sábado, 24 de setembro de 2011

Depressão pode influenciar no desempenho sexual?


22/09/2011 -- 16h30

Estudos mostram que sentimentos como pessimismo e tristeza podem levar a perda do desejo sexual
A perda do desejo, excitação e dificuldade de atingir orgasmo são sintomas da depressão. Embora pesquisas apontem que a doença é mais comum entre as mulheres, ela tem se mostrado presente também no mundo masculino. A maior causa de depressão entre homens é o desemprego. Nas mulheres, a causa mais comum é a perda de um ente querido e a separação. 

Uma pesquisa do Hospital das Clínicas de SP descobriu que as chances de um homem desempregado ''falhar'' é 83% maior que a de um homem que está trabalhando. Nas mulheres, a possibilidade da perda do desejo é 66% maior quando perdem o emprego. 

A reação ao problema também é diferente. Enquanto entre as mulheres o ''esfriamento'' causa desconforto e se equipara aos demais sintomas em importância, entre os homens a perda do desejo sexual funciona como um sério agravante no processo da própria doença. 

Estudos evidenciam que a depressão aumenta em 93% o risco do homem vir a sofrer de disfunção erétil. É que a depressão, aliada ao não tratamento, pode desencadear o problema e consolidá-lo. O fato da maioria dos medicamentos afetarem a libido atrapalha ainda mais o tratamento. 

O ponto mais importante para o sucesso do tratamento é a continuidade. A fase mais aguda do tratamento dura entre 30 e 45 dias, depois a situação melhora e o desejo começa a voltar. 

É importante lembrar que ter fases de depressão é natural. O descontentamento, a tristeza e a melancolia são sintomas de que não estamos vivendo da forma como gostaríamos e de que desejamos mudanças. Simbolizam um tempo de recolhimento para se preparar e solucionar o que não nos agrada. 

Quando há um motivo para esta ''tristeza'', a depressão é absolutamente normal. Superado o problema, a pessoa volta a se sentir bem. A depressão só é doença quando seus sintomas permanecem por muito tempo ou aparecem sem motivos evidentes. 

Em ambos os casos, o estado de depressão merece cuidados. Sempre que ele se prolongar além do que poderia ser considerado comum, é necessário buscar orientação médica. 

Márcio D. Menezes, médico e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Sexual

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