A Crítica noticia: Indígenas do Amazonas vítimas de turismo sexual entram com denúncia na justiça dos EUA
10 JULHO 2011
India da etnia Terena - Foto ilustrativa, sem relação com o caso [Valter Campanato/ABr]O Jornal A Crítica de Manaus, traz uma notícia estarrecedora: como se não bastasse o fato de já termos suficientes casos de exploração sexual internacional de 'civilizados', agora as indígenas é que estão na mira da perversão sexual dos capitalistas: "Caso veio à publico em reportagem publicada no jornal "The New York Times" e na Folha Online. Funai confirma as denúncias"
A ong norte-americana de combate ao turismo sexual de mulheres, Equality Now, divulgou em seu site que quatro indígenas brasileiras (naturais do Estado do Amazonas) entraram com um processo contra a empresa Wet-A-Line, dos Estados Unidos, acusando-a de tráfico sexual.
Conforme a ong, é a primeira vez que a Lei de Proteção às Vítimas do Tráfico daquele país é acionada para estes casos. O caso foi noticiado na edição deste sábado (09) no jornal "The New York Times" e reproduzido na edição deste domingo (10) no portal Folha Online.
De acordo com a Equality Now, a Wet-A-Line operava no Amazonas em parceria com a empresa Santana Eco Fish Safari, que tem sede em Manaus. Segundo a ong, a atividade aconteceu "durante vários anos", até por volta de 2009.
Em entrevista ao portal acritica.com, o indigenista da Fundação Nacional do Índio (Funai), João Melo, confirmou que as indígenas aliciadas por agências de turismo são do município de Autazes (a 118 quilômetros de Manaus).
Conforme o indigenista, as embarcações e hidroavião com os turistas costumavam pousar, sem autorização, no lago Cunhã-Sapucaia, pertencente a terra indígena do mesmo nome, no município de Borba.
Melo conta que as denúncias chegaram a ser publicadas em alguns veículos de comunicação, mas o assunto acabou sendo esquecido.
Naufrágio
Segundo Melo, a prática de aliciamento e o estupro das meninas (todas com menos de 18 anos de idade) migrou para a região de Autazes depois do escândalo envolvendo empresários e políticos que faziam a mesma tipo de ativista turística no município de Barcelos.
O naufrágio do barco onde estavam os aliciadores e as meninas, ocorrido há aproximadamente cinco anos, durante o qual algumas delas morreram, ajudou a escancarar o turismo sexual praticado no Amazonas.
"Não havia essa atividade em Autazes. Quando estourou aquele escândalo, as agências de turismo de pesca foram para Autazes. E não eram apenas mulheres indígenas. Não-indígenas também eram aliciadas. Mas depois que saiu nos jornais novamente, a situação parou", disse Melo.
Em entrevista à Folha Online, o superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Sérgio Fontes, disse pelo menos 15 meninos foram vítimas de estupros e aliciamento nas viagens promovidas pelo proprietário da agência norte-americana, Richard Schair. O caso, segundo a reportagem da Folha Online, está em segredo de Justiça no Brasil.
O portal acritica.com tentou falar com Sérgio Fontes mas ele não atendeu às ligações feitas ao seu celular.
Investigação
Em matéria publicada no dia 14 de junho, a Equality Now diz que as meninas afirmaram que, nos barcos de pesca, "receberam álcool e drogas e foram forçadas a manter relações sexuais com homens durante as excursões de pesca".
Elas afirmaram que, na época, tinham menos de 18 anos. A mais jovem tinha apenas 12 anos. Conforme o site, a Wet-A-Line já vem sendo investigada pela justiça brasileira.
A Equality Now afirma que atua contra indústria do turismo sexual nos Estados Unidos há 15 anos.
Segundo a ong, a Unicef estima que 250 mil crianças são forçadas a praticar turismo sexual no Brasil. A entidade acusa a polícia dos Estados Unidos de fazer vista grossa contra essa prática.
Em entrevistada dada ao G1 neste domingo, a ministra da Secretaria das Mulheres, Iniry Lopes, ao tomar conhecimento da reportagem do jornal "The New York Times", disse que nesta segunda-feira decidirá o melhor procedimento sobre o caso e que, se for necessário, a pasta enviará uma comissão à Amazônia.
Fonte: http://acritica.uol.com.br
http://revistaecologica.com/index.php?option=com_content&view=article&id=1813%3Aa-critica-noticia-indigenas-do-amazonas-vitimas-de-turismo-sexual-entram-com-denuncia-na-justica-dos-eua&catid=184%3Apovos-indigenas
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