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segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Estimulante sexual pode provocar dependência psicológica em jovens


19/11/2012

Estudo realizado pelo Centro de Referência em Saúde do Homem brasileiro divulgou que houve aumento de 20% entre homens de 25 a 35 anos que utilizaram medicamentos para disfunção erétil sem prescrição médica. No período de um mês foram consultados sobre o assunto cerca de 300 homens e pesquisa revelou ainda que o uso indiscriminado do estimulante sexual tem aumentado desde o lançamento do Viagra. Com a quebra da patente e com as recentes reduções no preço, a tendência, segundo especialistas do Centro, é de que a utilização da droga cresça.
Para o urologista Aparecido Donizeti Agostinho, os jovens têm uma imagem irreal da funcionalidade do medicamento. “Basicamente porque alguns indivíduos jovens esperam obter um desempenho muito maior, utilizando essas drogas. 
É uma expectativa irreal, mas muitos acreditam que, se tomarem essas drogas estimulantes, estarão aptos a ter um número muito maior de relações sexuais do que se não as tivessem tomado”, revela.
O especialista destaca que, para este público em especial, o principal objetivo do estimulante é melhorar ainda mais o desempenho sexual, embora isso não aconteça realmente. Ao contrário, o uso indiscriminado desses estimulantes sem a prescrição médica adequada pode trazer malefícios aos usuários, como ocasionar a dependência psicológica. “Existem alguns efeitos colaterais dos medicamentos que são comuns em qualquer faixa etária. Conforme apuraram os estudos, podem ocorrer alterações visuais, gastrointestinais e até o surgimento de dores lombares, dependendo do tipo de droga que está sendo utilizada. Em um indivíduo jovem, que já tem algum problema cardíaco, o uso desses medicamentos pode também levar a algumas consequências mais sérias”, afirma 
o urologista.
Donizeti ressalta que é bom lembrar que doenças cardiovasculares não existem somente em homens bastante idosos e que remédios só devem ser tomados por quem realmente precisa. “Quando um indivíduo utiliza um medicamento desses, sem necessidade, está na verdade se expondo a um risco também do ponto de vista cardiovascular. Acredito que, para a maioria dos jovens, o grande problema no uso dessa droga pode ser uma dependência não física, mas uma espécie de dependência psicológica. Ou seja, o indivíduo associa o bom desempenho ao uso da droga, o que pode trazer consequências prejudiciais ao psicológico do homem”, completa.
http://www.jmonline.com.br/novo/?noticias,7,SA%DADE,71886

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Disfunção erétil afeta a qualidade de vida do homem e da mulher

[09-10-2012]


Para as mulheres, falar sobre as dificuldades enfrentadas entre quatro paredes, muitas vezes, é mais fácil do que para o homem. Isso porque, diferente delas, eles são mais reservados e têm dificuldade de conversar sobre sua sexualidade e outros problemas pelos quais estejam passando, como alguma doença. Se o assunto for disfunção erétil (DE), então, eles se fecham ainda mais, uma vez que o tema mexe com a masculinidade. E, neste caso, as mulheres podem ter papel fundamental com atitudes que fazem a diferença para mudar a situação. Segundo dados da OMS (Organização mundial da Saúde), a disfunção erétil afetará cerca de 322 milhões de homens até 2025. Atualmente, a doença já atinge cerca de 30% da população masculina economicamente ativa, o que representa cerca de 15 milhões de homens no Brasil.
Primeiro, elas precisam saber que o fato do companheiro ter falhado algumas vezes não está relacionado necessariamente ao clima e ao momento que tiveram juntos. Tampouco ela deve achar que o problema é dela - como ele não sentir mais tesão ou prazer durante a relação. Especialista em urologia e disfunção sexual masculina pela USP, o Dr. Eduardo Bertero, diz que problemas no trabalho ou em algum outro aspecto da vida, que causem estresse e tristeza, pode afetar o desempenho sexual do homem. O doutor ainda pondera que para ser considerada disfunção erétil, o problema deve ser persistente e não ocasional.
Enganam-se as mulheres que acreditam que DE acontece apenas com os homens mais velhos. Os mais jovens, que deveriam estar em sua plena capacidade sexual, também sofrem com o problema, seja por questões emocionais ou físicas. “Há uma série de doenças que podem afetar a ereção do homem, entre elas, destacam-se a hipertensão arterial, o diabetes e as dislipidemias ou aumento do colesterol”, pontua o Dr. Bertero. O médico ainda ressalta que maus hábitos de vida potencializam o problema, como sedentarismo, má alimentação, abuso de álcool, cigarro e consumo de drogas.
Elas, que geralmente têm o hábito de ir ao médico e ter acompanhamento, podem exercer papel fundamental aconselhando seus parceiros a procurarem um urologista para investigar as principais causas e queixas do problema de ereção. O diálogo pode confortar o homem e deixá-lo mais seguro na hora de procurar ajuda. “Eles tendem a desconversar ao serem questionados sobre o problema, muitas vezes por vergonha de admitir que estejam passando por esta situação”, responde o especialista. A mulher, carinhosamente, pode insistir no assunto abordando o problema sem tom de cobrança, e também se oferecer a acompanhá-lo em um possível tratamento, se for o caso”, destaca o especialista.
Diagnosticado o problema, o homem poderá ser mais bem orientado pelo seu médico e fazer o tratamento e acompanhamento adequado. Hoje em dia, realizar é possível tratar a DE de forma discreta e eficiente. Uma das opções disponíveis no mercado é a vardenafila HCI (Levitra® ODT) que dissolve na boca e tem sabor de menta, além de poder ser consumido momentos antes da relação sexual, pois seu efeito começa após 15 minutos da ingestão e se prolonga por até 8 horas. Isso se deve ao formato orodispersível do medicamento. O Levitra® ODT também não apresenta interação com alimentos ou álcool.
Sobre a Bayer HealthCare Pharmaceuticals
A Bayer HealthCare Pharmaceuticals, divisão da Bayer HealthCare, reúne 38 mil funcionários, em mais de 150 países e está entre as 10 maiores corporações de especialidades farmacêuticas do mundo com faturamento anual superior a €10 bilhões. A Bayer HealthCare Pharmaceuticals é formada pela união mundial da Bayer e da Schering AG, oficializada em 2006. A unidade brasileira é a sua maior subsidiária na América Latina. A atuação no Brasil contempla diferentes áreas de negócio: Saúde Feminina, Medicina Especializada, Medicina Geral e Radiologia e Intervenção.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Receita Federal apreende mais de 17 mil comprimidos para disfunção erétil


25/09/12 às 15:11 Redação Bem Paraná


Na manhã desta terça-feira (25), a equipe de fiscalização da Receita Federal em Foz do Iguaçu encontrou muitos medicamentos em uma operação de fiscalização de bagagens. Foram 17.600 comprimidos para disfunção erétil, 145 ampolas e 84 frascos de anabolizantes, 3.590 comprimidos e 15 ampolas de emagrecedores, além de 1.480 comprimidos de substância abortiva.
O material vistoriado foi apreendido em ação realizada no âmbito da Operação Fronteira Blindada no último dia 20/09. Na ocasião, servidores da Receita Federal, com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), realizaram a apreensão de diversos volumes de mercadorias provenientes do Paraguai em um ônibus que fazia a linha Foz – Londrina, no posto de fiscalização da PRF em Santa Terezinha de Itaipu/PR.
Com base nas informações colhidas no momento da apreensão, foi possível identificar o proprietário dos produtos. Ele será representado penalmente ao Ministério Público Federal, ficando sujeito a ação penal pelo crime de contrabando de medicamentos, cuja pena mínima é de 10 anos de reclusão.

http://www.bemparana.com.br/noticia/231452/receita-federal-apreende-mais-de-17-mil-comprimidos-para-disfuncao-eretil

terça-feira, 24 de julho de 2012

Após ingerir remédio para disfunção erétil, criança vai parar no hospital


Redação SRZD | Nacional | 13/07/2012 16h40

Na tarde desta quinta-feira em Votuporanga, São Paulo, uma criança foi atendida pelo Samu e levada até a Santa Casa da cidade após ingerir acidentalmente um comprimido de medicamento usado para disfunção erétil.
Segundo a assessoria de imprensa local, o incidente ocorreu na casa dos avós, mas ninguém soube responder como a menina conseguiu ter acesso ao remédio. O médico responsável pelo atendimento, Artur Tadeu Nogueira Costa, afirmou que a paciente chegou ao local na presença dos avós, que disseram serem deles os medicamentos, apesar de estarem em desuso.
"A criança foi examinada e apresentava condições físicas normais. O procedimento médico foi realizado e ela ficou em observação por algumas horas. Não havendo a necessidade de realizar qualquer tipo de internação, ela foi liberada e já está em casa", confirma o médico.

http://www.sidneyrezende.com/noticia/177765+apos+ingerir+remedio+para+disfuncao+eretil+crianca+vai+parar+no+hospital

Bar no Jóquei Clube vendia remédio para disfunção erétil

Venda proibida  Terça-feira, 17 de julho de 2012 - 07h15

Eduardo Velozo Fuccia

Cachaça, cerveja e petiscos eram comercializados em um bar no Jóquei Clube, em São Vicente. Até aí, nada demais. Porém, quem precisasse melhorar o desempenho sexual, lá também poderia comprar um medicamento para disfunção erétil de procedência paraguaia, cuja venda é proibida no Brasil.

Por causa desse comércio ilegal, Raimundo Aparecido Félix, de 43 anos, foi preso em flagrante sob a acusação de crime contra a saúde pública, cuja pena varia de 10 a 15 anos de reclusão. Para complicar a sua situação, no bar e na residência do comerciante foram apreendidos dezenas de maços de cigarros contrabandeados.

O estabelecimento fica na Avenida Galeão Coutinho. Policiais da Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes (Dise) disseram que foram ao local checar denúncia anônima de tráfico. Eles não confirmaram essa informação, mas viram parte dos cigarros contrabandeados exposta à venda.

Dentro de caixas de balas e chocolates que estavam em uma vitrine do balcão, os agentes da especializada acharam 134 comprimidos do medicamento paraguaio Pramil, indicado para disfunção erétil, escondidos entre as guloseimas. 

Esse remédio não possui registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), sendo a sua importação e comercialização no País proibidas, conforme salientou o delegado Francisco Garrido Fernandes no histórico do boletim de ocorrência.

A casa de Raimundo fica perto do bar e lá foram apreendidos mais maços de cigarros contrabandeados. A mulher do acusado, na condição de testemunha, acompanhou a revista ao imóvel.

Os cigarros encontrados são das marcas Gudan, Eigth e Te. Após ser autuado em flagrante, o comerciante foi encaminhado à cadeia.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Cresce a procura por estimulantes sexuais em Apucarana


Apucarana

Publicado em 10 de Julho de 2012, às 12h03min

Revendores de medicamentos relatam que o consumo desse tipo de medicamento cresceu cerca de 20% no comparativo do 1º semestre de 2011 e 2012

Luiz Demétrio

Os medicamentos para tratar a disfunção erétil, conhecidos como estimulantes sexuais, têm procura constante e frequente nas farmácias.


Confirmando uma tendência nacional, revendores de medicamentos relatam que o consumo desse tipo de medicamento cresceu cerca de 20% em Apucarana, no comparativo entre o primeiro semestre deste ano e com o mesmo período de 2011.


Segundo farmacêuticos da cidade, cada vez mais homens querem ter a mão os comprimidos do sexo. Nas sextas, sábados e domingo  a procura é maior.


Doze marcas de estimulantes sexuais disputam o consumidor brasileiro. Só no ano passado, esses remédios venderam R$ 500 milhões e viraram mania até pra quem nunca teve problemas na cama.


Marivaldo Gonçalves, gerente de uma das lojas da Rede de Farmácias Saúde, confirma que a procura por estimulantes sexuais se mantém em todas as épocas do ano em Apucarana.


"Os medicamentos para aumentar a potência sexual têm venda garantida o ano inteiro e nos finais de semana a procura aumenta significativamente", confirma Marivaldo.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

O que o Viagra não resolve


06/02/2012 | EDITORIAL
O tratamento da disfunção erétil à base de citrato de sildenafila pode ter um efeito colateral perigoso para o homem, que é torná-lo ainda mais displicente com a saúde
Notícia publicada na edição de 06/02/2012 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 3 do caderno A - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.
Patenteado em 1996 pela empresa farmacêutica Pfizer e vendido no Brasil a partir de 1999, o Viagra (citrato de sildenafila) tem sido apontado, frequentemente, como agente de uma revolução na sexualidade masculina - e, por consequência, na vida sexual e afetiva dos casais -, ao combater com grau de efetividade bastante satisfatório (estudos otimistas falam em 80% dos casos) um dos problemas que afligem os homens desde tempos imemoriais: a dificuldade de conseguir ou de manter uma ereção. 

Para uma sociedade acostumada a buscar soluções mágicas nas farmácias, não poderia ter havido notícia melhor. De repente, anos de pesquisa sobre as causas físicas, psíquicas e comportamentais da disfunção erétil e calhamaços de estudos sobre sexualidade humana foram colocados de lado, pois a solução se apresentou - a custos elevadíssimos, é verdade - na forma de algo que não exige altas reflexões existenciais nem mudança de hábitos ou atitudes. Basta ingerir a já icônica pílula azul e esperar os resultados.

É indiscutível a importância do Viagra, e o uso do termo revolucionário, embora um pouco exagerado, não parece propriamente injusto para um medicamento capaz de oferecer uma resposta rápida e satisfatória para problema tão aflitivo. O Viagra prolongou a vida sexual do homem de maneira relativamente segura e o tornou mais confiante, poupando-o dos sofrimentos causados por aquilo que os estudiosos chamam de "síndrome da performance" - em outras palavras, o medo de falhar.

Não se deve perder de vista, no entanto, que a disfunção erétil pode ser decorrência de problemas de saúde mais ou menos graves, que os homens tendem a negligenciar totalmente na medida em que seja possível contornar seu efeito mais inconveniente, a impossibilidade de manter relações sexuais, com a ingestão de uma pílula. 

No momento em que a versão genérica do fármaco torna o tratamento mais barato (como registrou o caderno ELA, deste jornal, na sexta-feira passada), é importante que a população seja alertada sobre aquilo que o citrato de sildenafila não resolve. O Viagra e seu genérico não são - nem pretendem ser - uma resposta global para os problemas físicos, psicológicos e comportamentais que estão na origem da impotência sexual masculina.

O ser humano e seus parentes primatas são os únicos que não possuem próteses naturais de osso, tecido fibroso ou cartilagem para manter o pênis ereto, revela o interessante livro da jornalista Sílvia Campolim, "O Sexo Depois do Viagra" (Ediouro, 2005). "O mecanismo que permite ao órgão masculino expandir e retrair em presença de um desejo real ou fantasia erótica é um prodígio de engenharia hidráulica", destaca a autora. O cérebro, o sistema cardiovascular e o sistema nervoso central estão diretamente envolvidos nessa delicada engenharia.

A pesquisadora prossegue: "As artérias que participam do processo, drenando e retendo o sangue dentro do pênis são finíssimas, têm mínimos 0,4 milímetros de diâmetro, portanto, muito vulneráveis a danos." Doenças cardiovasculares, diabetes, alimentação inadequada, uso de medicamentos, consumo excessivo de álcool e de cigarro, associados ou não a fatores psíquicos como ansiedade e estresse, interferem em maior ou menor grau na irrigação sanguínea e nos mecanismos que retêm o sangue no interior do pênis, assegurando a ereção. 

Mesmo com seu benefício inegável, o tratamento da disfunção erétil à base de citrato de sildenafila pode ter um efeito colateral perigoso para o homem, que é torná-lo ainda mais displicente com a saúde. Para uma vida verdadeiramente saudável, não basta tomar a pílula azul. É preciso buscar a saúde física e mental com um estilo de vida diferente, longe dos vícios e exageros tão comuns no homem de hoje. Essa sim - a busca da saúde integral -, seria uma grande revolução.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

A turma do Viagra


13/12/2010 - 15:12 - ATUALIZADO EM 09/09/2010 - 17:46
A turma do Viagra
Um ano depois de lançada, a pílula que mudou o modo de encarar a impotência sexual é consumida por multidões de brasileiros
ROGÉRIO DAFLON
Casados há três anos, o engenheiro Wilson e a professora Márcia tiveram a primeira relação sexual só em fevereiro passado. Ele com 39 anos, ela com 37, ambos continuaram virgens porque Wilson, ansioso e inexperiente, não conseguia uma ereção completa. Os problemas psicológicos vinculados à longa espera ainda são tratados no divã do analista. Mas a angústia foi sensivelmente abrandada com a providencial ajuda de um agente externo: o Viagra. Wilson precisou de 50 miligramas do remédio, contidas num comprimido, para acabar com o drama que minava sua auto-estima e punha em risco o casamento. "Nunca conseguia ir até o fim", recorda. Para consumar o sexo com a parceira, passou a ingerir a dose de confiança embutida no pequeno losango azul. Seis meses depois da primeira vez, eles ensaiam uma vida sexual sem aditivos. "Já consegui em algumas ocasiões", diz Wilson, que recorre ao Viagra pelo menos uma vez por semana.

Tomar a pílula uma hora antes do ato sexual é um ritual que vai se incorporando à rotina de multidões crescentes de casais desde abril de 1998, quando o Viagra desembarcou nas farmácias dos Estados Unidos. Lançado no Brasil em junho, transformou-se rapidamente numa espécie de intruso nos relacionamentos - para o bem e para o mal. E causou impacto suficiente para ganhar status de medicamento revolucionário. "Nunca um remédio provocou mudanças tão grandes com essa rapidez", diz a psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do Projeto Sexualidade, da USP .

Confrontado com a também revolucionária pílula anticoncepcional, surgida no início da década de 60, o Viagra leva vantagem: enquanto a pílula bloqueia um fenômeno fisiológico para impedir a gravidez, o primeiro remédio oral contra a impotência recupera uma função que para muitos homens se perdera havia anos. O tema ainda é tabu. Wilson e Márcia, os personagens que abrem esta reportagem, aparecem com nomes trocados. Falaram a Época sob a condição de não ser identificados. É uma forma de proteção contra os preconceitos que ainda cercam o assunto. O Viagra, no entanto, conseguiu levar a discussão sobre impotência para a sala de visita e para a mesa de bar. Falar do pênis, e de sua fisiologia, deixou de ser motivo de chacota. Para 93% dos especialistas brasileiros ouvidos numa pesquisa realizada pelo laboratório Pfizer, fabricante do produto, um dos efeitos positivos do Viagra foi a abertura de espaço para o debate sobre a "disfunção erétil". Mas a maioria ainda recorre ao segredo - e o hábito é sonegado até mesmo à parceira de cama. 

Devoto da discrição, o engenheiro carioca M.C.C., 39 anos, enfrentou dificuldades para esconder um dos efeitos colaterais do comprimido ao ingeri-lo pela primeira vez. "Meu rosto ficou muito vermelho e todos no trabalho queriam saber a razão", relata o carioca, que só no final do expediente foi ao encontro da namorada. Valeu a pena o constrangimento. "Transamos três vezes naquela noite", festeja. As estatísticas - somadas às evidências de que cresce em progressão geométrica o comércio clandestino de pílulas - mostram o sucesso do Viagra. 

Ao longo dos 12 primeiros meses de comercialização no Brasil, 5 milhões de relações sexuais podem ter sido movidas, real ou psicologicamente, à base de sildenafil, nome do princípio ativo da droga. Na ponta do lápis, isso significa que foram vendidas 13.698 unidades por dia, ou 570 por hora, ou 9,5 por minuto. Nos Estados Unidos, os médicos prescreveram 9 milhões de receitas, que somaram 72 milhões de pílulas vendidas no primeiro ano. Essas são as cifras oficiais. É impossível recensear a multidão de brasileiros que se abastecem com cartelas vendidas sem receita por médicos que as recebem diretamente do laboratório. 

Também não há como mensurar os consumidores de pílulas trazidas por amigos e parentes dos EUA, onde é possível comprá-las sem maiores exigências nas drogarias. Por trás dessa movimentação intensa, multiplicam-se histórias de gente que convivia com o fantasma da impotência ou amargava casamentos sem sexo. Segundo pesquisas realizadas pelo laboratório Pfizer, o Viagra tem se mostrado eficaz em 85% dos casos de disfunção erétil leve ou moderada. Trata-se de uma ótima notícia para uma parcela expressiva da população masculina. 

O estudo mais completo sobre impotência, realizado pela Universidade de Boston, nos EUA, aponta para uma altíssima incidência do problema: 52% dos americanos com mais de 40 anos sofrem de algum tipo de disfunção sexual. No Brasil, por enquanto, não há nenhum estudo similar. É ilusório imaginar que o Viagra funcione como um remédio mágico - sem contra-indicações - que remove qualquer obstáculo no caminho da ereção. Foram detectados novos efeitos colaterais provocados pelo produto, além das dores de cabeça e náusea previstas na bula. O Viagra também expõe fragilidades que rondam relações amorosas. "Ele tem uma ação muito específica. Dá resposta a um problema físico, mas não aos de ordem afetiva", diz a psicanalista Magdalena Ramos, coordenadora do Núcleo de Casal e Família, da PUC-SP. "O Viagra é um paliativo para o desinteresse em relações prolongadas e esgotadas", constata o andrologista Joaquim de Almeida, da Universidade Federal de São Paulo. 

Auto-estima em alta O sucesso dos remédios conhecidos como "lifestyle drugs", as drogas do estilo de vida 

Propecia 
Anunciado como a cura da calvície, o Propecia, da Merck, fechou seu primeiro ano no Brasil, em maio passado, com faturamento superior a US$ 7,4 milhões, o equivalente à venda de 151 mil caixas. Mais de 30 mil homens já haviam provado o remédio, o primeiro tomado por via oral para o problma. Em testes clínicos, a "pílula da calvície" funcionou em 86% dos pacientes cujos fios de cabelo do vértice - a popular coroa de frade - estavam tornando-se escassos.
Preço: R$ 80 (caixa com 30 pílulas) 

Xenical
Lançado no início do ano, foi recebido como a redenção dos gordinhos. A droga, a primeira a combater a obesidade sem afetar o sistema nervoso, elimina 30% da gordura ingerida, transformada em bolo fecal. Mas os pacientes não estão livres de sacrifícios como a prática de exercícios e a contenção à mesa. No primeiro mês no país, foram vendidas 285 mil caixas. Em seis meses, o faturamento mundial foi de US$ 253 milhões. 
Preço: R$ 107 (caixa com 42 pílulas) 

Prozac 
Chegou às farmáciasem 1987, produzidopelo laboratório Eli Lilly. É um antidepressivoque atuacomo inibidor de serotonina, neurotransmissor associado à depressão. Mais de 25 milhõesde pessoas já experimentaram o Prozac, um dosmais vendidos em todo o mundo.No primeiro ano, as vendas chegarama US$ 130 milhões. Hoje, superam US$ 1,6 bilhão ao ano. 
Preço: R$ 64 (caixa com 28 pílulas)


Os especialistas são explícitos: se não houver desejo sexual, o Viagra não produzirá efeitos satisfatórios. Quando o homem é estimulado sexualmente, o cérebro envia sinais que provocam a liberação do óxido nítrico. Essa substância acelera a produção de outra, o GMP cíclico, que dá início à ereção. O Viagra só trabalha desse momento em diante. A suspeita de que o Viagra seria o combustível para a proliferação descontrolada de casos de infidelidade materializou-se apenas parcialmente. "Casamentos marcados pelo ressentimentos e pela hostilidade poderão acabar se o homem se sentir encorajado para novas conquistas", avalia o psicoterapeuta Moacir Costa, que em outubro lançará o livro A Pílula do Prazer. 

"A pílula não substitui a capacidade de amar e de formar vínculos", conclui Costa. "Não cura a impotência da alma." Em contrapartida, um grupo considerável de brasileiros, particularmente entusiasmados com o alto índice de eficácia, vislumbrou no Viagra utilidades insuspeitadas em outros países. Muitos consumidores o transformaram no afrodisíaco da hora, outros tantos o promoveram a talismã. "Só de levá-lo no bolso alguns homens funcionam", diz o urologista Celso Gromatzky, do Hospital das Clínicas, de São Paulo. 

Revolução feminina O primeiro ano do anticoncepcional 

A pílula anticoncepcional começou a ser vendida nos Estados Unidos em 1960 e chegou ao Brasil após um ano. Logo depois de lançado, o medicamento enfrentou forte resistência de setores da sociedade. A Igreja o condenou (e não mudou de posição até hoje). Os médicos encararam a novidade com desconfiança. No Brasil, a legislação impedia que a pílula fosse apresentada como método contraceptivo. Para contornar o impasse, os laboratórios rotularam a pílula de produto para regularizar o ciclo menstrual. "Os médicos mais velhos negavam-se a prescrever o remédio para suas pacientes", lembra Gladis Éboli, gerente de comunicações corporativas da Schering do Brasil. "Argumentavam que era uma interferência nas leis de Deus."


Em suas mil e uma novas utilidades, a pílula azul serve também para aplacar a ansiedade de quem sofre de ejaculação precoce. Os garotões apelam para o remédio, melhoram a performance e, claro, levam a fama. Até mulheres se juntaram à legião de adeptos. Nem o tempo longo de espera para que o efeito se manifeste desencoraja os usuários. Eles invocam a conhecida comparação com um passeio pela DisneyWorld: duas horas na fila para dois minutos de prazer. Não é bem assim. Multiplicam-se relatos dando conta de quatro, cinco horas de ereções, depois dos 60 minutos regulamentares de espera. Nas intermináveis raves, em Londres, o comprimido é mais um ingrediente dos coquetéis químicos que embalam festas. Associado ao Ecstasy, vira uma bomba. Menos explosivo é o consumo, pelos italianos, do sorvete azul, que contém o remédio em sua receita. Em alguns restaurantes parisienses, o Viagra virou tempero de pratos requintados. O Ministério da Saúde francês acabou com a alegria. No Rio de Janeiro, uma confeitaria chegou a vender tortas de Viagra, mas a Vigilância Sanitária proibiu a comercialização do sexo culinário. 

Precursor do uso do Viagra no Brasil - foi um dos primeiros a admitir publicamente o consumo do comprimido azul -, o jornalista gaúcho Paulo Sant'Ana, colunista do jornal Zero Hora, proclama aos 60 anos que o medicamento representa o maior avanço da ciência neste fim de milênio. "É o remédio mais espetacular já inventado", resume. "Devolve a segurança ao homem e provoca felicidade nas mulheres", argumenta o jornalista, que gosta de se auto-intitular "machão". Tanto entusiasmo repercutiu nas páginas da revista americana Newsweek, que reproduziu um artigo escrito por Sant'Ana. 

Em abril do ano passado, ele foi apresentado ao Viagra por um amigo que trouxera dois comprimidos dos Estados Unidos. "Como não me acontecia há 20 anos, depois do orgasmo permaneceu intacta a minha função erétil", revelou aos leitores. A euforia masculina nem sempre é partilhada com as parceiras. Uma das boas piadas em torno do medicamento é a que trata do primeiro caso de overdose de Viagra: um homem tomou 12 pílulas e a mulher morreu. Surpreendentemente, maridos impotentes às vezes são bem-vindos. "Eles fazem o tipo bonzinho e tentam realizar tudo o que a mulher quer para compensar a falta de ereção", explica a psicóloga Luiza Pires, coordenadora do ambulatório masculino do SOSex, mantido pelo Instituto Kaplan, em São Paulo. 

Nesses casos, a mulher desestimula o uso do Viagra para manter o controle da relação. Como pretexto, invocam o preço do medicamento: uma caixa com quatro cápsulas custa em torno de R$ 60. Especialistas acreditam que, para mulheres sexualmente saudáveis, o Viagra foi um prêmio: elas reconquistaram um parceiro efetivo. A secretária paulista Cássia, de 35 anos, incentivou o marido, Ivan, de 45, a experimentar a novidade. "Antes, ia para a cama com um velho de 80 anos", informa. Encontrada a resposta para o problema físico, é a vez das causas psicológicas. É o que aconselha o psicólogo Oswaldo Rodrigues Junior, do Instituto Paulista de Sexologia. 

"Muitos pacientes estão usando o Viagra para conhecer os seus limites emocionais e para entender melhor o próprio desejo", enfatiza Rodrigues, para quem a maioria confunde ereção com desejo. O Viagra ajuda a compreender a diferença, pois só funciona se houver libido. O medicamento também pode induzir a novos temores. Um deles é o medo à dependência. Outro é valorizar exageradamente a ereção, em detrimento da sedução e do afeto. "O Viagra é um ótimo aditivo, quando o motor e o motorista são bons", ressalva Rodrigues. 

Homens na faixa dos 35 anos submetidos ao estresse rotineiro recorrem ao Viagra para prevenir eventuais fracassos. Afinal, por trás da curiosidade existe um batalhão de inseguros. O engenheiro Carlos, 33 anos, faz uso recreativo do Viagra desde seu lançamento. Casado há dez anos, não o dispensa nas aventuras extraconjugais. "Uso para me garantir", admite. Sob o efeito do Viagra, diz ter quatro relações sexuais numa noite. A ressaca é forte. Passa as 24 horas seguintes com enxaqueca. No momento, testa o Vasomax, outro vasodilatador recém-lançado. O entusiasmo por novos medicamentos é condicionado pela ressalva: "Nenhum deles substitui uma boa mulher". 

O Viagra acabou estimulando a busca imediata do tratamento adequado. Antes, os homens levavam em média quatro anos para buscar ajuda. Hoje, pacientes buscam auxílio ao primeiro sinal de impotência. O uso de pílulas nada tem de assustador, ao contrário das traumáticas opções anteriores: injeções no pênis ou próteses. "Hoje só é impotente quem quer", diz o urologista Celso Gromatzky. Seu colega carioca Jaime Toledo, 48 anos, constata uma sensível diminuição na procura por próteses. Casos especialmente graves talvez encontrem alento no best-seller alemão Mulher Solteira Procura Homem Impotente para Relação Séria, da jornalista Gaby Hauptmann. Já foram vendidos 3 milhões de exemplares do livro sobre uma mulher de 30 anos, bem-sucedida, que procura um casamento sem sexo. "Não estou contra o sexo, mas contra as atitudes masculinas diante do sexo", apregoa a autora. Carmen Legg, a protagonista da história, encontra seu par perfeito em David, homem lindo, encantador, inteligente - e impotente. No epílogo da narrativa, porém, ela tenta transformá-lo num super-homem potente. Ela poderá recorrer ao divã. Ele poderá encontrar a solução do problema na farmácia da esquina. 

Verdades e mentiras do losango azul As dúvidas mais comuns sobre o funcionamento do Viagra 

Nos Estados Unidos, nos últimos 12 meses, pelo menos 70 pessoas que tomaram o remédio e tinham problema de coração morreram. O Viagra é um risco à saúde de alguns pacientes?
Não, mas pessoas que estão tomando drogas à base de nitrato (Isordil, Sustrate e Monocordil) não podem ser medicadas com Viagra. A ingestão conjunta das duas drogas pode ocasionar queda de pressão arterial intensa, levando ao enfarte e a outros problemas circulatórios. 

A droga também funciona com mulheres?
Até hoje, nenhum trabalho mostrou de forma conclusiva que o Viagra melhora a resposta sexual da mulher. Sabe-se, porém, que ele eleva a irrigação clitoriana. 

Há homens que sofrem de impotência em virtude de outros problemas físicos. O Viagra funciona com uma pessoa que não tem ereção por ter sofrido uma lesão na coluna, por exemplo?
O medicamento pode ajudar certos homens com esse problema, principalmente quem teve lesão medular alta. Na fase de testes, 80% dos homens com lesões na coluna tiveram êxito com o Viagra contra 68% dos hipertensos e 43% dos que fizeram cirurgia de próstata. 

O Viagra funciona sem desejo sexual, ou sem que haja atração entre os parceiros? 
Não. O Viagra depende do estímulo sexual e por isso é preciso ter desejo. Ele não leva à ereção. Funciona como um facilitador e prolongador da ereção. A droga age bloqueando uma enzima (PDE5) que impede o relaxamento dos músculos dos corpos cavernosos do pênis, o que é indispensável para a ereção. Mas para isso ocorrer é preciso que haja um estímulo vindo do cérebro. Sem desejo, nada feito. 

Um homem saudável que tome Viagra terá ereções mais prolongadas e firmes?
O uso recreativo, para quem tem ereções normais, não deve ser estimulado. Há pessoas que têm graus mínimos de perda da ereção durante a relação sexual. Para elas, a droga apresenta bons resultados. 

Pode-se tomar o medicamento mais de uma vez por dia?
Não é recomendável que seja tomada mais de uma dose diária, sob risco de os efeitos colaterais (náusea, enxaqueca e vermelhidão) ser potencializados. Nunca faça automedicação. Somente o médico sabe qual é a dosagem adequada para cada caso. 

Quem ingerir duas pílulas em lugar de uma terá ereção duas vezes mais firme e com o dobro de duração?
Não, o efeito não é proporcional à dosagem. A dosagem é prescrita de acordo com as características da disfunção erétil do paciente.
 

Consultoria dos urologistas Sidney Glina e Eric Wroclawski e do cirurgião vascular Carlos Augusto Araújo Pintohttp://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI170025-15228,00-A+TURMA+DO+VIAGRA.html

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Busca pelo prazer fácil pode ser motivação de consumidores



Notícia publicada na edição de 03/02/2012 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 002 do caderno Ela - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.
E em qualquer esquina. Tanto médicos, quanto psicólogos, farmacêuticos e demais pessoas que souberam da produção dessa matéria comentaram: compra-se medicamentos facilitadores de ereção praticamente em qualquer lugar. O Pramil, fabricado no Paraguai e que entra no Brasil nos bolsos de quem atravessa a fronteira, é vendido sem distinção em bares, feiras e vários tipos de comércio informal. Isso quer dizer que sildenafila tem venda indiscriminada.

"O medicamento é positivo para quem tem uma disfunção erétil por problemas físicos ou pela extração da próstata por motivo de doença. Para esses casos, elevou a autoestima de idosos, melhorou o relacionamento de casais que enfrentavam esses problemas, restaurou a vontade de viver", pontuou o psicólogo Henrique Jurado Júnior. Para ele, o maior problema é o que está na situação oposta, no consumo por quem não precisa do remédio para ter ereções e manter relações sexuais. "Do jeito que esses medicamentos chegaram ao mercado, a parte emocional foi deixada de lado e a afetividade ficou comprometida. É bom separar o uso terapêutico do recreativo".

Segundo o psicólogo, a virilidade comprometida para o homem é um grande problema, relacionada à perda de poder, ao sentimento de castração. "Alguns perdem a alegria de viver, chegam a ficar deprimidos. Os mais antigos se sentem ainda pior". Quando a perda da virilidade, da ereção, é motivada por problemas físicos, o uso de medicamentos que promovam uma ereção pode ser opção saudável, que ajuda na vida de um casal. Para quem faz uso recreativo, o efeito pode passar despercebido. "Todo o mecanismo da sedução, das preliminares passam a dar trabalho, são postos de lado". É como se, ao deixar de buscar o emocional, o cérebro ficasse mal acostumado, ele compara.

O uso do Viagra, como interpreta Henrique, teve o reforço ainda da própria internet. Antigamente os estímulos visuais procurados pelos homens eram as revistas. "E esse estímulo tinha pouca durabilidade. Uma hora ele cansava do que via". Não é o que acontece com a internet, onde a indústria pornográfica disponibiliza uma variedade de estímulos, a cada momento, para o prazer solitário. Se a pessoa fizer disso um vício, pode encontrar certa dificuldade no ato sexual com a companheira. "Nesses sites existem propagandas do Viagra e dos outros medicamentos que têm nomes diferentes e mesmo princípio ativo. Quem tiver dificuldades na hora do sexo com um parceiro ou parceira, vai lembrar dos remédios. Poucos vão procurar a ajuda de um profissional em saúde mental, emocional", observa. Ele ainda questiona: "por que em sites de apelo estético tem tantas propagandas desses medicamentos estimulantes? A indústria pornográfica não estaria colaborando com a indústria farmacêutica?"

Uso abusivo

O uso abusivo por parte dos jovens é ainda mais preocupante. "Dificilmente os jovens usam o viagra sem associá-lo às drogas como ecstasy, cocaína e álcool. Essa combinação faz o jovem perder a capacidade de julgamento, leva a comportamentos de risco. Ele acaba tendo relações com pessoas que talvez em estado normal não teria, a maioria das vezes sem preservativos". Algo semelhante aconteceu na terceira idade. "Nessa fase, homens e mulheres têm a vantagem de não mais correr riscos de gravidez, porém, o estímulo visual já não é mais o mesmo".

O saldo positivo da sildenafila para os idosos foi o recomeço da vida para muitos homens. "Vi muitos viúvos passando a ter relações sexuais novamente e alguns até casaram de novo. Infelizmente, o resultado do Viagra também foi o aumento da traição". Isso tudo porque tendo a garantia da relação bem sucedida, na concepção do que é sexo bom que passa pela mente de alguns homens, muitos esqueceram até mesmo os próprios valores. Muitas mulheres também fazem uso do medicamento, confirma o psicólogo que atende adolescentes, adultos, casais e família em seu consultório. "Mas eu acredito que seja efeito placebo. Mesmo porque o que é determinante para a mulher não é o mesmo que é determinante para o homem".

Henrique considera ainda que a ideia que se tem do citrato de sildenafila é que ele tem princípios afrodisíacos. "Não é isso. Ele não aumenta o desejo de ninguém". Encarando de frente esse cenário atual - em que as emoções e seus problemas são jogados para debaixo do tapete - Henrique lamenta: "é uma pena que as pessoas estejam perdendo o sexo por completo, aquele que é feito com amor, com quem se gosta, com os cinco sentidos, com qualidade. Sexo que é amplo e nem precisa de penetração para ser bom".

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Preço de droga para impotência sexual varia até 275%


Qua, 01 de Fevereiro de 2012 10:06 UOL

Apesar de ter eficácia semelhante, um comprimido contra impotência sexual pode custar quase quatro vezes o preço de um concorrente, conclui boletim divulgado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
A maior diferença encontrada ocorreu entre um dos genéricos do Viagra (R$ 11,05 o comprimido) e o medicamento de referência Cialis, feito com outro princípio ativo (R$ 41,47).
O Viagra chega a ser 56% mais caro que seu genérico mais barato --listou-se como exemplos três marcas de genérico, mas há nove empresas que vendem a cópia.
O estudo da Anvisa comparou dez produtos e quatro substâncias, usando os preços máximos de venda e a alíquota de ICMS de 18%. Para cada produto, foi considerada uma apresentação (um, dois ou quatro comprimidos).
Todas as substâncias analisadas são da classe dos inibidores de fosfodiesterase tipo 5, tratamento-padrão contra impotência.
"Não existem evidências que comprovem superioridade entre os inibidores da fosfodiesterase no tratamento da disfunção erétil", afirma o boletim da Anvisa.
Os preços vêm caindo desde que a patente do Viagra venceu, em 2010, diz Pedro Bernardo, chefe do núcleo de assessoramento econômico em regulação da agência. Ele estima que 80% do mercado seja dominado por genéricos e similares.
"Em outros mercados, quando o produto é semelhante, a tendência é de os preços se aproximarem. No caso de medicamentos, a diferença se explica pela dificuldade de o consumidor fazer comparação."
DIFERENÇAS
Aguinaldo Nardi, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, lembra que o tratamento deve ser individualizado, independentemente do custo. "Os efeitos colaterais são individuais. A tadalafila costuma dar mais dor muscular, mas é preferida pelos pacientes mais ansiosos, que não querem ficar reféns do tempo limitado de ação das outras drogas."
Segundo o urologista Alberto Azoubel Antunes, do Hospital das Clínicas de São Paulo, há diferença de tolerância dos pacientes em relação às drogas. "Alguns se queixam de mais efeitos colaterais, como cefaleia ou congestão nasal, com uma do que com a outra. Temos que ajustar para ver com qual delas a adaptação é melhor."
O tempo de atuação de cada remédio é um fator que pesa na escolha. "O paciente, em geral, prefere os que têm uma duração mais prolongada. Às vezes, confunde isso com um efeito mais duradouro da ereção, o que não é verdade", diz Antunes.
Os médicos afirmam que o uso recreacional desses medicamentos aumentou com o barateamento dos preços. "Muitos adolescentes compram os remédios sem receita. Eles criam dependência psicológica", diz Nardi.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Los cubanos abusan del Viagra pese a control médico (expertos)


Los cubanos abusan del Viagra para aumentar su potencia sexual, pese a que muchos no lo necesitan y a que su venta está controlada en la isla, dijeron este martes a la AFP expertos que participan en un congreso de sexología.
"Llegan a la consulta pacientes que incluso tienen contraindicado el Viagra, pues padecen de cardiopatías isquémicas, y que lo compran en la calle (en el mercado negro) y lo toman", explicó el sexólogo cubano Generoso Torres.
"A uno le dije: no te doy la receta médica, porque te vas a morir", añadió Torres, quien abordó el consumo del sildenafil -nombre genérico del Viagra- en el tratamiento de la disfunción eréctil en el VI Congreso Cubano de Educación, Orientación y Terapia Sexual, que se desarrolla esta semana en la capital.
Sobre el "uso y abuso del sildenafil" también alertó la sexóloga cubana Haydée Wong, quien destacó que tiene pacientes que "vienen a la consulta no solamente para la obtención de la rigidez (del pene), sino para potenciarla".
"¿Qué se ha visto? Que se ha hecho una dependencia casi crónica de este medicamento y que el paciente no logra satisfacer a su pareja de una forma más erótica", añadió Wong.
El sexólogo Jesús Ferrer dijo que al asegurar "el mejoramiento sexual del hombre", el Viagra lo hace sentir "más protegido", pero que su uso indiscriminado no es "un fenómeno exclusivo de Cuba".
En la isla, que produce su versión del Viagra desde 2008, el fármaco se vende en las farmacias a cinco centavos de dólar la tableta, pero con una tarjeta de control que se emplea con diversos medicamentos que requieren prescripción médica.
No obstante, el sildenafil y otros fármacos de su tipo, como el tadalafil, de acción más prolongada, por lo que es apodado la 'droga del fin de semana', son introducidos ilegalmente en la isla y vendidos en el mercado negro a uno o dos dólares la dosis.
El principal experto en sexología de Cuba, Ramiro Fraga, que también participa en el Congreso, alertó en octubre sobre una demanda "significativa" en la isla de cirugías para alargar el tamaño del pene.
En esa ocasión, Fraga recomendó a los jóvenes abstenerse de operar su miembro con ese fin, y en contrapartida, aprender a "operar" con él.
El Congreso, organizado por el Centro Nacional de Educación Sexual, que dirige la sexóloga Mariela Castro, hija del presidente Raúl Castro, también aborda la experiencia cubana en implantes de prótesis de pene.
rd/fj/dg

sábado, 31 de dezembro de 2011

"Não viajo sem Viagra"o remédio salva vidas


  • Karina Oliani é paramédica especializada no resgate em áreas extremas




  • Resgate de aventura exige capacitação diferenciada
    IG

    A grande casa de boneca servia apenas como um mini-rappel. Escalar as paredes do móvel era certamente mais desafiador do que pentear os longos cabelos da Barbie.
    Ao 12 anos, Karina Oliani, hoje médica especializada em paramedicina, saltou de pára-quedas. A carteira de mergulhadora foi conquistada seis anos antes de assumir o volante de um carro - ou guidom da motocicleta, seu transporte terrestre favorito.
    O padrão de vida compatível com os desejos aventureiros permitiu que ela conquistasse um currículo peculiar, bastante diferenciado dos tradicionais donos do jaleco branco no Brasil.
    Sem limites físicos, a única modalidade esportiva que ela assume total inaptidão é a bocha. Balé, jazz, caiaque, corrida, montanhismo, judô, snowboard, bodyboard (bi-campeã da modalidade) e até pole dance - reconhecida internacionalmente como dança - já estiveram (e muitas ainda fazem parte da rotina) presentes em algum período dos seus bem suados 29 anos.
    O melhor esporte: a medicina

    Em 2007, após concluir o curso de medicina, realizado em uma faculdade privada da capital paulista, Karina arrumou as malas para fazer uma especialização em paramedicina na cidade de Los Angeles, nos Estados Unidos.
    Durante dois anos, aprendeu técnicas de um conceito quase inexistente no Brasil. Na volta à terra natal, empenhada na técnica, conquistou mais uma carteira de habilitação: fez curso de piloto de helicóptero. Hoje, é especialista no resgate em áreas extremas, e trabalha para aglutinar medicina e esporte em um só oficio.
    Junto com outros quatro colegas, montou uma empresa com a proposta de promover a medicina de aventura. Os cinco doutores são contratados para assessorar alpinistas amadores durante expedições de montanhismo. Acompanhar tais equipes é o filão do negócio, mas não o único. Eles pretendem oferecer capacitação a outros profissionais e publicar o manual brasileiro de paramedicina. O grupo conseguiu os direitos para adaptar o conceito americano à realidade tupiniquim.
    É uma área pouco explorada no Brasil. Mas quem é apaixonado pelo esporte, acaba direcionando a vida, a rotina para escalar e vencer desafios ao menos uma vez por ano. E o esporte vira um vício", defende ela.
    De fato, por aqui, a paramedicina é oferecida em cursos específicos e com uma atuação nada turística ou desbravadora. Os profissionais trabalham em ambulâncias do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) ou no resgate privado.
    O indispensável Viagra
    A vida sem rotina, embora cansativa, permitiu a médica conhecer mais de 40 países, escalar o Everest, Himalaia, realizar resgates no Alasca e montar um álbum fotográfico digno de exposição.
    Como boa nômade - apenas 40% do tempo ela passa em casa, em São Paulo - a mala nunca é desfeita. Além das roupas que equivalem a um iglu - encarar o frio requer proteção acima do conforto - outro item indispensável no kit de primeiros socorros é o Viagra, tradicional remédio contra impotência sexual.
    Na medicina de montanha, o medicamento é essencial para tratar o quadro de edema pulmonar de alta montanha, provocado nos alpinistas pela falta de oxigênio e aumento da pressão nas artérias pulmonares. Segundo a especialista, a fisiologia do problema é completamente diferente durante a escalada. "O remédio tradicional para tratar o edema pode matar em diferentes condições de temperatura e pressão. Não viajo sem o Viagra, ele salva vidas."
    Sem banho
    Trechos da atuação de Karina podem ser conferidos no programa Extremos, do canal pago Multishow. Junto com o cinegrafista Magoo e a também apresentadora Julia Ericson, o trio viaja para lugares incríveis mundo a fora, roteirizando cultura, esporte e adrenalina.
    À frente de quadros esportivos na televisão desde 2005, a médica tem traquejo e o desprendimento necessário para ignorar as câmeras, a falta de higiene imposta em alguns destinos e curtir a viagem ou realizar cirurgias de emergência. "Meu câmera teve um edema cerebral de alta montanha escalando o Monte Kilimanjaro (na África), tive que socorrê-lo às pressas."
    Destemida e sem frescura, histórias de quase morte, ou a experiência de viver mais de 20 dias sem tomar banho transformam os relatos em contos que alternam comicidade e trágédia. Durante a temporada que passou prestando atendimento no Himalaia, a médica sofreu um grave acidente. A falta de banho e limpeza, principalmente dos cabelos, beiravam o insuportável.
    O frio e o vento, na época, estavam muito agressivos e impossibilitavam a higiene. Cansada de esperar a temperatura favorável, ela decidiu arriscar. Ainda com o shampoo nos cabelos, um mini-tornado derrubou a tenda de banho e a arremeçou 20 metros do local de apoio.
    "Estava nua, quase morrendo de frio. Bati as costelas, me cortei e perdi equipamentos importantes para a vida nessas áreas. Foi um susto muito grande, só sobrevivi por que fui socorrida rapidamente. Hoje, o susto virou história, mas já passei por poucas e boas."
    Por conta do currículo diferenciado, Karina é acionada pelos amigos (também) na hora da dor e de uma viagem. Para aliviar o desconforto, é ótimo ter um médico por perto. Ao planejar uma viagem, ninguém é melhor do que ela no serviço de guia turístico. Sem pestanejar, ela indica os destinos prediletos: "Amo a África e o Brasil."