sábado, 30 de junho de 2012

Sexo oral em E aí, comeu?


23.junho.2012 10:36:53

Luiz Zanin Fui ver E Aí, Comeu?, do Filipe Joffily. A historia vocês já devem conhecer. Três marmanjos fazem de um bar uma sucursal machista de teorização sobre os costumes das mulheres. São atendidos por um garçom idem, de nome Seu Jorge (interpretado pelo próprio).

Inútil dizer que os três amigões têm problemas. Marcos Palmeiras sai para um lado na noite carioca enquanto seu mulherão, Dira Paes, vai para o outro. O outro, Bruno Mazzeo, encerrou um relacionamento e procura substitutas; assusta-se com uma ninfeta do prédio, especialmente convidativa (Laura Neiva). O terceiro, vivido por Emilio Orciolo, tenta escrever e é um perdido romântico, que só se sente bem no puteiro, e com uma garota de programa em particular.
Ok. pode-se até dizer que não é mesmo para se levar a sério, que é apenas uma comédia romântica, baseada em texto de Marcelo Rubens Paiva escrito em 1998. Tem seus momentos. Em especial quando Joffily mostra que a sua melhor faceta surge quando imprime um tom espontâneo à interpretação do trio. Algumas frases rápidas, bem cafajestes (e que realmente se dizem em mesa de bar), soam engraçadas. A mesa ao lado, ocupada por mulheres, que se sentem incomodadas com o que ouvem, não deixa de ter a sua graça. Uma graça machista, é bom que se diga mais uma vez.
Agora, o que há no fundo é o tom moralista que não raro acompanha as comedias românticas. De desfechos é melhor não falar. Até mesmo em respeito ao espectador que resolver encarar a bronca por conta própria – naquela base de “se o crítico não gostou, o filme é pra mim”(atenção: muita gente já quebrou a cara com esse tipo de raciocínio).
E há o detalhe que, em busca de uma melhor classificação de faixa etária (é proibido para menores de 14 anos), E aí, comeu? se concentra no sexo oral e não no visual. Para se ter idéia, as pessoas transam de roupa. Não se vê um peito ou uma bundinha sequer. Nem na novela das seis é mais assim.
Tamanha pudicícia (que palavra, Deus!) torna o filme, que se vende como apimentado, meio chato e, por que não dizer?, previsível. Enfim, mais uma tentativa da comédia à brasileira de fazer graça com humor chulo e fundo moralizante. É menos que pífio. É nulo.

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