domingo, 3 de julho de 2011

Sexo é qualidade de vida

07/02/2011 10:06
Sexo é qualidade de vida
BOM DIA inaugura hoje a seção semanal Tudo de Sexo; especialista vai esclarecer dúvidas de leitores

Antonio Basílio

Sexólogo Carlos Eduardo Paiffer Esteves
Michelle Mendes
AGÊNCIA BOM DIA

Sexo faz tão bem à saúde quanto comer, dormir bem, fazer exercícios e manter contato com os amigos. Quem afirma isso é o psicólogo, psicanalista e sexólogo Carlos Eduardo Paiffer Esteves, de 64 anos, que a partir de hoje, semanalmentes, vai falar e responder perguntas dos leitores do BOM DIA sobre um dos assuntos que mais despertam dúvidas e curiosidades entre homens e mulheres, mas que todo mundo tem vergonha de falar: sexo!

As reportagens serão publicadas sempre na seção ‘Tudo de Sexo’, que será publicada sempre às segundas-feiras.

Formado em psicologia em 1969 na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Esteves se especializou em sexologia em 95. No currículo, traz valiosas experiências, já trabalhou para grandes empresas, mas depois optou pela psicanálise e trabalha em seu próprio escritório. Ele tornou-se uma referência na região e muitos médicos o indicam a pacientes que apresentam dificuldades de ereção, frigidez, ejaculação precoce, entre outros problemas, após descartada relação com doenças e causas físicas.

Hoje, com 42 anos de experiência em psicologia e 16 anos em sexologia, ele faz questão de afirmar que saúde e sexo são sinônimos.
"Sexo é qualidade de vida, uma pessoa que vive bem, tem boas relações consigo e com o outro", afirma o especialista.

Sem mudanças /Criada em 1960 e distribuída no Brasil pela primeira vez em 1962, foi com o advento da pílula anticoncepcional que as pessoas passaram a se interessar mais sobre a atividade sexual.

Diante desse contexto histórico, a mulher passou a conquistar liberdade na relação sexual, devido à segurança e praticidade e, o homem, perdeu o medo de engravidar a mulher.

Desejo/Esteves lembra que enquanto a maioria dos animais do planeta fazem sexo com fins reprodutivos, o homem é o único animal para o qual o sexo representa viver bem. Junto com a independência financeira e os conhecimentos sobre o assunto, o sexo desempenha um importante papel motivacional na vida das pessoas. “Trata-se de um desejo instintivo que todos os seres humanos experimentam em algum momento da vida, e o componente sexual, que trabalha com a sensualidade de uma relação, é fundamental para mantê-la forte e saudável. “

Dúvidas/Apesar de ter um papel importante nas relações entre homens e mulheres, a discussão sobre sexo ainda é considerado um tabu. Nas escolas, os professores dificilmente conseguem introduzir os adolescentes para um debate sério e esclarecedor.
Assim, acabam tornando-se adultos cheios de dúvida e, consequentemente, com problemas na cama.

Dúvidas/O ajudante mecânico Leonardo Messias Leal, de 22 anos, aprovou a iniciativa do jornal de publicar reportagens sobre sexo. E aproveitou para fazer uma estrear o ‘tira-dúvidas’ , perguntando se a satisfação sexual está ligada ao desejo e ereção e se existe hormônios para estimulá-los. Esteves responde: “A não ser que a pessoa tenha problemas hormonais diagnosticados, não. O que faz aumentar o desejo é o interessse pela mulher e as fantasias sexuais que ela desperta nele”, disse. Ele ressaltou ainda que o interesse sexual pode ser afetivo ou somente sexual.

Estresse, alimentação e dívidas afetam o desempenho
O sexólogo Carlos Eduardo Paiffer Esteves lembra que, mais do que falar em ereções, maratonas sexuais e parceiros, as pessoas procuram se aprofundar no assutno sexo visando responsabilidade com a saúde mental e do organismo. É comum a preocupação com o sexo seguro, evitando as Doenças Sexualmente Transmissíveis e as gestações indesejada. Mas atualmente, as pessoas apresentam um comportamento concentrado em amar e encorajar um ao outro, procurando a aprendizagem em vez do controle e da dependência. Segundo Esteves, o estresse, a família, a vida social e a alimentação influenciam a vitalidade sexual. “Estresse, aborrecimentos, trabalho em excesso e preocupação financeira podem afetar a energia e o desempenho sexual.”

Tá com dúvida?
Quando a mulher começa a sentir o orgasmo?
Pergunta da estudante A.C.S., 17 anos, de
São José
Resposta:
Mulher é fogão à lenha e homem é gás. Dessa maneira, ela só vai sentir o orgasmo quando tiver um relaxamento dos músculos da vagina. Isso vai proporcionar a estimulação do prazer e o auto-conhecimento, até que ela esteja pronta para o ato de penetração. Em geral, o homem consegue chegar ao orgasmo com mais facilidade, porque desde o primeito contato, ele já está pensando em tocar e fazer a penetração.
O corpo pode ficar mais lubrificado e o desejo sexual aumenta em cada relação. Além disso, com o tempo, a mulher adquire o amadurecimento corporal, das sensações e do controlo melhor momento do gozo
http://www.redebomdia.com.br/Noticias/Dia-a-dia/44793/Sexo+e+qualidade+de+vida

Muito sexo virtual? Xii...

09/05/2011 15:45
Muito sexo virtual? Xii...
Viciado em sexo pela internet pode falhar na hora do ‘real’

João Paulo Sardinha/ São José
Agência BOM DIA

Ela tira a calcinha. Ele, a cueca. Totalmente nus, estão repletos de tesão. A transa está prestes a começar e promete ser quente.

Tudo perfeito até aí! Seria ainda melhor se a conexão da internet fosse mais veloz e o monitor tivesse 42 polegadas.

Se você já fez sexo virtual, sabe o que estamos falando. Se ainda não fez, vai entender melhor ao longo do texto o que isso significa.

A verdade é que os contatos íntimos, pele na pele, foram substituídos pela fantasia do prazer em frente a um computador conectado à internet.

O sexo virtual ou cibersexo é, na realidade, uma forma de masturbação em dupla ou grupo.

Em salas de bate-papo da internet, as pessoas se mostram em frente à webcam, com o objetivo de levar o parceiro ao prazer.

“A vida sexual é povoada de fantasias. Com a chegada da internet, abriu-se mais uma possibilidade para essas fantasias. Mas o que acontece é que muitas pessoas têm dificuldade na hora de passar tudo isso para a vida real”, explicou o sexólogo Carlos Eduardo Paiffer Esteves.

Em outras palavras, o praticante fica viciado em sexo virtual e sente dificuldade em fazer sexo carnal.

Crise conjugal pode motivar sexo virtual

O sexólogo Carlos Eduardo Paiffer Esteves, consultado pela reportagem do BOM DIA, explicou que muitas pessoas recorrem ao sexo virtual quando estão com problemas na vida sexual a dois. E, às vezes, quando esse uso vira excessivo, precisa ser tratado em consultas com
uma terapeuta. “O uso da internet é normal, mas não pode virar compulsivo. É como qualquer outro tipo de compulsão”, disse.
http://www.redebomdia.com.br/Noticias/Dia-a-dia/53308/Muito+sexo+virtual%3F+Xii...

Além de diminuir inibições, um drink pode contribuir com o clima de romance

09/06/2011 10:29
Beba
Além de diminuir inibições, um drink pode contribuir com o clima de romance

Luciano Guaraldo
Agência BOM DIA

Vários brindes ao amor
Um jantar à luz de velas, uma música romântica tocando ao fundo, um casal apaixonado e... nada para beber? Há algo de errado nesse cenário, e opções não faltam para completá-lo. Uma bebida bem escolhida pode ser essencial para que o clima de romance esquente, além de diminuir as inibições do casal. Mais tradicional das bebidas românticas, o vinho faz sucesso desde a Roma Antiga, com festas e orgias dedicadas ao deus Baco. E a explicação é física. “Uma pequena dose de vinho aumenta a concentração de hormônios na corrente sanguínea e, consequentemente, provoca um aumento da libido, especialmente da feminina”, diz a nutricionista Viviane Castro.


Para todos os tipos e gostos
Batidas e drinks são boas opções para ajudar a criar o clima. Como existem centenas de receitas, há opções para todos os paladares. Prefere algo mais doce? Aposte nas bebidas à base de mel, como o sweet heart. Quer apimentar a relação? A clássica bloody mary é a solução. E nenhuma mulher resiste ao cosmopolitan, que fez sucesso na série “Sex and the City”.


Sugestão que vem no nome
Nenhum drink combina tanto com o Dia dos Namorados quanto o sex on the beach, que ganha muitos pontos com seu sugestivo nome – “sexo na praia”, em inglês. A bebida, cuja receita você confere abaixo, também é favorecida pelo apelo visual: os líquidos de densidades diferentes criam camadas coloridas no copo. O sex on the beach também é uma opção adequada para uma noite romântica se você e seu par não têm o costume de beber muito. A mistura do suco de laranja com o licor de pêssego combina com o gosto marcante da vodca, o que proporciona um sabor suave e de baixo teor alcoólico.


Sempre com moderação
É importante lembrar que, mesmo que o consumo de álcool ajude na hora da conquista ao limitar as inibições, beber em excesso pode ter o efeito contrário. A nutricionista Viviane Castro alerta que ingerir mais de três taças de 180 ml de vinho podem causar mal-estar e até impotência sexual. Então, tenha cuidado para não transformar uma noite de romance em uma tragédia.


Sem álcool, com carinho
Se bebidas alcoólicas não foram mesmo feitas para você e seu par, não há motivos para desânimo. Sucos são refrescantes, saborosos e garantem que você vai terminar a noite com plena consciência de seus atos, evitando um “apagão” na cama. Além disso, algumas frutas também têm alto poder afrodisíaco. Ou você acha que a maçã é considerada o fruto proibido à toa?
http://www.redebomdia.com.br/noticias/viva/56392/alem+de+diminuir+inibicoes,+um+drink+pode+contribuir+com+o+clima+de+romance

Tania Navarro-Swain: A busca do feminino sem a maternidade

Tania Navarro-Swain: A busca do feminino sem a maternidade
QUI, 05 DE MAIO DE 2011 17:52 ESCRITO POR REDAÇÃO

A historiadora Tania Navarro-Swain acredita que a força das representações sociais incute nas mulheres a compulsão à maternidade e ao casamento como definição do feminino.

por Anelise Zanoni, no IHU On-Line



Com a chegada da revolução sexual feminina, principalmente com o lançamento da pílula anticoncepcional, começaram as grandes transformações nos cenários até então desenhados para as mulheres. O medicamento, mais seguro que os demais métodos existentes, permitiu a decisão sobre o próprio corpo. Entretanto, para a historiadora Tania Navarro-Swain algumas regras seguiram semelhantes: “O Estado, a medicina e a religião continuam a lutar por suas prerrogativas masculinas de decidir sobre os corpos das mulheres. A sociedade cobra das mulheres a reprodução e as que não têm uma consciência feminista sentem-se inferiorizadas, excluídas dos laços sociais”, afirma.

Em entrevista por e-mail para a IHU On-Line, a pesquisadora feminista considera que a maternidade é parte das possibilidades de uma mulher, não uma obrigação ou um elemento constitutivo como ser humano.

“Uma vez que as mulheres se desfaçam da obrigação incontornável de casar e ter filhos, como essência de ser-no-mundo, elas passam a decidir de seus afetos e de seus engajamentos”, diz. Além disso, para ela, a força das representações sociais que incute nas mulheres a compulsão à maternidade e ao casamento como definição do feminino é forte demais para que as estruturas familiares tradicionais sejam completamente rompidas e substituídas.

Pós-doutora em estudos femininos pela Universidade de Quebec, no Canadá, e em história na Universidade de Montreal, no mesmo país, Tania Navarro-Swain é professora da Universidade de Brasília – UnB e atua nas áreas de epistemologia feminista, sexualidade, gênero, história das mulheres, teoria e metodologia da história.

Confira a entrevista.
IHU On-Line – Como podemos compreender os impactos da pílula anticoncepcional na liberação sexual das mulheres e, como consequência, na construção de uma mãe moderna?


Tânia Navarro-Swain – A pílula anticoncepcional foi um instrumento para que as mulheres se reapropriassem de seus corpos. De fato, na modernidade, as mulheres têm sido vinculadas a seus aparelhos genitais na definição do feminino. Desprovidas de razão, seu destino era o biológico, procriar e servir no domínio do privado, no âmbito do doméstico. A gravidez sucessiva é uma prática patriarcal para manter as mulheres fora do espaço público, um meio de mantê-las sob seu controle e determinar os limites de sua atuação. Neste sentido, a pílula permite às mulheres recuperar seus corpos sem renunciar à sexualidade ou sem sofrer as consequências do poder social conferido aos homens de exigir relações sexuais a seu bel prazer, com consentimento ou sem ele. Assim, este mesmo instrumento, mais seguro que outros existentes, permite que as mulheres decidam quando e se querem engravidar, quando e se querem ter e criar filhos. Mas se nos países ocidentais existe esta possibilidade, em muitíssimos países as mulheres só existem em função da reprodução e de preferência de meninos, como na China, na Índia e nos países muçulmanos.

De toda maneira, o acirramento patriarcal para impedir o aborto quando de uma gravidez indesejada – a pílula falhou ou não foi tomada – é a prova concreta de que a posse e o controle dos corpos das mulheres devem ficar em mãos masculinas. O Estado, a medicina e a religião continuam a lutar por suas prerrogativas masculinas de decidir sobre os corpos das mulheres.

IHU On-Line – Para algumas mulheres ser mãe ainda é uma obrigação social. Como você avalia esse pensamento?


Tânia Navarro-Swain - Como as mulheres foram definidas em relação à procriação, aquelas que não têm uma prole sentem-se fora do modelo da “verdadeira mulher”, esposa, mãe. Neste sentido, a sociedade cobra das mulheres a reprodução e as que não têm uma consciência feminista sentem-se inferiorizadas, excluídas dos laços sociais. Como feminista, considero que a maternidade é parte das possibilidades de uma mulher, não uma obrigação, nem um elemento constitutivo como ser humano.

IHU On-Line – Muitos pesquisadores afirmam que a falta de limites e a educação transgressora das crianças têm a ver com esse novo papel dos pais. Qual sua avaliação?


Tânia Navarro-Swain - Não vejo nenhum novo papel do pai. Ao contrário. Os pais, em grande número, estão ausentes da educação ou têm uma figura de punição e violência. Dos trabalhos domésticos, recusam-se a participar e dão um exemplo pernicioso aos meninos das famílias de uma divisão de trabalho desigual. Perpetuam assim, em casa, a hierarquia e a importância dada ao masculino. Se a educação das crianças tem sido considerada uma questão feminina – erroneamente –, hoje a mãe deve não só trabalhar fora, como assegurar um mínimo de higiene, alimentação e conforto nos lares.

De toda forma, esta tarefa deveria ser dividida igualmente, se as famílias fossem constituídas fora do esquema patriarcal de divisão de trabalho. Existe um sopro de violência que penetra em todas as esferas sociais: as escolas são um exemplo disto, a mídia, a TV, os filmes só falam de morte, sangue, drogas, polícia e bandidos. De fato, hoje, a escola e a mídia são os educadores e a permissividade é uma consequência disto.

Por outro lado, uma outra face da questão é que no Brasil há uma falta generalizada de educação das crianças para o convívio social: é permitido às crianças gritar, espernear, exigir, as famílias e a sociedade o aceitam; o convívio com crianças brasileiras é penoso, barulhento, quase incontrolável. Talvez a “nova atitude” dos pais (mãe e pai) seja a de uma permissividade, que faz crer às crianças que elas podem tudo, experimentar tudo, vivenciar tudo. Mas aí já estou saindo de minhas competências de análise.

IHU On-Line – As mudanças nos padrões de sexualidade são capazes de mudar a estrutura das famílias. E como fica a relação homem/mulher?


Tânia Navarro-Swain – Apenas mudanças nos padrões de sexualidade não mudam a estrutura das famílias se as representações sociais de feminino, demasculino, de hierarquia não forem transformadas igualmente. A relação homem/mulher ficou apenas um pouco mais livre. As teorias feministas apontam para uma “heterossexualidade compulsória” que obriga ou força a união entre mulheres e homens para que respondam às normas e às representações de feminino e masculino no sistema social. Ou seja, esta heterossexualidade institui os papéis sociais, de forma hierárquica, bem como as normas e comportamentos aceitáveis. É a base do patriarcado, com o controle e a apropriação social dos corpos e do trabalho das mulheres. Assim, uma vez que elas se desfaçam da obrigação incontornável de casar e ter filhos, como essência de ser-no-mundo, elas passam a decidir a respeito de seus afetos e de seus engajamentos; passam a decidir o que querem e pretendem fazer de seus corpos e suas vidas. A força das representações sociais que incute nas mulheres a compulsão à maternidade e casamento como definição do feminino é ainda forte demais para que as estruturas familiares tradicionais sejam completamente rompidas e substituídas por variáveis múltiplas. Entretanto, é cada vez maior o número de mulheres que formam famílias monoparentais. Isto é, mulheres que se recusam ou se ausentam de relações permanentes que se fundam em uma hierarquia familiar, onde o homem é depositário da autoridade. Assim, as relações passam a ter um caráter mais igualitário.
IHU On-Line – As constantes mudanças na estrutura social, principalmente dentro da família, podem influenciar atitudes de risco dos filhos, como o uso de drogas e o gosto por atividades perigosas?


Tânia Navarro-Swain – A incrível violência doméstica que se abate sobre as mulheres e crianças, e que hoje se torna cada vez mais visível – incita ao uso de drogas e à delinquência juvenil, a meu ver. A mudança mais significativa na estrutura familiar é a maior participação das mulheres no mercado formal do trabalho e sua independência econômica cada vez mais ampla. Os homens aceitam com dificuldade esta mudança e a violência contra as mulheres tem crescido de forma exponencial. É igualmente o crescente número de mulheres que são as provedoras únicas ou principais da sobrevivência familiar. Porém, no imaginário social o masculino é preponderante, e a representação social familiar básica é a ordem do pai. Assim, nada mudou, pois nas famílias os homens continuam a manter intacta a divisão de trabalho familiar, da qual se ausentam e cultivam seu papel de autoridade e poder, cujo eixo principal é a violência. De modo que há um desdobramento desta imagem, cada vez mais negativa entre a juventude, que sofre com a violência familiar e social e a reproduz.

Os discursos sociais que alegam uma desestruturação familiar por causa da crescente presença e participação das mulheres no mercado de trabalho não são mais uma artimanha do poder para culpá-las e trazê-las de volta ao “bom caminho” da “verdadeira mulher”: esposa e mãe. Esta é mais uma tentativa de fazer retroceder as conquistas das mulheres, pois a independência econômica é essencial para a autoestima, e sua afirmação enquanto sujeitos políticos.
http://www.planetaosasco.com/oeste/index.php?/2011050512963/Nosso-pais/tania-navarro-swain-a-busca-do-feminino-sem-a-maternidade.html

Dobram os casos de Aids na terceira idade em 10 anos

03/07/2011 - 09h00
Dobram os casos de Aids na terceira idade em 10 anos
MARIANA VERSOLATO
DE SÃO PAULO

Avôs e avós fazem sexo, sim. E, sem proteção, também pegam Aids. De 1998 a 2008, os casos da doença entre pessoas acima de 60 anos no Brasil mais que dobraram, segundo dados de 2010 do Ministério da Saúde.

A via predominante de transmissão é por relação sexual heterossexual, em ambos os sexos.

Embora o número absoluto de casos ainda seja pequeno em comparação com outras faixas etárias, o ritmo de crescimento da doença entre os idosos é preocupante, afirma Eduardo Barbosa, diretor do departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde.

Sem o hábito --e, muitas vezes, sem o conhecimento-- de usar preservativos, esse grupo se expõe mais ao risco de contrair o vírus HIV, de acordo com Barbosa. "É difícil de mudar a mentalidade dessa população. Eles ainda encaram o sexo com camisinha como chupar bala com papel."

Além disso, para as mulheres o preservativo sempre esteve associado a um método contraceptivo. Como não estão mais em idade reprodutiva, não veem por que usá-lo.

VIDA SEXUAL ATIVA

O preconceito a respeito da vida sexual dessa população também dificulta a proteção. "Ninguém de nós vê nossos nossos avós como sexualmente ativos, e isso dificulta o diagnóstico e o acesso à prevenção", diz Barbosa.

Os idosos têm ainda a ideia de que a Aids é uma doença de jovens e que estão à margem do risco, segundo o infectologista do hospital Emílio Ribas Jean Gorinchteyn, autor do livro "Sexo e Aids depois dos 50".
http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/938271-dobram-os-casos-de-aids-na-terceira-idade-em-10-anos.shtml

"Marcha das Vadias" repudia o CQC

"Marcha das Vadias" repudia o CQC
DOM, 05 DE JUNHO DE 2011 20:45 ESCRITO POR REDAÇÃO
Do blog de Luis Nassif:

Com apoio de mais de 6 mil pessoas na página do Facebook, a Marcha das Vadias levou cerca de mil pessoas, na tarde deste sábado (4), para a Praça do Ciclista, entre a Avenida Paulista e a Rua da Consolação, em São Paulo.

Versão brasileira do "Slut Walk" (movimento mundial que denuncia a violência às mulheres), a manifestação terminou com um protesto contra CQCs em frente ao Comedians — o clube de comédia onde se apresentam Rafinha Bastos e Danilo Gentili, integrantes do programa da Band.

Na porta do clube, mulheres se manifestavam contra uma piada de péssimo gosto em que Rafinha associa a prática estupro a mulheres feias. A piada foi feita pelo integrante do CQC no seu solo de "stand-up" e virou alvo de protestos sobretudo nas redes sociais, como o Twitter e o Facebook.

A organizadora do evento, Madô Lopez, diz em seu blog que já foi insultada pelas roupas que usava, em cantadas e gracinhas feitas por homens. "Chega de sermos recriminadas e discriminadas nas ruas porque usamos saias, leggings, regatas, vestidos justos. Chega de sermos reprimidas e intimidadas porque somos mulheres, porque somos femininas e porque queremos nos sentir sensuais. Bora pras ruas, mulherada! Não é porque uso saia que sou puta!", escreve ela.

Além de São Paulo, o "Slut Walk" já foi realizado em várias cidades dos Estados Unidos, do Canadá e da Austrália. Nesta sábado, a marcha estava prevista também em Copenhague (Dinamarca), Amsterdã (Holanda) e Estocolmo (Suécia). A manifestação será realizada, ainda, em Belo Horizonte (MG), no dia 18, à partir das 13 horas, saindo da Praça da Rodoviária.

O evento foi criado após um representante da polícia do Canadá ter declarado que as mulheres deveriam evitar se vestir como prostitutas para não serem vítimas de estupro. As declarações causaram revolta e geraram um grande movimento organizado na internet, que começou no início de abril com o protesto de Toronto e já aconteceu até agora em mais de 20 cidades norte-americanas e australianas.

"Não é culpa dos nossos vestidos, salto alto, regatas, saias e afins que todos os dias mulheres são desrespeitadas e agredidas sexualmente. Isso é culpa do machismo ainda muito presente na nossa sociedade. As mulheres do mundo estão se unindo", diz a apresentação do evento no site Slut Walk Toronto.

Segundo o site oficial do “Slut Walk”, o termo slut (puta, vagabunda ou vadia, em português) tem, historicamente, conotação negativa e se tornou ferramenta de acusação grave de caráter. "Estamos cansadas de sermos oprimidas pela palavra 'vagabunda'; de sermos julgadas por nossa sexualidade e de nos sentirmos inseguras como resultado disso”, assinalam as integrantes do movimento.



“Ter o controle das nossas vidas sexuais não significa que estamos abertas à violência e ao abuso, mesmo que façamos sexo por prazer ou trabalho”, acrescentam elas, na página oficial. “Ninguém deveria comparar gostar de sexo com atrair abuso sexual."
http://www.planetaosasco.com/oeste/index.php?/2011060514784/Coluna-politica/qmarcha-das-vadiasq-repudia-o-cqc.html

ABGLT sobre as declarações de Myrian Rios: “Equivocadas e irresponsáveis”

28 de junho de 2011 às 9:11
ABGLT sobre as declarações de Myrian Rios: “Equivocadas e irresponsáveis”
Nota Oficial de Descontentamento da ABGLT sobre Declarações da Deputada Estadual do Rio de Janeiro, Myrian Rios (PDT/RJ)

A Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), em nome de suas 237 ONGs afiliadas, vem por meio expressar seu extremo descontentamento diante das afirmações equivocadas e irresponsáveis sobre as pessoas homossexuais feitas pela deputada estadual Myrian Rios (PDT/RJ) no plenário da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro durante debate sobre o Projeto de Emenda Constitucional 23/2007 que inseriria a “orientação sexual” no rol de direitos fundamentais da constituição do Estado do Rio de Janeiro, garantindo que ninguém seria discriminado, prejudicado ou privilegiado em razão da mesma.

Lamentável observar mais uma vez uma parlamentar descumprir seu dever como legisladora de se pautar pelo princípio da laicidade do estado e pelo cumprimento dos preceitos fundamentais da Constituição, sendo que a mesma optou e escolheu – ao contrário – basear-se em sua convicção de “missionária católica”.

Pior ainda foi a manipulação proposital e antiética da opinião pública por parte da deputada Myrian Rios em fazer uma associação direta, incorreta e perversa entre a homossexualidade e a pedofilia. Ora, tem sido comprovado cientificamente que a maior ocorrência de abuso sexual de crianças e adolescentes se dá pelos próprios pais e por figuras de autoridade que detêm a confiança dos mesmos. Este consta entre os principais motivos da destituição do pátrio poder. Os estudos científicos também confirmam que não há diferença entre o grau de incidência do abuso sexual de crianças e adolescentes por adultos heterossexuais ou homossexuais. Não há, portanto, fundamento cientificamente comprovado que possa respaldar as afirmações preconceituosas e discriminatórias da deputada de que seus filhos pudessem vir a ser vítimas de pedofilia por parte de funcionários homossexuais eventualmente contratados por ela. A deputada afirma que não é preconceituosa e que não discrimina, porém tacha as pessoas homossexuais de “pedófilas”, alegando assim “proteger crianças e adolescentes inocentes”. Esta afirmação se enquadra tão somente em ato de discriminação e de incitação ao ódio e à violência às pessoas homossexuais.

Queremos indagar: a deputada defenderia seu “direito de demitir uma pessoa”, se esta pessoa fosse negra, como base no raciocínio de que “não está de acordo com a minha” cor? O teor discriminatório do discurso da deputada se encontra neste paralelo, que por sua vez revela precisamente a justiça do propósito do PEC 23. Enquanto o racismo já se encontra criminalizado, a discriminação homofóbica permanece impune. E a deputada se vale desta omissão perversa para se cobrir de uma suposta “razão”, baseada num senso comum sem qualquer fundamento, se não o puro preconceito.

As pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, assim como as pessoas heterossexuais, NÃO ESCOLHEM e nem OPTAM por ter a sexualidade que têm. Faz parte de sua personalidade, e só. Para quê a deputada – cuja função deveria ser legislar de acordo com os princípios constitucionais – invoca o livro Gênese da Bíblia? O Brasil não é um estado teocrático. Não é regido pela Bíblia. O Brasil é um estado laico, regido por uma Constituição. É a obrigação dos/das parlamentares legislarem conforme a Constituição. Caso contrário, suas proposições não seriam aprovadas, devido à própria inconstitucionalidade. É por isso que existem nas casas legislativas as Comissões de Constituição e Justiça – para garantir a conformidade das propisições.

O Projeto de Emenda Constitucional 23/2007 não permitiria nem a discriminação e nem o privilégio por orientação sexual ou identidade de gênero. Tinha apenas o objetivo de garantir o cumprimento do preceito constitucional da igualdade de todos e todas, indiscriminadamente. Aliás, foi este o princípio que norteou a decisão do Supremo Tribunal Federal em equiparar as uniões estáveis homoafetivas às uniões estáveis entre casais heterossexuais. No estado brasileiro, laico e regido pelos princípios da igualdade e da não discriminação, há de se garantir a igualdade de direitos aos heterossexuais e aos homossexuais, “sem distinção de qualquer natureza”.

Imperam, em qualquer esfera que seja – federal, estadual, municipal – os preceitos fundamentais da Constituição.

O Projeto de Emenda Constitucional 23/2007 não tem o propósito de restringir o direito da liberdade de expressão. Apenas visa a garantir o preceito constitucional da não discriminação.

Posto isto:

* exigimos do Partido Democrático Trabalhista (PDT) a tomada imediata de medidas internas em relação ao pronunciamento da deputada estadual Myrian Rios, com base na afirmação deste partido publicada em seu site de que o “PDT assumirá, dentre seus compromissos prioritários, a causa das mulheres, dos negros, das populações indígenas e o combate a todas as formas de discriminação, buscando a democracia e a justiça social através da igualdade de oportunidades.” Compromisso este que foi claramente contrariado pela deputada Myrian Rios.

* pedimos que o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro instaure inquérito quanto aos pronunciamentos acima citados da deputada estadual Myrian Rios acerca do PEC 23.

* pedimos que a Superintendência de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos do Governo de Estado do Rio de Janeiro tome todas as medidas judiciais cabíveis em relação aos pronunciamentos da deputada estadual Myrian Rios acima citados.

Curitiba, 27 de junho de 2011

Toni Reis

Presidente da ABGLT – Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais
http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/abglt-sobre-as-declaracoes-de-myrian-rios-equivocadas-e-irresponsaveis.html