domingo, 22 de maio de 2011

Falta de sono afeta o coração e causa impotência. Saiba como dormir melhor

Falta de sono afeta o coração e causa impotência. Saiba como dormir melhor
Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR
20/05/2011 | 13h19 | Sono

Noites ‘mal dormidas’, em longo prazo, pode acarretar problemas cardíacos e até mesmo impotência. E não adianta correr para tomar catuaba, amendoim ou guaraná do amazonas, porque essas substâncias, supostamente ‘afrodisíacas’, são estimulantes naturais, ou seja, podem tirar ainda mais o seu sono. Mas calma, esses problemas de saúde afetam, em geral, pessoas que apresentam quadros crônicos de doenças, como insônia ou apneia, sem tratamento por alguns anos.
Desde criança, a pedagoga Sofia Gomes, de 51 anos, não sabe o que é dormir com tranqüilidade. Com um quadro freqüente de insônia, aos poucos, deixou de lado a preocupação com o fato de não dormir, para pensar no que fazer no tempo certamente desperta. “Sempre que ouvia a música ‘O Guarani, de Heitor Villa-Lobos, no final da programação da antiga TV Tupi, começava a pensar no que ia fazer para poder fazer passar o tempo. Acho que fui ′raciada com morcego”, brinca, garantindo, no entanto, que nunca fez uso de medicamentos a não ser em casos extremos e não faz acompanhamento clínico.
Assim como Sofia, 30% da população mundial sofrem frequentemente com uma das 80 doenças do sono. A insônia é a mais freqüente de todas, tanto que pode ser considerada ‘normal’, já que pelo menos 70% dos pernambucanos podem desenvolver quadros episódicos do problema, em especial mulheres e idosos em geral. A apneia, interrupção da respiração por alguns segundos, vem em seguida, se consolidando como o segundo principal problema. A incidência nos adultos chega a 4% dos homens e 2% das mulheres. Em longo prazo, os problemas para dormir acabam deixando a pessoa mais vulnerável a doenças como diabetes e hipertensão.
A informação é da doutora em neuropsiquiatria da Universidade Federal de Pernambuco, Clélia Franco, que acrescenta, ainda, que as crianças não estão alheias aos problemas na hora de dormir. “Elas podem desenvolver, em geral, epilepsias noturnas, sonambulismo e o chamado ‘terror noturno”, complementa. Os motivos mais comuns que podem fazer a pessoa perder o sono são problemas financeiros (48,2%) ou familiares (46%).
De acordo com a especialista, dormir menos ou mal por muito tempo pode provocar prejuízos metabólicos ou hormonais. “Os metabólicos, a pessoa só sente depois, durante o dia, porque as fases do sono não foram completas. Aí entram a irritabilidade, sonolência, dores musculares e cefaléia. Em casos crônicos, quando há privação do sono ao longo dos anos, a perda de libido acaba sendo comum”, explica.
O ideal para um adulto comum é dormir uma média de 8 horas diárias. Nos idosos, esse número cai para 6h (já que, normalmente, há um sono complementar no meio da tarde) e, nas crianças, o número sobe para 9h. Em alguns casos, esse número pode variar de acordo com o metabolismo. São os chamados ‘dormidores curtos e longos’, que necessitam, respectivamente de 4h e 10h de ‘recuperação’.
Em casos crônicos de perda de sono, é necessário acompanhamento médico e, em muitos casos, o uso de medicamentos controlados. A definição é apresentada após o exame de polissonografia, que consiste numa avaliação minuciosa de uma noite de sono, em que o paciente dorme na clínica. No entanto, algumas medidas podem ajudar a evitar o quadro crônico de perda do sono, é a chamada ‘higiene do sono’.
À noite, evite ingerir estimulantes, a exemplo de café, refrigerantes, bebidas alcoólicas ou chocolates. O excesso de proteínas, como no caso de carnes vermelhas, também deve ser deixado de lado, já que dificulta a digestão e causa um sono mais superficial. Pode-se priorizar o consumo de alimentos que contenham ‘triptofano’, substância que provoca relaxamento. Nesse caso estão o leite, sucos de frutas como maracujá, além de chás que contenham melissa ou passiflora, a exemplo da camomila. De qualquer forma, em caso de problemas insistentes, é necessário procurar um médico especializado.
Principais motivos que afetam o sono, segundo pesquisa da farmacêutica Roche Brasil*:
Financeiros (48,2%)
Familiares (46%)
Saúde (39,5%)
Ambiente de dormir (26,8%)
Perda de emprego (17,5%)
Prática de esporte perto da hora de dormir (6,2%)
Eleições (4,3%)
Principais sintomas das doenças do sono:
Ronco
Sono excessivo durante o dia
Esquecimento
Falta de concentração
Irritação
Sono agitado
Depressão
Dor de cabeça matinal
Envelhecimento precoce
Por Ed Wanderley. Colaborou Raphael Guerra
http://www.pernambuco.com/ultimas/nota.asp?materia=20110520131915&assunto=71&onde=VidaUrbana

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