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quarta-feira, 9 de maio de 2012

Travestis e transexuais podem pedir inclusão de nome social em documentos da Prefeitura de São Paulo

publicado em 15/01/2010 às 12h00:

Interessado deverá preencher cadastro; associação da Parada Gay comemora

Clayton Freitas, do R7





Os transexuais e travestis poderão pedir na Prefeitura de São Paulo a inclusão do nome que usam normalmente – chamado de social – em documentos de órgãos públicos. 

Nesta sexta-feira (15) um decreto do prefeito Gilberto Kassab (DEM) dá a permissão para que todos aqueles que prefiram ser chamados com o nome social tenham o mesmo incluído em documentos como formulários, fichas de cadastro, registros escolares e outros. 

O decreto define nome social como “aquele pelo qual travestis e transexuais se reconhecem, bem como são identificados por sua comunidade em seu meio social”. 

O nome social do travesti ou transexual deverá ser incluído entre parênteses antes do nome civil. Os interessados, segundo o decreto, devem manifestar por escrito o desejo de terem o seu nome incluído nos cadastros municipais. Para isso ele terá de preencher um requerimento. 

O presidente da APOGLBT (Associação da Parada do Orgulho GLBT- que significa gays, lésbicas, bissexuais e transexuais), que organiza a Parada Gay, o transexual Alexandre dos Santos, afirma que a medida é positiva e aprova a necessidade de requerimento para troca do nome em documentos públicos. 

Antes Alexandra, ele afirma ser constrangedor receber um documento com seu nome de batismo. 

- Estou muito contente que isso tenha acontecido. É uma vitória do movimento. Faltava São Paulo, já que outros Estados já adotaram.

Entre outros órgãos que já adotam o nome social de transexuais ou travestis em seus registros está o SUS (Sistema Único de Saúde). O folheto elaborado pelo Ministério da Saúde denominado "Saúde da população de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais" permite que o prontuário de atendimento conste o nome social. 

No folheto, o ministério libera o uso do nome social nos prontuários de atendimento do SUS e ainda reconhece a discriminação como problema que justifica um olhar diferenciado ao tratamento.
http://noticias.r7.com/sao-paulo/noticias/travestis-e-transexuais-podem-pedir-inclusao-de-nome-social-em-documentos-da-prefeitura-de-sao-paulo-20100115.html

sábado, 10 de março de 2012

Em dia especial, transexuais contam que ser mulher é 'questão de alma'


08/03/2012 10h20 - Atualizado em 08/03/2012 13h37

Estudante e cabeleireira narram como é ser mulher em corpos de homens. 

'O sexo não pode ser reduzido à genitália', avalia pesquisador da UFBA.

Tatiana Maria DouradoDo G1 BA
“Uma mulher aprisionada em um corpo de homem”, é assim que se sente a universitária Jeane Louise, 19 anos, estudante do 5° semestre de publicidade, em Salvador. Transexual, assim como muitas outras, quer entrar na fila do SUS para realizar cirurgia de mudança de sexo, processo final da reconstrução de sua estética feminina, iniciada ainda na infância.
Jeane Louise (Foto: Tatiana Maria Dourado/G1)Jeane Louise tem 19 anos e estuda publicidade
(Foto: Tatiana Maria Dourado/G1)
“Chega um momento em que sua verdade é muito forte, é questão de alma. Nas brincadeiras de infância, minhas personagens eram sempre do gênero feminino, me refugiava ali. Depois veio a blusa, o cabelo, a calça apertada, o furo na orelha. Em geral, nenhuma transexual sabe que é transexual, é um processo de conhecimento, de acesso à informação”, afirma.
O enfrentamento das pessoas que nasceram homens, mas assumem papéis sociais femininos e lutam para serem reconhecidas pela maioria é vivido por transexuais como Jeane, que remonta a forma física através de hormônios, silicone, implante capilar e outros paliativos como a maquiagem. Mas o desejo de formalizar a transexualização, para ela, só será completa com a alteração do órgão sexual, que pode ser conquistada por meio da cirurgia de transgenitalização, instituída no Brasil em 2008 com a Portaria de número 457, do Ministério da Saúde. Atualmente, a cirurgia é autorizada apenas em quatro hospitais universitários: um da UFRG, Porto Alegre; um da UERJ, Rio de Janeiro; um da USP, em São Paulo; e o da UFG, em Goiás.
Cento e dezesseis brasileiras já passaram pelo procedimento, que consiste na amputação do pênis e construção da neovagina. É preciso, antes, que a mulher transexual passe por etapas preparatórias, que preveem avaliações psicológicas e psiquiátricas, terapia hormonal, avaliação genética e acompanhamento pós-operatório, conforme especifica o Ministério.
“Vou concluir o primeiro ano de terapia, a fila é enorme e esse trâmite é muito sofredor. Temos que ser guerreiras para conquistar espaço. Mas sei que vou me sentir realizada. Hoje, quando me olho no espelho, me vejo incompleta, com aquilo que não condiz à minha mente. Ser mulher ou homem está na mente, não é a aparência física”, avalia a estudante.
Jeane Louise (Foto: Tatiana Maria Dourado/G1)Jeane Louise pretende ingressar no serviço público
(Foto: Tatiana Maria Dourado/G1)
Jeane Louise encarou cedo o autoconhecimento e aceitação, mesmo em meio ao coro de “viadinho” que diz ter sido bastante emitido pelos colegas no período em que esteve em uma "escola de padres".
“Eu realmente 'metia a mão' neles e ia para a diretoria. Se continuasse ali, iria entrar em depressão, porque eu chegava no colégio, colocava maquiagem e me mandavam tirar. Era horrível! Pensava: se não puder usar em casa ou no colégio, onde iria usar? Saí de lá, fui para uma escola pública e foi lá que me encontrei de verdade como mulher; o pessoal tinha a cabeça mais aberta”, lembra.
Jeane mora com a mãe - os pais são separados - e diz que sabe diferenciar o respeito da aceitação. "Minha mãe teve um filho e até hoje ela não me chama de Jeane dentro de casa. Meu pai era muito machista e me surpreendo com o respeito que me trata. Não digo que me aceitam, mas respeitam e isso já dá força. Faço tudo com os pés no chão”, comenta.
Filha de sargento
A cabeleireira Luana Neves* também luta pela conquista plena de pertencer ao gênero, porém há mais tempo, desde os 18 anos, quando saiu de Mato Grosso do Sul para morar na capital baiana. Neste período, compreendeu que, para ela, mais importante que o processo de transgenitalização seria a retificação jurídica do nome civil. “Tenho convicção de que quero fazer a cirurgia, mas meu principal desejo é o da retificação do nome. Eu evito ir a hospital, banco, fico muito arrasada em relação a isso, porque estou vestida de mulher, mas as pessoas me chamam com meu nome de batismo, não o social, por puro preconceito”, afirma. O projeto de lei 72/07, do deputado Luciano Zica (PV), que prevê a alteração do nome civil para o social nas disposições da Lei dos Registros Públicos (Lei n° 6.015/1973), tramita no Senado e, atualmente, aguarda a designação do relator.
Luana Neves (Foto: Luana Neves/Arquivo Pessoal)Luana sonhou e se frustou com a carreira militar
(Foto: Luana Neves/Arquivo Pessoal)
Filha de sargento do Exército, um dos grandes sonhos de Luana, já tentado e descartado, era o de seguir a carreira militar. Chegou a se alistar, passou em todos os testes, inclusive o psicológico e o de aptidão física, experimentou a roupa no quartel. Até que não resistiu ao incômodo do ambiente e confessou ao general a sua orientação sexual.
“Eu tinha no sangue a vontade de seguir carreira na área militar, sempre tive esse sonho, mas, naquela época, me senti muito mal. Estava prestes a assumir uma personalidade que não era a minha”, afirma.
Por vontade, revela que gostaria de ser advogada, no entanto, conta que precisou se condicionar à restrição do mercado de trabalho às transexuais e que é cabelereira não por opção, mas por maior aceitação.
“Quando meus pais saíam de casa, eu colocava a roupa de minha mãe, salto, toalha na cabeça, para fingir que tinha cabelo. Quando a percebia já no portão, jogava tudo aquilo embaixo da cama. Mas eu não sabia em que perfil me encaixava, se era travesti, transexual, drag queen. Eu sempre fui muito fechada e tímida, o que me causou depressão. Eu colocava meus esforços todos no estudo, achava que tinha que estudar para ser uma pessoa de poder”, relembra. Hoje, saias e vestidos, sempre "discretos", são as roupas que mais usa. Já na praia, não abdica de biquínis e cangas.
Ser transexual 
O professor e membro do grupo Cultura e Sexualidade, da UFBA, Leandro Colling, explica que, para ser transexual, não é preciso concretizar a mudança do sexo necessariamente com cirurgia. “Existem casos em que a pessoa se identifica como transexual e não deseja fazer a completa mudança no corpo. Tem gente que se sente transexual e basta colocar seio, tomar hormônios, para não deixar crescer pêlos; o pênis é o que menos importa. O sexo não pode ser reduzido à genitália, tem a diversidade”, aponta.
 
Gosto de homem que gosta de mulher, mas nem todo mundo tem coragem de assumir a transexual"
Jeane Louise
Colling, que também é membro do Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, órgão do governo federal, explica que categorias como homem ou mulher não devem ser tão rígidas na sociedade. “As pessoas têm ideias fixas nas suas cabeças, mas, se você olhar para a vida, os homens e as mulheres estão cada vez mais borrando essas fronteiras, desde profissões, gestos, produtos, depilação”, relata.

A autoestima das transexuais é trabalhada no processo terapêutico, de modo que elas possam enfrentar os entraves culturais, como argumenta a psicanalista Suzana Vieira, 46 anos. Segundo ela, existe uma tendência dessas mulheres ao isolamento e à depressão, que pode ser agravada pela falta de apoio das famílias. “As sensações começam desde a infância e, desde então, as pessoas a veem como um menino, ela também se vê fisicamente como menino, mas lida com desejos de menina e começa a esconder os órgãos sexuais. A terapia ajuda a pessoa a entender tudo isso”, ressalva a psicanalista.

Relação com héteros
Por serem socialmente mulheres, as solteiras Jeane e Luana se relacionam com homens e hoje se afirmam heterossexuais. “Eu dou até risada com alguns homens desavisados. Às vezes você já está em um nível de envolvimento e aí tenho que explicar que sou transexual. Tem alguns que não gostam. Me considero realmente hétero”, comenta. “Gosto de homem que gosta de mulher, apesar de ser complicado porque nem todo mundo tem coragem de assumir uma transexual”, ressalva Jeane.

Leandro Colling explica que o gênero não se confunde com a prática sexual. “Ser gay é outra coisa. Existem vários homens que transam com outros e a identidade é heterossexual, a gente precisa respeitar isso. A prática sexual não é um elemento definidor de identidade. Se pessoas se sentem mulheres e transam com homens esse sexo é heterossexual”, acrescenta.

*Optou-se, na matéria, por usar os nomes sociais das transexuais.

http://g1.globo.com/bahia/noticia/2012/03/em-dia-especial-transexuais-contam-que-ser-mulher-e-questao-de-alma.html

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Pansexualidade – tudo serve para satisfazer o desejo de sexo

Pansexualidade – tudo serve para satisfazer o desejo de sexo
Psic. Oswaldo Martins Rodrigues Junior
(CRP 06/20610) Cv lattes http://lattes.cnpq.br/8822346727658552 ; psicoterapeuta sexual do Instituto Paulista de Sexualidade (www.inpasex.com.br)

O termo pansexualidade ou pansexualismo tenta separar-se do conceito de bissexualidade, no qual uma pessoa se sente4 atraída por ambos os sexos/gêneros.
A questão pansexual implica em não se incomodar com o g6enero ou as formas de expressões sociais da pessoa para gerar desejo por sexo ou amor romântico.
Nossa cultura tende a ver os conceitos em termos de extremos sem variações intermediárias. No caso sexual, heterossexuais e homossexuais apenas consideram estes dois extremos, considerando que quem não é homossexual é que “não saiu do armário”. Esta consideração existe em especial com relação aos bissexuais.
No caso de pansexuais teremos pessoas que observam a variedade de expressões fluidas entre os extremos do gênero masculino e do feminino, busca e se sente anteriormente potencialmente atraído por pessoas que tenham variações genitais ou corporais que não são extremadas como macho ou fêmea, ou convivem com a atração sexual por expressões sociais geralmente associadas nos extremos a homens e mulheres. O pansexual compreende a possibilidade de variação e fluidez dos papéis de gênero e outras formas sexuais.
O pansexual, homem ou mulher, estão disponíveis para homens, mulheres, transexuais (pré ou pós operados), interesexuados, assexuados, agenéricos, dragqueens ou dragkings.
A pessoa que se considera pansexual o faz de acordo com o que percebe de si mesma, considerando o potencial de atração que sente e tem. Não necessariamente tenha que ter tido variadas experiências sexuais, nem experimentado de tudo, e geralmente não o fará nem o tempo todo, nem talvez por muitos anos.
O começo do século XX trouxe a busca de nomear as formas diferentes de expressões da sexualidade, mas a partir da metade do séc XX grupos praticantes buscaram nomenclaturas que os definissem desde o que sentiam e não uma nomenclatura estatística ou formal. Esta forma das pessoas se explicarem independe das classificações científicas e externas.
Uma importante separação e distinção há de ser feita. Pansexualidade não é um novo gênero. Nem homossexual e nem mesmo transexual não são considerados “gêneros”. A partir da teoria sociológica somente existem dois gêneros: masculino e feminino. As discussões atuais buscam a compreensão de variações intermediárias que são os transexuais ou transgênero (termo criado por Eli Coleman na década de 1990). Ser homossexual, bissexual, assexual ou pansexual implica em preferência sexual, busca por um objeto (gramaticalmente referindo) que satisfaça o desejo sexual.
Uma pesquisa sobre quantos pansexuais existem não é fácil de empreender. As pessoas que se consideram pansexuais não o são pela maioria das outras pessoas que desconsideram essa classificação.
A expressão pansexual ainda é pequena e pouco ocorre, seja em jovens, seja em adultos. A maior parte das pessoas que se compreendem pansexuais já tem de 3 a 4 décadas de vida, pois implicou em desenvolver qualidades de formas de compreensão e administração das interfaces sociais relacionadas a assertividade, expressividade emocional e convívio com barreiras sociais, sem se prejudicarem, sem serem objeto de preconceito do grupo no qual vivem.
Pansexuais não são compreendidos pelas pessoas que não partilham dos mesmos desejos. O diferente sempre é mais difícil de compreender. Isto se deve aos mecanismos cognitivos que o atual estágio de evolução psicossocial permite produzir. A vida sexual pertence à esfera da vida privada, portanto pouco suscetível e mudanças por métodos pedagógicos, não sendo mutáveis por informação. Assim a evolução cognitiva nestes campos é mantida em fases anteriores do desenvolvimento, significando que a maioria das pessoas será incapaz de compreender algo de modo abstrato, apegando-se a contextos concretos e utilizando mecanismos cognitivos infantis, a exemplo de compreensão dos conceitos e da realidade através dos extremos, sem percepções intermediárias.
Um exemplo que se pode ver na televisão é o extraterrestre do filme de animação adulto “American Dad”, de nome Roger, que se identifica como pansexual e demonstra comportamento errático de atração sexual.
Ser pansexual não significa ter problemas psicológicos.
Não será a preferência sexual objetal que define as características de personalidade. Uma pessoa que se designe pansexual pode ou não ter relacionamentos prolongados, dependendo de muitos outros fatores, inclusive o de sucesso anterior em relacionamentos afetivos e sexuais satisfatórios que promova um relacionamento prolongado.
Alguns autodenominados pansexuais explicam-se de atitude e preferencias fluidas a ponto de não se fixarem num único relacionamento. Outros demonstram a necessidade de fixarem um relacionamento e desenvolverem outros em paralelo para se identificarem como pansexuais.
Não é comum recebermos pessoas que se denominam pansexuais para tratamento psicológico. Ser pansexual não implica em ser necessário submeter-se a um tratamento psicológico. O que pode mais facilmente ocorrer seria uma pessoa pansexual buscar tratamento psicológico para adaptar-se socialmente ou num casamento, buscando adequar-se ou equilibrar-se no meio social em que vivem.
Variações do tema pansexual devem ser o futuro, compreendendo todas as variações que sempre existiram, quer compreendamos ou não, aceitemos ou não. A expressão social das variações depende de como determinado momento social e histórico faz bom uso de determinada expressão sexual.
Mesmo quando não existia um nome para designar a homossexualidade (nome criado em 1867), havia homossexuais ou bissexuais e em muitos momentos e culturas considerados normais...
Hoje falamos de pansexuais... mas eles sempre estiveram entre nós. Nós precisamos compreender e aprender a conviver, o que implicam em mudarmos nossos valores atuais.
http://oswrod1.wordpress.com/2011/08/18/pansexualidade-%E2%80%93-tudo-serve-para-satisfazer-o-desejo-de-sexo/