08/04/2011 -- 15h10
Entenda relação da boca com o sexo
As principais razões pelas quais uma pessoa se incomoda com a boca da outra são os cheiros e gostos; excitação é influenciada a partir do gostar
A boca é um meio muito importante no relacionamento afetivo e sexual. Ela produz um dos mecanismos mais importantes do contato afetivo e erótico: o beijo, responsável por uma série de mensagens neurológicas e químicas que transmitem sensações táteis, excitação sexual e percepções de proximidade, motivação e euforia. Muitas pessoas compreendem que o primeiro beijo decide o futuro do relacionamento e que um beijo ''ruim'' descarta o(a) candidato(a).
O beijo facilita a produção de ocitocina, controlando a produção de cortisol. Portanto, beijar é bom para combater estresse. Apesar disso, algumas pessoas o consideram não higiênico devido a suas características psicopatológicas, mesmo que não se desenvolvam a ponto de ser necessária uma intervenção psiquiátrica.
A boca convive com muitas bactérias e vírus, é verdade. Mas preocupar-se com isso em pessoas saudáveis é algo psicopatológico e que limita muitos casais nas atividades afetivo-erótico-sexuais.
As principais razões pelas quais uma pessoa se incomoda com a boca da outra são os cheiros e gostos. Gostar é algo muito importante no que se refere à excitação sexual.
Gostar ou não gostar de cheiros da boca pode impedir um relacionamento sexual. Então, na história de vida anterior ao sexo genital, se o cheiro/gosto da boca normal (com cheiros de boca) houver sido associada a emoções negativas, a preferência por uma boca com cheiro de ''hortelã'' pode ter sido desenvolvida e daí para frente o cheiro natural da boca e saliva nunca serão aceitas. Então, reclamar do mau hálito diz respeito a preferências estabelecidas anteriormente que não diziam respeito à excitação sexual.
Claro que outras doenças sexualmente transmissíveis podem ocorrer quando a boca é usada em beijos comuns (boca-boca) além do sexo oro-genital: herpes, gonorréia, clamídia e sífilis. O sexo oral no pênis, denominado felação, preocupa mais quando se menciona a possibilidade de transmissão de HIV, em especial com a ejaculação dentro da boca.
As maiores chances de contaminação ocorrem quando a boca apresenta lesões na mucosa e cáries. O oposto não encontra respaldo em pesquisas quantitativas, mas é percebida como uma possibilidade preocupante. Portanto, é mais possível que uma pessoa que receba ejaculação na boca possa ser contaminada com HIV do que o homem que ejacule ser contaminado.
Oswaldo M. Rodrigues Junior - psicólogo e terapeuta sexual (São Paulo)
http://www.bonde.com.br/?id_bonde=1-27--50-20110408&tit=entenda+relacao+da+boca+com+o+sexo
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segunda-feira, 11 de abril de 2011
quarta-feira, 30 de março de 2011
"Individualismo impede pleno desfrute do sexo", diz sociólogo
"Individualismo impede pleno desfrute do sexo", diz sociólogo
DENISE MENCHEN
DE BERLIM
30/03/2011 - 08h30
Apesar da revolução de costumes e dos tabus derrubados nas últimas décadas, a liberdade sexual segue sendo um objetivo distante, na visão do médico e sociólogo Volkmar Sigusch.
O pesquisador alemão, que acaba de lançar em seu país o livro "Auf der Suche nach der Sexuellen Freiheit" ("À Procura da Liberdade Sexual"), diz que a vivência plena da sexualidade esbarra hoje na dificuldade de entrega, comum em uma sociedade centrada no indivíduo e na mercantilização do sexo.
Folha - Seu livro se chama "À Procura da Liberdade Sexual". Quarenta anos após a revolução sexual, ainda é preciso buscá-la? O que fracassou?
Volkmar Sigusch - O aspecto sexual foi superestimado. Pensava-se que, quando tudo fosse permitido, as pessoas seriam livres e felizes. Hoje sabemos: não é o caso.
Quais obstáculos ainda impedem as pessoas de viver sua sexualidade livremente?
Hoje, o problema é que a sexualidade é fortemente comercializada e as pessoas não conseguem construir um relacionamento. Por um lado, porque se tornaram muito exigentes, e, por outro, porque estão muito centradas em si mesmas. Pensam primeiro em si, não no possível parceiro.
O sexo está em todos os lugares, especialmente na internet. Quais as consequências?
O sexo foi extremamente banalizado. Seus segredos foram roubados, e ele foi reduzido a produto. Quando se pode fazer tudo, também se pode abrir mão de tudo. A excitação de fazer algo obscuro, desconhecido e único foi em grande parte perdida.
E como o senhor vê a mulher nesse novo contexto?
A sexualidade feminina avançou muito nas últimas três a quatro décadas. Antes, uma mulher respeitada era tida como frígida. Hoje, as jovens são tão interessadas e ativas no sexo quanto os jovens. O problema da falta de orgasmo feminino também diminuiu muito em relação aos anos 60 e 70.
Com todas as mudanças, as relações monogâmicas continuam sendo o ideal perseguido pela maioria, não?
De fato, os jovens são, em sua maioria, adeptos fiéis e apaixonados da ideia de um amor para a vida toda.
Mas já existem grupos que propagam o amor por mais de uma pessoa ao mesmo tempo, o que chamamos de poliamor. E eles vivem isso. Isso mostra que não existe algo como uma forma "natural" de relacionamento.
Na Europa Central, por exemplo, a monogamia de um único casamento foi amplamente substituída por uma série de relações duradouras, num fenômeno que chamamos de monogamia seriada. Esses relacionamentos fixos, muitas vezes nunca oficializados, vão se sucedendo ao longo da vida.
E como o senhor imagina que será a sexualidade no futuro?
As formas de relacionamento vão mudar muito, até porque as pessoas hoje querem experimentar e vivenciar muito mais do que antigamente, e, ainda por cima, vivem por muito mais tempo do que no passado. E hoje também é possível vivenciar a bissexualidade, o travestismo, o sadomasoquismo... Isso sem falar no reconhecimento das relações homossexuais. Esse reconhecimento vai vir até para pessoas que nem estão ligadas sexualmente, como por exemplo amigos que vivem juntos e cuidam um do outro
http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/895520-individualismo-impede-pleno-desfrute-do-sexo-diz-sociologo.shtml
DENISE MENCHEN
DE BERLIM
30/03/2011 - 08h30
Apesar da revolução de costumes e dos tabus derrubados nas últimas décadas, a liberdade sexual segue sendo um objetivo distante, na visão do médico e sociólogo Volkmar Sigusch.
O pesquisador alemão, que acaba de lançar em seu país o livro "Auf der Suche nach der Sexuellen Freiheit" ("À Procura da Liberdade Sexual"), diz que a vivência plena da sexualidade esbarra hoje na dificuldade de entrega, comum em uma sociedade centrada no indivíduo e na mercantilização do sexo.
Folha - Seu livro se chama "À Procura da Liberdade Sexual". Quarenta anos após a revolução sexual, ainda é preciso buscá-la? O que fracassou?
Volkmar Sigusch - O aspecto sexual foi superestimado. Pensava-se que, quando tudo fosse permitido, as pessoas seriam livres e felizes. Hoje sabemos: não é o caso.
Quais obstáculos ainda impedem as pessoas de viver sua sexualidade livremente?
Hoje, o problema é que a sexualidade é fortemente comercializada e as pessoas não conseguem construir um relacionamento. Por um lado, porque se tornaram muito exigentes, e, por outro, porque estão muito centradas em si mesmas. Pensam primeiro em si, não no possível parceiro.
O sexo está em todos os lugares, especialmente na internet. Quais as consequências?
O sexo foi extremamente banalizado. Seus segredos foram roubados, e ele foi reduzido a produto. Quando se pode fazer tudo, também se pode abrir mão de tudo. A excitação de fazer algo obscuro, desconhecido e único foi em grande parte perdida.
E como o senhor vê a mulher nesse novo contexto?
A sexualidade feminina avançou muito nas últimas três a quatro décadas. Antes, uma mulher respeitada era tida como frígida. Hoje, as jovens são tão interessadas e ativas no sexo quanto os jovens. O problema da falta de orgasmo feminino também diminuiu muito em relação aos anos 60 e 70.
Com todas as mudanças, as relações monogâmicas continuam sendo o ideal perseguido pela maioria, não?
De fato, os jovens são, em sua maioria, adeptos fiéis e apaixonados da ideia de um amor para a vida toda.
Mas já existem grupos que propagam o amor por mais de uma pessoa ao mesmo tempo, o que chamamos de poliamor. E eles vivem isso. Isso mostra que não existe algo como uma forma "natural" de relacionamento.
Na Europa Central, por exemplo, a monogamia de um único casamento foi amplamente substituída por uma série de relações duradouras, num fenômeno que chamamos de monogamia seriada. Esses relacionamentos fixos, muitas vezes nunca oficializados, vão se sucedendo ao longo da vida.
E como o senhor imagina que será a sexualidade no futuro?
As formas de relacionamento vão mudar muito, até porque as pessoas hoje querem experimentar e vivenciar muito mais do que antigamente, e, ainda por cima, vivem por muito mais tempo do que no passado. E hoje também é possível vivenciar a bissexualidade, o travestismo, o sadomasoquismo... Isso sem falar no reconhecimento das relações homossexuais. Esse reconhecimento vai vir até para pessoas que nem estão ligadas sexualmente, como por exemplo amigos que vivem juntos e cuidam um do outro
http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/895520-individualismo-impede-pleno-desfrute-do-sexo-diz-sociologo.shtml
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