De ferramenta de colonização e fé à ação que deve ser controlada e higienizada, o sexo no Brasil é o tema de capa da Revista de História do mês de junho
Cristiane Nascimento
3/6/2013
O bandeirante João Ramalho casou-se com a filha do cacique Tibiriçá e com tantas outras que lhe pareceram estrategicamente formosas, porque, nos primeiros anos da colonização, o sexo era uma ferramenta importante para a colonização – e para a fé. Os jesuítas até tentaram disciplinar as práticas sexuais, mas em muitos casos se deram por vencidos, e capitularam. Até os mais virtuosos padres não resistiram às tentações destas terras.
Séculos depois, outras influências externas, fossem elas francesas ou africanas, escancaram cada vez mais as portas das alcovas, portas estas que foram novamente entrefechadas pela Ciência, esta grande substituta da Igreja.
Os ideais eugênicos defendiam que uma sociedade saudável e organizada sexualmente refletia diretamente seu nível de progresso. Mas Gilberto Freyre mostrou que a miscigenação era a nossa melhor singularidade. Longe de ser uma degeneração das raças, aperfeiçoava-as.
Com tanta lascividade, seríamos o país do sexo? Sim, como todos os outros.
Sexo e poder no Brasil:
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