sábado, 16 de março de 2013

Estudo revela que dormir pouco engorda

15/03/2013 - 11:49  


Um estudo recente revela que dormir pouco engorda. Mas não só. Também pode provocar impotência sexual ou hiperactividade, avança a revista Sábado.

Os autores deste estudo, realizado na Universidade do Colorado, EUA, juntaram 16 pessoas saudáveis, com uma média de idades de 24 anos, peso normal e sem distúrbios de sono.

Passaram duas semanas no hospital da Universidade do Colorado, nos ‘quartos de sono’, onde é possível controlar de forma monitorizada o sono dos doentes. Nos primeiros três dias, as horas de sono e as calorias ingeridas foram controladas. Depois dessa fase, foram divididos em dois grupos: um desses grupos passou os cinco dias seguintes a dormir apenas cinco horas, enquanto o outro se manteve com o sono normal. Depois desse período, trocaram de posições. Além disso, nessa fase, quem dormia menos, não tinha qualquer tipo de restrição alimentar.

Foi possível concluir que o grupo que dormiu apenas cinco horas por noite gastou em média mais 5% de energia. No entanto, ingeriu mais 6% de calorias do que o grupo que continuou a dormir as nove horas de sono.

De acordo com o coordenador do estudo, Kenneth Wright, estas conclusões explicam-se com o facto de que “quem tem o sono diminuído, acaba por se alimentar mais no período nocturno, quando o organismo não está preparado para receber comida”. Se este estilo de vida for continuado, há o risco de se poder engordar um quilo por semana.

Dormir pouco aumenta risco de cancro da mama e AVC

Além de haver uma tendência para se engordar, há outros riscos associados a poucas horas de sono.

Um estudo publicado na revista científica Breast Cancer Research and Treatment, em que participaram 412 mulheres, revela que as mulheres que dormem menos de seis horas por dia depois da menopausa têm mais riscos de contrair cancro da mama.

Em Boston, EUA, no encontro anual das Sociedades do Sono (APSS), foi apresentado um estudo em que se revela que dormir menos de seis horas por dia aumenta o risco de acidentes vasculares cerebrais, mesmo em pessoas com peso normal e sem antecedentes de doenças cardiovasculares.

No encontro das sociedades médicas para o sono, que se realizou em 2011 nos EUA, foi discutido que poucas horas de sono ajudam a promover problemas de hiperactividade e desatenção durante a infância. Enquanto os adultos com poucas horas de sono tendem a ficar cansados e apáticos, nas crianças sucede o contrário. A hiperactividade, nestes casos, é uma tentativa por parte do corpo de substituir a sonolência.

Impotência sexual e enfraquecimento imunitário são outros dos riscos associados à falta de sono

A impotência sexual é outro dos riscos associados à falta de sono, de acordo com um estudo apresentado na 25ª reunião anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimental, que se realizou em Agosto de 2010 na cidade de São Paulo, Brasil. Além disso, esse mesmo estudo revela que os riscos dos homens contraírem doenças cardiovasculares é maior.

Dormir menos horas que o normal aumenta a predisposição ao contágio de constipações e alergias, o que se explica pelo facto de um fraco descanso mental proporcionar um enfraquecimento imunitário.

Um estudo publicado no site Proceedings of the National Academy of Sciences, realizado pela Universidade inglesa de Surrey, mostra que poucas horas de sono estão na origem de várias doenças, inclusive o enfraquecimento das funções cerebrais.

Os investigadores recolheram amostras de sangue de 26 pessoas. Na primeira semana dormiam dez horas, enquanto na segunda, apenas poderiam dormir seis.

De seguida, analisou-se as amostras recolhidas. Depois da semana com poucas horas de sono, assistiu-se a uma desactivação de genes responsáveis pela reprodução de células e o sistema imunitário encontrava-se enfraquecido.

Estas modificações genéticas podem estar na origem de doenças degenerativas como o Alzheimer e o Parkinson.
http://www.rcmpharma.com/actualidade/saude/15-03-13/estudo-revela-que-dormir-pouco-engorda

sábado, 9 de março de 2013

Metade dos homens tem, teve ou terá disfunção erétil em alguma fase da vida


04/03/2013 07:06



Disfunção éretil
Um dos principais temores do homem é não conseguir manter o pênis ereto nas prévias que antecedem o ato sexual. Para os homens, o assunto chega a ser um tabu, mas os números que cercam o tema dão a devida dimensão do que representa o problema.
Um estudo realizado por pesquisadores de Boston (Massachusetts), apresentado na Associação Americana de Urologia, alerta que a metade dos homens já teve, tem ou terá disfunção erétil em algum momento da vida. A disfunção erétil ocorre quando o homem não consegue iniciar ou manter uma ereção durante o ato sexual.
Na maioria dos casos, os sintomas apresentam-se leves ou surgem ocasionalmente, motivados por questões psicológicas, estresse ou preocupações de toda ordem, principalmente, financeiras. Mas, quando o problema aparece de forma recorrente, em sua forma grave, o caminho do consultório médico torna-se imprescindível.
Para diagnosticar a origem do problema o médico lança mão, de uma cuidadosa anamnese, do exame físico e de exames laboratoriais. "Esses três recursos são necessários, já que a disfunção erétil tem origem multifatorial, podendo ser provocada por problemas orgânicos, psicogênicos ou ambos", lembrou o médico Mário Ronalsa, urologista da Santa Casa de Maceió.
Na campo dos fatores orgânicos estão desde problemas hormonais até o consumo de álcool e fumo, o excesso de gordura no sangue ou de glicose (diabetes), traumas na coluna, doenças neurológicas degenerativas, sobrepeso, obesidade, sedentarismo entre outros.
No campo psicogênico estão o estresse, a depressão e, por tabela, o uso de medicamentos antidepressivos e neurológicos.
TRATAMENTO
Diagnosticada a origem do problema, o médico escolherá o tratamento mais adequado. Conforme a classificação e o estágio da disfunção erétil, a literatura médica indica três opções de tratamento: drogas facilitadoras da ereção; drogas vasoativas injetadas no pênis antes do ato sexual e o implante de discretas próteses penianas.
Conforme lembra o urologista Mário Ronalsa, pioneiro no implante peniano em Alagoas, as próteses são adotadas de acordo com cada caso. Elas podem ser maleáveis (manuseadas manualmente pelo paciente) ou infláveis (com acionamento por meio de toque em sensor subcutâneo no escroto).
"Vale lembrar também que as drogas que estimulam a ereção não têm o poder de criar o desejo sexual. Nesses casos, precisamos encontrar os motivos pelos quais a libido (desejo) do paciente está sendo afetada", finalizou Mário Ronalsa.
http://primeiraedicao.com.br/noticia/2013/03/04/metade-dos-homens-tem-teve-ou-tera-disfuncao-eretil-em-alguma-fase-da-vida

Cómo es el hombre que duerme a tu lado y ronca


Ilustración: Algibel

Ilustración: Algibel


















El hombre común, el corriente, el hombre de a pie, el imperfecto o ese héroe de la clase trabajadora, el 'working class hero' que diría John Lennon. En definitiva: el hombre real. Así es como podríamos definir al hombre que la escritora y guionista italiana Rossella Calabrò ha querido plasmar en sus '50 sombras de Gregorio'(Planeta), una parodia del exitoso y archiconocido '50 sombras de Grey' de E.L. James.
"Es un libro que vuelve a traer los pies de las mujeres a la tierra, pero sin romper sus sueños", explica la autora a ELMUNDO.es. Porque, según dice, todos los hombres son en realidad ese Gregorio que ella pinta. Al menos, asegura, todos tienen un poco de él.
Si Mr. Grey es perfectísimo, guapísimo, riquísimo y otros tantos 'ísimos', Gregorio es en cambio, ese hombre que duerme a tu lado y ronca, que pasea por la casa con una vieja camiseta, un negado para las fechas importantes e incapaz de detectar tus preocupaciones. "Es el compañero-marido-amante con el que todas nos topamos cuando nos levantamos del sueño". Es un hombre imperfecto, pero real. Y que también desprende carcajadas, remarca.

¿Amor romántico y media naranja?

A pesar de los tiempos, del cambio de la mujer en la sociedad, del cambio de roles y las diferentes concepciones que actualmente podemos tener del amor, los expertos afirman que aún seguimos creyendo en el amor romántico. "Todavía hay mucha gente que sigue aferrándose al concepto de 'amor romántico' y al mito de la media naranja", asegura Silvia Cintrano, directora de la Unidad de Sexología del Instituto Centta de Madrid.
"El 'amor romántico' es algo que se nos ha ido vendiendo a través de la cultura, porque realmente vende. Por ejemplo Disney", explica. Una vez encuentras al amor de tu vida ésta gira en torno a él, todas las actividades se hacen en pareja y el objetivo no es sólo conservarlo, sino luchar por él. "Y si es contra todo lo establecido, mejor; algo como 'Romeo y Julieta'", afirma.
Sin embargo, en el amor real, lo sano y natural es otra cosa. Se trata, según la experta, de tener a una persona a tu lado, de compartir cosas juntos, de disfrutar... pero cada miembro de la pareja es una persona, (no un único ser) con su independencia y su tiempo de intimidad. Y así, la conversación y la comunicación -clave en las relaciones- se favorece.
"Tenemos que tener siempre, a pesar de los sueños, un punto de realidad", recalca. De este modo, se destierra también el concepto de la 'media naranja', que, como dice esta especialista, en sexualidad no es más que un mito que se remonta a la antigua Grecia.
"Cuenta la leyenda que en la antigüedad los seres eran esféricos como naranjas, tenían dos caras opuestas, cuatro brazos y cuatro piernas, pero el dios Zeus un día les castigó partiéndolos por la mitad. Desde entonces, pasamos toda la vida buscando a nuestra otra mitad, nuestra media naranja".
En 2013 todavía siguen existiendo estas creencias, pero admite que la evolución, la normalización de los divorcios y sobre todo la experiencia que va dando la vida, hace que cambien algunos conceptos y la gente vea que nada es infinito. Y lo que es más importante: que las cosas no son fáciles.
Pero, entonces, desterrando mitos y pisando el mundo real, ¿qué es lo que realmente se busca (en ese caso) en un hombre? "Se busca a la persona que compagine mejor contigo", responde contundente.

Enamoramiento y atractivo físico

"Dice un conocido psiquiatra que el enamoramiento es la psicosis más aceptada socialmente y probablemente sea así. No eres objetivo, sólo ves las virtudes y escondes los defectos de la otra persona", comenta Cintano.
Pero una vez que pasa esa fase, lo que hay que hacer es ir asumiendo esos defectos como tales, como tenemos todos. Si esto no se hace, entonces el mito del enamoramiento y la relación se cae.
Lo mismo pasa con el sexo. "Al principio todo es muy bonito porque cualquier estímulo es nuevo, y se descubren juntos cosas nuevas". Lo normal, en esa primera etapa, es dejarse llevar. Después, más adelante, aparece la compenetración, conocerse más, saber qué es exactamente lo que le gusta al otro y lo que no.
En definitiva, se trata del aprendizaje de nuestro cuerpo y del de nuestra pareja, pero ya el estímulo no es tan novedoso y por eso, la gente cae en la rutina y en la monotonía, sin saber, asegura la experta, que siempre y todos los días, se pueden descubrir cosas. "En consulta, animo a mis pacientes a que preparen algo especial a sus parejas cada semana, que les sorprendan, para crear esa incertidumbre del principio", comenta.
Otra de las cuestiones importante es el atractivo físico. "En la actualidad, la sociedad le da una importancia exagerada" afirma. Sin embargo, realmente lo que nos atrae, no es que tenga un cuerpo diez o una cara perfecta, sino que haya algo que nos resulte especial en él. "Una chispa, un algo que simplemente nos resulte morboso y atractivo", recalca.
Por tanto, revela que verdaderamente lo que atrae es que esa persona concuerde con tu estilo de vida. Y lo que enamora es que te haga sentir único/a y especial, pero sobre todo, que haya unaadmiración mutua.
Entonces, volviendo a Gregorio, ¿por qué ese 'Gregorio' es tan especial? "Porque es tan sólo el hombre que hemos elegido", concluye la autora Rosella Calabrò. "Si somos capaces de amarlo con sus defectos y si somos capaces de vivir la vida con ironía, es el hombre perfecto para nosotros".
http://www.elmundo.es/elmundosalud/2013/03/08/noticias/1362761537.html

Transexual pode se descobrir já na primeira infância, dizem especialistas


Caso de garoto de 6 anos que se vê como menina ganhou destaque.

Brennan Linsley/AP
Coy brinca em sua casa na cidade de Fountain, Colorado, na segunda-feira (25)
Coy brinca em sua casa na cidade de Fountain, Colorado, na segunda-feira (25)
A identificação com o sexo oposto e o eventual desejo de uma pessoa em assumir uma nova identidade de gênero começa geralmente na primeira infância, entre os 4 e 6 anos de idade, segundo o psicólogo clínico e psicanalista Rafael Cossi, autor do livro "Corpo em obra", lançado em 2011 após análise de seis biografias de transexuais.
Na última semana, o G1 publicou a história do menino americano Coy Mathis, de 6 anos, que se identifica como menina e é aceito pelos pais, mas tem tido problemas na escola ao querer usar o banheiro feminino. Segundo a família, Coy age assim e brinca com bonecas desde que tinha 1 ano e meio.
"Nessa idade, ainda não dá para falar se a criança será um transexual no futuro. Isso porque não se sabe até que ponto ela só está brincando de se comportar como alguém do outro sexo ou se esse já é um indício de transexualidade", diz.
Transexual é a pessoa que tem um transtorno mental e de comportamento sobre sua identidade de gênero, ou seja, nasce biologicamente com determinado sexo, mas se vê pertencente a outro e cogita fazer tratamentos hormonais e cirurgia para mudar o corpo físico. Ao contrário do que já acreditaram psicanalistas no passado, esse não é um caso de psicose, com alucinações e delírios, defende Cossi.

Brincadeira de criança – ou não

De acordo com o psiquiatra Alexandre Saadeh, coordenador do Ambulatório de Transtornos de Identidade de Gênero e Orientação Sexual do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (HC) em São Paulo, casos como esse sempre existiram, e é importante diferenciar uma simples brincadeira de um comportamento constante.
"É muito comum crianças inverterem os papéis, e quando é algo pontual não há maiores problemas. Mas, se isso se tornar um hábito frequente, diário, o menino querer mudar de nome, usar presilha e brinco, é indicado que os pais e o filho passem por uma avaliação profissional antes de qualquer coisa, para ver se essa é uma questão familiar que a criança está tentando resolver dessa forma ou se já é um transtorno de gênero", afirma.
O médico diz que cada caso precisa de um acompanhamento diferente e individualizado. Se houver realmente um transtorno, ser violento com a criança e censurá-la pode piorar muito a situação.
"A escola também não deve reprimir, mas chamar os pais, explicar o que está acontecendo e aproveitar essa oportunidade para educar também com as diferenças. E não é porque uma criança vê outra fazendo algo que vai querer imitá-la, elas não são macaquinhos", destaca Saadeh.
Na opinião do psicólogo Rafael Cossi, os pais têm que acompanhar o que está acontecendo e não adianta julgar, proibir, punir ou bater.
"Se houvesse uma mentalidade mais aberta e liberal dos pais, a escola aceitaria melhor. O medo do colégio é de como isso repercute para as famílias e a possibilidade de perder alunos de uma hora para a outra", diz.
Segundo Cossi, o preconceito da escola não é apenas contra transexuais e homossexuais, mas contra deficientes, pessoas com síndromes e tudo o que foge ao que é caracterizado "normal" – desde uma falta de uniforme até um cadarço ou cabelo colorido.
"Já os pais costumam dizer que ficam preocupados não tanto com o fato de o filho ser diferente, mas como será a vida dele em sociedade, se os colegas vão tirar sarro, pois existe muita discriminação", afirma.
Cossi cita o filme francês "Tomboy", de 2011, que conta a história da menina Laure, de 10 anos, que muda de cidade e se apresenta aos novos amigos como Mikhael. Até então, o fato de ela se vestir e se comportar como um menino não parecia incomodar a mãe, mas, quando ela fica sabendo que a criança "mudou" de nome, rejeita a situação.
"O filme é muito bom, é um relato, e não faz questão de dar nenhuma pista sobre qual vai ser o futuro da menina. Isso fica em aberto", aponta.

Corpo x gênero

O psiquiatra do HC Alexandre Saadeh explica que há um componente biológico muito importante na questão da identidade de gênero.
"Hoje em dia, sabe-se que existe um cérebro feminino e um masculino, determinado no útero da mãe por hormônios masculinos circulantes. E isso interfere no desenvolvimento cerebral para uma linhagem feminina ou masculina. A cultura e o ambiente também têm importância, mas a determinação é biológica", acredita o médico.
Segundo o psicólogo Rafael Cossi, a ideia de dimorfismo corporal entre homens e mulheres, ou seja, indivíduos da mesma espécie com características físicas (não sexuais) claramente diferentes, só ganhou força com os avanços da biologia no século 19.
"Até então, prevalecia a ideia de isomorfismo, em que o corpo feminino era visto apenas como uma versão do masculino. A vagina era considerada um pênis invertido e o calor era o diferencial dos corpos, pois a temperatura do homem era mais alta que a da mulher", afirma.
O psicólogo cita o livro "Inventando o Sexo – Corpo e gênero dos gregos a Freud", em que o historiador e sexólogo americano Thomas Laqueur estuda como o corpo foi encarado em vários momentos históricos. Cossi também destaca que desejo sexual, gênero e identidade sexual são conceitos bem distintos.
"Uma coisa é o desejo, a orientação, a prática sexual. Outra é o gênero, como a pessoa se vê, seus gostos e comportamentos – algo cultural, social, que varia com o tempo. Essa é a ideia do que um homem ou uma mulher faz, como pensa, como se veste, quais traços o definem. Já a identidade sexual envolve uma noção de inconsciente, inclui o fator psíquico, de como o sexo se constrói na mente e reconhece o que é homem e o que é mulher", esclarece.
É por isso que, segundo o psicólogo, existem transexuais lésbicas ou gays, ou seja, pessoas que se transformam fisicamente com cirurgia e hormônios, mas não necessariamente se atraem pelo sexo oposto.
"Nossa mentalidade ainda é muito heterossexual", ressalta.

'Sofria muito por ser diferente'

A transexual Brunna Valin, de 38 anos, conta que desde os 7 anos já sabia muito bem que não gostava de meninas. Aos 11 anos, vieram as brigas no colégio, as surras dos meninos, até que ela deixou a escola na 7ª série do ensino fundamental.
"Eu sofria muito por ser diferente. Com 12 anos, já me apresentava como Brunna e me vestia de menina, com saia, sapato de salto, batom, brinco. Queria ser igual à Roberta Close, era um espelho", lembra.
Em casa, dentro de uma família religiosa, em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, a transexual também encontrou rejeição. Após apanhar algumas vezes, deixou os pais aos 14 anos e foi morar com a avó, depois com uma prima, até ficar sozinha.
A transexual, que foi profissional do sexo dos 14 aos 36 anos, voltou a estudar e agora está prestes a concluir o ensino fundamental. Este ano, pretende começar o médio e, depois, quer fazer faculdade de psicologia. No currículo, ela também acumula cursos de formação de costureira, cabeleireira e cozinheira.
Além disso, Brunna tem passado por um acompanhamento com vários profissionais no Ambulatório de Saúde Integral para Travestis e Transexuais do Centro de Referência e Treinamento DST/Aids, da Secretaria de Estado da Saúde. A meta é se submeter à cirurgia de mudança de sexo em 2014 – da qual não tem medo de se arrepender.
"Tomo hormônio desde os 15 anos, e hoje aplico uma injeção mensal à base de progesterona. Em maio do ano passado, coloquei silicone nos seios e agora estou tirando os pelos do corpo com laser. Já fiz no rosto e vou para os braços. Em agosto, também quero pôr prótese nos glúteos, porque as características femininas estão no corpo inteiro, não é só fazer uma vagina. Hoje nem gosto de olhar muito, aquilo não é meu", diz.

Dois anos de preparação>/h2>
Antes de toda cirurgia para mudança de sexo, o Sistema Único de Saúde (SUS) exige que a pessoa, com mais de 21 anos, faça pelo menos dois anos de acompanhamento psicológico ou psiquiátrico, no qual seja diagnosticada com distúrbio de identidade de gênero.
No ambulatório de São Paulo, criado em 2009 e considerado o primeiro do tipo no país a atender exclusivamente travestis e transexuais, há atualmente 1.500 pessoas cadastradas. Desse total, 65% (975) se consideram transexuais – 915 são homens biologicamente que se sentem como mulheres e 60 são o contrário. Os outros 35% são travestis que desejam tomar hormônios e mudar a aparência, mas não pretendem fazer a operação.
"Tenho mais sete irmãos – dois homens e cinco mulheres. Só um irmão me aceita muito bem. No começo, para eles eu era gay, não entendiam essa questão de gênero. Meu pai morreu há três anos, ainda não aprovando", revela.
Brunna mora há dois anos na capital paulista, onde trabalha como orientadora sócio-educativa no Centro de Referência da Diversidade da ONG Grupo pela Vida, e visita a família apenas uma ou duas vezes por ano.
"No fim de 2012, fui lá passar o Ano Novo e contei que vou fazer a mudança de sexo. Percebi a rejeição no olhar, na fala deles. Ficaram perguntando se já consegui trocar de nome, se já está no RG. Enfrento isso todo dia, pois a sociedade nos vê como diferentes", diz.
"Esses dois anos de acompanhamento que oferecemos com psicoterapeuta, psiquiatra e endocrinologista servem para a pessoa ter certeza sobre a cirurgia. Aí fazemos o encaminhamento ao HC. Nesse período, alguns desistem. Outros vão para a Tailândia, mudam de sexo e se arrependem, porque lá não existe todo esse protocolo daqui", diz a diretora técnica substituta do ambulatório, Angela Peres.
Segundo ela, o local conta com uma equipe de 30 profissionais – entre clínicos gerais, endocrinologista, psiquiatra, psicólogos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, urologista, ginecologista, proctologista, assistentes sociais e recepcionistas – e atende brasileiros de vários estados, como Minas Gerais, Bahia e Acre.

Cirurgia, felicidade ou arrependimento

Em 14 anos, o HC de São Paulo já operou 50 pacientes para mudança de sexo, a maioria homem que se sente mulher, segundo o chefe de urologia pediátrica e disfunção sexual do hospital, Francisco Dénes.
"Nunca vi um caso de alguém que tenha se arrependido. Isso ocorre quando o paciente é mal orientado", ressalta.
Para trocar do sexo masculino para o feminino, em geral são feitos tratamento hormonal e uma única cirurgia de 4 horas. Já o inverso exige duas ou mais operações de cerca de 3 horas. Apesar de o primeiro caso, em que há a desconstrução do pênis e dos testículos para a formação de uma vagina, parecer mais tranquilo, o urologista diz que pode exigir retoques, ter mais problemas anatômicos, risco de infecção, abertura dos pontos ou necrose (morte do tecido).
O pós-operatório envolve o uso de curativos, sonda e pelo menos sete a dez dias de repouso no hospital. Se não houver problema, a pessoa pode voltar logo às atividade normais. E nos dois anos seguintes, pelo menos, deve fazer acompanhamento médico.
Em entrevista ao Fantástico, em janeiro, a transexual Lea T, filha do ex-jogador de futebol Toninho Cerezo, disse que se arrepende de ter feito a troca de sexo em março do ano passado e que não aconselha o procedimento para ninguém. Ela foi operada na Tailândia e passou um mês e meio no hospital sentindo dores.
"Eu achava que a minha felicidade era embasada na cirurgia. Fiquei mais à vontade, mas um pênis e uma vagina não trazem felicidade para ninguém. Nunca vou ser 100% mulher. Calço 42, minha mão é enorme, meu ombro é largo. Quando fiquei deitada na cama, entendi que isso tudo é uma bobeira. É um detalhe importante para a sociedade", disse na época.
Segundo o psicólogo Rafael Cossi, ver a cirurgia como forma de "normalização" social, para se adequar ao pensamento heterossexual, é uma das maiores críticas à mudança de sexo. Ele cita o site sexchangeregret.com, em que um grupo de transexuais arrependidos após a operação contesta a ideia de que a troca de sexo é o fim para todos os males.
"Muitas pessoas não ficam em paz consigo mesmas, não têm benefícios nem se veem de uma forma mais tranquila. Algumas desenvolvem problemas que não tinham antes, como alcoolismo ou dependência de drogas. Isso porque a cirurgia não altera só a imagem corporal para pertencer a outro sexo, mas tem várias complicações, pelo fato de o indivíduo passar a apresentar outro status na vida, um novo nome e ser visto de maneira diferente pela sociedade", explica.
Mas, por outro lado, tem gente que é muito beneficiada com a cirurgia, diz o psicólogo.
"É caso a caso. Para a (ex-BBB) Ariadna, por exemplo, pelo que ela deu de entrevista, foi algo muito bom", ressalta.
Desde 2008, o SUS já fez 2.451 cirurgias de mudança de sexo de homem para mulher, único grupo de pacientes atendido atualmente, pelo fato de o Ministério da Saúde considerar que são casos mais comuns (três homens para uma mulher), mais bem padronizados e aprovados pelos conselhos de medicina.
Fonte: G1
http://www.alagoas24horas.com.br/conteudo/?vCod=143062

sexta-feira, 8 de março de 2013

Falta de libido é a principal queixa de 65% das mulheres


Levantamento do Ambulatório da Sexualidade do HC aponta, ainda, que 23% das mulheres que procuram unidade reclamam de ausência orgasmo 


Na semana em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, o Hospital das Clínicas da FMUSP, ligado à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, chama atenção para um tema que, ainda considerado tabu, é o responsável pelo maior número de queixas registradas no Ambulatório de Sexualidade da Ginecologia: a falta de libido feminina.

Levantamento feito pelo HC mostra que 65% das mulheres que procuram o ambulatório se queixam de falta de libido. Por mês, o HC registra entre 150 e 200 pacientes no ambulatório, sempre encaminhados por outras unidades de saúde. Dessas, além das 65% que reclamam da falta de libido, 23% sofrem de anorgasmia (ausência de orgasmo) e 13% se queixam de "vaginismo" (contração involuntária de músculos próximos da vagina).

"São mulheres que procuram a clínica em busca de um medicamento, uma formula mágica para o problema, cuja prevalência independe da idade e do extrato social", explica Elsa Gay, sexóloga do HC.

Na maioria dos casos, o desinteresse pelo sexo está ligado a fatores emocionais, sendo um dos motivos mais reclamados a monotonia conjugal. A diminuição do desejo pode acontecer já no segundo ano de casamento.

No ambulatório do HC, as pacientes são submetidas à terapia cognitiva comportamental em grupo. O tratamento leva oito semanas e os resultados dependem de como a mulher vivencia a sua sexualidade, como ela lida com o seu desejo, com o seu medo, com o seu corpo e com as suas fantasias.

Segundo a sexóloga, durante o tratamento a mulher aprende a investir no relacionamento e a trabalhar a sexualidade, hoje relegada em último plano, em função dos diferentes papéis que desempenha no seu dia-a-dia.

A partir daí, a paciente passa a conhecer o corpo, comunicar e negociar com o parceiro para evitar, inclusive, o sexo por obrigação.

"A menopausa também não é justificativa para perda de libido", afirma a médica.

De acordo com Elsa, descobrir o seu próprio erotismo, imaginar e estimular a fantasia são fatores que tornam a vida sexual mais prazerosa, em qualquer idade.

http://www.saude.sp.gov.br/ses/perfil/cidadao/homepage/noticias/direita/falta-de-libido-e-a-principal-queixa-de-65-das-mulheres