quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Casal levou menina para sessão sadomasoquista


dia a dia
28/08/2012 09:52
PLÍNIO DELPHINO
Professora universitária foi presa com o namorado sob acusação de divulgar imagens da menor na internet
Luciana Simões fez mestrado na Universidade de São Paulo em anatomia humanaLuciana Simões fez mestrado na Universidade de São Paulo em anatomia humanapliniodl@diariosp.com.br

A professora universitária Luciana Senna Simões, de 35 anos, e o montador de computadores Rodrigo Pereira Rodrigues, de 36, foram presos em flagrante nesta segunda-feira sob acusação de armazenar fotos de sessão de sadomasoquismo com uma garota de 14 anos e divulgá-las na internet. A prisão do casal – ocorrida no Tatuapé e na Chácara Santo Antônio, Zonas Leste e Sul da capital – só foi possível pela luta incansável do pai da adolescente, que descobriu o crime, monitorou as conversas pela rede de computadores e auxiliou a polícia.
O frentista João, de 42 anos, percebeu que a filha vinha tendo comportamento diferente em casa. Ficava recolhida no quarto e já não convivia com os pais e irmãos. Foi quando ele recebeu um telefonema, no último dia 12, dizendo que a menina estava se relacionando com um homem casado.
No dia 29, a adolescente saiu às 9h da manhã e só voltou à noite para casa. Segundo a polícia, ela, por curiosidade, entrou em um site de sadomasoquismo e conheceu Rodrigo, que usava o pseudônimo de srshibarisp. Em japonês, shibari significa amarrar. “Ele aliciou a menina e marcou um encontro no Metrô Santa Cruz. Depois, foram para a residência de Luciana, no Tatuapé”, disse o delegado Genésio Léo, titular do 27º Distrito Policial (Ibirapuera). “Rodrigo havia prometido um presente à menina e entregou para ela um espartilho.”
Naquela data, o pai da menina percebeu que havia algo muito errado. A filha nunca tinha passado tanto tempo fora de casa. “Comprei um rastreador e instalei no notebook dela”, conta. O frentista pode presenciar a conversa da filha com o aliciador. Acionou a polícia e manteve o monitoramento. Os policiais usaram várias técnicas de infiltração e descobriram quem eram os suspeitos.
A polícia pediu a prisão temporária do casal, que foi negada, mas o delegado recebeu autorização judicial para fazer busca e encontrou na casa da professora dezenas de objetos usados em sadomasoquismo, como roupas e máscaras de couro, cordas, vibradores, algemas, agulhas e, no computador de Luciana, fotos das sessões. “Havia imagens da menina participando de uma delas.”
Professora pretendia viajar para a Austrália para estudar
Uma advogada acompanhou o casal durante os procedimentos policiais, porém, interpelada por repórteres, disse que preferia tomar ciência das acusações antes para depois se manifestar. Ela não revelou o nome.
A professora Luciana se formou em Ribeirão Preto em ciências biomédicas, fez mestrado na Universidade de São Paulo em anatomia humana e deu aulas sobre o tema na faculdade Anhanguera e na Fip (Faculdades Integradas Paulista). Recentemente, ela deixou de dar aulas e dedicava-se a um curso de doutorado na USP. Pretendia fazer pós na Austrália, segundo a polícia. Rodrigo monta e desmonta computadores em uma empresa de telemarketing e adora a cultura japonesa. Já foi até sushi man, segundo a polícia, e conheceu Luciana há cinco anos, em um dos encontros de sadomasoquismo. “O problema deles foi envolver uma menor. É um mundo que eu em 47 anos não conhecia e em dez minutos me surpreendi.”
Opinião
João, 42 anos
Frentista e pai da menor aliciada
Atenção ao comportamento
“A gente tem de trabalhar e às vezes nem imagina o que está acontecendo com os filhos. Depois desse episódio, pedi as contas no meu emprego e foquei minhas energias na minha filha. Percebi que o problema era maior do que parecia. Vinha de fora. A minha mulher também pediu demissão. Essa coisa de internet tem de ser controlada. Vi fotos da minha menina com eles. Tive de me controlar muito para não fazer besteira. Não quero que nenhum pai veja o que eu vi.  A minha filha vai precisar de apoio psicológico. Eu acreditei que eles (o casal acusado) fossem punidos. Continuo acreditando. Por isso, não desisti.  A minha filha ainda não se deu conta de tudo o que está acontecendo. Essa coisa de entrar em uma delegacia, dar depoimento a delegado.  Temos de estar sempre atentos às mudanças de comportamento, mas é melhor não deixar chegar a esse ponto. É melhor monitorar antes. A gente acaba aprendendo até nesses momentos.”

http://diariosp.com.br/noticia/detalhe/31491/Casal+levou+menina+para+sessao+sadomasoquista

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Extremadura contará con un máster universitario en sexología, orientación y terapia sexual


Europa Press | 27/08/2012 - 12:39

El Instituto Clínico Extremeño de Sexología (ICEXS) y la Universidad de Extremadura ponen en marcha en la región el primer Máster Universitario Propio en Sexología, Orientación y Terapia Sexual.
Esta acción formativa se desarrollará desde 8 de octubre de 2012 al 15 de julio de 2013, y el plazo de inscripción finaliza el 5 de octubre próximo.
Asimismo, la iniciativa surge tras detectarse que en los últimos años la demanda en información, educación, prevención y promoción de la salud sexual de la población va "en aumento".
La actividad está dirigida principalmente a diplomados, licenciados o grados del ámbito humanístico, social, sanitario, científico y/o educativo, así como alumnos de último curso de los mismos.

CONTENIDO

Entre los contenidos a tratar están todos los asuntos importantes para formarse como sexólogo y que pasan por la educación sexual en comunidades y centros educativos; las campañas de prevención de enfermedades contagiosas; el desarrollo personal o la terapia sexual para determinados trastornos.
Además, se abordará la sexología clínica y reproductiva, y la sexualidad en personas con discapacidad física y psíquica. El máster incluye también prácticas en asociaciones y colectivos.
Está impartido por prestigiosos profesionales tanto de la región como de otros puntos del país y al finalizar el periodo formativo, el alumnado recibirá el título de Máster en Sexología, Orientación y Terapia Sexual, y de forma opcional el de Especialista en Orientación Sexual (35 créditos) y Especialista en Terapia Sexual (35 créditos).

Professora universitária é presa por pedofilia em São Paulo


    Uma professora universitária, de 35 anos, e um montador, de 36, foram presos ontem (27) em São Paulo acusados de divulgar na internet fotos de uma estudante de 14, convencida por eles a participar de uma sessão de sadomasoquismo. A polícia chegou até o casal depois que o pai da menina percebeu mudanças de comportamento na filha e passou a vigiá-la, com um software espião.
    No dia 29, a adolescente saiu de casa às 9h e retornou apenas dez horas depois. Ela disse aos pais que iria à casa de uma amiga, mas foi até a Estação Santa Cruz do metrô, na zona sul, para encontrar o montador. Os dois trocavam mensagens desde o dia 21, quando se conheceram em uma sala de bate-papo. O montador se identificava como SrShibariSP. O apelido faz alusão ao verbo japonês "shibari", que significa amarrar. Ex-sushiman, o aliciador é fascinado por cultura oriental.
    Da estação de metrô, eles partiram para o apartamento da professora no Tatuapé, na zona leste, onde os três participaram de uma sessão de sexo sadomasoquista. Em troca, a estudante ganhou um espartilho.
    O pai da garota, um frentista de 42 anos, passou a estranhar o comportamento da filha. Ele também recebeu uma ligação, dizendo que a garota estava se envolvendo com um homem casado. Notou, ainda, o presente inusitado. Desconfiado, o frentista instalou um software espião no notebook da adolescente.
    Viu que ela acessava um site sadomasoquista onde tinha as próprias fotos expostas, sob o domínio do SrShibariSP. Desesperado, o pai chegou a pedir demissão para acompanhar de perto o caso. "Fiquei duas semanas sem comer nem dormir. É terrível."
    Sem falar nada à garota, ele entrou em contato com um amigo e decidiu procurar o 27.º DP (Campo Belo). "É um mundo à parte (sadomasoquismo)", disse o delegado Genésio Leo Júnior. "Ela foi atraída pela curiosidade", completou.
    Armazenamento. Na sexta, o delegado pediu o mandado de busca e apreensão. No sábado, o casal se encontraria de novo com a garota. Alerta, o pai impediu que ela saísse de casa. Ontem, a polícia encontrou fotos e material sadomasoquista no apartamento da professora. Formada em Biomedicina, ela é doutoranda em Anatomia Humana na Universidade de São Paulo (USP). À polícia, ela disse que a garota parecia ter 16 anos. A professora e o parceiro foram presos em flagrante por divulgar as fotos, além de mantê-las armazenadas. A advogada dos acusados não se manifestou sobre o caso.


http://www.odiario.com/geral/noticia/597477/professora-universitaria-e-presa-por-pedofilia-em-sao-paulo/

Professora universitária é presa por pedofilia



Doutoranda da USP e técnico de informática divulgaram na internet fotos de sessão de sadomasoquismo com adolescente de 14 anos

iG São Paulo  - Atualizada às 


Um casal foi preso em flagrante na segunda-feira (27),  em São Paulo, acusado de divulgar na internet fotos de uma adolescente de 14 anos convencida por eles a participar de uma sessão de sadomasoquismo. 
No computador dos suspeitos L.S.S., de 35 anos, e R.P.R., de 36, havia centenas de fotos pornográficas e várias de sexo explícito com a adolescente. Além do computador, foram apreendidos cordas, coleiras, chicotes, vibradores e outros objetos usados em sadomasoquismo e fetichismo.
O casal - uma professora universitária formada em Biomedicina e doutoranda em Anatomia Humana na Universidade de São Paulo (USP) e um técnico de informática - foi indiciado com base no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Investigação
Policiais do 27º Distrito Policial (Ibirapuera) começaram a investigar os dois no último dia 29 de julho, quando o pai da estudante fez um boletim de ocorrência. Ele contou que a filha passou o dia fora e voltou para casa somente às 21 horas levando um espartilho preto, que disse ter ganhado “de presente” de uma amiga.
No dia seguinte, a “amiga” da filha ligou e tentou tranquilizar o pai da menina, dizendo que nada de anormal tinha acontecido. Ela confirmou ter dado o presente. Desconfiado, ele instalou um software espião no computador da adolescente e descobriu que ela estava cadastrada em um site de sadomasoquismo. A menina também mantinha contato com um homem naquele portal.
Ao pesquisar no site o perfil do suspeito, o pai constatou que ele armazenava centenas de fotos pornográficas de sadomasoquismo e fetichismo. Em algumas delas o homem aparecia com a estudante, que vestia espartilho preto, e uma mulher.
Na casa do técnico de informática, na Chácara Santo Antonio, zona sul de São Paulo, os policiais apreenderam uma coleira e uma calça de nylon preta. Eram novos “presentes” que ele daria para a vítima. Segundo a polícia, o técnico revelou que o material de sadomasoquismo estava no apartamento de sua namorada.
Na casa da suspeita, a polícia apreendeu um vasto material destinado à prática de sadomasoquismo - coleiras, chicotes, vibradores, gel lubrificante, presilhas com correntes, máscaras, espartilhos, roupas de fantasia e até quatro manuais de sadomasoquismo.
No computador da professora estavam armazenadas centenas de fotos pornográficas, que eram inseridas por ela e seu namorado no site. Em muitas das fotografias o casal aparece com a adolescente, em 29 de julho, dia em que a menina chegou tarde em casa. As fotos foram produzidas e postadas num site de sadomasoquistas e fetiche, expondo a imagem da menor.


http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/sp/2012-08-28/professora-universitaria-e-presa-por-pedofilia.html

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Cirurgião testa o uso do produto em mulheres que sentem dor durante o sexo

Novo teste com botox - 04/08/2012 às 08:15h

A doença provoca contrações involuntárias na musculatura genital, gerando dor e queimação

Queridinho de homens e mulheres que lutam contra as rugas do envelhecimento, o botox pode também ser um aliado na cama. Estudos clínicos feitos por um médico americano mostraram bons resultados do uso da toxina botulínica em mulheres que sofrem com vaginismo. A doença provoca contrações involuntárias na musculatura genital, gerando dor e queimação. Cerca de 5% da população feminina sofre com o problema, que pode até impedir a penetração.
— Se esse estudo ficar mesmo comprovado, as perspectivas de aliviar o sofrimento das pacientes serão muito positivas. Vejo como uma ótima novidade — comemora o cirurgião plástico Ricardo Cavalcanti.
A técnica em teste consiste na aplicação da toxina botulínica nos músculos da entrada da vagina. A substância interrompe a passagem dos impulsos nervosos. Como consequência, a região fica mais relaxada e a vida sexual, mais prazerosa. Segundo os pesquisadores, cerca de 80 voluntárias participaram dos testes; apenas uma não apresentou melhora. As análises continuam sob supervisão da FDA, agência americana que controla alimentos e medicamentos. No Brasil, ainda não há autorização para estudos.
Entre as causas para o vaginismo estão traumas emocionais e uma criação muito repressiva com relação à sexualidade.

A vida sem sexo

23-08-2012
Quando falamos sobre sexo, já de princípio nos ajeitamos na cadeira porque sabemos que o tema desperta grandes e calorosasdiscussões. A curiosidade sobre o tema é instigante. A pessoa se permite romper com os tabus existentes, o que pressupõe recorrer aos instintos mais prazerosos. Evocamos os significados que possuímos sobre sexo, traduzidos por sensações e experiências vividas ou desejadas. Imaginar um cenário sexual não é difícil porque contamos com recursos internos como a excitação. O sexo nos permite fantasiar e aliado a isso, a ideia de transgressão.
 
Mas igualmente ao desejo de consumar uma relação sexual para alguns, existem pessoas que rompem com a necessidade e renunciam o envolvimento sexual. Muito embora pareça estranho alguém não ter relações sexuais, a assexualidade é um movimento social que desmistifica a notoriedade do sexo e está em plena ascensão no mundo. Talvez seja mais fácil pensarmos nas multiplicidades e possibilidades do sexo do que na falta dele.
 
A libido não está vinculada apenas ao ato sexual. O ato em si é uma consequência natural para extravasar a excitação acumulada.Para os assexuados, o prazer e a satisfação existem, mas não através do envolvimento carnal com outra pessoa. Não existe desejo sexual, mas existe excitação. E olha que embora pareça uma descrição do celibato, assexualidade está longe desta concepção. Os celibatários reprimem o desejo sexual em prol de uma causa e de preceitos religiosos. O assexuado não reprime nada, pois nãoexiste desejo a ser recalcado. A masturbação, por exemplo, é uma alternativa para a excitação, cuja ejaculação possui efeito aliviador e diminui o estresse. O autoerotismo dispensa a relação com o outro e a atuação da libido é presente, satisfazendo a excitação.
 
Assexualidade não é uma doença, mas uma escolha. O DSM (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders), catálogo de doenças mentais da associação americana de psiquiatria classifica este comportamento como “HSDD” ou Desordem do Desejo Sexual Hipoativo, considerada um desvio. Talvez, mediante a cultura da sexolatria, em que até para vendercerveja recorre-se aos estímulos sexuais, não transar é entendido como patológico. Mas se não transar não causa sofrimento para a pessoa, o uso de remédios ou tratamentos é dispensável. Problemas como o vaginismo, menopausa, deficiência hormonal e problemas de ereção são algumas causas que diminuem e até impossibilitam o envolvimento sexual e, portanto, devem ser tratados.
 
Nem tudo é assexualidade. Deve-se ter pelo menos num período de 6 meses, falta de desejo sem quadros de doenças. O assexual não é aquele que, necessariamente, tenha sofrido abusos sexuais ou possui uma orientação sexual não aceita. Ao contrário, a assexualidade é defendida pela Even (Asexual Visibility and Education Network), rede que luta pela visibilidade dos assexuados no mundo, como uma nova orientação sexual e assim deve ser compreendida.
 
Existem grupos na assexualidade como os românticos ou libidinosos que possuem atração romântica e por isso, conseguem se envolver com outras pessoas, namorar e até casar. Envolvem-se afetivamente. Sexo apenas com o intuito de procriar. Já os não românticos não possuem intimidade física ou troca de carícias. Não sentem desejo algum e o envolvimento amoroso não é permitido. De um modo geral, os assexuais sofrem muito preconceito e são discriminados por suas escolhas. O sentimento de culpa é atormentador e angustiante, imputado por uma sociedade carente de afeto. Nos dias de hoje, fazer sexo e ser libidinoso são obrigações e por isso, sofrem distorções. O prazer pode ser destinado àoutros setores da vida como o trabalho, exercícios físicos ou aos cuidados dos filhos, isso para ficar em alguns exemplos. É um erro restringir a libido ao sexo.
 
Os poucos estudos sobre o tema dão margem para especulações e conclusões precipitadas. As variedades sexuais não podem serdeterminadas ou quantificadas. A sexualidade viola qualquer padrão normativo, justamente porque não pode ser controlada. São estas ramificações sexuais que permitem ao conhecimento pessoal, e, portanto, a constituição de identidades sexuais.  Compreender estas identidades é respeitar os movimentos de uma sociedade que sofre uma verdadeira metamorfose em sua constituição. Desbravar nossa sexualidade deve ser libertador e não uma escravidão.
 
* Breno Rosostolato é professor de psicologia da Faculdade Santa Marcelina.
http://www.paranashop.com.br/colunas/colunas_n.php?op=opiniao&id=21330

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Milícias usam violência sexual como arma de guerra no Congo


Atualizado em  24 de agosto, 2012 - 05:12 (Brasília) 08:12 GMT
Vítima de violência sexual (Foto Christian Aid e Will Storr)
Vítima de estupro no Congo: abuso sexual é uma eficiente arma de guerra
Nos cinco minutos que você levará para terminar de ler esta reportagem, pelo menos três mulheres terão sido estupradas na República Democrática do Congo. A cada hora, 48 mulheres são violentadas no país, segundo um estudo publicado no American Journal of Public Health. Organizações de proteção aos direitos humanos também registram um número impressionante de vítimas masculinas.
No total, 22% dos homens e 30% das mulheres do Congo já foram vítimas de violência sexual em ataques relacionados ao conflito, segundo números de 2010. Tais estatísticas levaram a enviada da ONU ao país, Margot Wallström, a classificar o país como a "capital mundial do estupro" em um apelo para que o Conselho de Segurança tomasse uma atitude para interromper a barbárie.
Mas se os números já são chocantes, os depoimentos reunidos pelo jornalista Will Storr em uma investigação exclusiva para a BBC são um grito de socorro que a comunidade internacional não deveria ser capaz de ignorar.
Os relatos foram reunidos no documentário de rádio An Unspeakable Act (na tradução livre algo como "Um Ato Sobre o Qual não se Pode Falar").
O próprio Storr admite que é difícil ouvi-los até o final, mas diz que o objetivo das vítimas era justamente conseguir que seus dramas fossem divulgados, em uma tentativa de romper o imobilismo internacional sobre o tema.

Relatos

Uma das vítimas, por exemplo, conta como foi estuprada por quatro homens que mataram seu marido e seus seis filhos enquanto riam e pareciam se divertir. "Nunca vou conseguir esquecer. Desde então, tenho uma dor na cabeça constante por causa de todos esses pensamentos ruins. Ao lembrar tudo isso agora, parece que minha cabaça vai explodir", diz a vítima.
Outra mulher relata como os estupradores mutilaram sua genitália - algo frequente nos ataques, como explicam médicos que atendem as vítimas.
Um homem disse ter sido vítima de abusos sexuais cometidos por integrantes do Exército e descreve os ataques e suas sequelas físicas e psicológicas. "Na primeira vez eles me amarraram, me bateram, mataram minha mãe, meu pai e meus filhos na minha frente", diz. "Depois voltaram e me usaram por vários dias."
Um total de 6 milhões de pessoas já foram mortas no conflito na República Democrática do Congo desde 1996. Hoje, a média de mortos é de 54 mil por mês.
Os estupros são cometidos tanto por milícias quanto pelas forças oficiais. Especialistas explicam que, mais do que atos de violência em um ambiente socialmente degradado e sem lei, esses abusos são uma tática de guerra.

Arma de guerra

Vítima masculina (Foto Christian Aid e Will Storr)
Homens também são vítimas de abusos sexuais no Congo
"A violência sexual em conflitos armados é uma tática de uma eficiência incrível porque ela humilha, envergonha e traumatiza a vítima", explicou Lara Stemple, diretora do programa de Saúde e Direitos Humanos da Universidade da Califórnia.
"Em um conflito armado em que a violência está por toda parte, o estupro é um instrumento de dominação total, de subjugação completa."
Para Chris Dolan, diretor de um projeto que dá assistência legal a refugiados congoleses em Uganda, os abusos sexuais são uma arma de guerra mais eficiente do que as convencionais porque rompem a harmonia e o tecido social de uma comunidade.
"Todas as relações entre os integrantes de uma família, e dessa família com a vizinhança e com a sua comunidade podem ser afetadas por um estupro."
Desde 2009, Dolan dirige uma campanha para ampliar a conscientização sobre o fato que vítimas de violência sexual podem ser homens além de mulheres.
Sua organização também oferece ajuda às vítimas masculinas, que sofrem com graves sequelas físicas, além de serem estigmatizadas em sua comunidade.
"As sequelas psicológicas de um abuso desses também são terríveis. As pessoas descrevem essa situação como uma tortura interna", diz William Hopkins, psiquiatra da organização Freedom from Torture, explicando que a vítima passa a "odiar a si mesmo."

Responsabilidade

Vitima de estupro (Foto Christian Aid e Will Storr)
Vítimas descrevem as sequelas psicológicas dos estupros como uma "tortura interna"
Segundo Storr, uma das questões mais difíceis de se entender ao analisar o problema dos estupros endêmicos no Congo é como tantos congoleses - sejam eles integrantes de milícias ou do Exército do país - podem cometer tais atos de barbárie.
Especialistas explicam que a maioria dos estupros são coletivos e aqueles que cometem tais abusos não se sentem individualmente responsáveis por seus atos.
Muitos dos estupradores não têm problema em descrever os ataques e até se sentem "orgulhosos" de fazer parte dos grupos que cometem tais violências.
Um dos milicianos entrevistados no documentário, por exemplo, diz que fica "feliz" depois dos estupros e se torna mais violento quando as vítimas reclamam "mais do que deveriam".
Segundo informações apuradas pelo documentarista, a formação militar dos milicianos e militares, estruturada de modo a desprovê-los de sua "individualidade" e ""humanidade", também ajudaria a agravar o problema.