Macau - A feira erótica 'Adult Expo Macau' regressa na sexta-feira a Macau, atraindo cada vez mais locais e turistas num território onde o sexo é, ao mesmo tempo, um tema tabú e uma indústria em crescimento.
Apresentada como o principal evento da indústria do sexo na Ásia, a quinta edição da 'Adult Expo Macau' deverá atrair até domingo um total de 40 mil visitantes, mais cinco mil do que em 2011, indicou a empresa organizadora do evento, a Vertical Expo Services, sediada em Hong Kong.
O interesse gerado pela feira não é, contudo, sinónimo de abertura sexual numa sociedade considerada conservadora, observou à agência Lusa, o especialista em sexologia e director associado do Instituto da Família da Universidade de Hong Kong, Emil Ng Man-lun.
"A minha impressão é que as pessoas de Macau são ainda demasiado conservadoras para aprofundar os estudos sobre informação sexual da sua sociedade, escondem a cabeça na areia, apesar das muitas actividades sexuais e negócios que decorrem diariamente à sua volta", disse.
Para o especialista de Hong Kong, "a abertura sexual numa sociedade não é apenas medida pelo seu acesso à informação sexual ou erótica, sobretudo se essa abertura é limitada a um pequeno grupo de pessoas, com poucos apoios ao nível da educação, serviços de saúde, e conjunto de leis que promova os direitos sexuais e a diversidade".
"No aspecto da tolerância sexual, Macau está melhor do que Hong Kong, que não conseguiu ainda apoios para organizar este tipo de feira até à data. Mas isso não diz tudo acerca da abertura sexual e direitos", afirmou, observando a quase inexistência de estudos sobre sexualidade em Macau.
Emil Ng, um dos fundadores do congresso de sexologia da região da Ásia-Oceânia, este ano realizado no Japão no início de Agosto, admite que a 'Adult Expo Macau' possa ter "algum uso na promoção da expressão sexual e informação", mas considera que isso "não é suficiente" para a quebra dos tabús.
"O governo deve apoiar mais e ser mais activo e usar a feira para promover a educação sexual e todos os outros aspectos que tornam uma sociedade sexualmente saudável", afirmou.
16-08-2012 18:26
Macau
O secretário-geral da Caritas de Macau, Paul Pun, defendeu por sua vez que o desenvolvimento económico de Macau impulsionou a indústria do sexo no território.
"A indústria do sexo faz parte da vida de Macau, e com o aumento do turismo não vai abrandar. É a lei da oferta e da procura", avaliou, explicando que a tendência é a de que os clientes da indústria do sexo aumentem à medida que abrem novos casinos.
Outra questão é a "cultura chinesa", que segundo Paul Pun não deixa que o tema sexo seja abertamente discutido no seio das famílias.
"Na nossa cultura não falamos de sexo, mesmo os professores sentem vergonha.
Mas não é preciso ter uma disciplina de educação sexual nas escolas, a educação passa pelas actividades escolares e pelo trabalho com as famílias, para ajudar os pais a falarem em casa", acrescentou.
Numa nota, a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude disse que no ano letivo de 2011/2012 (até Maio) foram organizadas 919 actividades sobre educação sexual, com 37.404 participantes, e promovidas actividades temáticas diversificadas de divulgação à comunidade.
Segundo os serviços de Educação, Macau oferece cursos de formação de formadores de educação sexual desde 2007, tendo 400 pessoas concluído o curso básico, após oito edições.
http://www.portalangop.co.ao/motix/pt_pt/noticias/internacional/2012/7/33/Feira-erotica-numa-regiao-onde-sexo-industria-tabu,dee6f1f6-a352-44b7-9102-67e63b95ab13.html
Apresentada como o principal evento da indústria do sexo na Ásia, a quinta edição da 'Adult Expo Macau' deverá atrair até domingo um total de 40 mil visitantes, mais cinco mil do que em 2011, indicou a empresa organizadora do evento, a Vertical Expo Services, sediada em Hong Kong.
O interesse gerado pela feira não é, contudo, sinónimo de abertura sexual numa sociedade considerada conservadora, observou à agência Lusa, o especialista em sexologia e director associado do Instituto da Família da Universidade de Hong Kong, Emil Ng Man-lun.
"A minha impressão é que as pessoas de Macau são ainda demasiado conservadoras para aprofundar os estudos sobre informação sexual da sua sociedade, escondem a cabeça na areia, apesar das muitas actividades sexuais e negócios que decorrem diariamente à sua volta", disse.
Para o especialista de Hong Kong, "a abertura sexual numa sociedade não é apenas medida pelo seu acesso à informação sexual ou erótica, sobretudo se essa abertura é limitada a um pequeno grupo de pessoas, com poucos apoios ao nível da educação, serviços de saúde, e conjunto de leis que promova os direitos sexuais e a diversidade".
"No aspecto da tolerância sexual, Macau está melhor do que Hong Kong, que não conseguiu ainda apoios para organizar este tipo de feira até à data. Mas isso não diz tudo acerca da abertura sexual e direitos", afirmou, observando a quase inexistência de estudos sobre sexualidade em Macau.
Emil Ng, um dos fundadores do congresso de sexologia da região da Ásia-Oceânia, este ano realizado no Japão no início de Agosto, admite que a 'Adult Expo Macau' possa ter "algum uso na promoção da expressão sexual e informação", mas considera que isso "não é suficiente" para a quebra dos tabús.
"O governo deve apoiar mais e ser mais activo e usar a feira para promover a educação sexual e todos os outros aspectos que tornam uma sociedade sexualmente saudável", afirmou.
16-08-2012 18:26
Macau
O secretário-geral da Caritas de Macau, Paul Pun, defendeu por sua vez que o desenvolvimento económico de Macau impulsionou a indústria do sexo no território.
"A indústria do sexo faz parte da vida de Macau, e com o aumento do turismo não vai abrandar. É a lei da oferta e da procura", avaliou, explicando que a tendência é a de que os clientes da indústria do sexo aumentem à medida que abrem novos casinos.
Outra questão é a "cultura chinesa", que segundo Paul Pun não deixa que o tema sexo seja abertamente discutido no seio das famílias.
"Na nossa cultura não falamos de sexo, mesmo os professores sentem vergonha.
Mas não é preciso ter uma disciplina de educação sexual nas escolas, a educação passa pelas actividades escolares e pelo trabalho com as famílias, para ajudar os pais a falarem em casa", acrescentou.
Numa nota, a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude disse que no ano letivo de 2011/2012 (até Maio) foram organizadas 919 actividades sobre educação sexual, com 37.404 participantes, e promovidas actividades temáticas diversificadas de divulgação à comunidade.
Segundo os serviços de Educação, Macau oferece cursos de formação de formadores de educação sexual desde 2007, tendo 400 pessoas concluído o curso básico, após oito edições.
http://www.portalangop.co.ao/motix/pt_pt/noticias/internacional/2012/7/33/Feira-erotica-numa-regiao-onde-sexo-industria-tabu,dee6f1f6-a352-44b7-9102-67e63b95ab13.html