sexta-feira, 13 de maio de 2011

“Há mulheres que continuam a viver o amor e o sexo como no tempo de Salazar”

A escritora e jornalista Isabel Freire falou sobre o seu novo livro na Póvoa de Santa Iria
“Há mulheres que continuam a viver o amor e o sexo como no tempo de Salazar”


Muitas mulheres da época da liberdade vivem o amor e o sexo como no tempo de Salazar. Quem o diz é a autora do livro sobre a vida privada em pleno Estado Novo. A obra “Amor e Sexo no tempo de Salazar”, da autoria da escritora e jornalista Isabel Freire, foi apresentada no sábado à tarde na biblioteca da Quinta da Piedade, na Póvoa de Santa Iria, concelho de Vila Franca de Xira. O MIRANTE esteve à conversa com a escritora.



O seu livro intitula-se “Amor e sexo no tempo de Salazar”. Esse cinzentismo terá sido sentido por todas as mulheres? Mesmo as mulheres operárias na cintura industrial de Vila Franca de Xira, por exemplo, mais emancipadas?

Fiquei espantada com o que concluíram dois historiadores que se debruçaram sobre os contextos de início do século no que se refere às questões da sexualidade. As mulheres que experienciaram vidas mais repressivas do ponto de vista dos afectos e da sexualidade eram mulheres da pequena e média burguesia. Tanto as mulheres operárias quanto as mulheres da alta burguesia e aristocracia tinham nos seus contextos sociais menor repressão.

De alguma forma conseguiam ter mais independência…

No caso das mulheres operárias temos alguma emancipação que é feita também pelo trabalho e eventualmente um peso menor da religião católica que era muito pesada no contexto da burguesia. A mocidade portuguesa feminina actua sobretudo nas escolas onde estão as meninas da pequena e média burguesia.

Nesta sociedade emancipada em que lugar ficam os homens hoje em dia?

A emancipação não está feita.

Quando é que a emancipação será feita?

Quando as mulheres conseguirem afastar do seu quotidiano uma série de questões que vêm lá de trás - que teoricamente estão ultrapassadas - mas na prática não estão. O país é muito diverso mas há muitas mulheres que continuam a estar inseridas num contexto de moralidade que outros tempos.

Continuam a viver como muitas do tempo de Salazar?

Desde logo as que vêm dos anos 50, que têm agora 70 e 80 anos e que fazem parte da nossa sociedade e portanto têm que ser contadas. Depois muitas das filhas destas mulheres não encontraram contexto de libertação nos meios onde viveram. Encontramos raparigas de 30 anos com uma vida que se afasta deste contexto mas temos mulheres de 30 anos que ainda se queixam de desigualdade na relação, na vida doméstica e no trabalho. Esse trabalho demora tempo a fazer na medida em que estamos a faze-lo há várias décadas. Também é preciso que haja mudança no sexo masculino. Há homens feministas no nosso país. Há outros, a comunidade gay, por exemplo, que desejam que este padrão de masculinidade que vem dos anos 50 desapareça de vez. Outros homens heterosexuais que também não se revêm neste padrão.

As mulheres gostarão desses homens sem a exacerbada masculinidade, ligeiramente efeminados a partilhar as tarefas domésticas? Há quem ache que isso tira a masculinidade…

Haverá sempre gostos para tudo e ainda bem. Uma mulher pode ter um marido que partilha as tarefas domésticas mas mesmo assim sensibilizar-se por um padrão de masculinidade diferente…

Já foi acusada de estar muito direccionada para as questões do sexo e do feminismo?

A imprensa fala de sexo todos os dias. A televisão fala de sexo todos os dias. O cinema fala de sexo todos os dias. Indirectamente. Eu tento falar de sexualidade de uma forma responsável e relevante. Talvez haja ainda um pouco de preconceito como se este fosse um assunto menor mas a verdade é que temos hoje teóricos da sociologia, sexologia e filósofos que colocam a sexualidade como um aspecto central na formação indentitária do indivíduo. Ainda que possa ser visto como um assunto menor a verdade é que do ponto de vista académico o tema já é reconhecidamente um assunto de alto interesse para compreender a noss contemporaneidade e a nossa forma de vida.

O que mais falta fazer para a emancipação?

O padrão da domescicidade feminina era tão forte que foi muito pouco abalado na evolução dos tempos. Acredito que algumas mulheres e homens já têm esta questão completamente resolvida. O padrão da maternidade feminina deve ser horroroso para os homens. Muitas vezes à partida a maternidade é da mãe. Para muitos homens que querem participar activamente na educação dos filhos para muitos isso também é um paradigma a destruir. Eles querem participar. Querem ser pais. Há desigualdades ainda no que diz respeito à organização familiar. A educação dos filhos e a divisão das tarefas domésticas são as questões centrais dessa desigualdade.

Com isto a atenção dada aos filhos fica em causa.

Isso parte do princípio de que a educação tem que ser dada pela mãe. A mulher trabalha as mesmas horas. A educação das crianças é fundamental nos tempos em que vivemos. Há cada vez menos tempo e isso é terrível. O stress, a falta de tempo, a correria louca, esta incerteza em que vivemos é péssima para a afectividade e sexualidade conjugal. O ócio, o tempo, são ingredientes fundamentais da sexualidade e do prazer. Nós às vezes chegamos a casa como trabalho aceso na cabeça e daqui a nada já estamos outra vez com a cabeça acesa no trabalho.

É por isso que muitos casamentos não resultam?

Entre muitos aspectos relevantes certamente esta questão – colocada em muitos estudos – de certeza que é relevante.

E os excessos de liberdade? Onde é que fica aqui a “moralidade”?

Acho que a gente não quer mais moralidade. A moralidade tem que ser construída no respeito pelo outro em primeiro lugar. Por isso é que se fala muito em relações consensuais e exercidas num contexto de liberdade? Acho que essa é que é a moralidade essencial. É perfeitamente imoral que alguém venha dizer que uma pessoa não se pode relacionar com outra pessoa de outro sexo porque essa pessoa acha que tem moral.

O que é imoral?

Acho que absolutamente imoral o abuso sexual. Acho imoral que não existam mais organismos atentos à questão do abuso. Aqui estamos a falar de uma relação desigual, não consentida, de uma violência. Temos assédio sexual intra e extra familiar que nunca chega a ser identificado. Crianças que crescem na agonia dessas vivências horrosas. Acho que é imoral que o Estado não se empenhe mais em prevenir esta problemática e em ajudar as pessoas que são vítimas a poder saneá-la. Há quatro ou cinco anos vi uma campanha em Berlim que dizia “Se você tem fantasiaas eróticas com crianças por favor ligue para esse número. Isto é prevenção. Pode ter uma fantasia com uma criança e nunca chegar à prática mas isso pode acontecer. O Estado estava a adiantar-se a isso e a pedir-lhes que ligassem. Se me pergunta se é imoral fazer swing ou ser poliamorosa respondo que imoral é impor ao outro uma lógica com a qual não a pessoa não concorda. Este é um espaço de construção individual e liberdade.


Antes de ir fazer o aborto as mulheres iam à cabeleireira

Na investigação que fez o que mais a chocou?

Muita coisa. Chocou-me imenso a questão do parto, por exemplo. O sexo estava muito associado à gravidez, à reprodução e também muitas vezes à morte. Havia muitas mulheres e crianças a morrer durante o parto tendo em conta as condições em que se faziam. O aborto era comum.

O aborto era o método contraceptivo?

O aborto era praticamente a forma de resolver o problema. Entrevistei uma senhora que me disse: “já nem me lembro quantos fiz”. A maior parte das pessoas ignoravam as possibilidades contraceptivas que existiam e que eram falíveis. O coito interrompido era a regra. Algumas tinham 10 filhos. Outras tinham 10 abortos, aquelas que tinham dinheiro para pagar à ‘fazedora de anjos’, à abortadeira. Uma médica disse-me que a Maternidade da Estefânia era o único hospital que abria as portas às mulheres que chegavam com complicações do aborto. Havia hospitais que as mandavam de volta. O aborto sim é que era tabu. Antes de ir fazer o aborto as mulheres iam primeiro à cabeleireira para não levantar desconfianças. Tinha saído de casa porquê? O controlo social era horrível e foi também uma coisa que me chocou. O cabeleireiro era razão para sair de casa e lá estar duas ou três horas.

Hoje em dia existem outros meios e muitas mulheres continuam a fazer muitos abortos nos hospitais. Justifica-se?

Por que é que tens gravidez na adolescência hoje em dia? Por que é que tens infecções pelo VIH tremendas em todas as faixas etárias e também na juventude? Alguma coisa não está a correr bem. Porquê penalizar só o aborto? Isto é sintoma de como a evolução e aparente liberdade está assente sobre uma coisa muito frágil. Tens muitos professores com competências para dar educação sexual nas escolas que estão à nora e sentem que não foram formados, têm dúvidas e gostavam de ser orientados. Já se começou a falar de educação sexual há 40 anos. A Suécia começou a fazê-lo nos anos 40. Estamos em 2011 mas os professores andam ainda a tentar perceber “como, o quê e onde” conscientes de que não foram formados para isso e que têm os seus próprios preconceitos. Há muito trabalho a fazer.


Coscuvilhar como era a sexualidade no tempo dos pais


“Amor e Sexo no Tempo de Salazar” é o título do livro de Isabel Freire que afasta a cortina alta, espessa e pesada que rodeou o amor e a sexualidade nos anos 50 e apresenta um livro original e surpreendente que desvenda e explora o mundo dos sentimentos no tempo de Salazar.

Isabel Freire, 39 anos, alentejana, actualmente radicada em Lisboa, confessa que foi procurar como era vivida a sexualidade no tempo dos pais que têm hoje 70 anos. O sexo como tabu e a repressão a que eram sujeitas as mulheres são temas reflectidos no livro escrito com base em dezenas de entrevistas com a linguagem leve de quem domina a técnica jornalística.

“É preciso não esquecer que o sexo com as meninas das nossas relações estava proibido. Não existia. Só que ao rapaz era exigida a aprendizagem das artes da sexualidade, antes de casar. Por isso, havia apenas duas soluções. Ou era encaminhado pelo pai ou outro educador (um tio, um irmão), para uma casa de meninas, onde se pagavam os serviços sexuais à prostitua, ou iniciava a sua vida sexual com alguém de classe inferior, a criada, que não tinha direito a dizer não”, que era um objecto que não sentia uma pessoa”, lê-se na obra.
http://semanal.omirante.pt/index.asp?idEdicao=495&id=74327&idSeccao=8056&Action=noticia

O bem-estar psicológico do homem pode garantir o prazer

O bem-estar psicológico do homem pode garantir o prazer

11 de maio de 2011 1 Comentário


O humor já não é mais o mesmo, os carinhos já não fazem mais parte da rotina do casal, e na cama então, nem se fala. O desinteresse sexual, apesar de ser mais comum entre as mulheres, também atinge a ala masculina. As razões são muitas e bem variadas. Além das mudanças que o corpo sofre ao longo do tempo, especialistas alertam para a importância da questão psicológica na busca pelo desejo perdido.

O interesse pelo sexo depende de um conjunto de fatores como, por exemplo, a saúde e o bem- estar físico, os relacionamentos interpessoais e o bom funcionamento da mente. E de acordo com o psicólogo Oswaldo Rodrigues, coordenador de pesquisas do Grupo de Estudos e Pesquisas do Instituto Paulista de Sexualidade (Inpasex), quando algum desses fatores vai mal, o rendimento na cama pode ser afetado.

“Se alguma coisa não anda bem, o homem pode sofrer com a diminuição do desejo sexual. A dificuldade em administrar as bases físicas, sociais e psicológicas produz e mantém essa queda do desejo. Isto significa que, mesmo que todos nos tenhamos problemas, o mais importante é pensar em como solucioná-los. E a dificuldade que o homem tem em lidar com os problemas, sejam eles de qualquer ordem, é exclusivamente psicológica”, garante ele.

Ovo de codorna, amendoim, banana, ostras, vale tudo para tentar recuperar o prazer no sexo. Porém, apesar de bastante antiga, a crença popular ainda não conseguiu provar sua eficiência. “A busca de algo externo que seja responsável pelo apetite sexual é muito comum em nossa cultura. E embora a procura seja tão antiga, ainda não encontraram nada similar que realmente produzisse algum tipo de interesse pelo sexo. Antes de qualquer coisa, é preciso querer melhorar. O desejo sexual exige que a pessoa se desenvolva em direção às atividades sexuais. Exige ação, exige que se tenha a intenção de mudar” aconselha o psicólogo.

Muito além de uma questão física, o bom sexo depende também do bom funcionamento da mente. Embora seja mais difícil para o homem, conversar, compartilhar problemas e buscar ajuda psicológica podem melhorar de vez a vida sexual. “Explicar um problema que não conhecemos é bastante difícil. Mas existe algo que este homem pode fazer: contar o que sente, sem precisar tentar explicar algo que não sabe, simplesmente desabafar.
O segundo passo será dialogar com a parceira sobre o que ambos pretendem, aquilo que desejam do futuro. Assim, este homem terá apoio para buscar ajuda profissional correta e quem sabe, resolver seus problemas’, finaliza Rodrigues.

Autor: Psicólogo Oswaldo Rodrigues


Leia mais: http://longevidade-silvia.blogspot.com/2011/05/o-bem-estar-psicologico-do-homem-pode.html#ixzz1MH7CU9N2

Homem de 23 anos receberá do Estado tratamento para disfunção erétil

13 de Mai de 2011 - 17h47min
Homem de 23 anos receberá do Estado tratamento para disfunção erétil

A 21ª Câmara Cível do TJRS condenou, nessa quarta-feira, o Estado do Rio Grande do Sul a fornecer medicamento para tratamento de um paciente de 23 anos com disfunção erétil. Na avaliação dos desembargadores, o direito do autor da ação está lastreado nos direitos constitucionais à saúde e à dignidade humana.

O homem, portador de paraplegia congênita dos membros inferiores, afirmou que apesar de suas limitações físicas sempre levou uma vida normal. No entanto, depois de iniciar um relacionamento, descobriu que sofria de disfunção erétil, ficando extremamente deprimido. Ao procurar auxílio médico, foi informado de que uma solução possível seria a utilização de injeções do medicamento Caverject 15mg. Argumentou que o fármaco não faz parte da lista de medicamentos fornecidos gratuitamente pelo Estado e que não possui condições para adquiri-lo devido ao seu valor.

A Juíza Inajá Martini Bigolin, da 3ª Vara Cível de Santa Rosa, deferiu o pedido de antecipação de tutela para que o Estado fornecesse o medicamento e após, em sentença, confirmou o direito do paciente.

Recurso

Na apelação ao TJ, o Estado argumentou competir à União, como diretora nacional do SUS, a inserção de novas tecnologias. Alegou que a aplicação de recursos em responsabilidades que não as suas implicaria em desvio de valores destinados a cumprir as suas obrigações com fornecimento de medicamentos.

O relator do recurso, o desembargador Genaro José Baroni Borges salientou não ter encontrado jurisprudência sobre o assunto, enfatizou terem sido comprovadas a doença e a terapia recomendada, por meio de laudos e receituários médicos e confirmou a condenação do Estado. Ele afirmou que a Constituição Federal não faz distinção entre os entes federados, portanto todos são responsáveis pelas ações e serviços de saúde, de forma solidária e indistinta. Os Desembargadores Francisco José Moesch e Marco Aurélio Heinz acompanharam o voto do relator. Cabe recurso da decisão.


Fonte: Correio do Povo
http://www.portalvitrine.com.br/homem-de-23-anos-recebera-do-estado-tratamento-para-disfuncao-eretil-news-10505.html

Identidades Sexuais e o combate da homofobia


Identidades Sexuais e o combate da homofobia
Muito se fala de identidades sexuais e de homofobia. Até mesmo um kit anti-homofobia será distribuído nas escolas brasileiras de ensino médio. Mas todos entendem o que são as identidades sexuais?
As identidades sociais que não sejam da heterossexualidade e de papéis masculinos e femininos extremados tem sido tratados em nossa sociedade como algo errado e nocivo. Trazer esta discussão para adolescentes de ensino médio e na formação de professores é um primeiro passo para a compreensão e distinção entre identidade de gênero, papel social de gênero e orientação/preferência sexual. O fato de nossa sociedade não discutir o assunto produz aumento de preconceitos, reiterando o caráter infantil do pensamento, sem desenvolvimento para a adolescência e par a vida adulta. O pensamento dicotômico homem-mulher, macho-fêmea, hetero-homo é relacionado a uma fase de desenvolvimento cerebral infantil e nossa cultura não produziu formas de compreensão para as fases evolutivas cerebrais posteriores, quer dizer: adolescência e vida adulta.
Isto faz com que o kit contra a homofobia traga a discussão sobre as alternativas, ao menos algumas delas, pois outras discussões ainda precisarão ocorrer futuramente…
Mas também devemos compreender que esse passo é apenas o primeiro para que exista a tolerância e convívio compreensivo entre as pessoas diferentes.
Devemos compreender que os próximos 20 anos ainda rodarão sobre esta discussão antes de nova geração poder desenvolver os novos mecanismos cognitivos socialmente. Isto significa que teremos os filhos desta geração que receberá o kit para discutir sendo capacitados para compreender estas diferenças e como lidar com elas sem se sentir retirado de suas identidades pessoais.
Hoje não existe outra forma melhor de abordar a questão do preconceito contra homossexualidade. O kit servirá para os alunos e professores. O trabalho individualizado com os pais ao longo de muitos meses seria um caminho, equivalente à psicoterapia, mas é inviável num país de quase duzentos milhões de pessoas…
O kit proposto trará novas explicações sobre o mundo, e isto é equivalente a regras para crianças, púberes e adolescentes. Ao longo do tempo esta forma de compreender o mundo permitirá superar modelos de relacionamento interpessoal que hoje se apresentam de modo hostil entre os adolescentes e produzem mais problemas nas escolas.
Se os adultos podem mostrar que estas formas são normais, são variações possíveis, o adolescente tem no que se basear para não sentir-se mal com a identificação que ele faz de si mesmo e do outro. A proposta do kit implica em reconhecimento de direito, ao contrário do que um adolescente que produz o bullying, que acredita que existe alguém que será superior, desde que se imponha com a força.
Primeiramente os professores precisarão ser capacitados para o uso do kit. Aqui teremos um passo muito importante, pois os conflitos surgirão e os professores precisarão administrar consigo mesmos estes conflitos. Então será a vez de poderem assistir aos alunos com as mesmas discussões que eles mesmo enfrentaram internamente. Os pais também precisam ter acesso a estas informações para aprenderem a administrar estas mesmas questões.
Ainda precisamos de uma maior abrangência desta discussão sobre como podemos conviver com o diferente e sem se sentir destituído da própria identidade pessoal. Sempre precisamos dos grupos para trazer-nos satisfações de pertencer, poder identificar-nos com outros. A crença de que existem apenas dois grupos de pessoas: homens e mulheres, produz uma série de consequências. Uma delas será a obrigatoriedade de nos colocar em um dos grupos e seguir as regras associadas a esta classificação. O mundo sempre teve na história exemplos assim. Primeiramente os que eram diferentes eram chamados de bárbaros, e com eles se podia fazer qualquer coisa, em especial escravizá-los. Tivemos o tempo em que acreditar em outro deus era uma heresia, e justificávamo-nos por queimá-los vivos… então vieram épocas em que os de outra nacionalidade específica eram os errados, e podíamos matá-los, incluindo tortura-los antes… e sempre existe alguém que é diferente… e justificamos que por assim o serem, devemos sobrepor-nos a eles de alguma forma.
Virá a época em que, ao menos um grupo de pessoas conseguirá conviver com o diferente e mostrar esse nova caminho. Este é um momento em que estamos produzindo uma forma racional, mediada pela ciência e não apenas pela moral.
Fonte: Psic. Oswaldo M. Rodrigues Jr. (CRP 06/20610), psicoterapeuta sexual do Instituto Paulista de Sexualidade (www.inpasex.com.br); organizador do livro “Aprimorando a Saúde Sexual” (Summus Ed). Instituto Paulista de Sexualidade: Clinica de Psicologia em Sexualidade. Diretor e psicoterapeuta sexual Rua Atalaia, 195 – Perdizes 01251-050 – São Paulo – SP Brasil

http://semeandooconhecimento.net/combate-da-homofobia/

Fantasias sexuais – Bom para o casal

Fantasias sexuais – bom para o casal
Fantasias são importantes.
A fantasia sexual é semelhante a qualquer outrafantasia, e torna-se elemento importante para a realização de atividades previstas na fantasia. Fantasia, deste ponto de vista, é tudo o que ocorre em nosso espaço mental, antecipando, de modo planejado, o que se pode realizar mais tarde.
Fantasiar sobre o sexo é algo importante para manter o desejo sexual num casal.
Dividir o que se fantasiou é imensamente importante para o futuro do casal. O casal desenvolve intimidade e confiança um no outro através deste compartilhamento de fantasias.
Os homens tem fantasias mais sexuais e as mulheres tem fantasias mais “românticas”.
A interação se fará pela comunicação direta e clara, de modo verbal e oral, sem meandros e simulações, sem recorrer à idéia de que o outro “sabe do que estou falando”.
Os homens fantasiam mais sobre sexo e atividades sexuais, em especial aquelas que socialmente já se associaram com o ser masculino, ser mais homem. Isto produz e reforça mais fantasias sexuais.
A mulher, buscando concretizar planos românticos e que podem ser concretizados num determinado momento e não exigem repetições, podem deixar de fantasiar. Esta compreensão de mundo produz a inibição do desejo sexual. Nestas situações existe uma crença básica, inconsciente, de que está pressuposto que as coisas sigam como estão. Um exemplo é o casar e isto bastará para o casal prosseguir com sexo satisfatório.
Existem quatro tipos de fantasias sexuais que precisamos considerar.
- ideias fantasiadas, imaginadas do que se pode fazer mais tarde que promovem o encontro a dois. A fantasia é elemento motivador para o relacionamento sexual do casal;
- ideais novas que o casal pode objetivar, colocar em prática, e que nunca experimentaram ainda;
- ideias fantasiosas que devem ser utilizadas apenas para motivar o casal, sendo consideradas inadequadas pelo casal para serem colocadas em prática.
- ideias fantasiosas destrutivas – implicam que destruiriam o casal ou o indivíduo, sendo ilógico coloca-la em prática.
O casal pode e deve usar as três primeiras modalidades.
A quarta modalidade está além do limite utilizável pelo casal e precisa ser reconhecido através de diálogo após o auto-reconhecimento individual dos limites pessoais. Um exemplo é a fantasia de sexo a três. Pode ser encaixada na terceira modalidade, o casal utilizar a ideia, permitirem-se fantasiar e falar a respeito, incluindo excitarem-se o que conduziria o casal ao relacionamento sexual, porém muitas pessoas sabem que se colocarem em prática destruirão o casal, o que deve ser percebido como limitante e classificar a fantasia de sexo a três na quarta classe de fantasias: impossíveis de serem realizadas.
As fantasias sexuais sendo expostas permitem a cada um conhecer a totalidade sexual do outro, os potenciais e as necessidades que precisarão ser sempre atualizadas com o passar do tempo.
Expor e trocar as fantasias permite aumentar o grau de confiança entre os cônjuges.
Ao se exporem, cada cônjuge sentirá mais segurança dos limites que tem e dos limites do outro. Isto permitirá o casal desenvolver-se e manter-se enquanto casal num futuro que poderá ser planejado a dois.
Para maiores leitura sobre fantasias sexuais leiam meu livro “Objetos do desejo” (Iglu Ed., São Paulo).
A fantasia sexual voluntária é importante para a manutenção do desejo sexual ao longo de toda vida.
Fonte: Psic. Oswaldo M. Rodrigues Jr. (CRP 06/20610), psicoterapeuta sexual do Instituto Paulista de Sexualidade (www.inpasex.com.br); organizador do livro “Aprimorando a Saúde Sexual” (Summus Ed). Instituto Paulista de Sexualidade: Clinica de Psicologia em Sexualidade. Diretor e psicoterapeuta sexual Rua Atalaia, 195 – Perdizes 01251-050 – São Paulo – SP Brasil
http://semeandooconhecimento.net/fantasias-sexuais-casal/

Cada vez mais os homens trocam o prazer real pelo prazer virtual.

Cada vez mais os homens trocam o prazer real pelo prazer virtual.

A opinião de um psicólogo

Existem psicopatologias que fazem uso do mecanismo chamado sexo virtual, produzindo situações de dependência emocional desses mecanismos. Assim, o problema já existe, apenas faz uso da tecnologia. Não é o mecanismo do sexo virtual que é o problema.

Pessoas que ''precisam'' desta forma de estimulação, e por conseguinte deixam outras atividades para se dedicarem a sexo virtual, já fazem uso patológico. Um agravante é que o bem-estar e prazer obtidos com essas situações são percebidos como validando o ato de usar a internet como meio correto. O organismo se equivoca e não permite uma correção de rumos, sempre considerando que se houve prazer, a ação foi correta.

Quando uma pessoa aprende que fazendo uso constante da internet com objetivos de se estimular eroticamente e apenas com a excitação sexual decorrente já se satisfaz, será um problema nos relacionamentos reais.

Será um problema quando o relacionamento real é percebido como mais exigente, para o qual se tem que despender mais tempo e energia (banhar-se, vestir-se melhor, sair de casa, ira até o ponto de encontro, conversarem, jantarem, irem a outro lugar para beber e dançar, e várias horas depois, talvez, irem para a cama). E patológico quando a pessoa perde o controle sobre essas percepções de necessidade imperiosa, para a qual deixa tudo o mais de lado para se dedicar à comunicação erótica via computador.

Outras formas de patologia se expressam quando a pessoa percebe que pode fazer uso do computador para expressar as formas ilegais ou imorais da necessidade sexual. Aqui entram a pedofilia, zoofilia, etc.

Todo comportamento humano pode ser mudado!

Quando a utilização do meio informático para obter prazer sexual se encontra num grau que esteja atrapalhando a vida profissional, familiar, social, é necessário mudar de atitude e comportamento. Mudar exige reconhecer o que está errado.

O tratamento pode ser feito com psicoterapia comportamental cognitiva que se propõe, exatamente, a processar mudanças no comportamento explícito e na compreensão cognitiva que dá aquelas ordens.

A psicoterapia focalizada nessas questões sexuais pode exigir duas consultas de 50 minutos cada, por semana, e levar meses para produzir uma mudança. O paciente só mudará se realmente quiser. Muitas vezes, mesmo querendo, as necessidades exercem grande pressão e força contra a mudança. Por isso, o tratamento, mesmo tendo meios racionais e caminhos reconhecidos, poderá demorar muito mais tempo.

Oswaldo M. Rodrigues Jr. - psicólogo e terapeuta sexual .
http://nadiamaximo.blogspot.com/2011/05/sexo-pela-internet-vidas-secretas.html

Saiba como lidar com a troca por relacionamento gay

Saiba como lidar com a troca por relacionamento gay
Homossexuais masculinos encontram mais problemas na hora da separação; bissexuais também são incompreendidos

12/05/2011
Muitos têm a impressão de que nos últimos anos mais homens adultos e casados saem do armário e assumem uma homossexualidade, e por isso deixam suas esposas e filhos.

Verdade, mas nem tanto. Muitas mulheres se preocupam mostrando reações que nem sempre são as mesmas para o gênero feminino frente a esta situação. As reações emocionais e sociais serão diferentes de acordo com grupos sociais e culturais (relacionados a educação formal) e de acordo com características de personalidade.

As pessoas que conseguem administrar mais as frustrações são as que menos aparentarão ''reações'', que se mostram através de mecanismos depressivos ou de ansiedade. Nesta última forma teremos a ansiedade como emoção expressa e a hostilidade, elemento mais destrutivo que se voltará mais visível para as pessoas à volta.

Nas famílias com educação formal maior e que sempre exigiram maior cumprimento de regras e leis, as reações serão mais parecidas e menos externas, aparentando serem escondidas do resto do mundo.

As trocas de um casamento para um relacionamento homossexual masculino podem ser mais aparentes neste século XXI pela compreensão de que são relacionamentos que podem acontecer neste momento social e histórico.

Mas isto também ocorre porque ainda não se reconhece a orientação sexual bissexual como natural e normal. Se a bissexualidade fosse bem tolerada, provavelmente teríamos casais que administrariam melhor o marido tendo um relacionamento masculino em paralelo.

Então, atualmente temos muitos bissexuais que vão ''assumir-se'' homossexuais por não serem aceitos pelos heterossexuais (neste caso as mulheres) e não são aceitos pelos homossexuais, qua ainda usarão o discurso de que eles ainda não se resolveram, mas que sairão do armário e de cima do muro em algum momento futuro. E não é bem assim, bissexuais são bissexuais, não estão em cima do muro. Mas nossa cultura não consegue administrar esta preferência sexual.

Mas uma pergunta sempre sobra nestas horas: como lidar com uma situação destas?

Os relacionamentos afetivos são pautados por acordos entre as duas pessoas. Geralmente as duas pessoas envolvidas não conversaram o suficiente entre si para saberem, de fato, o que estão esperando e quais são, de fato, as necessidades que ambos tem e que precisam ser satisfeitas pelo relacionamento. Assim, frente a um problema, o casal também não desenvolveu uma forma de solucionar a situação de modo satisfatório para ambos.

Mas alguns casais já tem os mecanismos mais ou menos preparados. Duas saídas têm sido comuns. A primeira é a separação, e um dos dois precisa assumir a culpa para que ofereçam as explicações para familiares e amigos. Se a mulher for considerada a parte fraca do casal, culpar o marido ''homossexual'' parecerá ser a forma mais fácil de se explicar o fim do relacionamento, em especial se não existirem filhos.

A outra forma, muito comum, é do casal se manter, e mesmo que nenhum dos dois reconheça o homem como bissexual, assim ele poderá viver.

Oswaldo M Rodrigues Júnior - psicólogo e terapeuta sexual


http://colunalimiteglobal.blogspot.com/2011/05/saiba-como-lidar-com-troca-por.html