domingo, 30 de dezembro de 2012

Estagiária de direito morre após suposto estupro em SP


30/12/2012 - 05h00

DE SÃO PAULO

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A polícia de São Paulo investiga a morte de uma estudante de direito da PUC, de 21 anos, que caiu do sétimo andar do prédio onde morava, no Morumbi (zona oeste).
Uma das suspeitas é que a jovem, Viviane Alves Guimarães Wahbe, tenha se matado uma semana após ter sido drogada e estuprada numa festa de fim de ano com colegas de trabalho.
Ela estagiava no escritório de advocacia Machado Meyer, um dos maiores do país.
O escritório lamenta a morte. Em nota, disse que, em respeito à memória da jovem, não iria se manifestar.
A morte, no dia 3, foi confirmada pela Secretaria da Segurança na sexta-feira.
A polícia trata o caso como "morte suspeita". A família de Viviane disse aos policiais que ela não tinha problema familiar, mas passou a ficar transtornada desde a festa, no dia 24 de novembro.
Viviane disse à família que, na festa, tomou duas taças de champanhe e, depois, não se lembrava de quase nada --só teve flashes nos quais dizia ter sido estuprada.
No quarto dela, a polícia informou ter achado um texto com trechos como "me drogaram" e "me estupraram".
A polícia não deu detalhes da investigação --disse que espera por laudos para saber se a jovem foi drogada e/ou estuprada. A família de Viviane não comentou o caso.
OUTRO LADO
O escritório Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados informou, por meio de uma nota, que "lamenta profundamente o ocorrido e já está contribuindo para o entendimento do caso".
Acrescentou que, "em respeito à memória de Viviane, o escritório não se manifestará sobre o fato".(ROGÉRIO PAGNAN, ESTÊVÃO BERTONI E JÚLIA BOARINI)
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1208114-estagiaria-de-direito-morre-apos-suposto-estupro-em-sp.shtml

Por que a Índia trata tão mal suas mulheres?


30/12/2012

  • Sajjad Hussain/AFP
    Protesto pacífico em Nova Déli, na Índia, contra a violência sexual, após a morte de estudante vítima de estupro coletivo
    Protesto pacífico em Nova Déli, na Índia, contra a violência sexual, após a morte de estudante vítima de estupro coletivo
Muitos a chamaram de "coração valente" ou "filha da Índia". Mais do que motivar uma onda de orações e protestos em todo o país, a estudante de 23 anos morta no sábado após ser estuprada por seis homens em um ônibus em Nova Déli fez o país se perguntar: "Por que a Índia trata tão mal as suas mulheres?".

No país, não são raros os casos de aborto de fetos femininos, assim como os de assassinato de meninas recém-nascidas. A prática levou a um assombroso desequilíbrio númerico entre gêneros no país.

As que sobrevivem enfrentam discriminação, preconceito, violência e negligência ao longo da vida, sejam solteiras ou casadas.

TrustLaw, uma organização vinculada à fundação Thomson Reuters, qualificou a Índia como o pior lugar para se nascer mulher em todo o mundo.

E isso se dá em um país no qual a líder do partido do governo, a presidente da Câmara de Deputados, três importantes ministras e muitos ícones dos esportes e dos negócios são mulheres.

Crimes em alta

Apesar do papel mais importante desempenhado pelas mulheres no país, crimes de gênero estão em alta na Índia. Em 2011 foram registrados 24 mil casos de estrupo - 17% só na capital, Nova Déli. O número é 9,2% maior do que no ano anterior.

Segundo os registros policiais, em 94% dos casos os agressores conheciam as vítimas. Um terço desses eram vizinhos. Parte considerável era de familiares.

E não se tratam apenas de estupros. Segundo a policía, o número de sequestros de mulheres aumentou 19,4% em 2011 (em relação ao ano anterior). O aumento dos casos assassinato foi de 2,7%, nos de torturas, 5,4%, nos de assédio sexual, 5,8%, e nos de violência física, 122%.

Discriminação mortal

Segundo Amartya Sen, prêmio Nobel de Economia de 1998, mais de 100 milhões de mulheres desapareceram ou foram mortas em todo o mundo vítimas da discriminação.

De acordo com os cálculos dos economistas Siwan Anderson e Debraj Ray, mais de dois milhões de indianas morrem a cada ano: cerca de 12% ao nascer, 25% na infancia, 18% em idade reprodutiva e 45% já adultas.

O estudo mostrou que mais mulheres morrem na Índia por ferimentos do que por complicações no parto. E esses ferimentos seriam um indicador da violência de gênero.

Outro dado estarrecedor é o de 100 mil mulheres mortas por queimaduras. Segundo os dois economistas, boa parte delas são vítimas de violência relacionada ao pagamento de dotes matrimoniais. Não raro, os agressores queimam as mulheres.

Sociedade patriarcal

Para os analistas, é preciso uma mudança estrutural nas atitudes da sociedade para que as mulheres sejam mais aceitas e tenham mais segurança na Índia.

O preconceito de gênero é reflexo de uma sociedade de tradição patriarcal, ainda mais forte no norte do país.

Para os manifestantes que saíram às ruas após o estupro da jovem estudante de medicina, os políticos, inclusive o primeiro-ministro Manmohan Singh, não são sinceros quando prometem leis mais duras contra a violência de gênero.

Eles ainda questionam o fato de que 27 candidatos nas últimas eleições regionais eram acusados de estupro. Além disso, seis deputados respondem pelas mesmas acusações. Como crer, então, na classe política?

Ainda é cedo para saber se o governo realmente concretizará suas promessas de leis mais duras e julgamentos mais ágeis em casos de estrupo. Os protestos em Nova Déli, no entanto, parecem trazer alguma esperança de que algo poderá mudar, para o bem das mulheres indianas.


http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2012/12/30/por-que-a-india-trata-tao-mal-suas-mulheres.htm

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Assassino deixa recado para vítima: 'Pedófilo'


23/12/2012 -- 15h14
Redação Bonde

De acordo com informações da Rádio Banda B, um homem de 43 anos foi encontrado morto na madrugada deste domingo (23), em Tatuquara, em Curitiba. Ao chegar no local, a Polícia Militar encontrou o homem morto e várias mensagens escritas na parede. 

'Quem tira a inocência de uma criança não tem perdão' e 'Pedófilo' foram algumas das mensagens deixada pelo assassino. A Polícia ainda encontrou diversos materiais pornográficos na casa de Aníbal Lourenço de Oliveira. O delegado Rubens Recalcatti, da Delegacia de Homicídios, irá investigar o assassinato e verificar se realmente ele era pedófilo. (Com informações da Rádio Banda B).
http://www.bonde.com.br/?id_bonde=1-3--975-20121223

Paraná pode ter ambulatório exclusivo para travestis

19/12/2012 -- 18h24

Agência Estadual de Notícias
O secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, instituiu terça-feira (18), com a presença de lideranças LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e trangêneros), o Comitê Técnico de Trabalho para discutir a implementação do Ambulatório voltado ao atendimento ao público LGBT, sobretudo os transsexuais e travestis. O comitê é composto por membros da Secretaria da Saúde e de entidades da sociedade civil. 

"Sabemos que a assistência a essa população ainda carece de atenção e investimento", afirmou o secretário. 

O centro de referência – cuja localização ainda não está definida – deverá prestar atendimento integral ao paciente, levando em conta as particularidades e doenças que mais atingem esse público. Exames e testes rápidos também serão ofertados. 

Além disso, o Estado vai estudar uma forma de capacitação dos profissionais de saúde dos municípios para prestar assistência adequada ao público LGBT nas unidades básicas de saúde (UBS). De acordo com Carla Amaral, representante do Grupo Marcela Prado, é preciso eliminar o preconceito nos serviços de saúde. "O atendimento deve ser humanizado e respeitar os direitos do cidadão, independente de sua opção sexual", disse.

http://www.bonde.com.br/?id_bonde=1-27--133-20121219

Agressor terá acompanhamento multidisciplinar em Curitiba



19/12/2012 -- 08h33

Redação Bonde com PMC

A Câmara Municipal de Curitiba aprovou nesta segunda-feira (17), em segundo turno, projeto que oferece atendimento multidisciplinar a autores de violência doméstica e familiar. A proposta é evitar reincidência da agressão. 

Pelo projeto, o município deverá garantir a recuperação do agressor, por meio de acompanhamento multidisciplinar. A autora do projeto, a vereadora Maria Goretti, diz que a iniciativa permite que o agressor seja inserido novamente no núcleo familiar e na comunidade, preservando o direito constitucional de proteção à família. "O agressor, conforme o texto, pode procurar o atendimento por vontade própria, determinação judicial ou encaminhamento da Delegacia da Mulher", explicou a vereadora. 

O acompanhamento multidisciplinar do agressor prevê abordagens na área da saúde, incluindo atendimento psicológico, com profissionais capacitados. A capacitação também se responsabilidade do Município. 

A capacitação envolverá os seguintes temas: relações de gênero; direitos humanos; direitos sexuais e reprodutivos; noções de terapia de família e de casal; terapias corporais; noções de psicopatologia e noções sobre a Lei Maria da Penha. 

Mulher - A Câmara de Vereadores aprovou também requerimento de sugestão ao Executivo para alteração na denominação do Conselho Municipal da Condição Feminina, que passará a se chamar Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, em conformidade e cumprimento ao artigo 197 da Lei Orgânica do Município. 

Também autora do requerimento, Goretti afirmou que é preciso adequar-se à legislação municipal e garantir a todas as mulheres direitos com relação à saúde, moradia, lazer, cultura, profissionalização, remuneração igualitária, entre outros.
http://www.bonde.com.br/?id_bonde=1-3--787-20121219

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Protesto contra estupro de jovem transforma Nova Déli em cenário de guerra



Do UOL, em São Paulo



Protestos neste domingo (23) contra o estupro de uma jovem indiana por seis homens transformaram o centro da capital, Nova Déli, em uma praça de guerra.

Indianos protestam contra estupro coletivo em Nova Déli

Foto 24 de 27 - 23.dez.2012 - Manifestantes indianos queimam postes de madeira que foram derrubados de barricadas durante um protesto pedindo mais segurança para as mulheres após o estupro de uma estudante na semana passada, em Nova Déli, na Índia Tengku Bahar/AFP
Os manifestantes pedem mais segurança para as mulheres e pena de morte para os acusados do crime, ocorrido dentro de um ônibus na semana passada.
O terceiro dia de manifestação no Central Vista Park, principal eixo leste-oeste da cidade, ao longo do qual ficam diversos edifícios do governo, começou pacífica, mas acabou em tumulto depois que a polícia tentou dispersar a multidão usando gás lacrimogêneo e canhões de água.

PROTESTO CONTRA ESTUPRO TERMINA EM CONFRONTO NA ÍNDIA

Cerca de cem pessoas ficaram feridas, incluindo integrantes da imprensa. Em seu relatório, a polícia atribui a violência a grupos interessados em instigar tumulto. Alguns manifestantes lançaram pedras e tentaram romper as barricadas policiais.
Os incidentes de hoje e de ontem, quando cerca de dez pessoas já haviam ficado feridas em confronto com a polícia, são o último episódio da mobilização popular que acontece no país em solidariedade à jovem espancada após o ataque sexual.
No último domingo (16), uma jovem que voltava para casa depois de ir ao cinema foi atacada dentro de um ônibus por seis homens. De acordo com a versão oficial, a mulher, de 23 anos, depois de estuprada foi jogada no asfalto com o veículo em andamento. A vítima está hospitalizada com ferimentos graves, principalmente na vagina e no fígado.
A vítima permanece internada em estado grave e, neste domingo, voltou novamente a respirar com a ajuda de ventilação mecânica.
http://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2012/12/23/centro-de-nova-deli-tem-protesto-violento-contra-estupro-de-jovem-indiana.htm

domingo, 23 de dezembro de 2012

Relatório revela abusos sexuais nas Forças Armadas da Austrália

22 de Dezembro de 2012  10h43
Debara Nydrle, em foto da época que serviu na Marinha Australiana: \"Há uma cultura de proteção dos abusadores e as vítimas são forçadas ao silêncio\" Foto: Reprodução
Debara Nydrle, em foto da época que serviu na Marinha Australiana: "Há uma cultura de proteção dos abusadores e as vítimas são forçadas ao silêncio"
Foto: Reprodução
LIZ LACERDA
Direto de Sydney
Recrutado para a Marinha aos 13 anos de idade, logo após a Segunda Guerra Mundial, o garoto esperava defender a Austrália contra os inimigos externos. Não podia imaginar que teria que se proteger na própria trincheira. Hoje, com pouco mais de 70 anos, ele ainda lembra os detalhes da violência sexual. Era início dos anos 50 quando o jovem foi cercado por um grupo de militares, numa sala do quartel. “Fui agarrado por três ou quatro cadetes, talvez tenham sido mais, que me seguraram, me forçaram a me curvar e enfiaram um bastão de madeira coberto de mel dentro do meu ânus. Eles estavam cantando”, conta.
A história do marinheiro australiano faz parte de um relatório, elaborado por um escritório de advocacia a pedido do Ministério da Defesa da Austrália. O documento, que relata cerca de 750 casos de abuso sexual nas Forças Armadas, obrigou o governo a pedir desculpas às vítimas e a criar uma força-tarefa para investigar os casos. Os trabalhos, que estão na fase inicial, têm o objetivo de determinar culpados e estabelecer indenizações.
A compensação financeira pode chegar a AU$ 50 mil (mais de R$ 110 mil), mas o dinheiro não vai apagar o trauma. “Eles inseriram um cabo de vassoura no meu ânus em diversas ocasiões e eu também fui forçado a beber o sêmem de outros recrutas”, recorda outra vítima, com 15 anos de idade na década de 70. A violência acontecia em cerimônias de iniciação e durante as atividades de rotina. “(Os colegas) lavavam os jovens soldados com esfregões de aço durante o banho e, depois, frequentemente, passavam graxa dos cuturnos nos seus genitais e ânus”, afirma o relatório.
Aos 40 anos, Debara Nydrle não acredita que as investigações possam mudar a realidade de abusos nas Forças Armadas. “Há uma cultura de proteção dos abusadores e as vítimas são forçadas ao silêncio”, diz. Aos 21 anos de idade, quatro anos depois de ingressar na Marinha, ela foi estuprada por um colega. Ela estava dormindo quando o homem chegou bêbado, deitou sobre seu corpo e forçou a relação sexual. “No outro dia, ele apenas pediu desculpas e disse que achou que eu não fosse me incomodar”, lamenta.
A vida nunca mais foi a mesma depois disso. Debara começou a beber e a usar drogas, ganhou peso e pensou em se matar. “Pulei na frente de um ônibus porque já não me importava mais viver ou morrer”, contou. Ela deixou a Marinha três anos depois, mas não conseguiu trabalhar em outro lugar. Casou e teve dois filhos, que sofreram com o trauma da mãe. “Eu sempre fui triste, brava, gritava com meu marido e com as crianças e nem sabia por que agia daquela forma”, explica a vítima, que hoje vive à base de terapia e medicação.
Remédios e consultas psiquiátricas também fazem parte da vida de Albert Norley, outra vítima de abuso nas Forças Armadas australianas. Cinco décadas depois, ele ainda lembra dos detalhes do espancamento, ocorrido quando tinha somente 17 anos. “Estava em pé no quarto pegando uma toalha para o banho quando fui atingido por trás. Caí e começaram a me chutar e bater com minha cabeça no chão e na guarda da cama. Fiquei sangrando, sozinho, e não recebi nenhum tratamento médico apropriado”, afirma. A tortura física e psicológica continuou, até que ele tomou uma overdose de antidepressivos. Queria apenas morrer.
Chorando muito, Norley fala das consequências para sua família. “Nunca consegui passar férias com minha esposa e meus filhos. Eles iam e eu ficava em casa, porque era ali que eu me sentia mais protegido. Não vou mais recuperar esse tempo que passou”, ressalta. Para ele, o pedido de desculpas do governo ou a possibilidade de indenização não tem importância. “As Forças Armadas precisam proteger seus integrantes e punir os criminosos. Essas pessoas deveriam ser presas”, argumenta.
A punição dos culpados é uma das demandas do advogado Brian Briggs, que defende quase uma centena de vítimas. “Os abusadores têm que ser identificados e criminalmente processados. Se ainda estiverem atuando, devem ser desligados das Forças Armadas”, declara. Briggs está confiante nos resultados da força-tarefa. “Espero que sejam imparciais e que reconheçam os direitos das vítimas sem tanta papelada e burocracia, porque essas pessoas já sofreram muito”, avalia. O advogado acrescenta, ainda, que a cultura militar precisa mudar. “Com o argumento de fortalecer uma pessoa, eles destroem seu emocional. Alguns militares passam de todos os limites”, conclui.
O Ministro da Defesa da Austrália, Stephen Smith, garantiu que o grupo de trabalho vai atuar de forma independente, analisando individualmente cada um dos processos. Assegurou, também, que os crimes serão denunciados à polícia, quando apropriado. Segundo o ministro, a cultura vai mudar. “Deve haver tolerância zero para mau comportamento e tolerância zero com os militares que acobertam as denúncias dentro das Forças Armadas”, declarou.
http://noticias.terra.com.br/mundo/oceania/relatorio-revela-abusos-sexuais-nas-forcas-armadas-da-australia,66b7eedc603bb310VgnVCM5000009ccceb0aRCRD.html