sábado, 11 de fevereiro de 2012

Pare de procurar o ponto G


Publicado Sábado, 11 de Fevereiro de 2012, às 09:11 | Ligia Helena, iG São Paulo

Se em 60 anos de estudos nem os cientistas o encontraram, por que você ainda está pensando nisso? 

Desde 1950, quando o médico alemão Ernst Gräfenberg descreveu o ponto G pela primeira vez, cientistas, médicos e mulheres tentam encontrar esta área da vagina que, uma vez estimulada, seria responsável por altos níveis de excitação sexual e levaria ao orgasmo com facilidade.


Um grupo de pesquisa da Universidade de Yale, nos EUA, liderado pelo urologista Amichai Kilchevisky, se propôs a analisar artigos científicos publicados entre 1950 e 2011 em busca de evidências do ponto G. Revisaram então todos os estudos que destacassem algum dos seguintes termos: "ponto G", "ponto de Gräfenberg", "inervação vaginal", "orgasmo feminino", "zona erógena feminina" e "ejaculação feminina". A conclusão não poderia ser mais clara: após 60 anos de estudos, ainda não há evidências científicas sobre a existência do ponto G. "Anatomicamente ele não existe. A gente faz cirurgias, dissecções, e esse ponto não existe", afirma a ginecologista e terapeuta sexual Junia Dias de Lima.



Sozinha, a mulher deve explorar seu corpo e descobrir como e onde sente mais prazer
Sozinha, a mulher deve explorar seu corpo e descobrir como e onde sente mais prazer Foto: Getty Images
Apesar disso, pesquisas indicam que a maioria das mulheres acredita no ponto G, mesmo as que nunca conseguiram localizar a tal área mágica em suas próprias vaginas. "Algumas mulheres vêem no ponto G uma espécie de tábua de salvação. Quando não conseguem ter prazer com seus parceiros, querem uma justificativa biológica, querem saber como achar o ponto G. Mas o sexo não é apenas biológico, é biopsicossocial. Costumo dizer que o ponto G está entre os ouvidos da mulher, fica no cérebro", diz o ginecologista e sexólogo Amaury Mendes Júnior, professor e médico do ambulatório de sexologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. 



A busca pelo ponto G, em vez de resultar em prazer, pode causar frustração. "A mulher passa a achar que ela é a errada e diferente das demais. As pessoas são exibicionistas, gostam de falar que têm muitos orgasmos, mas não falam de seus problemas sexuais. Falamos de problemas de saúde diversos, dizer 'tenho enxaqueca' é até chique, mas dos problemas sexuais ninguém fala abertamente. A mulher que não consegue sentir prazer se sente muito frustrada", explica Junia.


Mas se o ponto G não existe e o caminho do prazer não é apenas biológico, o que a mulher deve fazer para ter relações sexuais gostosas e alcançar o orgasmo?


"Tem uma questão filosófica: as mulheres têm que entender que não devem tentar alcançar o orgasmo para agradar o homem. O prazer é individual, o outro não sente as suas sensações. Então a busca do prazer é para ela, não para o outro", diz Junia. "Cada pessoa tem um mapa erógeno, as áreas em que sente mais prazer, mas muita gente não sabe explorar sua individualidade", completa.


A psicóloga e sexóloga Carla Cecarello, coordenadora do Projeto Ambsex, afirma que o autoconhecimento e a masturbação são bons aliados. "A mulher precisa conhecer seu corpo, se tocar, fantasiar, ter um tempo só para ela, para descobrir as sensações que pode ter", explica Carla. "É muito eficiente estimular o clitóris, seja por fora da vagina, onde ele fica visível, ou por dentro, em direção à sua base".


E o parceiro, como fica nesta busca pelo prazer? "A mulher deve procurar uma boa pessoa para se relacionar – um homem, outra mulher, como preferir. Deve ser um companheiro interessante e interessado", diz Mendes Júnior. "O outro não deve cobrar, questionar se a mulher gozou ou não gozou. Isso gera ansiedade. O parceiro precisa ajudar a mulher a relaxar e se entregar ao sexo", aconselha Carla. "O sexo tem que ser bom para os dois. Tanto o homem como a mulher devem aceitar o outro como é, compartilhar e buscar juntos os caminhos do prazer", encerra Junia.
 

http://www.cenariomt.com.br/noticia.asp?cod=162063&codDep=7

Portuguesas mais exigentes com desempenho sexual dos homens


Transformações sexuais na sociedade aumentam pressão para o lado masculino

Por: tvi24 / CLC  |  11- 2- 2012  10: 33
A sexualidade tem vindo a modificar-se com os anos, devido à Internet, mas também pela diluição dos papéis de género, aumentando a pressão sobre ambos os sexos e desinibindo a mulher, disseram sexólogos à Lusa.

Apesar de não existirem dados concretos que possam mostrar como os comportamentos sexuais se alteraram ao longo dos anos em Portugal, para a presidente da Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica (SPSC), Ana Carvalheira, não há dúvidas de que as últimas três décadas acarretaram «mudanças enormes» em termos de comportamentos sexuais em Portugal, que andaram - e continuam a andar - de mão dada com as profundas alterações sociais e económicas do país.

«Penso que a socialização sexual, actualmente, de homens e mulheres é mais uniforme, menos desigual, quando há 30 anos a socialização das mulheres era altamente repressiv, sendo «permissiva e exigente» para os homens, explicou à Lusa a presidente da SPSC, que lembrou que a transformação continua em pleno neste preciso momento.

De acordo com o investigador responsável pelo SexLab da Universidade de Aveiro, em parceria com a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Pedro Nobre, hoje «as mulheres mais jovens são obviamente mais liberais, em termos de ideias sobre a sexualidade e também começam a partilhar da ideia da exigência do desempenho», algo que até aqui era específico dos homens.

«Há uma pressão grande nos homens do ponto de vista da sua performance e pode, esta maior exigência das mulheres, semear insegurança nos homens, que poderão ficar confusos quanto ao que é esperado deles», declarou Ana Carvalheira, referindo que os papéis de género já não estão definidos como estariam há algumas décadas.

No entanto, a questão da desinibição não é necessariamente acompanhada apenas por factores positivos, uma vez que gera um fenómeno de exigência irrealista que pode causar insatisfação e angústia.

«Um dos exemplos mais clássicos é a ideia do orgasmo múltiplo. Quando se normaliza algo que é excepcional, a mensagem que passa é que quem não é capaz de ter orgasmos múltiplos ou simultâneos não é normal», referiu Pedro Nobre.

Para ambos os especialistas, a Internet é apontada como um elemento fundamental dos últimos anos, que veio potenciar a possibilidade de «encontros sexuais mais esporádicos e mais diversificados», mas também conhecimentos mais duradouros que levaram a relações longas.

Por outro lado, a Internet também veio facilitar a forma de duas pessoas se desligarem, com um casal a poder separar-se quase por SMS ou e-mail, lembrou a presidente da SPSC, que já trabalhou o tema.

Ana Carvalheira destacou como uma das preocupações centrais da actualidade a banalização do tema da sexualidade, o que pura e simplesmente «dá cabo do erotismo» e, por sua vez, «mata o desejo».

«Não quero dizer mal da pornografia, só quero dizer que a fronteira entre pornografia e erotismo é exactamente a banalização. A imagem pornográfica está banalizada. Está excessivamente visível. A imagem erótica não está», disse a presidente da SPSC, sublinhando que, sendo a sexualidade algo que pertence à esfera privada da pessoa, «não joga bem com banalização».

Pedro Nobre explicou, por sua vez, que as mensagens patentes na maioria das capas de revistas destinadas a um público feminino, já sofisticadas e distantes da tradicional publicação dirigida às mulheres, que têm «mensagens são muito claras de exigência de desempenho».


http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/sexo-performance-performance-tvi24-ultimas-noticias-homens/1324625-4071.html

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Todos os homens com acesso à Internet vêem pornografia


Estudo realizado por investigadores da Universidade de Montreal

Um estudo realizado por investigadores da Universidade de Montreal, no Canadá, revela que todos os homens com acesso à Internet viram, em algum momento de sua vida, pornografia.

  • 17h16
O estudo, liderado pelo professor Simon Louis Lajuenesse, revela informações importantes sobre o comportamento dos homens em relação à sua sexualidade. O ensaio conclui que, em média, os homens começam a ter contacto com conteúdos adultos a partir dos 10 anos de idade e que 90% da pornografia consumida no mundo está na Internet, enquanto os 10% restantes estão em videoclubes.
Homens solteiros consomem algum conteúdo pornográfico três vezes por semana, durante aproximadamente 40 minutos. Já os homens comprometidos (quer seja por namoro, noivado, casamento ou outros) são mais moderados: 20 minutos de conteúdo adulto, a cada 1,7 vezes por semana.
Lajuenesse salienta que o consumo de pornografia não muda a percepção dos homens sobre as mulheres, e que as pessoas só consomem o conteúdo que corresponde às suas próprias percepções da sexualidade. “O importante é que todas as formas de sexualidade sejam as mais harmoniosas e satisfatórias possíveis”, completa o professor.

Britânica de 21 anos conta como é ser assexuada


Jenni Goodchild é assexuada, o que não a impede de ter um namorado. Foto: Pioneer Productions/BBC Brasil
Jenni Goodchild é assexuada, o que não a impede de ter um namorado
Foto: Pioneer Productions/BBC Brasil

A britânica Jenni Goodchild, de 21 anos, se considera assexuada por não ter nenhum interesse em sexo, ainda que tenha um namorado."Para mim, basicamente, (ser assexuada) quer dizer que eu não olho para as pessoas e penso 'hmmm, eu gostaria de ter relações sexuais com você'. Isso simplesmente não acontece", diz ela.
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A estudante da Universidade de Oxford faz parte de 1% dos britânicos que se identificam como assexuados. A assexualidade é descrita como uma orientação, diferentemente do celibato, que é visto como uma escolha. "As pessoas me perguntam: 'se você nunca experimentou, como você sabe?' Bem, se você é heterossexual, você já experimentou ter relações com uma pessoa do mesmo sexo? Como você sabe que não ia gostar então? Você simplesmente sabe que você não tem interesse nisso, independentemente de ter experimentado ou não", diz ela.
Na Grã-Bretanha, há um website dedicado à comunidade assexuada, a Asexual Visibility and Education Network (Rede de Visibilidade e Educação Assexual), que faz questão de frisar que a diversidade entre eles é tão grande como entre a comunidade "sexual".
O sociólogo Mark Carrigan, da Universidade de Warwick, explica que há, por exemplo, assexuados românticos e não românticos. "Assexuados não românticos não tem nenhum tipo de relação romântica, então em muitos casos eles não querem ser tocados, não querem nenhum tipo de intimidade física", diz Carrigan. "Os assexuados românticos não sentem desejo sexual, mas sentem atração romântica. Então, eles veem alguém e não respondem sexualmente a essa pessoa, mas podem querer ficar mais próximos, conhecê-la melhor, dividir coisas com ela."
Namorado
Este é o caso de Jenni, que é hetero-romântica e, apesar de não ter nenhum interesse em sexo, ainda sente atração por pessoas do sexo oposto e está em um relacionamento com Tim, de 22 anos.
Tim, no entanto, não é assexuado. "Muitas pessoas chegam a perguntar se eu não estou sendo egoísta de mantê-lo em uma relação que não vai satisfazê-lo e dizem que ele deveria namorar alguém como ele, mas ele parece bem feliz, então eu diria que ele é quem deve decidir isso", diz Jenni.
Segundo Tim, ele está gostando de passar tempo com Jenni e de conhecê-la melhor concentrando as atenções no lado romântico do relacionamento. "A primeira vez que Jenni mencionou durante uma conversa que era assexuada, meu primeiro pensamento foi: 'hmmm, isso é um pouco estranho', mas eu sabia que não deveria fazer suposições sobre o que isso significava", explica Tim. "Eu nunca fui obcecado por sexo. Eu nunca fui do tipo que tem que sair à noite e tem que achar alguém para ter uma relação sexual, só porque é isso que as pessoas fazem... então, não estou tão preocupado com isso."
Ainda assim, a relação de Jenni e Tim tem um lado físico, já que eles se abraçam e se beijam para expressar seu afeto um pelo outro.
Estudos científicos
A assexualidade foi objeto de poucos estudos científicos, segundo Carrigan, porque até 2001 não havia uma comunidade assexuada e, portanto, um objeto a ser estudado. "Houve muitas pesquisas sobre transtorno do desejo sexual hipoativo, que é classificado como um transtorno de personalidade, e é quando você não sente atração sexual e sofre por conta disso. Então, muitas pessoas que depois foram definidas como assexuadas podem ter sido vistas anteriormente como alguém que sofria desse transtorno", diz Carrigan.
A falta de pesquisas sobre o assunto dá margem a especulações sobre por que algumas pessoas não sentem desejo sexual. "Há pessoas que definitivamente veem isso como uma doença, que pode ser curada com remédios, outras perguntam se já chequei meus níveis hormonais, como se essa fosse uma solução óbvia", diz Jenni. "E há pessoas que vão ainda mais longe. Já me perguntaram se fui molestada quando era criança, que não é uma pergunta apropriada. E eu não fui."
Preconceito e marginalização
Apesar de assexuados às vezes sofrerem discriminação, Carrigan diz que o preconceito é diferente da "fobia" que lésbicas e gays podem sofrer. "É mais uma questão de marginalização, porque as pessoas não entendem a assexualidade." "A revolução sexual mudou muito a forma como lidamos com o sexo e como pensamos nisso como sociedade. Algumas pesquisas me dão uma sensação de que há um grau de sexualização excessiva na sociedade, as pessoas simplesmente não entendem a assexualidade", diz Carrigan.
Segundo a especialista em relacionamentos e sexualidade Pam Spurr, as pessoas conseguem falar sobre baixa ou alta libido, mas a assexualidade não é um assunto muito discutido abertamente. Carrigan acha que uma comunidade assexuada mais visível pode ter um efeito nas pessoas que não são assexuadas. "Não havia um conceito de heterossexualidade até haver homossexuais. Foi só quando algumas pessoas passaram a se definir como homossexuais que passou a fazer sentido para outras pessoas pensar em si mesmas como heterossexuais", explica Carrigan. "Se é verdade que até 1% da população é assexuada e mais pessoas vão saber que eles existem, será que isso vai mudar a maneira como pessoas 'sexuais' se veem? Porque não há hoje uma boa palavra para definir pessoas que não são assexuadas."

“Sofremos uma homofobia institucional”, afirma Ka


DIREITOS HUMANOS Notícia da edição impressa de 03/02/2012
Deivison Ávila
ANTONIO PAZ/JC
Sandro Ka acredita que este é o momento certo para debater a manutenção das organizações
Sandro Ka acredita que este é o momento certo para debater a manutenção das organizações
Desde dezembro de 2001, o Grupo Somos - Comunicação, Saúde e Sexualidade vem atuando junto às comunidades vulneráveis de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais (GLBTs). Na segunda-feira, a organização anunciou que estava fechando as portas. A ONG gaúcha participou efetivamente das lutas pelos direitos humanos e pela construção de políticas públicas voltadas para a população GLBT, além de auxiliar pessoas que vivem com o vírus HIV. O coordenador do grupo, Sandro Ka, diz que o desmanche do Somos está sendo vivido por diversas organizações. Quanto às dezenas de tentativas para manter os projetos em parceria com empresas, o ativista revela que as ONGs que trabalham com o tema sofrem uma “homofobia institucional”. “Ninguém quer ter o nome da sua instituição vinculado às causas homossexuais.”

Jornal do Comércio - Por que o Somos fechou as portas após mais de dez anos de trabalho?

Sandro Ka - 
Não só o Somos, mas um grande número de organizações está fechando as portas porque o Estado, em todas as instâncias, não oferece apoio nem se compromete com um diálogo a fim de manter as atividades dessas ONGs. Os convênios que nós possuímos são feitos de forma complicada e os repasses não são lineares, o que compromete a continuidade das ações e dos programas.

JC - Vocês contavam com algum financiamento direto para os programas?

Ka - 
Em algumas ações específicas, como assessoria jurídica para pessoas vítimas de discriminação e violência, distribuição de preservativos e manutenção da biblioteca com livros temáticos e de ajuda a outros grupos, não possuíamos nenhum tipo de financiamento direto. Durante muito tempo isso foi um ônus. Atendíamos pelo menos 15 pessoas por dia. Agora, infelizmente, nós não temos mais fôlego para sustentar esses programas.

JC - Houve algum diálogo com o governo para a manutenção dos trabalhos oferecidos pelo Somos?

Ka -
 O acesso a recursos e convênios é feito de forma legal, através de editais. Por exemplo, nós temos convênios com o Ministério da Cultura para duas ações chamadas Pontos de Cultura. O repasse dessas ações é feito de forma descontinuada, o que atrapalha bastante o prolongamento e a manutenção das atividades relacionadas aos projetos. Outros prêmios e convênios foram suspensos ou não foram pagos por mais de um ano. Não existe nenhuma manifestação oficial ou comprometimento por parte do ministério de manter os serviços funcionando. Esse problema se arrasta desde o início das nossas atividades.

JC - Há a possibilidade de retomada desses serviços?

Ka -
 Sim. Nós acreditamos que, a partir das denúncias sobre como o sistema está sendo falho na manutenção das organizações, possa ser revertido o quadro de atuação de várias ONGs. A preocupação não é apenas salvar a nossa instituição, mas sim alertar para uma situação que está acometendo outras entidades. Afinal, as demandas que estão sendo deixadas de lado não são absorvidas pelo Estado. Apesar de termos suspendido totalmente o atendimento imediato ao público, continuaremos participando de conselhos e atuando em trabalhos de incidência política e controle social, que é o verdadeiro papel das organizações.

JC - Qual o sentimento que fica com o fim das atividades da ONG?

Ka -
 O mais importante neste momento é que a sociedade se aproprie das questões sociais e reconheça mais a importância do trabalho das ONGs. Muitas organizações desenvolvem trabalhos sérios e, por trabalharem com comunidades mais vulneráveis e historicamente marginalizadas, têm uma importância muito grande neste contexto social. O que mais interessa neste momento é a reflexão sobre essas ações, para que esse quadro de desmanche não se propague.
http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=85651

¿El sexo ya no vende?



En los ochenta, las referencias eróticas en la publicidad eran continuas. Hoy casi han desaparecido

La sociedad y la comunicación con las marcas han cambiado


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Solo hay un sector donde el recurso a la sensualidad explícita no ha perdido un ápice de fuerza: el de los perfumes. / HANS NELEMAN
Una joven que juega en top less con un delfín. Una motera que baja la cremallera de su mono de látex hasta el ombligo. Un fornido obrero con tremendos abdominales surcados por una gota. Quienes hayan cumplido más de 30 años identificarán inmediatamente los spots de Fa, Jacq’s y Coca-Cola: anuncios con una fuerte carga sexual que marcaron época y quedaron grabados en el imaginario colectivo de varias generaciones. Eran los años ochenta y noventa, y un eslogan dominaba en el mundo de la publicidad y los negocios: el sexo vende. Leit motivque parece poco aplicable hoy día a juzgar por el creciente número de campañas blancas y de anuncios de productos para adultos que buscan captar también a los niños, nuevos prescriptores de las decisiones de las compras familiares.
“La comunicación ha evolucionado. El consumidor de los ochenta no es el mismo que el de 2010 y las marcas se han adaptado a él. Antes les hablaban de una forma pomposa, les prometían estatus, éxito y sexo. Pero lo que pretenden y lo que funciona ahora es mantener una conversación, contarles cosas útiles y con las que se sientan identificados. No puedes venderles motos”, explica Félix del Valle, director creativo ejecutivo de la agencia Contrapunto/BBDOPuede que hayamos perdido la inocencia como consumidores. A estas alturas, como apunta Del Valle, resulta casi imposible colarle a alguien la idea de que solo por comprarse un determinado coche se va a llevar a la cama a la chica de piernas kilométricas. Como si la mujer viniese de serie. No solo no es efectivo, sino que usar el sexo como recurso gratuito puede ser contraproducente. “El cliente no solo es alguien que recibe los impactos publicitarios, sino que quiere participar en un diálogo con la marca, y si hay algo que no le parece bien lo va a comentar en un foro de Internet”, recuerda Del Valle.
Los cuerpos desnudos ya no provocan ni sorprenden
La clave está, según el director creativo, en el sentido común: se puede utilizar cualquier elemento siempre que tenga relación con el servicio o producto: “El sexo no vende más porque sí”.
El descenso del contenido erótico de los anuncios es además reflejo y consecuencia de una evolución social, según Gonzalo Brujo, consejero delegado de la consultora de marcas Interbrand. “Desde que la mujer tiene poder y liderazgo desde el punto de vista empresarial, tanto ellas como los hombres aparecen cada vez menos representando los clichés de objetos sexuales”, argumenta.
Ellas deciden en los negocios, pero también en el mercado. “Hace 20 años, el principal cliente del sector del automóvil era el hombre. Ahora son ellas las que compran más coches. La industria cervecera, que era líder en hacer anuncios con reclamos sexuales, ha tenido que reconvertirse porque su nicho de mercado está mucho más segmentado, la cerveza es para todas las audiencias, y el componente erótico ya no aporta valor”, desarrolla Brujo.
Aun así, se siguen realizando anuncios tan explícitos como el de Guinness de 2008. En un plano fijo, la espalda y las nalgas de una mujer que se mueven rítmicamente hacia delante y hacia atrás. Sobre la zona lumbar, una botella de Guinness que agarran consecutivamente tres manos masculinas. El eslogan: “Para compartirla con un amigo… o más”.
“El erotismo es para una minoría, no atrae a todo el mundo. Y, especialmente en estos tiempos de crisis, los publicistas van a lo seguro. El recurso emotivo sí llega a la mayoría del público, porque es más general, y, por tanto, se tiende a utilizar más”, aclara Clemente Ferrer, presidente del Instituto Europeo de Marketing, Comunicación y Publicidad.
Además, el efecto provocativo y sorprendente que tenía mostrar un cuerpo desnudo o una situación erótica en los años ochenta ha desaparecido casi totalmente en la actualidad, añade Brujo. Los spots de Durex, en los que aparece una pareja practicando sexo, no despertarán jamás la misma polémica que lograron desatar los dos fotogramas del anuncio de Fa en los que aparecían sendos pezones.
Solo hay un sector donde el recurso a lo erótico y sensual, más que a lo sexual, no ha perdido un ápice de fuerza: el de los perfumes. Basta un pequeño zapping para corroborarlo: en el último anuncio de Amour, Amour, un joven tatúa la piel de porcelana de su partenaire sobre una cama; Una impulsiva lolita salta a horcajadas sobre su profesor en el spot de Candy, de Prada… Sin olvidar los orgásmicos primero planos de Euphoria, de Calvin Klein. “Si la campaña de una colonia no tiene cierta carga sensual, no es eficaz, porque el objetivo de utilizar una fragancia no es solo oler bien, sino conseguir cierto atractivo”, argumenta Ferrer. “Si siguen empleando el mismo recurso desde hace décadas, es que les acaba funcionando”, sentencia Del Valle.

MP quer pena suspensa para homem do caso das orgias

6 de Fevereiro, 2012
O Ministério Público pediu hoje cinco anos de prisão, com pena suspensa, para o empresário de Famalicão acusado de obrigar a mulher a participar em orgias sexuais, sob ameaça de arma, informaram os advogados do processo.
Nas alegações finais do julgamento, que decorre à porta fechada, o advogado da ofendida, Francisco Peixoto, pediu uma pena idêntica, considerando que «há todos os indícios» de que o arguido cometeu o crime de violência doméstica, de uma forma física, verbal e escrita.
Miguel Brochado Teixeira, advogado do arguido, pediu a absolvição do crime de violência doméstica, defendendo que a mulher participou nas orgias de livre vontade e sublinhando que aquele casal se regia por uma conduta matrimonial e familiar «de acordo com padrões que não têm nada a ver com o que se considera ser a normalidade».
«Para dançar o tango, são precisas duas pessoas», ironizou, dizendo ainda que «é natural que, se se tem ao lado alguém a tocar tambor, obviamente a tendência é tocar clarinete».
Acrescentou que em causa estão «pessoas adultas, com o domínio das respectivas vontades, que faziam o que queriam da maneira como entendiam».
Antes das alegações, o arguido, um empresário de 47 anos que já foi campeão nacional de rali, depôs sobre as orgias, para desmentir a coação sobre a mulher e explicar que o casal gostava de sessões de sadomasoquismo.
Estas sessões serão, também segundo o arguido, a explicação para as nódoas negras que a mulher apresentava no corpo e que estão a ser esgrimidas pela acusação para provar a violência doméstica.
O arguido confirmou ainda que José Castelo Branco participou em algumas orgias com o casal, apesar de o «rei do jet set» ter alegado, em tribunal, que não se lembrava.
Para Francisco Peixoto, o depoimento do arguido foi «perfeitamente incoerente».
Já Brochado Teixeira disse que o arguido «tomou consciência do erro que foi a vida dele e da mulher», fruto de «paranóias sexuais» que o levaram a «queimar dinheiro que dava para construir uma, duas ou três casas, com piscina».
«A verdade é que, hoje, ele não tem casa nenhuma», sublinhou o advogado.
O arguido é ainda acusado de dois crimes de detenção ilegal de arma, que confessou.
Para o advogado de defesa, os cinco anos de prisão pedidos pela acusação constituem «uma pena que socialmente fica bem, mas desconforme à prova produzida», pelo que pediu um ano e meio, com pena suspensa, por causa das armas.
O advogado da queixosa admitiu que uma pena privativa de liberdade não é aconselhável, porque iria misturar o arguido com «uma escola diferente» de crimes.
Por isso, defendeu pena suspensa, com proibição de contactos com a mulher, de quem entretanto se separou, e acompanhamento psicológico.
A leitura do acórdão ficou marcada para 17 de Fevereiro.
Lusa/SOL