13/12/2010 - 15:12 - ATUALIZADO EM 25/08/2010 - 19:23
Vida nova após os 40
Cresce o número de mulheres que procuram técnicas avançadas para engravidar às vésperas da menopausa. Com a ajuda da ciência, elas protagonizam novo fenômeno de comportamento: a gestação tardia
JOÃO LUIZ VIEIRA E EDUARDO JUNQUEIRA
Dizem que o poder é afrodisíaco, mas faltava alguém provar. Com 19 anos de casamento, três filhos e duas carreiras de sucesso, o primeiro-ministro inglês, Tony Blair, e sua mulher, Cherie, tiveram um inesperado momento de inspiração. O resultado da iniciativa deve nascer no final de maio. A mãe estará com quase 46 anos de idade. O pai terá 47. Acusado de manipular a opinião pública, como poucos políticos europeus sabem fazer, Blair parecia sincero ao reiterar, há duas semanas, que a gravidez não fora planejada. "Fiquei sem palavras quando soube", disse. É um dos homens mais ocupados do mundo. Cherie destaca-se como advogada bem-sucedida. Com a divulgação da notícia, a Inglaterra mergulhou em questões de Estado. Onde as respectivas agendas teriam se cruzado, propiciando a boa nova?
A primeira suspeita caiu sobre uma aprazível vila na Toscana, na Itália, onde o casal iniciou as férias de verão, em agosto. Depois, veio a tese de que o bebê fora concebido numa curta temporada no vilarejo de St. Martin d'Oney, interior da França. O próprio Blair veio em salvação da honra britânica. Em entrevista à BBC, disse que os fugazes momentos de férias com Cherie - sem os filhos de 11, 13 e 15 anos de idade - passaram-se no castelo real de Balmoral, na Escócia. "E foram momentos muito felizes", acrescentou. Made in Britain soa melhor aos ouvidos locais do que made in France ou Italy. De qualquer maneira, a rainha Elizabeth foi uma das primeiras pessoas a saber da chegada de mais um súdito do reino.
Além de provocar divertidos debates, a gravidez de Cherie Blair virou a nação de cabeça para baixo. A notícia de que a casa de número 10 da Downing Street - endereço da residência oficial do primeiro-ministro - será ocupada por berços e chocalhos deixou os ingleses em polvorosa. Eles sabem que, há mais de 150 anos, nenhum premiê tornou-se pai no exercício do poder. O motivo do espanto, porém, foi outro: os 45 anos de Cherie desafiam a fleuma britânica. Por causa da idade da futura mamãe, jornais destacaram a tendência demográfica: a idade média para mulheres terem o primeiro filho, no Reino Unido, já passou dos 30. E avança rapidamente para a casa dos 40. Cherie, uma profissional que ganha bem mais do que os US$ 200 mil anuais do marido, acabou agregando outro item ao currículo: tornou-se, da noite para o dia, símbolo da gestante em idade madura. O fenômeno propaga-se pelo mundo.
No Brasil, a gravidez tardia de maior evidência é a da apresentadora paulista Silvia Poppovic, 44 anos. Como se fosse personagem de um de seus programas, ela se enquadra perfeitamente no tema. Durante anos, Silvia concentrou esforços em dois pontos: aproveitar a vida e investir na carreira. Morou no Exterior, namorou muito e tornou-se um dos rostos mais conhecidos da televisão brasileira. Quando ultrapassou os 40 anos, viu-se vítima de surtos de maternidade. "No ano passado estive num resort no Havaí com meu namorado. De repente, pensei que no ano seguinte poderia estar no mesmo lugar, fazendo a mesma coisa. Achei que era uma vida vazia. E me deu uma crise de choro", conta. O namorado, o endocrinologista paulista Marcello Bronstein, dez anos mais velho e pai de três filhas, resistiu à idéia no início. Mas, na volta ao Brasil, topou ir a um médico.
O casal procurou por Paulo Serafini, um dos diretores da clínica Huntington Centro de Medicina Reprodutiva, em São Paulo. Estudioso da reprodução humana há 20 anos, Serafini divide-se entre suas clientes da clínica paulista e as de outra em New Haven, nos Estados Unidos. O tratamento de Silvia durou seis meses. Como acontece na maioria dos casos, ela precisou pôr a prova a vontade de ser mãe. Ao todo, foram quatro tentativas com inseminação artificial e duas com fertilização in vitro. Em julho engravidou. Durante 12 semanas, acompanhou o desenvolvimento do feto com apreensão. Havia o risco de perder a criança. No terceiro mês, recebeu o sinal verde para comemorar. Silvia espera uma menina, que deverá nascer em abril. A apresentadora já está diminuindo o ritmo de trabalho. Mesmo às voltas com os primeiros sinais de sono diurno e com inchaço nos pés, ela encontra entusiasmo para mudar de apartamento. Quer ter mais espaço para mobiliar o quarto da filha. As súbitas transformações de rotina estão longe de assustá-la. Silvia está tranqüila, bonita e radiante em seu sorriso de mãe de primeira viagem. "Engravidar é uma experiência estimulante e rejuvenescedora", delicia-se.
Por ter grande visibilidade, histórias como a de Cherie Blair e Silvia Poppovic costumam deixar eriçadas as mulheres que estão na fila da gravidez tardia. "Represento esperança para elas, provo que a gente pode recomeçar a vida a qualquer tempo", reconhece a apresentadora. É verdade. Depois que ela anunciou a chegada do bebê, a procura pela clínica de Serafini foi à estratosfera. "Nossa clientela com mais de 40 anos aumentou 150%", diz o médico.
Os reflexos da simples divulgação de uma história bem-sucedida também apontam para uma mudança de comportamento. O número de brasileiras acima dos 40 que se preparam para ser mãe já salta aos olhos. Há cinco anos, as gestações tardias representavam 20% da clientela da Huntington. Hoje - e antes mesmo de Silvia - chegam a 45%. Em todo o Brasil, há 150 centros de reprodução humana em funcionamento. Em todos eles, o número de mães quarentonas aumenta. No maior de todos, comandado pelo médico Roger Abdelmassih, em São Paulo, o índice de atendimento nessa faixa etária pulou de 5% para 18%.
Explica-se o crescimento das gestações tardias com um pé na sociologia e outro na ciência. De um lado, estão mulheres mais liberadas, independentes e dispostas a adiar a maternidade por conta de planos pessoais. De outro, há uma conjunção de descobertas científicas que, aos poucos, vão se popularizando. Os especialistas destacam três grandes revoluções na medicina reprodutiva. A primeira veio com o nascimento do bebê de proveta, há 21 anos. Anos depois, chegou-se à técnica que retira espermatozóides do testículo do homem vasectomizado. A terceira revolução, ainda em estudo, congela os tecidos do ovário na tentativa de chegar à produção induzida de óvulos. Há também os métodos encobertos por polêmicas. No Brasil, clínicas já manipulam células. Ao juntar qualidades do óvulo da mulher mais velha às do óvulo da mulher mais jovem, os médicos potencializam o sucesso da fertilização. Entretanto, sobram dúvidas sobre a identidade genética do futuro bebê.
Nesse estranho mundo de variedades tecnológicas, oferecidas como mercadorias no balcão da reprodução humana, nem mesmo os antigos limites biológicos da menopausa são barreira para quem quer ter filhos. Na Itália, há registro de mulheres que engravidaram aos 60 anos por meio de doação de óvulos. Um dos casos mais conhecidos é o de Rossana Dalla Corte. Aos 62, ela deu à luz um menino graças às técnicas do médico romano Severino Antinori. Responsável pelo nascimento de dezenas de bebês de mães em menopausa, Antinori é acusado de abusar dos hormônios para revitalizar o útero das clientes. Por causa desse bombardeio, as experiências com mulheres na menopausa devem terminar. Ao menos oficialmente. Uma lei aprovada há cinco meses pelo Parlamento italiano limita as tentativas. Apenas as mulheres em idade fértil - e só até os 51 anos - poderão ter acesso à inseminação artificial. "Depois dessa idade, a saúde da gestante não pode ser completamente garantida", disse a Época o ginecologista Carlo Flamigni, presidente da Sociedade Italiana de Fertilidade e Esterilidade.
No Brasil, a gravidez tardia se alastra mais entre as mulheres na casa dos 40. Em geral, elas recorrem a técnicas mais simples, como o uso de hormônios para estimular a ovulação. Foi o que fez a ex-modelo Estela Curti, de 40. Envolvida com a carreira e satisfeita com um namoro de 12 anos, sem filhos, Estela chegou a desdenhar da possibilidade de tornar-se mãe. Nutriu os temores clássicos das mulheres determinadas a vencer na vida. Tinha medo de perder a liberdade, de estragar o corpo e da responsabilidade de ser mãe. Há três anos casou-se, mudou de idéia e resolveu engravidar. Não conseguia. "Eu me senti a pior das criaturas, uma incapaz." Estela engordou 20 quilos, presa de uma terrível depressão. Ao investigar o caso, os médicos descobriram uma trompa que não funcionava, além de taxas hormonais baixas. Provocaram a ovulação, e Estela engravidou. Um mês depois, no entanto, perdeu o embrião. Na segunda tentativa, voltou a tomar hormônios. Desta vez, conseguiu. Está no sexto mês de gravidez.
Ao resolver ser mãe às portas da menopausa, a candidata precisa mesmo estar preparada para muitos percalços. Um deles pesa no bolso. Um tratamento de reprodução assistida custa entre R$ 5 mil e R$ 14 mil. Por tentativa. Além disso, muitos planos de saúde não cobrem esterilidade conjugal. Alguns até se negam a fazer parto de mulheres que passaram por fertilização in vitro. Para não perder a clientela, os médicos usam a criatividade. É comum negociar descontos na segunda tentativa ou mesmo realizar parcerias entre doadora e receptora. Esta, a principal interessada, chega a pagar o tratamento de uma doadora fértil que não consegue engravidar - como no caso de mulheres que ligaram as trompas. Em recompensa, recebe óvulos sadios. O Conselho Federal de Medicina proíbe a venda de óvulos, mas aprova esse procedimento, chamado de simbiótico. "Quando uma mulher quer ser mãe, dinheiro não é problema", argumenta a cantora Gretchen, 41 anos. Ela planeja o quinto filho para o ano que vem. Como já fez laqueadura, deverá optar pela inseminação artificial. "Adoro engravidar, amamentar, repassar o que sei", justifica.
É preciso também estar preparada para o fracasso. "O sucesso de alguns métodos não passa de 30%", avalia o médico Nelson Antunes Jr., especialista do Hospital Albert Einstein. "Temos limitações incontornáveis, e a idade é uma delas." Mulheres entre 20 e 29 anos estão no ápice da capacidade reprodutiva. Em geral, ovulam nove vezes por ano e praticamente todos os óvulos são sadios. Isso lhes dá cerca de 22% de chance de engravidar a cada relação sexual. A probabilidade cai com o passar do tempo, tornando-se quase nula às vésperas da menopausa, quando os ovários cessam para sempre sua produção (leia quadros). A partir de então, a gravidez só é viável com a utilização de óvulo de uma doadora e com a ingestão de hormônios até o terceiro mês de gestação.
As conquistas tecnológicas foram longe, mas ainda não conseguem reproduzir a vitalidade das mulheres jovens. As que ultrapassam a fronteira dos 40 anos têm mais chances de sofrer doenças associadas à gravidez, como diabetes e hipertensão. Também correm o risco de hemorragias graves após o parto. Doenças cromossômicas podem se manifestar no feto. O risco de a criança ser portadora de síndrome de Down, por exemplo, cresce 20 vezes quando a gestante tem mais de 40. Isso ocorre porque a qualidade dos óvulos diminui à medida que a idade avança.
A bancária paulista Ana Maria Domingos Marin, 41 anos, acaba de dar à luz Gabriel, seu segundo filho. Não foi uma gravidez tranqüila. Ela sofreu de diabetes gestacional e teve dupla lesão em uma válvula do coração. Os médicos suspeitam que a gravidez sobrecarregou o órgão e não sabem se o dano é reversível. Ana fez repouso nas semanas que antecederam o parto, entretanto os problemas continuaram. Depois da cesariana, Gabriel foi transferido para a UTI. Pesava 5 quilos e 150 gramas, sofria de hipoglicemia e deficiência cardíaca. Ainda não há previsão de que o bebê deixe o hospital. "Foi bom ter filho após os 40 anos, mas prefiro encerrar a produção", admite Ana Maria.
Discutir se é válido encarar o risco da gestação tardia é um daqueles temas debitados na conta dos assuntos pessoais. Para a carioca Carmosina Nogueira Rodrigues, 49 anos, a reprodução assistida foi a chance de reparar uma tragédia familiar. Professora aposentada, ela perdeu uma filha de 21 anos, morta em acidente de carro. Restou-lhe o trauma. "Minha vida tinha perdido o sentido", lembra. Passados alguns meses, decidiu ter outro filho. Ainda menstruava aos 47, mas fizera ligadura de trompas havia 12 anos. Moradora de Campos, no interior do Rio, Carmosina passou a viajar com freqüência a Campinas para se submeter a consultas com o ginecologista Daniel Faúndes, especialista da área. Bastou-lhe um processo de inseminação simples. Os médicos retiraram seis óvulos dos ovários. Desses, cinco foram fecundados e posteriormente implantados no útero. Dois vingaram. Depois de sete meses e dez dias de gestação, Carmosina teve dois rebentos, Davi e Daniel, ambos pesando cerca de 2 quilos. Os gêmeos passaram 20 dias na UTI e foram para casa. Hoje têm 9 meses e estão plenamente saudáveis. "Esta gravidez foi um milagre na minha vida", avalia Carmosina. Mais forte do que a ciência, a vontade de ser mãe ainda é o principal argumento contra as leis da natureza. A relações-públicas Marimar Chimenes Gil, 43 anos, não precisou de tratamento. Engravidou naturalmente. Dispensou até mesmo a realização dos exames para verificar eventuais alterações cromossômicas no embrião. "Eu quero ter minha filha, seja como for. Não faria aborto nem se ela fosse portadora de uma síndrome grave", assume.
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI166142-15228,00.html
domingo, 22 de maio de 2011
Barracas vendem ilegalmente genitália do boto da Amazônia como afrodisíaco
Barracas vendem ilegalmente genitália do boto da Amazônia como afrodisíaco
15:56, 1/10/2010 AMORAES
Na barraca da Cléo (nome fictício, e em breve vocês vão entender por quê) tem cura para tudo quanto é doença. Se o problema é gastrite, o antídoto natural vem de uma semente ralada ou uma casca amassada. Para tosse, o famoso xarope de guaco. Até mesmo para doenças mais sérias, como câncer, ela jura ter remédio. São banhos, chás, cremes, sabonetes, plantas, óleos, pomadas e tudo o que você imaginar feito de plantas, sementes e até animais. Mais que dores físicas, a curandeira de Manaus diz ter poções para as angústias da alma.
“Tem muita mulher desesperada que vem aqui”, afirma. “Dizem que funciona. Eu não vou dizer que sim porque nunca usei”. Uma das fórmulas mais procuradas na barraca de Cléo é para atrair macho. Tem de tudo. Mulher querendo roubar o marido alheio, noiva abandonada às vésperas do casamento tentando recapturar o moço. A cura vem em pequenas ampolas cujo rótulo indica o nome da alquimia, as ervas presentes ali e o telefone da barraca para o caso de a dona precisar de mais umas doses.
A primeira vez que vi, achei divertido. Até descobrir que o produto mais vendido pela Cléo – e pelas dezenas de barracas dos mercados municipais das cidades da Amazônia – usa partes íntimas do boto, um animal ameaçado de extinção. Funciona assim: eles matam o bicho, pegam a vagina da bota, cortam em pedacinhos e colocam dentro de frascos. É uma prática ilegal.
Uns levam álcool e são comercializados como perfume. Outros vêm em forma de óleo. Se a ideia é atrair o sexo oposto, basta passar um pouco do perfume atrás da orelha. Se a intenção for segurar de vez o rapaz, a dica é usar o óleo no órgão genital sete vezes antes da relação. Detalhe: não pode emprestar o vidrinho a ninguém, nem deixar o parceiro descobrir – sob a ameaça de o feitiço ser quebrado.
As barracas também oferecem mercadoria para os homens. O moço interessado em alguma dama mais difícil deve comprar o olho do boto, e usá-lo dentro do bolso por período indeterminado. Dizem que é tiro e queda.
Ninguém sabe explicar, porém, de onde brotam esses animais. Fiz a pergunta a alguns vendedores do Mercado Municipal de Manaus e do Ver-o-Peso, em Belém do Pará. Parte deles jurou de pé junto só usar bicho morto. Não é isto que acontece. E eles sabem se tratar de uma prática ilegal. Em outra ocasião que estive em Belém, tentei comprar o óleo e perfume e a vendedora me respondeu que estavam escondidos no fundo da barraca. O IBAMA – órgão que teoricamente faz a fiscalização – havia passado por ali dias antes, e apreendido centenas de exemplares da mercadoria.
Para escrever este post, procurei entender um pouco melhor a situação dos animais. Qual é a estratégia de fiscalização, se existe um plano para combater a mortalidade, o que a legislação diz, se o extermínio vem crescendo. Liguei para o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) para falar com um pesquisador que estuda a espécie. Me passaram para o IBAMA. Entrei em contato e a assessoria me informou que quem cuida disto é o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Este, por sua vez, me transferiu para o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos (CMA), uma unidade especializada do ICMBio. Ainda não tive resposta.
Uma busca rápida na internet me fez ficar ainda mais estarrecida. As barracas de comunidades tradicionais não são as únicas a oferecer o produto. O alcance da prática é infinitamente maior. O óleo e perfume do boto (a) são vendidos em pelo menos dois sites na internet, espécies de sex shop virtuais. A comercialização de pedaços de animais ameaçados de extinção é ilegal. Quem é responsável por barrá-la? Assim que tiver uma resposta (se tiver), conto para vocês aqui no blog.
(Aline Ribeiro)
http://colunas.epoca.globo.com/planeta/2010/10/01/barracas-vendem-ilegalmente-genitalia-do-boto-da-amazonia-como-afrodisiaco/
15:56, 1/10/2010 AMORAES
Na barraca da Cléo (nome fictício, e em breve vocês vão entender por quê) tem cura para tudo quanto é doença. Se o problema é gastrite, o antídoto natural vem de uma semente ralada ou uma casca amassada. Para tosse, o famoso xarope de guaco. Até mesmo para doenças mais sérias, como câncer, ela jura ter remédio. São banhos, chás, cremes, sabonetes, plantas, óleos, pomadas e tudo o que você imaginar feito de plantas, sementes e até animais. Mais que dores físicas, a curandeira de Manaus diz ter poções para as angústias da alma.
“Tem muita mulher desesperada que vem aqui”, afirma. “Dizem que funciona. Eu não vou dizer que sim porque nunca usei”. Uma das fórmulas mais procuradas na barraca de Cléo é para atrair macho. Tem de tudo. Mulher querendo roubar o marido alheio, noiva abandonada às vésperas do casamento tentando recapturar o moço. A cura vem em pequenas ampolas cujo rótulo indica o nome da alquimia, as ervas presentes ali e o telefone da barraca para o caso de a dona precisar de mais umas doses.
A primeira vez que vi, achei divertido. Até descobrir que o produto mais vendido pela Cléo – e pelas dezenas de barracas dos mercados municipais das cidades da Amazônia – usa partes íntimas do boto, um animal ameaçado de extinção. Funciona assim: eles matam o bicho, pegam a vagina da bota, cortam em pedacinhos e colocam dentro de frascos. É uma prática ilegal.
Uns levam álcool e são comercializados como perfume. Outros vêm em forma de óleo. Se a ideia é atrair o sexo oposto, basta passar um pouco do perfume atrás da orelha. Se a intenção for segurar de vez o rapaz, a dica é usar o óleo no órgão genital sete vezes antes da relação. Detalhe: não pode emprestar o vidrinho a ninguém, nem deixar o parceiro descobrir – sob a ameaça de o feitiço ser quebrado.
As barracas também oferecem mercadoria para os homens. O moço interessado em alguma dama mais difícil deve comprar o olho do boto, e usá-lo dentro do bolso por período indeterminado. Dizem que é tiro e queda.
Ninguém sabe explicar, porém, de onde brotam esses animais. Fiz a pergunta a alguns vendedores do Mercado Municipal de Manaus e do Ver-o-Peso, em Belém do Pará. Parte deles jurou de pé junto só usar bicho morto. Não é isto que acontece. E eles sabem se tratar de uma prática ilegal. Em outra ocasião que estive em Belém, tentei comprar o óleo e perfume e a vendedora me respondeu que estavam escondidos no fundo da barraca. O IBAMA – órgão que teoricamente faz a fiscalização – havia passado por ali dias antes, e apreendido centenas de exemplares da mercadoria.
Para escrever este post, procurei entender um pouco melhor a situação dos animais. Qual é a estratégia de fiscalização, se existe um plano para combater a mortalidade, o que a legislação diz, se o extermínio vem crescendo. Liguei para o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) para falar com um pesquisador que estuda a espécie. Me passaram para o IBAMA. Entrei em contato e a assessoria me informou que quem cuida disto é o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Este, por sua vez, me transferiu para o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos (CMA), uma unidade especializada do ICMBio. Ainda não tive resposta.
Uma busca rápida na internet me fez ficar ainda mais estarrecida. As barracas de comunidades tradicionais não são as únicas a oferecer o produto. O alcance da prática é infinitamente maior. O óleo e perfume do boto (a) são vendidos em pelo menos dois sites na internet, espécies de sex shop virtuais. A comercialização de pedaços de animais ameaçados de extinção é ilegal. Quem é responsável por barrá-la? Assim que tiver uma resposta (se tiver), conto para vocês aqui no blog.
(Aline Ribeiro)
http://colunas.epoca.globo.com/planeta/2010/10/01/barracas-vendem-ilegalmente-genitalia-do-boto-da-amazonia-como-afrodisiaco/
Escritora argentina pretende atualizar o "Kama Sutra"
22/05/2011 - 10h47
Escritora argentina pretende atualizar o "Kama Sutra"
CHICO FELITTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O "Kama Sutra" é dividido em sete livros que abarcam a vida sexual do homem médio. Já os kama sutras de Alicia Gallotti, 58, somam o dobro de volumes, e a autora argentina diz à Folha, por telefone, que vai lançar o 15º.
É que, enquanto a educação sexual sânscrita é para todo mundo, os leitores de Gallotti são fracionados em grupos mais específicos.
Há um guia sexual ilustrado para mulheres heterossexuais, outro para lésbicas, um terceiro para homens que se deitam com homens etc.
Argentina Alicia Gallotti, que vai lançar seu 15º guia sexual; 12 foram lançados no Brasil
A segmentação parece a das revistas com as quais os livros convivem nas bancas de jornal, onde também são vendidos. E vendem: foram mais de 1 milhão de cópias em 14 países de língua latina.
No Brasil, 12 títulos estão no mercado. Custam cerca de R$ 40, mas a editora Planeta não informa a vendagem.
OFÍCIO "BROXANTE"
A escrivã do desejo geral não é formada em ciências biológicas ou sexologia.
Após chegar a Barcelona, exilada da ditadura argentina, na década de 1980, Gallotti foi trabalhar na mídia. Respondia o correio sentimental de uma revista. Escrevia sobre sexo para a "Playboy" espanhola. Mas o ofício, diz, "broxava demais".
Largou o jornalismo, fundou e, em seguida, faliu uma agência matrimonial. "Vi que precisava escrever."
Meses depois, estreava na literatura, com um título sobre o poder mágico dos cristais. Mas o sexo pulsava dentro de sua cabeça. "Era o que eu queria ler e não lia."
Em 1999, terminou um catálogo de posições eróticas que queria chamar "Tudo o que Você Queria Saber Sobre Sexo e Tinha Vergonha de Perguntar". O editor achou o nome longo e pouco explicativo. Sugeriu "Kama Sutra".
Ela relutou. "Mas aceitei. E pensei no livro como uma versão contemporânea, com menos filosofia."
Se invocar a obra que mais lembra sexo é marketing declarado, o que seus livros guardam do original? "Naturalidade. Tive de adicionar senso comum para que o livro fizesse sentido hoje."
Que o digam, por exemplo, as alusivas imagens do "Kama Sutra para Lésbicas".
O sucesso resultou num ritmo de lançamento de quase um título por ano. Todos com desenhos de posições _muitas das quais ela não viu e diz não conceber.
Para dar conta de tantos nichos, ela diz se basear numa lista de milhares de endereços de e-mails de desconhecidos, para os quais dispara perguntas, cândidas ou escabrosas, sobre sexo.
As respostas às escuras servem para descobrir (no papel) o que dá prazer. Quando o trabalho está pronto, é revisado por um médico. "Tudo pela anatomia", diz.
Cada livro que publica pensa ser o último. "Mas sempre há um nicho a explorar!" No ano passado, foi "69 Segredos Indispensáveis para Desfrutar o Sexo", com as perguntas que mais ouviu. "São sempre as mesmas."
Ela omite o tema do próximo livro, o mais "complicado" que já escreveu. Mas acolhe o "chute" quanto ao mote: sexo geriátrico. "Seria ótimo! Estou quase com 60 anos e não penso em outra coisa."
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/918631-escritora-argentina-pretende-atualizar-o-kama-sutra.shtml
Escritora argentina pretende atualizar o "Kama Sutra"
CHICO FELITTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O "Kama Sutra" é dividido em sete livros que abarcam a vida sexual do homem médio. Já os kama sutras de Alicia Gallotti, 58, somam o dobro de volumes, e a autora argentina diz à Folha, por telefone, que vai lançar o 15º.
É que, enquanto a educação sexual sânscrita é para todo mundo, os leitores de Gallotti são fracionados em grupos mais específicos.
Há um guia sexual ilustrado para mulheres heterossexuais, outro para lésbicas, um terceiro para homens que se deitam com homens etc.
Argentina Alicia Gallotti, que vai lançar seu 15º guia sexual; 12 foram lançados no Brasil
A segmentação parece a das revistas com as quais os livros convivem nas bancas de jornal, onde também são vendidos. E vendem: foram mais de 1 milhão de cópias em 14 países de língua latina.
No Brasil, 12 títulos estão no mercado. Custam cerca de R$ 40, mas a editora Planeta não informa a vendagem.
OFÍCIO "BROXANTE"
A escrivã do desejo geral não é formada em ciências biológicas ou sexologia.
Após chegar a Barcelona, exilada da ditadura argentina, na década de 1980, Gallotti foi trabalhar na mídia. Respondia o correio sentimental de uma revista. Escrevia sobre sexo para a "Playboy" espanhola. Mas o ofício, diz, "broxava demais".
Largou o jornalismo, fundou e, em seguida, faliu uma agência matrimonial. "Vi que precisava escrever."
Meses depois, estreava na literatura, com um título sobre o poder mágico dos cristais. Mas o sexo pulsava dentro de sua cabeça. "Era o que eu queria ler e não lia."
Em 1999, terminou um catálogo de posições eróticas que queria chamar "Tudo o que Você Queria Saber Sobre Sexo e Tinha Vergonha de Perguntar". O editor achou o nome longo e pouco explicativo. Sugeriu "Kama Sutra".
Ela relutou. "Mas aceitei. E pensei no livro como uma versão contemporânea, com menos filosofia."
Se invocar a obra que mais lembra sexo é marketing declarado, o que seus livros guardam do original? "Naturalidade. Tive de adicionar senso comum para que o livro fizesse sentido hoje."
Que o digam, por exemplo, as alusivas imagens do "Kama Sutra para Lésbicas".
O sucesso resultou num ritmo de lançamento de quase um título por ano. Todos com desenhos de posições _muitas das quais ela não viu e diz não conceber.
Para dar conta de tantos nichos, ela diz se basear numa lista de milhares de endereços de e-mails de desconhecidos, para os quais dispara perguntas, cândidas ou escabrosas, sobre sexo.
As respostas às escuras servem para descobrir (no papel) o que dá prazer. Quando o trabalho está pronto, é revisado por um médico. "Tudo pela anatomia", diz.
Cada livro que publica pensa ser o último. "Mas sempre há um nicho a explorar!" No ano passado, foi "69 Segredos Indispensáveis para Desfrutar o Sexo", com as perguntas que mais ouviu. "São sempre as mesmas."
Ela omite o tema do próximo livro, o mais "complicado" que já escreveu. Mas acolhe o "chute" quanto ao mote: sexo geriátrico. "Seria ótimo! Estou quase com 60 anos e não penso em outra coisa."
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/918631-escritora-argentina-pretende-atualizar-o-kama-sutra.shtml
Salão Erótico decidiu fazer férias com os portugueses no Algarve
Salão Erótico decidiu fazer férias com os portugueses no Algarve
Está lançada a campanha “A Tua Primeira Vez”
O evento mais “erótico” jamais realizado em Portugal, com o selo de qualidade da organização do Festival Internacional de Cinema Erótico de Barcelona (FICEB) está prometido para Portimão, aproveitando o período de férias no verão algarvio. Entre 9 e 12 de Junho, das 18:00 às 03:00 da madrugada, no Portimão Arena, estará a funcionar o Salão Erótico do Algarve, evento que trará a Portimão mais de 80 artistas e 600 espetáculos ininterruptos em 6 palcos, contando ainda com duas áreas temáticas e muitas atividades lúdicas.
Está também lançada a campanha “A Tua Primeira Vez”, que oferece 25% de desconto na entrada a todos os que completem 18 anos entre 1 de Janeiro e 9 de Junho de 2011.
Esta é a segunda vez que o erotismo se expõe na região Algarvia. Durante quatro dias o Salão Erótico do Algarve proporciona aos visitantes o melhor do entretenimento para adultos, com a presença dos mais conceituados artistas nacionais e internacionais e as mais recentes novidades em produtos e artigos portugueses e estrangeiros.
Artistas nacionais e estrangeiros exibem-se no Portimão Arena em cenas de sexo ao vivo
A polémica Andreia Leal, ex-concorrente da Casa dos Segredos, assume as funções de porta-voz desta edição. O público vai ainda poder conhecer mais de perto outras participantes daquele reality show.
Para além de actores portugueses, o evento contará com artistas vindos de Espanha, República Checa, Suécia, Brasil e Rússia, entre outros países, o que destaca a sua dimensão internacional. Claudia Claire, Jully Caldas, Elisse Fire, Magnolia Pradise, Sandra Sanchéz, Romina, Marko e Jordi são alguns dos 80 artistas confirmados.
A atriz portuguesa Erica Fontes e o melhor actor da Europa, Rob Diesel, serão os protagonistas de um filme a realizar no Estúdio X. Neste espaço, um dos que maior curiosidade desperta no público nacional, será possível assistir aos detalhes da produção de um filme para adultos.
Informação, divulgação e inquéritos
Para os amantes do Bondage, Disciplina, Sadismo e Masoquismo, todos os limites serão desafiados na área BDSM pela dominadora Ama Monika, um dos nomes mais importantes nesta vertente do sexo. Por outro lado, os casais que procuram novas formas de viver a sua sexualidade poderão conhecer todos os detalhes sobre o Swing numa área completamente dedicada à troca de pares. Poderão ainda ser encontrados diversos espaços privados com diferentes espectáculos, de que é exemplo a lap dance, e uma área dedicada a arte erótica espanhola com a exposição de grandes artistas do país vizinho.
Decorrerá um inquérito sobre sexualidade conduzido pela sexóloga Vânia Beliz e inúmeros passatempos e concursos, entre os quais o “Kamasutra Express” e o “Conheces o teu par?”, a realizar nos palcos do recinto e que darão direito a prémios muito eróticos. Através do website www.salaoeroticodoalgarve.com e ao longo das semanas que antecedem a inauguração do evento, os portugueses vão poder eleger as personalidades mais sexy do Algarve. Aprender a fazer cocktails afrodisíacos e desfrutar de massagens eróticas são outras das atividades disponíveis na Portimão Arena, que será animada pela música dos DJ’s Oscar Rosmano e Deelight.
http://www.regiao-sul.pt/noticia.php?refnoticia=116115
Está lançada a campanha “A Tua Primeira Vez”
O evento mais “erótico” jamais realizado em Portugal, com o selo de qualidade da organização do Festival Internacional de Cinema Erótico de Barcelona (FICEB) está prometido para Portimão, aproveitando o período de férias no verão algarvio. Entre 9 e 12 de Junho, das 18:00 às 03:00 da madrugada, no Portimão Arena, estará a funcionar o Salão Erótico do Algarve, evento que trará a Portimão mais de 80 artistas e 600 espetáculos ininterruptos em 6 palcos, contando ainda com duas áreas temáticas e muitas atividades lúdicas.
Está também lançada a campanha “A Tua Primeira Vez”, que oferece 25% de desconto na entrada a todos os que completem 18 anos entre 1 de Janeiro e 9 de Junho de 2011.
Esta é a segunda vez que o erotismo se expõe na região Algarvia. Durante quatro dias o Salão Erótico do Algarve proporciona aos visitantes o melhor do entretenimento para adultos, com a presença dos mais conceituados artistas nacionais e internacionais e as mais recentes novidades em produtos e artigos portugueses e estrangeiros.
Artistas nacionais e estrangeiros exibem-se no Portimão Arena em cenas de sexo ao vivo
A polémica Andreia Leal, ex-concorrente da Casa dos Segredos, assume as funções de porta-voz desta edição. O público vai ainda poder conhecer mais de perto outras participantes daquele reality show.
Para além de actores portugueses, o evento contará com artistas vindos de Espanha, República Checa, Suécia, Brasil e Rússia, entre outros países, o que destaca a sua dimensão internacional. Claudia Claire, Jully Caldas, Elisse Fire, Magnolia Pradise, Sandra Sanchéz, Romina, Marko e Jordi são alguns dos 80 artistas confirmados.
A atriz portuguesa Erica Fontes e o melhor actor da Europa, Rob Diesel, serão os protagonistas de um filme a realizar no Estúdio X. Neste espaço, um dos que maior curiosidade desperta no público nacional, será possível assistir aos detalhes da produção de um filme para adultos.
Informação, divulgação e inquéritos
Para os amantes do Bondage, Disciplina, Sadismo e Masoquismo, todos os limites serão desafiados na área BDSM pela dominadora Ama Monika, um dos nomes mais importantes nesta vertente do sexo. Por outro lado, os casais que procuram novas formas de viver a sua sexualidade poderão conhecer todos os detalhes sobre o Swing numa área completamente dedicada à troca de pares. Poderão ainda ser encontrados diversos espaços privados com diferentes espectáculos, de que é exemplo a lap dance, e uma área dedicada a arte erótica espanhola com a exposição de grandes artistas do país vizinho.
Decorrerá um inquérito sobre sexualidade conduzido pela sexóloga Vânia Beliz e inúmeros passatempos e concursos, entre os quais o “Kamasutra Express” e o “Conheces o teu par?”, a realizar nos palcos do recinto e que darão direito a prémios muito eróticos. Através do website www.salaoeroticodoalgarve.com e ao longo das semanas que antecedem a inauguração do evento, os portugueses vão poder eleger as personalidades mais sexy do Algarve. Aprender a fazer cocktails afrodisíacos e desfrutar de massagens eróticas são outras das atividades disponíveis na Portimão Arena, que será animada pela música dos DJ’s Oscar Rosmano e Deelight.
http://www.regiao-sul.pt/noticia.php?refnoticia=116115
Falta de sono afeta o coração e causa impotência. Saiba como dormir melhor
Falta de sono afeta o coração e causa impotência. Saiba como dormir melhor
Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR
20/05/2011 | 13h19 | Sono
Noites ‘mal dormidas’, em longo prazo, pode acarretar problemas cardíacos e até mesmo impotência. E não adianta correr para tomar catuaba, amendoim ou guaraná do amazonas, porque essas substâncias, supostamente ‘afrodisíacas’, são estimulantes naturais, ou seja, podem tirar ainda mais o seu sono. Mas calma, esses problemas de saúde afetam, em geral, pessoas que apresentam quadros crônicos de doenças, como insônia ou apneia, sem tratamento por alguns anos.
Desde criança, a pedagoga Sofia Gomes, de 51 anos, não sabe o que é dormir com tranqüilidade. Com um quadro freqüente de insônia, aos poucos, deixou de lado a preocupação com o fato de não dormir, para pensar no que fazer no tempo certamente desperta. “Sempre que ouvia a música ‘O Guarani, de Heitor Villa-Lobos, no final da programação da antiga TV Tupi, começava a pensar no que ia fazer para poder fazer passar o tempo. Acho que fui ′raciada com morcego”, brinca, garantindo, no entanto, que nunca fez uso de medicamentos a não ser em casos extremos e não faz acompanhamento clínico.
Assim como Sofia, 30% da população mundial sofrem frequentemente com uma das 80 doenças do sono. A insônia é a mais freqüente de todas, tanto que pode ser considerada ‘normal’, já que pelo menos 70% dos pernambucanos podem desenvolver quadros episódicos do problema, em especial mulheres e idosos em geral. A apneia, interrupção da respiração por alguns segundos, vem em seguida, se consolidando como o segundo principal problema. A incidência nos adultos chega a 4% dos homens e 2% das mulheres. Em longo prazo, os problemas para dormir acabam deixando a pessoa mais vulnerável a doenças como diabetes e hipertensão.
A informação é da doutora em neuropsiquiatria da Universidade Federal de Pernambuco, Clélia Franco, que acrescenta, ainda, que as crianças não estão alheias aos problemas na hora de dormir. “Elas podem desenvolver, em geral, epilepsias noturnas, sonambulismo e o chamado ‘terror noturno”, complementa. Os motivos mais comuns que podem fazer a pessoa perder o sono são problemas financeiros (48,2%) ou familiares (46%).
De acordo com a especialista, dormir menos ou mal por muito tempo pode provocar prejuízos metabólicos ou hormonais. “Os metabólicos, a pessoa só sente depois, durante o dia, porque as fases do sono não foram completas. Aí entram a irritabilidade, sonolência, dores musculares e cefaléia. Em casos crônicos, quando há privação do sono ao longo dos anos, a perda de libido acaba sendo comum”, explica.
O ideal para um adulto comum é dormir uma média de 8 horas diárias. Nos idosos, esse número cai para 6h (já que, normalmente, há um sono complementar no meio da tarde) e, nas crianças, o número sobe para 9h. Em alguns casos, esse número pode variar de acordo com o metabolismo. São os chamados ‘dormidores curtos e longos’, que necessitam, respectivamente de 4h e 10h de ‘recuperação’.
Em casos crônicos de perda de sono, é necessário acompanhamento médico e, em muitos casos, o uso de medicamentos controlados. A definição é apresentada após o exame de polissonografia, que consiste numa avaliação minuciosa de uma noite de sono, em que o paciente dorme na clínica. No entanto, algumas medidas podem ajudar a evitar o quadro crônico de perda do sono, é a chamada ‘higiene do sono’.
À noite, evite ingerir estimulantes, a exemplo de café, refrigerantes, bebidas alcoólicas ou chocolates. O excesso de proteínas, como no caso de carnes vermelhas, também deve ser deixado de lado, já que dificulta a digestão e causa um sono mais superficial. Pode-se priorizar o consumo de alimentos que contenham ‘triptofano’, substância que provoca relaxamento. Nesse caso estão o leite, sucos de frutas como maracujá, além de chás que contenham melissa ou passiflora, a exemplo da camomila. De qualquer forma, em caso de problemas insistentes, é necessário procurar um médico especializado.
Principais motivos que afetam o sono, segundo pesquisa da farmacêutica Roche Brasil*:
Financeiros (48,2%)
Familiares (46%)
Saúde (39,5%)
Ambiente de dormir (26,8%)
Perda de emprego (17,5%)
Prática de esporte perto da hora de dormir (6,2%)
Eleições (4,3%)
Principais sintomas das doenças do sono:
Ronco
Sono excessivo durante o dia
Esquecimento
Falta de concentração
Irritação
Sono agitado
Depressão
Dor de cabeça matinal
Envelhecimento precoce
Por Ed Wanderley. Colaborou Raphael Guerra
http://www.pernambuco.com/ultimas/nota.asp?materia=20110520131915&assunto=71&onde=VidaUrbana
Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR
20/05/2011 | 13h19 | Sono
Noites ‘mal dormidas’, em longo prazo, pode acarretar problemas cardíacos e até mesmo impotência. E não adianta correr para tomar catuaba, amendoim ou guaraná do amazonas, porque essas substâncias, supostamente ‘afrodisíacas’, são estimulantes naturais, ou seja, podem tirar ainda mais o seu sono. Mas calma, esses problemas de saúde afetam, em geral, pessoas que apresentam quadros crônicos de doenças, como insônia ou apneia, sem tratamento por alguns anos.
Desde criança, a pedagoga Sofia Gomes, de 51 anos, não sabe o que é dormir com tranqüilidade. Com um quadro freqüente de insônia, aos poucos, deixou de lado a preocupação com o fato de não dormir, para pensar no que fazer no tempo certamente desperta. “Sempre que ouvia a música ‘O Guarani, de Heitor Villa-Lobos, no final da programação da antiga TV Tupi, começava a pensar no que ia fazer para poder fazer passar o tempo. Acho que fui ′raciada com morcego”, brinca, garantindo, no entanto, que nunca fez uso de medicamentos a não ser em casos extremos e não faz acompanhamento clínico.
Assim como Sofia, 30% da população mundial sofrem frequentemente com uma das 80 doenças do sono. A insônia é a mais freqüente de todas, tanto que pode ser considerada ‘normal’, já que pelo menos 70% dos pernambucanos podem desenvolver quadros episódicos do problema, em especial mulheres e idosos em geral. A apneia, interrupção da respiração por alguns segundos, vem em seguida, se consolidando como o segundo principal problema. A incidência nos adultos chega a 4% dos homens e 2% das mulheres. Em longo prazo, os problemas para dormir acabam deixando a pessoa mais vulnerável a doenças como diabetes e hipertensão.
A informação é da doutora em neuropsiquiatria da Universidade Federal de Pernambuco, Clélia Franco, que acrescenta, ainda, que as crianças não estão alheias aos problemas na hora de dormir. “Elas podem desenvolver, em geral, epilepsias noturnas, sonambulismo e o chamado ‘terror noturno”, complementa. Os motivos mais comuns que podem fazer a pessoa perder o sono são problemas financeiros (48,2%) ou familiares (46%).
De acordo com a especialista, dormir menos ou mal por muito tempo pode provocar prejuízos metabólicos ou hormonais. “Os metabólicos, a pessoa só sente depois, durante o dia, porque as fases do sono não foram completas. Aí entram a irritabilidade, sonolência, dores musculares e cefaléia. Em casos crônicos, quando há privação do sono ao longo dos anos, a perda de libido acaba sendo comum”, explica.
O ideal para um adulto comum é dormir uma média de 8 horas diárias. Nos idosos, esse número cai para 6h (já que, normalmente, há um sono complementar no meio da tarde) e, nas crianças, o número sobe para 9h. Em alguns casos, esse número pode variar de acordo com o metabolismo. São os chamados ‘dormidores curtos e longos’, que necessitam, respectivamente de 4h e 10h de ‘recuperação’.
Em casos crônicos de perda de sono, é necessário acompanhamento médico e, em muitos casos, o uso de medicamentos controlados. A definição é apresentada após o exame de polissonografia, que consiste numa avaliação minuciosa de uma noite de sono, em que o paciente dorme na clínica. No entanto, algumas medidas podem ajudar a evitar o quadro crônico de perda do sono, é a chamada ‘higiene do sono’.
À noite, evite ingerir estimulantes, a exemplo de café, refrigerantes, bebidas alcoólicas ou chocolates. O excesso de proteínas, como no caso de carnes vermelhas, também deve ser deixado de lado, já que dificulta a digestão e causa um sono mais superficial. Pode-se priorizar o consumo de alimentos que contenham ‘triptofano’, substância que provoca relaxamento. Nesse caso estão o leite, sucos de frutas como maracujá, além de chás que contenham melissa ou passiflora, a exemplo da camomila. De qualquer forma, em caso de problemas insistentes, é necessário procurar um médico especializado.
Principais motivos que afetam o sono, segundo pesquisa da farmacêutica Roche Brasil*:
Financeiros (48,2%)
Familiares (46%)
Saúde (39,5%)
Ambiente de dormir (26,8%)
Perda de emprego (17,5%)
Prática de esporte perto da hora de dormir (6,2%)
Eleições (4,3%)
Principais sintomas das doenças do sono:
Ronco
Sono excessivo durante o dia
Esquecimento
Falta de concentração
Irritação
Sono agitado
Depressão
Dor de cabeça matinal
Envelhecimento precoce
Por Ed Wanderley. Colaborou Raphael Guerra
http://www.pernambuco.com/ultimas/nota.asp?materia=20110520131915&assunto=71&onde=VidaUrbana
Sexualidade não é igual a gênero
Sexualidade não é igual a gênero
Joel Baum, diretor do Gender Spectrum, uma rede de apoio e educação norte-americana para famílias, crianças e adolescentes, fala sobre a necessidade de criarem um ambiente inclusivo para todos os gêneros
Publicação: 25/02/2011 20:12 Atualização: 26/02/2011 20:35
A formação da identidade de gênero é um processo que, na maioria dos casos, é natural. Entretanto, a sociedade ainda define os gêneros de forma bipolar: masculino ou feminino, o que causa transtornos aos pais com crianças que não se encaixam nas restritivas definições atuais. Joel Baum é diretor do Gender Spectrum, uma rede de apoio e educação norte-americana para famílias, crianças e adolescentes criarem um ambiente inclusivo para todos os gêneros. A Revista conversou com o especialista para esclarescer ainda mais sobre a necessidade de dar liberdade para as crianças descobrirem o que elas realmente são, e como os pais devem agir para aceitar os próprios filhos.
É sabido que as crianças desenvolvem a sexualidade desde que são bebês. Quando eles começam a entender o significado de gênero?
Sexualidade não é igual a gênero. A compreensão de uma criança das expectativas sociais atribuídas ao gênero começa muito cedo e é reforçada em muitas maneiras sutis - e não tão sutis - em toda a sua infância. Da maneira que os adultos tratam bebês do sexo masculino e feminino de forma bastante diferente. Esse processo continua à medida que crescem e inclui expectativas sobre as coisas que gostam de fazer, roupas que vestem, jogos, interesses e assim por diante. Essas expectativas são muitas vezes bastante estreitas, especialmente para uma criança com atributos do sexo masculino."Meninos não choram", "Aja como um homem" e muitas outras mensagens são entregues constantemente para os garotos. Mesmo os bem resolvidos em sua identidade como homens são levados a sentir que eles não são "suficientemente masculinos." Para as crianças que não têm o sentido de alinhamento entre o seu corpo e a sua identidade de gênero, essa diferença se torna muito clara desde muito cedo na vida. Em nosso trabalho com centenas de famílias em todo o mundo, ouvimos temas familiares e histórias:
• Quando pequeno, meu filho sempre preferiu brincar com as meninas.
• Minha filha gostava apenas dos personagens masculinos dos programas que assistia.
• Todos os bichos de pelúcia dele eram de meninas.
• Ela sempre pergunta quando é que vai ter um pênis.
• Por que Deus deu-me o corpo errado? • Posso pedir para ser um menino no Natal? Muitas famílias informam esses e muitos outros indicadores das primeiras lembranças de seus filhos enquanto cresciam. Para muitas crianças, desde o começo, é possível articular isso. Essa sensação de estar no corpo errado é bastante aguda. Combinado com as mensagens que estão recebendo constantemente sobre como deveriam ser, eles rapidamente enfrentam uma desconexão entre a forma como todos querem que eles ajam e como eles mesmos querem agir.
No caso do pequeno Dyson Kilodavis, você acha que os pais estão fazendo a coisa certa? Por quê?
Os pais de Dyson estão fazendo a coisa absolutamente certa. Eles estão guiando a criança enquanto ele expande sua própria compreensão de si mesmo. Novamente, temos que voltar para a dimensão de gênero. Com o quê Dyson gosta de brincar, ou como ele gosta de se vestir, não implica, automaticamente, qualquer coisa, exceto que ele gosta de brincar com certos brinquedos ou que ele gosta de vestir certas roupas. Seus pais permitindo que ele tenha espaço para ver o que ele gosta é um presente para ele. Enquanto muitos usam o argumento de que eles estão "encorajando-o a ser uma menina", isso pressupõe que ser uma menina significa gostar apenas de determinados brinquedos ou roupas. Isso simplesmente não é verdade. E se aplicarmos regras ainda mais restritivas? Permitir que as meninas usem calças significa que estamos incentivando-as a serem meninos? Permitir que um menino toque flauta o encoraja a ser uma menina? Naturalmente, essas declarações são ridículas. Contudo, muitas pessoas aplicam a mesma lógica no caso de Dyson. Nós não temos nenhuma evidência que sugere que incentivar interesses particulares, roupas ou brinquedos terão impacto na forma como a criança vê a si mesma. Se enquanto crescia você fosse obrigado a vestir roupas do sexo oposto, você sentiria que faz parte desse outro gênero? Eu afirmo que você não sentiria. Enquanto você poderia ter ficado confuso por seus pais pedirem para você usar, ou fazer, ou gostar de coisas que o "outro sexo" usava, fazia ou gostava, você não se sentiria diferente sobre quem você era. No entanto, temos ampla evidência de que obrigar uma criança a se vestir, brincar ou agir de uma maneira que é dita ser errada para elas causa depressão, e leva a um risco significativamente maior de coisas como o uso de drogas, ser vítima de violência, abandono da escola, infectar-se pelo HIV, tornar-se sem-teto e suicida. Nós não podemos fazer alguém sentir-se como algo que não é, mas podemos fazê-lo se sentir deprimido, confuso e angustiado.
Você acha que é mais difícil para os pais ou a criança aceitar que a sociedade tem definições restritivas de gêneros? E como você faz a consulta, treinamentos e eventos para ajudá-los?
Nossa experiência na realização de treinamentos nos Estados Unidos e no mundo é que os adultos têm muito mais dificuldade em entender as questões da diversidade de gênero que as crianças. Ou, dito de outro modo, os adultos aceitam mais as restrições da sociedade em torno do gênero do que as crianças. Os adultos são mais temerosos, mais rígidos e mais desconfortáveis com o gênero que não está de acordo com as expectativas sociais. Vez após vez, nós achamos que o trabalho que fazemos nos treinamentos em escolas é de longe mais difícil com os pais e os professores do que com as crianças. Quanto mais velhas as crianças ficam, mais rígidas se tornam, mas até estudantes do ensino médio, quando dados à chance de entender o gênero como um espectro de múltiplas dimensões, normalmente entendem. Quem entende mais do que uma criança ou adolescente o desejo de simplesmente poder ser você mesmo? O nosso trabalho de formação é projetado para iniciar com o entendimento de gênero como um espectro complexo e, em seguida, fornecendo exemplos de crianças, famílias e sistemas que aceitam sexo de maneiras mais aceitáveis. Nós, então, trabalhamos para ajudar as famílias e as crianças a ver que eles não estão sozinhos, que há outras crianças e famílias na mesma situação, e que isso não tem que ser uma coisa negativa. Trabalhamos para ajudar as escolas a se tornarem mais inclusivas sobre a diversidade de gênero para todas as crianças. Deve ser permitido a qualquer um jogar futebol, ou usar rosa, ou gostar de cozinhar, e não tem que ter a ver com o fato de usar cueca!
É normal ver meninos que usam algumas roupas da mãe ou meninas que gostam de futebol. Então, como podemos saber que a criança tem transtorno de gênero? E quando os pais têm que começar a se preocupar com eles?
Muitas crianças passam por fases de todos os tipos. Minha filha achou que era um cão por vários dias! Ao olhar para ver se o sexo de uma criança é, de fato, fora dos padrões típicos, pedimos aos pais para pensar sobre persistência e consistência. Isso é algo que vem acontecendo há muito tempo, durante um período de meses e meses? É algo que está constantemente ocorrendo, ou seja, a criança afirma constantemente um senso de gênero contrário ao que nasceu? O "isso é uma fase?" é uma questão muito comum. Os pais devem ficar preocupados quando veem seus filhos tornando-se deprimidos, retraídos, com raiva ou infelizes. No entanto, quando eles veem essas coisas, a questão não deve ser "o que há de errado com meu filho?", mas sim "o que está acontecendo para que meu filho se sinta dessa maneira?" Em outras palavras, a tristeza da criança é por causa do desejo de vestir roupas diferentes da maioria das pessoas do mesmo sexo, ou, mais provavelmente, pela forma como está sendo tratada por causa desse desejo? A criança está preocupada em se sentir "outra" ou porque sabe que seus pais, amigos ou a comunidade pode não aceitá-la? Essas são questões muito complicadas e se uma criança que está apresentando gênero de maneiras não tradicionais mostra quaisquer sinais de sofrimento mental, nós encorajamos os pais a procurar apoio profissional para ajudar a compreender as raízes dessa angústia. Mas é fundamental que eles procurem ajuda para entender melhor seus filhos e ajudar a criança a compreender a si mesma, e não simplesmente para ajudar seu filho a começar a "agir da forma que deveriam."
O entendimento da própria sexualidade desde a infância pode ser uma oportunidade para começar a vida sexual mais cedo?
Novamente, o próprio senso de gênero não significa automaticamente sua atividade sexual ou atrações. Não existem estudos que mostram que ajudar uma criança a compreender o seu próprio gênero aumentará sua atividade sexual. Saber como complexo e interessante é o gênero não cria um desejo de se tornarem sexualmente ativas.
Há muitos artistas que hoje exploram a androginia, como Lady Gaga e Justin Bieber. Eles podem confundir o entendimento dos jovens e crianças sobre sexo ou são apenas comportamentos atuais?
Em vez de confundir os jovens sobre sexo, artistas que empurram esses limites criam espaço para todas as pessoas serem elas mesmas. Os artistas são frequentemente as primeiras pessoas a explorarem temas que acabarão por tornar-se mais aceitáveis para todas as pessoas, e assim também com o gênero. O importante é que nós separamos os comportamentos, os olhares e as ações desses artistas, e qualquer pessoa dessa maneira, a partir de seu gênero. Torna-se problemático quando olhamos para um artista e falamos que eles "não estão agindo como um menino (ou menina) deveria", porque então começaremos a tomar um curso que só pode se tornar cada vez mais estreito.
Em vez disso, precisamos nos tornar mais confortáveis com a ideia de que existem muitas maneiras de ser meninos ou meninas, ou ambos, ou nenhum. O que importa é quem somos e como nós tratamos os outros. A história é marcada por níveis cada vez maiores de aceitação e celebração das diferenças, e assim também é com o gênero. Não é muito mais interessante desse jeito?
Para mais informações, acesse: http://www.genderspectrum.org/
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/revista/2011/02/25/interna_revista_correio,239922/sexualidade-nao-e-igual-a-genero.shtml
Joel Baum, diretor do Gender Spectrum, uma rede de apoio e educação norte-americana para famílias, crianças e adolescentes, fala sobre a necessidade de criarem um ambiente inclusivo para todos os gêneros
Publicação: 25/02/2011 20:12 Atualização: 26/02/2011 20:35
A formação da identidade de gênero é um processo que, na maioria dos casos, é natural. Entretanto, a sociedade ainda define os gêneros de forma bipolar: masculino ou feminino, o que causa transtornos aos pais com crianças que não se encaixam nas restritivas definições atuais. Joel Baum é diretor do Gender Spectrum, uma rede de apoio e educação norte-americana para famílias, crianças e adolescentes criarem um ambiente inclusivo para todos os gêneros. A Revista conversou com o especialista para esclarescer ainda mais sobre a necessidade de dar liberdade para as crianças descobrirem o que elas realmente são, e como os pais devem agir para aceitar os próprios filhos.
É sabido que as crianças desenvolvem a sexualidade desde que são bebês. Quando eles começam a entender o significado de gênero?
Sexualidade não é igual a gênero. A compreensão de uma criança das expectativas sociais atribuídas ao gênero começa muito cedo e é reforçada em muitas maneiras sutis - e não tão sutis - em toda a sua infância. Da maneira que os adultos tratam bebês do sexo masculino e feminino de forma bastante diferente. Esse processo continua à medida que crescem e inclui expectativas sobre as coisas que gostam de fazer, roupas que vestem, jogos, interesses e assim por diante. Essas expectativas são muitas vezes bastante estreitas, especialmente para uma criança com atributos do sexo masculino."Meninos não choram", "Aja como um homem" e muitas outras mensagens são entregues constantemente para os garotos. Mesmo os bem resolvidos em sua identidade como homens são levados a sentir que eles não são "suficientemente masculinos." Para as crianças que não têm o sentido de alinhamento entre o seu corpo e a sua identidade de gênero, essa diferença se torna muito clara desde muito cedo na vida. Em nosso trabalho com centenas de famílias em todo o mundo, ouvimos temas familiares e histórias:
• Quando pequeno, meu filho sempre preferiu brincar com as meninas.
• Minha filha gostava apenas dos personagens masculinos dos programas que assistia.
• Todos os bichos de pelúcia dele eram de meninas.
• Ela sempre pergunta quando é que vai ter um pênis.
• Por que Deus deu-me o corpo errado? • Posso pedir para ser um menino no Natal? Muitas famílias informam esses e muitos outros indicadores das primeiras lembranças de seus filhos enquanto cresciam. Para muitas crianças, desde o começo, é possível articular isso. Essa sensação de estar no corpo errado é bastante aguda. Combinado com as mensagens que estão recebendo constantemente sobre como deveriam ser, eles rapidamente enfrentam uma desconexão entre a forma como todos querem que eles ajam e como eles mesmos querem agir.
No caso do pequeno Dyson Kilodavis, você acha que os pais estão fazendo a coisa certa? Por quê?
Os pais de Dyson estão fazendo a coisa absolutamente certa. Eles estão guiando a criança enquanto ele expande sua própria compreensão de si mesmo. Novamente, temos que voltar para a dimensão de gênero. Com o quê Dyson gosta de brincar, ou como ele gosta de se vestir, não implica, automaticamente, qualquer coisa, exceto que ele gosta de brincar com certos brinquedos ou que ele gosta de vestir certas roupas. Seus pais permitindo que ele tenha espaço para ver o que ele gosta é um presente para ele. Enquanto muitos usam o argumento de que eles estão "encorajando-o a ser uma menina", isso pressupõe que ser uma menina significa gostar apenas de determinados brinquedos ou roupas. Isso simplesmente não é verdade. E se aplicarmos regras ainda mais restritivas? Permitir que as meninas usem calças significa que estamos incentivando-as a serem meninos? Permitir que um menino toque flauta o encoraja a ser uma menina? Naturalmente, essas declarações são ridículas. Contudo, muitas pessoas aplicam a mesma lógica no caso de Dyson. Nós não temos nenhuma evidência que sugere que incentivar interesses particulares, roupas ou brinquedos terão impacto na forma como a criança vê a si mesma. Se enquanto crescia você fosse obrigado a vestir roupas do sexo oposto, você sentiria que faz parte desse outro gênero? Eu afirmo que você não sentiria. Enquanto você poderia ter ficado confuso por seus pais pedirem para você usar, ou fazer, ou gostar de coisas que o "outro sexo" usava, fazia ou gostava, você não se sentiria diferente sobre quem você era. No entanto, temos ampla evidência de que obrigar uma criança a se vestir, brincar ou agir de uma maneira que é dita ser errada para elas causa depressão, e leva a um risco significativamente maior de coisas como o uso de drogas, ser vítima de violência, abandono da escola, infectar-se pelo HIV, tornar-se sem-teto e suicida. Nós não podemos fazer alguém sentir-se como algo que não é, mas podemos fazê-lo se sentir deprimido, confuso e angustiado.
Você acha que é mais difícil para os pais ou a criança aceitar que a sociedade tem definições restritivas de gêneros? E como você faz a consulta, treinamentos e eventos para ajudá-los?
Nossa experiência na realização de treinamentos nos Estados Unidos e no mundo é que os adultos têm muito mais dificuldade em entender as questões da diversidade de gênero que as crianças. Ou, dito de outro modo, os adultos aceitam mais as restrições da sociedade em torno do gênero do que as crianças. Os adultos são mais temerosos, mais rígidos e mais desconfortáveis com o gênero que não está de acordo com as expectativas sociais. Vez após vez, nós achamos que o trabalho que fazemos nos treinamentos em escolas é de longe mais difícil com os pais e os professores do que com as crianças. Quanto mais velhas as crianças ficam, mais rígidas se tornam, mas até estudantes do ensino médio, quando dados à chance de entender o gênero como um espectro de múltiplas dimensões, normalmente entendem. Quem entende mais do que uma criança ou adolescente o desejo de simplesmente poder ser você mesmo? O nosso trabalho de formação é projetado para iniciar com o entendimento de gênero como um espectro complexo e, em seguida, fornecendo exemplos de crianças, famílias e sistemas que aceitam sexo de maneiras mais aceitáveis. Nós, então, trabalhamos para ajudar as famílias e as crianças a ver que eles não estão sozinhos, que há outras crianças e famílias na mesma situação, e que isso não tem que ser uma coisa negativa. Trabalhamos para ajudar as escolas a se tornarem mais inclusivas sobre a diversidade de gênero para todas as crianças. Deve ser permitido a qualquer um jogar futebol, ou usar rosa, ou gostar de cozinhar, e não tem que ter a ver com o fato de usar cueca!
É normal ver meninos que usam algumas roupas da mãe ou meninas que gostam de futebol. Então, como podemos saber que a criança tem transtorno de gênero? E quando os pais têm que começar a se preocupar com eles?
Muitas crianças passam por fases de todos os tipos. Minha filha achou que era um cão por vários dias! Ao olhar para ver se o sexo de uma criança é, de fato, fora dos padrões típicos, pedimos aos pais para pensar sobre persistência e consistência. Isso é algo que vem acontecendo há muito tempo, durante um período de meses e meses? É algo que está constantemente ocorrendo, ou seja, a criança afirma constantemente um senso de gênero contrário ao que nasceu? O "isso é uma fase?" é uma questão muito comum. Os pais devem ficar preocupados quando veem seus filhos tornando-se deprimidos, retraídos, com raiva ou infelizes. No entanto, quando eles veem essas coisas, a questão não deve ser "o que há de errado com meu filho?", mas sim "o que está acontecendo para que meu filho se sinta dessa maneira?" Em outras palavras, a tristeza da criança é por causa do desejo de vestir roupas diferentes da maioria das pessoas do mesmo sexo, ou, mais provavelmente, pela forma como está sendo tratada por causa desse desejo? A criança está preocupada em se sentir "outra" ou porque sabe que seus pais, amigos ou a comunidade pode não aceitá-la? Essas são questões muito complicadas e se uma criança que está apresentando gênero de maneiras não tradicionais mostra quaisquer sinais de sofrimento mental, nós encorajamos os pais a procurar apoio profissional para ajudar a compreender as raízes dessa angústia. Mas é fundamental que eles procurem ajuda para entender melhor seus filhos e ajudar a criança a compreender a si mesma, e não simplesmente para ajudar seu filho a começar a "agir da forma que deveriam."
O entendimento da própria sexualidade desde a infância pode ser uma oportunidade para começar a vida sexual mais cedo?
Novamente, o próprio senso de gênero não significa automaticamente sua atividade sexual ou atrações. Não existem estudos que mostram que ajudar uma criança a compreender o seu próprio gênero aumentará sua atividade sexual. Saber como complexo e interessante é o gênero não cria um desejo de se tornarem sexualmente ativas.
Há muitos artistas que hoje exploram a androginia, como Lady Gaga e Justin Bieber. Eles podem confundir o entendimento dos jovens e crianças sobre sexo ou são apenas comportamentos atuais?
Em vez de confundir os jovens sobre sexo, artistas que empurram esses limites criam espaço para todas as pessoas serem elas mesmas. Os artistas são frequentemente as primeiras pessoas a explorarem temas que acabarão por tornar-se mais aceitáveis para todas as pessoas, e assim também com o gênero. O importante é que nós separamos os comportamentos, os olhares e as ações desses artistas, e qualquer pessoa dessa maneira, a partir de seu gênero. Torna-se problemático quando olhamos para um artista e falamos que eles "não estão agindo como um menino (ou menina) deveria", porque então começaremos a tomar um curso que só pode se tornar cada vez mais estreito.
Em vez disso, precisamos nos tornar mais confortáveis com a ideia de que existem muitas maneiras de ser meninos ou meninas, ou ambos, ou nenhum. O que importa é quem somos e como nós tratamos os outros. A história é marcada por níveis cada vez maiores de aceitação e celebração das diferenças, e assim também é com o gênero. Não é muito mais interessante desse jeito?
Para mais informações, acesse: http://www.genderspectrum.org/
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/revista/2011/02/25/interna_revista_correio,239922/sexualidade-nao-e-igual-a-genero.shtml
"Mulheres são melhores em esconder seus desejos homossexuais"
"Mulheres são melhores em esconder seus desejos homossexuais"
Em entrevista por e-mail à Revista, o terapeuta norte-americano Joe Kort fala sobre esse e outros temas polêmicos. Ele é autor do livro "10 smart things gay men can do to improve their lives", ainda inédito no Brasil
Rafael Campos
Publicação: 03/12/2010 18:12 Atualização: 03/12/2010 20:02
Em um dos seus artigos, o senhor disse que "tanto o parceiro gay quando o parceiro heterossexual terão suas formas individuais de sair do armário". Quais são as diferenças entre esses processos? É mais difícil para o homossexual ou o heterossexual?
A diferença é que o parceiro gay tem um onda de excitação por poder, para, finalmente, ser congruente e íntrego com sua identidade sexual e romântica. Já o parceiro heterossexual nunca sente excitação, apenas traição, dor e raiva. Os parceiros gays têm mais suporte e isso é positivo e dá esperanças. Os parceiros heterossexuais encontram apoio em outros que passarem pela mesma situação e pela falta de vontade de falar sobre o que aconteceu. A eles não é oferecido o mesmo tipo de esperança que para os homossexuais. Embora nem sempre aconteça isso, o cônjuge heterossexual tem que buscar apoio de pessoas que não vilanizem o parceiro gay e não o vitimizem.
O senhor diz que é possível manter o casamento depois que um dos parceiros assume a sexualidade. O sexo não será importante para essa relação?
Depende da idade do casal, de quanto tempo eles estão juntos, se têm filhos e vários outros fatores. Muitos casais de orientação sexual mista continuam juntos e fazem sexo, além de manter relacionamentos paralelos. Muitas vezes, só o cônjuge gay tem uma vida separada. O amor e a ligação entre eles, porém, se mantêm fortes. Na tentativa de manter a família intacta, acabam tendo uma relação aberta.
O Brasil possui uma sociedade preconceituosa em relação aos gays. O mais comum aqui é esconder a situação e simplesmente dar fim ao relacionamento, sem nenhuma desculpa. O senhor acha que é importante contar o motivo da separação? Há alguma forma tranquila de fazer isso? E é justo contar aos filhos sobre a sexualidade do pai ou mãe?
É sempre importante e nem sempre seguro. Se há risco de perder o emprego, a moradia, ou mesmo de abuso físico e emocional, eu não recomendo. Selecionar as pessoas que saberão é o melhor a fazer. No caso das crianças, em qualquer idade elas conseguem lidar com a informação de que têm um pai ou mãe gay. O que eles não conseguem lidar é com a homofobia dos outros. Quando há o divórcio, sempre aconselho os casais a contar as crianças da separação primeiro e, sobre a sexualidade, depois. Os dois ao mesmo tempo pode ser estressante para os filhos.
Por que, mesmo em 2010, há tantas pessoas que pensam que sua sexualidade pode ser mudada com um casamento? O senhor acredita que estamos em um caminho no qual o preconceito será tão pequeno que casamentos de sexualidades mistas não irão mais existir?
Porque as pessoas ainda acreditam que sua homossexualidade é apenas algo sexual. Não percebem que ela é uma identidade emergente que, com o tempo, os compele a criar uma vida gay para eles mesmos. As crianças são educadas para pensar que a homossexualidade é errada e só tem relação com o sexo. Enquanto a educacação delas não mostrar que ser homossexual é idêntico a ser heterossexual, vamos sempre ver casamentos de sexualidades mistas.
Quando e de que forma os homens gays contam à suas esposas sobre a própria sexualidade?
Depende. Se há crianças, aconselho não contar até que a separação tenha acontecido, já que essa informação pode ser usada contra o pai gay, na tentativa de impedí-lo de ver os filhos. Se isso não é um problema, o melhor é contar a ela imediatamente após a compreenssão da sexualidade, para que ela não se sinta culpada.
Por que, em muitos casos, as mulheres se sentem culpadas da sexualidade dos maridos?
Elas sentem que isso é algo pessoal, que se elas tivessem sido mais sexuais ou mais feminina ou mais qualquer coisa, seu marido não teria se tornado gay. Tudo isso é falso. As mulheres tendem a assumir os problemas alheios e ela precisa ouvir, repetidamente, que a homossexualidade do seu marido não tem relação alguma com ela. Ele casou-se sendo gay.
Atualmente, nós ainda conseguimos achar homens ou mulheres que se casam sem ter noção da própria sexualidade?
Eles não sabem que são gays porque são recompensados ao esconder a sexualidade até deles mesmos. Mulheres são melhores em esconder seus desejos homossexuais que os homens. Como os homens não são bons em esconder esses desejos, eles podem até sentir atração sexual, mas vão pensar que tem apenas a mente aberta e nunca chamarão isso de homossexualidade.
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/revista/2010/12/03/interna_revista_correio,226078/mulheres-sao-melhores-em-esconder-seus-desejos-homossexuais.shtml
Em entrevista por e-mail à Revista, o terapeuta norte-americano Joe Kort fala sobre esse e outros temas polêmicos. Ele é autor do livro "10 smart things gay men can do to improve their lives", ainda inédito no Brasil
Rafael Campos
Publicação: 03/12/2010 18:12 Atualização: 03/12/2010 20:02
Em um dos seus artigos, o senhor disse que "tanto o parceiro gay quando o parceiro heterossexual terão suas formas individuais de sair do armário". Quais são as diferenças entre esses processos? É mais difícil para o homossexual ou o heterossexual?
A diferença é que o parceiro gay tem um onda de excitação por poder, para, finalmente, ser congruente e íntrego com sua identidade sexual e romântica. Já o parceiro heterossexual nunca sente excitação, apenas traição, dor e raiva. Os parceiros gays têm mais suporte e isso é positivo e dá esperanças. Os parceiros heterossexuais encontram apoio em outros que passarem pela mesma situação e pela falta de vontade de falar sobre o que aconteceu. A eles não é oferecido o mesmo tipo de esperança que para os homossexuais. Embora nem sempre aconteça isso, o cônjuge heterossexual tem que buscar apoio de pessoas que não vilanizem o parceiro gay e não o vitimizem.
O senhor diz que é possível manter o casamento depois que um dos parceiros assume a sexualidade. O sexo não será importante para essa relação?
Depende da idade do casal, de quanto tempo eles estão juntos, se têm filhos e vários outros fatores. Muitos casais de orientação sexual mista continuam juntos e fazem sexo, além de manter relacionamentos paralelos. Muitas vezes, só o cônjuge gay tem uma vida separada. O amor e a ligação entre eles, porém, se mantêm fortes. Na tentativa de manter a família intacta, acabam tendo uma relação aberta.
O Brasil possui uma sociedade preconceituosa em relação aos gays. O mais comum aqui é esconder a situação e simplesmente dar fim ao relacionamento, sem nenhuma desculpa. O senhor acha que é importante contar o motivo da separação? Há alguma forma tranquila de fazer isso? E é justo contar aos filhos sobre a sexualidade do pai ou mãe?
É sempre importante e nem sempre seguro. Se há risco de perder o emprego, a moradia, ou mesmo de abuso físico e emocional, eu não recomendo. Selecionar as pessoas que saberão é o melhor a fazer. No caso das crianças, em qualquer idade elas conseguem lidar com a informação de que têm um pai ou mãe gay. O que eles não conseguem lidar é com a homofobia dos outros. Quando há o divórcio, sempre aconselho os casais a contar as crianças da separação primeiro e, sobre a sexualidade, depois. Os dois ao mesmo tempo pode ser estressante para os filhos.
Por que, mesmo em 2010, há tantas pessoas que pensam que sua sexualidade pode ser mudada com um casamento? O senhor acredita que estamos em um caminho no qual o preconceito será tão pequeno que casamentos de sexualidades mistas não irão mais existir?
Porque as pessoas ainda acreditam que sua homossexualidade é apenas algo sexual. Não percebem que ela é uma identidade emergente que, com o tempo, os compele a criar uma vida gay para eles mesmos. As crianças são educadas para pensar que a homossexualidade é errada e só tem relação com o sexo. Enquanto a educacação delas não mostrar que ser homossexual é idêntico a ser heterossexual, vamos sempre ver casamentos de sexualidades mistas.
Quando e de que forma os homens gays contam à suas esposas sobre a própria sexualidade?
Depende. Se há crianças, aconselho não contar até que a separação tenha acontecido, já que essa informação pode ser usada contra o pai gay, na tentativa de impedí-lo de ver os filhos. Se isso não é um problema, o melhor é contar a ela imediatamente após a compreenssão da sexualidade, para que ela não se sinta culpada.
Por que, em muitos casos, as mulheres se sentem culpadas da sexualidade dos maridos?
Elas sentem que isso é algo pessoal, que se elas tivessem sido mais sexuais ou mais feminina ou mais qualquer coisa, seu marido não teria se tornado gay. Tudo isso é falso. As mulheres tendem a assumir os problemas alheios e ela precisa ouvir, repetidamente, que a homossexualidade do seu marido não tem relação alguma com ela. Ele casou-se sendo gay.
Atualmente, nós ainda conseguimos achar homens ou mulheres que se casam sem ter noção da própria sexualidade?
Eles não sabem que são gays porque são recompensados ao esconder a sexualidade até deles mesmos. Mulheres são melhores em esconder seus desejos homossexuais que os homens. Como os homens não são bons em esconder esses desejos, eles podem até sentir atração sexual, mas vão pensar que tem apenas a mente aberta e nunca chamarão isso de homossexualidade.
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/revista/2010/12/03/interna_revista_correio,226078/mulheres-sao-melhores-em-esconder-seus-desejos-homossexuais.shtml
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