Pedofilia é doença passível de inimputabilidade
10 junho 2010
Transtornos comportamentais
Por Roberto Moscatello
Segundo o DSM IV (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders –fourth edition -1994, published by the American Psychiatric Association), pedofilia é caracterizada por intensas fantasias e desejos sexuais ou comportamentos recorrentes por no mínimo seis meses envolvendo crianças (geralmente abaixo de 13 anos de idade). Deve causar sofrimento clinicamente significante ou comprometimento nas áreas social ou ocupacional. O indivíduo deve ter no mínimo 16 anos de idade e ser no mínimo 05 anos mais velho que a criança. O pedófilo pode se atrair somente por meninos ou meninas ou ambos ou se limitarem ao incesto (próprios filhos, enteados ou outros parentes). Pode ser considerada tipo exclusiva (atração somente para crianças) ou não exclusiva (às vezes se atraem por adultos). Tais indivíduos podem limitar suas atividades a observarem crianças nuas ou se exibirem nus, se masturbarem na frente delas ou apenas acariciá-las. Outros podem praticar felação, cunilíngua ou penetrar na vagina, ânus e boca da criança com seus dedos, pênis ou objetos estranhos. A Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID 10 (Organização Mundial de Saúde – 1993) descreve Pedofilia como uma parafilia ou transtorno de preferência sexual (F.65.4) caracterizada por uma preferência sexual por crianças usualmente de idade pré-puberal ou no início da puberdade. É um transtorno raramente identificado em mulheres.
A freqüência desta parafilia (perversão sexual) é difícil de ser avaliada em razão de somente serem descobertas quando no flagrante delituoso ou por outras pessoas e vítimas.É considerada uma das quatro parafilias com o maior número de vítimas. Estudos sobre a personalidade de pedófilos revelaram sentimentos de inferioridade e baixa autoestima, são isolados e solitários, há imaturidade emocional, dificuldade para se relacionar com pessoas de sua idade ou maduras e sinais de raiva e hostilidade. Comumente apresentam outros transtornos mentais associados (transtornos do humor, ansiedade ou de personalidade).
Anormalidades neuroendócrinas, neuroquímicas e cerebrais (principalmente nos lobos frontais e temporais) têm sido descritas em exames laboratoriais e de neuroimagem. Níveis de inteligência abaixo da média também é um achado comum. Fatores ambientais, sociais e psicológicos são outras possíveis causas de Pedofilia e entre elas aqueles que foram abusados sexualmente na infância. Alcoolismo é comum entre os pedófilos incestuosos.
Para uma avaliação rigorosa desta perversão sexual, deve-se proceder à dosagens hormonais, tomografia computadorizada de crânio ou ressonância magnética e testes psicológicos ou projetivos de personalidade. A pletismografia do pênis consiste na medida do volume ou circunferência do pênis durante apresentação de estímulos visuais e auditivos de conteúdo sexual e é um exame comumente usado nos EUA e Canadá e revelando grande especificidade e sensibilidade para Pedofilia. Tempo de Reação Visual também é um outro meio para avaliar preferências sexuais através de um questionário e avaliação computadorizada com imagens de crianças, adolescentes e adultos.
O tratamento pode ser farmacológico e/ou psicoterapia cognitivo-comportamental. Os medicamentos agem diminuindo os níveis de testosterona (acetato de ciproterona, acetato de medroxiprogesterona, acetato de leuprolide) e comumente usados nos EUA e Canadá (chamada “castração química”). Os inibidores seletivos de recaptação da serotonina (fluoxetina e sertralina entre outros) também são usados inicialmente ou em formas mais leves. As taxas de recidiva criminal são sempre menores entre aqueles pedófilos submetidos à tratamento comparados com os sem tratamento e as respostas terapêuticas podem ser satisfatórias.
Do ponto de vista psiquiátrico-forense na área criminal, a Pedofilia deve ser considerada uma perturbação de saúde mental e conseqüente semi-imputabilidade, já que o indivíduo era capaz de entender o caráter criminoso do fato e era parcialmente ou incapaz de determinar-se de acordo com esse entendimento (perda do controle dos impulsos ou vontade). Quando associada à Alcoolismo, Demência Senil ou Psicoses (Esquizofrenia, por ex.) deve ser considerada a inimputabilidade. Em conseqüência, é imposta medida de segurança detentiva ( internação em Hospital de Custódia) ou restritiva (tratamento ambulatorial) por tempo indeterminado e que demonstra ser o procedimento mais humano, terapêutico, eficaz e de prevenção social.
Roberto Moscatello é psiquiatra forense do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico de Franco da Rocha (SP), especialista pela Associação Brasileira de Psiquiatria e Corresponding Member of the American Academy of Psychiatry and the Law.
Revista Consultor Jurídico, 10 de junho de 2010
http://www.conjur.com.br/2010-jun-10/pedofilia-doenca-mental-passivel-semi-inimputabilidade
segunda-feira, 25 de julho de 2011
O casamento acabou. Viva a amizade!
O casamento acabou. Viva a amizade!
Leia o depoimento de um ex-marido que mantém laços estreitos de amizade com as ex-mulheres. Será possível deixar de lado a frustração pelo casamento que não deu certo e transformar o vínculo amoroso em amizade?
Depoimento escrito por Miguel Soares.
Um casamento que deu certo não é só o que dura para sempre, mas também o que acaba e vira amizade. Ou acaba virando.
Tive três casamentos e meio. Todas as minhas ex-mulheres viraram minhas amigas. Inclusive aquela do “meio” casamento.
Chamo-o assim pela curta duração e pelo fato de não ter tido todos os ingredientes que caracterizam um casamento. Mas, o casamento é que foi pela metade, ela era inteira.
Pensando bem, se poderia também chamar de meio o atual, pois ainda não acabou e – madeira! – espero que nunca acabe.
O mais interessante não é terem se tornado minhas amigas, mas terem se tornado amigas entre si. Numa foto que guardo como um troféu, lá estou eu, feito um paxá, abraçado com três belas mulheres, em pleno exercício da “poligamia da amizade” ou de uma coisa ainda sem nome, a ser inventado. “Polifilia” é um horror. Mas, é por aí.
Naquela foto só falta uma, a do “meio” casamento, a única que mora em outra cidade. Mas já combinamos que na sua próxima vinda ao Rio, bateremos a foto completa.
As pessoas sempre estranharam essa situação e eu sempre estranhei que o fizessem. Estranho para mim é duas pessoas que dormiram juntos tantas vezes virarem inimigas pelo simples fato de terem parado de dormir juntas, morar juntas e dividir tarefas.
E o velho carinho? E as necessárias afinidades? E todo um período de suas histórias compartilhado? E as lembranças comuns? E até um certo dialeto que só os dois falam? Jogar esse patrimônio fora? Tô fora. Tudo bem, confesso que me excedi quando aceitei o convite da primeira ex e do marido dela, para juntos os três fazermos uma viagem de duas semanas ao exterior e – acreditem! – dividirmos um quarto de hotel, para ficar mais em conta.
O marido, a essa altura, já era um companheiro meu de cerveja e papos amenos. Apesar dos meus alertas de “isso-não-vai-dar-certo” , eles insistiam e eu, confesso, aceitei. Não deu certo. As razões não têm nada a ver com fato de dividir um quarto com a ex-mulher e o marido dela, mas com o próprio fato de dividir um quarto com alguém que não a sua mulher. Nem com pais e irmãos costuma dar certo.
Perdi alguns prazeres da viagem e o amigo. Isso prejudicou a relação com a primeira ex, mas não a ponto de ela deixar de ser ainda uma candidata forte para madrinha do meu filho de 10 anos, do terceiro e atual . (O segundo e o segundo e meio não renderam filhos).
A filha de 22 também é pagã e um dia cogitamos em fazer uma grande festa de batizado dos dois. Tirando o pequeno arranhão da tal viagem, continuamos amigos quase íntimos, eu e minha mulher, de todas as três.
A experiência me autoriza a dar vários conselhos para quem quer ficar amigo da ex-mulher ou do ex-marido. Mas fico em um só: o de ter cuidado com a reprodução involuntária de maus-hábitos do tempo do casamento. Amigos sim, mas não tão íntimos. Como disse Jânio Quadros para uma jornalista que o tratou por você: "Sra. jornalista, a intimidade gera filhos e aborrecimentos. E eu não quero ter nenhuma das duas coisas com a senhora!"
Filhos já tenho e tê-los tido foi uma dessas coisas que dão sentido à vida. Aborrecimentos, no momento estou dispensando. Viva o amor e viva amizade.
http://www.vaidarcerto.com.br/site/artigo.php?id=107
Leia o depoimento de um ex-marido que mantém laços estreitos de amizade com as ex-mulheres. Será possível deixar de lado a frustração pelo casamento que não deu certo e transformar o vínculo amoroso em amizade?
Depoimento escrito por Miguel Soares.
Um casamento que deu certo não é só o que dura para sempre, mas também o que acaba e vira amizade. Ou acaba virando.
Tive três casamentos e meio. Todas as minhas ex-mulheres viraram minhas amigas. Inclusive aquela do “meio” casamento.
Chamo-o assim pela curta duração e pelo fato de não ter tido todos os ingredientes que caracterizam um casamento. Mas, o casamento é que foi pela metade, ela era inteira.
Pensando bem, se poderia também chamar de meio o atual, pois ainda não acabou e – madeira! – espero que nunca acabe.
O mais interessante não é terem se tornado minhas amigas, mas terem se tornado amigas entre si. Numa foto que guardo como um troféu, lá estou eu, feito um paxá, abraçado com três belas mulheres, em pleno exercício da “poligamia da amizade” ou de uma coisa ainda sem nome, a ser inventado. “Polifilia” é um horror. Mas, é por aí.
Naquela foto só falta uma, a do “meio” casamento, a única que mora em outra cidade. Mas já combinamos que na sua próxima vinda ao Rio, bateremos a foto completa.
As pessoas sempre estranharam essa situação e eu sempre estranhei que o fizessem. Estranho para mim é duas pessoas que dormiram juntos tantas vezes virarem inimigas pelo simples fato de terem parado de dormir juntas, morar juntas e dividir tarefas.
E o velho carinho? E as necessárias afinidades? E todo um período de suas histórias compartilhado? E as lembranças comuns? E até um certo dialeto que só os dois falam? Jogar esse patrimônio fora? Tô fora. Tudo bem, confesso que me excedi quando aceitei o convite da primeira ex e do marido dela, para juntos os três fazermos uma viagem de duas semanas ao exterior e – acreditem! – dividirmos um quarto de hotel, para ficar mais em conta.
O marido, a essa altura, já era um companheiro meu de cerveja e papos amenos. Apesar dos meus alertas de “isso-não-vai-dar-certo” , eles insistiam e eu, confesso, aceitei. Não deu certo. As razões não têm nada a ver com fato de dividir um quarto com a ex-mulher e o marido dela, mas com o próprio fato de dividir um quarto com alguém que não a sua mulher. Nem com pais e irmãos costuma dar certo.
Perdi alguns prazeres da viagem e o amigo. Isso prejudicou a relação com a primeira ex, mas não a ponto de ela deixar de ser ainda uma candidata forte para madrinha do meu filho de 10 anos, do terceiro e atual . (O segundo e o segundo e meio não renderam filhos).
A filha de 22 também é pagã e um dia cogitamos em fazer uma grande festa de batizado dos dois. Tirando o pequeno arranhão da tal viagem, continuamos amigos quase íntimos, eu e minha mulher, de todas as três.
A experiência me autoriza a dar vários conselhos para quem quer ficar amigo da ex-mulher ou do ex-marido. Mas fico em um só: o de ter cuidado com a reprodução involuntária de maus-hábitos do tempo do casamento. Amigos sim, mas não tão íntimos. Como disse Jânio Quadros para uma jornalista que o tratou por você: "Sra. jornalista, a intimidade gera filhos e aborrecimentos. E eu não quero ter nenhuma das duas coisas com a senhora!"
Filhos já tenho e tê-los tido foi uma dessas coisas que dão sentido à vida. Aborrecimentos, no momento estou dispensando. Viva o amor e viva amizade.
http://www.vaidarcerto.com.br/site/artigo.php?id=107
Turismo sexual infantil
14-07-2011
Turismo sexual infantil
Argentina es un país donde se produce “exportación” de niños y mujeres para explotación y turismo sexual, mientras el gobierno “no cumple plenamente con las normas mínimas para la eliminación” de la trata de personas, advirtió un informe del Departamento de Estado norteamericano. Responsabiliza al Gobierno nacional, aunque reconoce avances.
Agencia DyN
“Argentina es un país de origen, tránsito y destino de los hombres, mujeres y niños víctimas de la trata de personas, en particular la prostitución forzada y trabajo forzado”, subrayó el documento.
El informe consideró, además, que “el turismo sexual infantil es un problema, particularmente en la Triple Frontera y en Buenos Aires”.
Asimismo, sostuvo que el país es “un lugar de tránsito” para mujeres y niñas extranjeras que son llevadas para ejercer la prostitución forzada a Chile, Brasil, México y Europa Occidental, en tanto recibe personas para explotación sexual de Paraguay, Brasil, Perú y República Dominicana.
En este sentido, indicó que “las extensas fronteras de Argentina son difíciles de controlar, convirtiendo al país en una zona de tránsito para los traficantes y sus víctimas”.
El Departamento de Estado insistió en advertir que “el gobierno de Argentina no cumple plenamente con las normas mínimas para la eliminación de la trata”, aunque reconoció que “está haciendo esfuerzos significativos para lograrlo”.
Tras valorar que se produjeran las primeras condenas en virtud a la ley 26.364 contra la trata de personas, promulgada en abril de 2008, y se mejoraron los mecanismos para identificar y atender a las víctimas, alertó que “el número total de condenas fue baja en comparación con el número de víctimas identificadas”.
En ese sentido, denunció una “supuesta complicidad de funcionarios gubernamentales con los traficantes, para prevenir un mayor esfuerzo global de lucha contra la trata de personas”. El informe sobre trata de personas de 2010 también reveló que “bolivianos, paraguayos y peruanos, así como colombianos y dominicanos, son sometidos a trabajos forzados en talleres clandestinos, en granjas, y cada vez más en tiendas de comestibles y en la venta ambulante”.
Precisó que muchas de las víctimas de las zonas rurales o de provincias del norte se ven obligadas a ejercer la prostitución en los centros urbanos o provincias ricas en el centro y sur de Argentina.
El documento aseveró que la zona rural es la principal empleadora, sobre todo en quintas familiares y empresas que tercerizan la producción de tabaco, algodón y uvas, en la mayoría de las veces, en contacto directo con plaguicidas sin la debida protección.
Puntualizó, también, que en las zonas urbanas, los menores de edad se desempeñan en el servicio doméstico y en la calle como vendedores ambulantes, lustrabotas o “recicladoras de basura”, en referencia a los cartoneros.
En otro punto, el informe señaló -citando a ONGs- que existen “complicidades” de autoridades provinciales y municipales con los traficantes, y apuntó en especial contra agentes de policía que “hacen la vista gorda” ante actividades de tráfico de personas o previenen a los propietarios de prostíbulos sobre las redadas inminentes.
http://www.sexualidadparatodos.com.ar/tv_mis_tratsex.html
Turismo sexual infantil
Argentina es un país donde se produce “exportación” de niños y mujeres para explotación y turismo sexual, mientras el gobierno “no cumple plenamente con las normas mínimas para la eliminación” de la trata de personas, advirtió un informe del Departamento de Estado norteamericano. Responsabiliza al Gobierno nacional, aunque reconoce avances.
Agencia DyN
“Argentina es un país de origen, tránsito y destino de los hombres, mujeres y niños víctimas de la trata de personas, en particular la prostitución forzada y trabajo forzado”, subrayó el documento.
El informe consideró, además, que “el turismo sexual infantil es un problema, particularmente en la Triple Frontera y en Buenos Aires”.
Asimismo, sostuvo que el país es “un lugar de tránsito” para mujeres y niñas extranjeras que son llevadas para ejercer la prostitución forzada a Chile, Brasil, México y Europa Occidental, en tanto recibe personas para explotación sexual de Paraguay, Brasil, Perú y República Dominicana.
En este sentido, indicó que “las extensas fronteras de Argentina son difíciles de controlar, convirtiendo al país en una zona de tránsito para los traficantes y sus víctimas”.
El Departamento de Estado insistió en advertir que “el gobierno de Argentina no cumple plenamente con las normas mínimas para la eliminación de la trata”, aunque reconoció que “está haciendo esfuerzos significativos para lograrlo”.
Tras valorar que se produjeran las primeras condenas en virtud a la ley 26.364 contra la trata de personas, promulgada en abril de 2008, y se mejoraron los mecanismos para identificar y atender a las víctimas, alertó que “el número total de condenas fue baja en comparación con el número de víctimas identificadas”.
En ese sentido, denunció una “supuesta complicidad de funcionarios gubernamentales con los traficantes, para prevenir un mayor esfuerzo global de lucha contra la trata de personas”. El informe sobre trata de personas de 2010 también reveló que “bolivianos, paraguayos y peruanos, así como colombianos y dominicanos, son sometidos a trabajos forzados en talleres clandestinos, en granjas, y cada vez más en tiendas de comestibles y en la venta ambulante”.
Precisó que muchas de las víctimas de las zonas rurales o de provincias del norte se ven obligadas a ejercer la prostitución en los centros urbanos o provincias ricas en el centro y sur de Argentina.
El documento aseveró que la zona rural es la principal empleadora, sobre todo en quintas familiares y empresas que tercerizan la producción de tabaco, algodón y uvas, en la mayoría de las veces, en contacto directo con plaguicidas sin la debida protección.
Puntualizó, también, que en las zonas urbanas, los menores de edad se desempeñan en el servicio doméstico y en la calle como vendedores ambulantes, lustrabotas o “recicladoras de basura”, en referencia a los cartoneros.
En otro punto, el informe señaló -citando a ONGs- que existen “complicidades” de autoridades provinciales y municipales con los traficantes, y apuntó en especial contra agentes de policía que “hacen la vista gorda” ante actividades de tráfico de personas o previenen a los propietarios de prostíbulos sobre las redadas inminentes.
http://www.sexualidadparatodos.com.ar/tv_mis_tratsex.html
Redes sociais estão transformando a vida amorosa e dando origem a um novo código de conduta
Redes sociais estão transformando a vida amorosa e dando origem a um novo código de conduta
Publicada em 23/07/2011 às 17h26m
Joana Dale (joana.dale@oglobo.com.br)
RIO - Há um mês, os 517 amigos de um designer carioca, de 36 anos, acharam que ele estava brincando quando trocou o status de "casado" por "solteiro" em seu perfil no Facebook. Por sete anos, o músico e a mulher formaram uma espécie de casal 20 da galera. Após cair a ficha, enfim, os amigos começaram a postar comentários do tipo "não curti", "também não curti", "como assim?" na página dele.
Para a ex-mulher, ele justificou o ato - sacramentado na rede social três dias após a separação - dizendo que preferiu dar a notícia a todos logo de uma vez a ter que ficar se explicando a cada amigo que encontrasse no Baixo Gávea. Seria menos doloroso, alegou ele. Ela, por sua vez, ainda tenta assimilar a dimensão que o rompimento tomou, com sessões extras de terapia particulares e em grupo.
QUADRINHOS :Confira uma tirinha extra da série que ilustra a resportagem
Para alguns, ele teve uma atitude egoísta. Para outros, não. Comunicar o fim de um namoro ou casamento na internet é uma decisão unilateral? Qual é a medida para anunciar ao mundo, literalmente, o término de uma relação, sem desrespeitar o luto alheio? Estas e outras questões, nascidas no mundo virtual mas com implicações bem reais, têm alimentado reflexões e discussões, seja em mesas de bar, em consultórios de psicanálise ou em teses acadêmicas. O fato é que as redes sociais, em diferentes graus, estão causando uma série de transformações nos relacionamentos amorosos. Após saias justas, crises de ciúme e muito bafafá, aos poucos está surgindo um conjunto de novas regras de etiqueta entre os 38,4 milhões de brasileiros que usam Facebook, Orkut e Twitter, segundo números da pesquisa realizada pelo Ibope Nielsen Online no mês passado.
- Os códigos estão sendo criados, entre erros e acertos, pois ninguém sabe ainda aonde isso tudo vai dar - diz o psicanalista Miguel Calmon, que não tem conta em nenhum site de relacionamento, mas costuma participar de debates sobre o tema no jantar com os filhos ou em seu consultório. - O mais importante é ser cauteloso e não fazer uma crítica radical e reacionária das relações intermediadas pelo Facebook, caracterizando-as como de segunda ou quinta categoria, já que as pessoas tendem a achar que amor verdadeiro era o vivido no passado. Essa revolução comportamental está transformando a forma de pensar o amor.
Para muita gente, principalmente as pessoas que ainda não entraram nessa onda, o amor nos tempos das redes sociais é mais impessoal. O psicanalista Joel Birman pondera: o momento é mesmo de repensar os preconceitos.
- Para usar uma metáfora grega, diria que o Facebook é a Acrópole contemporânea - compara. - É um espaço social legítimo, real. A rede social abriu um espaço onde as pessoas podem restaurar laços de amizade e sentimentais numa época em que a dinâmica da metrópole moderna é uma correria só. E isso tudo precisa ser visto com leveza, de preferência sem moralismo.
A professora Fernanda Paixão, de 29 anos, demorou seis meses até conseguir excluir o ex-namorado de sua lista de amigos no Facebook. Por questão de dias, não deu de cara com as fotos do casamento dele no mural. Ela diz que foi difícil se livrar dos vínculos, a história era antiga. O rolo começou em 2006, num tempo em que o Orkut ainda reinava absoluto - não há dados oficiais, mas calcula-se que hoje, no Brasil, existam 22 milhões de usuários do Facebook e 30 milhões do Orkut.
- Namoramos de 2006 a 2007, e após o término encerrei minha conta no Orkut. Mas continuamos enrolados por mais alguns anos e, nesse tempo, nós dois entramos no Facebook. Foram muitas sessões de análise para saber se o tirava, ou não, da minha lista de amigos. Quando vi que acompanhar o perfil dele estava virando um vício, tomei coragem - conta Fernanda que, até hoje, segura o dedinho para não convidar o ex para ser mais um entre os seus 460 amigos.
Autoras do livro "Mulher, vamos descomplicar?", as psicanalistas Luciana de la Peña e Ana Franqueira lembram que as crises sentimentais deflagradas em redes sociais dominaram o seminário "Encontros & Desencontros - Ele simplesmente não está a fim de você", realizado no mês passado no Espaço Trocando Ideias, no Jardim Botânico.
- O que você vai ganhar rastreando a vida do ex pelo Facebook? No máximo, vai ficar sabendo em tempo real que ele entrou numa boate e, no dia seguinte, conferir em fotos o quanto ele se divertiu - diz Luciana. - O problema dos relacionamentos não é o mundo virtual, mas o uso que as pessoas fazem dele.
Após um rompimento, a faxina nos álbuns de fotos criados no Facebook ou Orkut é procedimento de praxe. Mas o problema é que tem sempre aquele melhor amigo do casal que acaba postando uma foto antiga que pode dar aquela angústia no peito de um deles, ou de ambos. Pior é quando alguém repassa uma mensagem cheia de duplos significados que o ex escreveu, mostrando que a vida vai muito bem, obrigado. No mundo virtual, os "falecidos" costumam ressuscitar com a maior desenvoltura.
Não à toa, foi lançado um programinha chamado Ex-Blocker, que tem a missão de bloquear tudo (tu-do!) relacionado à antiga cara-metade. Basta inserir o primeiro e o último nome do dito(a) cujo(a) na conta no Twitter e no Facebook. O site da empresa criadora do software, em blockyourex.com , informa que, hoje, cerca de 14.900 pessoas são bloqueadas através dele.
As pessoas estão ficando loucas com o Facebook, os relacionamentos estão frios e a exposição, enorme
A administradora de empresas Vivian Mattos, de 28 anos, precisa urgentemente ser apresentada ao Ex-Blocker. Há dois meses, ela entregou sua conta do Facebook nas mãos de uma amiga, pediu para que ela trocasse a senha e, desde então, não entrou mais na rede. Tudo para não ficar com vontade de fuxicar a vida do ex, no melhor estilo "o que os olhos não veem o coração não sente".
- Nunca fui muito adepta de redes sociais, mas acabei entrando na onda do Facebook e, quando terminei, fui obrigada a mudar meu status para solteira. Quando fui ver o dele, adivinha?, ele já havia mudado antes de mim. Que decepção! A tristeza aumentou - lamenta. - E ainda tive que ouvir de uma colega do trabalho que se ele mudou de status é porque acabou mesmo...
Nada como um dia após o outro: Vivian jura que está conseguindo se recuperar e que está mais feliz sem a tentação de acessar o Facebook a todo momento através do celular, como antes.
- Quando quero falar com algum amigo, pego o telefone e ligo. As pessoas estão ficando loucas com o Facebook, os relacionamentos estão frios e a exposição, enorme - opina a moça.
Na alegria ou na tristeza, o Facebook faz parte do enredo de muitas histórias de amor. A teia criada por Mark Zuckerberg em 2004, tema do filme "A rede social" (que, aliás, começa com o fim de um namoro), foi o fio condutor do último relacionamento da estudante de administração Paula Pires, de 20 anos. Ela estava saindo com um carinha que conheceu na PUC fazia meses. Ele tinha feito até a proposta de os dois assumirem um "relacionamento enrolado". Eis que certo dia Paula foi pedida em namoro oficialmente - pelo Facebook.
- Recebi uma mensagem pelo site com uma declaração de amor fofa, com uma solicitação de relacionamento sério. Sou contra assumir um namoro no Facebook assim tão rápido, mas foi tão bonitinha a atitude dele que acabei aceitando - conta Paula, que namorou o rapaz por 11 meses.
Solteira há menos de um mês, optou por deixar o campo do status de relacionamento em branco:
- Me recuso a botar que estou solteira. Quem põe isso é porque está querendo provocar alguém ou porque está desesperada.
A troca de status é uma das ações de maior audiência no Facebook. Bote o aplicativo Social Statistics, que coleciona mais de dois milhões de fãs, para rodar no seu perfil e confira o resultado. No quesito Top Posts, a alteração de status sempre figura entre os dez mais comentados.
- As pessoas costumam comentar mais o término de um namoro do que o início. Quando assumi o namoro, meia dúzia de amigas curtiu, desejou felicidades. Mas quando terminei, todo mundo da faculdade me chamou no chat para mostrar uma suposta solidariedade - alfineta Paula.
Curtir a solteirice alheia também pode pegar mal na rede. Em abril, após o término de um namoro de dez meses, a gaúcha Karen Marcelja, de 32 anos, acabou mudando o status de relacionamento para solteira. Dez minutos depois, sua melhor amiga simplesmente "curtiu", o verbo mais conjugado no Facebook, num ato de apoio. Pronto: o barraco online foi parar no Twitter.
- Meu ex-namorado ficou magoado com a atitude dela e foi desabafar no Twitter. Ele começou a mandar um monte de indiretas, essa minha amiga ficou furiosa, e os dois brigaram por mensagens no Facebook - conta Karen, que, no geral, acabou vendo o lado positivo da mudança de status. - Virar solteira desperta um monte de paquerinhas que estavam adormecidas.
No fundo, todo mundo quer é ser amado, dentro e fora da internet, observa Ana Maria Sabrosa, da Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio:
- De alguma maneira, o ser humano é marcado pelo desamparo e tem necessidade imensa de ser amado. Toda publicação em rede social tem um objetivo. Mas como tudo é subjetivo, às vezes o retorno pode causas frustração, às vezes pode causar felicidade.
Há quatro anos estudando o ambiente social do Facebook, os pesquisadores Amy Muise, Emily Christofides e Serge Desmarais, do Departamento de Psicologia da Universidade de Guelph, do Canadá, não têm dúvidas de que a rede social está tornando o exibicionismo online algo, digamos, mais natural. Mas divulgar aos quatro ventos se é solteiro, noivo, casado, viúvo ou está num relacionamento sério ou numa amizade colorida (ao todo, são nove opções de status no Facebook) tem suas implicações. Não divulgar, também. O ponto mais latente é o ciúme.
- Algumas mulheres se tornam mais ciumentas quando passam muito tempo no Facebook. Num estudo recente, notamos que a exposição detona o gatilho do ciúme, e isso compromete a relação, deixando a pessoa menos satisfeita e menos comprometida com o parceiro - adverte Amy.
Faz sentido. De acordo com uma recente pesquisa da empresa de antivírus Norton, o uso do Facebook é uma das principais causas de divórcios nos Estados Unidos atualmente. A canadense poderia fazer uma extensa lista de dicas para casais evitarem este desfecho e terem uma vida amorosa saudável mesmo sem abrir mão das redes sociais.
- Se você encontrar algo que te deixe desconfortável no mural do seu parceiro, converse sobre isso. Muita informação divulgada no Facebook pode ser mal interpretada - diz Amy.
A forma encontrada pelo casal Luciana e Gustavo Thorstensen, ambos de 37 anos e 16 de casados, para se blindar de ti-ti-tis online foi criar um perfil compartilhado no Facebook.
- Achava ridículo ter um Facebook com o marido, porque isso tira a individualidade. Mas foi o jeito encontrado para evitarmos futuros aborrecimentos. Está dando certo - conta Luciana, que quando escreve uma mensagem no mural de algum dos 253 amigos do casal assina "/LU". - Conheço muitos casais que têm contas separadas no Facebook, mas um tem a senha do outro. Prefiro ser cafona a ser hipócrita.
Perfis compartilhados levam a alguns problemas. Quando o relacionamento termina, a quem pertence a conta? Para alguns, a saída é extinguir o perfil. Em outros casos, um assume a conta, e muda a senha (algo como trocar a fechadura da porta na vida real). A questão da privacidade, como se vê, é complexa. E virou objeto de estudo do mestrando Gustavo Rauber, do departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais, em parceria com o Indraprastha Institute of Information Technology, de Nova Délhi. No total, 744 pessoas participaram da pesquisa, que será divulgada em outubro, no evento WebMedia'11, em Florianópolis. Entre as conclusões, ele confirmou que os indianos, por exemplo, são mais cautelosos do que os brasileiros nas redes sociais.
- A maioria das pessoas ignora os controles de privacidade existentes. Pode ser por desleixo, por autopromoção ou pela falta de intimidade com o sistema - avalia Gustavo.
Especialista no assunto, ele divide bem o que compartilha entre os seus cerca de 250 amigos no Facebook. Menos da metade deste total, por exemplo, soube que ele ficou noivo da namorada há seis meses.
- Dá trabalho, mas através das configurações de privacidade é possível definir os diversos níveis de intimidade por grupos. Apenas os amigos que eu gostaria foram avisados do meu noivado - diz o pesquisador mineiro, de 28 anos. - Todos nós estamos limitados a um certo número de amizades, seja por falta de tempo ou pela nossa capacidade cognitiva. O valor mediano para tal limite é estimado em 150 amizades, conhecido como número de Dunbar. E esse número foi confirmado no Facebook: apesar de você ter dois mil amigos, não consegue manter contato com muito mais de 150 pessoas.
A administradora Bárbara Bretas, de 34 anos, é um exemplo de usuária seletiva. Em seu perfil, são 134 amigos contados nos dedos. Para ela, rede social é coisa séria. Foi através do Facebook, inclusive, que conheceu seu atual namorado, o piloto Gustavo Perrota, de 29. A história é um conto de fadas com toques bem contemporâneos: certo dia, uma amiga em comum resolveu bancar o cupido e sugeriu que ela desse um confere na ficha e nas fotos de Gustavo na sua lista de amigos (encontro às escuras entrou mesmo em extinção). Mas qual não foi a surpresa ao dar de cara com o aviso "Gustavo Perrota está em um relacionamento sério", que parecia piscar no monitor. Hoje, aos risos, ele explica o acidente de percurso:
- Eu já estava de saco cheio da quantidade de periguetes querendo me adicionar, então resolvi mudar meu status de relacionamento.
Sobrou para a amiga-cupido desfazer o mal-entendido. Em cinco minutos, o status de relacionamento dele ostentava um atraente "solteiro" de novo.
- Quando vi que ele estava solteiro mesmo, comecei a olhar as fotos, vi que era gatinho, e dei o aval para a nossa amiga nos apresentar - conta Bárbara.
Os dois saíram pela primeira vez no último carnaval e não se largaram mais. Quer dizer, já rolaram umas briguinhas, o suficiente para para ela tirar do perfil que estava em um "relacionamento sério com Gustavo Perrota"...
- Para não virar bagunça, depois da terceira troca de status, resolvemos agora deixar essa lacuna em branco. Não quero mais dar satisfação para ninguém sobre a nova vida amorosa - avisa Bárbara.
Roteirista da peça "Adultério", em cartaz no Teatro do Leblon até o fim do mês, o dramaturgo Daniel Herz, da Companhia Atores de Laura, levou o mito da traição virtual para o palco:
- É uma discussão aberta. Há quem pense que a chamada traição virtual alivie o desejo da traição na carne - comenta Daniel, casado e com a lacuna do status de relacionamento em branco no Facebook. - Nós conversamos sobre isso e optamos pela discrição.
Pode ser apenas uma coincidência, mas acabou de desembarcar no Brasil um site de relacionamentos que facilita a vida de pessoas casadas que querem pular a cerca. De origem americana, o Ohhtel é gratuito para mulheres. Homens pagam R$ 60 para enviar emails para as pretendentes. Nos sete primeiros dias por aqui, o site atingiu a marca de 63.317 inscritos (no total, são um milhão e 300 mil participantes, de diversos países). Neste caso, só a troca de mensagens é virtual. O objetivo final é a "traição na carne" mesmo.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/tecnologia/mat/2011/07/23/redes-sociais-estao-transformando-vida-amorosa-dando-origem-um-novo-codigo-de-conduta-924966827.asp#ixzz1T6yZZrAw
© 1996 - 2011. Todos os direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A.
http://oglobo.globo.com/tecnologia/mat/2011/07/23/redes-sociais-estao-transformando-vida-amorosa-dando-origem-um-novo-codigo-de-conduta-924966827.asp
Publicada em 23/07/2011 às 17h26m
Joana Dale (joana.dale@oglobo.com.br)
RIO - Há um mês, os 517 amigos de um designer carioca, de 36 anos, acharam que ele estava brincando quando trocou o status de "casado" por "solteiro" em seu perfil no Facebook. Por sete anos, o músico e a mulher formaram uma espécie de casal 20 da galera. Após cair a ficha, enfim, os amigos começaram a postar comentários do tipo "não curti", "também não curti", "como assim?" na página dele.
Para a ex-mulher, ele justificou o ato - sacramentado na rede social três dias após a separação - dizendo que preferiu dar a notícia a todos logo de uma vez a ter que ficar se explicando a cada amigo que encontrasse no Baixo Gávea. Seria menos doloroso, alegou ele. Ela, por sua vez, ainda tenta assimilar a dimensão que o rompimento tomou, com sessões extras de terapia particulares e em grupo.
QUADRINHOS :Confira uma tirinha extra da série que ilustra a resportagem
Para alguns, ele teve uma atitude egoísta. Para outros, não. Comunicar o fim de um namoro ou casamento na internet é uma decisão unilateral? Qual é a medida para anunciar ao mundo, literalmente, o término de uma relação, sem desrespeitar o luto alheio? Estas e outras questões, nascidas no mundo virtual mas com implicações bem reais, têm alimentado reflexões e discussões, seja em mesas de bar, em consultórios de psicanálise ou em teses acadêmicas. O fato é que as redes sociais, em diferentes graus, estão causando uma série de transformações nos relacionamentos amorosos. Após saias justas, crises de ciúme e muito bafafá, aos poucos está surgindo um conjunto de novas regras de etiqueta entre os 38,4 milhões de brasileiros que usam Facebook, Orkut e Twitter, segundo números da pesquisa realizada pelo Ibope Nielsen Online no mês passado.
- Os códigos estão sendo criados, entre erros e acertos, pois ninguém sabe ainda aonde isso tudo vai dar - diz o psicanalista Miguel Calmon, que não tem conta em nenhum site de relacionamento, mas costuma participar de debates sobre o tema no jantar com os filhos ou em seu consultório. - O mais importante é ser cauteloso e não fazer uma crítica radical e reacionária das relações intermediadas pelo Facebook, caracterizando-as como de segunda ou quinta categoria, já que as pessoas tendem a achar que amor verdadeiro era o vivido no passado. Essa revolução comportamental está transformando a forma de pensar o amor.
Para muita gente, principalmente as pessoas que ainda não entraram nessa onda, o amor nos tempos das redes sociais é mais impessoal. O psicanalista Joel Birman pondera: o momento é mesmo de repensar os preconceitos.
- Para usar uma metáfora grega, diria que o Facebook é a Acrópole contemporânea - compara. - É um espaço social legítimo, real. A rede social abriu um espaço onde as pessoas podem restaurar laços de amizade e sentimentais numa época em que a dinâmica da metrópole moderna é uma correria só. E isso tudo precisa ser visto com leveza, de preferência sem moralismo.
A professora Fernanda Paixão, de 29 anos, demorou seis meses até conseguir excluir o ex-namorado de sua lista de amigos no Facebook. Por questão de dias, não deu de cara com as fotos do casamento dele no mural. Ela diz que foi difícil se livrar dos vínculos, a história era antiga. O rolo começou em 2006, num tempo em que o Orkut ainda reinava absoluto - não há dados oficiais, mas calcula-se que hoje, no Brasil, existam 22 milhões de usuários do Facebook e 30 milhões do Orkut.
- Namoramos de 2006 a 2007, e após o término encerrei minha conta no Orkut. Mas continuamos enrolados por mais alguns anos e, nesse tempo, nós dois entramos no Facebook. Foram muitas sessões de análise para saber se o tirava, ou não, da minha lista de amigos. Quando vi que acompanhar o perfil dele estava virando um vício, tomei coragem - conta Fernanda que, até hoje, segura o dedinho para não convidar o ex para ser mais um entre os seus 460 amigos.
Autoras do livro "Mulher, vamos descomplicar?", as psicanalistas Luciana de la Peña e Ana Franqueira lembram que as crises sentimentais deflagradas em redes sociais dominaram o seminário "Encontros & Desencontros - Ele simplesmente não está a fim de você", realizado no mês passado no Espaço Trocando Ideias, no Jardim Botânico.
- O que você vai ganhar rastreando a vida do ex pelo Facebook? No máximo, vai ficar sabendo em tempo real que ele entrou numa boate e, no dia seguinte, conferir em fotos o quanto ele se divertiu - diz Luciana. - O problema dos relacionamentos não é o mundo virtual, mas o uso que as pessoas fazem dele.
Após um rompimento, a faxina nos álbuns de fotos criados no Facebook ou Orkut é procedimento de praxe. Mas o problema é que tem sempre aquele melhor amigo do casal que acaba postando uma foto antiga que pode dar aquela angústia no peito de um deles, ou de ambos. Pior é quando alguém repassa uma mensagem cheia de duplos significados que o ex escreveu, mostrando que a vida vai muito bem, obrigado. No mundo virtual, os "falecidos" costumam ressuscitar com a maior desenvoltura.
Não à toa, foi lançado um programinha chamado Ex-Blocker, que tem a missão de bloquear tudo (tu-do!) relacionado à antiga cara-metade. Basta inserir o primeiro e o último nome do dito(a) cujo(a) na conta no Twitter e no Facebook. O site da empresa criadora do software, em blockyourex.com , informa que, hoje, cerca de 14.900 pessoas são bloqueadas através dele.
As pessoas estão ficando loucas com o Facebook, os relacionamentos estão frios e a exposição, enorme
A administradora de empresas Vivian Mattos, de 28 anos, precisa urgentemente ser apresentada ao Ex-Blocker. Há dois meses, ela entregou sua conta do Facebook nas mãos de uma amiga, pediu para que ela trocasse a senha e, desde então, não entrou mais na rede. Tudo para não ficar com vontade de fuxicar a vida do ex, no melhor estilo "o que os olhos não veem o coração não sente".
- Nunca fui muito adepta de redes sociais, mas acabei entrando na onda do Facebook e, quando terminei, fui obrigada a mudar meu status para solteira. Quando fui ver o dele, adivinha?, ele já havia mudado antes de mim. Que decepção! A tristeza aumentou - lamenta. - E ainda tive que ouvir de uma colega do trabalho que se ele mudou de status é porque acabou mesmo...
Nada como um dia após o outro: Vivian jura que está conseguindo se recuperar e que está mais feliz sem a tentação de acessar o Facebook a todo momento através do celular, como antes.
- Quando quero falar com algum amigo, pego o telefone e ligo. As pessoas estão ficando loucas com o Facebook, os relacionamentos estão frios e a exposição, enorme - opina a moça.
Na alegria ou na tristeza, o Facebook faz parte do enredo de muitas histórias de amor. A teia criada por Mark Zuckerberg em 2004, tema do filme "A rede social" (que, aliás, começa com o fim de um namoro), foi o fio condutor do último relacionamento da estudante de administração Paula Pires, de 20 anos. Ela estava saindo com um carinha que conheceu na PUC fazia meses. Ele tinha feito até a proposta de os dois assumirem um "relacionamento enrolado". Eis que certo dia Paula foi pedida em namoro oficialmente - pelo Facebook.
- Recebi uma mensagem pelo site com uma declaração de amor fofa, com uma solicitação de relacionamento sério. Sou contra assumir um namoro no Facebook assim tão rápido, mas foi tão bonitinha a atitude dele que acabei aceitando - conta Paula, que namorou o rapaz por 11 meses.
Solteira há menos de um mês, optou por deixar o campo do status de relacionamento em branco:
- Me recuso a botar que estou solteira. Quem põe isso é porque está querendo provocar alguém ou porque está desesperada.
A troca de status é uma das ações de maior audiência no Facebook. Bote o aplicativo Social Statistics, que coleciona mais de dois milhões de fãs, para rodar no seu perfil e confira o resultado. No quesito Top Posts, a alteração de status sempre figura entre os dez mais comentados.
- As pessoas costumam comentar mais o término de um namoro do que o início. Quando assumi o namoro, meia dúzia de amigas curtiu, desejou felicidades. Mas quando terminei, todo mundo da faculdade me chamou no chat para mostrar uma suposta solidariedade - alfineta Paula.
Curtir a solteirice alheia também pode pegar mal na rede. Em abril, após o término de um namoro de dez meses, a gaúcha Karen Marcelja, de 32 anos, acabou mudando o status de relacionamento para solteira. Dez minutos depois, sua melhor amiga simplesmente "curtiu", o verbo mais conjugado no Facebook, num ato de apoio. Pronto: o barraco online foi parar no Twitter.
- Meu ex-namorado ficou magoado com a atitude dela e foi desabafar no Twitter. Ele começou a mandar um monte de indiretas, essa minha amiga ficou furiosa, e os dois brigaram por mensagens no Facebook - conta Karen, que, no geral, acabou vendo o lado positivo da mudança de status. - Virar solteira desperta um monte de paquerinhas que estavam adormecidas.
No fundo, todo mundo quer é ser amado, dentro e fora da internet, observa Ana Maria Sabrosa, da Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio:
- De alguma maneira, o ser humano é marcado pelo desamparo e tem necessidade imensa de ser amado. Toda publicação em rede social tem um objetivo. Mas como tudo é subjetivo, às vezes o retorno pode causas frustração, às vezes pode causar felicidade.
Há quatro anos estudando o ambiente social do Facebook, os pesquisadores Amy Muise, Emily Christofides e Serge Desmarais, do Departamento de Psicologia da Universidade de Guelph, do Canadá, não têm dúvidas de que a rede social está tornando o exibicionismo online algo, digamos, mais natural. Mas divulgar aos quatro ventos se é solteiro, noivo, casado, viúvo ou está num relacionamento sério ou numa amizade colorida (ao todo, são nove opções de status no Facebook) tem suas implicações. Não divulgar, também. O ponto mais latente é o ciúme.
- Algumas mulheres se tornam mais ciumentas quando passam muito tempo no Facebook. Num estudo recente, notamos que a exposição detona o gatilho do ciúme, e isso compromete a relação, deixando a pessoa menos satisfeita e menos comprometida com o parceiro - adverte Amy.
Faz sentido. De acordo com uma recente pesquisa da empresa de antivírus Norton, o uso do Facebook é uma das principais causas de divórcios nos Estados Unidos atualmente. A canadense poderia fazer uma extensa lista de dicas para casais evitarem este desfecho e terem uma vida amorosa saudável mesmo sem abrir mão das redes sociais.
- Se você encontrar algo que te deixe desconfortável no mural do seu parceiro, converse sobre isso. Muita informação divulgada no Facebook pode ser mal interpretada - diz Amy.
A forma encontrada pelo casal Luciana e Gustavo Thorstensen, ambos de 37 anos e 16 de casados, para se blindar de ti-ti-tis online foi criar um perfil compartilhado no Facebook.
- Achava ridículo ter um Facebook com o marido, porque isso tira a individualidade. Mas foi o jeito encontrado para evitarmos futuros aborrecimentos. Está dando certo - conta Luciana, que quando escreve uma mensagem no mural de algum dos 253 amigos do casal assina "/LU". - Conheço muitos casais que têm contas separadas no Facebook, mas um tem a senha do outro. Prefiro ser cafona a ser hipócrita.
Perfis compartilhados levam a alguns problemas. Quando o relacionamento termina, a quem pertence a conta? Para alguns, a saída é extinguir o perfil. Em outros casos, um assume a conta, e muda a senha (algo como trocar a fechadura da porta na vida real). A questão da privacidade, como se vê, é complexa. E virou objeto de estudo do mestrando Gustavo Rauber, do departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais, em parceria com o Indraprastha Institute of Information Technology, de Nova Délhi. No total, 744 pessoas participaram da pesquisa, que será divulgada em outubro, no evento WebMedia'11, em Florianópolis. Entre as conclusões, ele confirmou que os indianos, por exemplo, são mais cautelosos do que os brasileiros nas redes sociais.
- A maioria das pessoas ignora os controles de privacidade existentes. Pode ser por desleixo, por autopromoção ou pela falta de intimidade com o sistema - avalia Gustavo.
Especialista no assunto, ele divide bem o que compartilha entre os seus cerca de 250 amigos no Facebook. Menos da metade deste total, por exemplo, soube que ele ficou noivo da namorada há seis meses.
- Dá trabalho, mas através das configurações de privacidade é possível definir os diversos níveis de intimidade por grupos. Apenas os amigos que eu gostaria foram avisados do meu noivado - diz o pesquisador mineiro, de 28 anos. - Todos nós estamos limitados a um certo número de amizades, seja por falta de tempo ou pela nossa capacidade cognitiva. O valor mediano para tal limite é estimado em 150 amizades, conhecido como número de Dunbar. E esse número foi confirmado no Facebook: apesar de você ter dois mil amigos, não consegue manter contato com muito mais de 150 pessoas.
A administradora Bárbara Bretas, de 34 anos, é um exemplo de usuária seletiva. Em seu perfil, são 134 amigos contados nos dedos. Para ela, rede social é coisa séria. Foi através do Facebook, inclusive, que conheceu seu atual namorado, o piloto Gustavo Perrota, de 29. A história é um conto de fadas com toques bem contemporâneos: certo dia, uma amiga em comum resolveu bancar o cupido e sugeriu que ela desse um confere na ficha e nas fotos de Gustavo na sua lista de amigos (encontro às escuras entrou mesmo em extinção). Mas qual não foi a surpresa ao dar de cara com o aviso "Gustavo Perrota está em um relacionamento sério", que parecia piscar no monitor. Hoje, aos risos, ele explica o acidente de percurso:
- Eu já estava de saco cheio da quantidade de periguetes querendo me adicionar, então resolvi mudar meu status de relacionamento.
Sobrou para a amiga-cupido desfazer o mal-entendido. Em cinco minutos, o status de relacionamento dele ostentava um atraente "solteiro" de novo.
- Quando vi que ele estava solteiro mesmo, comecei a olhar as fotos, vi que era gatinho, e dei o aval para a nossa amiga nos apresentar - conta Bárbara.
Os dois saíram pela primeira vez no último carnaval e não se largaram mais. Quer dizer, já rolaram umas briguinhas, o suficiente para para ela tirar do perfil que estava em um "relacionamento sério com Gustavo Perrota"...
- Para não virar bagunça, depois da terceira troca de status, resolvemos agora deixar essa lacuna em branco. Não quero mais dar satisfação para ninguém sobre a nova vida amorosa - avisa Bárbara.
Roteirista da peça "Adultério", em cartaz no Teatro do Leblon até o fim do mês, o dramaturgo Daniel Herz, da Companhia Atores de Laura, levou o mito da traição virtual para o palco:
- É uma discussão aberta. Há quem pense que a chamada traição virtual alivie o desejo da traição na carne - comenta Daniel, casado e com a lacuna do status de relacionamento em branco no Facebook. - Nós conversamos sobre isso e optamos pela discrição.
Pode ser apenas uma coincidência, mas acabou de desembarcar no Brasil um site de relacionamentos que facilita a vida de pessoas casadas que querem pular a cerca. De origem americana, o Ohhtel é gratuito para mulheres. Homens pagam R$ 60 para enviar emails para as pretendentes. Nos sete primeiros dias por aqui, o site atingiu a marca de 63.317 inscritos (no total, são um milhão e 300 mil participantes, de diversos países). Neste caso, só a troca de mensagens é virtual. O objetivo final é a "traição na carne" mesmo.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/tecnologia/mat/2011/07/23/redes-sociais-estao-transformando-vida-amorosa-dando-origem-um-novo-codigo-de-conduta-924966827.asp#ixzz1T6yZZrAw
© 1996 - 2011. Todos os direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A.
http://oglobo.globo.com/tecnologia/mat/2011/07/23/redes-sociais-estao-transformando-vida-amorosa-dando-origem-um-novo-codigo-de-conduta-924966827.asp
sábado, 23 de julho de 2011
Discussão sobre papéis sexuais devem ser tema de reflexão
13/07/2011 -- 16h13
Discussão sobre papéis sexuais devem ser tema de reflexão
Os papéis sexuais desenvolvidos pela sociedade devem ser repensado por educadores
A sexualidade relaciona-se com o papel que homens e mulheres desempenham socialmente. A sociedade estabelece hierarquicamente papéis sociais para o homem e para a mulher, nos quais, não raramente, encontramos o homem colocado em um papel privilegiado.
A sociedade espera do homem e da mulher o que chamamos de papel sexual. O papel sexual é o modo com que os indivíduos se comportam com os do mesmo sexo. A sociedade e a cultura de cada povo determinam como homens e mulheres vão incorporar esses papéis, e quem não segue o padrão, muitas vezes, não é visto com bons olhos.
Há séculos não se admitia que a mulher trabalhasse fora, usasse calças compridas e batom. Hoje, muitas mulheres realizam trabalhos iguais aos dos homens e se vestem de acordo com a conveniência, condições e ocasião.
Mesmo com a modernização que a estrutura social sofreu nas últimas décadas, vemos que a educação das meninas e meninos continua sendo bem diferenciada. Enquanto os meninos são educados dentro da ótica da competição e agressividade, as meninas são educadas para serem delicadas e maternas.
E, quando chega a adolescência...
Para a jovem, tem-se uma série de proibições: não deve sair sozinha, não pode transar com o namorado entre outros. Mas para o rapaz, tudo é permitido e até estimulado: sair só, beber, fumar, voltar para casa de madrugada, ter relações sexuais.
Por isso, ao educador cabe a tarefa de desencadear a reflexão e o debate sobre os papéis sexuais carregados de esteriótipos, ou seja modelos rígidos de comportamento. Não se pretende fazer meras substituições sociais que os homens e as mulheres ocupam, mas promover a igualdade de direitos e a equiparação de oportunidades.
O adolescente em geral, não expõe suas dúvidas e curiosidades sobre o assunto, por medo de ser taxado de avançada demais - as meninas - ou bolha - os meninos.
Eles procuram satisfazer suas curiosidades de diversas maneiras, como buscando informações na mídia, com os pais, com os colegas e até mesmo com os professores. Passam por baixo das carteiras revistas pornográficas, assistem em grupo a filmes, discutem sobre personagem de novelas a ser ou não hermafrodita e polemizam se uma colega de classe poderia ter evitado aborto. Falam de alguém que cometeu estrupo e foi preso, de assédio sexual, da prostituição infantil.
Esses entre outros aguçam a curiosidade dos jovens. Os olhares são cheios de indagações, portanto o espaço para debate deve estar aberto, para divagar sobre a sexualidade. O importante é ter uma boa interação com os jovens e disponibilidade afetiva para que o adolescente possa interagir no contexto da sexualidade.
Eliane Marçal - psicóloga clínica
http://www.bonde.com.br/?id_bonde=1-27--71-20110713&tit=discussao+sobre+papeis+sexuais+devem+ser+tema+de+reflexao
Discussão sobre papéis sexuais devem ser tema de reflexão
Os papéis sexuais desenvolvidos pela sociedade devem ser repensado por educadores
A sexualidade relaciona-se com o papel que homens e mulheres desempenham socialmente. A sociedade estabelece hierarquicamente papéis sociais para o homem e para a mulher, nos quais, não raramente, encontramos o homem colocado em um papel privilegiado.
A sociedade espera do homem e da mulher o que chamamos de papel sexual. O papel sexual é o modo com que os indivíduos se comportam com os do mesmo sexo. A sociedade e a cultura de cada povo determinam como homens e mulheres vão incorporar esses papéis, e quem não segue o padrão, muitas vezes, não é visto com bons olhos.
Há séculos não se admitia que a mulher trabalhasse fora, usasse calças compridas e batom. Hoje, muitas mulheres realizam trabalhos iguais aos dos homens e se vestem de acordo com a conveniência, condições e ocasião.
Mesmo com a modernização que a estrutura social sofreu nas últimas décadas, vemos que a educação das meninas e meninos continua sendo bem diferenciada. Enquanto os meninos são educados dentro da ótica da competição e agressividade, as meninas são educadas para serem delicadas e maternas.
E, quando chega a adolescência...
Para a jovem, tem-se uma série de proibições: não deve sair sozinha, não pode transar com o namorado entre outros. Mas para o rapaz, tudo é permitido e até estimulado: sair só, beber, fumar, voltar para casa de madrugada, ter relações sexuais.
Por isso, ao educador cabe a tarefa de desencadear a reflexão e o debate sobre os papéis sexuais carregados de esteriótipos, ou seja modelos rígidos de comportamento. Não se pretende fazer meras substituições sociais que os homens e as mulheres ocupam, mas promover a igualdade de direitos e a equiparação de oportunidades.
O adolescente em geral, não expõe suas dúvidas e curiosidades sobre o assunto, por medo de ser taxado de avançada demais - as meninas - ou bolha - os meninos.
Eles procuram satisfazer suas curiosidades de diversas maneiras, como buscando informações na mídia, com os pais, com os colegas e até mesmo com os professores. Passam por baixo das carteiras revistas pornográficas, assistem em grupo a filmes, discutem sobre personagem de novelas a ser ou não hermafrodita e polemizam se uma colega de classe poderia ter evitado aborto. Falam de alguém que cometeu estrupo e foi preso, de assédio sexual, da prostituição infantil.
Esses entre outros aguçam a curiosidade dos jovens. Os olhares são cheios de indagações, portanto o espaço para debate deve estar aberto, para divagar sobre a sexualidade. O importante é ter uma boa interação com os jovens e disponibilidade afetiva para que o adolescente possa interagir no contexto da sexualidade.
Eliane Marçal - psicóloga clínica
http://www.bonde.com.br/?id_bonde=1-27--71-20110713&tit=discussao+sobre+papeis+sexuais+devem+ser+tema+de+reflexao
Escolas podem ajudar contra práticas sexuais violentas
14/07/2011 -- 16h31
Escolas podem ajudar contra práticas sexuais violentas
Atualmente práticas de assédio moral e sexual são constantes, por isso além da escola é necessário que haja um planejamento comunitário
O que hoje denominamos bullying, ou assédio moral, constitui-se num conjunto de práticas violentas, normalmente relacionadas às ideologias preconceituosas, como racismo, sexismo, homofobia, e, estranhamente, contra pessoas responsáveis e cumpridoras de seus deveres.
A palavra designa todo comportamento violento, seja no plano material ou emocional, exercido sobre algum outro mais frágil e que sofre normalmente em silêncio. Este assédio acontece em agremiações esportivas, ou mesmo em ambientes de trabalho. Possivelmente as próprias pressões do dia a dia, com sua imensa carga de frustrações, induzam algumas pessoas sem muitos freios morais a esta conduta, transferindo aos mais fracos seus rancores e decepções.
Infelizmente, tem ocorrido nas áreas públicas e privadas, denotando sociedades com vivência histórica e social de alto grau de violência real e simbólica. Organizações, sites ou blogs focados na exibição violência, muitas vezes até de seu culto, aceleram este problema e dificultam uma ação eficaz de controle.
Como todas as organizações, escolas também sofrem com várias modalidades de assédio, visíveis no ambiente escolar apesar de este ser um espaço normalmente idealizado para a compreensão, a solidariedade e o acolhimento. Alguns tipos de apelidos, a coerção do mais forte em relação ao mais fraco, muitas vezes leva ao abandono dos estudos ou isolamento social de alguns estudantes.
Os assediadores, em qualquer nível, têm em comum uma imensa dor e uma desmedida covardia. E isso ocorre em toda a sociedade de modo alarmante: condutores de veículos desrespeitando pedestres, assaltantes armados impondo sua vontade, políticos escondendo-se do julgamento de crimes em sua impunidade, clientes humilhando vendedores, comerciantes praticando preços abusivos, países fortes invadindo países fracos, patrões degradando empregados, corruptos espoliando os bens públicos.
Subordinados que aceitam a sujeição mais abjeta tendem a serem os chefes mais arrogantes. Crianças molestadas podem tornar-se adultos molestadores. Ou seja, a violência tende à autogeração, em moto contínuo, e aparentemente estabelece-se um modelo doente, em que aquilo que se sofreu é o que se deve impor em sofrimento quando possível.
Até mesmo, lamentavelmente, uma parte dos pais, ausentes da educação de seus filhos por vários motivos, dentre eles a excessiva carga de trabalho na competitividade que caracteriza a moderna civilização, exerce certo assédio moral em relação aos professores, esperando deles responsabilidade total sobre aprendizado de seus filhos. É como se a escola pudesse ''dar conta'' sozinha de toda a educação, aí incluídas noções de moral e de bons costumes, de comportamento e relações interpessoais.
Uma escola sozinha não constrói outro padrão de comportamento, é preciso o engajamento comunitário na solução deste problema. Nas palavras do poeta Paulo Leminski: haja presente para tanto passado.
Wanda Camargo - professora da Unibrasil (Curitiba)
http://www.bonde.com.br/?id_bonde=1-27--80-20110714&tit=escolas+podem+ajudar+contra+praticas+sexuais+violentas
Escolas podem ajudar contra práticas sexuais violentas
Atualmente práticas de assédio moral e sexual são constantes, por isso além da escola é necessário que haja um planejamento comunitário
O que hoje denominamos bullying, ou assédio moral, constitui-se num conjunto de práticas violentas, normalmente relacionadas às ideologias preconceituosas, como racismo, sexismo, homofobia, e, estranhamente, contra pessoas responsáveis e cumpridoras de seus deveres.
A palavra designa todo comportamento violento, seja no plano material ou emocional, exercido sobre algum outro mais frágil e que sofre normalmente em silêncio. Este assédio acontece em agremiações esportivas, ou mesmo em ambientes de trabalho. Possivelmente as próprias pressões do dia a dia, com sua imensa carga de frustrações, induzam algumas pessoas sem muitos freios morais a esta conduta, transferindo aos mais fracos seus rancores e decepções.
Infelizmente, tem ocorrido nas áreas públicas e privadas, denotando sociedades com vivência histórica e social de alto grau de violência real e simbólica. Organizações, sites ou blogs focados na exibição violência, muitas vezes até de seu culto, aceleram este problema e dificultam uma ação eficaz de controle.
Como todas as organizações, escolas também sofrem com várias modalidades de assédio, visíveis no ambiente escolar apesar de este ser um espaço normalmente idealizado para a compreensão, a solidariedade e o acolhimento. Alguns tipos de apelidos, a coerção do mais forte em relação ao mais fraco, muitas vezes leva ao abandono dos estudos ou isolamento social de alguns estudantes.
Os assediadores, em qualquer nível, têm em comum uma imensa dor e uma desmedida covardia. E isso ocorre em toda a sociedade de modo alarmante: condutores de veículos desrespeitando pedestres, assaltantes armados impondo sua vontade, políticos escondendo-se do julgamento de crimes em sua impunidade, clientes humilhando vendedores, comerciantes praticando preços abusivos, países fortes invadindo países fracos, patrões degradando empregados, corruptos espoliando os bens públicos.
Subordinados que aceitam a sujeição mais abjeta tendem a serem os chefes mais arrogantes. Crianças molestadas podem tornar-se adultos molestadores. Ou seja, a violência tende à autogeração, em moto contínuo, e aparentemente estabelece-se um modelo doente, em que aquilo que se sofreu é o que se deve impor em sofrimento quando possível.
Até mesmo, lamentavelmente, uma parte dos pais, ausentes da educação de seus filhos por vários motivos, dentre eles a excessiva carga de trabalho na competitividade que caracteriza a moderna civilização, exerce certo assédio moral em relação aos professores, esperando deles responsabilidade total sobre aprendizado de seus filhos. É como se a escola pudesse ''dar conta'' sozinha de toda a educação, aí incluídas noções de moral e de bons costumes, de comportamento e relações interpessoais.
Uma escola sozinha não constrói outro padrão de comportamento, é preciso o engajamento comunitário na solução deste problema. Nas palavras do poeta Paulo Leminski: haja presente para tanto passado.
Wanda Camargo - professora da Unibrasil (Curitiba)
http://www.bonde.com.br/?id_bonde=1-27--80-20110714&tit=escolas+podem+ajudar+contra+praticas+sexuais+violentas
Acusado de estupro que tentou suicídio estudava na UEL
08/07/2011 -- 10h28
Acusado de estupro que tentou suicídio estudava na UEL
José Sinésio Rodrigues levava uma vida acima de qualquer suspeita. Natural de Nova Fátima, tinha amigos, namorada e uma filha
O homem de 33 anos, identificado como José Sinésio Rodrigues, acusado de estupro e que tentou se matar ao ser preso no último dia 29 de junho, era estudante da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Ele cursava Geografia e foi detido em seu apartamento, na avenida Guilherme de Almeida, zona sul de Londrina.
Ao perceber a ação da polícia, Sinésio, como é conhecido, se trancou em um quarto e tentou suicídio. Ele foi encontrado inconsciente, com cortes nos pulsos e gravemente intoxicado. Sinésio foi encaminhado para o Hospital Evangélico, onde continua internado na UTI. Seu estado de saúde é grave.
Sinésio foi preso após ser denunciado por estupro na Delegacia da Mulher. Depois da prisão, cinco vítimas já o reconheceram. De acordo com a polícia ele costumava abordar mulheres em pontos de ônibus. O carro de Sinésio também foi apreendido. Nele, foi encontrado um colchão inflável que, supostamente, era usado nos estupros.
Segundo pessoas que o conheciam, Sinésio era uma pessoa acima de qualquer suspeita. Natural de Nova Fátima, tinha amigos, namorada e uma filha, de quem sempre falava.
Astronomia
De acordo com um colega que não quis se identificar, apesar de cursar Geografia, Sinésio já era formado em Ciências e se graduou em Cornélio Procópio. Ele integrava o Grupo de Estudo e Divulgação de Astronomia de Londrina (Gedal), onde era admirado por seu vasto conhecimento. "Ele sabia praticamente tudo sobre as viagens espaciais, principalmente as missões para a lua. As pessoas ficavam impressionadas com a sua memória. Ele citava o nome de todos os astronautas, das naves, o nome das missões, enfim, pequenos detalhes", informou o colega.
Sinésio finalizou há pouco tempo um livro sobre os desastres das viagens espaciais. Esse livro, teria o prefácio escrito por Augusto Damineli, um dos maiores nomes da astronomia brasileira. Além disso, em 2009, no 12º Encontro Nacional de Astronomia, sediado em Londrina, Sinésio foi responsável por uma das palestras de abertura, juntamente com Damineli.
Apesar de ser conhecido pela inteligência, Sinésio já chamou atenção dos colegas por algumas dificuldades. Ele chegou a atuar como agente do Centro de Detenção e Ressocialização de Londrina (CDR) e da Casa de Custódia de Londrina (CCL) mas acabou sendo afastado. Segundo os amigos, ele dizia que tinham "armado para ele". Certa vez, quando passava por dificuldades financeiras, Sinésio chegou a tentar suicídio e atualmente trabalhava como segurança em uma empresa.
Análise psiquiátrica
Segundo o psiquiatra e especialista em psicopatologia forense, Rui Sampaio, de Curitiba, estupradores em geral, não dão "dicas" de seu comportamento sexual inadequado, por isso, quando descobertos causam espanto aos conhecidos. "Eles são extremamente calculistas e oportunidas. Na maioria dos casos, a sua "tara", é enrustida, mental e não demonstrada, o que torna difícil a identificação".
O psiquiatra aponta também que casos como o de Sinésio, de pessoas que surpreendem pela inteligência praticarem certos tipos de crimes são mais comuns do que se possa imaginar. "O estupro pode ser cometido por qualquer tipo de pessoa, talvez a diferença nesse caso seja o fato de que essas pessoas, usam de sua inteligência para tentar acobertar o crime".
http://www.bonde.com.br/?id_bonde=1-3--283-20110708&tit=acusado+de+estupro+que+tentou+suicidio+estudava+na+uel
Acusado de estupro que tentou suicídio estudava na UEL
José Sinésio Rodrigues levava uma vida acima de qualquer suspeita. Natural de Nova Fátima, tinha amigos, namorada e uma filha
O homem de 33 anos, identificado como José Sinésio Rodrigues, acusado de estupro e que tentou se matar ao ser preso no último dia 29 de junho, era estudante da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Ele cursava Geografia e foi detido em seu apartamento, na avenida Guilherme de Almeida, zona sul de Londrina.
Ao perceber a ação da polícia, Sinésio, como é conhecido, se trancou em um quarto e tentou suicídio. Ele foi encontrado inconsciente, com cortes nos pulsos e gravemente intoxicado. Sinésio foi encaminhado para o Hospital Evangélico, onde continua internado na UTI. Seu estado de saúde é grave.
Sinésio foi preso após ser denunciado por estupro na Delegacia da Mulher. Depois da prisão, cinco vítimas já o reconheceram. De acordo com a polícia ele costumava abordar mulheres em pontos de ônibus. O carro de Sinésio também foi apreendido. Nele, foi encontrado um colchão inflável que, supostamente, era usado nos estupros.
Segundo pessoas que o conheciam, Sinésio era uma pessoa acima de qualquer suspeita. Natural de Nova Fátima, tinha amigos, namorada e uma filha, de quem sempre falava.
Astronomia
De acordo com um colega que não quis se identificar, apesar de cursar Geografia, Sinésio já era formado em Ciências e se graduou em Cornélio Procópio. Ele integrava o Grupo de Estudo e Divulgação de Astronomia de Londrina (Gedal), onde era admirado por seu vasto conhecimento. "Ele sabia praticamente tudo sobre as viagens espaciais, principalmente as missões para a lua. As pessoas ficavam impressionadas com a sua memória. Ele citava o nome de todos os astronautas, das naves, o nome das missões, enfim, pequenos detalhes", informou o colega.
Sinésio finalizou há pouco tempo um livro sobre os desastres das viagens espaciais. Esse livro, teria o prefácio escrito por Augusto Damineli, um dos maiores nomes da astronomia brasileira. Além disso, em 2009, no 12º Encontro Nacional de Astronomia, sediado em Londrina, Sinésio foi responsável por uma das palestras de abertura, juntamente com Damineli.
Apesar de ser conhecido pela inteligência, Sinésio já chamou atenção dos colegas por algumas dificuldades. Ele chegou a atuar como agente do Centro de Detenção e Ressocialização de Londrina (CDR) e da Casa de Custódia de Londrina (CCL) mas acabou sendo afastado. Segundo os amigos, ele dizia que tinham "armado para ele". Certa vez, quando passava por dificuldades financeiras, Sinésio chegou a tentar suicídio e atualmente trabalhava como segurança em uma empresa.
Análise psiquiátrica
Segundo o psiquiatra e especialista em psicopatologia forense, Rui Sampaio, de Curitiba, estupradores em geral, não dão "dicas" de seu comportamento sexual inadequado, por isso, quando descobertos causam espanto aos conhecidos. "Eles são extremamente calculistas e oportunidas. Na maioria dos casos, a sua "tara", é enrustida, mental e não demonstrada, o que torna difícil a identificação".
O psiquiatra aponta também que casos como o de Sinésio, de pessoas que surpreendem pela inteligência praticarem certos tipos de crimes são mais comuns do que se possa imaginar. "O estupro pode ser cometido por qualquer tipo de pessoa, talvez a diferença nesse caso seja o fato de que essas pessoas, usam de sua inteligência para tentar acobertar o crime".
http://www.bonde.com.br/?id_bonde=1-3--283-20110708&tit=acusado+de+estupro+que+tentou+suicidio+estudava+na+uel
Assinar:
Postagens (Atom)