segunda-feira, 26 de setembro de 2011

CHINA: Transexuais na TV? Não, obrigado!

Domingo, 25 Setembro 2011 23:50 (22:50Z)
Actualizado há 13 horas.
CHINAJin Xing, a famosa bailarina chinesa, uma das principais figuras da dança contemporânea, afirma que foi excluída como juíza de um concurso de talentos televisivo por se ter submetido a uma cirurgia de correcção de sexo.

Jin é a fundadora do festival de dança de Shanghai, onde vive com o seu marido alemão e três filhos adoptados.

Tinha sido contactada para aparecer em oito episódios de Feitong Fanxiang, um concurso de talentos a emitir pela Zhejiang TV.

No entanto, na segunda-feira passada recebeu um telefonema do director do show, Chao Chi-tai, (um famoso apresentador tailandês que foi também banido para os bastidores de forma similar) a dizer que a presença dela tinha sido dispensada por “a sua identidade transexual poder ter efeitos negativos na sociedade”.

Numa postagem no seu perfil Sina Weibo que foi reproduzido umas estonteantes 30.000 vezes, Jin anunciou: "É uma grande tristeza! Não poderei aparecer nas finais do show este fim de semana porque a produção recebeu ordens da Zhejiang Province Radio, Film and Television Bureau que eu teria de sair do painel de juízes por ser transexual! Estou furiosa! Não me interessa se vou ser juíza ou não, mas como cidadã não aceitarei ser discriminada por causa da minha identidade de género!"

Jin afirmou ao jornal China Daily que Chao citava um documento oficial da administração provincial de Zhejiang para a rádio, cinema e televisão.

"Perguntei ao director do show Chao Qitai inúmeras vezes se tinha visto pessoalmente uma cópia do documento. Ele disse-me que viu perfeitamente a razão da expulsão claramente descrita no documento com os seus próprios olhos," acrescentou Jin Xing num post mais recente. "Aparentemente, a administração contactou a produção do show expressando o seu ultraje pelo meu post anterior, notando que não deviam ter divulgado o documento. Que piada! Se se atrevem a fazer algo, que tenham pelo menos a coragem de o admitir!"

"Somos amigos há muitos anos e é um artista com reputação, portanto acredito nele," afirmou a bailarina reformada de 44 anos.

Jin Xing, indignada, afirmou que a sua vida vai continuar já que não depende da TV para sobreviver e é primeiro e principalmente uma bailarina.

Um elemento da administração declinou comentar terça-feira, somente dizendo que “estou muito ocupado para confirmar ou negar."

Jin, que se submeteu a uma cirurgia de correcção de sexo em 1996, insistiu que não procura nenhuma espécie de compensação ou em tomar medidas que forçassem um pedido de desulpas da administração.

"Estou somente zangada que a administração use desculpas tão pouco convincentes. É um ataque pessoal," afirmou.

O sucedido despoletou uma forte reacção por parte de muitos dos seguidores do seu blog.

Zhang Beichuan, professor especializado em sexologia na universidade de Qingdao, declarou que se Jin foi excluída por ser uma mulher transexual, "É um sério caso de discriminação".

"A decisão de mudar de género não tem nada a ver com a moralidade," afirmou, acrescentando que a China ainda não tem leis específicas para proteger os interesses desta população.

O ministério da saúde chinês disponibilizou regras para a supervisão das cirurgias de correcção de sexo em 2009 para assegurar a sua segurança. Aplicantes devem ser solteiros, terem mais de 20 anos e terem esperado pelo menos cinco anos pelas cirurgias.

O departamento de supervisão da província de Zhejiang, refutou na quinta-feira as alegações de que tenha sido ordenada a uma bailarina para parar de aparecer no show por causa da sua transexualidade, negando a existência de tal ordem, segundo o director do departamento Hu Jian.

CHINA: Transexuais na TV? Não, obrigado!
http://portugalgay.pt/news/Y250911A/china:_transexuais_na_tv_nao_obrigado

domingo, 25 de setembro de 2011

Terapia em grupo é eficaz contra trauma por abuso sexual

Crianças vítimas de abuso costumam ter baixo rendimento escolar, ansiedade e são mais agressivas.
DA REDAÇÃO 02/09/2011 22h00
 


Com a crença de que falar sobre abuso sexual é um tabu, poucas pessoas se livram deste trauma. Falar abertamente e em grupos de terapia sobre abuso sexual com crianças vítimas desse tipo de violência traz resultados rápidos.
É o que indica um estudo feito pela pesquisadora Luisa Habigzang, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, coordenada pela psicóloga Silvia Koller.
Elas avaliaram a redução dos sintomas psicológicos resultantes de abuso sexual em 49 meninas.
O grupo considerou como violência toda forma de contato sexual que saísse do desenvolvimento "normal" de uma criança, incluindo exposição a pornografia.
Primeiro, as pesquisadoras ensinaram às crianças o que é violência sexual. Depois, ativaram a "memória traumática" das crianças e fizeram um trabalho de reestruturação dessa memória.
Por último, trabalharam conceitos de sexualidade e medidas de autoproteção.
Em quatro meses, todas as pacientes tiveram uma melhora significativa, que tem se mantido estável nos últimos 18 meses.
"Em geral, tratamentos para casos de abusos não falam abertamente sobre sexualidade e são feitos individualmente", destaca Koller.
"Muitos duram anos, sem resultados efetivos."
Crianças vítimas de abuso costumam ter baixo rendimento escolar, ansiedade e são mais agressivas.
Das 49 meninas acompanhadas, 37 foram abusadas por um membro da família.
O modelo de tratamento foi adotado por prefeituras de 27 cidades do Rio Grande do Sul.
Com informações da Folha

Movimentos pressionam por aprovação de aborto terapêutico


22/9/2011 13:30,  Por Adital

No último dia 6, a Comissão de Saúde do Senado do Chile aprovou, com 3 votos a favor e 2 contra, debater três projetos de lei que visam a descriminalização do aborto terapêutico – em caso de má formação do feto e risco para vida da mãe – e em caso de violação sexual. Para reforçar a importância da aprovação dos projetos, movimentos sociais têm se pronunciando a favor da descriminalização do aborto terapêutico como garantia dos direitos femininos
Em declaração pública, a Articulação Feminista pela Liberdade de Decidir propõe bandeira ampla: defende que todas as mulheres tenham direito ao aborto seguro, gratuito e voluntário. Frente à declaração do presidente Sebastián Piñera de que vetaria qualquer projeto que descriminalize o aborto, as feministas ressaltam que há, no Chile, um duplo discurso, que prejudica apenas as mulheres pobres.
“(…)as mulheres com recursos acessam a abortos seguros, sejam clandestinos ou legais (se viajam a países onde o aborto está permitido), sem ser condenadas socialmente nem encarceradas, isso deixa em evidência a vergonhosa injustiça social que persiste em nossa sociedade. Pois são as mulheres pobres quem enfrentam procedimentos clandestinos e insalubres, com riscos para sua saúde e vida, além do estigma social quando são denunciadas e eventualmente condenadas”, denunciam.
Como forma de garantir liberdade, autonomia e dignidade das mulheres, a Articulação exige ao Estado que as reconheça como sujeitos de direito sobre seus corpos e sua vida. “Exortamos (ao Estado) a fazer prevalecer seu caráter laico, livre de ataduras religiosas e de imposições morais inaceitáveis”, declaram, afirmando que tais posturas são contra a democracia e respeito aos direitos humanos e liberdades individuais.
As feministas sustentam ainda que a maternidade não é “um destino irrenunciável das mulheres” e, portanto, a decisão de ter filhos não pode ser imposta. “Não há democracia se as mulheres são submetidas, por decisão de outros, a uma maternidade que não desejam, que não escolheram ou que não podem exercer”, frisam.
Também em defesa do aborto livre, gratuito e seguro, a Rede Chilena contra a Violência Doméstica e Sexual ressalta que “é um ato de violência extrema contra as mulheres que no Chile não exista o direito ao aborto” e deploram a atitude antidemocrática de Piñera.
Panorama
No Chile, o aborto terapêutico foi permitido entre 1931 e 1989, quando o então ditador Augusto Pinochet revogou o artigo 119.
Apesar da proibição legal, estima-se que são realizados 160 mil abortos clandestinos por ano, muitos em condições insalubridades, levados a cabo por profissionais sem capacitação adequada. Segundo o senador Fulvio Rossi, autor do projeto principal de descriminalização do aborto terapêutico, há anualmente cerca de duas mil gravidezes em que o feto não tem chances de sobreviver.
Para as mulheres condenadas pelo delito de aborto, a pena varia de três anos e um dia a 5 anos. Já para os profissionais que realizam o procedimento, a pena fica entre 541 dias e três anos.
De acordo com pesquisa da Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (Flacso), apenas dez países no mundo não aceitam nenhuma forma de aborto. Na América Latina, Chile, El Salvador e Honduras.

sábado, 24 de setembro de 2011

Vaginismo


sentir dor na hora do sexo é um distúrbio com tratamento

Redação SRZD | Estilo & Beleza | 23/09/2011 10h51
Foto: Reprodução de InternetO vaginismo é um incômodo que cerca de 5% das mulheres já sofreu ou ainda sofrerá, em maior ou menor grau. Os sintomas deste mal são contrações involuntárias dos músculos da região pélvica e do canal vaginal. Esse movimento acaba impossibilitando a penetração no ato sexual e desestimula a mulher completamente. Diferente do que o parceiro pode pensar, isso é distúrbio sexual grave e está longe de ser frescura. A notícia boa é que existe tratamento quando a situação é diagnosticada corretamente. A paciente deve passar por uma avaliação psicológica completa.

Tipos de vaginismo

Existem três classificações distintas para o vaginismo. "Quando essa mulher sempre manifestou a dificuldade de ser penetrada, desde a iniciação sexual, chamamos de vaginismo ‘primário’. O  'secundário’ é caracterizado quando essa mulher já teve momentos de atividade sexual normal com penetração peniana e por algum motivo ou trauma não consegue mais ter a relação com a penetração peniana", explica a coordenadora de fisioterapia do Centro de Atendimento ao Vaginismo da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Maria Angélica Alcides, em entrevista ao site "Bolsa de Mulher".

Existe também o terceiro tipo, que pode ser chamado de "situacional", pois a mulher apresenta episódios diferenciados, por fatores também diferentes, que pode variar desde o tipo de objeto a ser penetrado até os locais onde ocorre a prática sexual.


Tratamento

"O tratamento é sempre de caráter multiprofissional, com a presença de ginecologista especialistas em sexualidade, sexólogos, psicólogos especialistas em sexualidade e fisioterapeutas especialistas em saúde da mulher", conta Angélica. Isso porque o distúrbio decorre de fatores psicológicos. "Iniciamos o tratamento com sessões de relaxamento e conscientização corporal, fazendo com que essa mulher passe a se conhecer e a perceber as reações que estão acontecendo em seu corpo, para que essa possa começar a ter domínio sobre ele. É um tratamento que requer paciência de ambas as partes".

Além do tratamento psicológico, é essencial passar pela fisioterapia.

Assim como grande parte dos dirtúrbios sexuais, o vaginismo pode ter suas causas relacionadas a fatores educacionais, culturais, religiosos, traumáticos e com todas as vivências da paciente.

http://www.sidneyrezende.com/noticia/146531+vaginismo+sentir+dor+na+hora+do+sexo+e+um+disturbio+com+tratamento

Depressão pode influenciar no desempenho sexual?


22/09/2011 -- 16h30

Estudos mostram que sentimentos como pessimismo e tristeza podem levar a perda do desejo sexual
A perda do desejo, excitação e dificuldade de atingir orgasmo são sintomas da depressão. Embora pesquisas apontem que a doença é mais comum entre as mulheres, ela tem se mostrado presente também no mundo masculino. A maior causa de depressão entre homens é o desemprego. Nas mulheres, a causa mais comum é a perda de um ente querido e a separação. 

Uma pesquisa do Hospital das Clínicas de SP descobriu que as chances de um homem desempregado ''falhar'' é 83% maior que a de um homem que está trabalhando. Nas mulheres, a possibilidade da perda do desejo é 66% maior quando perdem o emprego. 

A reação ao problema também é diferente. Enquanto entre as mulheres o ''esfriamento'' causa desconforto e se equipara aos demais sintomas em importância, entre os homens a perda do desejo sexual funciona como um sério agravante no processo da própria doença. 

Estudos evidenciam que a depressão aumenta em 93% o risco do homem vir a sofrer de disfunção erétil. É que a depressão, aliada ao não tratamento, pode desencadear o problema e consolidá-lo. O fato da maioria dos medicamentos afetarem a libido atrapalha ainda mais o tratamento. 

O ponto mais importante para o sucesso do tratamento é a continuidade. A fase mais aguda do tratamento dura entre 30 e 45 dias, depois a situação melhora e o desejo começa a voltar. 

É importante lembrar que ter fases de depressão é natural. O descontentamento, a tristeza e a melancolia são sintomas de que não estamos vivendo da forma como gostaríamos e de que desejamos mudanças. Simbolizam um tempo de recolhimento para se preparar e solucionar o que não nos agrada. 

Quando há um motivo para esta ''tristeza'', a depressão é absolutamente normal. Superado o problema, a pessoa volta a se sentir bem. A depressão só é doença quando seus sintomas permanecem por muito tempo ou aparecem sem motivos evidentes. 

Em ambos os casos, o estado de depressão merece cuidados. Sempre que ele se prolongar além do que poderia ser considerado comum, é necessário buscar orientação médica. 

Márcio D. Menezes, médico e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Sexual

Desregulagem hormonal e fatores que afetam a libido


  • Tireóide descontrolada e menopausa estão entre os vilões do desejo sexual





  • IG

    Nem sempre a falta de desejo sexual resulta de problemas psicológicos ou de relacionamento. O fator hormonal exerce grande influência na libido e deve ser cuidado. O aumento da prolactina, a diminuição da testosterona ou a queda do estrogênio podem causar uma baixa importante da motivação sexual.
    Tireóide descontrolada
    Disfunções na tireóide, glândula responsável pela produção de hormônios, pode acarretar queda na disposição sexual. Outros sintomas também interferem negativamente. No quadro de hipotireoidismo, em que glândula produz poucos hormônios, a pessoa sente sono, cansaço e falta de concentração. Já em caso de hipertireoidismo, caracterizado pelo trabalho excessivo da tireóide, aparecem incômodos como fraqueza, suor exagerado, nervosismo, entre outros. A boa notícia é que o tratamento, normalmente feito com medicamentos, regulariza o quadroPeríodo da menopausa
    A chegada da menopausa, que geralmente ocorre entre os 48 e 50 anos, caracteriza-se por uma queda brusca nos níveis de estrogênio no organismo feminino. Produzido pelos ovários, o hormônio é responsável pela elasticidade e lubrificação da vagina. "A intensidade dos sintomas da menopausa não é igual para todas as mulheres. Embora algumas apresentem menor libido, desconforto ou dor durante o sexo, outras continuam a levar uma vida sexual satisfatória", diz a médica Poli Mara, presidente do Departamento de Endocrinologia Feminina e Andrologia da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
    Há maneiras eficazes para evitar os sintomas relacionados ao período. Um dos tratamentos mais conhecidos é a terapia de reposição hormonal (TRH), que visa a regularização dos níveis hormonais no organismo feminino. O tema divide opiniões, pois oferece alguns riscos e tem contra-indicações. "Para as mulheres que preferem não usar a terapia hormonal na menopausa, podemos prescrever um hormônio vaginal que aumenta o fluxo sanguíneo local e melhora a libido", avisa Poli Mara.
    Prolactina nas alturas
    Depois que engravida, a mulher passa a secretar uma quantidade maior de prolactina, substância que estimula a produção do leite materno e reduz o apetite sexual. Quando o bebê nasce, as taxas desse hormônio ficam ainda mais elevadas, fazendo do pós-parto uma fase pouco propícia ao sexo.
    Para o ginecologista e obstetra Malcolm Montgomery, esse período é até mais desestimulante do que a menopausa. "Com a reposição hormonal é possível chegar aos 80 anos com a libido em alta. O pós-parto, por outro lado, não dá para driblar", explica
    De acordo com o endocrinologista Hans Graf, também da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, o distúrbio pode ser controlado com a ajuda de medicamentos. "Mas antes de indicar qualquer tipo de tratamento precisamos conversar com o paciente para saber quais tipos de remédio usa normalmente, já que algumas drogas são capazes de aumentar a quantidade de prolactina", frisa.
    Pílulas anticoncepcionais
    Em algumas mulheres elas podem, sim, prejudicar o desejo sexual. Segundo Poli Mara, isso acontece porque um dos componentes da pílula é o estrogênio, que aumenta a produção de SHBG - em inglês Sex Hormone Binding Globulin, a principal proteína transportadora de hormônios sexuais. "Isso reduz o nível de testosterona no sangue, o que pode afetar a libido de determinadas pessoas". Nesses casos, o médico pode indicar uma pílula com uma dosagem menor de estrogênio ou até mesmo trocar o método contraceptivo.
    Os implantes hormonais indicados por Montgomery, por exemplo, são capazes até de aumentar a libido. "Colocados sob a pele, os microtubinhos liberam doses mínimas de hormônios no sangue. Algumas combinações não só aumentam o desejo sexual como também reduzem a celulite e definem a musculatura", conta.

    Medicamentos que agem no sistema nervoso central (SNC)
    A hipófase, glândula localizada no cérebro e intimamente relacionada ao sistema nervoso central (SNC), é responsável por produzir hormônios importantíssimos para o funcionamento adequado do corpo inteiro. Montgomery explica que, por esse motivo, qualquer remédio que iniba o SNC (como antidepressivos e calmantes) pode provocar uma verdadeira bagunça nos níveis hormonais, tendo como uma das consequência a perda de libido.
    De acordo com o psiquiatra Daniel Phillipi de Negreiros, quando os medicamentos para depressão interferem na libido, excitação ou orgasmo, alguns ajustes podem ser feitos. "Existe a possibilidade de passar para um remédio com menos efeitos colaterais ou usar um medicamento que atue como uma espécie de antídoto para bloquear o desconforto provocado pelo antidepressivo", diz.
    O especialista ressalta que as estratégias podem falhar e os problemas sexuais persistirem. Por isso, é necessário estimular a conversa entre a paciente e o parceiro, o que pode incluir até uma consulta de esclarecimento para ambos.
    "Não podemos esquecer que a depressão ou os transtornos de ansiedade tendem a tirar o foco da sexualidade. A tensão e a falta de energia e motivação ocupam o universo psíquico, retirando o espaço do prazer em quase todas as esferas. Sendo assim, acho importante avaliar cada situação e tentar compreender a origem das dificuldades", finaliza o psiquiatra

Ansiedade pode favorecer ejaculação precoce?


21/09/2011 -- 16h13

Maneira com que a sexualidade é abordada na adolescência e medo podem estar ligados a ejaculação precoce
A ejaculação precoce é um distúrbio que aflige um contingente grande de indivíduos. No conceito atual, ejaculador precoce é o homem que teve a ejaculação mesmo antes da penetração ou imediatamente após a mesma, de modo que impeça a satisfação do casal. A grande maioria dos homens atinge o orgasmo em média seis minutos após a penetração, podendo variar de três até 15 minutos. 

Ansiedade é a principal causa da ejaculação precoce. Isso se origina na conotação de sexualidade que é dada ao adolescente. A sexualidade na maioria das vezes é tratada como proibida. A iniciação sexual, como a masturbação, é realizada no banheiro ou quarto com a porta fechada e sempre com a sensação de que alguém pode chegar e surpreender aquele ato proibido. Dessa forma, quanto mais rápido o orgasmo, melhor, porque diminui a probabilidade de ser surpreendido no ''delito''. As primeiras relações sexuais muitas vezes são proibidas e ocorrem na sala da ''sogra'', no banco do carro, ou com uma prostituta, o que ainda valoriza o orgasmo rápido. 

Porém, quando o homem passa a ter um relacionamento estável, descobre-se que o importante não é só o seu prazer, mas também o de sua parceira. Ele muitas vezes não está familiarizado com a sensação de excitação pré-orgásmica e aí ejacula precocemente. Com a ansiedade, o quadro pode se agravar. 

A primeira medida para tratar o distúrbio é a desmistificação. É importante esclarecer o que é o normal e informar que, dependendo da ansiedade do dia-a-dia, o indivíduo poderá experimentar ejaculação precoce ou até dificuldade para ereção, sem que isto seja um problema. 

Drogas, como antidepressivos, que aumentam os níveis de serotonina como fluoxetina, paroxetina, podem ser úteis, mas o seu uso deve ser diário. Medicações que melhoram a qualidade da ereção não ajudam no tratamento da ejaculação precoce. Cirurgias, como a retirada do prepúcio e a denervação do pênis, não são recomendadas por não ter respaldo científico e não atuar no problema. 

Horácio A. Moreira, urologista
http://www.bonde.com.br/?id_bonde=1-27--151-20110921&tit=ansiedade+pode+favorecer+ejaculacao+precoce