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segunda-feira, 27 de junho de 2011

Reflexões sobre a exclusidade sexual

Reflexões sobre a exclusidade sexual
Rio - A maioria das pessoas associa fidelidade à sexualidade. E isso pode ser um grande equívoco. Penso que a fidelidade está no sentimento que se nutre pelo outro e nas razões que sustentam a relação. Os termos fiel/infiel e mais ainda a palavra traição talvez não sejam apropriados para caracterizar relações extraconjugais, que sempre foram aceitas, mas só para o homem.

Com a emancipação feminina as coisas começaram a mudar. O número de mulheres casadas que têm encontros extraconjugais aumentou bastante. Num casamento sem dependência econômica ou emocional, um episódio extraconjugal pode ocasionar dois resultados: é apenas passageiro e não rivaliza com a relação estável, que sai até reforçada, ou a nova relação se torna mais intensa e mais prazerosa que a anterior e rompe-se então com a antiga.

O parceiro que não deseja a separação vai passar por momentos difíceis. Por mais que compreenda as razões do outro e concorde que não há alternativa — afinal isso faz parte da vida — pode ser tomado por um sentimento de inferioridade. Alguns tentam a reconquista. Nesse processo, desaparece o automatismo que havia na relação prolongada e também a certeza de posse. Outros, mesmo sofrendo, preferem manter-se na expectativa do que vai acontecer. Seja qual for a evolução, ela será sempre melhor do que o martírio de duas pessoas acorrentadas uma à outra por razões morais.

As restrições que muitos têm o hábito de se impor por causa do outro ameaçam bem mais uma relação do que uma “infidelidade”. Reprimir os verdadeiros desejos não significa eliminá-los. O parceiro que teve excessiva consideração tende a se sentir credor de uma gratidão especial, a considerar-se vítima, a tornar-se intolerante. Quando a fidelidade não é natural nem a renúncia gratuita, o preço se torna muito alto e pode inviabilizar a própria relação.

W.Reich afirma que nunca se denunciará bastante a influência perniciosa dos preconceitos morais nessa área. E que todos deveriam saber que o desejo sexual por outras pessoas constitui parte natural da pulsão sexual, que é normal e nada tem a ver com a moral. Se todos soubessem, as torturas psicológicas e os crimes passionais com certeza diminuiriam e desapareceriam também as diversas causas das perturbações psíquicas, que são apenas uma solução inadequada destes problemas.
http://odia.terra.com.br/portal/cienciaesaude/html/2011/6/a_cama_na_varanda_reflexoes_sobre_a_exclusidade_sexual_173593.html

terça-feira, 19 de abril de 2011

Fidelidade à prova

Fidelidade à prova
Homens sexualmente ativos, desde que fiéis, vivem mais, afirma pesquisa italiana

Por Filipe de Paiva
02/12/2010
Uma parceira só basta. Para a saúde do sexo masculino, pelo menos, segundo cientistas da Sociedade Italiana de Medicina Sexual. Uma pesquisa conduzida pela Universidade de Florença que envolveu 4.000 homens constatou que o sexo ajuda a prevenir problemas cardiovasculares, a espantar a depressão, a combater a diabetes, a evitar o envelhecimento da pele e até mesmo a perder aqueles quilos a mais. Mas para colher todos os benefícios e viver mais, defende o estudo, é preciso ser fiel.

A coordenadora da pesquisa, a médica Emmanuele Jannini, explicou que os homens com vidas sexuais ativas e fiéis a suas mulheres tinham menos reclamações de problemas cardiovasculares e viviam mais tempo. A justificativa está na grande produção de testosterona, principal hormônio masculino, que acontece quando a frequência de atividade sexual é alta. Mais testosterona, menos risco de depressão, melhoro desempenho do sistema circulatório, metabolismo fortalecido.

“Manter a atividade sexual garante mais qualidade de vida”, garante Laura Meyer, especialista da Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana (SBRASH). “As atividades sexuais, não apenas o coito, são especialmente associadas com o bem estar físico e mental, melhorando as funções vitais físicas e o humor”, explica Oswaldo Rodrigues, diretor do Instituto Paulista de Sexualidade (INPASEX).

Tal como outros exercícios físicos, a prática sexual melhora o desempenho do sistema circulatório, mas com uma vantagem: por ser uma atividade de baixo impacto e maior abrangência, a vasodilatação periférica é abundante, e isso faz com que o sangue flua melhor pelo corpo, segundo a explicação de Rodrigues.

A pesquisa italiana ainda apontou que a performance cardiovascular dos homens infiéis deixava a desejar, pois eles também enfrentavam um aumento no nível de estresse causado pela infidelidade. No entanto, isso depende de como se encara a traição. “Se a pessoa considera a infidelidade um problema, ela terá respostas emocionais negativas e que se mantidas colaboram com piora de qualidade de saúde física e mental”, explica Rodrigues. Segundo ele, uma vez que não se saiba lidar com a infidelidade e isto gere estresse, o estado ansioso fará os vasos sangüíneos se contraírem. Como conseqüência, a circulação do sangue encontrará dificuldade, levando a um aumento da pressão arterial, ao envelhecimento da pele devido ao baixo abastecimento de oxigênio (transportado para as células do corpo pelo sangue), além de facilitar o surgimento de outros problemas, como a formação de placas de gordura nas paredes das artérias e veias. “Isto força o coração a trabalhar mais e pode prejudicar o funcionamento deste órgão”, diz o diretor do INPASEX.

“Algumas pessoas sentem-se culpadas, ansiosas, estressadas e com isso podem se deprimir”, diz Meyer. A depressão faz a imunidade do organismo diminuir e, com isso, além de prejudicar o coração, abre as portas para outras doenças. Um dos fatores que podem levar à depressão é uma vida sexual pobre e inativa. “Uma vida sexual fraca, pouco ativa e desprazerosa provoca a baixa auto estima. A pessoa se sente fracassada, pouco amada”, afirma Meyer. A infidelidade também aumenta o risco de se contrair uma doença sexualmente transmissível (DST).

Por outro lado, se o homem é fiel, ele só tem a ganhar. “A fidelidade garante um sentimento de segurança que é essencial para viver bem, em paz, feliz”, explica a sexóloga. Ao contrário da depressão, a felicidade fortalece as defesas do organismo.

Sexo emagrece. Tanto para homens quanto para mulheres. “Fazer sexo ajuda a queimar calorias”, explica Meyer. Ela ainda ressalta a importância de se movimentar bastante durante o ato. “Quanto mais, melhor, mais queima calorias, além de ser um meio divertido e prazeroso”, diz.
O processo biológico por trás da produção da testosterona é complexo, mas o diretor do INPASEX simplifica. “Quanto mais ejacular um homem, possivelmente mantenha maiores níveis de testosterona”, diz. Segundo a pesquisa italiana, os altos níveis de testosterona produzidos durante o sexo são saudáveis para os homens porque queimam o excesso de açúcares e reduzem o risco de doenças do coração.

Uma vida sexual ativa e saudável, segundo a coordenadora da pesquisa italiana, traz benefícios também para pessoas que sofrem de diabetes. “O sexo é um aliado no combate ao diabetes”, concorda Rodrigues, mas ele ressalta que a prática sexual tem, para a doença, o mesmo valor de outras atividades físicas. “Ajuda, mas não substitui a dieta dos diabéticos”, atenta.

A pesquisa ainda apontou que o sexo pode ajudar na prevenção do câncer de próstata e da osteoporose, mas Rodrigues explica que esta ajuda não significa que as doenças não vão se desenvolver. “Uma tendência genética talvez possa ser retardada, mas não será o sexo que impedirá o organismo de reagir como programado”, diz.

“A atividade sexual produz substâncias que promovem o bem estar da mesma forma que todas as atividades físicas, porém em maior concentração e em menor tempo”, diz o diretor do INPASEX. “O importante é cuidar da alimentação, se exercitar e procurar amar e fazer muito sexo”, conclui Meyer.
http://www.maisde50.com.br/editoria_conteudo2_t3.asp?conteudo_id=8076