Transformações sexuais na sociedade aumentam pressão para o lado masculino
Por: tvi24 / CLC | 11- 2- 2012 10: 33
A sexualidade tem vindo a modificar-se com os anos, devido à Internet, mas também pela diluição dos papéis de género, aumentando a pressão sobre ambos os sexos e desinibindo a mulher, disseram sexólogos à Lusa.
Apesar de não existirem dados concretos que possam mostrar como os comportamentos sexuais se alteraram ao longo dos anos em Portugal, para a presidente da Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica (SPSC), Ana Carvalheira, não há dúvidas de que as últimas três décadas acarretaram «mudanças enormes» em termos de comportamentos sexuais em Portugal, que andaram - e continuam a andar - de mão dada com as profundas alterações sociais e económicas do país.
«Penso que a socialização sexual, actualmente, de homens e mulheres é mais uniforme, menos desigual, quando há 30 anos a socialização das mulheres era altamente repressiv, sendo «permissiva e exigente» para os homens, explicou à Lusa a presidente da SPSC, que lembrou que a transformação continua em pleno neste preciso momento.
De acordo com o investigador responsável pelo SexLab da Universidade de Aveiro, em parceria com a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Pedro Nobre, hoje «as mulheres mais jovens são obviamente mais liberais, em termos de ideias sobre a sexualidade e também começam a partilhar da ideia da exigência do desempenho», algo que até aqui era específico dos homens.
«Há uma pressão grande nos homens do ponto de vista da sua performance e pode, esta maior exigência das mulheres, semear insegurança nos homens, que poderão ficar confusos quanto ao que é esperado deles», declarou Ana Carvalheira, referindo que os papéis de género já não estão definidos como estariam há algumas décadas.
No entanto, a questão da desinibição não é necessariamente acompanhada apenas por factores positivos, uma vez que gera um fenómeno de exigência irrealista que pode causar insatisfação e angústia.
«Um dos exemplos mais clássicos é a ideia do orgasmo múltiplo. Quando se normaliza algo que é excepcional, a mensagem que passa é que quem não é capaz de ter orgasmos múltiplos ou simultâneos não é normal», referiu Pedro Nobre.
Para ambos os especialistas, a Internet é apontada como um elemento fundamental dos últimos anos, que veio potenciar a possibilidade de «encontros sexuais mais esporádicos e mais diversificados», mas também conhecimentos mais duradouros que levaram a relações longas.
Por outro lado, a Internet também veio facilitar a forma de duas pessoas se desligarem, com um casal a poder separar-se quase por SMS ou e-mail, lembrou a presidente da SPSC, que já trabalhou o tema.
Ana Carvalheira destacou como uma das preocupações centrais da actualidade a banalização do tema da sexualidade, o que pura e simplesmente «dá cabo do erotismo» e, por sua vez, «mata o desejo».
«Não quero dizer mal da pornografia, só quero dizer que a fronteira entre pornografia e erotismo é exactamente a banalização. A imagem pornográfica está banalizada. Está excessivamente visível. A imagem erótica não está», disse a presidente da SPSC, sublinhando que, sendo a sexualidade algo que pertence à esfera privada da pessoa, «não joga bem com banalização».
Pedro Nobre explicou, por sua vez, que as mensagens patentes na maioria das capas de revistas destinadas a um público feminino, já sofisticadas e distantes da tradicional publicação dirigida às mulheres, que têm «mensagens são muito claras de exigência de desempenho».
Apesar de não existirem dados concretos que possam mostrar como os comportamentos sexuais se alteraram ao longo dos anos em Portugal, para a presidente da Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica (SPSC), Ana Carvalheira, não há dúvidas de que as últimas três décadas acarretaram «mudanças enormes» em termos de comportamentos sexuais em Portugal, que andaram - e continuam a andar - de mão dada com as profundas alterações sociais e económicas do país.
«Penso que a socialização sexual, actualmente, de homens e mulheres é mais uniforme, menos desigual, quando há 30 anos a socialização das mulheres era altamente repressiv, sendo «permissiva e exigente» para os homens, explicou à Lusa a presidente da SPSC, que lembrou que a transformação continua em pleno neste preciso momento.
De acordo com o investigador responsável pelo SexLab da Universidade de Aveiro, em parceria com a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Pedro Nobre, hoje «as mulheres mais jovens são obviamente mais liberais, em termos de ideias sobre a sexualidade e também começam a partilhar da ideia da exigência do desempenho», algo que até aqui era específico dos homens.
«Há uma pressão grande nos homens do ponto de vista da sua performance e pode, esta maior exigência das mulheres, semear insegurança nos homens, que poderão ficar confusos quanto ao que é esperado deles», declarou Ana Carvalheira, referindo que os papéis de género já não estão definidos como estariam há algumas décadas.
No entanto, a questão da desinibição não é necessariamente acompanhada apenas por factores positivos, uma vez que gera um fenómeno de exigência irrealista que pode causar insatisfação e angústia.
«Um dos exemplos mais clássicos é a ideia do orgasmo múltiplo. Quando se normaliza algo que é excepcional, a mensagem que passa é que quem não é capaz de ter orgasmos múltiplos ou simultâneos não é normal», referiu Pedro Nobre.
Para ambos os especialistas, a Internet é apontada como um elemento fundamental dos últimos anos, que veio potenciar a possibilidade de «encontros sexuais mais esporádicos e mais diversificados», mas também conhecimentos mais duradouros que levaram a relações longas.
Por outro lado, a Internet também veio facilitar a forma de duas pessoas se desligarem, com um casal a poder separar-se quase por SMS ou e-mail, lembrou a presidente da SPSC, que já trabalhou o tema.
Ana Carvalheira destacou como uma das preocupações centrais da actualidade a banalização do tema da sexualidade, o que pura e simplesmente «dá cabo do erotismo» e, por sua vez, «mata o desejo».
«Não quero dizer mal da pornografia, só quero dizer que a fronteira entre pornografia e erotismo é exactamente a banalização. A imagem pornográfica está banalizada. Está excessivamente visível. A imagem erótica não está», disse a presidente da SPSC, sublinhando que, sendo a sexualidade algo que pertence à esfera privada da pessoa, «não joga bem com banalização».
Pedro Nobre explicou, por sua vez, que as mensagens patentes na maioria das capas de revistas destinadas a um público feminino, já sofisticadas e distantes da tradicional publicação dirigida às mulheres, que têm «mensagens são muito claras de exigência de desempenho».
http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/sexo-performance-performance-tvi24-ultimas-noticias-homens/1324625-4071.html
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