terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Chimpanzé fica viciada em canal pornô após ganhar televisão

15 de Janeiro de 2013  15h28
Chimpanzé Gina passou a assistir pornografia com frequência desde que ganhou uma TV Foto: The Sun / Reprodução
Chimpanzé Gina passou a assistir pornografia com frequência desde que ganhou uma TV
Foto: The Sun / ReproduçãoUm chimpanzé fêmea se tornou viciada em canal pornô após ganhar uma TV com controle remoto. Os tratadores de Gina, que vive no zoológico de Sevilha, na Espanha, deixaram que ela escolhesse o que queria assistir para "animar as noites". Gina logo descobriu um canal adulto, e desde então não muda mais a programação. "Durante alguns experimentos, os funcionários decidiram instalar uma televisão, protegida por vidro, e deixaram o controle remoto para que ela pudesse mudar os canais", disse o primatologista Pablo Herreros.
Nos testes iniciais, seus tratadores visitaram Gina para verificar se tudo estava em ordem e se ela não havia quebrado o novo brinquedo. "A surpresa foi quando eles descobriram que dentro de poucos dias, Gina não só sabia usar o controle remoto perfeitamente bem como também o usava para escolher o canal pornô para seu entretenimento, como muitos de nós também teríamos feito", disse Herreros.
O abrigo de Gina consistia em uma área externa em que ela podia brincar e um território interior onde ela buscava se proteger do frio do inverno e do intenso calor no verão. "Devido à intensa vida que esses animais têm, você tem que enriquecer o seu ambiente para estimulá-los física e psicologicamente", afirmou ele. "As atividades consistem geralmente em montes artificiais, brinquedos e outras invenções que os obrigam a aguçar a inteligência. Ele é o equivalente a terapia ocupacional para os seres humanos", concluiu o primatologista.
Ele disse que o acesso a imagens pornográficas na televisão é um fenômeno bastante recente na história sexual humana e se mostrou surpreso ao ver o chimpanzé se interessando por esse tipo de imagem.
http://noticias.terra.com.br/ciencia/animais/chimpanze-fica-viciada-em-canal-porno-apos-ganhar-televisao,d5580068f1e3c310VgnVCM4000009bcceb0aRCRD.html

Desmistificando a menopausa



Publicado em Saúde
15 de janeiro de 2013
A menopausa é um momento marcante na vida das mulheres, caracterizado pelo fim da ovulação e da menstruação, e por completar a transição do período reprodutivo para o não reprodutivo. Além da diminuição fisiológica da função ovariana, acontecem mudanças em todo o organismo, principalmente em função das alterações hormonais que ocorrem nesta fase.
Embora ocorra com todas as mulheres, principalmente a partir dos 50 anos, a menopausa é fonte de angústias e complicações. Este estágio é comumente associado à perda de libido, ao prejuízo da memória, à sensação de calor repentina, entre outros problemas. A reposição hormonal, por exemplo, é uma solução considerada por muitas pessoas como milagrosa para todas as mulheres. Mas o que é verdade e o que é crendice?
A professora Márcia Mendonça Carneiro, do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da UFMG, esclarece questões frequentemente associadas ao período da menopausa, e aponta quais afirmações são verdadeiras e quais não têm fundamento científico.
As “ondas de calor” duram de alguns segundos a poucos minutos.
Na menopausa, a mulher sente calores.
Verdade
. Os chamados “fogachos” são des­cri­tos como “ondas de calor” ou como uma “sen­sa­ção de calor” que duram de alguns segundos a poucos minutos. Os fogachos aparecem geral­men­te após a meno­pau­sa, agra­van­do-se com o declí­nio cres­cen­te da fun­ção ova­ria­na, mas podem apa­re­cer também na pré-meno­pau­sa. Têm iní­cio repen­ti­no, apa­re­cen­do na cabe­ça, pes­co­ço ou tórax. A dis­se­mi­na­ção sub­se­quen­te da sen­sa­ção de calor pode se dar em qual­quer dire­ção, sendo que algu­mas pacien­tes podem descrevê-la por todo o corpo. Ocorrem mais fre­quen­te­men­te à noite, poden­do des­per­tar a pacien­te e asso­ciar-se a qua­dros de insô­nia. Podem ser desen­ca­dea­dos por um aumen­to de tem­pe­ra­tu­ra ambien­te, pela inges­tão de comi­da ou bebi­da e por ansie­da­de ou estres­se. Ocorrem de 70% a 80% das pacien­tes cli­ma­té­ri­cãs.
Ocorre diminuição da libido.
Verdade
. A redução dos hormônios que ocorre naturalmente após a menopausa interfere na libido, porém outros fatores também podem estar envolvidos, como depressão, redução da lubrificação e elasticidade vaginal, problemas no relacionamento e o próprio estresse do dia a dia. Dessa forma, é tão fundamental examinar os aspectos biológicos e hormonais femininos quanto os de sua relação familiar e conjugal.
A mulher consegue engravidar na menopausa.
Mito
. A menopausa representa o evento final do ciclo reprodutivo, sinalizando a falência do funcionamento ovariano. Assim, não havendo óvulos, não é possível engravidar na pós-menopausa. No período de transição, entretanto, alguns ciclos podem ser ovulatórios e então há a chance da mulher engravidar inadvertidamente.
As terapias hormonais são indicadas para todas as mulheres.
Mito. 
Durante muitos anos acreditou-se que a utilização da terapia hormonal (TH) seria capaz de prevenir muitos sintomas da menopausa, incluindo a doença coronariana, fraturas osteoporóticas e o declínio observado na função cognitiva (memória) e sexual. Estudos randomizados e controlados recentes, contudo, demonstraram que o uso da TH combinada não está isento de riscos e que seus benefícios se restringem a algumas situações específicas. O uso do TH deverá ser restrito a menor duração consistente com os objetivos, benefícios e riscos envolvidos, considerando os sintomas e a interferência na qualidade de vida. Dessa forma, a avaliação deve ser individualizada.
A alteração hormonal favorece o processo de engordar.
Verdade
. As necessidades calóricas diminuem com o envelhecimento assim como o gasto energético diário com atividade física. Sabe-se que as mulhe­res têm ten­dên­cia a aumen­tar de peso após os 50 anos. Isso pode acon­te­cer devi­do a um aumen­to de con­su­mo de calo­rias, a uma dimi­nui­ção da ati­vi­da­de físi­ca ou a uma redu­ção das neces­si­da­des ener­gé­ti­cas de cerca de 2% a cada déca­da, duran­te todo o resto da vida. Após a meno­pau­sa observa-se alterações relacionadas ao metabolismo energético, composição corporal e distribuição do tecido gorduroso que podem aumentar o risco de doenças cardiovasculares e distúrbios metabólicos Dessa forma, há um balanço positivo a favor do ganho de peso neste período.
A memória é afetada.
Mito
. Os estudos disponíveis até o momento não mostraram diferenças na prevalência de distúrbios da memória ou concentração em mulheres na pós-menopausa. Queixas de perda de memória devem ser devidamente avaliadas e não simplesmente atribuídas a redução dos níveis hormonais.
É possível retardar a menopausa.
Mito
. O estoque de óvulos nos ovários é estabelecido durante a vida fetal. Uma vez que a mulher começou a menstruar, este estoque é consumido mensalmente até se esgotar por completo, não sendo possível a renovação.

http://www.medicina.ufmg.br/noticias/?p=31942

Livro narra a história do tratamento da Aids no Brasil


O programa brasileiro de combate à Aids, que prevê o fornecimento universal e gratuito de antirretrovirais na rede pública, é considerado um dos mais bem-sucedidos do mundo. Mas para se adequar ao contexto atual, seria preciso dobrar o número de pacientes atendidos – possível apenas com a ampliação da oferta de testes de HIV, maior investimento em genéricos e adoção de uma postura agressiva na negociação de preços dos remédios importados.
A análise é de Mário Scheffer, professor do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), no livro Coquetel: a incrível história dos antirretrovirais e do tratamento da Aids no Brasil, lançado em dezembro pelas editoras Hucitec e Sobravime.
A obra reúne pesquisas realizadas por Scheffer durante seu doutorado e pós-doutorado, este último com apoio da FAPESP e orientação do professor da FMUSP Euclides Ayres de Castilho. Agrega ainda a experiência do autor como ativista na luta contra a Aids desde 1988.
Na primeira parte do livro, Scheffer narra a evolução dos antirretrovirais desde o surgimento do AZT (zidovudina), em 1986, até os dias de hoje. Relata também a trajetória de incorporação da terapia no Sistema Único de Saúde (SUS).
“Antes do AZT, a Aids era uma sentença de morte. Em 1991, surgem outras drogas da mesma classe e tem início a terapia dupla, ainda com benefícios efêmeros. Foi a partir de 1995, quando surgiu uma nova classe de medicamentos conhecida como inibidores de protease, que houve a grande revolução no tratamento”, afirmou.
Nessa época, contou Scheffer, descobriu-se que, ao combinar drogas com atuação em diferentes fases do ciclo de replicação do HIV, era possível controlar o vírus. Surge o conceito de coquetel e a Aids se torna potencialmente uma doença crônica.
“A tecnologia dos antirretrovirais evoluiu muito rápido e foram surgindo drogas com menos efeitos colaterais, mais fáceis de serem tomadas. O Brasil acompanhou essa evolução, com certo atraso em alguns casos”, disse.
Das 30 marcas de antirretrovirais atualmente disponíveis no mundo, 21 são fornecidas pelo SUS e beneficiam cerca de 250 mil pacientes. Para Scheffer, isso só foi possível graças a uma conjunção de fatores favoráveis ocorrida no final da década de 1980 e início dos anos 1990.
“A epidemia se instala no Brasil na época em que o SUS tinha acabado de ser criado e que estavam acontecendo movimentos importantes sob a bandeira da saúde como direito de todos”, contou.
Além disso, a doença afetou no início uma população já estigmatizada e, por isso, organizada para lutar por seus direitos. “Graças à intensa mobilização das ONGs e ao ambiente político favorável, em 1996 foi tomada a decisão certa de se criar uma lei federal para reforçar a obrigação do SUS de fornecer o tratamento”, relembrou Scheffer.
Novo papel
A partir de 2008, começam a surgir evidências de que os antirretrovirais seriam importantes não apenas para o tratamento como também para a prevenção da Aids. “Estudos mostraram que quanto antes você diagnostica e trata a doença, não apenas o benefício individual é maior como também o coletivo, pois o risco de transmissão do vírus é reduzido”, disse Scheffer.
Em 2012, o novo consenso terapêutico brasileiro antecipou o início do tratamento para os soropositivos. Até então, os antirretrovirais só eram indicados quando a contagem de células de defesa (CD4) fosse inferior a 350 por milímetros cúbicos (mm³) de sangue. O novo valor de corte passou a ser 500/mm³, o que representa a entrada de um grande número de pessoas no programa.
Além disso, o Brasil passou a oferecer o chamado coquetel do dia seguinte, que deve ser tomado após a exposição acidental ao vírus no caso de estupro ou acidente de trabalho. Em alguns países, como a França, tem sido recomendado também depois de relação sexual sem preservativos com parceiro infectado.
“O número de pessoas que entra no programa por ano aumenta relativamente pouco – cerca de 30 mil. Mas agora será preciso ampliar o acesso. O Brasil tem necessidade e condições de dobrar o número de atendidos. Para isso, precisa aumentar a oferta do teste rápido de HIV e rever o programa de Aids, ou ele não será sustentável em um sistema subfinanciado como o SUS”, afirmou.
Segundo o pesquisador, o Brasil fabrica 10 dos 21 medicamentos fornecidos na rede pública, mas os preços dos genéricos não são competitivos quando comparados aos remédios de marca.
Além de investir na capacidade nacional de produção, de acordo com Scheffer, é preciso melhorar a negociação de preços dos medicamentos importados e discutir a possibilidade de serem quebradas novas patentes. “O Brasil hoje paga mais caro do que outros países. O Ministério da Saúde é o único comprador e, portanto, tem a faca e o queijo na mão para regular o preço.”
Outros fatores a serem considerados, segundo o autor, é a incapacidade dos serviços de saúde superlotados para assumir a nova parcela de pacientes incluídos no programa, o elevado índice de diagnóstico tardio e a alta mortalidade que persiste no Brasil – cerca de 12 mil soropositivos por ano.
“Todas essas questões precisam ser revistas. Não só para manter as conquistas, mas para avançar”, disse Scheffer.
Agência Fapesp
http://www.jb.com.br/ciencia-e-tecnologia/noticias/2013/01/14/livro-narra-a-historia-do-tratamento-da-aids-no-brasil/

Circuncisão fecha porta de entrada para doenças


Circuncisão fecha porta de entrada para doençasProcedimento evita enfermidades provocadas por vírus, fungos e bactérias. Procedimento, também indicado em casos de fimose, pode ser feito na infância


Bruna Senséve - Correio Braziliense
Publicação: 15/01/2013 06:00 Atualização: 15/01/2013 08:18

A cirurgia da circuncisão é rápida e simples. Clique na imagem e veja como funciona. (Anderson Araújo/CB/DA Press)
A cirurgia da circuncisão é rápida e simples. Clique na imagem e veja como funciona.
Turcos, líbios, sírios, árabes e muitos povos da África Subsaariana têm como prática a remoção do prepúcio, pele que recobre a glande do pênis. Passando por razões mitológicas, religiosas e culturais, a circuncisão atravessou o Atlântico e alcançou status de tratamento preventivo contra infecções. Mas ainda não é unanimidade na comunidade médica. Especialistas acreditam que a escolha pela remoção ainda deve se basear na vontade dos pais ou do próprio paciente, com exceção dos casos em que há indicação clínica, como a fimose.

A tese de que a circuncisão deve ser feita por fatores higiênicos, no entanto, não partiu da ciência. Data dos primeiros 50 anos depois de Cristo, quando o filósofo judeu de origem grega Filon de Alexandria publicou o livro De circumcisione. Segundo ele, a remoção seria capaz de evitar fimose, sífilis, herpes e balanopostites. As suposições foram confirmadas em estudos científicos quase 2 mil anos depois. Hoje, a circuncisão é o único tratamento em casos de fimose e parafimose. As indicações são feitas também para crianças e bebês com alto índice de infecção urinária, mas os principais achados tratam do HIV e do HPV.

As primeiras observações surgiram na década de 1980, quando cientistas perceberam que em locais onde os homens eram circuncidados por motivos religiosos a prevalência de infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) era menor. Em 2002, uma equipe de pesquisadores da Universidade de Versalhes liderada pelo francês Bertram Auvert fez o primeiro trabalho de comparação considerando a infecção pelo HIV. Os resultados indicaram cerca de 60% de proteção entre os homens circuncidados em comparação aos não operados. Resultados similares foram encontrados para infecções por papilomavírus humano (HPV), sífilis e herpes genital.

Apesar dos benefícios, a prática é pouco comum no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, pouco mais de 41 mil homens realizaram o procedimento em todo o ano de 2011. “Muitos pais procuram o consultório para saber se precisam operar (os filhos). Nos Estados Unidos, o procedimento é feito quando o bebê nasce. Aqui, a prioridade é a decisão dos pais por fins estéticos ou indicação médica, como infecções urinárias recorrentes e alguma dificuldade”, explica José Murillo Bastos Netto, urologista pediátrico da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e membro da Sociedade Brasileira de Urologia.

Preocupados com o declínio da taxa de circuncisão em bebês, os norte-americanos projetaram o impacto desse comportamento na saúde pública. Em 1980, o procedimento era feito em 79% dos recém-nascidos. Em 2010, a taxa caiu para 54,7%. Se chegar a 10%, de acordo com a Universidade Johns Hopkins, os casos de infecção infantil do trato urinário masculino aumentariam em 211,8%; os de infecções por HIV em 12,2%; por HPV em 29,1%; e por herpes genital em 19,8%.

Pele mais resistente Ainda não existe uma explicação científica referendada sobre os mecanismos que levam a essa proteção. Alguns especialistas acreditam que o prepúcio cria um tipo de reservatório para vírus, bactérias e fungos que garante um contato prolongado desses micro-organismos com a mucosa peniana e, consequentemente, um acesso facilitado à corrente sanguínea. Segundo Décio Streit, urologista pediátrico do Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, a pele do pênis, depois de circuncidada, tende também a ficar mais grossa e mais resistente a traumatismos e doenças que, em geral, podem ser transmitidas quando há um pequeno sangramento ou machucado no local. “O procedimento previne também o câncer de pênis, principalmente por causa da higiene. Outra questão é a balanopostite, que é a infecção do prepúcio, em geral por fungos. É extremamente comum e pode ser bem desagradável. O pênis fica muito sensível, pode ficar inchado e sair alguma secreção”, explica Streit.

O medo de prejudicar a sensibilidade do pênis durante as relações, problema relacionado ao procedimento médico, é um mito. “Houve um período no qual se acreditou que haveria uma diminuição da sensibilidade e que por isso, a cirurgia poderia curar a ejaculação precoce. Mas foi comprovado que não. Os pacientes operados continuaram com o problema.” Ainda com as evidências científicas, os especialistas ressaltam que a escolha é exclusivamente dos pais e, no futuro, dos próprios pacientes. “A medicina é uma balança, é risco e benefício. Tudo precisa ser pesado. Brinco com os meus pacientes que se a gente tivesse que tirar a pele, é porque todo mundo teria vindo com problema de fábrica e precisaria de um recall. De toda forma, ela protege a glande e ajuda o pênis a se desenvolver”, considera Bastos Netto.

Cansaço e estresse são maiores causas de falta de desejo masculino


15/01/2013 14h02 - Atualizado em 15/01/2013 14h02


Estudo ouviu pela internet 5.255 homens heterossexuais de vários países.
Conflitos, relação longa, masturbação e pornografia também afetam casais.



O cansaço e o estresse no trabalho são as causas que mais prejudicam o desejo sexual masculino, segundo um estudo feito por três pesquisadores europeus, que apresentaram os resultados na segunda-feira (14) em Lisboa.
A pesquisa, produzida a partir de entrevistas pela internet com 5.255 homens heterossexuais em países de "grandes diferenças culturais", como Portugal, Croácia e Noruega, oferece dados empíricos sobre um campo dominado por mitos, explicou à Agência Efe a coordenadora Ana Alexandra Carvalheira.
"Estamos cheios de crenças, por exemplo, de que o homem está sempre pronto ou que tem mais desejo sexual que a mulher. Assim a sociedade acredita, apesar de não haver avaliações científicas suficientes", declarou Ana Alexandra, que preside a Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica.
Depois do cansaço e do estresse, os problemas na relação (casais pouco disponíveis, conflitos, etc) são os fatores mais comuns para 14,4% dos entrevistados, que admitiram falta de desejo sexual durante pelo menos dois meses no último ano, o que gerou situações como ejaculação precoce ou, sobretudo, incapacidade para manter a ereção.
Por faixa etária, os homens entre 30 e 39 anos são os que mais reconhecem essa diminuição do desejo (24,1%), um caso que, segundo a principal autora, explica-se por se tratar da idade em que mais eventos estressantes se concentram.
"Nesse período da vida, é quando os homens se casam, têm filhos, divorciam-se ou realizam um maior investimento na carreira profissional", afirmou a pesquisadora.
Por outro lado, apenas 10% dos homens com mais de 60 anos reconheceram perda de interesse sexual, seguido dos grupos entre 18 e 29 anos (16,7%), de 50 a 59 (21,4%) e de 40 a 49 (21,5%).
De acordo com Ana Alexandra, que fez o estudo junto com Aleksandar Stulhofer, da Universidade de Zagreb, na Croácia, e Bente Traem, da Universidade de Oslo, na Noruega, a crise econômica pode afetar a vida sexual masculina ou encontrar no sexo "a maneira de aliviar o estresse que ela produz".
Além disso, a especialista portuguesa encontra na banalização do sexo na sociedade um aspecto que condiciona muitos desses fatores, como a diminuição do desejo em casais de longa duração, razão presente no estudo junto com a masturbação excessiva e o uso de muita pornografia.
"O erotismo é o que mobiliza o desejo, é o motor e desaparece com a banalização do sexo. Temos que 'reerotizar', pôr mais erotismo em nossa vida individual e em nossa relação de casal", aconselhou Ana Alexandra. Mas a pesquisadora também admitiu que isso requer um esforço que "não é igual para todo mundo".
Impotência (Foto: Arte/G1)


http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2013/01/cansaco-e-estresse-sao-maiores-causas-de-falta-de-desejo-masculino.html

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Caso de estupro expõe drama de meninas sequestradas na Índia


Natalia Antelava


A comoção causada pela morte de uma estudante estuprada em um ônibus em Nova Déli está levando a Índia a fazer um exame de consciência sobre a forma como a mulher é tratada no país. E, nesse processo, um dos problemas mais chocantes a vir à tona diz respeito aos casos de sequestro, tráfico e escravidão de meninas no país.

Todos os anos, dezenas de milhares de meninas indianas desaparecem de suas casas.
Elas são sequestradas e vendidas para trabalhar como prostitutas, escravas domésticas e, cada vez mais, para se casar no Norte do país, onde a diferença entre a população masculina e feminina é grande em função de outro grave problema: o aborto de fetos do sexo feminino, que levou de 25 a 50 milhões de mulheres a "sumirem" das estatísticas demográficas indianas, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância, o Unicef.
Uma das vítimas desse crime, Rukhsana varria o chão quando a polícia chegou na casa em que vivia há cerca de um ano. "Quantos anos você tem? Como chegou aqui?", perguntaram.

"Quatorze", respondeu a menina, magra e de olhos arregalados. "Fui sequestrada."

Uma mulher mais velha tentou convencer os policiais que Rukhsana mentia - e que teria 18 anos e estava na casa com o consentimento de seus pais. Mas, por fim, a menina foi levada de volta para casa, perto da fronteira da Índia com Bangladesh.

Indianos protestam contra estupro coletivo em Nova Déli

Foto 118 de 118 - 8.jan.2013 - Ativistas montam memorial em homenagem à universitária de 23 ano,s vítima de um estupro coletivo, que morreu no hospital dia 28 de dezembro, em Nova Déli, na Índia. Os cincos acusados pelo crime compareceram à primeira audiência do caso nesta segunda-feira (7), para ouvirem as acusações de estupro e homicídio Mais Raveendran/AFP
Rukhsana conta que foi sequestrada por três homens quando tinha 13 anos, no caminho de casa para a escola: "Eles me mostraram uma faca e disseram que me cortariam em pedaços se eu resistisse."

Depois de uma viagem de três dias em carro, ônibus e trens, o grupo chegou a uma casa no norte do estado indiano de Haryana e Rukhsana foi vendida para uma família com três filhos homens.

Por um ano, a menina não foi autorizada a sair de casa. Ela conta que foi humilhada, espancada e estuprada frequentemente pelo mais velho dos três filhos, que dizia ser seu "marido".

"Ele me dizia: 'Eu te comprei, para que você faça o que eu digo'", lembra Rukhsana. "Pensei que nunca veria minha família de novo. Chorava todos os dias."

Falta de mulheres

Apesar de não haver estatísticas oficiais sobre quantas meninas são vendidas para casamento na Índia, ativistas de defesa dos direitos humanos acreditam que o problema está crescendo, impulsionado pela procura de mulheres nos Estados ricos do norte e pela pobreza em outras partes da Índia.
 
"Nós não temos meninas suficientes aqui. E eu paguei um bom dinheiro por ela", dizia a mulher que comprou Rukhsana, tentando convencer a polícia a não levá-la de volta para casa.

"No norte da Índia, homens jovens não estão conseguindo encontrar mulheres e estão frustrados", afirma o ativista Rishi Kant, da organização Shakti Vahini, que colabora com a polícia para resgatar vítimas.

Em apenas um distrito no Estado de Bengali Ocidental, a BBC visitou cinco aldeias e todas tinham crianças desaparecidas, a maioria delas do sexo feminino.

De acordo com as últimas estatísticas oficiais, 35.000 meninas desapareceram na Índia em 2011 - sendo mais de 11.000 de Bengali Ocidental. Além disso, a polícia estima que apenas 30% dos casos vieram a ser notificados.

O problema do tráfico escalou na região depois que um ciclone destruiu suas plantações de arroz, há cinco anos.

O agricultor Bimal Singh, por exemplo, foi um dos milhares de habitantes do Estado que ficaram sem renda, por isso ele achou que foi uma boa notícia quando um vizinho ofereceu à sua filha Bisanti, de 16 anos, um emprego em Nova Déli.

"Ela entrou no trem para partir e me disse: 'Pai, não se preocupe comigo, eu vou voltar com dinheiro suficiente para que você possa me casar", conta Bimal. Mas o agricultor nunca mais ouviu falar da filha.

"A polícia não tem feito nada por nós. Uma vez eles bateram na porta do traficante, mas não o prenderam" , diz Singh.

Traficante

Em uma favela de Calcutá, um homem que vende meninas para viver fala sem remorsos sobre esse comércio, sob condição de anonimato.

"A demanda está aumentando, o que tem me permitido ganhar muito dinheiro. Já comprei três casas em Nova Déli", diz.

"Tenho homens que trabalham para mim. Dizemos aos pais das meninas que vamos encontrar empregos para elas em Nova Déli, então a levamos para as agências. O que acontece depois disso não é da minha conta."

O traficante conta que sequestra e vende de 150 a 200 meninas por ano, com idades entre 10 e 17 anos. Com a venda de cada menina, consegue cerca de 55 mil rúpias (R$ 2.049). O apoio de alguns políticos locais e da polícia, segundo ele, são cruciais para a continuidade do negócio.

"A polícia está bem consciente do que fazemos. Subornamos policiais em cada Estado - Calcutá, Nova Deli e Haryana", afirma o traficante.

"Já tive problemas com as autoridades, mas não tenho medo - se for para a cadeia, tenho dinheiro para pagar suborno e garantir minha saída."

O chefe da Unidade de Investigação Criminal encarregada das operações contra o tráfico humano em Bengali Ocidental, Shankar Chakraborty, reconhece o problema da corrupção policial, mas diz que ao menos sua unidade está totalmente empenhada em combater o sequestro de meninas na região.

"Estamos organizando campos de treinamento e campanhas de conscientização. Também recuperamos muitas meninas, de diferentes áreas do país", diz.

Segundo Chakraborty, a própria existência de sua unidade mostra a crescente determinação do governo em atacar o problema. E ativistas confirmam que a polícia está mais consciente do problema.

Hoje, todas as delegacias de Bengali Ocidental têm uma autoridade antitráfico. Mas o número de casos é impressionante e os recursos para investigá-los, escassos.

"Não adianta fazer reformas só na polícia", diz Rishi Kant. "Precisamos de mais políticas sociais e um sistema judiciário que funcione."

Justiça e atitudes

Kant defende a criação de tribunais especiais que possam tomar decisões com rapidez para lidar com os casos de tráfico de meninas e novas regras para evitar que os acusados possam responder em liberdade por este crime após pagar uma fiança.

Ativistas como ele também ressaltam a urgência de uma mudança de atitude.

Duas semanas antes do estupro em Nova Déli, um grupo de influentes anciãos da aldeia Haryana se reuniram para discutir temas como estupros, abortos ilegais e leis de casamento.

Ao falar sobre o aumento "alarmante" nos casos de abusos sexuais na região, um orador disse: "Você já viu como as meninas andam de scooter de forma sugestiva? Não há mais decência na forma como as mulheres se vestem ou agem hoje em dia."

O discurso de outro homem sobre as causas do grande número de abortos de fetos do sexo feminino também mostra a necessidade de uma mudança de atitude.

"A sociedade está cada vez mais educada e o nossas meninas agora estão escapando (do domínio dos pais). Elas trazem vergonha para seus próprios pais - então quem vai querer ter uma menina?" , perguntou.

Na mesma região em que o encontro de anciãos ocorreu vive Rupa, uma mulher de 25 anos que foi traficada de Bihar para Haryana para se casar com um homem local.

A família de seu marido a forçou a ter dois abortos até que ela finalmente ficou grávida de um menino.

A violência que sofreu nos últimos anos é apenas um entre milhares de casos que mostram que na Índia o ciclo de abusos continua.


http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2013/01/09/caso-de-estupro-expoe-drama-de-meninas-sequestradas-na-india.htm

La edad dorada de la sexualidad


Una pareja tomando el sol. | Efe
Una pareja tomando el sol. | Efe