Falta de sono afeta o coração e causa impotência. Saiba como dormir melhor
Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR
20/05/2011 | 13h19 | Sono
Noites ‘mal dormidas’, em longo prazo, pode acarretar problemas cardíacos e até mesmo impotência. E não adianta correr para tomar catuaba, amendoim ou guaraná do amazonas, porque essas substâncias, supostamente ‘afrodisíacas’, são estimulantes naturais, ou seja, podem tirar ainda mais o seu sono. Mas calma, esses problemas de saúde afetam, em geral, pessoas que apresentam quadros crônicos de doenças, como insônia ou apneia, sem tratamento por alguns anos.
Desde criança, a pedagoga Sofia Gomes, de 51 anos, não sabe o que é dormir com tranqüilidade. Com um quadro freqüente de insônia, aos poucos, deixou de lado a preocupação com o fato de não dormir, para pensar no que fazer no tempo certamente desperta. “Sempre que ouvia a música ‘O Guarani, de Heitor Villa-Lobos, no final da programação da antiga TV Tupi, começava a pensar no que ia fazer para poder fazer passar o tempo. Acho que fui ′raciada com morcego”, brinca, garantindo, no entanto, que nunca fez uso de medicamentos a não ser em casos extremos e não faz acompanhamento clínico.
Assim como Sofia, 30% da população mundial sofrem frequentemente com uma das 80 doenças do sono. A insônia é a mais freqüente de todas, tanto que pode ser considerada ‘normal’, já que pelo menos 70% dos pernambucanos podem desenvolver quadros episódicos do problema, em especial mulheres e idosos em geral. A apneia, interrupção da respiração por alguns segundos, vem em seguida, se consolidando como o segundo principal problema. A incidência nos adultos chega a 4% dos homens e 2% das mulheres. Em longo prazo, os problemas para dormir acabam deixando a pessoa mais vulnerável a doenças como diabetes e hipertensão.
A informação é da doutora em neuropsiquiatria da Universidade Federal de Pernambuco, Clélia Franco, que acrescenta, ainda, que as crianças não estão alheias aos problemas na hora de dormir. “Elas podem desenvolver, em geral, epilepsias noturnas, sonambulismo e o chamado ‘terror noturno”, complementa. Os motivos mais comuns que podem fazer a pessoa perder o sono são problemas financeiros (48,2%) ou familiares (46%).
De acordo com a especialista, dormir menos ou mal por muito tempo pode provocar prejuízos metabólicos ou hormonais. “Os metabólicos, a pessoa só sente depois, durante o dia, porque as fases do sono não foram completas. Aí entram a irritabilidade, sonolência, dores musculares e cefaléia. Em casos crônicos, quando há privação do sono ao longo dos anos, a perda de libido acaba sendo comum”, explica.
O ideal para um adulto comum é dormir uma média de 8 horas diárias. Nos idosos, esse número cai para 6h (já que, normalmente, há um sono complementar no meio da tarde) e, nas crianças, o número sobe para 9h. Em alguns casos, esse número pode variar de acordo com o metabolismo. São os chamados ‘dormidores curtos e longos’, que necessitam, respectivamente de 4h e 10h de ‘recuperação’.
Em casos crônicos de perda de sono, é necessário acompanhamento médico e, em muitos casos, o uso de medicamentos controlados. A definição é apresentada após o exame de polissonografia, que consiste numa avaliação minuciosa de uma noite de sono, em que o paciente dorme na clínica. No entanto, algumas medidas podem ajudar a evitar o quadro crônico de perda do sono, é a chamada ‘higiene do sono’.
À noite, evite ingerir estimulantes, a exemplo de café, refrigerantes, bebidas alcoólicas ou chocolates. O excesso de proteínas, como no caso de carnes vermelhas, também deve ser deixado de lado, já que dificulta a digestão e causa um sono mais superficial. Pode-se priorizar o consumo de alimentos que contenham ‘triptofano’, substância que provoca relaxamento. Nesse caso estão o leite, sucos de frutas como maracujá, além de chás que contenham melissa ou passiflora, a exemplo da camomila. De qualquer forma, em caso de problemas insistentes, é necessário procurar um médico especializado.
Principais motivos que afetam o sono, segundo pesquisa da farmacêutica Roche Brasil*:
Financeiros (48,2%)
Familiares (46%)
Saúde (39,5%)
Ambiente de dormir (26,8%)
Perda de emprego (17,5%)
Prática de esporte perto da hora de dormir (6,2%)
Eleições (4,3%)
Principais sintomas das doenças do sono:
Ronco
Sono excessivo durante o dia
Esquecimento
Falta de concentração
Irritação
Sono agitado
Depressão
Dor de cabeça matinal
Envelhecimento precoce
Por Ed Wanderley. Colaborou Raphael Guerra
http://www.pernambuco.com/ultimas/nota.asp?materia=20110520131915&assunto=71&onde=VidaUrbana
domingo, 22 de maio de 2011
Sexualidade não é igual a gênero
Sexualidade não é igual a gênero
Joel Baum, diretor do Gender Spectrum, uma rede de apoio e educação norte-americana para famílias, crianças e adolescentes, fala sobre a necessidade de criarem um ambiente inclusivo para todos os gêneros
Publicação: 25/02/2011 20:12 Atualização: 26/02/2011 20:35
A formação da identidade de gênero é um processo que, na maioria dos casos, é natural. Entretanto, a sociedade ainda define os gêneros de forma bipolar: masculino ou feminino, o que causa transtornos aos pais com crianças que não se encaixam nas restritivas definições atuais. Joel Baum é diretor do Gender Spectrum, uma rede de apoio e educação norte-americana para famílias, crianças e adolescentes criarem um ambiente inclusivo para todos os gêneros. A Revista conversou com o especialista para esclarescer ainda mais sobre a necessidade de dar liberdade para as crianças descobrirem o que elas realmente são, e como os pais devem agir para aceitar os próprios filhos.
É sabido que as crianças desenvolvem a sexualidade desde que são bebês. Quando eles começam a entender o significado de gênero?
Sexualidade não é igual a gênero. A compreensão de uma criança das expectativas sociais atribuídas ao gênero começa muito cedo e é reforçada em muitas maneiras sutis - e não tão sutis - em toda a sua infância. Da maneira que os adultos tratam bebês do sexo masculino e feminino de forma bastante diferente. Esse processo continua à medida que crescem e inclui expectativas sobre as coisas que gostam de fazer, roupas que vestem, jogos, interesses e assim por diante. Essas expectativas são muitas vezes bastante estreitas, especialmente para uma criança com atributos do sexo masculino."Meninos não choram", "Aja como um homem" e muitas outras mensagens são entregues constantemente para os garotos. Mesmo os bem resolvidos em sua identidade como homens são levados a sentir que eles não são "suficientemente masculinos." Para as crianças que não têm o sentido de alinhamento entre o seu corpo e a sua identidade de gênero, essa diferença se torna muito clara desde muito cedo na vida. Em nosso trabalho com centenas de famílias em todo o mundo, ouvimos temas familiares e histórias:
• Quando pequeno, meu filho sempre preferiu brincar com as meninas.
• Minha filha gostava apenas dos personagens masculinos dos programas que assistia.
• Todos os bichos de pelúcia dele eram de meninas.
• Ela sempre pergunta quando é que vai ter um pênis.
• Por que Deus deu-me o corpo errado? • Posso pedir para ser um menino no Natal? Muitas famílias informam esses e muitos outros indicadores das primeiras lembranças de seus filhos enquanto cresciam. Para muitas crianças, desde o começo, é possível articular isso. Essa sensação de estar no corpo errado é bastante aguda. Combinado com as mensagens que estão recebendo constantemente sobre como deveriam ser, eles rapidamente enfrentam uma desconexão entre a forma como todos querem que eles ajam e como eles mesmos querem agir.
No caso do pequeno Dyson Kilodavis, você acha que os pais estão fazendo a coisa certa? Por quê?
Os pais de Dyson estão fazendo a coisa absolutamente certa. Eles estão guiando a criança enquanto ele expande sua própria compreensão de si mesmo. Novamente, temos que voltar para a dimensão de gênero. Com o quê Dyson gosta de brincar, ou como ele gosta de se vestir, não implica, automaticamente, qualquer coisa, exceto que ele gosta de brincar com certos brinquedos ou que ele gosta de vestir certas roupas. Seus pais permitindo que ele tenha espaço para ver o que ele gosta é um presente para ele. Enquanto muitos usam o argumento de que eles estão "encorajando-o a ser uma menina", isso pressupõe que ser uma menina significa gostar apenas de determinados brinquedos ou roupas. Isso simplesmente não é verdade. E se aplicarmos regras ainda mais restritivas? Permitir que as meninas usem calças significa que estamos incentivando-as a serem meninos? Permitir que um menino toque flauta o encoraja a ser uma menina? Naturalmente, essas declarações são ridículas. Contudo, muitas pessoas aplicam a mesma lógica no caso de Dyson. Nós não temos nenhuma evidência que sugere que incentivar interesses particulares, roupas ou brinquedos terão impacto na forma como a criança vê a si mesma. Se enquanto crescia você fosse obrigado a vestir roupas do sexo oposto, você sentiria que faz parte desse outro gênero? Eu afirmo que você não sentiria. Enquanto você poderia ter ficado confuso por seus pais pedirem para você usar, ou fazer, ou gostar de coisas que o "outro sexo" usava, fazia ou gostava, você não se sentiria diferente sobre quem você era. No entanto, temos ampla evidência de que obrigar uma criança a se vestir, brincar ou agir de uma maneira que é dita ser errada para elas causa depressão, e leva a um risco significativamente maior de coisas como o uso de drogas, ser vítima de violência, abandono da escola, infectar-se pelo HIV, tornar-se sem-teto e suicida. Nós não podemos fazer alguém sentir-se como algo que não é, mas podemos fazê-lo se sentir deprimido, confuso e angustiado.
Você acha que é mais difícil para os pais ou a criança aceitar que a sociedade tem definições restritivas de gêneros? E como você faz a consulta, treinamentos e eventos para ajudá-los?
Nossa experiência na realização de treinamentos nos Estados Unidos e no mundo é que os adultos têm muito mais dificuldade em entender as questões da diversidade de gênero que as crianças. Ou, dito de outro modo, os adultos aceitam mais as restrições da sociedade em torno do gênero do que as crianças. Os adultos são mais temerosos, mais rígidos e mais desconfortáveis com o gênero que não está de acordo com as expectativas sociais. Vez após vez, nós achamos que o trabalho que fazemos nos treinamentos em escolas é de longe mais difícil com os pais e os professores do que com as crianças. Quanto mais velhas as crianças ficam, mais rígidas se tornam, mas até estudantes do ensino médio, quando dados à chance de entender o gênero como um espectro de múltiplas dimensões, normalmente entendem. Quem entende mais do que uma criança ou adolescente o desejo de simplesmente poder ser você mesmo? O nosso trabalho de formação é projetado para iniciar com o entendimento de gênero como um espectro complexo e, em seguida, fornecendo exemplos de crianças, famílias e sistemas que aceitam sexo de maneiras mais aceitáveis. Nós, então, trabalhamos para ajudar as famílias e as crianças a ver que eles não estão sozinhos, que há outras crianças e famílias na mesma situação, e que isso não tem que ser uma coisa negativa. Trabalhamos para ajudar as escolas a se tornarem mais inclusivas sobre a diversidade de gênero para todas as crianças. Deve ser permitido a qualquer um jogar futebol, ou usar rosa, ou gostar de cozinhar, e não tem que ter a ver com o fato de usar cueca!
É normal ver meninos que usam algumas roupas da mãe ou meninas que gostam de futebol. Então, como podemos saber que a criança tem transtorno de gênero? E quando os pais têm que começar a se preocupar com eles?
Muitas crianças passam por fases de todos os tipos. Minha filha achou que era um cão por vários dias! Ao olhar para ver se o sexo de uma criança é, de fato, fora dos padrões típicos, pedimos aos pais para pensar sobre persistência e consistência. Isso é algo que vem acontecendo há muito tempo, durante um período de meses e meses? É algo que está constantemente ocorrendo, ou seja, a criança afirma constantemente um senso de gênero contrário ao que nasceu? O "isso é uma fase?" é uma questão muito comum. Os pais devem ficar preocupados quando veem seus filhos tornando-se deprimidos, retraídos, com raiva ou infelizes. No entanto, quando eles veem essas coisas, a questão não deve ser "o que há de errado com meu filho?", mas sim "o que está acontecendo para que meu filho se sinta dessa maneira?" Em outras palavras, a tristeza da criança é por causa do desejo de vestir roupas diferentes da maioria das pessoas do mesmo sexo, ou, mais provavelmente, pela forma como está sendo tratada por causa desse desejo? A criança está preocupada em se sentir "outra" ou porque sabe que seus pais, amigos ou a comunidade pode não aceitá-la? Essas são questões muito complicadas e se uma criança que está apresentando gênero de maneiras não tradicionais mostra quaisquer sinais de sofrimento mental, nós encorajamos os pais a procurar apoio profissional para ajudar a compreender as raízes dessa angústia. Mas é fundamental que eles procurem ajuda para entender melhor seus filhos e ajudar a criança a compreender a si mesma, e não simplesmente para ajudar seu filho a começar a "agir da forma que deveriam."
O entendimento da própria sexualidade desde a infância pode ser uma oportunidade para começar a vida sexual mais cedo?
Novamente, o próprio senso de gênero não significa automaticamente sua atividade sexual ou atrações. Não existem estudos que mostram que ajudar uma criança a compreender o seu próprio gênero aumentará sua atividade sexual. Saber como complexo e interessante é o gênero não cria um desejo de se tornarem sexualmente ativas.
Há muitos artistas que hoje exploram a androginia, como Lady Gaga e Justin Bieber. Eles podem confundir o entendimento dos jovens e crianças sobre sexo ou são apenas comportamentos atuais?
Em vez de confundir os jovens sobre sexo, artistas que empurram esses limites criam espaço para todas as pessoas serem elas mesmas. Os artistas são frequentemente as primeiras pessoas a explorarem temas que acabarão por tornar-se mais aceitáveis para todas as pessoas, e assim também com o gênero. O importante é que nós separamos os comportamentos, os olhares e as ações desses artistas, e qualquer pessoa dessa maneira, a partir de seu gênero. Torna-se problemático quando olhamos para um artista e falamos que eles "não estão agindo como um menino (ou menina) deveria", porque então começaremos a tomar um curso que só pode se tornar cada vez mais estreito.
Em vez disso, precisamos nos tornar mais confortáveis com a ideia de que existem muitas maneiras de ser meninos ou meninas, ou ambos, ou nenhum. O que importa é quem somos e como nós tratamos os outros. A história é marcada por níveis cada vez maiores de aceitação e celebração das diferenças, e assim também é com o gênero. Não é muito mais interessante desse jeito?
Para mais informações, acesse: http://www.genderspectrum.org/
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/revista/2011/02/25/interna_revista_correio,239922/sexualidade-nao-e-igual-a-genero.shtml
Joel Baum, diretor do Gender Spectrum, uma rede de apoio e educação norte-americana para famílias, crianças e adolescentes, fala sobre a necessidade de criarem um ambiente inclusivo para todos os gêneros
Publicação: 25/02/2011 20:12 Atualização: 26/02/2011 20:35
A formação da identidade de gênero é um processo que, na maioria dos casos, é natural. Entretanto, a sociedade ainda define os gêneros de forma bipolar: masculino ou feminino, o que causa transtornos aos pais com crianças que não se encaixam nas restritivas definições atuais. Joel Baum é diretor do Gender Spectrum, uma rede de apoio e educação norte-americana para famílias, crianças e adolescentes criarem um ambiente inclusivo para todos os gêneros. A Revista conversou com o especialista para esclarescer ainda mais sobre a necessidade de dar liberdade para as crianças descobrirem o que elas realmente são, e como os pais devem agir para aceitar os próprios filhos.
É sabido que as crianças desenvolvem a sexualidade desde que são bebês. Quando eles começam a entender o significado de gênero?
Sexualidade não é igual a gênero. A compreensão de uma criança das expectativas sociais atribuídas ao gênero começa muito cedo e é reforçada em muitas maneiras sutis - e não tão sutis - em toda a sua infância. Da maneira que os adultos tratam bebês do sexo masculino e feminino de forma bastante diferente. Esse processo continua à medida que crescem e inclui expectativas sobre as coisas que gostam de fazer, roupas que vestem, jogos, interesses e assim por diante. Essas expectativas são muitas vezes bastante estreitas, especialmente para uma criança com atributos do sexo masculino."Meninos não choram", "Aja como um homem" e muitas outras mensagens são entregues constantemente para os garotos. Mesmo os bem resolvidos em sua identidade como homens são levados a sentir que eles não são "suficientemente masculinos." Para as crianças que não têm o sentido de alinhamento entre o seu corpo e a sua identidade de gênero, essa diferença se torna muito clara desde muito cedo na vida. Em nosso trabalho com centenas de famílias em todo o mundo, ouvimos temas familiares e histórias:
• Quando pequeno, meu filho sempre preferiu brincar com as meninas.
• Minha filha gostava apenas dos personagens masculinos dos programas que assistia.
• Todos os bichos de pelúcia dele eram de meninas.
• Ela sempre pergunta quando é que vai ter um pênis.
• Por que Deus deu-me o corpo errado? • Posso pedir para ser um menino no Natal? Muitas famílias informam esses e muitos outros indicadores das primeiras lembranças de seus filhos enquanto cresciam. Para muitas crianças, desde o começo, é possível articular isso. Essa sensação de estar no corpo errado é bastante aguda. Combinado com as mensagens que estão recebendo constantemente sobre como deveriam ser, eles rapidamente enfrentam uma desconexão entre a forma como todos querem que eles ajam e como eles mesmos querem agir.
No caso do pequeno Dyson Kilodavis, você acha que os pais estão fazendo a coisa certa? Por quê?
Os pais de Dyson estão fazendo a coisa absolutamente certa. Eles estão guiando a criança enquanto ele expande sua própria compreensão de si mesmo. Novamente, temos que voltar para a dimensão de gênero. Com o quê Dyson gosta de brincar, ou como ele gosta de se vestir, não implica, automaticamente, qualquer coisa, exceto que ele gosta de brincar com certos brinquedos ou que ele gosta de vestir certas roupas. Seus pais permitindo que ele tenha espaço para ver o que ele gosta é um presente para ele. Enquanto muitos usam o argumento de que eles estão "encorajando-o a ser uma menina", isso pressupõe que ser uma menina significa gostar apenas de determinados brinquedos ou roupas. Isso simplesmente não é verdade. E se aplicarmos regras ainda mais restritivas? Permitir que as meninas usem calças significa que estamos incentivando-as a serem meninos? Permitir que um menino toque flauta o encoraja a ser uma menina? Naturalmente, essas declarações são ridículas. Contudo, muitas pessoas aplicam a mesma lógica no caso de Dyson. Nós não temos nenhuma evidência que sugere que incentivar interesses particulares, roupas ou brinquedos terão impacto na forma como a criança vê a si mesma. Se enquanto crescia você fosse obrigado a vestir roupas do sexo oposto, você sentiria que faz parte desse outro gênero? Eu afirmo que você não sentiria. Enquanto você poderia ter ficado confuso por seus pais pedirem para você usar, ou fazer, ou gostar de coisas que o "outro sexo" usava, fazia ou gostava, você não se sentiria diferente sobre quem você era. No entanto, temos ampla evidência de que obrigar uma criança a se vestir, brincar ou agir de uma maneira que é dita ser errada para elas causa depressão, e leva a um risco significativamente maior de coisas como o uso de drogas, ser vítima de violência, abandono da escola, infectar-se pelo HIV, tornar-se sem-teto e suicida. Nós não podemos fazer alguém sentir-se como algo que não é, mas podemos fazê-lo se sentir deprimido, confuso e angustiado.
Você acha que é mais difícil para os pais ou a criança aceitar que a sociedade tem definições restritivas de gêneros? E como você faz a consulta, treinamentos e eventos para ajudá-los?
Nossa experiência na realização de treinamentos nos Estados Unidos e no mundo é que os adultos têm muito mais dificuldade em entender as questões da diversidade de gênero que as crianças. Ou, dito de outro modo, os adultos aceitam mais as restrições da sociedade em torno do gênero do que as crianças. Os adultos são mais temerosos, mais rígidos e mais desconfortáveis com o gênero que não está de acordo com as expectativas sociais. Vez após vez, nós achamos que o trabalho que fazemos nos treinamentos em escolas é de longe mais difícil com os pais e os professores do que com as crianças. Quanto mais velhas as crianças ficam, mais rígidas se tornam, mas até estudantes do ensino médio, quando dados à chance de entender o gênero como um espectro de múltiplas dimensões, normalmente entendem. Quem entende mais do que uma criança ou adolescente o desejo de simplesmente poder ser você mesmo? O nosso trabalho de formação é projetado para iniciar com o entendimento de gênero como um espectro complexo e, em seguida, fornecendo exemplos de crianças, famílias e sistemas que aceitam sexo de maneiras mais aceitáveis. Nós, então, trabalhamos para ajudar as famílias e as crianças a ver que eles não estão sozinhos, que há outras crianças e famílias na mesma situação, e que isso não tem que ser uma coisa negativa. Trabalhamos para ajudar as escolas a se tornarem mais inclusivas sobre a diversidade de gênero para todas as crianças. Deve ser permitido a qualquer um jogar futebol, ou usar rosa, ou gostar de cozinhar, e não tem que ter a ver com o fato de usar cueca!
É normal ver meninos que usam algumas roupas da mãe ou meninas que gostam de futebol. Então, como podemos saber que a criança tem transtorno de gênero? E quando os pais têm que começar a se preocupar com eles?
Muitas crianças passam por fases de todos os tipos. Minha filha achou que era um cão por vários dias! Ao olhar para ver se o sexo de uma criança é, de fato, fora dos padrões típicos, pedimos aos pais para pensar sobre persistência e consistência. Isso é algo que vem acontecendo há muito tempo, durante um período de meses e meses? É algo que está constantemente ocorrendo, ou seja, a criança afirma constantemente um senso de gênero contrário ao que nasceu? O "isso é uma fase?" é uma questão muito comum. Os pais devem ficar preocupados quando veem seus filhos tornando-se deprimidos, retraídos, com raiva ou infelizes. No entanto, quando eles veem essas coisas, a questão não deve ser "o que há de errado com meu filho?", mas sim "o que está acontecendo para que meu filho se sinta dessa maneira?" Em outras palavras, a tristeza da criança é por causa do desejo de vestir roupas diferentes da maioria das pessoas do mesmo sexo, ou, mais provavelmente, pela forma como está sendo tratada por causa desse desejo? A criança está preocupada em se sentir "outra" ou porque sabe que seus pais, amigos ou a comunidade pode não aceitá-la? Essas são questões muito complicadas e se uma criança que está apresentando gênero de maneiras não tradicionais mostra quaisquer sinais de sofrimento mental, nós encorajamos os pais a procurar apoio profissional para ajudar a compreender as raízes dessa angústia. Mas é fundamental que eles procurem ajuda para entender melhor seus filhos e ajudar a criança a compreender a si mesma, e não simplesmente para ajudar seu filho a começar a "agir da forma que deveriam."
O entendimento da própria sexualidade desde a infância pode ser uma oportunidade para começar a vida sexual mais cedo?
Novamente, o próprio senso de gênero não significa automaticamente sua atividade sexual ou atrações. Não existem estudos que mostram que ajudar uma criança a compreender o seu próprio gênero aumentará sua atividade sexual. Saber como complexo e interessante é o gênero não cria um desejo de se tornarem sexualmente ativas.
Há muitos artistas que hoje exploram a androginia, como Lady Gaga e Justin Bieber. Eles podem confundir o entendimento dos jovens e crianças sobre sexo ou são apenas comportamentos atuais?
Em vez de confundir os jovens sobre sexo, artistas que empurram esses limites criam espaço para todas as pessoas serem elas mesmas. Os artistas são frequentemente as primeiras pessoas a explorarem temas que acabarão por tornar-se mais aceitáveis para todas as pessoas, e assim também com o gênero. O importante é que nós separamos os comportamentos, os olhares e as ações desses artistas, e qualquer pessoa dessa maneira, a partir de seu gênero. Torna-se problemático quando olhamos para um artista e falamos que eles "não estão agindo como um menino (ou menina) deveria", porque então começaremos a tomar um curso que só pode se tornar cada vez mais estreito.
Em vez disso, precisamos nos tornar mais confortáveis com a ideia de que existem muitas maneiras de ser meninos ou meninas, ou ambos, ou nenhum. O que importa é quem somos e como nós tratamos os outros. A história é marcada por níveis cada vez maiores de aceitação e celebração das diferenças, e assim também é com o gênero. Não é muito mais interessante desse jeito?
Para mais informações, acesse: http://www.genderspectrum.org/
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/revista/2011/02/25/interna_revista_correio,239922/sexualidade-nao-e-igual-a-genero.shtml
"Mulheres são melhores em esconder seus desejos homossexuais"
"Mulheres são melhores em esconder seus desejos homossexuais"
Em entrevista por e-mail à Revista, o terapeuta norte-americano Joe Kort fala sobre esse e outros temas polêmicos. Ele é autor do livro "10 smart things gay men can do to improve their lives", ainda inédito no Brasil
Rafael Campos
Publicação: 03/12/2010 18:12 Atualização: 03/12/2010 20:02
Em um dos seus artigos, o senhor disse que "tanto o parceiro gay quando o parceiro heterossexual terão suas formas individuais de sair do armário". Quais são as diferenças entre esses processos? É mais difícil para o homossexual ou o heterossexual?
A diferença é que o parceiro gay tem um onda de excitação por poder, para, finalmente, ser congruente e íntrego com sua identidade sexual e romântica. Já o parceiro heterossexual nunca sente excitação, apenas traição, dor e raiva. Os parceiros gays têm mais suporte e isso é positivo e dá esperanças. Os parceiros heterossexuais encontram apoio em outros que passarem pela mesma situação e pela falta de vontade de falar sobre o que aconteceu. A eles não é oferecido o mesmo tipo de esperança que para os homossexuais. Embora nem sempre aconteça isso, o cônjuge heterossexual tem que buscar apoio de pessoas que não vilanizem o parceiro gay e não o vitimizem.
O senhor diz que é possível manter o casamento depois que um dos parceiros assume a sexualidade. O sexo não será importante para essa relação?
Depende da idade do casal, de quanto tempo eles estão juntos, se têm filhos e vários outros fatores. Muitos casais de orientação sexual mista continuam juntos e fazem sexo, além de manter relacionamentos paralelos. Muitas vezes, só o cônjuge gay tem uma vida separada. O amor e a ligação entre eles, porém, se mantêm fortes. Na tentativa de manter a família intacta, acabam tendo uma relação aberta.
O Brasil possui uma sociedade preconceituosa em relação aos gays. O mais comum aqui é esconder a situação e simplesmente dar fim ao relacionamento, sem nenhuma desculpa. O senhor acha que é importante contar o motivo da separação? Há alguma forma tranquila de fazer isso? E é justo contar aos filhos sobre a sexualidade do pai ou mãe?
É sempre importante e nem sempre seguro. Se há risco de perder o emprego, a moradia, ou mesmo de abuso físico e emocional, eu não recomendo. Selecionar as pessoas que saberão é o melhor a fazer. No caso das crianças, em qualquer idade elas conseguem lidar com a informação de que têm um pai ou mãe gay. O que eles não conseguem lidar é com a homofobia dos outros. Quando há o divórcio, sempre aconselho os casais a contar as crianças da separação primeiro e, sobre a sexualidade, depois. Os dois ao mesmo tempo pode ser estressante para os filhos.
Por que, mesmo em 2010, há tantas pessoas que pensam que sua sexualidade pode ser mudada com um casamento? O senhor acredita que estamos em um caminho no qual o preconceito será tão pequeno que casamentos de sexualidades mistas não irão mais existir?
Porque as pessoas ainda acreditam que sua homossexualidade é apenas algo sexual. Não percebem que ela é uma identidade emergente que, com o tempo, os compele a criar uma vida gay para eles mesmos. As crianças são educadas para pensar que a homossexualidade é errada e só tem relação com o sexo. Enquanto a educacação delas não mostrar que ser homossexual é idêntico a ser heterossexual, vamos sempre ver casamentos de sexualidades mistas.
Quando e de que forma os homens gays contam à suas esposas sobre a própria sexualidade?
Depende. Se há crianças, aconselho não contar até que a separação tenha acontecido, já que essa informação pode ser usada contra o pai gay, na tentativa de impedí-lo de ver os filhos. Se isso não é um problema, o melhor é contar a ela imediatamente após a compreenssão da sexualidade, para que ela não se sinta culpada.
Por que, em muitos casos, as mulheres se sentem culpadas da sexualidade dos maridos?
Elas sentem que isso é algo pessoal, que se elas tivessem sido mais sexuais ou mais feminina ou mais qualquer coisa, seu marido não teria se tornado gay. Tudo isso é falso. As mulheres tendem a assumir os problemas alheios e ela precisa ouvir, repetidamente, que a homossexualidade do seu marido não tem relação alguma com ela. Ele casou-se sendo gay.
Atualmente, nós ainda conseguimos achar homens ou mulheres que se casam sem ter noção da própria sexualidade?
Eles não sabem que são gays porque são recompensados ao esconder a sexualidade até deles mesmos. Mulheres são melhores em esconder seus desejos homossexuais que os homens. Como os homens não são bons em esconder esses desejos, eles podem até sentir atração sexual, mas vão pensar que tem apenas a mente aberta e nunca chamarão isso de homossexualidade.
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/revista/2010/12/03/interna_revista_correio,226078/mulheres-sao-melhores-em-esconder-seus-desejos-homossexuais.shtml
Em entrevista por e-mail à Revista, o terapeuta norte-americano Joe Kort fala sobre esse e outros temas polêmicos. Ele é autor do livro "10 smart things gay men can do to improve their lives", ainda inédito no Brasil
Rafael Campos
Publicação: 03/12/2010 18:12 Atualização: 03/12/2010 20:02
Em um dos seus artigos, o senhor disse que "tanto o parceiro gay quando o parceiro heterossexual terão suas formas individuais de sair do armário". Quais são as diferenças entre esses processos? É mais difícil para o homossexual ou o heterossexual?
A diferença é que o parceiro gay tem um onda de excitação por poder, para, finalmente, ser congruente e íntrego com sua identidade sexual e romântica. Já o parceiro heterossexual nunca sente excitação, apenas traição, dor e raiva. Os parceiros gays têm mais suporte e isso é positivo e dá esperanças. Os parceiros heterossexuais encontram apoio em outros que passarem pela mesma situação e pela falta de vontade de falar sobre o que aconteceu. A eles não é oferecido o mesmo tipo de esperança que para os homossexuais. Embora nem sempre aconteça isso, o cônjuge heterossexual tem que buscar apoio de pessoas que não vilanizem o parceiro gay e não o vitimizem.
O senhor diz que é possível manter o casamento depois que um dos parceiros assume a sexualidade. O sexo não será importante para essa relação?
Depende da idade do casal, de quanto tempo eles estão juntos, se têm filhos e vários outros fatores. Muitos casais de orientação sexual mista continuam juntos e fazem sexo, além de manter relacionamentos paralelos. Muitas vezes, só o cônjuge gay tem uma vida separada. O amor e a ligação entre eles, porém, se mantêm fortes. Na tentativa de manter a família intacta, acabam tendo uma relação aberta.
O Brasil possui uma sociedade preconceituosa em relação aos gays. O mais comum aqui é esconder a situação e simplesmente dar fim ao relacionamento, sem nenhuma desculpa. O senhor acha que é importante contar o motivo da separação? Há alguma forma tranquila de fazer isso? E é justo contar aos filhos sobre a sexualidade do pai ou mãe?
É sempre importante e nem sempre seguro. Se há risco de perder o emprego, a moradia, ou mesmo de abuso físico e emocional, eu não recomendo. Selecionar as pessoas que saberão é o melhor a fazer. No caso das crianças, em qualquer idade elas conseguem lidar com a informação de que têm um pai ou mãe gay. O que eles não conseguem lidar é com a homofobia dos outros. Quando há o divórcio, sempre aconselho os casais a contar as crianças da separação primeiro e, sobre a sexualidade, depois. Os dois ao mesmo tempo pode ser estressante para os filhos.
Por que, mesmo em 2010, há tantas pessoas que pensam que sua sexualidade pode ser mudada com um casamento? O senhor acredita que estamos em um caminho no qual o preconceito será tão pequeno que casamentos de sexualidades mistas não irão mais existir?
Porque as pessoas ainda acreditam que sua homossexualidade é apenas algo sexual. Não percebem que ela é uma identidade emergente que, com o tempo, os compele a criar uma vida gay para eles mesmos. As crianças são educadas para pensar que a homossexualidade é errada e só tem relação com o sexo. Enquanto a educacação delas não mostrar que ser homossexual é idêntico a ser heterossexual, vamos sempre ver casamentos de sexualidades mistas.
Quando e de que forma os homens gays contam à suas esposas sobre a própria sexualidade?
Depende. Se há crianças, aconselho não contar até que a separação tenha acontecido, já que essa informação pode ser usada contra o pai gay, na tentativa de impedí-lo de ver os filhos. Se isso não é um problema, o melhor é contar a ela imediatamente após a compreenssão da sexualidade, para que ela não se sinta culpada.
Por que, em muitos casos, as mulheres se sentem culpadas da sexualidade dos maridos?
Elas sentem que isso é algo pessoal, que se elas tivessem sido mais sexuais ou mais feminina ou mais qualquer coisa, seu marido não teria se tornado gay. Tudo isso é falso. As mulheres tendem a assumir os problemas alheios e ela precisa ouvir, repetidamente, que a homossexualidade do seu marido não tem relação alguma com ela. Ele casou-se sendo gay.
Atualmente, nós ainda conseguimos achar homens ou mulheres que se casam sem ter noção da própria sexualidade?
Eles não sabem que são gays porque são recompensados ao esconder a sexualidade até deles mesmos. Mulheres são melhores em esconder seus desejos homossexuais que os homens. Como os homens não são bons em esconder esses desejos, eles podem até sentir atração sexual, mas vão pensar que tem apenas a mente aberta e nunca chamarão isso de homossexualidade.
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/revista/2010/12/03/interna_revista_correio,226078/mulheres-sao-melhores-em-esconder-seus-desejos-homossexuais.shtml
Pesquisa revela dilemas sexuais femininos
6/09/2010 -
Pesquisa revela dilemas sexuais femininos
UnB Agência
Psicóloga analisou a prática do sexo casual entre mulheres de 20 a 30 anos e viu que elas vivem uma confusão de sentimentos
Dúvida, insegurança e desencanto fazem parte da sexualidade da mulher contemporânea, como mostra a dissertação de mestrado da psicóloga Fernanda Jota. A pesquisa procurou compreender as questões subjetivas suscitadas pela prática do sexo casual.
Fernanda colheu depoimentos sobre o tema em revistas populares e realizou entrevistas com mulheres entre 20 e 30 anos. O estudo revelou que a mulher tem dificuldade de se encontrar dentro da vivência da própria sexualidade. “Ela vive uma confusão de demandas. Quer liberdade sexual, mas também ser amada”, afirma Fernanda.
A liberdade sexual experimentada na atualidade tem relação com o direito adquirido de disporem de si mesmas e de seus corpos. Nas últimas décadas, a mulher lutou para ter os mesmos direitos dos homens, mas isso trouxe outros questionamentos. “É possível ser igual em termos sociais e políticos, mas não em termos psicológicos e sexuais”, explica Fernanda. Segundo a pesquisa, a mulher tem dúvida em relação à posição feminina, sente insegurança nas relações com o sexo oposto e desencanto com uma perspectiva de futuro.
Homens e mulheres possuem uma constituição subjetiva diferente. “A psicanálise mostra que quanto ao desejo, a igualdade nunca ocorrerá. A mulher tem uma visão diferente do amor”. A maioria das mulheres buscaria mais amar do que ser amada.
Discurso da mídia
A análise dos depoimentos encontrados nas revistas femininas e masculinas mostrou que a mídia tenta naturalizar a prática do sexo casual e impele a mulher a colocar-se em um lugar desagradável. “Muitas mulheres seguem o que leram sem questionar, perdem-se no meio dos sentimentos e acabam nas clínicas psicológicas”, afirma Fernanda.
Estudo realizado pela Universidade de Durham, na Inglaterra, confirmou que o sexo casual não é uma prática agradável para a maioria das mulheres. Segundo a pesquisa, 80% dos homens aprovam encontros casuais. Entre as mulheres a aprovação cai para 54%.
A análise do discurso midiático e a pesquisa inglesa revelam visões desalinhadas. As mulheres da revista defendem o sexo casual como algo prazeroso, sem nenhuma falta ou desconforto. As mulheres entrevistadas na pesquisa aceitam como algo prazeroso, mas que causa uma espécie de ressaca moral.
Desafio
Para Fernanda, o resultado do estudo mostra que não existe uma busca feminina pelo sexo casual, mas esse tem sido um modo das mulheres abrirem as portas para um relacionamento. “O desafio da mulher moderna é compreender e aceitar as diferenças. A mulher não pode aceitar, sem questionamentos, tudo o que a sociedade impõe. Ela precisa respeitar seus desejos, necessidades e valores”, conclui.
http://www.correioweb.com.br/euestudante/noticias.php?id=14040
Pesquisa revela dilemas sexuais femininos
UnB Agência
Psicóloga analisou a prática do sexo casual entre mulheres de 20 a 30 anos e viu que elas vivem uma confusão de sentimentos
Dúvida, insegurança e desencanto fazem parte da sexualidade da mulher contemporânea, como mostra a dissertação de mestrado da psicóloga Fernanda Jota. A pesquisa procurou compreender as questões subjetivas suscitadas pela prática do sexo casual.
Fernanda colheu depoimentos sobre o tema em revistas populares e realizou entrevistas com mulheres entre 20 e 30 anos. O estudo revelou que a mulher tem dificuldade de se encontrar dentro da vivência da própria sexualidade. “Ela vive uma confusão de demandas. Quer liberdade sexual, mas também ser amada”, afirma Fernanda.
A liberdade sexual experimentada na atualidade tem relação com o direito adquirido de disporem de si mesmas e de seus corpos. Nas últimas décadas, a mulher lutou para ter os mesmos direitos dos homens, mas isso trouxe outros questionamentos. “É possível ser igual em termos sociais e políticos, mas não em termos psicológicos e sexuais”, explica Fernanda. Segundo a pesquisa, a mulher tem dúvida em relação à posição feminina, sente insegurança nas relações com o sexo oposto e desencanto com uma perspectiva de futuro.
Homens e mulheres possuem uma constituição subjetiva diferente. “A psicanálise mostra que quanto ao desejo, a igualdade nunca ocorrerá. A mulher tem uma visão diferente do amor”. A maioria das mulheres buscaria mais amar do que ser amada.
Discurso da mídia
A análise dos depoimentos encontrados nas revistas femininas e masculinas mostrou que a mídia tenta naturalizar a prática do sexo casual e impele a mulher a colocar-se em um lugar desagradável. “Muitas mulheres seguem o que leram sem questionar, perdem-se no meio dos sentimentos e acabam nas clínicas psicológicas”, afirma Fernanda.
Estudo realizado pela Universidade de Durham, na Inglaterra, confirmou que o sexo casual não é uma prática agradável para a maioria das mulheres. Segundo a pesquisa, 80% dos homens aprovam encontros casuais. Entre as mulheres a aprovação cai para 54%.
A análise do discurso midiático e a pesquisa inglesa revelam visões desalinhadas. As mulheres da revista defendem o sexo casual como algo prazeroso, sem nenhuma falta ou desconforto. As mulheres entrevistadas na pesquisa aceitam como algo prazeroso, mas que causa uma espécie de ressaca moral.
Desafio
Para Fernanda, o resultado do estudo mostra que não existe uma busca feminina pelo sexo casual, mas esse tem sido um modo das mulheres abrirem as portas para um relacionamento. “O desafio da mulher moderna é compreender e aceitar as diferenças. A mulher não pode aceitar, sem questionamentos, tudo o que a sociedade impõe. Ela precisa respeitar seus desejos, necessidades e valores”, conclui.
http://www.correioweb.com.br/euestudante/noticias.php?id=14040
De frente com Gabi: autora Regina Navarro é atração desse domingo
Faz palestra em THE na sexta - 22/05/2011 às 08:10h
De frente com Gabi: autora Regina Navarro é atração desse domingo
Terapeuta sexual ministra palestra na próxima sexta (27); vai falar sobre amor e sexo
Terapeuta sexual fará palestra em Teresina
“Ela só pensa naquilo”. É assim que Marília Gabriela apresenta a convidada deste domingo (22/05) em seu programa De Frente com Gabi, a partir das 22h. Regina Navarro Lins é autora do livro “A Cama na Varanda”. A terapeuta fala sobre as mudanças nos hábitos sexuais dos brasileiros, preconceito, saúde sexual e outros assuntos.
Em tempo, vale lembrar que a terapeuta é a segunda convidada do “Ciclo de Palestras”, organizado pelo Instituto Civitas onde abordará o tema “Amor e sexo: o futuro que se anuncia”. O evento acontece na próxima sexta-feira (27/05), às 19h, no Cine Teatro da Assembleia.
Regina Navarro Lins é carioca. Psicanalista, oferece terapia individual e de casais em seu consultório particular. Foi professora de Psicologia da PUC–Rio, apresentou um programa diário sobre relacionamento amoroso e sexual na Rádio Cidade, do Rio de Janeiro, e colaborou para o Jornal do Brasil e o Jornal da Tarde. Atualmente, apresenta crônica semanal na Rádio Metrópole, de Salvador, e é colunista do jornal O Dia e do portal IG. Em sua carreira, Regina realizou mais de duzentas palestras e workshops sobre amor, casamento e sexo. É autora de dez livros, entre eles o best seller A Cama na Varanda, publicado pela Editora BestSeller.
Veja abaixo algumas frases da entrevista que Regina afirmou ao participar da entrevista com Marília Gabriela:
• Os contos de fada nunca contam o que acontece depois.
• Hoje, as pessoas casam por necessidade.
• Sou a favor do casamento desde que as pessoas reformulem suas expectativas.
• Amor romântico não é mandar flores.
• Casamento é onde se faz menos sexo.
• A tendência é o casamento diminuir. No papel, já está diminuindo.
• (No casamento) As pessoas criam dependência emocional e viram irmãs.
• O homem sempre teve relações extraconjugais e isso é tranquilo para ele.
• Os homens estão começando a se libertar do papel de macho.
• Haverá um aumento da bissexualidade.
• Aquele machão estereotipado está perdendo espaço.
• As pessoas começam a ver o sexo como uma coisa boa.
• Sexo sempre foi uma fonte de sofrimento.
http://180graus.com/gente/de-frente-com-gabi-autora-regina-navarro-e-atracao-desse-domingo-428361.html
De frente com Gabi: autora Regina Navarro é atração desse domingo
Terapeuta sexual ministra palestra na próxima sexta (27); vai falar sobre amor e sexo
Terapeuta sexual fará palestra em Teresina
“Ela só pensa naquilo”. É assim que Marília Gabriela apresenta a convidada deste domingo (22/05) em seu programa De Frente com Gabi, a partir das 22h. Regina Navarro Lins é autora do livro “A Cama na Varanda”. A terapeuta fala sobre as mudanças nos hábitos sexuais dos brasileiros, preconceito, saúde sexual e outros assuntos.
Em tempo, vale lembrar que a terapeuta é a segunda convidada do “Ciclo de Palestras”, organizado pelo Instituto Civitas onde abordará o tema “Amor e sexo: o futuro que se anuncia”. O evento acontece na próxima sexta-feira (27/05), às 19h, no Cine Teatro da Assembleia.
Regina Navarro Lins é carioca. Psicanalista, oferece terapia individual e de casais em seu consultório particular. Foi professora de Psicologia da PUC–Rio, apresentou um programa diário sobre relacionamento amoroso e sexual na Rádio Cidade, do Rio de Janeiro, e colaborou para o Jornal do Brasil e o Jornal da Tarde. Atualmente, apresenta crônica semanal na Rádio Metrópole, de Salvador, e é colunista do jornal O Dia e do portal IG. Em sua carreira, Regina realizou mais de duzentas palestras e workshops sobre amor, casamento e sexo. É autora de dez livros, entre eles o best seller A Cama na Varanda, publicado pela Editora BestSeller.
Veja abaixo algumas frases da entrevista que Regina afirmou ao participar da entrevista com Marília Gabriela:
• Os contos de fada nunca contam o que acontece depois.
• Hoje, as pessoas casam por necessidade.
• Sou a favor do casamento desde que as pessoas reformulem suas expectativas.
• Amor romântico não é mandar flores.
• Casamento é onde se faz menos sexo.
• A tendência é o casamento diminuir. No papel, já está diminuindo.
• (No casamento) As pessoas criam dependência emocional e viram irmãs.
• O homem sempre teve relações extraconjugais e isso é tranquilo para ele.
• Os homens estão começando a se libertar do papel de macho.
• Haverá um aumento da bissexualidade.
• Aquele machão estereotipado está perdendo espaço.
• As pessoas começam a ver o sexo como uma coisa boa.
• Sexo sempre foi uma fonte de sofrimento.
http://180graus.com/gente/de-frente-com-gabi-autora-regina-navarro-e-atracao-desse-domingo-428361.html
Everything you always wanted to know about female ejaculation (but were afraid to ask)
Everything you always wanted to know about female ejaculation (but were afraid to ask)
28 May 2009 by Sharon Moalem
Magazine issue 2710. Subscribe and save
For similar stories, visit the Love and Sex Topic Guide
See also Six things science has revealed about the female orgasm
WHEN the British Board of Film Classification ordered 6 minutes and 12 seconds of material cut from British Cum Queens in 2002, they found themselves under attack from an unlikely quarter: a group of feminists.
The offending segment showed some of the female participants apparently ejaculating fluid from their genitals on orgasm. The film board stated that female ejaculation did not exist, so the actresses must have been urinating. And urinating on another actor on film is banned under the UK's Obscene Publications Act.
The group Feminists Against Censorship marshalled all the scientific evidence they could find to prove that some women do in fact ejaculate. The film board eventually backed down from its complete denial of the phenomenon, stating that female ejaculation was a "controversial and much debated area".
It was only a partial climbdown, however, as ...
http://www.newscientist.com/article/mg20227101.200-everything-you-always-wanted-to-know-about-female-ejaculation-but-were-afraid-to-ask.html
28 May 2009 by Sharon Moalem
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See also Six things science has revealed about the female orgasm
WHEN the British Board of Film Classification ordered 6 minutes and 12 seconds of material cut from British Cum Queens in 2002, they found themselves under attack from an unlikely quarter: a group of feminists.
The offending segment showed some of the female participants apparently ejaculating fluid from their genitals on orgasm. The film board stated that female ejaculation did not exist, so the actresses must have been urinating. And urinating on another actor on film is banned under the UK's Obscene Publications Act.
The group Feminists Against Censorship marshalled all the scientific evidence they could find to prove that some women do in fact ejaculate. The film board eventually backed down from its complete denial of the phenomenon, stating that female ejaculation was a "controversial and much debated area".
It was only a partial climbdown, however, as ...
http://www.newscientist.com/article/mg20227101.200-everything-you-always-wanted-to-know-about-female-ejaculation-but-were-afraid-to-ask.html
Sound of sex could alert internet porn filter
Sound of sex could alert internet porn filter
15:13 20 May 2011 by Jacob Aron
For similar stories, visit the Love and Sex Topic Guide
It doesn't take much imagination to guess what a porn video sounds like. It's more impressive, however, when it's a computer that's doing the guessing.
Automatic image-analysis systems are already used to catch unwanted pornography before it reaches a computer monitor. But they often struggle to distinguish between indecent imagery and more innocuous pictures with large flesh-coloured regions, such as a person in swimwear or a close-up face. Analysing the audio for a "sexual scream or moan" could solve the problem, say electrical engineers MyungJong Kim and Hoirin Kim at the Korea Advanced Institute of Science and Technology in Daejeon, South Korea.
The pair used a signal-processing technique called the Radon transform to create spectrograms of a variety of audio clips, each just half a second long. They found that speech signals are normally low-pitched and musical clips have a wide range of pitches; both vary only gradually over time. In contrast, pornographic sounds tend to be higher-pitched, change quickly and also periodically repeat.
These characteristics allow software to distinguish smutty audio from other content. The researchers used a statistical model to classify sounds as pornographic or non-pornographic according to their spectral characteristics, and tested it on audio taken from online videos. The non-sexual audio clips included music, movies, news and sport.
The model outperformed other audio-based techniques, correctly identifying 93 per cent of the pornographic content from the test clips. The clips it missed had confusable sound, such as background music, causing the model to misclassify some lewd clips. Comedy shows with laughter were also sometimes mistaken for pornography, as the loud audience cheers and cries share similar spectral characteristics to sexual sounds.
Yes, yes, oh yes
"It's quite ingenious," says Richard Harvey, a computer scientist at the University of East Anglia in Norwich, UK, who previously worked on image-based pornography detection. But image-based methods are no less accurate, he says, and only require a single frame whereas the performance of the audio method needs to analyse longer clips.
He suggests it might be better to combine both methods to weed out unusual cases: "Think of that scene in When Harry Met Sally [in which a female character fakes an orgasm while fully clothed in a diner] – the audio is very clearly pointing in one direction, but the video is not."
The researchers will present the work at the International Workshop on Content-Based Multimedia Indexing in Madrid, Spain, next month.
http://www.newscientist.com/article/dn20498-sound-of-sex-could-alert-internet-porn-filter.html
15:13 20 May 2011 by Jacob Aron
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It doesn't take much imagination to guess what a porn video sounds like. It's more impressive, however, when it's a computer that's doing the guessing.
Automatic image-analysis systems are already used to catch unwanted pornography before it reaches a computer monitor. But they often struggle to distinguish between indecent imagery and more innocuous pictures with large flesh-coloured regions, such as a person in swimwear or a close-up face. Analysing the audio for a "sexual scream or moan" could solve the problem, say electrical engineers MyungJong Kim and Hoirin Kim at the Korea Advanced Institute of Science and Technology in Daejeon, South Korea.
The pair used a signal-processing technique called the Radon transform to create spectrograms of a variety of audio clips, each just half a second long. They found that speech signals are normally low-pitched and musical clips have a wide range of pitches; both vary only gradually over time. In contrast, pornographic sounds tend to be higher-pitched, change quickly and also periodically repeat.
These characteristics allow software to distinguish smutty audio from other content. The researchers used a statistical model to classify sounds as pornographic or non-pornographic according to their spectral characteristics, and tested it on audio taken from online videos. The non-sexual audio clips included music, movies, news and sport.
The model outperformed other audio-based techniques, correctly identifying 93 per cent of the pornographic content from the test clips. The clips it missed had confusable sound, such as background music, causing the model to misclassify some lewd clips. Comedy shows with laughter were also sometimes mistaken for pornography, as the loud audience cheers and cries share similar spectral characteristics to sexual sounds.
Yes, yes, oh yes
"It's quite ingenious," says Richard Harvey, a computer scientist at the University of East Anglia in Norwich, UK, who previously worked on image-based pornography detection. But image-based methods are no less accurate, he says, and only require a single frame whereas the performance of the audio method needs to analyse longer clips.
He suggests it might be better to combine both methods to weed out unusual cases: "Think of that scene in When Harry Met Sally [in which a female character fakes an orgasm while fully clothed in a diner] – the audio is very clearly pointing in one direction, but the video is not."
The researchers will present the work at the International Workshop on Content-Based Multimedia Indexing in Madrid, Spain, next month.
http://www.newscientist.com/article/dn20498-sound-of-sex-could-alert-internet-porn-filter.html
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