quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Estudo mostra que a homofobia envolve relação de medo

- Estudo mostra que a homofobia envolve relação de medo
Sex, 21/01/2011 - 09h20 - Amor e Sexo postar comentário
Um estudo feito pelo Departamento de Psicobiologia da UNIFESP apontou que o preconceito contra homossexuais pode estar baseado em sentimentos de baixa dominância, como medo e vergonha, indicando que a homofobia seria um comportamento defensivo.
Os resultados sugerem que, diante de um grupo com orientação sexual diferente, as pessoas tendem a ficar mais acuadas ou receosas, indicando que esses sentimentos devem ter maior influência no preconceito do que o ódio propriamente dito.
Realizado pela pesquisadora Cristina Lasaitis, o estudo, tema de dissertação de mestrado, analisou as emoções envolvidas no tabu da homossexualidade e comparou as diferenças entre grupos de voluntários com diferentes níveis de preconceito: homo e bissexuais, heterossexuais sem preconceito e heterossexuais que se declararam preconceituosos. Para isso, foram avaliados 39 voluntários, sendo 9 homens heterossexuais e 9 gays ou bissexuais, 10 mulheres heterossexuais e 11 lésbicas ou bissexuais. Os voluntários foram recrutados mediante o preenchimento de um questionário que avaliava, entre diversos assuntos, o seu nível de preconceito.
O experimento foi realizado individualmente em uma sala onde cada voluntário assistia a uma apresentação de 40 imagens de diversos tipos, como de casais hétero e homossexuais em cenas eróticas e fotos sem cunho sexual, como de animais e paisagens. O voluntário relatava o que sentia perante cada imagem através de uma escala que media os níveis de prazer, alerta e dominância e durante a exibição das imagens eram tomadas medidas fisiológicas, como suor das mãos, temperatura e movimento dos músculos faciais. "Essas medidas eram uma observação direta daquilo que os voluntários declararam nas escalas de emoção. Por exemplo, o suor das mão sem excesso indicava um alto nível de alerta perante a imagem apresentada.", explica Cristina.
Através das medições, a pesquisa apontou que os homens heterossexuais se sentiram incomodados ao verem especificamente imagens de casais gays. Em contrapartida, as mulheres heterossexuais mostraram desagrado moderado frente a imagens de casais homossexuais, independentemente se fossem de gays ou de lésbicas. Já os voluntários homo e bissexuais apresentaram níveis de prazer altos e semelhantes para imagens dos três tipos de casais.
http://vilamulher.terra.com.br/estudo-mostra-que-a-homofobia-envolve-relacao-de-medo-3-1-31-474.html

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Livro sobre educação sexual gera polémica no Paquistão - Sol

11de Janeiro, 2011
Um livro cujo objectivo é educar os jovens muçulmanos para a sexualidade sem desrespeitar a doutrina islâmica está a causar polémica no Paquistão.
A obra, cujo título inglês é Educação Sexual para Muçulmanos, foi escrita por um psiquiatra de 81 anos.
Mobin Akhtar escreveu o livro porque considera que a ausência de discussão sobre sexo no Paquistão tem sérias consequências no país.
Conta que no exercício da sua profissão percebeu que os «adolescentes alcançam a puberdade não percebem as mudanças que acontecem no seu corpo e que não têm ninguém que lhas explique», por isso «encaram as transformações como uma doença ou como um pecado, entram em depressão e muitos cometem suicídio».
Na conservadora cultura paquistanesa, o assunto não é considerado apropriado e falar sobre o tema é visto como algo que poderia encorajar comportamentos «não islâmicos».
Mobin Akhtar conta que recebeu «ameaças» e que até outros médicos o acusaram «de agir como uma ovelha negra, um charlatão». Houve um político de uma província que o arrastou ao seu escritório e o acusou de estar a encorajar a pornografia.
A BBC avança, que o autor tem tido dificuldades em encontrar livrarias dispostas a vender a obra e jornais dispostos a publicitá-la.
O médico lamenta a reacção pois considera que «a ignorância sobre temas sexuais está a provocar sofrimento desnecessário em muitos dos nossos jovens».
Akhtar explica que, no Paquistão, mesmo a maior parte dos médicos não discute temas sexuais e que tanto pais como professores evitam o assunto por o acharem constrangedor.
Os ensinamentos do livro vêm acompanhados por citações do profeta Maomé e do Alcorão. E o autor explica que quando começou «a estudar o que o Alcorão, a lei islâmica e os clérigos dizem sobre o sexo», descobriu que «há muita discussão sobre tema no Islão».
Avança que «existem explicações de Maomé sobre temas sexuais e fontes históricas revelam que ele respondeu a perguntas detalhadas sobre o assunto, tanto a homens quanto de mulheres».
Entre as citações do Alcorão incluídas no livro está a seguinte: «podes ter relações sexuais com as tuas esposas nas noites do mês do jejum. Elas tão íntimas para ti como as tuas próprias roupas».
Muitos paquistaneses acharam o livro do médico desagradável. E nem a mudança do título de Educação Sexual para Muçulmanos para Problemas Especiais para Jovens conseguiu aplacar os ânimos mais exaltados.
SOL
http://sol.sapo.pt/inicio/Internacional/Interior.aspx?content_id=8983

Denúncias de abusos a meninos aumentam em Ribeirão Preto

Sábado, 15 de Janeiro de 2011 - 21h37
Crianças desenvolvem traumas mesmo que apenas presenciem violência em família; mãe deve ficar atenta
Geórgia Rodrigues
O número de abusos sexuais cometidos contra meninos aumentou nos meses de novembro e dezembro de 2010, em Ribeirão Preto. De 30 casos registrados, 13 foram contra os garotos. A média era de dois casos com vítimas do sexo masculino.
A dificuldade para falar sobre sentimentos ainda constrange os meninos. Raramente eles procuram ajuda para falar dos abusos que sofrem. O silêncio prejudica o tratamento e a identificação dos agressores. Para a coordenadora do Sentinela, Maria das Graças Rovério José, esse cenário apenas começa a mudar quando o tema é amplamente discutido na família, pelos veículos de comunicação e pela sociedade.
"Observamos uma quebra de paradigmas. Quanto mais debatemos, mais chance temos de cuidar dos casos. Os meninos têm falado mais sobre assuntos sentimentais", afirma.
Nos últimos meses, a novela da Globo "Passione" trouxe o tema à tona. O personagem Gerson, piloto de corridas de classe alta, agia de modo estranho quando o tema era sexo. Abusado pela babá na infância, começou precocemente a ter relações sexuais e passou a enfrentar problemas.
"Alguns meninos não ficam com sequelas psicológicas, mas cada um desenvolve o próprio aprendizado e muitas vezes os abusos determinam o modo como o adulto vai encarar o sexo", afirma o psiquiatra Ericson Furtado, do HC (Hospital das Clínicas) de Ribeirão.
No serviço do HC que atende problemas idênticos, as vítimas são encaminhadas após muitos abusos. É justamente quando a agressividade do menino começa a assustar a família. A temática sexual se manifesta em gestos com brinquedos, animais de estimação e interesse por assuntos do mundo adulto.
Com apenas 5 anos, um menino criado no ambiente rural descobriu da pior maneira a sexualidade. Induzido a participar de brincadeiras entre primos mais velhos, foi abusado ao longo de anos. Nunca teve coragem de pedir ajuda, por vergonha e timidez. No início da adolescência, quando entendeu o que havia sofrido, não conseguiu lidar com os próprios sentimentos. Somente ao passar dos 30 anos conseguiu buscar ajuda.
Furtado afirma que o caso é bastante comum. "Em pacientes psiquiátricos adultos, é muito frequente encontrar relatos de abuso", diz ele.
Em outro caso, um menino foi forçado por um parente a praticar sexo, mas sem agressão. Isso porque a pressão costuma ser mais psicológica, com ameaças a familiares ou chantagem emocional.
http://www.jornalacidade.com.br/editorias/cidades/2011/01/15/denuncias-de-abusos-a-meninos-aumentam-em-ribeirao-preto.html

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

- FMABC (SP) abre terapia sexual para mulheres

- FMABC abre terapia para mulheres
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011 7:00
Maíra Sanches
Do Diário do Grande ABC
Não são só os homens que podem sofrer com a disfunção sexual. Mulheres que geralmente têm ausência de orgasmo, vaginismo (contração involuntária dos músculos próximos da vagina) e dor na relação com o parceiro podem procurar auxílio e se inscrever a partir de hoje para o novo grupo de terapia que acontece na FMABC (Faculdade de Medicina da Fundação do ABC) a partir de fevereiro.
A insatisfação sexual pode estar relacionada com uso de remédios, mau relacionamento afetivo com o companheiro, falta de fantasias eróticas e não conhecimento do próprio corpo. Em geral, o perfil das pacientes é de poder econômico reduzido e baixa autoestima. O grupo de terapia foi implantado há dez anos na faculdade. "No início elas reclamavam que não tinham orgasmo, e hoje o que mais encontramos são mulheres que dizem não sentir desejo pelo parceiro. Isso pode acontecer por consequência de problemas afetivos. Ninguém vai beijar uma boca que acabou de te xingar", explicou uma das profissionais da atividade, a psicóloga e terapeuta sexual Amazonita Esashika.
A especialista defende a descoberta do próprio corpo como fator fundamental de um bom resultado após a relação sexual. "Para termos intimidade com o outro precisamos, antes de tudo, ter intimidade conosco", justifica.
Durante as reuniões, profissionais ensinam como exercitar o órgão sexual e por vezes conversam individualmente com cada paciente. Segundo a especialista, as mulheres perdem a vergonha de expor a sua dificuldade nas reuniões. "Acho que é porque a mídia fala muito de sexualidade. Por isso, elas vêm dispostas a resolver o problema", opina. EM
O grupo é formado por até 15 mulheres, que frequentam 20 sessões em até seis meses. As reuniões acontecem às segundas-feiras. Dependendo da avaliação dos profissionais, a mulher pode ou não ser incluída no próximo grupo.
O serviço gratuito integra o setor de Saúde e Medicina Sexual do Ambulatório de Ginecologia da FMABC e tem caráter multidisciplinar. A equipe é formada por médico ginecologista, psicólogos, fisioterapeuta do assoalho pélvico e por uma feminologista. As interessadas precisam ter disponibilidade de horário, pois as terapias ocorrem no período da manhã, das 10h às 12h, no Ambulatório de Ginecologia e Obstetrícia do campus da FMABC, em Santo André.
As inscrições para a triagem das interessadas podem ser feitas até dia 28 pelo telefone 4993-7227 ou por meio de encaminhamento de ginecologistas dos postos de saúde do Grande ABC
http://www.dgabc.com.br/News/5851391/fmabc-abre-terapia-para-mulheres.aspx

Pesquisa: homossexualidade é definida na gestação

Pesquisa: homossexualidade é definida na gestação
por Uol

(19/07/2010 12:07)

Em que momento da vida uma pessoa se torna homossexual? Durante a gestação, na infância ou adolescência? E o que define a sexualidade humana? Fatores genéticos ou sociais? Essas questões sempre geraram muita discordância entre militantes, cientistas e psicanalistas.

Mas, ao menos de acordo com o pesquisador Jacques Balthazar da Universidade de Liège, na Bélgica, nossa orientação sexual é definida quando não passamos de um embrião.

Balthazar acaba de lançar no exterior o livro "Biologia da Homossexualidade", em que afirma que o indivíduo nasce homossexual, não torna-se um.

De acordo com o estudioso, que há 30 anos analisa a relação entre hormônios e comportamento sexual, o histórico genético e as descargas hormonais recebidas quando ainda estamos no ventre são os determinantes para que alguém nasça homo, bi ou heterossexual.
http://www.primeiraedicao.com.br/?pag=brasil_mundo&cod=8686

Jovem baleado diz que violência contra homossexuais é frequente em parque do Rio

Jovem baleado diz que violência contra homossexuais é frequente em parque do Rio
por Folha Online

(16/11/2010 18:54)

A violência contra homossexuais no parque Garota de Ipanema (zona sul do Rio) é frequente. Foi o que contou nesta terça-feira o jovem baleado no local no último domingo (14), após a 15ª Parada do Orgulho Gay, em Copacabana.

Segundo o rapaz, de 19 anos, muitas pessoas o procuraram para relatar casos de agressão no parque.

"A maioria disse que é comum as agressões ali contra gays. O próprio delegado que me atendeu contou que tem policial que vai ali fardado para tirar dinheiro das pessoas", afirmou o rapaz.

A assessoria da Policia Civil não confirmou a informação de que o delegado que atendeu o jovem, Alessandro Thiers, da 14ª DP (Leblon), disse isso.

O estudante contou que assumiu sua homossexualidade aos 12 anos e que nunca havia sofrido preconceito. De acordo com ele, que sempre frequenta a Parada do Orgulho Gay, ainda durante o evento policiais jogavam spray de pimenta contra casais que se beijavam na praia.

"Por mais que as pessoas digam que aceitam, quando veem um casal gay se beijando não gostam", disse.

O estudante disse ter certeza que os três agressores eram militares, apesar de ter enxergado um fundo azul na farda. De acordo com o Comando Militar do Leste, o Exército usa farda camuflada verde.

"Eu posso ter confundido as cores, mas tenho certeza que eles são militares porque falaram que eram do Exército e, quando foram embora, eles saíram pela área que pertence ao Exército, atrás do parque".

AGRESSÃO

O jovem contou que, após a Parada Gay, foi para o parque com dois amigos, por volta das 22h30. Chegando lá, os três homens começaram a pedir identidade e telefone dos cerca de 15 jovens que estavam ali. Segundo o rapaz, a maioria estava namorando, mas ele estava apenas conversando.

"Esses homens chegaram dizendo que a gente não podia ficar ali, pois era uma área militar, e que iam ligar para a polícia. E a partir daí começaram as agressões. Eles deram muitos puxões de cabelo, chutes, xingaram a gente e colocaram a arma na minha cabeça", contou.

"Um deles saiu dizendo que ia buscar um policial e os outros dois ficaram ameaçando a gente, pedindo identidade e telefone. Eles fizeram terror psicológico, ameaçando ligar para nossas famílias e contar o que fazíamos ali. Os que estavam com identidade foram liberados, mas um amigo meu estava sem. Então só nós dois ficamos. Quando eu disse que podiam ligar para os meus pais, pois eles sabem que eu sou homossexual, um deles disse que aquilo era uma pouca vergonha, me jogou no chão e atirou. Depois foram embora", disse o rapaz.

O jovem relatou ainda que havia um policial perto, mas que nada fez.

Após ser baleado, o jovem afirmou que ligou diversas vezes para o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), mas o atendente alegava que se tratava de um trote e se recusou a fazer o atendimento. O jovem disse que andou muito até conseguir ser socorrido.

Nesta semana, ele voltará ao Hospital Miguel Couto para novos exames e, em seguida, fará o reconhecimento dos oficiais, através de fotos.

Em nota, a Polícia Civil do Rio de Janeiro informou que enviou um ofício ao Exército, requisitando a apresentação dos três militares da corporação envolvidos no incidente e também do oficial do dia (do Exército) para prestar depoimento.

http://www.primeiraedicao.com.br/?pag=brasil_mundo&cod=9683

Sexóloga muçulmana afirma na televisão que 'cura' gays

por G1
(24/01/2008 08:21)
Ela se diz uma muçulmana conservadora, usa véu e reza cinco vezes por dia. Toda semana, no entanto, Heba Kotb aparece na rede de TV Al Mehwar, do Egito, para falar sobre sexo no islamismo. Durante uma hora, a primeira muçulmana doutora em sexologia do mundo árabe tira dúvidas de seus telespectadores sobre as questões mais diversas envolvendo o tema, como masturbação, ejaculação precoce e frigidez.

Para ela, o sexo é um “presente de Allá” e o homossexualismo, “uma doença que pode ser curada”.

Aos 40 anos, Heba atende homens e mulheres em seu consultório, no Cairo, e, em entrevista por telefone, se diz feliz por “poder ajudar tantos casais a serem mais felizes”.

Apesar de reconhecer que o tabu em relação ao assunto permanece, ela diz que hoje as mulheres não vêem mais o sexo como sendo um tema predominantemente masculino.

“Elas estão se interessando mais e procurando saber como ter mais prazer com seus maridos”, afirma a médica.

Ela conta que a maioria das queixas que recebe são relativas à dificuldade de alcançar o orgasmo, no caso feminino, e à ejaculação precoce, no caso masculino.

“Eu sempre digo que todos sabem como fazer filhos, mas a questão é como saber aproveitar isso direito.”

Seu site e seu programa são voltados principalmente para o público feminino. Nos países muçulmanos elas geralmente não têm muitos direitos. Até a semana passada, por exemplo, as sauditas não podiam se hospedar em nenhum hotel sem a presença de um homem da família. Elas ainda são proibidas de dirigir, votar e de assumir qualquer cargo jurídico – por serem consideradas “sensíveis demais para julgar”.

O primeiro programa da "Dra. Ruth", o "Big Talk" (Conversa Aberta), não veio sem críticas. Religiosos e até autoridades mais conservadoras criticaram duramente o fato de uma mulher falar de sexo na TV. Mas ela é otimista. “Eu esperava mais críticas. Sei que cada um tem sua opinião, mas no geral acho que fui bem recebida.”

Gays curados - Para a doutora Heba, há algumas práticas que não estão de acordo com o Islã e outras que são verdadeiras doenças. A masturbação, por exemplo, é condenada. “Eu encorajo as mulheres a conhecerem seus corpos, a não serem tímidas com seus parceiros, mas de forma alguma isso inclui masturbação. Acredito que essa seja uma prática desnecessária.”

Já a homossexualidade é considerada uma doença por Heba. “Já recebi pacientes homossexuais que foram tratados, que passaram a olhar para uma mulher e desejá-la. Acredito que seja uma doença e que tenha tratamento.”

Falta informação - Com quase 15 anos de experiência, o que mais chama atenção da médica nem é tanto a timidez ou a falta de diálogo entre os casais.
“O que percebo é que falta informação. E isso resolveria muito dos problemas que vejo. Não há nada de errado com a nossa cultura. Temos um problema informacional.”
http://www.primeiraedicao.com.br/?pag=brasil_mundo&cod=2131

Policiais posam como bandidas em calendário e causam polêmica na Espanha

Policiais posam como bandidas em calendário e causam polêmica na Espanha
por BBC Brasil
(04/01/2011 10:09)
Divulgação
Policiais posam como bandidas em calendário e causam polêmica na Espanha
Um grupo de policiais femininas espanholas causou polêmica ao posar para as fotos sensuais de um calendário vestidas como bandidas.

Nas fotos de cada mês as agentes simulam cenas de roubos mascaradas, com roupas eróticas e fetichistas. O projeto já provoca polêmica entre a própria polícia.

Nas fotografías elas usam lingerie, botas de couro, máscaras e vários itens que remetem a fetiches sexuais.

As cenas, que mostram roubo de carros, de jóias e de obras de arte, foram descritas por outros agentes como apologia ao delito e tentativa de ridicularizar a todos os policiais.

O Setor Policial de Ponent, na Catalunha, de onde são as mulheres, destacou que, apesar de as modelos serem policiais em exercício, a polícia não tem envolvimento algum com as fotos controversas.

"São fotos que elas fizeram de forma particular. Em nenhuma imagem foi usado o uniforme ou algum distintivo oficial porque sabem que isto é terminantemente proibido pelo regulamento", disse à BBC Brasil um porta-voz da polícia de Ponent.

Irresponsabilidade

Segundo o porta-voz, as fotos foram propostas pelas oito agentes que posaram para uma fotógrafa amiga do grupo com a intenção de "criar um presente original para companheiros de delegacias da região, amigos e parentes".

No entanto, representantes do Sindicato Unificado da Polícia (SUP) e do Fórum Polícia afirmam que o presente é, na verdade, um ato de irresponsabilidade.

O porta-voz do SUP, José Maria Benito, lembrou que as agentes "têm todo o direito de criar um calendário e de posar como modelos, mas talvez tenham se equivocado na fantasia".


Divulgação

Policiais posam como bandidas em calendário e causam polêmica na Espanha


"Deveriam lembrar que esse calendário só é notícia porque elas são policiais. Quando alguém faz parte de uma instituição que não está precisamente para brincadeiras, precisa saber que há direitos civis incompatíveis com a nossa condição".

O sindicato Fórum Policial também criticou o calendário, dizendo que a brincadeira com cenas de roubos desrespeita policiais que se arriscam na profissão.

"Quando temos todos os dias companheiros arriscando a vida em situações extremas, fica difícil entender que outros encarem delitos como se fossem simples brincadeiras", disse à BBC Brasil um representante sindical.

As oito policiais fotografadas não dão entrevistas por causa do regulamento interno. Mas, segundo o porta-voz da polícia de Ponent, elas tem "recebido bem as críticas e os elogios, que também têm chegado".

Ele disse ainda que elas esperam que a situação "serene" o mais cedo possível.

Até agora não houve denúncias formais sobre o comportamento das agentes por causa do calendário, mas o regulamento da polícia prevê sanções em caso de que um policial seja acusado de prejudicar o nome e a imagem pública da instituição.
http://www.primeiraedicao.com.br/?pag=brasil_mundo&cod=10164

Dúvidas dos leitores sobre sexo - Saúde e Ciência - Extra Online

Dúvidas dos leitores sobre sexo - Saúde e Ciência - Extra Online
Motivos para fazer sexo

Sexo é sinônimo de saúde: é um anti-histamínico natural, que ajuda no combate à asma, por exemplo. Além disso, acaba com as dores de cabeça, pois alivia a tensão que aperta os vasos sanguíneos no cérebro. O sexo é o tranquilizante mais poderoso do mundo, e consegue ser dez vezes mais eficaz que outros remédios para dormir. Ele é, ainda, uma cura instantânea para a depressão leve, liberando endorfina no organismo e na corrente sanguínea, produzindo uma sensação de euforia e bem-estar. Mas isso a gente já sabia!

Ejaculação

Estou namorando há 5 anos, e só agora resolvemos transar. Ele sofre de ejaculação precoce. Isso pode prejudicar o desempenho sexual dele? E, se pode, tem cura? J.M.

Por e-mail



A ejaculação precoce realmente atrapalha um pouco os casais a vivenciarem a vida sexual de forma plena. Ele precisará buscar ajuda profissional para que possa gozar de uma vida sexual sem ansiedade e com tranquilidade, até porque você também precisa de tempo, no sexo, para se excitar e ficar tranquila, para ser gostoso. Converse com ele sobre isso.



Sem sexo

Sou casado há mais de 20 anos. Minha esposa tem quase 50 anos e eu, 44. Só que, desde que casamos, ela nunca gostou muito de sexo. Agora, então, com essa idade, faz sexo comigo, no máximo, três vezes por mês. O que devo fazer?

S.F.

Por e-mail



Pressioná-la para o sexo neste momento da vida dela não é o melhor caminho. Converse, mil vezes se necessário, mas sem pressão para fazer sexo. Pode estar certo de que, em algum momento, ela irá ceder e buscar a tão sonhada ajuda que você espera.



Pênis

Gostaria de saber porque a cabeça do pênis do meu namorado não aparece quando ele está ereto, fica uma pele envolvendo. Tenho vergonha de comentar...o que será isso?

L.G.

Por e-mail



Não há nada de errado com ele. Seu parceiro ainda tem fimose. Caso você consiga falar com ele a respeito, pode sugerir que faça a cirurgia para consertar isso. É muito simples e a recuperação, bem rápida.



Perguntas respondidas pela psicóloga e sexóloga Carla Cecarello: (11) 3884-2059/ www.ambesex.com.br

Em nove anos, AL registra 1.043 casos de abuso sexual infantil

Em nove anos, AL registra 1.043 casos de abuso sexual infantil
por Divulgação
(11/01/2011 16:47)
Pesquisa realizada pelo Centro Universitário Cesmac aponta que em Alagoas foram registradas 1.043 ocorrências de abuso sexual infantil no período entre 2001 e 2009. O levantamento se baseou nos dados contidos em prontuários, registros de ocorrências e relatórios disponibilizados pelo Centro de Apoio às Vítimas de Crime (CAV-Crime) e nos Centros de Referência Especializado em Assistência Social (Creas) – que são entidades tidas como porta de entrada de casos de violência sexual infantil nos municípios alagoanos.

O estudo, intitulado “Epidemiologia do Abuso Sexual em Crianças e Adolescentes no Estado de Alagoas”, pretendia fazer uma análise dos casos recentes no Estado, mostrando os tipos de abuso sexual recorrentes, o perfil dos agressores e vítimas e os municípios que concentram os maiores número de ocorrências. Contudo, o exame detalhado das informações foi em parte prejudicado pela falta de padronização e dados incompletos encontrados nos registros dos casos denunciados.

Por outro lado, o levantamento revela dados importantes. Nos onze municípios que reúnem as denúncias notificadas a maioria das vítimas é do sexo feminino, conforme tendência mundial. Outro aspecto relevante é que os casos vêm à tona quando a vítimas estão na faixa etária entre 7 e 14 anos predominantemente. E o crime mais praticado é o estupro. A idade de início dos abusos é muito precoce, sendo a maioria dos casos ocorrida entre os 5 e 8 anos.

“Observamos que a cada ano o número de denúncias cresce – o que não necessariamente quer dizer que a incidência de casos está aumentando. O que está avançando é o nível de conscientização e esclarecimento da sociedade que tem tolerado cada vez menos esse tipo de crime”, afirma o professor doutor Liércio Pinheiro, coordenador do curso de Psicologia do Cesmac, autor da pesquisa.
Além disso, Pinheiro explica que os dados estatísticas estão substimados. "A literatura especializada aponta que para cada denúncia de abuso sexual infantil há 15 outros casos omitidos em média. Como os casos de abuso sexuais são quase sempre perpetrados por pessoas que fazem parte do seio familiar da vítima, quase sempre são abafados dos registros oficiais", reflete.
De acordo com ele, apesar das falhas encontradas no recolhimento de dados das vítimas, a pesquisa indica que os principais perpetradores das agressões sexuais contra crianças e adolescentes no Estado são os pais biológicos e os padrastos, variando a predominância entre um município e outro.

“Outra falha encontrada no decorrer do trabalho de campo da pesquisa consistiu no detalhamento sobre os autores dos crimes. Muitos relatórios foram emitidos sem sequer mencionar quem eram essas pessoas, apenas informando de era conhecido ou desconhecido da vítima. Havia relatórios, inclusive, que não apontava nenhum agressor. Mas, o que podemos perceber, independentemente da precariedade das informações é que a grande maioria dos abusadores encontram-se no ambiente familiar das crianças e adolescentes molestados”, conta a jovem pesquisadora Samylla Maira Hortêncio Gouveia.

Segundo ela, como era esperado, é em Maceió que se concentram o maior número de denúncias de crimes sexuais contra menores. “Era de se supor que isso iria acontecer por causa do adensamento populacional típico das capitais. Entretanto, as falhas nos registros interioranos e o baixo número de denúncias levam-nos a questionar se os órgãos estão atuando de forma adequada, sobretudo considerando se a vítima se sentiu devidamente acompanhada, assistida do ponto de vista psicológico, social ou jurídico”, diz.

Problema de saúde pública

De acordo com o professor Liércio Pinheiro, o abuso sexual infantil tem sido encarado como um grave problema de saúde pública nos países desenvolvidos, devido aos altos índices de incidência (independentemente do perfil sócio-econômico do agressor) e das sérias conseqüências para o desenvolvimento cognitivo, afetivo e social da vítima e de sua família.

“A familiaridade entre a criança e o abusador envolve fortes laços afetivos, tanto positivos quanto negativos, colaborando para que os abusos sexuais incestuosos possuam maior impacto cognitivo e comportamental para a vítima e sua família”, diz o psicólogo. “pesar da complexidade e da quantidade de variáveis envolvidas no impacto do abuso sexual na criança, esta experiência é considerada um importante fator de risco para o desenvolvimento de psicopatologias. A literatura especializada aponta que crianças e adolescentes podem desenvolver quadros de depressão, transtornos de ansiedade, alimentares, dissociativos, hiperatividade e déficit de atenção e transtorno de personalidade borderline”, explica Pinheiro.

Contudo, de acordo com o especialista, a psicopatologia mais citada é o transtorno do estresse pós-traumático. “Isso sem mencionar as crenças de caráter disfuncionais, envolvendo sentimentos de culpa, e sentimento de inferioridade e desconfiança em relação aos outros”, completa o psicólogo.

Papel da mãe

Segundo Liércio Pinheiro, a mãe é a pessoa mais procurada pelas crianças e adolescentes molestados quando se sentem preparados para denunciar o abuso. “Sabe-se que a criança vítima de abusos sexuais tem necessidade fundamental de ser acreditada e por isso é fundamental o papel de psicólogos e da sociedade em reconhecer e compreender o fenômeno em toda sua complexidade”, diz Liércio Pinheiro.

“Por isso a criança não deve ser deixada sozinha, da mesma maneira que os próprios técnicos também não o devem fazer, pois é pela possibilidade de falar do sucedido e de refletir com os outros, no seio de sua equipe ou de um grupo de discussão, que eventualmente serão encontradas algumas respostas a este crime”, sugere.

http://www.primeiraedicao.com.br/?pag=alagoas&cod=14793

Jovens estão pouco preocupados com HIV

Jovens estão pouco preocupados com HIV
em 16/01/2011 01:20:00 (22 leituras)
As pessoas com 30 anos ou mais idade - principalmente as mulheres - são as mais preocupadas com a contaminação do vírus HIV, transmissor da aids, segundo o levantamento feito pela Secretaria Estadual da Saúde com base em 36 mil testes de diagnósticos gratuitos, realizados durante a campanha Fique Sabendo 2010, entre os meses de novembro e dezembro, do ano passado.
Uma em cada três pessoas que procuraram o teste pela primeira vez tinham mais de 40 anos de idade e a maioria dos interessados, 56,8% , na faixa dos 30 anos. Comparando-se homens e mulheres, o sexo feminino teve maior participação (53,6%), mas os resultados comprovando a infecção prevaleceu entre os do sexo masculino com número de casos três vez mais.
Entre os homens com diagnósticos positivos 53,3% tinham idade na faixa de 25 a 39 anos e a minoria 16,9% de 14 a 24 anos. Já os casos confirmados em mulheres, 56,2% tinham entre 25 e 39 anos e 13,3% de 14 a 24 anos.
Por meio de nota, a coordenadora do Programa Estadual de DST/Aids, Maria Clara Gianna, alertou que ''o diagnóstico tardio da doença prejudica o tratamento e a qualidade de vida dos pacientes''. Diante disso, observou ser importante que haja maior interesse da população jovem porque ''as pessoas iniciam a vida sexualmente ativa cada vez mais cedo''.
Agência Brasil
http://www.coisasdemaceio.com.br/modules/news/article.php?storyid=26261

Krafft-Ebing, Psychopathia Sexualis and the creation of the medical notion of sadism

Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental - Krafft-Ebing, Psychopathia Sexualis and the creation of the medical notion of sadism
Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental
Print version ISSN 1415-4714
Rev. latinoam. psicopatol. fundam. vol.12 no.2 São Paulo June 2009
doi: 10.1590/S1415-47142009000200011
CLÁSSICOS DA PSICOPATOLOGIA
ARTIGO



Krafft-Ebing, a Psychopathia Sexualis e a criação da noção médica de sadismo



Krafft-Ebing, la Psychopathia Sexualis y la creación de la noción médica de sadismo



Krafft-Ebing, la Psychopathia Sexualis et l'invention de la notion médicale du sadisme



Krafft-Ebing, Psychopathia Sexualis and the creation of the medical notion of sadism





Mário Eduardo Costa Pereira






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RESUMO

Escrita na segunda metade do século XIX, a Psychopathia Sexualis de Richard Krafft-Ebing participa de um movimento histórico-cultural que institui o olhar e a autoridade médica como referências necessárias para se deliberar quanto à legitimidade dos diferentes comportamentos sexuais humanos. Suas incidências se estendem mesmo sobre o campo legal e jurídico. Obra que sintetiza e aprofunda os estudos da sexologia de seu tempo, Psychopathia Sexualis introduz uma delimitação do campo das perversões sexuais, uma nomenclatura - que inclui termos que seriam posteriormente consagrados como sadismo, masoquismo e fetichismo, e um rigor classificatório que a tornarão uma referência incontornável para todos os estudos posteriores nesse campo, incluindo a obra freudiana.

Palavras-chave: Krafft-Ebing, sexologia, perversões sexuais


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RESUMEN

Escrita en la segunda mitad del siglo XIX, la Psychopathia Sexualis de Richard Krafft-Ebing participa de un movimiento histórico-cultural que instituyó la mirada y la autoridad médica como referencias necesarias para deliberar la legitimidad de los diferentes comportamientos sexuales humanos. Sus incidencias se extienden inclusive sobre el campo legal y jurídico. Obra que sintetiza y profundiza los estudios de la sexología de su tiempo, Psychopathia Sexualis una nomenclatura - que incluye términos que serian posteriormente consagrados como sadismo, masoquismo y fetichismo - y un rigor clasificatorio que la tornarán una referencia ineludible para todos los estudios posteriores en ese campo, incluyendo la obra freudiana.

Palabras claves: Krafft-Ebing, sexología, perversiones sexuales


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RÉSUMÉ

Écrite au cours de la deuxième moitié du XIXe siècle, la Psychopathia Sexualis de Richard Krafft-Ebing fait partie d'un mouvement historique et culturel qui institue le regard et l'autorité médicale comme références nécessaires pour la prise de décision quant à la légitimité des différentes formes de comportement sexuel humain. Ses incidences s'étendent au domaine législatif et juridique. Oeuvre qui synthétise et qui approfondit les études de la sexologie de son temps, la Psychopathia Sexualis introduit une délimitation du champ des perversions sexuelles, soit une nomenclature, y incluant des termes désormais consacrés comme le sadisme, le masochisme et le fétichisme, ainsi qu'une rigueur classificatoire qui fera d'elle une référence incontournable pour toutes les études ultérieures dans ce champ, y compris l'oeuvre freudienne.

Mots clés: Krafft-Ebing, sexologie, perversions sexuelles


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ABSTRACT

Richard Krafft-Ebing's Psychopathia Sexualis, written in the second half of the 19th century, can be considered part of the historical and cultural movement that brought in the medical gaze and authority as necessary references for determining the legitimacy of the various human sexual behaviors. Psychopathia Sexualis eventually became an authoritative reference in the forensic sphere. The book consists of a synthesis and extension of the studies on sexology of its time and introduced a delimitation of the field of sexual perversions through the use of a nomenclature that includes terms which eventually became widely established, such as sadism, masochism and fetishism. Its precision of classification became a central reference for all later studies in the field, including for Freud's work.

Key words: Krafft-Ebing, sexology, sexual perversions


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Poucos autores no campo da psicopatologia tiveram seu nome tão estreitamente associado a uma obra científica específica como Krafft-Ebing a sua Psychopathia Sexualis. Trata-se do primeiro levantamento sistemático e completo das diferentes formas de perturbação da vida sexual humana, encaradas a partir de então como transtornos médico-psiquiátricos. Esse célebre Tratado, publicado pela primeira vez em 1886, foi por certo precedido por inúmeros outros estudos médicos sobre os comportamentos sexuais tidos como doentios. Contudo pela sua importância, influência, repercussão e rigor descritivo, ela tornou-se uma espécie de paradigma da apropriação do erotismo humano pelo discurso médico e positivista a partir do século XIX.

No primeiro volume de sua História da Sexualidade - que explicitamente aborda esse tema a partir do vértice da "vontade de saber" -, Michel Foucault dedica uma ampla discussão ao movimento histórico que consistiu em se colocar o sexo como objeto de discurso e como possibilidade de revelação de uma verdade oculta do sujeito. O título do capítulo que trata frontalmente dessa questão faz clara alusão à obra de Krafft-Ebing: "Scientia sexualis". Nele, o filósofo francês sustenta que "existem, historicamente, dois grandes procedimentos para produzir a verdade do sexo" (Foucault, 1976, p. 65): a ars erotica e a scientia sexualis. Na primeira, "a verdade é extraída do próprio prazer, encarado como prática e recolhido como experiência" (p. 65). De acordo com o autor, nossa civilização não disporia de tal arte. Contudo, "ela é a única, sem dúvida, a praticar uma scientia sexualis" (p. 66). A ciência do sexo no século XIX se organizaria como fisiologia da reprodução e como medicina da sexualidade. Contudo, o dispositivo principal para se ter acesso não ao saber, mas à verdade do sexo, seria a confissão. Nesse contexto, a própria psicanálise constituiria uma disciplina inscrita nessa vertente confessional, que, sob a aparência de tratar a sexualidade sem os disfarces da neurologia ou da medicina geral, terminaria por sustentar as concepções tradicionais que ligam sexo e re-gras sociais de aliança.

Nesse contexto, a obra de Krafft-Ebing assumiria um caráter exemplar da história da apropriação médica dos comportamentos sexuais desviados da norma vigente e tida como parâmetro autoevidente da normalidade. Na Psychopathia Sexualis teremos uma primeira grande síntese das concepções médicas sobre aquilo que viria a ser concebido tecnicamente como "perversões".

Richard Krafft-Ebing nasceu em 1840, na cidade alemã de Mannheim, ten-do realizado seus estudos médicos na vizinha Heidelberg. Em Zurique, continuou seus estudos, agora mais especificamente psiquiátricos, na famosa clínica Burghölzli, sob a orientação de Griesinger.1 Ocupou a cátedra de psiquiatria nas universidades de Strasbourg, Graz e Viena, sendo que nessa cidade, a partir de 1892, ele assumiria a direção da clínica psiquiátrica do Hospital Geral da Universidade de Viena, sucedendo a Meynert, antigo professor de psiquiatria de Freud.

Foi autor de uma vasta obra psiquiátrica que inclui estudos sobre a melancolia, sobre a paralisia geral progressiva, sobre psiquiatria forense, sobre o hipnotismo, sobre a neurastenia e um Tratado sobre a Insanidade. Contudo, o texto que de fato o tornaria célebre é sua Psychopathia Sexualis. George Lanteri-Laura (1979) traça de maneira precisa as coordenadas históricas e científicas nas quais se inscreve esse famoso estudo. A sexologia e a criminologia médicas, sustenta Lanteri-Laura, desenvolvem-se simultaneamente, interagindo diretamente entre si a partir do começo do século XIX. Antes da Revolução Francesa, a vida sexual não constituía propriamente uma preocupação médica. Tampouco a justiça estava preocupada com os atos eróticos em si, quando praticados no contexto da vida privada, apenas com suas consequências concretas no âmbito do escândalo público e da violência. Nesse momento histórico, o perito médico era solicitado apenas para deliberar sobre os eventuais danos sofridos pelas vítimas de abusos. Só posteriormente - por ação da nascente sexologia no regime pós-revolucionário - é que o médico passaria a ser consultado para a avaliação clínica do acusado.

Desde os primórdios da psiquiatria contemporânea, Esquirol já descrevia comportamentos sexuais desviantes das práticas comuns na sociedade como entidades clínicas específicas, contribuindo para que fossem aos poucos deslocados do registro da depravação para o da patologia. Erotomania, ninfomania e satiríase, entre outras, passavam a ser compreendidas como variedades da alienação mental circunscritas ao terreno sexual: a monomania instintiva (cf. Lanteri-Laura, 1979, p. 17). A ciência deveria, pois, deliberar sobre quais as práticas eróticas seriam naturais e quais seriam patológicas. Havia uma nova distribuição de fronteiras entre o campo da moral, medicina e da justiça.

Do ponto de vista social, se tomarmos por referência a sociedade francesa do Antigo Regime, podemos constatar que, do ponto de vista da valorização cultural dos comportamentos sexuais, a libertinagem era uma prática tolerada - e mesmo esperada - da aristocracia, esperando-se do cidadão comum o respeito a uma moral erótica mais recatada, com nítida separação entre matrimônio e prazer. A própria categoria clínica de "perversão" só foi incorporada tardiamente ao vocabulário médico, sendo que esse termo da língua comum confundia-se com a noção popular de "depravação".

Com a chegada do século XIX, em particular a partir de sua segunda metade, os especialistas começam a considerar certas formas do comportamento sexual como "variedades parciais da alienação mental" (Lanteri-Laura, 1979, p. 27). Inicialmente, uma grande quantidade de estudos médicos naquele período buscava elucidar a natureza da homossexualidade. A tendência reinante era de tolerância, sendo que a obra de Havelock Ellis, em grande parte, visava resgatar a dignidade dos homens ditos "invertidos" (segundo a denominação proposta por Westphal e amplamente aceita no meio médico de então). Os trabalhos tendiam a destacar o valor dos grandes homens sabidamente homossexuais e a diferença a ser estabelecida entre "depravação" e a especificidade da natureza erótica daqueles cuja sensibilidade afetiva era homossexual. Certos estudos tornaram-se clássicos na história da abordagem médica das chamadas "aberrações sexuais", como a monografia de Lasègue sobre o exibicionismo e o trabalho de Moll sobre a homossexualidade.

O Tratado de Krafft-Ebing constitui, nesse momento histórico, um texto unificador dos conhecimentos até então elaborados de maneira esparsa e assistemática no campo médico-psiquiátrico. Para definir a normalidade em relação à qual determinados comportamentos sexuais serão considerados desviantes, Krafft-Ebing buscará recurso à noção biológica, portanto natural, de "preservação da espécie". O prazer obtido da relação sexual será natural na medida em que contribua para a reprodução. Todo erotismo praticado fora desse contexto deverá ser considerado como desviante. Sob esse prisma, deverão ser consideradas como "perversão sexual" todas as satisfações eróticas cujo objetivo não seja a preservação da espécie (Lanteri-Laura, 1979, p. 39).

O prefácio da Psychopathia Sexualis explicita que a proposta desse estudo é a de examinar cientificamente "os sintomas psicopatológicos da vida sexual, de conduzi-los a sua origem e deduzir as leis de seu desenvolvimento e de suas causas" (Krafft-Ebing, 1886, p. VI), renunciando de antemão a qualquer pretensão de constituir uma psicologia da vida sexual. Ressalta também o autor que a proposta da obra reveste-se de grande importância, uma vez que "ela é de utilidade pública e interessa particularmente à magistratura", destacando assim sua perspectiva médico-legal: "As páginas que seguem se endereçam aos homens que se dedicam a realizar estudos aprofundados sobre as ciências naturais ou sobre a jurisprudência" (p. VIII). Para não chocar seus leitores e para desencorajar o público leigo, explica Krafft-Ebing, as passagens mais cruas referentes aos comportamentos sexuais descritos foram redigidas em latim, incluindo o próprio título da obra.

Esta trata de temáticas amplas e variadas como a impotência e a frigidez, a homossexualidade, o sadismo e o masoquismo, o fetichismo e o exibicionismo. Sadismo e masoquismo encontram nesse texto, pela primeira vez, uma definição propriamente médica que teria uma grande repercussão nos ambientes técnicos e leigos. Mesmo Freud recorrerá à terminologia proposta na Psychopathia Sexualis como referência para suas próprias elaborações sobre a teoria da sexualidade.

Referindo-se a autores cuja obra literária seria tomada como exemplar do comportamento descrito pelo termo, Krafft-Ebing recorre aos nomes de Sade e de Sacher-Masoch para construir suas categorias diagnósticas de condutas sexuais aberrantes, seja pela excitação condicionada pela dor e/ou humilhação imposta ao parceiro, no caso do sadismo, seja na satisfação obtida pela via preferencial da submissão, do próprio sofrimento físico e moral e da exaltação imoderada do objeto amado, como ocorre no masoquismo.

Dessa forma, pela primeira vez, a noção de sadismo encontra-se descrita em termos médicos, de modo a caracterizar de maneira clara uma forma aberrante de comportamento sexual na qual o gozo erótico só pode ocorrer à condição de se encontrarem associadas crueldade ativa, violência ativa e volúpia. A referência a Sade é, portanto, mais do que alusiva, pois a descrição mesma do transtorno ancora-se diretamente na concepção sadiana da excitação sexual mais plena, que se realiza na articulação entre o crime, a transgressão e o êxtase: "nenhum libertino minimamente ancorado no vício ignora o império do assassinato sobre os sentidos e o quanto este determina voluptuosamente um esporro" (Sade, 2008, p. 26). Nas palavras de Eliane Robert de Moraes (2006), "trata-se de um escritor que, ao longo de toda sua existência, dedicou-se com rigor e paixão a provar que a liberdade humana só se realiza plenamente no mal" (p. 9).

Gilles Deleuze (1967), em sua apresentação de Sacher-Masoch, partindo da análise literária comparativa entre as obras deste autor e de Sade, demonstra que sadismo e masoquismo não constituem meramente pares de opostos complementares, mas que pertencem a universos estéticos e eróticos completamente distintos e autônomos.

Em face à amplidão de sua influência, mesmo submetido a severas críticas que o acusam de participar de um projeto de redução das paixões eróticas a uma normalização médica, deve-se reconhecer que Krafft-Ebing produziu uma obra descritiva e organizadora do campo da sexualidade que permanece como referência incontornável a todos aqueles que estudam as perversões ou mesmo, mais amplamente, a dimensão erótico-corporal da experiência humana.



Referências

DELEUZE, G. (1967). Présentation de Sacher-Masoch. Paris: Minuit, 2007. [ Links ]

FOUCAULT, M. (1976). História da sexualidade I: a vontade de saber. São Paulo: Graal, 2006. [ Links ]

KRAFFT-EBING, R. (1886). Psychopathia sexualis. Trad. francesa de E. Laurent E. e S. Csapo S. Paris: Georges Carré Editeur, 1895. [ Links ]

LANTERI-LAURA, G. (1979). Leitura das perversões: história de sua apropriação médica. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994. [ Links ]

MORAES, E. R. Lições de Sade: ensaios sobre a imaginação libertina. São Paulo: Iluminuras, 2006. [ Links ]

PEREIRA, M. E. C. Griesinger e as bases da "Primeira Psychiatrie biológica". Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, v. X, n. 4, p. 685-691, dez. 2007. [ Links ]

POSTEL, J.; QUETEL, C. (Org.). Nouvelle histoire de la psychiatrie. Toulouse: Privat, 1983. [ Links ]

ROUDINESCO, E. A parte obscura de nós mesmos: uma história dos perversos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008. [ Links ]

SACHER-MASOCH, L. La Vénus à la fourrure. Paris: Minuit, 2007. [ Links ]

SADE. Os 120 dias de Sodoma ou A escola da libertinagem. São Paulo: Iluminuras, 2008. [ Links ]
Recebido/Received: 30.4.2009 / 4.30.2009
Aceito/Accepted: 5.5.2009 / 5.5.2009

Mario Eduardo Costa Pereira
Psiquiatra, psicanalista e professor Livre-Docente de Psicopatologia do Depto. de Psicologia Médica e Psiquiatria da Universidade Estadual de Campinas - Unicamp (Campinas, SP, Brasil); doutor em Psicopatologia Fundamental e Psicanálise pela Universidade Paris 7; diretor do Laboratório de Psicopatologia Fundamental da Unicamp; membro efetivo do Laboratoire de Psychopathologie Clinique et Psychanalyse da Universidade de Provence; membro da Associação Universitária de Pesquisa em Psicopatologia Fundamental (São Paulo, SP, Brasil).
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Psychopathia Sexualis - revistada

Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental - Psychopathia Sexualis
Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental
Print version ISSN 1415-4714
Rev. latinoam. psicopatol. fundam. vol.12 no.2 São Paulo June 2009
doi: 10.1590/S1415-47142009000200012
CLÁSSICOS DA PSICOPATOLOGIA
ENSAIO



Psychopathia Sexualis





R. Krafft-Ebing





Capítulo III - Neuropsicopatologia Geral

I. Afeto sexual por pessoas do outro sexo com manifestação perversa do instinto*
A. Relações entre a crueldade ativa, a violência e a volúpia - sadismo1

É conhecido e frequentemente observado que volúpia e crueldade costumam se associar uma à outra. Escritores de todas as escolas já assinalaram esse fenômeno.2Até no estado fisiológico é comum ver indivíduos sexualmente muito excitáveis morderem ou arranharem seu parceiro durante o coito.3

Autores anteriores já chamaram a atenção para a conexão entre volúpia e crueldade.

Blumröder (Ueber Irresein, Leipzig, 1836, p. 51) hominem vidit quem compluria vulnera in musculo pectorali habuit, quæ femina valde libidinosa in summa voluptate mordendo effecit.

No ensaio "Ueber Lust und Schmerz" (Friedreichs Magazin für Seelenkunde, 1830, II, 5), esse autor chama particularmente a atenção para a correlação psicológica entre volúpia e sede de sangue. Ele lembra, a esse respeito, a lenda índia de Siwa e Durga (Morte e Volúpia), os sacrifícios de homens com mistérios voluptuosos e os desejos sexuais da puberdade, associados a um pendor voluptuoso ao suicídio, à flagelação, aos beliscões, às feridas infligidas às partes genitais, em razão do desejo vago e obscuro de satisfazer a necessidade sexual.

Lombroso (Verzeni e Agnoletti, Roma, 1874) também cita muitos exemplos de tendência ao assassinato durante a sobre-excitação produzida pela volúpia.

Por outro lado, com certa frequência, a excitação do desejo de assassinato acarreta a sensação de volúpia. Lombroso lembra o fato, citado por Mantegazza, de que, nos horrores de um saque, os soldados costumam sentir uma volúpia bestial.4

Esses são exemplos de transição para casos manifestamente patológicos.

Também são muito instrutivos os exemplos dos Césares degenerados (Nero, Tibério), que se regozijavam mandando degolar diante deles jovens e virgens, assim como o caso desse monstro, o marechal Gilles de Rays (Jacob, Curiosités de l'Histoire de France, Paris, 1858), que foi executado em 1440 por causa dos estupros e assassinatos que cometeu durante oito anos em mais de oitocentas crianças. Ele confessou que a leitura de Suetone e das descrições das orgias de Tibério, de Caracalla, lhe deu a ideia de atrair crianças em seu castelo, de maculá-las pela tortura para, em seguida, assassiná-las. Esse monstro garantiu ter sentido uma felicidade indizível ao cometer esses atos. Ele tinha dois cúmplices. Os cadáveres das infelizes vítimas foram queimados e apenas algumas cabeças de crianças excepcionalmente belas foram conservadas como recordação.

Quando se quer explicar a conexão entre volúpia e crueldade, é preciso remontar a casos, ainda quase fisiológicos, em que, no momento da volúpia suprema, indivíduos, por outro lado normais, embora muito excitáveis, cometem atos como morder ou arranhar, os quais costumam ser inspirados apenas pela cólera. Além disso, cabe lembrar que amor e cólera são não apenas as duas paixões mais fortes, como também as duas únicas formas possíveis da paixão forte (estênica). Ambas buscam seu objeto, querem dele se apossar e manifestam-se por uma ação física sobre ele; ambas deixam a esfera psicomotora na maior agitação e, por meio dessa agitação, alcançam a sua manifestação normal.

Este ponto de vista permite entender que a volúpia leva a atos que, em outros casos, parecem com os inspirados pela cólera.5

Ambas correspondem a um estado de exaltação e constituem uma poderosa excitação de toda a esfera psicomotora. Disto resulta um desejo de reagir por todos os meios possíveis e com a maior intensidade contra o objeto que provoca a excitação. Assim como a exaltação maníaca descamba com muita facilidade para o estado de mania de destruição furiosa, a exaltação da paixão sexual produz, às vezes, o violento desejo de descarregar a excitação geral por meio de atos insensatos que aparentam hostilidade. Tais atos representam, por assim dizer, movimentos psíquicos e acessórios; não se trata de uma simples excitação inconsciente da inervação muscular (que também se manifesta, por vezes, na forma de convulsões cegas), mas de uma verdadeira hipérbole da vontade de produzir um poderoso efeito no indivíduo que causou nossa excitação. Ora, o meio mais eficiente para tanto consiste em causar uma sensação de dor neste indivíduo. Partindo desse caso em que, no auge da paixão voluptuosa, um indivíduo procura causar uma dor no objeto amado, chega-se a casos em que existem maus tratamentos sérios, feridas e até mesmo assassinato da vítima.6

Nesses casos, o pendor para a crueldade, que pode associar-se à paixão voluptuosa, aumenta desmedidamente num indivíduo psicopata, ao passo que, por outro lado, a distorção dos sentimentos morais faz com que, normalmente, não haja entraves ou que estes sejam fracos demais para atuar.

Esses monstruosos atos sádicos, que ocorrem mais frequentemente nos homens do que nas mulheres, têm uma outra causa poderosa, que se deve às condições fisiológicas.

Na relação entre os sexos, o papel ativo e até mesmo agressivo cabe ao homem, enquanto a mulher se limita a um papel passivo e defensivo.7

Há um encanto particular, para o homem, no ato de conquistar uma mulher, de vencê-la; e, na Ars amandi, a decência da mulher, que permanece na defensiva até o momento em que cede, tem muita importância psicológica. Em condições normais, o homem depara-se com uma resistência que tem de vencer, e é para essa luta que a natureza lhe deu um caráter agressivo. Entretanto, em condições patológicas, esse caráter agressivo pode exceder todas as medidas e degenerar numa tendência para subjugar completamente o objeto de seus desejos até o aniquilamento ou até mesmo a morte dele.8

Se esses dois elementos constituintes se encontram, se o desejo acentuado e anormal de uma reação violenta contra o objeto amado une-se a uma necessidade exagerada de subjugar a mulher, então as explosões mais violentas do sadismo ocorrem.

Portanto, o sadismo não passa de um exagero patológico de certos fenômenos acessórios da vita sexualis que podem ocorrer em circunstâncias normais, sobretudo no macho. Naturalmente, não é absolutamente necessário, e essa não é a regra, que o sádico tenha consciência desses elementos do seu pendor. O que ele sente, é tão somente o desejo de cometer atos violentos e cruéis em pessoas do outro sexo e uma sensação de volúpia pelo simples fato de se representar esses atos de crueldade. Disto resulta um impulso poderoso para executar os atos desejados. Como os verdadeiros motivos desse pendor são desconhecidos de quem age, os atos sádicos estão imbuídos das características dos atos impulsivos.

Quando volúpia e crueldade se associam, não somente a paixão voluptuosa desperta um pendor para a crueldade, como o contrário também pode ocorrer: a ideia e, sobretudo, a visão de atos cruéis agem como um estimulante sexual e, nesse sentido, são usadas por indivíduos perversos.9

É empiricamente impossível estabelecer uma distinção entre os casos de sadismo congênito e adquirido. Muitos indivíduos originalmente tarados envidam, por muito tempo, todos os esforços possíveis para resistir às suas inclinações perversas. Se a potência sexual ainda existe, eles têm, de início, uma vita sexualis normal, geralmente graças à evocação de imagens de natureza perversa. Apenas mais tarde, depois de terem vencido sucessivamente todas as contrarrazões éticas e estéticas e depois de terem constatado, em várias oportunidades, que o ato normal não lhes fornece satisfação completa, é que o pendor mórbido emerge e se manifesta externamente. Uma disposição perversa e ab origine traduz-se, então, tardiamente, em atos. É isto que costuma produzir a aparência de uma perversão adquirida e enganar quanto ao verdadeiro caráter congênito do mal. A priori, entretanto, pode-se supor que este estado psicopático existe sempre ab origine. Vejamos a seguir as razões em prol dessa hipótese.

Os atos sadistas diferem em função do seu grau de monstruosidade, da preponderância do pendor perverso sobre o indivíduo acometido por eles ou, então, dos elementos de resistência que ainda existem, elementos que, entretanto, são raramente enfraquecidos por distorções éticas originais, pela degeneração hereditária ou pela loucura moral.

Assim nasce uma longa série de formas que começam pelos crimes mais graves e acabam por atos pueris que não têm outro intuito a não ser oferecer uma satisfação simbólica à necessidade perversa do sadista.

Pode-se ainda classificar os atos sádicos segundo seu gênero. É então preciso distinguir se ocorrem após a consumação do coito em que a libido nimia não foi satisfeita, ou se, em caso de enfraquecimento da potência genésica, servem de preparativos para estimulá-la, ou se, finalmente, em caso de ausência total da potência genésica, os atos sádicos vêm substituir o coito tornado impossível e provocar a ejaculação. Nos dois últimos casos existe, apesar da impotência, uma libido violenta ou, pelo menos, essa libido subsistia no indivíduo na época em que constatou o hábito dos atos sádicos. A hiperestesia sexual deve sempre ser considerada como a base dos pendores sádicos. A impotência devida a excessos praticados desde a primeira juventude, tão frequente nos indivíduos psiconeuropáticos de que se trata aqui, costuma ser fraqueza espinhal. Às vezes, pode existir uma espécie de impotência psíquica pela concentração do pensamento no ato perverso, ao lado do qual, então, a imagem da satisfação normal se apaga.

Independentemente da característica externa do ato, para compreendê-lo, é essencial examinar as disposições perversas da alma e o sentido do pendor do indivíduo afetado.





Richard Krafft-Ebing (1840-1902)
Médico alemão. Ocupou a cátedra de psiquiatria nas universidades de Strasbourg, Graz e, a partir de 1892, foi diretor da clínica psiquiátrica do Hospital Geral da Universidade de Viena. Autor de vasta obra psiquiátrica que inclui estudos sobre a melancolia, sobre a paralisia geral progressiva, sobre psiquiatria forense, sobre o hipnotismo, sobre a neurastenia e um Tratado sobre a Insanidade. Contudo, o trabalho que de fato o tornaria célebre é sua Psychopathia Sexualis, publicada em 1886.





* Tradução de Alain François e revisão técnica de Mário Eduardo Costa Pereira (Laboratório de Psicopatologia Fundamental - Unicamp). Realizada a partir da 8ª edição em alemão traduzida para o francês por Georges Carré, em 1895.
1. Assim chamado em função do mal-afamado marquês de Sade, cujos romances obscenos transbordam de volúpia e crueldade. Na literatura francesa, "sadismo" tornou-se palavra corrente para designar essa perversão.
2. Entre outros: Novalis, em seus Fragmenten; Goerres: Christliche Mystik, t. III, p. 400.
3. Vejam os famosos versos de Alfred de Musset à andaluza:

Qu'elle est superbe en son désordre Como é esplêndida em sua desordem
Quand elle tombe les seins nus, Quando cai, peitos nus,
Qu'on la voit béante se tordre E a vemos boquiaberta, retorcer-se
Dans un baiser de rage et mordre Num beijo raivoso e morder
En hurlant des mots inconnus! Berrando palavras desconhecidas!

4. Em meio à exaltação do combate, a imagem da exaltação da volúpia vem à mente. Vejam, em Grillparzer, a descrição que um guerreiro faz de uma batalha: "E quando toca o sinal, - quando os dois exércitos se confrontam, - peito contra peito, - que delícias dos deuses! - Por aqui, por ali - inimigos, - irmãos, - são derrubados pelo aço mortal. - Receber e dar a morte e a vida, - numa troca alternante e cambaleante, - numa selvagem ebriedade!" (Traum ein Leben, ato I).
5. Schultz (Wiener med. Wochenschrift, 1869, nº 49) relata o caso curioso de um homem de vinte e oito anos que só conseguia praticar o coito com a mulher após ter artificialmente ficado com raiva.
6. Ver Lombroso (Uomo delinquente), que cita fatos análogos em animais no cio.
7. Nos animais também costuma ser o macho quem persegue a fêmea com suas propostas amorosas. Pode-se também frequentemente notar que a fêmea foge ou finge fugir. Inicia-se, então, uma cena semelhante à que se dá entre a ave de rapina e o pássaro objeto de sua caça.
8. Atualmente, a conquista da mulher ocorre de forma civilizada, por meio de cortejo, sedução, artimanha etc. Mas a história da civilização e a antropologia nos ensinam que existiram e ainda existem povos entre os quais a força bruta, o rapto da mulher e até mesmo o hábito de torná-la inofensiva com maçadas substituem as solicitações de amor. É possível que um retorno ao atavismo contribua, com tais inclinações, para favorecer os acessos de sadismo. Nos Jahrbücher für Psychologie (II, p. 128), Schaefer (Iena) relata duas observações d'A. Payer. No primeiro caso, um estado excessivo de excitação sexual foi desencadeado pela visão de cenas de batalha, mesmo em pintura; no outro, foi a tortura cruel de pequenos animais que produziu este efeito. Schaefer acrescenta: "Em todas as espécies animais, a combatividade e a vontade de matar tanto são o atributo do macho que a existência de uma conexão entre esses pendores másculos e as inclinações puramente sexuais não pode ser questionada. Acredito, entretanto, poder garantir, apoiando-me em observações que não podem ser contestadas, que, até em indivíduos machos dotados de perfeita saúde psíquica e sexual, os primeiros sinais precursores, misteriosos e obscuros dos desejos sexuais podem surgir após a leitura de cenas emocionantes de batalha ou de caça. Um impulso inconsciente leva os jovens a buscarem uma espécie de satisfação nos jogos de guerra (luta corpo a corpo). Nesses jogos também o instinto fundamental da vida sexual chega a exprimir-se: o lutador procura ficar em contato extensivo e intensivo com o seu parceiro, com a segunda intenção, mais ou menos clara, de derrubá-lo ou vencê-lo".
9. Também ocorre que a visão acidental de sangue derramado ponha em movimento o mecanismo psíquico predisposto do sádico e desperte o pendor que se encontrava em estado latente.

- Exposição de pornografia em bancas e lojas de DVD's causa polêmica em Maceió

09/01/2011 08:50:00
A polêmica Lei nº 14.263, sancionada no último dia 6 pelo governo do Estado de Pernambuco, que proíbe a exposição indiscriminada de conteúdos impróprios para menores de 18 anos em bancas de revistas, cartazes, livrarias e locadoras de CDs e DVDs já desperta a discussão entre pais e educadores. Entre as punições previstas para quem descumprir estão multa no valor de R$ 2 mil e até o fechamento do estabelecimento.
O argumento para a criação da Lei é que essa exposição viola o artigo 78 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que, como forma de proteger os menores de 18 anos, institui que revistas, livros, cds e dvds devem ser comercializadas em embalagens opacas lacradas ou com selos que indiquem o conteúdo impróprio, cobrindo as imagens provocativas.
Já em Maceió, além das bancas de revistas, os conteúdos pornográficos estão á disposição em barracas que vendem DVDS e CDS piratas, onde filmes eróticos também passaram a ser comercializados livremente, inclusive no Centro da cidade, onde não é difícil ver adolescentes adquirindo o material, que também pode ser encontrado na internet, o que faz com que algumas pessoas banalizem o assunto.
Segundo a psicóloga Rafaela Gonçalves, que trabalha com psicoterapia individual com crianças a partir de 4 anos e também com grupo terapêutico com crianças a partir de 6 anos, o acesso a esse tipo de conteúdo é altamente prejudicial. Para ela, o principal dano é a sexualidade aflorada precocemente e de forma vulgar e banalizada, por se tratar de um conteúdo adulto.
“O adulto tem condições de lidar com a sexualidade de forma saudável,. Já é comum encontrarmos crianças sexualmente precoces e adolescentes confusos, justamente pela banalização que o sexo vem adquirindo. Porém, esse é um assunto que não deve ser tratado como tabu. É preciso respeitar a condição de cada fase para entender essas questões”, destacou.
A psicóloga lembrou que os pais podem orientar os filhos tendo um bom diálogo em casa, pois se o assunto for bem discutido, dificilmente crianças e adolescentes vão procurar esclarecimentos por outros meios. Para ela, a lei é altamente benéfica para combater a banalização do sexo , poupando que eles cresçam achando a sexualidade algo banal e vulgar e não natural.
“Embora essa curiosidade seja natural do ser humano, pais bem esclarecidos deixam os filhos mais seguros e a consequência disso, são adolescentes saudáveis. Hoje ,até desenhos infantis exploram a sexualidade, mas o problema está na condição que crianças e adolescentes não têm para entender”, pontuou.
Opinião dos pais
Para a empresária Helenadja Moura Menezes, que tem dois filhos gêmeos de 10 anos, as crianças estão perdendo a inocência muito cedo, esquecendo de brincar de coisas da idade delas e pensando em namoro, sexo, jogos violentos. Os meios de comunicação também seriam facilitadores disso. “Eles entram na net, veem pornografia em bancas de revistas, jornais, novelas", afirmou.
Segundo Helenadja, com tantas possibilidades de acesso a conteúdos pornográficos fica difícil de educar os filhos e a saída não seria mentir, mas também não incentivar. No entanto, para ela, não é possível fiscalizar todos os lugares 24h por dia e com isso, os pais teriam uma responsabilidade bem maior, pois no colégio, na rua, no esporte, crianças e adolescentes vão conversar e ouvir coisas dos amigos.
“Eles já chegam fazendo perguntas e é preciso pensar bem antes de responder, porque isso atiça a curiosidade deles. Mas, se tiverem fácil acesso a coisas pornográficas começarão a mentir porque sabem que os pais vão brigar e proibir que eles vejam. Esse é um problema antigo, mas hoje está muito mais complicado de você controlar e saber como agir”, pontuou.
De acordo com ela, o mais certo seria sempre ter conversa franca com os filhos, não omitir, nem mentir, mas explicar que ainda não é hora para isso. Helenadja afirmou que as revistas pornôs deveriam ser vendidas em um espaço que ficasse fora do alcance das crianças, em local mais reservado. Já em relação aos filmes piratas, a empresária acha que a vigilância maior tem que ser dos pais, que precisam estar sempre de olho no que os filhos estão fazendo.
“É preciso dizer que eles precisam aprender outras coisas antes de ver ou ter acesso a esse conteúdo. É o que eu faço com meus filhos, só que eles ainda não dispertaram para este tipo de leitura e ficam mais curiosos com filmes, novelas, internet, procurando sites de fotos de mulher nua. Eu disse que eles deveriam estar brincando, estudando aproveitando a infância e que com o tempo, iriam ocorrer mudanças no corpo, no pensamento, nos sentimentos e namorar seria algo natural", ressaltou.
por Emanuelle Oliveira - Cada Minuto
http://www.coisasdemaceio.com.br/modules/news/article.php?storyid=26106

Idoso é preso acusado de abusar sexualmente de meninas

Idoso é preso acusado de abusar sexualmente de meninas
Notícias - Alagoas 24 Horas: Líder em Notícias On-line de Alagoas
Leia trecho de A Sexualidade no Islã



A tradição é um elemento permanente da personalidade de base árabe-muçulmana. Alcorão, hadits (falas e atos do profeta) e fiqh (jurisprudência islâmica) constituem o invariante por excelência. Seu valor decorre menos de sua força histórica que de seu caráter revelado. Eles são a Revelação, isto é, discurso incriado e eterno. Mesmo se a Revelação está situada hic et nunc, o conteúdo é percebido como mensagem eterna e extratemporal. Ele diz o modelo que Deus escolheu para sua comunidade e essa escolha divina não saberia sofrer mudança. Eis a intuição de base por meio da qual a tradição propõe séries de condutas estereotipadas, diante das quais é necessário a todo momento restituir a integridade e a pureza original delas ou, ao menos, aproximar-se o mais possível disso. O Alcorão é a palavra divina, kalamu Allah, logos universal, é a idéia pura. A Sunna do Profeta é o modelo animado, o comportamento ideal conforme à Palavra Sagrada; comportamento encarnado seguramente em um ser vivo, mas que, por ter sido histórico, não é por isso menos responsável, privilegiado, da transcendência. A tradição no Islã é um padrão cultural ideal. Conformar-se estritamente a ele garante-nos estar nas vias de Deus. O afastamento é aberração e erro. Por essência, o Islã é ortodoxia. Daí a contínua tentação "regressiva" e "fundamentalista".

Por certo será possível encontrar nos textos sagrados muitas e muitas passagens marcadas por uma vontade histórica e existencial indubitável. Não é menos verdade que a tendência dominante portará a marca do eterno. O grande debate do antigo e do moderno, do qadim e do jadid, inscreve-se no centro mesmo da vida islâmica: "Nos árabes, o qadim, de tal forma vilipendiado pelos partidários do jadid, poderia ser um outro nome para 'orgânico'. Os tradicionalistas opõem voluntariamente tradição viva e tradição degenerada. Definamos o qadim como o avesso degenerado de algo que se poderia chamar arquetípico". Há um fundamentalismo inerente à cultura árabe-muçulmana. Donde essa nostalgia de uma ordem absoluta que o Alcorão, palavra incriada, revela de modo permanente, que a ideologia muçulmana nunca terá cessado de explicitar, e para a realização da qual as consciências muçulmanas, no fundo, nunca cessaram de laborar.

Sejamos atentos, como dezenas de gerações muçulmanas, a estas posições alcorânicas: "Nós seguramente enviamos Mensageiros antes de Ti. Nós demo-lhes esposas e posteridade: um Mensageiro não pode produzir um sinal senão com a Permissão de Deus. A cada termo uma Escritura. Deus cancela e confirma o que Ele quer. E Ele dispõe do Arquétipo da Escritura". Tudo tendo seu valor próprio, a existência histórica está sob estreita dependência do arquétipo escritural. A própria natureza da Profecia encarnada em uma comunidade viva, simbolizada aqui pela esposa e pela posteridade, inscreve o sentido divino no próprio cerne da historicidade. O signo da profecia não pode ser produzido senão segundo a ordem de Deus, que, dispondo apenas e soberanamente do absoluto arquétipo umm al-kitab (literalmente, "a mãe do livro"), pode apagar e confirmar o que Ele quer. O "a cada termo seu livro" (likulli ajalin kitab), tão controvertido segundo a teologia tradicional e moderna, permite seguramente uma compreensão historicizante da Palavra de Deus. Esta se encarna em formulações diferentes e ajustadas aos séculos. Mas o Sentido trans-histórico permanece o mesmo: a palavra pronunciada hic et nunc sempre remete à Palavra inefável. E, fora do arquétipo, não há senão sombras, ou melhor, o renascimento é um novo mergulho no absoluto.

A Sunna do Profeta e o fiqh que a segue não são ao cabo nada mais que uma explicitação contínua do absoluto. O esforço de compreensão, de exegese, de penetração da palavra divina são tantos outros pontos de vistas sucessivos sobre um sentido que permanece essencialmente idêntico a si próprio. Se a visada é histórica, o sentido visado é eterno.

É necessário também não temer a a-historicidade da Tradição. Ao contrário, uma rigorosa análise da cultura islâmica exige que nos situemos no coração da tradição e a tomemos em bloco. Pois o corpus global do Alcorão, do hadit, da exegese e do fiqh define uma ciência ('ilm) total e que quer apreender um mandamento atemporal definido pelos hudud Allah. Ele tem também de ser apreendido como tal.

Seguramente teria sido bastante apaixonante proceder a um estudo histórico e comparado da elaboração desse corpus. Seria possível mesmo fundar uma verdadeira "arqueologia" das visões islâmicas do mundo. Entretanto, tal não poderia nem deveria ser nosso objetivo. Por um lado, com efeito, faltam-nos muitas balizas: muita ignorância e muito pouco conhecimento da matéria. Por outro lado, e mais importante, projetar na Tradição preocupações históricas talvez seja pender seriamente para o anacronismo. Pois a Tradição justamente recusava a historicidade. E o que importa ao nosso propósito é tomar a Tradição como conjunto formado de aportes de diversas idades, de forma segura, mas constituído por uma ética que se quer atemporal. O fato é que gerações inteiras, não faz muito tempo, não perceberam de outra maneira a Tradição.

Há mais, ainda. Pois a imagem tradicional da tradição operava uma verdadeira inversão histórica.

O Modelo histórico encarnado pelo Profeta e descrito pela Sunna é um modelo "antigo". Entendemos por isso que quanto mais a história avança, mais os muçulmanos dela se afastam e mais a imagem coletiva que eles têm dela se degrada. Os Companheiros do Profeta eram verdadeiramente privilegiados: eles viviam em contato permanente e estreito com o Modelo ideal sob o qual, e por meio de cujas questões, eles podiam a qualquer instante fazer descer a Revelação, o Wahyi. Os Companheiros dos Companheiros, os Tabi'un, são forçosamente menos privilegiados. Ao menos tinham o recurso de consultar pessoas da geração heróica que viveram em contato com o Modelo profético. Esse recurso se atenuará no decurso dos anos, de modo que a imagem que o grupo tem do Modelo está, assim, em contínua degradação. Longe de ser a portadora do progresso, a história é recuo, afastamento progressivo em face do Modelo original que será forçosamente cada vez mais envolvido por um halo, aumentado, mistificado. História, profecia, lenda e mito terminam por se confundir.

Desde então, todo o sistema cultural árabe-muçulmano estará centrado nesta exigência: identificar, analisar, compreender a Tradição. A educação, a filosofia, a política, as artes, a própria ciência não serão senão uma propedêutica e uma arte de aprender a se conformar a esse modelo ideal revelado. Pode ser, decerto, que explicações objetivas dêem conta dessa história interrompida. Mas o que verdadeiramente conta para nós é notar quanto a personalidade de base árabe-muçulmana será marcada, e de maneira indelével, por esse pré-requisito. Em tudo procurar a conformidade com o passado. O comportamento exemplar será sempre restituição e restauração. Toda criação original posterior à Profecia será percebida como inovação e mesmo talvez como inovação condenável (bid'a). O esforço autêntico será voltado em direção à adequa-ção de si mesmo e do exemplo perfeito. Ele será recriação.

Nessas condições, vê-se quanto o problema da sexualidade será, em certo sentido, simplificado pela tradição árabe-muçulmana. A compreensão da sexualidade não partirá, afinal, de exigências internas ressentidas pelo indivíduo e pela comunidade. É necessário partir da vontade de Deus tal como foi revelada no Livro Sagrado. E, para melhor compreendê-la, é necessário fazer referência ao modelo realizado pelo Enviado de Deus. Nós trataremos, então, em um primeiro momento de apreender a representação sagrada da sexualidade. Do corpus tradicional concebido como um todo tira-se uma Weltanschauung cuja permanência até o momento atual define um conjunto de traços "invariantes" da personalidade árabe-muçulmana. É a aproximação em relação a esses traços que será o objeto de nossa primeira parte. Ela será quase exclusivamente voltada para o corpus tradicional, que desenvolve um verdadeiro superego, cuja influência preside a toda evolução cultural islâmica. Tomaremos o conjunto das impressões deixadas por essas idéias coletivas. Em um segundo momento, tentaremos analisar as dife-rentes maneiras como essa representação sagrada foi tomada pelas comunidades árabe-muçulmanas.

Só então, com efeito, a dialética do erótico e do sagrado, no exercício social islâmico, aparecerá para nós em toda sua majestade e em toda sua clareza e nos permitirá, acreditamos firmemente, compreender a natureza e o sentido profundo da crise atual do amor e da fé nas sociedades árabe-muçulmanas.

http://revistaquem.globo.com/Quem/0,6993,EQG1446253-3428,00.html

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Alagoas 24 Horas: Jovens usam viagra e similares por diversão (??!!)

domingo, 16 de janeiro de 2011

Estudo polêmico diz que genes podem influenciar sexualidade

15.09.2009 | 23h01

UOL

Pesquisadores dos Estados Unidos sugeriram que a genética pode explicar por que jovens que vivem em lares sem pai iniciam sua vida sexual antes das outras.

Os pesquisadores examinaram a vida de mais de mil adolescentes de 14 anos ou mais e que eram primos e analisaram perfis genéticos, além de fatores sociais como pobreza, oportunidades para educação e religião.

Quanto mais genes os adolescentes tinham em comum, mais próxima a idade em que tiveram a sua primeira relação sexual, independentemente da presença ou não do pai.

O estudo, publicado na revista "Child Development", diz que várias teorias destacam os fatores ambientais que influenciam esta associação entre pais ausentes e sexo precoce.

Fatores sociais

Uma das pesquisas sugere que, como as crianças observam uma relação instável e tensa entre os pais, elas aprendem que as pessoas não são confiáveis e crescem mais interessados em gratificação sexual do que em criar filhos.

Outra conclui que, como os adolescentes criados em lares com um só adulto podem vê-los engajados em comportamento sexual com parceiros com quem não são casados, podem considerar normal o sexo fora do casamento.

Uma terceira teoria sugere que uma família com um só adulto pode encorajar o adolescente a iniciar a vida sexual mais cedo por falta de controle dos pais. Ou seja, pai e mãe podem monitorar mais de perto as atividades do filho e suas redes sociais, reduzindo a oportunidade para praticar o sexo.

Resultados

Os pesquisadores da Universidade de Oregon compararam a média de idade da primeira relação sexual entre crianças cujos pais estavam sempre ausentes, parcialmente ausentes ou sempre presentes durante toda a infância.

Das crianças cujos pais estavam sempre ausentes, 63,2% disseram ter tido relações sexuais. No caso de pais ocasionalmente ausentes, esse índice foi de 52,5%.

Só 21% das crianças cujos pais estavam sempre presentes disseram ter vivido uma relação sexual.

A média de idade para a primeira relação sexual para crianças com pais sempre ausentes foi de 15,28. No segundo grupo a média foi de 15,36 e no terceiro, 16,11.

A chefe do estudo, Jane Mendle, disse: "A associação entre a ausência do pai e a sexualidade das crianças é melhor explicada pelas influências genéticas do que apenas por teorias ambientais".

"Claramente não existe um 'gene da ausência do pai', mas há fatores genéticos vindos de mães e pais que aumentam a probabilidade de um comportamento sexual mais precoce em seus filhos".

"Eles incluem impulsividade, uso e abuso de drogas, tendência a brigar e a buscar emoções fortes".

Mas Mendle disse que seu estudo não tem o poder de discriminar de maneira conclusiva entre fatores genéticos e ambientais e é necessário fazer pesquisas com um número maior de crianças.

Simon Blake, da ONG britânica para saúde sexual, Brook Advisory Centre, colocou em dúvida a ideia de que os genes são um fator preponderante na sexualidade precoce.

"Nós sabemos, graças a pesquisas, que os fatores associados aos jovens terem a primeira relação sexual mais cedo são: mau desempenho na escola, aprendendo sobre sexo só com amigos e mídia, situação sócio-econômica, experiência sexual precoce e a idade menor em que as meninas começam a menstruar".

"Todos os adolescentes precisam ter acesso a serviços confidenciais de saúde sexual, além de educação de boa qualidade sobre sexo e relacionamentos".

http://gazetaweb.globo.com/v2/noticias/texto_completo.php?c=185567&tipo=0

Sexualidade: obtenção de orgasmo feminino está vinculado ao amor?

09.09.2009 | 01h02

UOL

Sou uma mulher de 43 anos e sempre tive uma vida sexual satisfatória, sempre alcancei o orgasmo. Porém, nos meus três últimos relacionamentos não consigo atingi-lo. Eu me excito, mas não chego lá. Para que eu chegue ao orgasmo, preciso estar emocionalmente envolvida e sentir reciprocidade do meu companheiro. É normal isso ou sou imatura sexualmente? Parece que não consigo separar sexo de amor.

Resposta: Só conseguir chegar ao orgasmo se estiver envolvida emocionalmente não é uma questão de imaturidade, mas de valores, crenças e princípios. É seu jeito de ser, que foi construído ao longo de sua vida. Todos temos, mesmo que isto não seja claro para nós, regras que usamos para tomar nossas decisões. Estas nos dão a segurança interior de estar fazendo a coisa certa perante nós mesmos. Se você vai contra essas regras, começa a se sentir insegura, tensa e com certeza, se a situação estiver relacionada ao sexo, vai interferir para com a maneira como vai vivenciar essa experiência. Afinal, nosso corpo está integrado à nossa mente e à maneira como percebemos o mundo do qual fazemos parte.

Se é importante que você esteja envolvida emocionalmente e sentir reciprocidade do parceiro, deve procurar respeitar suas condições. No entanto, se nos últimos três relacionamentos você não seguiu essas regras, talvez elas estejam ultrapassadas dentro de você e precisem ser revistas. Afinal, as regras e as leis devem servir para facilitar a nossa vida e não para complicar. Uma dica é avaliar suas últimas experiências, foram boas, válidas? Se a resposta foi sim, então porque não se permitir vivê-las eventualmente? Temos que olhar, de vez em quando, para dentro de nós e perceber o por quê de nossas escolhas, principalmente se elas tem sido muito diferentes do habitual. Isto porque nossa tendência é usar um código interno de leis sem questioná-lo. É interessante perguntar para si:

De onde vem esta lei?

Para que ela me serve?

O resultado tem sido bom?

Estou feliz?

Às vezes temos que tomar decisões que nos frustram, nos deixam tristes, mas sabemos que se fizermos de outra forma, não nos sentiremos de bem com a gente. E nesse caso, se esta escolha for feita em função de nossa felicidade a médio ou longo prazo, mesmo que a curto não seja assim, temos que encarar. Mas se percebermos que estamos nos privando de ser felizes a curto, médio e longo prazo, por razões que nem damos tanto valor assim, ou para agradar aos outros, então é preciso uma revisão, que realmente não é fácil, mas necessária.

Assim, pare para pensar, avalie os prós e contras das escolhas que tem a fazer. Uma vez que entre em acordo consigo, é muito provável que volte a viver seus orgasmos de um jeito gostoso e prazeroso.

http://gazetaweb.globo.com/v2/noticias/texto_completo.php?c=185102&tipo=0


Sexualidade: Tenho vergonha de mostrar meu corpo. O que eu faço?

25.01.2010 | 02h04

Sexualidade: Tenho vergonha de mostrar meu corpo. O que eu faço?

UOL

Não sou gorda nem nada, ele até diz que sou "gostosa". O que fazer pra eu acabar com esta tortura

Problema não é exclusividade sua

Resposta: Nos dias de hoje muitas pessoas, principalmente as mulheres, vivem a mesma dificuldade que você. Cada vez mais as pessoas exigem de si mesmas, que sejam perfeitas e de acordo com as medidas e volumes determinados pela moda e pela mídia.

Em segundo lugar, somando-se a esse fato, muitas pessoas têm dificuldade de se perceber interessantes, bonitas e desejáveis, por mais que os outros lhes passem essa mensagem. Então vamos olhar para essas duas questões.

Não sei se você já leu sobre a história de várias modelos famosas atualmente e que, no passado, se achavam muito feias por serem magras e terem as pernas muito compridas. Isso, até que alguém sugeriu ou as encaminhou para a vida de modelo. E então, agora, nós as admiramos e elas se convenceram que realmente tinham beleza. Beleza que todos nós temos e devemos explorar. Aliás, você deve começar a olhar e valorizar o que você tem de bonito em seu corpo assim como seu namorado já faz.

Por que atributo físico não é o principal

Além disso, seu corpo terá a vida e o encanto que você proporcionar. Você já percebeu como certas pessoas que você não acha modelos de beleza conseguem ter namorados e amigos facilmente? Repare! Essas pessoas estão de bem consigo, são pessoas que na maior parte do tempo, transmitem alegria, bom-humor, sensualidade, mostram interesse em descobrir o mundo e as pessoas e não têm medo de serem vistas e descobertas também. Isso faz com que as pessoas se sintam bem ao lado delas e mesmo que num primeiro momento não se sintam atraídas físicamente, isso pode mudar logo que começam um bom papo, trocam olhares e se tocam.

Mas, como disse antes, você também pode não se perceber interessante por ter dificuldade de se olhar e se gostar. Uma dificuldade que pode ter sido construída ao longo de sua vida, e que te impeça de se reconhecer bonita, gostosa, interessante, por mais que os outros a achem. Isso pode acontecer e é um problema a ser tratado, pois causa muito sofrimento. Inclusive você deixa de viver bons momentos de trocas de carícias e prazer, que estão aí a seu dispor. Você não consegue perceber o quanto é desejada, inclusive com o corpo que você tem medo de mostrar.

Muitas vezes essa insegurança está relacionada a brincadeiras impróprias e inoportunas na época de criança e principalmente, no período de transição para a adolescência. Em função do desenvolvimento do corpo, algumas partes crescem mais e primeiro que outras, ou menos ou mais do que o planejado, trazendo insegurança, mal-estar. E como a maioria dos colegas da mesma idade estão passando pela mesma situação, alguns, para tentar desviar a atenção de si mesmos, começam a colocar nos outros apelidos relacionados ao corpo e quanto mais percebem que incomodam, mais atormentam e expõe.

Esse tipo de brincadeira tem sido seriamente combatido atualmente, principalmente nas escolas, mas até há algum tempo atrás, não se dava a devida importância. Muitos jovens passaram por isso e adquiriram uma grande insegurança sobre si mesmos, precisando de apoio para superar o trauma. Não sei se você passou por isso, ou por outra situação mal resolvida, mas avalie, pois parece que você tem dificuldade de se gostar. E sugiro que se não conseguir superar sua dificuldade sozinha, procure a ajuda de um psicólogo que poderá trabalhar com você na busca de identificar seu problema e livrá-la da tortura de não se permitir viver em paz com seu corpo e ter um relacionamento feliz.

http://gazetaweb.globo.com/v2/noticias/texto_completo.php?c=194334&tipo=0