sábado, 3 de setembro de 2011

Terapia em grupo é eficaz contra trauma por abuso sexual

Crianças vítimas de abuso costumam ter baixo rendimento escolar, ansiedade e são mais agressivas.
DA REDAÇÃO 02/09/2011 22h00 





Com a crença de que falar sobre abuso sexual é um tabu, poucas pessoas se livram deste trauma. Falar abertamente e em grupos de terapia sobre abuso sexual com crianças vítimas desse tipo de violência traz resultados rápidos.

É o que indica um estudo feito pela pesquisadora Luisa Habigzang, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, coordenada pela psicóloga Silvia Koller.
Elas avaliaram a redução dos sintomas psicológicos resultantes de abuso sexual em 49 meninas.
O grupo considerou como violência toda forma de contato sexual que saísse do desenvolvimento "normal" de uma criança, incluindo exposição a pornografia.
Primeiro, as pesquisadoras ensinaram às crianças o que é violência sexual. Depois, ativaram a "memória traumática" das crianças e fizeram um trabalho de reestruturação dessa memória.
Por último, trabalharam conceitos de sexualidade e medidas de autoproteção.
Em quatro meses, todas as pacientes tiveram uma melhora significativa, que tem se mantido estável nos últimos 18 meses.
"Em geral, tratamentos para casos de abusos não falam abertamente sobre sexualidade e são feitos individualmente", destaca Koller.
"Muitos duram anos, sem resultados efetivos."
Crianças vítimas de abuso costumam ter baixo rendimento escolar, ansiedade e são mais agressivas.
Das 49 meninas acompanhadas, 37 foram abusadas por um membro da família.
O modelo de tratamento foi adotado por prefeituras de 27 cidades do Rio Grande do Sul.
Com informações da Folha

Sexo contemporáneo: penetrando al hombre que amas


Martes, Agosto 30, 2011 10:38
por  José Manuel Gonzáles

En el mundo están sucediéndose cambios en las costumbres sexuales que llegan a Barranquilla, para bien o para mal, como diría mi abuelita. Uno de ellos tiene que ver con la penetración del hombre durante las relaciones sexuales… y se llama pegging.
Hoy quiero escribirles sobre este tema y conocer tu opinión, a favor o en contra. Para ello te pido que después de leer este artículo me regales un mail con tu opinión al respecto.
Desde hace algunos años se viene hablando en el mundo occidental de pegging. El término fue creado por el famoso escritor Dan Savage, quien el 29 de noviembre de 2010 se refirió a este tema, con este nombre especifico, en el popular programa de la televisión norteamericana “The Colber Report”.
Antes de esta fecha, sin colocarle el nombre, la película “Myra Breckinrige”, dirigida por Michael Sarne, con Raquel Welch, John Huston, Farrah Fawcett y Tom Selleck había mostrado esa nueva práctica sexual en 1970. Hoy circulan muchas películas que muestran este tipo de relaciones sexuales entre parejas heterosexuales.
Según Wikipedia, pegging es una práctica sexual en la cual la mujer penetra el ano de su hombre con ayuda de un consolador que va sujeto a un arnés o a su propia vagina. En el mercado de los sex shop, y eso ya está ocurriendo en Barranquilla, la venta a parejas heterosexuales de arneses, o de consoladores dobles, ha aumentado significativamente en los últimos 2 años.
Los expertos que han estudiado esta nueva modalidad de actividad sexual entre parejas heterosexuales han encontrado que por lo general se obtienen dos tipos de placeres:
Placer físico. La mujer puede obtener una estimulación directa en su genital a través de la base del consolador, o en el caso de los consoladores dobles, mediante penetración vaginal. La mujer puede hacer uso de un vibrador que por lo general se ubica entre el consolador y su clítoris. Por su parte, el hombre recibe un estímulo directo por medio de la penetración anal y la estimulación de su próstata, en donde se localiza su punto G. Algunos hombres reportan que disfrutan masturbándose (o siendo manualmente estimulados por su compañera) durante el pegging.
Es importante recordar aquí que todos los anos, tanto en mujeres como en hombres, tienen sensibilidad. De no ser así, todos se cagarían en sus pantalones frecuentemente… ya que no se darían cuenta de que necesitan ir al baño a defecar.
Placer psicológico. Algunas personas practican el pegging porque disfrutan de los aspectos psicológicos de dominación y sumisión que implica la actividad. De hecho, con frecuencia los juegos de roles donde hay una dominación por parte de la mujer y una actitud sumisa del hombre, suelen culminar con la mujer penetrando al hombre analmente. Algunos títulos de publicaciones en internet llevan títulos sugestivos como “cuando los pantalones se los pone ella” o “como penetrar a tu novio” que le sugieren un cambio de roles a la mujer.
Los expertos insisten en que el mayor lastre que se arrastra todavía con respecto a este tipo de relaciones es que el hombre heterosexual no puede (porque no lo concibe) recibir una penetración. “Eso es cosa de maricones”, pensará más de uno sin saber lo equivocados que pueden estar y la fuente de orgasmos que se pueden perder.
Si se practica correctamente, los expertos consideran que el pegging puede ser totalmente saludable y gratificante para ambos. Es obvio que la zona es delicada y requiere mucha atención y mimo. Por eso es imprescindible una buena comunicación entre los dos y tomárselo con calma. No sobre decir que se requiere una buena higiene y un buen lubricante. A veces, recomiendan los expertos, es mejor empezar con los dedos antes de pasar a un consolador.
Te repito, espero tus comentarios…

MEMÓRIAS DE BOCAGE

 
MEMÓRIAS DE BOCAGE
O documentário "Bocage" pretende, de uma forma criativa, dar a conhecer aspectos da vida e obra de um dos mais relevantes poetas portugueses do séc. XVIII
Manuel Maria l´Hedoux Barbosa du Bocage, nascido em Setúbal a 15 de Setembro de 1765, falecido em Lisboa a 21 de Dezembro de 1805, é considerado como um dos nossos melhores poetas e, depois de Camões, o mais popular e celebrado de todos. O documentário "Bocage" pretende, de uma forma criativa, dar a conhecer aspectos da vida e obra de um dos mais relevantes poetas portugueses do séc. XVIII. A estrutura do documentário procurará reflectir sobre o talento de Bocage, o seu viver intenso e livre, as paixões exacerbadas com o sofrimento e mágoas que estas lhe causavam, as suas aventuras, os seus conflitos, as ilusões da sua alma de poeta. Pretendemos também dar a conhecer os seus dotes enquanto poeta satírico, erótico e libertário, assim como todos os problemas que o regime conservador e absolutista vigente em Portugal lhe causaram, com diversas prisões, censura e restrições quanto à divulgação da sua obra, tal como o seu brilhante e livre espírito a concebia. A vida de Bocage é um acumular de frustações, de boémia louca, de viagens que não o satisfaziam à India, ao Brasil, a Macau. A semelhança do seu destino com o de Camões havia de o obsecar até à morte. Para melhor apresentarmos a personalidade e vida de Bocage, utilizaremos o actor José Pedro Gomes (devidamente caracterizado) a interpretá-lo já no fim de sua vida, narrando as suas memórias com textos autobiográficos e declamando sonetos relacionados com os diferentes momentos da sua vida. Será, também, apresentado o contexto histórico e social da época, e a respectiva influência na vida e obra de Bocage, assim como os depoimentos de especialistas Bocageanos, poetas contemporâneos com afinidade com a sua poesia, e um psiquiatra, especializado em sexologia, tentará dar-nos um retrato do que ia na mente do poeta, e o seu perfil psicológico.
http://www.rtp.pt/programas-rtp/index.php?p_id=20734&e_id=&c_id=9&dif=tv

É confiável tratar disfunções sexuais na internet?

01/09/2011 -- 16h05
É cada vez maior o número de pessoas que buscam na internet tratamentos para problemas sexuais
Não, esse não é mais um daqueles textos discutindo as mudanças do comportamento sexual das pessoas com o surgimento da internet. Não é sobre sexo virtual. O objetivo deste texto é orientar as pessoas sobre as informações colhidas na internet sobre problemas e disfunções sexuais.

Quando se digita a expressão ejaculação precoce no site Google, um dos endereços eletrônicos de busca mais utilizados, se obtém 196 mil referências.

Já para ''aumento peniano'' são encontradas 391 mil referências. Considerando que não existe nenhuma técnica aprovada cientificamente ou mesmo legalmente para uso em nosso país (exceto em protocolo de pesquisas), se deveria esperar que todas essas referências tivessem como objetivo explicar somente essa informação. Mas não é o que acontece.

Esses ''sites'' divulgam tratamentos manuais, fisioterápicos (que me perdoem os fisioterapeutas, mas está descrito como sendo instrumento fisioterápico) e até cirúrgicos.

Por que essa profusão de informação de origem duvidosa? A resposta é: comércio! As pessoas que apresentam alguma insegurança sexual são frequentemente vítimas de toda essa cadeia comercial que envolve o sexo na sociedade moderna.

Então, para não sermos mais uma vítima, sempre compare as informações e desconfie de fontes que vendem algum produto ou tratamento. A internet é ótima, ela melhorou nossa vida em muitos pontos. Mas, em se tratando de problemas de saúde, informações falsas podem causar mais ansiedade, medo e sofrimento. Informe-se, procure sempre um profissional da sua confiança.

Sílvio Henrique Maia de Almeida - professor de Urologia da Universidade Estadual de Londrina e membro titular da Sociedade Brasileira de Urologiahttp://www.bonde.com.br/?id_bonde=1-27--6-20110901&tit=e+confiavel+tratar+disfuncoes+sexuais+na+internet

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Taller de Sexología: Disfunciones Sexuales - Costa Rica

sábado, 15 de outubro · 10:00 - 16:00

Localização
Casa Matute
Calle 21, Ave 10
San José, Costa Rica

Imparten:
Dr. Juan Carlos Acosta, Médico y Sexólogo, México
Dr. Eduardo Ruiz Munguía, Médico y Sexólogo, Costa Rica.

Cuota de Recuperación para gastos organizativos
Cupos limitados, reservas a enlacevital@gmail.com o al 22226806 en horario de L a V de 9am a 5pm o al 22811178

El mes de agosto $60 Setiembre $70 (Indicar numero de cédula en el depósito y nombre)
Cuenta Cliente INSTITUTO INTEGRAL DE SALUD FAMILIAR
BAC San José
10 20000 9031353823
Cta. 903135382

Saludos cordiales
Un acercamiento al tema de las disfunciones sexuales desde la Sexología.
Dirigido principalmente a profesionales de la Salud, interesad s en realizar la Maestría en Sexología del INSTITUTO MEXICANO DE SEXOLOGIA, IMESEX.
Abierto a toda persona que desee recibir información cientifica y hacer un cambio en actitudes ante su propia sexualidad.

Organiza: INSTITUTO INTEGRAL DE SALUD FAMILIAR Y ASOCIACION SEXOLOGIA CIENTIFICA Y VIVENCIAL
Sexólogo Dr. Eduardo Ruiz
Dra. Ma. Lourdes River
Sexóloga Ana Mora

Quienes somos?
El Instituto Mexicano de Sexología, A.C. fue fundado en 1979, con el único programa de postgrado para la formación de Sexólogos con Validez Oficial y reconocida a nivel internacional por el liderazgo y prestigio de sus egresados en materia de sexualidad y por la investigación sexológica que realiza, así como por el desarrollo académico que impulsa para generar conocimientos en el campo de la educación de la sexualidad humana al profesionalizar actores capaces y competentes.

Coordinación en Centroamérica
ISF y Asociación Sexología Científica y Vivencial

El Instituto Integral de Salud Familiar, ISF (ISF) y la Asociación Pro Sexología Científica y Vivencial, son coordinadores para Centroamerica y Panamá del programa de maestrías de IMESEX.

De este modo, continuamos una ardua labor iniciada desde 1999 con el primer sitio de internet para Costa Rica, con temas en sexualidad, participación en medios de comunicación y charlas, el año 2004 con el Ier Congreso Nacional y en 2006 el Ier Centroamericano de Sexualidad: “Sexualidad y Calidad de Vida”, donde hubo amplia participación de profesionales en salud, sexólogos especialistas de varios países de Latinoamérica y entidades principalmente IMESEX, la Federación Latinoamericana de Sexología y Educación Sexual, FLASSES, la Asociación Mundial de Sexología (WAS) y la participación de especialistas en sexualidad de nuestro país.

En este nuevo esfuerzo, esperamos contar con su presencia y apoyo para fomentar la discusión, análisis, reflexión y cambio de actitudes, bajo un visión de trabajo en grupo, para asumir los retos de la promoción de la salud y educación de la sexualidad.

Vadia, eu?


Mulheres ofendidas contam o que acontece quando os homens pensam que a roupa é um convite
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18.07.2011 | Texto por Nana Tucci Fotos Victor Affaro
Victor Affaro
Victor Affaro
Viviane Favery, 25 anos, publicitária. Adora minissaias e calças justas, mas não usa com frequência porque não gosta de ser encarada nas ruas. “Acho invasivo aquele olhar de cão faminto que os homens dirigem a você”
Quando trabalhou como promotora num evento em São Paulo, a jornalista Simone Grazielle, 30 anos, chegou a ouvir mais de uma vez, de mais de um homem: “Quanto você cobra?”. Vestia short e bota e tinha caprichado na maquiagem. Ela, no entanto, não ficou chocada – como usa frequentemente roupa curta e decote, inclusive na produtora onde trabalha, está acostumada a esse tipo de abordagem. “Se a mulher é muito exuberante, os homens acham que ela é puta”, resume Simone.

Assim como ela, outras mulheres que não se vestem de maneira sensual com o intuito de atrair a atenção da ala masculina – e sim porque gostam – têm de escutar cantadas desrespeitosas e acabam sendo rotuladas, entre outros insultos, de “vaca” e “vadia”. Em casos extremos, são agredidas fisicamente e vítimas de abuso sexual . A justificativa para muitos dos casos de violência física ou moral continua sendo a de que a mulher não deveria sair por aí exibindo o corpo. Ou seja: a culpa é dela.

E esse assunto, que parece bobo (mas não é) acaba de entrar na ordem do dia. Mulheres do mundo inteiro se rebelaram contra as agressões morais e físicas e organizaram a Marcha das Vadias (ou Slut Walk) em dezenas de cidades, como São Paulo, Nova York e Londres. Nessas passeatas, saíram às ruas com roupas provocantes e carregando cartazes com frases como: “Eu me visto para mim, não para você”.

Mas, enquanto as coisas não mudam, a solução encontrada por Simone para se esquivar das perguntas constrangedoras foi investir em respostas bem-humoradas, como “o estilo Bruna Surfistinha está na moda”. Em outra ocasião, estava na sala VIP de um aeroporto e ouviu de duas senhoras que era inadmissível “uma dama de companhia ocupar o mesmo espaço que elas”. Simone explicou educadamente que se sentia bonita daquele jeito e alfinetou: “Se fosse uma dama de companhia não precisaria trabalhar tanto como jornalista”.

Cão faminto


Nem todas conseguem reagir como Simone. A publicitária Viviane Favery, 25 anos, evita usar minissaia porque não gosta de ser abordada o tempo todo. “Acho invasivo aquele olhar de cão faminto que os homens dirigem a você. Não sou uma amostra grátis”, discursa. Ela diz que usaria mais calças justas e minissaias se não tivesse de lidar exaustivamente com olhares gulosos, mas garante não ligar para julgamentos morais. “O olhar é problema meu porque me traz desconforto imediato. Mas o julgamento, bom, é problema de quem julga.”

Foi quando usava uma saia que a produtora cultural Paula Chang, 26 anos, sofreu um assédio sexual e uma agressão física no metrô de Paris. Saindo de um bar, ela desceu até uma estação com amigos e cada um seguiu seu caminho. Nessa hora, um homem se aproximou e enfiou a mão por dentro de sua saia. Ela o empurrou e ele reagiu com um soco. No dia seguinte, Paula deu queixa na polícia parisiense e meses depois foi chamada para prestar depoimento.
Chegou a assistir ao vídeo que registrava o momento do assédio e olhou fotos do suposto agressor, mas não o reconheceu. “Fiquei um bom tempo traumatizada, com medo de sair às ruas. Aos pouquinhos fui me recuperando”, conta.

Ela lembra que, quando narrava a história a conhecidos, justificava: “Estava de casaco de inverno e a saia nem era muito curta”. Até que uma amiga a fez perceber que aquela era uma maneira de ela se isentar da culpa da agressão: “Mesmo que estivesse com uma saia curtíssima ninguém tem o direito de assediá-la”.

Vai sair assim?
Esse sentimento de culpa existe porque durante muito tempo o estupro era “justificável” se a mulher usasse roupas que atiçassem a libido masculina. “Até que o movimento feminista mostrou que crianças, freiras de hábitos e mulheres idosas com roupas convencionais também eram estupradas”, explica a socióloga Eva Blay, integrante do Nemge (Núcleo de Estudos da Mulher e Relações Sociais de Gênero), da USP.

Foi a declaração de um policial numa universidade de Toronto, no Canadá, seguindo esta linha de raciocínio, que causou revolta e inspirou a criação da Marcha das Vadias, na mesma cidade, em abril passado. Ele afirmou que as estudantes deveriam evitar “se vestir como vagabundas” se não quisessem se tornar alvo de estupros.

No Brasil, o movimento passou por capitais como Brasília e Recife. E insurgiu contra personalidades como Rafinha Bastos, do programa CQC, que afirmou à revista Rolling Stone: “Toda mulher que vejo na rua reclamando que foi estuprada é feia pra caralho; tá reclamando do quê? Deveria dar graças a Deus”. Também foi lembrado na marcha o caso Geisy Arruda – a garota que foi alvo de agressões verbais na Uniban, em 2009, por comparecer às aulas usando um vestido curto e justo. Acabou sendo expulsa da instituição por “desrespeitar princípios éticos, a dignidade acadêmica e a moralidade”.

As frases expostas em cartazes na Marcha das Vadias, em São Paulo, inspiraram um texto do colunista da Folha de S.Paulo Marcelo Coelho, que se mostrou especialmente tocado por uma delas: Acredite ou não, minha saia curta não tem NADA a ver com você. A respeito disso, refletiu: “‘Se elas se vestem assim, como é que não querem que eu me interesse?’. Mas a ficha, ao cair, deu sua resposta a essa questão. Há muitas razões, fiquei pensando, para uma mulher usar uma minissaia espetacular. (…) Acontece que o ‘machão’, ou, arriscome a dizer, a maioria dos homens, sentese pessoalmente interpelado pela minissaia da mulher belíssima. ‘É comigo’, pensa ele. ‘Afinal, não sou o centro do mundo?’”.

Lola Aronovich, 43 anos, autora de um dos blogs feministas mais conhecidos do país (escrevalolaescreva.blogspot.com), foi à marcha em Belo Horizonte e opina: “A gente ouve isto toda hora: ‘É a mulher que tem que aprender a não ser estuprada, não o homem que tem que aprender a não estuprar’. Quando alguém fala em estupro, a primeira coisa que se pergunta é: ‘Mas o que ela estava vestindo, onde ela estava, que horas eram?’”.

A jornalista Simone Grazielle afirma já ter ouvido diversas vezes, da boca de mulheres: “Vai sair assim? Depois é estuprada e reclama”. Ela se revolta: “Quem disse que eu estar andando ‘pelada’ justifica o estupro, a invasão, o desrespeito?”. E diz mais: “Acho que são aquelas pessoas que têm vontade de usar, mas não usam. Seja por falta de coragem, por não combinar com seu estilo ou por não saber como reagir aos comentários”. Segundo a publicitária Viviane Favery, os olhares preconceituosos das mulheres podem ser tão ou mais incômodos do que os dos homens.

Ainda hoje muitas mulheres crescem em famílias “tradicionais” (e tradição, aqui, é no sentido careta mesmo) em que a mãe recomenda à filha que não use roupas curtas ou decotadas se não quiser ser cobiçada.

Não é o caso da família da fotógrafa Nathalie Gingold, 27 anos, porém ela relaciona o fato de nunca ter contado aos pais sobre o assédio que sofreu aos 12 anos à culpa que carregou durante a infância. A caminho da padaria, à luz do dia, um homem parou Nathalie dizendo obscenidades e se masturbando. “Achei que a culpa era minha e decidi usar, a partir de então, somente roupas largas que escondessem meu corpo. Tinha pavor que mexessem comigo de novo. Hoje percebo como foi triste esse episódio, porque durante anos não pude mostrar minha feminilidade com medo de olhares, gestos e palavrões”, relata.

“Piranha”

É na infância que a mulher geralmente tem o primeiro contato com agressões verbais, em rótulos dados por colegas da escola, como “piranha”. E não só por consequência das roupas. Mas também por beijar mais de um menino da turma – porém ao se negar a ficar com algum é provável que também seja xingada. Caso não vivencie situações como essas quando criança, durante a adolescência essas questões se renovam e ganham força. “Será que se eu transar no primeiro encontro ele vai me achar uma ‘vadia’? E se eu vestir uma calcinha fio dental, ele vai pensar que sou dada?” A impressão é de que a sexualidade da mulher não a pertence até o momento em que ela decide, finalmente, se apropriar dela.

Não é fácil. Se o ambiente continua predominantemente machista, o jeito é se preparar para as inevitáveis reações machistas. E, enquanto elas estiverem por aí, não há o que fazer a não ser lidar com elas. A psicóloga Luciana Comparato dá algumas pistas: “Se a mulher expõe algo que culturalmente
não é exposto nas ruas, se ela tem prazer em usar um decote maior ou uma minissaia que mostre o que as pessoas não estão acostumadas a ver, ela tem que estar pronta para receber tanto elogios como ofensas”.

E é o que Simone Grazielle faz na prática. Ela respondia o seguinte aos homens que a abordavam no tal evento, supondo que fazia programas: “Terei de recusar seu convite porque só estou aqui para conseguir pagar minha faculdade. Minha roupa é curta, mas isso é só um detalhe. Isso não diz o que eu sou, quero e tenho, não expressa meus valores nem mede a minha inteligência”.

http://revistatpm.uol.com.br/revista/111/reportagens/vadia-eu.html

Meu namorado já teve namorado


Como você reagiria se soubesse que seu namorado já fez sexo com outro homem?
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13.06.2011 | Texto por Ariane Abdallah e Amanda Nogueira
Getty Images

Como reagiria se soubesse que seu namorado já fez sexo com outro homem? Tpm rompe o preconceito e apresenta mulheres que descobriram outras formas de lidar com insegurança e liberdade

Era uma madrugada como outra qualquer. Carla* e Ronaldo, na época com 20 e 27 anos, voltavam para casa depois de uma festa. Jogavam conversa fora quando ela perguntou, rindo: “Ah, vai dizer que você nunca fez nada com outro cara?”. Ronaldo fez silêncio. O clima pesou. “Achei que tinha sido brincadeira de moleque, não imaginava nada sério”, esclarece a revisora de texto, hoje com 24 anos e nove de namoro. Ele, então, contou que havia namorado um homem por um ano – por sinal, um amigo com quem o casal convivia. “Fiquei chateada por ele não ter contado antes”, lembra Carla. Desde então, passou a sentir ciúme do tal amigo, que está casado, pela segunda vez, com uma mulher e é pai de quatro filhos.
Casos como o de Carla são mais comuns do que se imagina, mas em geral não são assumidos. Para descobrir histórias parecidas, a equipe da Tpm mandou e-mail para uma centena de colaboradores. Veio uma única resposta. O post no Facebook rendeu uma piadinha e o assunto morreu. Das pessoas que toparam falar, a condição era sigilo do nome: “Ninguém quer falar disso”.
Tá na moda?
Já a publicitária Cecília, 21 anos, não teve escolha. Em 2010, namorou por cinco meses Diego, que contava seu passado homossexual até em mesa de bar. Ela não gostava e às vezes saía de perto para não ouvir. “Ele falava que eu tinha que me acostumar”, conta. Os dois se conheceram quando ela tinha 13 anos, num curso de teatro. Passaram anos sem se ver, até que se cruzaram na faculdade, e ela levou um susto. “Ele estava de cabelo comprido, roupas justas, falava gesticulando muito... Dava para perceber que era gay.” Em uma conversa rápida, o menino comentou que tinha um caso com um professor. Não se viram mais por dois anos, até que, num reencontro do teatro, Cecília levou outro susto. Agora, ele se comportava de maneira discreta e se dizia heterossexual.
Ficaram próximos, começaram a se ver, “ele virou meu amigo gay”. Até que se declarou apaixonado por Cecília. A cabeça dela deu um nó. “Foi confuso pra mim, mas resolvi levar o relacionamento adiante. O pior eram os comentários. Meninos que nem me conheciam diziam para eu largar meu namorado porque ele era veado”, conta.
“O diferente numa relação como essa é se acostumar com um cara que não desempenha sempre o papel do macho” (Lucia, 24 anos)
Cecília faz parte de uma geração que aparentemente tem maior aceitação das relações homo e bissexuais. “Quando me formei no colégio, mais da metade dos rapazes da minha sala era gay. Ficar com alguém do mesmo sexo pode até gerar status”, opina ela, que diz nunca ter beijado outra menina. O psicanalista Nelson da Silva Junior, da USP, ouve de seus pacientes histórias que vão ao encontro do que Cecília diz: “Para alguns grupos de jovens isso hoje é um valor. Na sociedade do consumo, do prazer imediato, o que vale é ter o maior número de experiências possível”. Há alguns anos, o psiquiatra Luiz Cuschnir, coordenador do Instituto de Psiquiatria da USP e do Centro de Estudos da Identidade do Homem e da Mulher, foi procurado por um conceituado colégio paulistano que via esse comportamento entre seus alunos. Para ele, o que está acontecendo é diminuição do preconceito e aumento da liberdade. “Essas experiências abrem caminho para que sejam repetidas na fase adulta”, observa.
Amizade colorida
Existem ainda mulheres, a maioria na faixa dos 30 anos, que acabam se aproximando de um amigo gay depois de relacionamentos heterossexuais frustrados. Às vezes, a afinidade é tanta que a amizade vira namoro e, mesmo ela sabendo que o cara é gay, topa uma relação em que prevalece o carinho, o afeto, a vontade de construir uma família. O sexo fica em segundo plano, e é possível que ela aceite que o homem continue a transar com outros parceiros. “Para a mulher, esse homem representa a figura afetiva, não ameaçadora, porque ela sabe que não vai ser traída com outra. Eles são homossexuais, mas ‘hétero afetivos’. Se a mulher estiver disposta a bancar, podem até ter filhos”, afirma o psiquiatra Alexandre Saadeh, do Hospital das Clínicas (SP), que atende pacientes de ambos os sexos nessa situação.
Já para as mulheres ouvidas pela reportagem da Tpm o sexo é, sim, fundamental na relação. Cecília garante que o ex-namorado tinha pegada de homem na cama. “O sexo não era nada delicado. Ali, na hora, nunca veio na minha cabeça uma cena dele tendo relação com outro cara, até porque, se pensasse nisso, não sei se conseguiria continuar.”
“O sexo não era nada delicado. Ali, na hora, nunca veio na minha cabeça uma cena dele tendo relação com outro cara, até porque, se pensasse nisso, não sei se conseguiria continuar” (Cecília, 21 anos)
Porém, em outros momentos, Cecília sentia como se estivesse com uma amiga. Ele falava sobre moda, reparava em suas unhas e entendia até suas crises de TPM. “Isso me deixava com um pé atrás”. Além disso, ele cuidava dos mínimos detalhes nos momentos que estavam juntos. Por exemplo, na primeira noite em que transaram, na casa dele, encontrou as luzes vermelhas no quarto e o vinho já na taça. Hoje, Cecília acha que toda essa atenção podia ser um meio de ele afirmar sua masculinidade – e confessa o medo que tinha de ser trocada por um homem.  “Se acontecesse, sentiria que não fui mulher suficiente para fazê-lo mudar de ideia.”
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Sem limites
A instrutora de ginástica Julia, 28 anos, namorou por um ano um bissexual e se irritava quando ele imitava o estereótipo do gay. “Durante uma briga, cheguei a chamá-lo de boiola”, conta ela, que não se imagina em outro namoro assim. Carla, a revisora de texto que namora há nove anos, passou por situação parecida. No início, se incomodava com os trejeitos de Ronaldo, que às vezes falava alto e gesticulava muito. “Quando escapava alguma coisa, me assustava, mas agora não me incomodo mais”, diz. Já a enfermeira Marcela, 37 anos, assegura que o marido, bissexual, “não dá pinta nenhuma. Tem traços turcos, barba, cara de homem”, descreve.
O fato é que saber que o parceiro já teve relação homossexual é mais um elemento para a mulher se sentir insegura. “Ela talvez pense: ‘O que ele espera de mim? Que papel quer que eu faça?’”, pondera o psicanalista Nelson da Silva Junior. “O diferente numa relação como essa é se acostumar com um cara que não desempenha sempre o papel do macho”, diz a advogada Lucia. Aos 24 anos, namora há seis meses um cara que se considera “hétero flexível”. Há alguns meses, a pedido dele, ela vem considerando a possibilidade de usar uma daquelas cintas com pênis de silicone para fazer o papel do homem. “Achei estranho, mas ele pediu para eu pensar. Por que não?”
Saber que o parceiro teve relação homossexual é mais um elemento para a mulher se sentir insegura. “Ela talvez pense: ‘O que ele espera de mim? Que papel quer que eu faça?’” (Nelson da Silva Junior, psicanalista)
Já os hábitos do casal Marcela e Jairo vão muito além. Quando se conheceram, ele já transava com homens, principalmente travestis. Ela topou a brincadeira pela primeira vez numa noite em que saíram com um casal de amigos. Desde então, faz parte da vida deles transar com pessoas já conhecidas ou que encontram na internet. Vale tudo: homem com homem, mulher com mulher, desde que os dois estejam no mesmo ambiente. E ela garante que não é tabu ver o marido sendo penetrado. “Ele é liberado no sexo e isso me seduziu, fazemos o que temos vontade.”
Marcela acredita que todo mundo é potencialmente bissexual, mas é reprimido. “Acho que a gente aprende a ser heterossexual. As pessoas são doutrinadas desde criança a seguir um caminho só”, opina. Sua teoria tem a ver com o que acredita a psicanálise, que leva em consideração a história da humanidade para explicar a opção sexual. O psicanalista Nelson da Silva Junior esclarece: “Para Freud, a sexualidade está relacionada com experiências da infância e da adolescência, é cultural, e não tem nada a ver com degeneração moral ou física”.
Seja como for, relaxa e goza.
*os nomes dos entrevistados foram trocados para protegersuas identidades reais

http://revistatpm.uol.com.br/revista/110/reportagens/meu-namorado-ja-teve-namorado.html