundo Fátima, não é possível trabalhar a prevenção de HIV de forma isolada das demais DSTs. “Uma pessoa que contraiu sífilis, por exemplo, tem 18% de chance a mais de contrair HIV, caso tenha um comportamento de risco”, afirma. Nesse sentido, ela destaca que doenças como gonorréia, candidíase, sífilis e hepatites A, B e C não podem ser esquecidas e devem ser tratadas com seriedade pela população.