segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Psychopathia Sexualis - revistada

Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental - Psychopathia Sexualis
Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental
Print version ISSN 1415-4714
Rev. latinoam. psicopatol. fundam. vol.12 no.2 São Paulo June 2009
doi: 10.1590/S1415-47142009000200012
CLÁSSICOS DA PSICOPATOLOGIA
ENSAIO



Psychopathia Sexualis





R. Krafft-Ebing





Capítulo III - Neuropsicopatologia Geral

I. Afeto sexual por pessoas do outro sexo com manifestação perversa do instinto*
A. Relações entre a crueldade ativa, a violência e a volúpia - sadismo1

É conhecido e frequentemente observado que volúpia e crueldade costumam se associar uma à outra. Escritores de todas as escolas já assinalaram esse fenômeno.2Até no estado fisiológico é comum ver indivíduos sexualmente muito excitáveis morderem ou arranharem seu parceiro durante o coito.3

Autores anteriores já chamaram a atenção para a conexão entre volúpia e crueldade.

Blumröder (Ueber Irresein, Leipzig, 1836, p. 51) hominem vidit quem compluria vulnera in musculo pectorali habuit, quæ femina valde libidinosa in summa voluptate mordendo effecit.

No ensaio "Ueber Lust und Schmerz" (Friedreichs Magazin für Seelenkunde, 1830, II, 5), esse autor chama particularmente a atenção para a correlação psicológica entre volúpia e sede de sangue. Ele lembra, a esse respeito, a lenda índia de Siwa e Durga (Morte e Volúpia), os sacrifícios de homens com mistérios voluptuosos e os desejos sexuais da puberdade, associados a um pendor voluptuoso ao suicídio, à flagelação, aos beliscões, às feridas infligidas às partes genitais, em razão do desejo vago e obscuro de satisfazer a necessidade sexual.

Lombroso (Verzeni e Agnoletti, Roma, 1874) também cita muitos exemplos de tendência ao assassinato durante a sobre-excitação produzida pela volúpia.

Por outro lado, com certa frequência, a excitação do desejo de assassinato acarreta a sensação de volúpia. Lombroso lembra o fato, citado por Mantegazza, de que, nos horrores de um saque, os soldados costumam sentir uma volúpia bestial.4

Esses são exemplos de transição para casos manifestamente patológicos.

Também são muito instrutivos os exemplos dos Césares degenerados (Nero, Tibério), que se regozijavam mandando degolar diante deles jovens e virgens, assim como o caso desse monstro, o marechal Gilles de Rays (Jacob, Curiosités de l'Histoire de France, Paris, 1858), que foi executado em 1440 por causa dos estupros e assassinatos que cometeu durante oito anos em mais de oitocentas crianças. Ele confessou que a leitura de Suetone e das descrições das orgias de Tibério, de Caracalla, lhe deu a ideia de atrair crianças em seu castelo, de maculá-las pela tortura para, em seguida, assassiná-las. Esse monstro garantiu ter sentido uma felicidade indizível ao cometer esses atos. Ele tinha dois cúmplices. Os cadáveres das infelizes vítimas foram queimados e apenas algumas cabeças de crianças excepcionalmente belas foram conservadas como recordação.

Quando se quer explicar a conexão entre volúpia e crueldade, é preciso remontar a casos, ainda quase fisiológicos, em que, no momento da volúpia suprema, indivíduos, por outro lado normais, embora muito excitáveis, cometem atos como morder ou arranhar, os quais costumam ser inspirados apenas pela cólera. Além disso, cabe lembrar que amor e cólera são não apenas as duas paixões mais fortes, como também as duas únicas formas possíveis da paixão forte (estênica). Ambas buscam seu objeto, querem dele se apossar e manifestam-se por uma ação física sobre ele; ambas deixam a esfera psicomotora na maior agitação e, por meio dessa agitação, alcançam a sua manifestação normal.

Este ponto de vista permite entender que a volúpia leva a atos que, em outros casos, parecem com os inspirados pela cólera.5

Ambas correspondem a um estado de exaltação e constituem uma poderosa excitação de toda a esfera psicomotora. Disto resulta um desejo de reagir por todos os meios possíveis e com a maior intensidade contra o objeto que provoca a excitação. Assim como a exaltação maníaca descamba com muita facilidade para o estado de mania de destruição furiosa, a exaltação da paixão sexual produz, às vezes, o violento desejo de descarregar a excitação geral por meio de atos insensatos que aparentam hostilidade. Tais atos representam, por assim dizer, movimentos psíquicos e acessórios; não se trata de uma simples excitação inconsciente da inervação muscular (que também se manifesta, por vezes, na forma de convulsões cegas), mas de uma verdadeira hipérbole da vontade de produzir um poderoso efeito no indivíduo que causou nossa excitação. Ora, o meio mais eficiente para tanto consiste em causar uma sensação de dor neste indivíduo. Partindo desse caso em que, no auge da paixão voluptuosa, um indivíduo procura causar uma dor no objeto amado, chega-se a casos em que existem maus tratamentos sérios, feridas e até mesmo assassinato da vítima.6

Nesses casos, o pendor para a crueldade, que pode associar-se à paixão voluptuosa, aumenta desmedidamente num indivíduo psicopata, ao passo que, por outro lado, a distorção dos sentimentos morais faz com que, normalmente, não haja entraves ou que estes sejam fracos demais para atuar.

Esses monstruosos atos sádicos, que ocorrem mais frequentemente nos homens do que nas mulheres, têm uma outra causa poderosa, que se deve às condições fisiológicas.

Na relação entre os sexos, o papel ativo e até mesmo agressivo cabe ao homem, enquanto a mulher se limita a um papel passivo e defensivo.7

Há um encanto particular, para o homem, no ato de conquistar uma mulher, de vencê-la; e, na Ars amandi, a decência da mulher, que permanece na defensiva até o momento em que cede, tem muita importância psicológica. Em condições normais, o homem depara-se com uma resistência que tem de vencer, e é para essa luta que a natureza lhe deu um caráter agressivo. Entretanto, em condições patológicas, esse caráter agressivo pode exceder todas as medidas e degenerar numa tendência para subjugar completamente o objeto de seus desejos até o aniquilamento ou até mesmo a morte dele.8

Se esses dois elementos constituintes se encontram, se o desejo acentuado e anormal de uma reação violenta contra o objeto amado une-se a uma necessidade exagerada de subjugar a mulher, então as explosões mais violentas do sadismo ocorrem.

Portanto, o sadismo não passa de um exagero patológico de certos fenômenos acessórios da vita sexualis que podem ocorrer em circunstâncias normais, sobretudo no macho. Naturalmente, não é absolutamente necessário, e essa não é a regra, que o sádico tenha consciência desses elementos do seu pendor. O que ele sente, é tão somente o desejo de cometer atos violentos e cruéis em pessoas do outro sexo e uma sensação de volúpia pelo simples fato de se representar esses atos de crueldade. Disto resulta um impulso poderoso para executar os atos desejados. Como os verdadeiros motivos desse pendor são desconhecidos de quem age, os atos sádicos estão imbuídos das características dos atos impulsivos.

Quando volúpia e crueldade se associam, não somente a paixão voluptuosa desperta um pendor para a crueldade, como o contrário também pode ocorrer: a ideia e, sobretudo, a visão de atos cruéis agem como um estimulante sexual e, nesse sentido, são usadas por indivíduos perversos.9

É empiricamente impossível estabelecer uma distinção entre os casos de sadismo congênito e adquirido. Muitos indivíduos originalmente tarados envidam, por muito tempo, todos os esforços possíveis para resistir às suas inclinações perversas. Se a potência sexual ainda existe, eles têm, de início, uma vita sexualis normal, geralmente graças à evocação de imagens de natureza perversa. Apenas mais tarde, depois de terem vencido sucessivamente todas as contrarrazões éticas e estéticas e depois de terem constatado, em várias oportunidades, que o ato normal não lhes fornece satisfação completa, é que o pendor mórbido emerge e se manifesta externamente. Uma disposição perversa e ab origine traduz-se, então, tardiamente, em atos. É isto que costuma produzir a aparência de uma perversão adquirida e enganar quanto ao verdadeiro caráter congênito do mal. A priori, entretanto, pode-se supor que este estado psicopático existe sempre ab origine. Vejamos a seguir as razões em prol dessa hipótese.

Os atos sadistas diferem em função do seu grau de monstruosidade, da preponderância do pendor perverso sobre o indivíduo acometido por eles ou, então, dos elementos de resistência que ainda existem, elementos que, entretanto, são raramente enfraquecidos por distorções éticas originais, pela degeneração hereditária ou pela loucura moral.

Assim nasce uma longa série de formas que começam pelos crimes mais graves e acabam por atos pueris que não têm outro intuito a não ser oferecer uma satisfação simbólica à necessidade perversa do sadista.

Pode-se ainda classificar os atos sádicos segundo seu gênero. É então preciso distinguir se ocorrem após a consumação do coito em que a libido nimia não foi satisfeita, ou se, em caso de enfraquecimento da potência genésica, servem de preparativos para estimulá-la, ou se, finalmente, em caso de ausência total da potência genésica, os atos sádicos vêm substituir o coito tornado impossível e provocar a ejaculação. Nos dois últimos casos existe, apesar da impotência, uma libido violenta ou, pelo menos, essa libido subsistia no indivíduo na época em que constatou o hábito dos atos sádicos. A hiperestesia sexual deve sempre ser considerada como a base dos pendores sádicos. A impotência devida a excessos praticados desde a primeira juventude, tão frequente nos indivíduos psiconeuropáticos de que se trata aqui, costuma ser fraqueza espinhal. Às vezes, pode existir uma espécie de impotência psíquica pela concentração do pensamento no ato perverso, ao lado do qual, então, a imagem da satisfação normal se apaga.

Independentemente da característica externa do ato, para compreendê-lo, é essencial examinar as disposições perversas da alma e o sentido do pendor do indivíduo afetado.





Richard Krafft-Ebing (1840-1902)
Médico alemão. Ocupou a cátedra de psiquiatria nas universidades de Strasbourg, Graz e, a partir de 1892, foi diretor da clínica psiquiátrica do Hospital Geral da Universidade de Viena. Autor de vasta obra psiquiátrica que inclui estudos sobre a melancolia, sobre a paralisia geral progressiva, sobre psiquiatria forense, sobre o hipnotismo, sobre a neurastenia e um Tratado sobre a Insanidade. Contudo, o trabalho que de fato o tornaria célebre é sua Psychopathia Sexualis, publicada em 1886.





* Tradução de Alain François e revisão técnica de Mário Eduardo Costa Pereira (Laboratório de Psicopatologia Fundamental - Unicamp). Realizada a partir da 8ª edição em alemão traduzida para o francês por Georges Carré, em 1895.
1. Assim chamado em função do mal-afamado marquês de Sade, cujos romances obscenos transbordam de volúpia e crueldade. Na literatura francesa, "sadismo" tornou-se palavra corrente para designar essa perversão.
2. Entre outros: Novalis, em seus Fragmenten; Goerres: Christliche Mystik, t. III, p. 400.
3. Vejam os famosos versos de Alfred de Musset à andaluza:

Qu'elle est superbe en son désordre Como é esplêndida em sua desordem
Quand elle tombe les seins nus, Quando cai, peitos nus,
Qu'on la voit béante se tordre E a vemos boquiaberta, retorcer-se
Dans un baiser de rage et mordre Num beijo raivoso e morder
En hurlant des mots inconnus! Berrando palavras desconhecidas!

4. Em meio à exaltação do combate, a imagem da exaltação da volúpia vem à mente. Vejam, em Grillparzer, a descrição que um guerreiro faz de uma batalha: "E quando toca o sinal, - quando os dois exércitos se confrontam, - peito contra peito, - que delícias dos deuses! - Por aqui, por ali - inimigos, - irmãos, - são derrubados pelo aço mortal. - Receber e dar a morte e a vida, - numa troca alternante e cambaleante, - numa selvagem ebriedade!" (Traum ein Leben, ato I).
5. Schultz (Wiener med. Wochenschrift, 1869, nº 49) relata o caso curioso de um homem de vinte e oito anos que só conseguia praticar o coito com a mulher após ter artificialmente ficado com raiva.
6. Ver Lombroso (Uomo delinquente), que cita fatos análogos em animais no cio.
7. Nos animais também costuma ser o macho quem persegue a fêmea com suas propostas amorosas. Pode-se também frequentemente notar que a fêmea foge ou finge fugir. Inicia-se, então, uma cena semelhante à que se dá entre a ave de rapina e o pássaro objeto de sua caça.
8. Atualmente, a conquista da mulher ocorre de forma civilizada, por meio de cortejo, sedução, artimanha etc. Mas a história da civilização e a antropologia nos ensinam que existiram e ainda existem povos entre os quais a força bruta, o rapto da mulher e até mesmo o hábito de torná-la inofensiva com maçadas substituem as solicitações de amor. É possível que um retorno ao atavismo contribua, com tais inclinações, para favorecer os acessos de sadismo. Nos Jahrbücher für Psychologie (II, p. 128), Schaefer (Iena) relata duas observações d'A. Payer. No primeiro caso, um estado excessivo de excitação sexual foi desencadeado pela visão de cenas de batalha, mesmo em pintura; no outro, foi a tortura cruel de pequenos animais que produziu este efeito. Schaefer acrescenta: "Em todas as espécies animais, a combatividade e a vontade de matar tanto são o atributo do macho que a existência de uma conexão entre esses pendores másculos e as inclinações puramente sexuais não pode ser questionada. Acredito, entretanto, poder garantir, apoiando-me em observações que não podem ser contestadas, que, até em indivíduos machos dotados de perfeita saúde psíquica e sexual, os primeiros sinais precursores, misteriosos e obscuros dos desejos sexuais podem surgir após a leitura de cenas emocionantes de batalha ou de caça. Um impulso inconsciente leva os jovens a buscarem uma espécie de satisfação nos jogos de guerra (luta corpo a corpo). Nesses jogos também o instinto fundamental da vida sexual chega a exprimir-se: o lutador procura ficar em contato extensivo e intensivo com o seu parceiro, com a segunda intenção, mais ou menos clara, de derrubá-lo ou vencê-lo".
9. Também ocorre que a visão acidental de sangue derramado ponha em movimento o mecanismo psíquico predisposto do sádico e desperte o pendor que se encontrava em estado latente.

- Exposição de pornografia em bancas e lojas de DVD's causa polêmica em Maceió

09/01/2011 08:50:00
A polêmica Lei nº 14.263, sancionada no último dia 6 pelo governo do Estado de Pernambuco, que proíbe a exposição indiscriminada de conteúdos impróprios para menores de 18 anos em bancas de revistas, cartazes, livrarias e locadoras de CDs e DVDs já desperta a discussão entre pais e educadores. Entre as punições previstas para quem descumprir estão multa no valor de R$ 2 mil e até o fechamento do estabelecimento.
O argumento para a criação da Lei é que essa exposição viola o artigo 78 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que, como forma de proteger os menores de 18 anos, institui que revistas, livros, cds e dvds devem ser comercializadas em embalagens opacas lacradas ou com selos que indiquem o conteúdo impróprio, cobrindo as imagens provocativas.
Já em Maceió, além das bancas de revistas, os conteúdos pornográficos estão á disposição em barracas que vendem DVDS e CDS piratas, onde filmes eróticos também passaram a ser comercializados livremente, inclusive no Centro da cidade, onde não é difícil ver adolescentes adquirindo o material, que também pode ser encontrado na internet, o que faz com que algumas pessoas banalizem o assunto.
Segundo a psicóloga Rafaela Gonçalves, que trabalha com psicoterapia individual com crianças a partir de 4 anos e também com grupo terapêutico com crianças a partir de 6 anos, o acesso a esse tipo de conteúdo é altamente prejudicial. Para ela, o principal dano é a sexualidade aflorada precocemente e de forma vulgar e banalizada, por se tratar de um conteúdo adulto.
“O adulto tem condições de lidar com a sexualidade de forma saudável,. Já é comum encontrarmos crianças sexualmente precoces e adolescentes confusos, justamente pela banalização que o sexo vem adquirindo. Porém, esse é um assunto que não deve ser tratado como tabu. É preciso respeitar a condição de cada fase para entender essas questões”, destacou.
A psicóloga lembrou que os pais podem orientar os filhos tendo um bom diálogo em casa, pois se o assunto for bem discutido, dificilmente crianças e adolescentes vão procurar esclarecimentos por outros meios. Para ela, a lei é altamente benéfica para combater a banalização do sexo , poupando que eles cresçam achando a sexualidade algo banal e vulgar e não natural.
“Embora essa curiosidade seja natural do ser humano, pais bem esclarecidos deixam os filhos mais seguros e a consequência disso, são adolescentes saudáveis. Hoje ,até desenhos infantis exploram a sexualidade, mas o problema está na condição que crianças e adolescentes não têm para entender”, pontuou.
Opinião dos pais
Para a empresária Helenadja Moura Menezes, que tem dois filhos gêmeos de 10 anos, as crianças estão perdendo a inocência muito cedo, esquecendo de brincar de coisas da idade delas e pensando em namoro, sexo, jogos violentos. Os meios de comunicação também seriam facilitadores disso. “Eles entram na net, veem pornografia em bancas de revistas, jornais, novelas", afirmou.
Segundo Helenadja, com tantas possibilidades de acesso a conteúdos pornográficos fica difícil de educar os filhos e a saída não seria mentir, mas também não incentivar. No entanto, para ela, não é possível fiscalizar todos os lugares 24h por dia e com isso, os pais teriam uma responsabilidade bem maior, pois no colégio, na rua, no esporte, crianças e adolescentes vão conversar e ouvir coisas dos amigos.
“Eles já chegam fazendo perguntas e é preciso pensar bem antes de responder, porque isso atiça a curiosidade deles. Mas, se tiverem fácil acesso a coisas pornográficas começarão a mentir porque sabem que os pais vão brigar e proibir que eles vejam. Esse é um problema antigo, mas hoje está muito mais complicado de você controlar e saber como agir”, pontuou.
De acordo com ela, o mais certo seria sempre ter conversa franca com os filhos, não omitir, nem mentir, mas explicar que ainda não é hora para isso. Helenadja afirmou que as revistas pornôs deveriam ser vendidas em um espaço que ficasse fora do alcance das crianças, em local mais reservado. Já em relação aos filmes piratas, a empresária acha que a vigilância maior tem que ser dos pais, que precisam estar sempre de olho no que os filhos estão fazendo.
“É preciso dizer que eles precisam aprender outras coisas antes de ver ou ter acesso a esse conteúdo. É o que eu faço com meus filhos, só que eles ainda não dispertaram para este tipo de leitura e ficam mais curiosos com filmes, novelas, internet, procurando sites de fotos de mulher nua. Eu disse que eles deveriam estar brincando, estudando aproveitando a infância e que com o tempo, iriam ocorrer mudanças no corpo, no pensamento, nos sentimentos e namorar seria algo natural", ressaltou.
por Emanuelle Oliveira - Cada Minuto
http://www.coisasdemaceio.com.br/modules/news/article.php?storyid=26106

Idoso é preso acusado de abusar sexualmente de meninas

Idoso é preso acusado de abusar sexualmente de meninas
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Leia trecho de A Sexualidade no Islã



A tradição é um elemento permanente da personalidade de base árabe-muçulmana. Alcorão, hadits (falas e atos do profeta) e fiqh (jurisprudência islâmica) constituem o invariante por excelência. Seu valor decorre menos de sua força histórica que de seu caráter revelado. Eles são a Revelação, isto é, discurso incriado e eterno. Mesmo se a Revelação está situada hic et nunc, o conteúdo é percebido como mensagem eterna e extratemporal. Ele diz o modelo que Deus escolheu para sua comunidade e essa escolha divina não saberia sofrer mudança. Eis a intuição de base por meio da qual a tradição propõe séries de condutas estereotipadas, diante das quais é necessário a todo momento restituir a integridade e a pureza original delas ou, ao menos, aproximar-se o mais possível disso. O Alcorão é a palavra divina, kalamu Allah, logos universal, é a idéia pura. A Sunna do Profeta é o modelo animado, o comportamento ideal conforme à Palavra Sagrada; comportamento encarnado seguramente em um ser vivo, mas que, por ter sido histórico, não é por isso menos responsável, privilegiado, da transcendência. A tradição no Islã é um padrão cultural ideal. Conformar-se estritamente a ele garante-nos estar nas vias de Deus. O afastamento é aberração e erro. Por essência, o Islã é ortodoxia. Daí a contínua tentação "regressiva" e "fundamentalista".

Por certo será possível encontrar nos textos sagrados muitas e muitas passagens marcadas por uma vontade histórica e existencial indubitável. Não é menos verdade que a tendência dominante portará a marca do eterno. O grande debate do antigo e do moderno, do qadim e do jadid, inscreve-se no centro mesmo da vida islâmica: "Nos árabes, o qadim, de tal forma vilipendiado pelos partidários do jadid, poderia ser um outro nome para 'orgânico'. Os tradicionalistas opõem voluntariamente tradição viva e tradição degenerada. Definamos o qadim como o avesso degenerado de algo que se poderia chamar arquetípico". Há um fundamentalismo inerente à cultura árabe-muçulmana. Donde essa nostalgia de uma ordem absoluta que o Alcorão, palavra incriada, revela de modo permanente, que a ideologia muçulmana nunca terá cessado de explicitar, e para a realização da qual as consciências muçulmanas, no fundo, nunca cessaram de laborar.

Sejamos atentos, como dezenas de gerações muçulmanas, a estas posições alcorânicas: "Nós seguramente enviamos Mensageiros antes de Ti. Nós demo-lhes esposas e posteridade: um Mensageiro não pode produzir um sinal senão com a Permissão de Deus. A cada termo uma Escritura. Deus cancela e confirma o que Ele quer. E Ele dispõe do Arquétipo da Escritura". Tudo tendo seu valor próprio, a existência histórica está sob estreita dependência do arquétipo escritural. A própria natureza da Profecia encarnada em uma comunidade viva, simbolizada aqui pela esposa e pela posteridade, inscreve o sentido divino no próprio cerne da historicidade. O signo da profecia não pode ser produzido senão segundo a ordem de Deus, que, dispondo apenas e soberanamente do absoluto arquétipo umm al-kitab (literalmente, "a mãe do livro"), pode apagar e confirmar o que Ele quer. O "a cada termo seu livro" (likulli ajalin kitab), tão controvertido segundo a teologia tradicional e moderna, permite seguramente uma compreensão historicizante da Palavra de Deus. Esta se encarna em formulações diferentes e ajustadas aos séculos. Mas o Sentido trans-histórico permanece o mesmo: a palavra pronunciada hic et nunc sempre remete à Palavra inefável. E, fora do arquétipo, não há senão sombras, ou melhor, o renascimento é um novo mergulho no absoluto.

A Sunna do Profeta e o fiqh que a segue não são ao cabo nada mais que uma explicitação contínua do absoluto. O esforço de compreensão, de exegese, de penetração da palavra divina são tantos outros pontos de vistas sucessivos sobre um sentido que permanece essencialmente idêntico a si próprio. Se a visada é histórica, o sentido visado é eterno.

É necessário também não temer a a-historicidade da Tradição. Ao contrário, uma rigorosa análise da cultura islâmica exige que nos situemos no coração da tradição e a tomemos em bloco. Pois o corpus global do Alcorão, do hadit, da exegese e do fiqh define uma ciência ('ilm) total e que quer apreender um mandamento atemporal definido pelos hudud Allah. Ele tem também de ser apreendido como tal.

Seguramente teria sido bastante apaixonante proceder a um estudo histórico e comparado da elaboração desse corpus. Seria possível mesmo fundar uma verdadeira "arqueologia" das visões islâmicas do mundo. Entretanto, tal não poderia nem deveria ser nosso objetivo. Por um lado, com efeito, faltam-nos muitas balizas: muita ignorância e muito pouco conhecimento da matéria. Por outro lado, e mais importante, projetar na Tradição preocupações históricas talvez seja pender seriamente para o anacronismo. Pois a Tradição justamente recusava a historicidade. E o que importa ao nosso propósito é tomar a Tradição como conjunto formado de aportes de diversas idades, de forma segura, mas constituído por uma ética que se quer atemporal. O fato é que gerações inteiras, não faz muito tempo, não perceberam de outra maneira a Tradição.

Há mais, ainda. Pois a imagem tradicional da tradição operava uma verdadeira inversão histórica.

O Modelo histórico encarnado pelo Profeta e descrito pela Sunna é um modelo "antigo". Entendemos por isso que quanto mais a história avança, mais os muçulmanos dela se afastam e mais a imagem coletiva que eles têm dela se degrada. Os Companheiros do Profeta eram verdadeiramente privilegiados: eles viviam em contato permanente e estreito com o Modelo ideal sob o qual, e por meio de cujas questões, eles podiam a qualquer instante fazer descer a Revelação, o Wahyi. Os Companheiros dos Companheiros, os Tabi'un, são forçosamente menos privilegiados. Ao menos tinham o recurso de consultar pessoas da geração heróica que viveram em contato com o Modelo profético. Esse recurso se atenuará no decurso dos anos, de modo que a imagem que o grupo tem do Modelo está, assim, em contínua degradação. Longe de ser a portadora do progresso, a história é recuo, afastamento progressivo em face do Modelo original que será forçosamente cada vez mais envolvido por um halo, aumentado, mistificado. História, profecia, lenda e mito terminam por se confundir.

Desde então, todo o sistema cultural árabe-muçulmano estará centrado nesta exigência: identificar, analisar, compreender a Tradição. A educação, a filosofia, a política, as artes, a própria ciência não serão senão uma propedêutica e uma arte de aprender a se conformar a esse modelo ideal revelado. Pode ser, decerto, que explicações objetivas dêem conta dessa história interrompida. Mas o que verdadeiramente conta para nós é notar quanto a personalidade de base árabe-muçulmana será marcada, e de maneira indelével, por esse pré-requisito. Em tudo procurar a conformidade com o passado. O comportamento exemplar será sempre restituição e restauração. Toda criação original posterior à Profecia será percebida como inovação e mesmo talvez como inovação condenável (bid'a). O esforço autêntico será voltado em direção à adequa-ção de si mesmo e do exemplo perfeito. Ele será recriação.

Nessas condições, vê-se quanto o problema da sexualidade será, em certo sentido, simplificado pela tradição árabe-muçulmana. A compreensão da sexualidade não partirá, afinal, de exigências internas ressentidas pelo indivíduo e pela comunidade. É necessário partir da vontade de Deus tal como foi revelada no Livro Sagrado. E, para melhor compreendê-la, é necessário fazer referência ao modelo realizado pelo Enviado de Deus. Nós trataremos, então, em um primeiro momento de apreender a representação sagrada da sexualidade. Do corpus tradicional concebido como um todo tira-se uma Weltanschauung cuja permanência até o momento atual define um conjunto de traços "invariantes" da personalidade árabe-muçulmana. É a aproximação em relação a esses traços que será o objeto de nossa primeira parte. Ela será quase exclusivamente voltada para o corpus tradicional, que desenvolve um verdadeiro superego, cuja influência preside a toda evolução cultural islâmica. Tomaremos o conjunto das impressões deixadas por essas idéias coletivas. Em um segundo momento, tentaremos analisar as dife-rentes maneiras como essa representação sagrada foi tomada pelas comunidades árabe-muçulmanas.

Só então, com efeito, a dialética do erótico e do sagrado, no exercício social islâmico, aparecerá para nós em toda sua majestade e em toda sua clareza e nos permitirá, acreditamos firmemente, compreender a natureza e o sentido profundo da crise atual do amor e da fé nas sociedades árabe-muçulmanas.

http://revistaquem.globo.com/Quem/0,6993,EQG1446253-3428,00.html

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Alagoas 24 Horas: Jovens usam viagra e similares por diversão (??!!)

domingo, 16 de janeiro de 2011

Estudo polêmico diz que genes podem influenciar sexualidade

15.09.2009 | 23h01

UOL

Pesquisadores dos Estados Unidos sugeriram que a genética pode explicar por que jovens que vivem em lares sem pai iniciam sua vida sexual antes das outras.

Os pesquisadores examinaram a vida de mais de mil adolescentes de 14 anos ou mais e que eram primos e analisaram perfis genéticos, além de fatores sociais como pobreza, oportunidades para educação e religião.

Quanto mais genes os adolescentes tinham em comum, mais próxima a idade em que tiveram a sua primeira relação sexual, independentemente da presença ou não do pai.

O estudo, publicado na revista "Child Development", diz que várias teorias destacam os fatores ambientais que influenciam esta associação entre pais ausentes e sexo precoce.

Fatores sociais

Uma das pesquisas sugere que, como as crianças observam uma relação instável e tensa entre os pais, elas aprendem que as pessoas não são confiáveis e crescem mais interessados em gratificação sexual do que em criar filhos.

Outra conclui que, como os adolescentes criados em lares com um só adulto podem vê-los engajados em comportamento sexual com parceiros com quem não são casados, podem considerar normal o sexo fora do casamento.

Uma terceira teoria sugere que uma família com um só adulto pode encorajar o adolescente a iniciar a vida sexual mais cedo por falta de controle dos pais. Ou seja, pai e mãe podem monitorar mais de perto as atividades do filho e suas redes sociais, reduzindo a oportunidade para praticar o sexo.

Resultados

Os pesquisadores da Universidade de Oregon compararam a média de idade da primeira relação sexual entre crianças cujos pais estavam sempre ausentes, parcialmente ausentes ou sempre presentes durante toda a infância.

Das crianças cujos pais estavam sempre ausentes, 63,2% disseram ter tido relações sexuais. No caso de pais ocasionalmente ausentes, esse índice foi de 52,5%.

Só 21% das crianças cujos pais estavam sempre presentes disseram ter vivido uma relação sexual.

A média de idade para a primeira relação sexual para crianças com pais sempre ausentes foi de 15,28. No segundo grupo a média foi de 15,36 e no terceiro, 16,11.

A chefe do estudo, Jane Mendle, disse: "A associação entre a ausência do pai e a sexualidade das crianças é melhor explicada pelas influências genéticas do que apenas por teorias ambientais".

"Claramente não existe um 'gene da ausência do pai', mas há fatores genéticos vindos de mães e pais que aumentam a probabilidade de um comportamento sexual mais precoce em seus filhos".

"Eles incluem impulsividade, uso e abuso de drogas, tendência a brigar e a buscar emoções fortes".

Mas Mendle disse que seu estudo não tem o poder de discriminar de maneira conclusiva entre fatores genéticos e ambientais e é necessário fazer pesquisas com um número maior de crianças.

Simon Blake, da ONG britânica para saúde sexual, Brook Advisory Centre, colocou em dúvida a ideia de que os genes são um fator preponderante na sexualidade precoce.

"Nós sabemos, graças a pesquisas, que os fatores associados aos jovens terem a primeira relação sexual mais cedo são: mau desempenho na escola, aprendendo sobre sexo só com amigos e mídia, situação sócio-econômica, experiência sexual precoce e a idade menor em que as meninas começam a menstruar".

"Todos os adolescentes precisam ter acesso a serviços confidenciais de saúde sexual, além de educação de boa qualidade sobre sexo e relacionamentos".

http://gazetaweb.globo.com/v2/noticias/texto_completo.php?c=185567&tipo=0

Sexualidade: obtenção de orgasmo feminino está vinculado ao amor?

09.09.2009 | 01h02

UOL

Sou uma mulher de 43 anos e sempre tive uma vida sexual satisfatória, sempre alcancei o orgasmo. Porém, nos meus três últimos relacionamentos não consigo atingi-lo. Eu me excito, mas não chego lá. Para que eu chegue ao orgasmo, preciso estar emocionalmente envolvida e sentir reciprocidade do meu companheiro. É normal isso ou sou imatura sexualmente? Parece que não consigo separar sexo de amor.

Resposta: Só conseguir chegar ao orgasmo se estiver envolvida emocionalmente não é uma questão de imaturidade, mas de valores, crenças e princípios. É seu jeito de ser, que foi construído ao longo de sua vida. Todos temos, mesmo que isto não seja claro para nós, regras que usamos para tomar nossas decisões. Estas nos dão a segurança interior de estar fazendo a coisa certa perante nós mesmos. Se você vai contra essas regras, começa a se sentir insegura, tensa e com certeza, se a situação estiver relacionada ao sexo, vai interferir para com a maneira como vai vivenciar essa experiência. Afinal, nosso corpo está integrado à nossa mente e à maneira como percebemos o mundo do qual fazemos parte.

Se é importante que você esteja envolvida emocionalmente e sentir reciprocidade do parceiro, deve procurar respeitar suas condições. No entanto, se nos últimos três relacionamentos você não seguiu essas regras, talvez elas estejam ultrapassadas dentro de você e precisem ser revistas. Afinal, as regras e as leis devem servir para facilitar a nossa vida e não para complicar. Uma dica é avaliar suas últimas experiências, foram boas, válidas? Se a resposta foi sim, então porque não se permitir vivê-las eventualmente? Temos que olhar, de vez em quando, para dentro de nós e perceber o por quê de nossas escolhas, principalmente se elas tem sido muito diferentes do habitual. Isto porque nossa tendência é usar um código interno de leis sem questioná-lo. É interessante perguntar para si:

De onde vem esta lei?

Para que ela me serve?

O resultado tem sido bom?

Estou feliz?

Às vezes temos que tomar decisões que nos frustram, nos deixam tristes, mas sabemos que se fizermos de outra forma, não nos sentiremos de bem com a gente. E nesse caso, se esta escolha for feita em função de nossa felicidade a médio ou longo prazo, mesmo que a curto não seja assim, temos que encarar. Mas se percebermos que estamos nos privando de ser felizes a curto, médio e longo prazo, por razões que nem damos tanto valor assim, ou para agradar aos outros, então é preciso uma revisão, que realmente não é fácil, mas necessária.

Assim, pare para pensar, avalie os prós e contras das escolhas que tem a fazer. Uma vez que entre em acordo consigo, é muito provável que volte a viver seus orgasmos de um jeito gostoso e prazeroso.

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