sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Não grita comigo!


Você acha normal seu namorado gritar com você? Então por que deixa?
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13.05.2011 | Texto por Nina Lemos Fotos Rodrigo Sacramento

Um tom de voz mais alto, uma discussão sem motivo ou mesmo a indiferença do seu namorado podem parecer uma simples alteração de humor. Tem certeza? Tpm mostra que a violência numa relação começa por aí. E por que muitas mulheres demoram a dizer: Não grite comigo!


Rodrigo Sacramento

A cantora Nana Rizinni tinha 20 anos quando decidiu passar o fim de semana na casa de praia do namorado de dois anos (nada mais corriqueiro para um relacionamento longo e estável). Ao entrar, ela “não fechou a porta da casa direito” (nada mais normal para uma garota distraída). Foi o suficiente para que seu namorado começasse a gritar: “Você não faz nada certo! Como assim não fechou a porta? Você não tem respeito por nada, nem pelo teto que os meus pais construíram!”. Passada a tempestade verbal, ele colocou a menina para fora de casa. Absurdo. Mas normal para um relacionamento marcado pela agressividade do rapaz.
“Fiquei muito machucada. Fui pra casa de uma prima e passei o feriado chorando. Ali vi que realmente tinha acabado”, conta a menina. Antes disso, claro, Nana aguentou “explosões que vinham do nada” pelo tempo que o namoro durou. “Ele mudava de cara, ficava com os olhos vermelhos e era sempre por causa de alguma bobagem. Eu era muito nova e achava que esse era o jeito dele”, lembra.
“Você trata muito mal sua menina”
Você não deve estranhar ao perceber que uma garota descolada como essa, que lança disco solo mês que vem, canta, compõe e toca bateria, tenha vivido isso. Afinal, que mulher já não passou por situação parecida? E você, nunca teve um namorado que tinha o hábito de dar uns gritos, chamar você de burra, socar o capô do carro? OK. Vai ver o seu era de outro tipo: ele não berrava, mas te humilhava, te ignorava, te achava um lixo. E deixava isso claro. Até que você começava a acreditar.
O abuso moral em relacionamentos amorosos é comum (demais). “Nunca pensei que isso podia ser uma coisa tão corriqueira”, diz o cineasta João Jardim, diretor do filme Amor?. O documentário, em cartaz nos cinemas, mostra histórias reais de mulheres que sofreram abusos físicos e psicológicos (e de homens que abusaram), interpretadas por atrizes como Lília Cabral e Julia Lemmertz. “As histórias contadas no filme têm sempre violência física. Mas são tão loucas emocionalmente que isso chega a ser quase um detalhe”, afirma João. Em suas pesquisas, o diretor chamou a atenção para o medo que essas mulheres sentem. “Elas vivem um tipo de relacionamento em que se sentem ameaçadas, mas também não conseguem sair dele”, conta o diretor. A terapeuta familiar Tai Castilho, que atende casais há mais de 20 anos, diagnostica: “Um relacionamento em que você sente que pisa em ovos o tempo inteiro é um relacionamento de risco”.
“A forma mais cruel de violência que vejo os homens praticarem contra as mulheres é a ausência. É não prestar atenção nela", Diana Corso, psicanalista
“Você olha para ela com desprezo”
A atriz Silvia Lourenço, 30 anos, já viveu isso. Não só no filme Amor?, em que interpreta uma garota que vive um relacionamento homossexual para lá de conturbado, como também na vida real. Ela conta que a relação com o primeiro namorado era completamente neurótica. “Ele morria de ciúmes. Era só eu chegar 5 minutos atrasada para ele inventar a maior história. E quando a gente bebia acabava brigando pra valer.” Silvia ficou mais de um ano nessa. E admite sua parcela de lenha na fogueira. “Acho que eu queria testar os meus limites. Então, se ele falava mais alto, falava também. Era uma coisa de 
desafiar mesmo. Acho que eu queria, de certa forma, correr perigo”, analisa.
Até que um dia o perigo ficou real. “Tínhamos bebido, brigamos, e ele subiu a Cardeal Arcoverde [rua movimentada de São Paulo] na contramão e aos berros. “Vi que eu podia morrer. Caí fora.” Hoje, adulta, Silvia consegue enxergar o que quer em um namoro. “Depois de fazer o filme passei a reparar muito nisso. A violência pode ser silenciosa. O cara tratar você como uma burra já é uma forma de violência.”
“A violência pode ser silenciosa. O cara tratar você como uma burra já é uma forma de violência”, Silvia Lourenço, atriz
A psicanalista e colunista do Zero Hora Diana Corso faz coro. “A forma mais cruel de violência que vejo os homens praticarem contra as mulheres é a ausência. É não prestar atenção nela”, defende. Em um dos depoimentos do filme Amor?, uma das agredidas reclama justamente disso: do cara que não repara nos quilos que ela perdeu, na mudança de cabelo, em nada. Calma. Se você tem um namorado que não repara quando você cortou o cabelo, não quer dizer que você esteja em um relacionamento doentio. Mas só que você namora um cara, huuum, normal. Estamos falando aqui de homens que elogiam outras mulheres na sua frente, chamam você de ignorante e, em alguns casos, te olham com cara de nojo.
A artista plástica carioca Maria (nome fictício), 35 anos, sabe muito bem o que é isso. Ano passado terminou um casamento de dois anos com um homem que não ligava muito pra ela. “Morávamos no Rio e, no fim do ano, íamos para Recife, de onde ele era. Uma vez ele viajou antes e fui encontrá-lo. Quando cheguei, já fui recebida com frieza. Sem sexo. Na temporada que se seguiu, ele fez tudo que podia para me deixar por baixo. Me ignorava e fazia questão de falar de outras mulheres ao meu redor, de como eram lindas. Hoje, olhando para trás, acho tudo uma loucura”, diz Maria, sem compreender exatamente como prolongou tanto o casamento.
Na época, infelizmente, ela não conseguiu pular fora. Difícil entender por quê. Quais são os motivos que fazem a gente continuar com alguém sabendo que a pessoa nos faz mal? Medo de ficar sozinha e de se separar são os motivos mais óbvios. Mas, de acordo com Tai Castilho, motivos, digamos, mais freudianos também fazem a gente “não conseguir se afastar”. “Nossos relacionamentos imitam outros que tivemos no passado. Se alguém teve uma mãe que foi maltratada pelo pai, por exemplo, pode copiar esse modelo.” Saber o que rolou lá atrás, quando ainda éramos crianças, bem, isso só com terapia mesmo.
“Ele me ignorava e fazia questão de falar de outras mulheres ao meu redor, de como eram lindas”, Maria, artista plástica
Agora, os motivos que fazem um sujeito agredir uma mulher dessa maneira podem até passar por transtornos psiquiátricos. Mas Tai dá outra pista. “Muitas vezes o que nos irrita no outro são coisas que nós mesmos temos. Ou invejamos”, explica. Traduzindo: seu namorado vive reclamando que você fala demais quando, na verdade, quem fala muito é ele. E se o cara também costuma falar mal da sua família isso acontece porque no fundo ele bem que gostaria de ter uma relação familiar tão bacana quanto a sua.

Um dia ela vai sair de cena”
Como enxergar que você está em uma roubada e que precisa sair dela? “Se você começa a perceber que está sendo maltratada, que está sendo humilhada, a questionar se aquilo é o que você quer para você, já é um sinal”, avisa Tai. E ela complementa: “Você tem que tomar a responsabilidade do que está acontecendo para você, não esperar que o outro mude. Se ele não te trata bem, você vai embora porque quem não quer ser tratada assim é você”. É o famoso “impor os seus limites”. Fácil não é. Mas a gente sempre consegue – e depois se sente muito bem, obrigada.

Rodrigo Sacramento



Não somos santas

Ao contrário do que pensam muitas mulheres, não são só elas que sofrem com parceiros agressivos. os homens também são vítimas do comportamento violento das namoradas

No fim de um namoro-casamento que durou ao todo dez anos, o designer Renato (nome fictício), 34 anos, foi obrigado a lidar com uma mordida. Séria. “Ela voou em cima de mim, me dando tapas e depois me mordeu. Tive que dar um jeito de apartá-la de mim sem machucá-la”, diz o sujeito, que se sentiu agredido e humilhado “até por não poder bater”. “Tem mulher que sabe quando o homem é gente boa e não vai bater nela de jeito nenhum. E se aproveita disso para pisotear. Elas te deixam em situações em que você chega a se sentir mal por ser homem e mais forte, mas não reage por princípio. ”
O desabafo faz sentido. Você já deve ter feito isso alguma vez na vida. Ou será que não? “As mulheres às vezes provocam o homem para que ele mostre o pior lado da sua masculinidade, como se ele fosse um incrível Hulk. Algumas querem ver esse monstro. Fazem isso para testar mesmo”, diz a psicanalista Diana Corso. O assédio feminino, segundo ela, também costuma ser sutil. “A mulher vai soltando farpas, falando coisas que machucam até que o cara se sinta muito mal no relacionamento.” De acordo com a terapeuta Tai Castilho, é comum a pessoa se utilizar de uma confissão que o outro fez, ou de um momento de fraqueza, e usar isso contra na hora de uma briga.
Nesse relacionamento que teve, entre outras coisas, mordidas (e não de amor) Renato passou a se sentir completamente “incapacitado”. “Ela dizia que eu não sabia fazer nada. Se tentava lavar um prato, falava que eu estava fazendo do jeito errado.” Sim, nesse ponto não somos muito diferentes dos homens que reclamam o tempo todo da mulher que “não serve para nada”.
“Muitos problemas hoje em dia acontecem quando a mulher, por exemplo, ganha mais do que o homem. Os papéis de gênero não estão ainda totalmente definidos na sociedade. O cara começa a se sentir um fraco e a mulher se aproveita disso para exibir poder”, afirma Tai. Não, também não somos santas – temos nossa parcela de loucura. E você, será que está dando uma de louca?

http://revistatpm.uol.com.br/revista/109/reportagens/nao-grita-comigo.html

Faça amor, não faça pornô

Por um mundo com sexo sacana e prazeroso, mas sem fingimento, submissão ou violência
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24.08.2011 | Texto por Lia Bock Ilustração Adriana Alves

Adriana Alves

Por um mundo com sexo sacana e prazeroso, mas sem fingimento, submissão ou violência

É bem provável que esta reportagem desagrade algumas mulheres. Aqui, você vai ler sobre sexo anal, gozo na cara, ânsia ao ser forçada a enfiar o pinto inteiro na boca e tudo o que há no cardápio oferecido em filmes pornô fartamente disponíveis na internet. E tudo assim, às claras mesmo. Se você também está cansada de se decepcionar com os filmes de sacanagem e de engolir o que não gosta, pode abraçar uma causa que começa a ganhar espaço: Make Love Not Porn (faça amor, não faça pornô). Criada pela inglesa Cindy Gallop, uma das razões que a fez pensar na campanha se justifica por experiência própria. Aos 51 anos, Cindy começou a perceber nos homens com quem se relaciona – na faixa dos 20, 30 anos – um padrão sexual muito semelhante ao exibido nos filmes pornô. “Vi que a escola desses moços eram filmes e cheguei a uma questão maior do que preferências sexuais”, disse à reportagem da Tpm. E olha que Cindy não é o tipo de moça certinha. Ela mesma curte (bastante) filmes de sacanagem; o problema está em transformar esse tipo de filme em cartilha sexual.
Depois de anos trabalhando no mercado publicitário, Cindy se define como “business game-changing” (algo como “especialista em transformações corporativas revolucionárias”). Seu trabalho é ajudar empresas a mudar radicalmente de postura. Em seu dia a dia, está um desejo por mudança de comportamento, cultura e padrões. Cindy mergulhou, assim, numa empreitada contra a pornografia machista e de baixa qualidade que domina o mundo, de olho também na educação sexual de crianças e jovens.
Cartilha pornôO que Cindy constatou na cama bate com as pesquisas mundiais: um estudo realizado pela empresa YouGov (agência de pesquisa com grande representação na Europa e nos EUA) com adolescentes britânicos entre 14 e 17 anos apurou que 27% dos 1.400 entrevistados acessavam conteúdo pornográfico toda semana. A deputada inglesa Claire Perry, a favor desse movimento, afirmou em um debate: “Um terço das crianças inglesas com 10 anos já viu pornografia na internet”. Ou seja, muito antes da primeira vez – e não raro antes do primeiro beijo – as crianças já estão estudando a cartilha pornô no computador de casa. E aí o que pode acontecer? Quando se tornam adultos, passam a acreditar que toda mulher é louca por sexo anal e gosta de levar palmadinhas de pinto na cara. “Sim, algumas mulheres gostam de ser xingadas durante o sexo. Outras curtem enfiar o pênis inteiro na boca ou levar gozo na cara. Mas não são todas!”, exclama Cindy. Como na grande maioria dos filmes pornográficos esse tipo de comportamento forja um êxtase feminino, a lição de casa acaba deturpada, assim como toda visão do que é transar e dar prazer a uma mulher.
Algumas pessoas, geralmente nascidas antes de 1980, podem achar tudo isso um exagero. Mas a verdade é que aquela dificuldade para conseguir uma revista de sacanagem, uma foto sensual ou assistir a um filme proibido para menores acabou. Hoje basta escrever a palavra “pornô” no Google para navegar pelo vasto território do sexo, em que violência, submissão feminina e foco no prazer do homem são as constantes. A atriz pornô carioca Yasmin Vianna, 26 anos, é destaque em alguns filmes como Nas garras da tigresa (produtora SexXxy, 2010) e Um metro e meio de bunda – volume 16 (produtora Explicita, 2011). Ela trabalha nessa área há oito anos e conta que nunca participou de uma cena em que o prazer da mulher estivesse em primeiro plano. “A ideia é que passemos a sensação de que estamos ali só para satisfazer o homem”, descreve. Yasmin ficou muito interessada na campanha Make Love Not Porn: “Poderia ser bem bacana mesmo, né? Umas cenas mais românticas, intensas... Até os homens iriam gostar”, pondera. Ela diz, ainda, não conhecer mulheres que gemem de prazer ao receber um jato de gozo na cara – como acontece em dez entre dez filmes pornô.
Sem climaE que mulher já não se viu colocada no papel de uma atriz pornô sem o clima necessário para isso? “Uma vez fui tomar um café com um paquera, mas não rolou clima para ficarmos e decidimos ir embora. Entramos no carro e no tempo de virar para pôr o cinto de segurança ele tinha botado o pau inteiro para fora e disse, sem constrangimento: ‘Chupa’. Foi agressivo. Me senti num filme pornô desses sem roteiro”, contou a designer Marcela, 23 anos. A produtora Camila, 28, conta que acabou vomitando ao ter a cabeça empurrada pelo parceiro para que o pinto dele entrasse inteiro na boca. “Qual o propósito disso? Parece que eles querem fazer a gente passar mal e parecer que o pau é grande”, disse. Com a chef de cozinha Adriana, 34, aconteceu o seguinte: na primeira vez que saiu com o sujeito, ele insistiu em fazer sexo anal antes mesmo de rolar um clima para isso. Ela conta: “Tentei desviar o assunto e aquilo foi ficando chato. Aí, para descontrair, comecei a chupar o pau dele. Pra quê? Logo ele queria que eu batesse o dito na minha cara e queria gozar na minha boca. O problema é que não foi natural, era meio impositivo”, lembra. Exatamente como nos filmes pornô.
Cindy garante que não está travando uma cruzada careta contra a indústria pornográfica, mas sim batendo na tecla de que é possível dar outro olhar para esses filmes e aumentar a qualidade do que é feito. “Existem pessoas brigando por esse espaço, mas, como em toda indústria consolidada, é muito difícil quebrar paradigmas”, afirma. A diretora sueca Erika Lust é uma das vozes nesse movimento por uma pornografia mais humana. Radicada em Barcelona, ela vem fazendo pornografia de qualidade desde 2004, quando lançou o curta-metragem The Good Girls. “Eu evito mostrar aquele estereótipo da mulher de cinema pornô: a mulher fácil, que vende seu corpo por dinheiro, a vadia, a teenager, a tigresa, a enfermeira... e o que mais estamos acostumadas a ver no cinema pornô tradicional. Também evito fantasias masculinas clichês. O que faço é aproximar o cinema adulto da minha perspectiva feminina e feminista”, disse, em entrevista à Tpm. Em seus filmes, a diretora explora o toque da pele e os sons reais do sexo. “Minha intenção é que a pessoa se imagine ali”, explica. Com relação ao movimento Make Love Not Porn, Erika brada: “Acho uma grande iniciativa. Admiro Cindy Gallop e todas as suas ideias inovadoras”.
Um dos objetivos da campanha de Cindy é trazer o assunto à tona. Até porque nem sempre as mulheres, principalmente as mais jovens, percebem como a pornografia está inserida na vida delas. Seja no relacionamento com o namorado, na vida sexual, na maneira como se comportam socialmente, nas coisas que leem, nos filmes e nos programas a que assistem. “É preciso falar de sexo, é preciso discutir a pornografia e a necessidade de educação sexual real”, defende, mais uma vez. Aqui está, Cindy, não apenas o nosso espaço, mas também o nosso apoio.

Poderosa Cindy

Afinal, quem é a mulher que veio a público falar de suas experiências sexuais para criar uma campanha por um sexo mais gostoso e honesto? Cindy Gallop é uma mistura de chineses com ingleses, mas cresceu em Brunei, na Ásia. Trabalhou no marketing de grandes agências como J Walter Thompson, em Londres. Nessa área, ganhou diversos prêmios, como o Advertising Woman of the Year, em Nova York. Em 2005, largou a agência que ajudou a criar e onde era presidente para virar consultora. Além do site e da campanha Make Love Not Porn (www.makelovenotporn.com), Cindy criou o If We Ran The World (ifwerantheworld.com), que visa transformar pensamentos em ações. Com seu forte sotaque inglês, seu cabelo poderosamente loiro e curto, essa mulher de 51 anos resolveu cutucar o planeta com vara curta. “Acredito que podemos ser a mudança que queremos para o mundo”, afirma, parafraseando Gandhi. A meta de Cindy com o Make Love Not Porn é conseguir investidores para crescer e ela garante que estamos bem perto de ver a explosão dessa campanha e a transformação da teoria em prática.
Vai lá: Para saber mais sobre as ideias de Cindy Gallop, o livro Make Love Not Porn é vendido somente no Kindle, US$ 4,99

Adriana Alves
Cindy Gallop
Cindy Gallop

Traduzimos o que Cindy Gallop explica – e explicita – em seu livro e em seu site com bom humor e conhecimento de causa.

Comece de cima:Mundo pornô - Tudo que um cara tem que fazer é enfiar os dedos na vagina da mulher e, instantaneamente, ela estará molhada e ansiosa para começar.
Mundo real - É bem mais fácil para um cara ficar excitado quando uma garota vai direto para o pênis, do que é para uma garota quando o cara vai direto para a vagina. Beijar, tocar os seios e lambidas em geral ajudam a deixá-la estimulada. Use como regra: não toque a vagina de uma mulher até que ela peça por isso (mesmo que seja sem palavras).
Na cara?Mundo pornô - Os homens adoram gozar no rosto das mulheres e elas sentem muito prazer com isso.
Mundo real - Algumas mulheres até curtem gozo na cara. Outras não. É uma escolha totalmente pessoal e está longe de ser uma unanimidade.
Baba, baby, baby babaMundo pornô - Saliva por todas as partes, e sempre o máximo possível.
Mundo real - Algumas mulheres gostam de litros de baba na vagina. Outras não. Alguns homens gostam de saliva no pinto. Outros não. Se você não é louca por isso, diga. Se você é, diga também.
Gozando (de verdade)Mundo pornô - As mulheres gozam o tempo todo em posições em que o clitóris não está sendo tocado.
Mundo real - Tem que haver algum tipo de pressão rítmica sobre o clitóris para fazer uma mulher gozar. Pode ser com o osso púbico, a língua, os dedos ou qualquer outra coisa, mas tem que ser lá.
Como é que é?Mundo pornô - As mulheres amam ser chamadas de “putas” e “vadias” enquanto transam.
Mundo real - Algumas pessoas gostam de uma conversinha suja e fazem isso naturalmente. Outras mulheres ficam excitadas por termos picantes. Mas não são todas. Se você não gosta do que está sendo dito durante o sexo, dê um toque. Se você gosta, fale também.
Questão de peleMundo pornô - A transa é pautada pelos ângulos da câmera. Isso quer dizer que, na maioria das vezes, as únicas partes dos corpos que se tocam são as genitálias.
Mundo real - Uma das coisas boas no sexo é o prazer da pele na pele. É ótimo transar com os corpos colados. O que não acontece muito nos filmes pornô porque atrapalha a câmera, que quer focar a penetração em close.
É das carecas que eles gostam mais?Mundo pornô - As mulheres não têm nenhum pelo lá embaixo.
Mundo real - Algumas mulheres fazem depilação total. Outras preferem apenas aparar o excesso. Mas depilação precisa ser vista como uma opção, não como regra.
Lá mesmo?Mundo pornô -  Todas as mulheres adoram sexo anal.
Mundo real - Muitas mulheres não gostam de sexo anal, outras amam. Homens, se perguntem como se sentiriam se alguém enfiasse um pinto em vocês. Pois bem... É ótimo quando todos os envolvidos gostam da ideia. Mas nem sempre acontece.
A hora do engasgoMundo pornô - No sexo oral, as mulheres adoram ter a cabeça agarrada e o pinto empurrado à força goela abaixo.
Mundo real - Algumas mulheres podem até gostar, mas, baseado em uma amostra não científica, muitas – muitas mesmo – não gostam. Asfixia, sufocamento e ânsia de vômito durante o sexo são tremendamente brochantes. É uma boa ideia checar se ela é a fim disso antes.

Adriana Alves
Erika Lust
Erika Lust

Ela faz cinema... pornô

Quando lemos que a sueca Erika Lust faz filmes adultos com uma pegada feminina, pode ficar a sensação de que na tela aparece algo leve. Mas é preciso deixar claro: Erika filma sexo explícito, mas, como a própria diz, “com uma atmosfera de paixão”. Formada em ciências políticas com especialização em feminismo pela Universidade de Lund, na Suécia, foi depois de trabalhar em uma produtora de cinema que resolveu lutar pela igualdade entre mulheres e homens no mundo pornô. Junto com o marido e pai de sua filha, Pablo Dobner, começou em 2004 a Lust Films. Já são diversos curtas e longas – e todos podem ser baixados no site www.lustcinema.com. Erika lançou também o livro Good Porn: A Woman’s Guide – sem versão em português, mas traduzido para oito línguas, inclusive espanhol. O livro, um guia para que as mulheres desfrutem desse novo cinema pornô, já vendeu mais de 100 mil exemplares.
Vai lá: Good Porn: A Woman’s Guide, US$ 9,10; Porno para mujeres. Una guia femenina pãra entender y aprender a disfrutar del cine X, US$ 79,16, ambos na Amazon
Adriana Alves
Adriana Alves

http://revistatpm.uol.com.br/revista/112/reportagens/faca-amor-nao-faca-porno.html

75% das mulheres que têm dores crônicas apresentam disfunção sexual

02/09/2011 | 16h29min
Entre as mulheres com dores crônicas, 75% têm algum tipo de disfunção sexual. Essa é a conclusão de um levantamento feito pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. O estudo mostra que, no caso dessas mulheres, a velha queixa de dor de cabeça não é apenas uma desculpa para evitar o companheiro, mas uma situação real em que a dor fala mais alto do que o desejo e a satisfação que fazem parte de uma vida sexual saudável.
Disfunções sexuais contribuem para o fim de grande parte dos relacionamentos - SXC/Divulgação
SXC/Divulgação
Disfunções sexuais contribuem para o fim de grande parte dos relacionamentos
A ginecologista Telma Zakka, do Centro Interdisciplinar de Dor do Hospital das Clínicas, já percebia que as dores crônicas transformavam a vida de suas pacientes, mas a partir do levantamento percebeu o impacto das dores na sexualidade. "O que mais me chamou atenção foi que elas diziam que evitavam ter relações, não por falta de vontade, mas porque sabiam que a dor aumentaria."

Para a pesquisa, foram aplicados testes em 64 mulheres, das quais 29 não sentiam dor alguma e 35 sofriam de enxaqueca, fibromialgia, dores nas costas e na região pélvica. Em todos os aspectos avaliados - desejo, estimulação, lubrificação, orgasmo, satisfação e dor - o grupo com dor crônica mostrou resultados piores do que o grupo saudável. Das 35 mulheres com dor, 26 foram diagnosticadas com algum tipo de disfunção sexual.

Especialista em dor pélvica crônica, Telma alerta para a importância de o profissional de saúde abordar o assunto da sexualidade com essas pacientes. "Em uma consulta dificilmente se menciona a sexualidade. O médico fica constrangido de perguntar e a paciente também evita o assunto."

Uma das mulheres envolvidas no levantamento, que preferiu não ser identificada, confirma que ninguém gosta de tocar no assunto da sexualidade. Durante quatro anos, ela sofreu de uma dor pélvica quase insuportável que nenhum médico conseguia diagnosticar ou tratar. "Quando não se consegue identificar o motivo da dor, dá pavor, medo, desespero", conta. "A autoestima fica lá embaixo. Antes de uma relação, sempre me perguntava se ia doer." Depois de um longo tratamento e livre das dores que a atormentavam, hoje ela avalia que deixou de se envolver em relacionamentos mais profundos por esse motivo (leia mais ao lado).

A enfermeira Karine Azevedo São Leão Ferreira, diretora da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor, observa que é comum que as disfunções sexuais que acompanham a dor crônica da mulher contribuam para o fim dos relacionamentos. "Essas mulheres não conseguem ter uma vida sexual ativa e seus companheiros, quando não entendem a situação, se separam e destroem a família", diz.

Segundo ela, a abordagem clínica da dor crônica deve ser multiprofissional. "A sociedade não pode negligenciar o assunto, colocar barreiras e não falar sobre a sexualidade, extremamente importante para a qualidade de vida."

Agência Estado 

Matrimonios no consumados: “Si no abandonan la terapia, se resuelve en un 99%”


Matrimonios no consumados: “Si no abandonan la terapia, se resuelve en un 99%”

Silvina Valente, ginecóloga y miembro de la Sociedad Argentina de Sexualidad Humana, habló en La Máquina de la Mañana, por FM Latina 101.1, sobre la problemática de los matrimonios no consumados.

Matrimonio no consumado (Magazine)
¿Hay muchas parejas que no consuman pero tienen sexo sin penetración?
Si, eso se llama pareja no consumada, porque una relación sexual es el encuentro de dos personas para tener un vínculo de placer y/o afectivo. El coito vaginal, que es la penetración del pene en la vagina, es una variante de encuentro sexual pero no es un sinónimo inequívoco de relación sexual. Las caricias, los besos y otro tipo de prácticas de tipo sexual, que pueden llevar al hombre o a la mujer a obtener placer sexual serían relaciones sexuales.

Pero la penetración es necesaria para que se considere consumado...
Ese es el nombre que se le puso a esta entidad. Yo quería aclarar que a veces se dice que dentro de las causas en las mujeres está la vaginitis. En realidad es el vaginismo. La primera es una inflamación que padece el 80% de la mujeres. En cambio, el vaginismo es el cierre involuntario de la vagina ante cualquier intento de penetración, incluso con un hisopo en una revisación médica. A veces tiene causas psicológicas y a veces orgánicas, por malformaciones.

Entonces de los 80 mil matrimonios que no consuman, muchos pueden ser muy felices igualmente con otras prácticas sexuales...
Si. Dentro de la consulta sexológica, que incluye varias entidades, la del matrimonio no consumado, si es por vaginismo o eyaculación precoz, es muy fácil de resolver porque la capacidad de llegar a un orgasmo está conservada. No hay ninguna disfunsión a nivel de la generación del placer, sino que hay un miedo a la penetración. Esa es una entidad que los pacientes cargan hace años y cuando consultan se resuelve en pocas sesiones. Yo te diría que en un 99% de los casos, si no hay abandono de la terapia, las parejas terminan consumando.

¿Qué pasa con lo que no llegan al orgasmo con la penetración?
Es diferente en el caso de los hombres y las mujeres. En las mujeres, el disparador del orgasmo es el clítoris, que en reglas generales es un órgano externo. Entonces, el 80% de las mujeres necesitan su estimulación directa para llegar al orgasmo, el frote del clítoris sobre algo. Por eso les diría que no se preocupen porque está dentro de una sexualidad habitual y es natural que les pase eso. En los hombre, ya pasa por una cuestion más psicológica o de estrés.
http://www.26noticias.com.ar/matrimonios-no-consumados-si-no-abandonan-la-terapia-se-resuelve-en-un-99-138121.html