domingo, 9 de dezembro de 2012

Veneno de aranha é usado em pesquisa contra disfunção erétil


03/12/2012 16h57 - Atualizado em 03/12/2012 19h32


A partir de isolamento de toxina, molécula foi produzida em laboratório.
Componente, que deverá ser apresentado em gel, já foi testado em animais.

Do G1 MG
O veneno da aranha armadeira pode se tornar um aliado do tratamento da disfunção erétil. A substância vem sendo testada por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que desenvolvem um estimulante sexual. O componente da fórmula, que deverá ser apresentado em gel, já foi testado com sucesso em animais.

A aranha armadeira é encontrada em várias regiões do estado, nas áreas rurais e urbanas. Segundo a bióloga Maria Nelman, na natureza, ela costuma ficar embaixo de troncos de madeira em decomposição e em lugares onde há entulhos . A aranha recebeu esse nome por causa de sua posição de ataque. Quando ela se arma, salta até quarenta centímetros, e a picada pode ser fatal. “A dor é muito intensa. A pessoa passa mal, sente tonteira, começa a dar calafrios, sudorese no local da picada”, explica a bióloga.

A partir de amostras extraídas na Fundação Ezequiel Dias (Funed) foram feitos estudos em ratos na UFMG. A bioquímica Maria Elena de Lima explica que a pesquisa foi feita por meio do isolamento de uma toxina que provoca ereção quando injetada nos ratos. A partir deste resultado, começaram os estudos. A molécula foi reproduzida em laboratório, e os efeitos indesejados, que podem afetar o coração, foram reduzidos. De acordo com a especialista, o resultado é uma molécula menor, de custo e efeitos colaterais reduzidos, que o organismo absorve com mais facilidade.
A fórmula em gel, que poderá ser usada em humanos, está sendo preparada por uma aluna de doutorado da Faculdade de Farmácia da UFMG. Os novos testes devem custar cerca de R$ 1 bilhão. Segundo Maria Helena de Lima, pelo alto valor, deve ser feito o que se chama de transferência de tecnologia, ou seja, uma parceria com uma industria farmacêutica que queira se associar aos pesquisadores. “Vai ter como resultado a divisão dos royalties e, com isso, a gente faz todos os testes que são exigidos em humanos e que fica na média de US$ 500 milhões".

Nenhum comentário:

Postar um comentário