terça-feira, 14 de janeiro de 2020
segunda-feira, 8 de abril de 2019
O problema sexual que ainda assusta o homem
Oswaldo M. Rodrigues Jr.
Psicoterapeuta sexual e de casais
Instituto Paulista de Sexualidade
A
incapacidade de manter uma relação sexual é o grande problema masculino, ainda
neste final da segunda década do século XXI.
Não
conseguir obter ou manter uma ereção peniana rígida suficiente para conseguir a
penetração vaginal continua trazendo homens ao consultório de sexologia, tal
qual ocorria nas décadas anteriores e no século XX.
Interessante
é compreender que até a década de 1970, nos textos científicos da psicologia, e
da década de 1990 nos textos médicos, a frase ‘impotência sexual masculina’ era
como se usava para designar esta dificuldade sexual dos homens.
O
nome “impotência” era e continua sendo o grande medo masculino e esconde muitas
coisas nesse medo, pois impotente significa não ser homem, e esta é uma
destruição da condição de ser, sendo desclassificado, enfraquecido e percebendo-se
sem o poder que deveria ter para ser homem.
A
dificuldade com a ereção atinge o homem da forma mais intensa, como uma doença
debilitante, fazendo-o perder a identidade que aprendeu a viver e defender.
Deixando
de sentir-se homem, masculino, sente-se incapaz de relacionar-se com outra
pessoa, seja com finalidades sexuais ou trabalho, compreendendo-se com
qualidades de quem terá que perder, pois já é um perdedor.
Mas
precisamos compreender um pouco mais esta dificuldade sexual.
Primeiro
devemos observar do ponto de vista científico, a partir de uma compreensão de
ser humano e de como funcionamos para viver sendo humano.
Se
este homem compreender que para ser homem ele precisa penetrar e ejacular dentro
de uma mulher, ele precisará de rigidez peniana. Porém, e esta rigidez depende
do que compreende seja a rigidez. E este homem em particular tem suas compreensões
individuais para estabelecer a rigidez necessária para cumprir sua tarefa.
Assim baseia-se nas experiências pessoais de vida, lembranças e das regras que
sabe que determinam sua masculinidade, sua macheza. Se, em verdade tiver uma
ereção peniana rígida o suficiente para penetrar, mas acreditar que precisa de
muito mais, ele não será capaz de efetuar a relação sexual, chamando-se de impotente.
Assim,
precisamos, nos consultórios de sexologia, considerar este homem desde sua
perspectiva pessoal, individual, subjetiva. Não adianta dizer a ele que “não
tem nada”, que “é psicológico”, que “precisa tirar férias”, que “é estresse”,
que “é muito trabalho”...
Tem
outro aspecto muito importante em jogo.
Todos
aprendemos desde muito criança a dar nomes a nossas incapacidades físicas, considerando-as
“doenças”. No sexo é igual. Então, se o pênis não funciona como queríamos que
funcionasse, “ele” deve estar doente. Esta outra compreensão do mundo também
terá consequências, e muitas vezes desastrosas.
Hipotetizar
que a dificuldade na relação sexual é devida a uma doença física tem um
objetivo: ser curado pelos mesmos métodos que curam outras doenças, como uma gripe
ou uma infecção na pele. Esta compreensão coloca a responsabilidade de
solucionar este problema em outra pessoa que lhe dará um remédio, algo que
coma, tome, engula, injete. Assim não precisará fazer nada, pois funcionará “naturalmente”.
Assim
temos uma condição determinista complicada.
Este
homem não percebe que estamos referindo que sexo depende de relacionamento
interpessoal, depende de muito mais que apenas obrigar o pênis a funcionar.
Este
homem sente, tem sentimentos, emoções, sofre com esta dificuldades e quer se
livrar delas o mais rápido possível. Mas terá que responsabilizar-se na maneira
de cuidar de seu corpo, e só aceitando que precisa mudar suas formas de
compreender o mundo onde vive, e mudar suas compreensões de como é e como pode
funcionar é que solucionará esta dificuldade sexual.
E
como é que se pode deixar de sofrer?
Precisa
tomar algum ansiolítico?
Afinal,
sempre ouvimos que o lado psicológico precisa ser tratado e que com ansiedade temos
dificuldades sexuais.
É
verdade que sob ansiedade homens e mulheres não permitem seus corpos funcionarem
sexualmente. Mas tomar um remédio para acabar com a ansiedade não os fará potentes...
alguns homens continuarão incapazes de obter ou manter uma ereção, e nem se
sentirão ansiosos...
Mudar
a atitude, mudar a forma do corpo reagir emocionalmente às situações pré e pró
sexuais será o caminho e fazer isso pode precisar de orientação externa especializada
de um profissional que possa compreender o que lhe passa em termos de comportamento,
de como o corpo age e reage. E este será um psicólogo que possa dedicar atenção
à sexualidade e aos comportamentos sexuais.
Ainda
são muitos homens que sofrem calados com estas dificuldades.
Estatísticas
mostram que até adolescentes de 10-15 anos consideram que tem estas dificuldades
e poucos terão ambiente familiar que os permita conversar com os pais e
procurar um profissional de saúde comportamental.
Mas
a faixa etária que mais apresenta homens com estas dificuldades é aquela de
mais de 40 anos. E só estamos nos referindo aos homens que admitem e
compreendem que sofrem com a falta ou incapacidade de ter um pênis rígido
suficiente para o coito, para a relação sexual.
Ainda
podem se passar vários anos para que este sofrimento seja considerado para que
um tratamento seja buscado.
Muitos
homens compreendem que isto não é coisa para se falar, para se reclamar, e
nunca puderam perceber onde procurar ou que profissionais procurar para
solucionar esta dificuldade sexual. E como compreendem a dificuldade de
funcionamento como algo do corpo e por isso parecido com uma doença, acreditam
que precisam procurar um médico que lhes receitará um remédio. Por isso levarão
mais outros anos sem solucionar sua dificuldade sexual afinal, comportamento não
se modifica com remédios.
Tem
esta dificuldade?
Isto
é um problema em sua vida?
Tem
interesse em solucionar o problema?
Vamos
conversar?
Mudar
comportamentos é algo possível e não precisa manter sofrimentos e afetar
relacionamentos conjugais.
A
psicologia tem como ajudar a mudar comportamentos sexuais!
Ajude-se!
Lute
por um futuro positivo e feliz!
domingo, 14 de outubro de 2018
O que é chamado de “narcisismo sexual”
Oswaldo M. Rodrigues Jr.
Psicólogo (CRP06/20610)
psicoterapeuta sexual e de casais
Instituto Paulista de Sexualidade – InPaSex
Este é um termo que alguns profissionais de saúde mental
preferem chamar de narcisistas perversos. São pessoas que tem uma combinação
com o comportamento sexual de dependência.
Existem algumas razões para considerar estas pessoas como
narcisistas sexuais e até algumas maneiras de se saber se você vive com uma
destas.
O que se denomina narcisista sexual é uma pessoa que não
sabe se relacionar e manter intimidades com as parcerias. Eles não conhecem
outra maneira de se relacionar. Eles não compreendem isso e não entendem que
poderiam ser diferentes ou que as pessoas com quem convivem tem outras
necessidades, diferentes das dele. Sendo assim, eles machucam emocionalmente as
pessoas com quem convivem.
O narcisista usa de sedução e manipulação, com o poder
que tem explora as parcerias, e as trata como objetos para a satisfação pessoal.
O narcisista derrama no outro suas coisas ruins por ser
impossível conviver com estas ideias e pensamentos.
Falta-lhes empatia, compaixão e uma compreensão sobre os
outros e sobre si mesmo. Assim ignoram completamente os sentimentos da outra
pessoa, e tomam para si, no relacionamento, o que querem para satisfazerem-se,
entendendo que podem fazê-lo.
No ato sexual eles se sobrepõe à parceria, coagindo-a
para fazer sexo nos momentos que ela não gostaria de fazê-lo. A coação se faz
por imposição e jogos de palavras que lhe dão a sensação desse direito, e assim
será a outra pessoa submetida.
A parceira é percebida em débito com ele, portanto ele
entende que ela fará o que ele quer. E sob coação, ela efetivamente fará, mesmo
que não perceba que determinados atos lhe sirvam ou estejam de acordo com seus
padrões morais.
O narcisista não tem muitos limites, assim forçará a
parceira a atos que ela não precisa, mas ele manipulará, intimidará,
seduzirá... um dos métodos será uma forma de abuso psicológico no qual
informações são distorcidas, seletivamente omitidas para favorecer o abusador
ou simplesmente inventadas com a intenção de fazer a vítima duvidar de sua
própria memória, percepção e sanidade. Estas manipulações são feitas em
direção ao desejado, usando o mentir para chegar ao que querem.
Durante o sexo o narcisista não está conectado
emocionalmente com a outra pessoa, não lhes importando se elas estão tirando
prazer do ato a dois. Afinal, para ele, o que ocorre, é um direito adquirido,
ele só está tirando o prazer que lhe é devido pela parceria.
Alguns narcisistas sentem um prazer extra pela parceria
não estar obtendo este prazer no contato a dois. Se ela disser que lhe faltou
algo, que algo não estava bem, o jogo será virado com ataques e agressões
defensivas pelo narcisista, tornando-se vítima da situação. Assim faz a
parceria sentir-se culpada. Argumentos simples serão sempre usados com frases
do tipo “mas você não me parou”, “você nunca quis fazer sexo, você não tinha
vontade, e se você me falasse, eu iria fazer outra coisa”. Claro que uma forma
de forçar será sempre perguntar “Você gostou, não foi?” ou reforçando a
situação “você sabe que me excita fazer sexo mesmo quando não está a fim”.
Essa falta de interação e apatia pode trazer problemas
sexuais de excitação (dificuldades eréteis nos homens e falta de lubrificação
vaginal nas mulheres). Assim o narcisista precisa e um ato sexual que os tire
da chatice que vivem, seja estimulante, precisam de sobre estimulação erótica.
Isso facilita que tenha mais e mais atividades sexuais pervertidas e que não
são consideradas comuns ou morais. O uso de pornografia é comum facilitando a
busca de novas formas de excitar-se. A busca leva a extremos que chegam ao estupro,
o assalto sexual, fetiches de todos os tipos, perversões e explorações de
pessoas rebaixando a objetos.
Eles têm grande prazer vendo a parceria fazer algo que
ela não quer, apenas para ele ter prazer. Mostrar que tem prazer em tirar algo
da outra pessoa e mostrar como ele conseguiu e o quanto poderoso ele é.
E o que podemos olhar para saber se acontece ao nosso redor?
1 – Eles querem sexo de você
todos os dias, muitas vezes mais, fazendo você sentir-se culpada por não querer
sexo;
2 – Assistem bastante pornô e
se masturbam frequentemente;
3 – Você se sente
objetificada por ele – algumas vezes implica em ser apalpada nas nádegas quando
você está lavando pratos, falar sobre outras mulheres de modo a serem
inferiores a homens, sem considerar as necessidades sexuais ou sentimento;
4 – Eles ignoram você ou se
diz não para o sexo eles continuam a tentar o sexo.
5 – Não se sentir sexualmente
segura ou com intimidade ao lado dele, parecendo uma obrigação;
6 – Se você estiver confortável
com a situação sexual proposta, ele a fará sentir-se estúpida, envergonhada e
desapontada se algo for diferente do que ele quer;
7 – Eles procuram dominação
no sexo, papéis que envolvem fantasias de estupro, brincadeiras nas quais a
parceira é uma adolescente, não questionar ou mostrar-se importar-se com o que
sente durante a atividade sexual...
8 – Quer fotografar e fazer
vídeos para assistir depois...
Estes são sinais em sua parceria sexual que podem significar
que precisa de ajuda de um psicoterapeuta para debater e compreender o que lhe
acontece neste setor de sua vida.
Assim foram construídas relações que hoje chamamos de
tóxicas, onde existe medo da outra pessoa, impossibilidade de mostrar seus
valores morais e limites, sentir-se respeitada enquanto pessoa no que quer ou
pode querer. A psicoterapia auxiliará a libertar-se, desenvolver mecanismos de
como enfrentar esta situação e mesmo como sair dela.
A psicoterapia funciona?
Oswaldo M. Rodrigues Jr.
Psicólogo (CRP06/20610)
psicoterapeuta sexual e de casais
Instituto Paulista de Sexualidade – InPaSex
Sou
psicoterapeuta há mais de 35 anos. Atendo no consultório de 20 a 50 horas por
semana desde que iniciei a carreira na psicologia clínica. Com o trabalho aprendi
algumas coisas, mas o que quero apresentar aprendi já nos primeiros anos e foi
muito importante para minha profissão e para os que me buscaram no consultório.
Mas
já ia partindo do princípio que todos sabem o que é a psicoterapia...
Mas
acho melhor explicar, mesmo que rapidinho ou parcialmente.
A
psicoterapia é uma forma de tratamento que tem como fundamento a psicologia e
se destina a solucionar ou modificar comportamentos que fazem a pessoa sofrer.
Os chamados problemas psicológicos são tratados ela psicoterapia. O tratamento
e faz através do conversar, com questionamentos e orientações, algumas vezes contém
o aconselhamento, mas não damos conselhos. É um processo de aprendizagem de
novos caminhos para enfrentar problemas antigos da pessoa, ajudá-la a ter
outras formas de enfrentar o problema, resolvê-lo ou superá-lo, deixando de
sofrer e tendo forças para desenvolver outras questões na vida, algo mais
produtivo do que sofrer com o problema anterior.
Então,
a pergunta é se a psicoterapia funciona...
Este
é um questionamento importante eu todos devem ter e fazer, inclusive nós
psicoterapeuta fazemos e com razão e necessidade.
Existem
candidatos a tratamentos psicoterápicos que se adequam ao tratamento psicoterápico,
e outros... não.
Um
psicoterapeuta com um par de anos de atuação aprende distinguir, saberá em quem
apostar, em quem se dedicar para auxiliar a vencer os problemas que trazem esta
pessoa em busca de ajuda.
Há
30 anos tive dois pacientes emblemáticos. Auxiliaram muito reconhecer estas diferenças.
Numa
tarde de sexta-feira, nos primeiros anos dos 1990, vem para uma primeira
consulta um homem de quase 50 anos de idade, chegando numa Mercedes classe E,
com motorista uniformizado (!). Era uma época sui generis economicamente no
Brasil, pois tínhamos o hábito de dolarizar as consultas para proteção contra a
inflação alta que vivíamos (chegara a 80% ao mês). Este homem explica o problema
que vivia, uma dificuldade erétil, incapacidade de relacionar-se sexualmente.
Havia passado por médicos que afirmaram que ela não tinha nada físico para ser
tratado e precisa de psicoterapia, para poder retomar um caminho de comportamento
sexual satisfatório. Iniciei a propor o contrato de psicoterapia que deveria
ser de uma sessão semanal, cada uma com 50 minutos de duração, que preferia que
ele viesse com a parceira sexual, e que cobrava o equivalente a U$300.oo a
sessão. Neste momento ele me afirma considerava muito caro o valor de consulta...
ele que tinha três fábricas, e claro administrava as fábricas, usava o dia ao
redor destas atividades. Disse que podíamos conversar sobre os valores na sequência.
Assim passei ao próximo item, dias e horários. Sempre tive consultório bem
ocupado, e nestas épocas atendia, nas sextas-feiras, desde 08 da manhã até as 21
(já fora piada em sala de professores na faculdade onde lecionava: “só uma
hora, das 8 às 9h?”). Afirmei que teria as sextas-feiras às 15h para oferecer
para iniciarmos o tratamento. O candidato a paciente disparou rapidamente
impondo-se que horário para ele somente antes das oito da manhã, ou depois das
oito da noite, afinal, “como ele poderia sair do escritório toda semana no meio
da tarde, o que os funcionários dele iriam falar?”... respirando fundo, entreguei
meu cartão de visitas a ele, confirmando o horário disponível e o valor por
sessão, afirmando que compreendia que se ele desejasse iniciar a psicoterapia
na semana seguinte, eu aguardaria que me comunicasse até a segunda-feira à
tarde, caso contrário eu disponibilizaria o horário a outra pessoa que
considerasse que era o momento de vida de produzir mudanças. Por dentro eu
pedia que ele não me telefonasse, pois parecia o tipo de candidato a paciente
que poderia vir quatro ou cinco sessões, se eu aceitasse as condições dele, diminuísse
o valor de consultas, visse mais cedo... e ele abandonaria o tratamento, e ainda
consideraria que tentara e a falha não era dele...
Outro
ícone nestas discussões mostrou o tipo de pessoa que poderia eu ajudar.
Era
uma terça-feira à tarde, também no início dos anos 1990. Um rapaz de 21 anos de
idade, vindo de área rural do noroeste do Paraná morar com um tio em Diadema
(era uma cidade com os menores índices de qualidade de vida na grande São Paulo
à época), e trabalhava numa oficina mecânica recebendo uma percentagem dos
serviços que produzia. Visível era a graxa sob as unhas, mesmo que estivesse
bem vestido, e limpo. Também trazendo a dificuldade de ter e manter ereções
penianas que permitissem uma relação sexual com penetração. Iniciei os passos
de contrato. Ele poderia vir semanalmente, sim, e isto significava pegar um
trem e cainhar um par de quilômetros até o consultório... Valores, ele não poderia
pagar o que eu cobrava, mas fez uma proposta equivalente a 30% do que
normalmente fazia mensalmente para as quatro sessões mensais... um terço do valor
de consultas para as quatro sessões... e neste momento conta que havia
procurado uma psicóloga na cidade em que morava e havia proposta este valor e
ela aceitara... Opa... ele já havia contatado psicoterapia. Neste caso, disse a
ele que eu não poderia aceita-lo enquanto cliente se ele já se encontrava sob
acordo para um tratamento semelhante com uma colega, propondo que ele pensasse
a respeito, e que se ele considerasse que eu deveria ser o psicoterapeuta
escolhido, antes ele desfizesse o acordo com a outra psicóloga e nós
voltaríamos a conversar. Dois dias depois ele telefona para contar que havia se
decidido por mim e que já havia desfeito o acordo com a colega, mas o dono da
oficina fechou o negócio e ele estava sem trabalho por enquanto, mas sabia que
logo conseguiria outro e que quando isso ocorresse ele poderia vir para o
tratamento, questionando se eu aceitaria. Demonstrava um esforço e organização
em prol dos objetivos... Concordei. E assim se passou o restante do mês de
março daquele ano... e mais alguns meses, quando na segunda metade de junho
recebo um telefonema intrigante, interessante... a produtora do programa “A porta
da esperança”. Este programa de televisão se iniciara em 1984 e realizava
sonhos e necessidades de pessoas que não podiam pagar pelo que precisava. A
produtora explicou que receberam a carta de um jovem com impotência sexual que
pedia um tratamento gratuito comigo, e propunha um negócio: eu teria 20 minutos
para divulgar meu trabalho, durante o programa de maior audiência na TV naquela
época, poderia ser ao vivo, mas eu poderia ter esta participação gravada em meu
consultório, se assim o desejasse. Os de minutos restantes do quadro ficariam com
o condutor do programa e o rapaz que contaria o problema dele em púbico... o
quê? Complicado isso de expor a alguém que confiava em mim... eu não estaria
cometendo nenhum erro ético, eu não promovia a exposição dele... diretamente...
mas não podia concordar com o que ocorreria, sabendo também que seria contraproducente
esta exposição. Estava entre sessões quando esta jornalista me telefonara,
então pedi seu número e que depois falaríamos, mas naquela hora tinha que
atender o paciente do horário que já aguardava. Precisava de tempo para
ponderar... no dia seguinte, a quinta-feira, de manhã, telefonei ao rapaz. Mal
tive tempo de explicar a razão pela qual eu ligava, e ele já falava de modo
alegre que havia começado a trabalhar naquela semana e que poderia fazer o tratamento,
perguntando se eu aceitava o valor que havíamos falado havia três meses
(lembremo-nos que em três meses a inflação teria comido substancialmente o
valor de compra do que era proposto...). Aceitando, expliquei o ocorrido, contando
que eu já decidira que o atenderia gratuitamente caso ele pudesse vir para as
sessões. Mas ele propunha pagar pelo trabalho. E veio semanalmente e em seis
meses estava sexualmente ativo e satisfeito.
Isso
me mostrava que não era o que pagava, mas o que se esforçava em seguir a psicoterapia
que teria sucesso.
Este era um princípio que sempre
insistiam na faculdade de psicologia: a psicoterapia somente funciona para quem
a aceita e para quem se envolve no tratamento. Mas semrpe será nossa vivência
cotidiana que mostrará, pela prova da realidade, os caminhos corretos e úteis.
Assim, se alguém me procura no
consultório já duvidando do tratamento... sei que não posso ajudar. Se alguém
não se coloca disponível e investe no tratamento psicoterápico, não lucrará com
ele.
E isso ainda segue algumas
outras regras que sempre serão necessárias para o desenvolvimento e aproveitamento
do processo psicoterápico. Outro exemplo negativo é o paciente que vem
alcoolizado (mesmo com uma dose de álcool) ou sob efeito de maconha. Nestes
casos o processo de modificações, de memória, de aprendizado são afetados e não
faremos bom uso das sessões... e as semanas se arrastarão. E tente dizer isso
como regra no primeiro dia, durante o contrato... seguramente não seremos
levados a sério, pois estas pessoas sob efeito de substâncias têm a “certeza”
de que sabem mais e que isso nunca seria um empecilho ao tratamento...
Assim tive que aprender que quem
chega ao consultório falando que a terapia não funciona... esse alguém tem
razão... com ele nunca funcionará, pois ele barrará qualquer e toda
possibilidade de modificação ou direcionamento que implique nestas mudanças.
Sei
que a psicoterapia auxilia a mudanças de comportamentos, atitudes, interação
social em prol de melhoria de qualidade de vida... mas para quem esteja
disponível a mudar.
Aos
incrédulos, aos que não tem condições de aceitar algumas realidades, nada que
façamos será útil. Nada, mesmo que saibamos que é o caminho da verdade. Se
fizermos a demonstração caminhando sobre a água, na frente destas pessoas, elas
terão outras compreensões, e olharão para o que lhe aprouver e que confirmem suas
compreensões destrutivas de vida, até falarão: mas esse sujeito nem consegue
nadar...”
Assim
ao procurarmos psicoterapia, somos quem vai definir se faremos o tratamento,
pois o psicoterapeuta já saberá no primeiro momento se temos chances de usar esta
forma científica e baseada na vida humana. Funcionar... claro que funciona, mas
será necessário permitir que o caminho seja seguido.
quarta-feira, 10 de outubro de 2018
segunda-feira, 21 de maio de 2018
O COLETIVO FEMINISTA NÃO FAZ NENHUM PROCEDIMENTO DE INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ : 28 de setembro - dia pela Descriminalização do Abo...
O COLETIVO FEMINISTA NÃO FAZ NENHUM PROCEDIMENTO DE INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ : 28 de setembro - dia pela Descriminalização do Abo...: Em 2007 decidimos escrever um jornal e divulga-lo tanto de maneira impressa como também através do nosso blog. Escrevemos...
sábado, 5 de maio de 2018
Mulher em Movimento: Saiba o que é a síndrome da vagina morta
Saiba o que é a síndrome da vagina morta
Esse problema circula na internet há algum tempo e tem dado o que falar Você já ouviu falar sobre a síndrome da vagina morta? O fenômeno consiste na diminuição da sensibilidade do órgão sexual feminino após o uso constante de vibradores. O que acontece é que a mulher vai deixar de sentir prazer no sexo com o passar do tempo. Esse problema circula na internet há algum tempo, mas não passa uma lenda. Mulheres que usam muito vibrador não perdem o prazer no ato sexual, o que acontece na verdade é uma espécie de dormência temporária da vagina. Em entrevista ao UOL, o psicólogo e terapeuta sexual Oswaldo Martins Rodrigues Jr., diretor do Instituto Paulista de Sexualidade Humana (InPaSex), garantiu que a estimulação por tempo prolongado deixa o local dormente, mas que o efeito dura poucas horas ou no máximo um dia. O perigo de usar vibrador é escolher produtos com um comprimento muito grande. Pois com um uso excessivo pode provocar lacerações no órgão sexual. A cicatrização do ferimento vai provocar dores durante a penetração no sexo e dificultar a sensação de prazer. IBAHIA |
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