04/03/2011 - 09h25
Brasileiras abandonam o uso de preservativos
A maioria das brasileiras não usa preservativo ao iniciar um novo relacionamento, mesmo que se trate apenas de sexo casual, ao contrário do que ocorria em 2002. Foi o que disseram 51% das mulheres entrevistadas pelo Ibope, que ontem divulgou estudo sobre os hábitos de saúde e de consumo do País, com base na opinião de 18.884 pessoas de 12 a 64 anos. Para as questões ligadas ao sexo, foram consideradas apenas as respostas dos maiores de 18 anos - obtidas entre agosto de 2009 e julho de 2010.
Em 2002, de acordo com levantamento similar, feito também pelo Ibope, 40% das brasileiras se expunham ao sexo desprotegido. Ou seja: a brasileira está abandonando a camisinha. A mesma pesquisa mostra que, se a saúde está sendo negligenciada, a vaidade está em alta. ?A mulher moderna vem deixando de usar a camisinha, vai ao médico só quando está doente, mas diz que pagaria qualquer coisa por sua saúde?, diz a diretora comercial do Ibope, Dora Câmara.
Para os especialistas, o excesso de confiança nos parceiros e a ideia de que fazer sexo sem preservativo é uma prova de fidelidade são os principais motivos que têm levado a mulher a se descuidar da proteção. Apontam, ainda, uma boa dose de irresponsabilidade. Já entre os homens ouvidos pelo Ibope, 55% relatam usar preservativo ao iniciar uma relação.
"Há um conjunto de fatores que explicam o não uso de preservativos, mas o principal deles é ainda uma questão de gênero, essa diferença de comportamento que existe entre homens e mulheres. As mulheres, principalmente as mais jovens, lidam com a sexualidade com um certo romantismo", diz a assistente técnica do Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Nara Vieira.
Médica infectologista do setor de Prevenção do Centro de Referência e Treinamento DST/Aids da Secretaria de Estado da Saúde, Naila Janilde Santos enfatiza que o namoro não traz garantia de segurança. "Mulheres que têm muitos parceiros correm mais risco de contrair DSTs, mas as que têm um parceiro só também adoecem e não podem se esquecer disso".
Terapeuta sexual do Hospital Estadual Pérola Byington - Centro de Referência da Saúde da Mulher, Glene Rodrigues ficou surpresa com a estatística. "Não é falta de informação. Mas uma coisa é informar e outra é educar". Para ela, a falsa ideia de que já existe cura para a aids, sobretudo entre os mais jovens, também alimenta os números da displicência em relação à camisinha. "As pessoas aprenderam a conviver com a Aids e perderam o medo da morte. Pensam que é uma doença tratável, sem risco iminente de morte", afirma. Em 2009, contudo, 11,8 mil pessoas morreram no País vítimas da doença, de acordo com o Ministério da Saúde. As informações são do Jornal da Tarde.
AE
http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultimas-noticias/estado/2011/03/04/brasileiras-abandonam-o-uso-de-preservativos.jhtm
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