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domingo, 4 de setembro de 2011

As mulheres, o sexo e a psicanálise


As mulheres, o sexo e a psicanálise de Cronenberg dominam o Festival de Veneza 
Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR 
03/09/2011 | 19h04 | Cinema


O confronto entre os pais da psicanálise, Carl Jung e Sigmund Freud, a partir da turbulenta relação sexual com a paciente e analista russa Sabina Spielrein, tema do filme "Um método perigoso", do canadense David Cronenberg, fez das mulheres a grandes protagonistas nesta sexta-feira do Festival de Veneza.
Com o charmoso Viggo Mortensen no papel de Freud, o filme de Cronenberg se inspira em fatos realmente ocorridos e, em particular, na atormentada relação entre o dr. Jung e a bela Sabina Spielrein, interpretada pela atriz Keira Knightley.
A histórica rivalidade entre os dois psiquiatras, por uma questão de método entre o mentor Freud e seu pupilo Jung, é descrita através de um complexo tecido de teorias analíticas e corpos, pensamentos e palavras submetido às convenções da época, o início do século XX.
"Aderir ao projeto de Cronenberg foi um compromisso notável do ponto de vista psicológico e emotivo. Foi uma viagem antes de tudo interior, diferente do filme que acabo de rodar com o brasileiro Walter Salles", declarou Mortensen, ao comparar sua recente experiência em "Pé na estrada" ("On the road"), baseado no livro de Jack Kerouak.

O filme, que compete em Veneza pelo Leão de Ouro, dividiu a crítica cinematográfica, pela maneira como aborda a ruptura entre os dois grandes intelectuais, devido em parte à controvertida relação sexual e afetiva que Jung estabelece com sua paciente, quebrando todo princípio ético.
Rodada entre a fronteira suíço-alemã e a Áustria, o filme tende a explorar mais a mentalidade masculina dos psicanalistas, pioneiros em seu campo, e que usavam a revolucionária "Terapia das palavras" para curar as enfermidades mentais.
"′Fico excitada quando me pagam, gosto das humilhações", confessa Sabina a seu jovem psiquiatra Jung (o ator Michael Fassbender, de "Jane Eyre"), que se converterá em seu amante e se prestará a seus jogos masoquistas, descritos como cenas eróticas pudicas.
Escrito pelo roteirista Oscar Christopher Hampton, vencedor em 1988 de um Oscar por sua adaptação de "Ligações perigosas", o filme se aprofunda pouco na poderosa figura de Sabina, historicamente pouco conhecida, que foi fuzilada na Rússia pelos nazistas e cujas instituições clínicas proporcionaram as bases para as teorias de Freud.
"Sabina deu uma contribuição importante à Teoria Psicanalítica, o que não se sabia até que descobriram suas cartas para Freud e Jung", comentou Cronenberg.
Igualmente pudicas são as cenas da atriz italiana Monica Bellucci nua no francês "Um verão quente", de Philippe Garrel, outro filme apresentado nesta sexta em competição, sobre as contradições de um casal formado por uma bela senhora de idade e seu jovem companheiro, 19 anos mais jovem, que acaba cometendo suicídio.
Da AFP Paris

sábado, 3 de setembro de 2011

MEMÓRIAS DE BOCAGE

 
MEMÓRIAS DE BOCAGE
O documentário "Bocage" pretende, de uma forma criativa, dar a conhecer aspectos da vida e obra de um dos mais relevantes poetas portugueses do séc. XVIII
Manuel Maria l´Hedoux Barbosa du Bocage, nascido em Setúbal a 15 de Setembro de 1765, falecido em Lisboa a 21 de Dezembro de 1805, é considerado como um dos nossos melhores poetas e, depois de Camões, o mais popular e celebrado de todos. O documentário "Bocage" pretende, de uma forma criativa, dar a conhecer aspectos da vida e obra de um dos mais relevantes poetas portugueses do séc. XVIII. A estrutura do documentário procurará reflectir sobre o talento de Bocage, o seu viver intenso e livre, as paixões exacerbadas com o sofrimento e mágoas que estas lhe causavam, as suas aventuras, os seus conflitos, as ilusões da sua alma de poeta. Pretendemos também dar a conhecer os seus dotes enquanto poeta satírico, erótico e libertário, assim como todos os problemas que o regime conservador e absolutista vigente em Portugal lhe causaram, com diversas prisões, censura e restrições quanto à divulgação da sua obra, tal como o seu brilhante e livre espírito a concebia. A vida de Bocage é um acumular de frustações, de boémia louca, de viagens que não o satisfaziam à India, ao Brasil, a Macau. A semelhança do seu destino com o de Camões havia de o obsecar até à morte. Para melhor apresentarmos a personalidade e vida de Bocage, utilizaremos o actor José Pedro Gomes (devidamente caracterizado) a interpretá-lo já no fim de sua vida, narrando as suas memórias com textos autobiográficos e declamando sonetos relacionados com os diferentes momentos da sua vida. Será, também, apresentado o contexto histórico e social da época, e a respectiva influência na vida e obra de Bocage, assim como os depoimentos de especialistas Bocageanos, poetas contemporâneos com afinidade com a sua poesia, e um psiquiatra, especializado em sexologia, tentará dar-nos um retrato do que ia na mente do poeta, e o seu perfil psicológico.
http://www.rtp.pt/programas-rtp/index.php?p_id=20734&e_id=&c_id=9&dif=tv

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

10 Dicas de Literatura Erótica

10 Dicas de Literatura Erótica

A literatura está repleta de erotismo. Autores discretos, safados, clássicos, contemporâneos… Literatura Erótica é sempre um presente de bom gosto, muito insinuante e atemporal. Pesquisando por aí, checando indicações ou remexendo na memória cheguei a esta pequena lista tentando mesclar autores e títulos consagrados, a nome e obras mais contemporâneas. É claro que é impossível fazer apenas uma lista, com tantas boas obras por aí, mas… Por hora ficam estas 10 dicas, mas os comentários estão abertos para mais indicações.
A Casa dos Budas Ditosos, de João Ubaldo Ribeiro
Reza a lenda que A Casa dos Budas Ditosos, participação mais que representativa da Luxúria, escrita por João Ubaldo Ribeiro para a coleção Plenos Pecados da Editora Objetiva, é a transcrição dos originais relatos de CLB, uma senhora de 68 anos, nascida na Bahia, mas moradora do RJ, que viveu o sexo pelo prazer sem nenhum tabu ou culpa, que lhes foram entregues anonimamente em fitas. Verdade ou marketing? Quem vai saber… O que sabemos é que o livro não chega a ser sensual apesar do discurso erótico, mas através de relatos descritivos das experiências sexuais da personagem (que tem entre eles, menor seduzindo um adulto, incesto, sexo com garotos de programa, o casamento com um bissexual, surubas com religiosos…) nos leva à reflexão sobre temas tabus relacionados à sexualidade. Indico a resenha de Thiago Corrêa.
A Entrega, de Toni Bentley
Relato pessoal da autora, que catalogava suas experiências anais e colecionava as camisinhas usadas, que resultou no livro. Após um casamento fracassado e um bando de relacionamentos monogâmicos e experiências sexuais insatisfatórias, com A. (lembrei da sopa de letrinhas do meu antigo blog Me and My Secret Life) a autora experimenta uma experiência quase transcedental de redescoberta do prazer sexual e uma verdadeira viagem pessoal para dentro e fora de si, desencadeadas à partir dessa relação que mescla masoquismo e submissão, sobretudo o prazer com o sexo anal. Para saber mais sobre o livro, vale ler uma excelente resenha de Leônidas Pellegrini, no Digestivo Cultural, clicando aqui e também o site oficial da autora.
A Filosofia na Alcova, de Marquês de Sade
Difícil escolher apenas um livro na vasta obra do literato Marquês de Sade, um libertino tratado como marginal (e louco) por não adequar-se à moral da época. Se é para indicar um, nada melhor que este. Imagine uma apologia à liberdade individual, levando o conceito a um ponto tão extremo, onde qualquer crime ou pecado pode ser justificável com base no prazer, e desdenhar toda e qualquer restrição social?! A Filosofia na Alcova conta a história da educação sexual da jovem Eugénie de Mistival, tendo como mestres Madame de Saint-Ange e Dolmancé. As tais “lições” eram todos os tipos de práticas sexuais, com demonstrações práticas e orgasmos filosóficos, já que todo o tempo os personagens dialogam não só sobre sexo, mas também sobre assuntos como religião, política e direito. Indico a excelente resenha de Nemo Nox, resenha de onde tirei esta descrição.
A vida sexual de Catherine M. , de Catherine Millet
Homem x Mulher. Sexo x Amor. A gente cresce sendo condicionado a acreditar nas diferenças claras que sexualmente mulheres são diferentes dos homens por um tanto de coisas, mas sobretudo que homens fazem sexo com e sem amor, enquanto mulheres só fazem sexo por amor. Catherine Millet vai na contramão dessa história e mostra que é possível sim mulheres (ela) fazer sexo por sexo e narra de maneira “extremamente honesta” suas experiências sexuais as mais variadas possíveis (homens, mulhers, travesti, surubas…), sem maiores análises ou explicações. Sexo por sexo, porque sexo é ótimo! Indico a resenha de Ana Paula Ganzaroli, basta clicar aqui e saber um pouco mais de suas impressões sobre o livro.
Crash, de J.G. Ballard
Crash é um livro estranho (estranho é o fetiche do outro, lembram?). E isso porque, em uma narrativa em primeira pessoa, o autor relata (neste livro de 1973) explicitando cenas e sensações sinestesicamente com riqueza de detalhes, a existência de fetichistas, quase uma irmandade, de homens e mulheres que tem prazer em acidentes automobilísticos. A ponto de recriar cenas de acidentes, acrescentando o detalhe sexual. Uma verdadeira distorção e interpretação, onde o falo que penetra o corpo, passa a ser o ferro distorcido que dilacera a carne. A explicação é meio simplista porque é difícil explicar este enredo erótico/psicológico que assombra e excita. A obra já teve sua versão cinematográfica, não menos estranha, com direção de David Cronenberg e James Spader como protagonista. Também vale conferir.
História do Olho, de Georges Bataille
Um erotismo visceral. Em uma narrativa cheia de sutilezas e imagens extremamente eróticas e sensuais, o livro que não trata apenas de um olho (olhar?) em questão, mas de vários, mesclando em cada texto um erotismo requintado eventualmente atropelado por palavras mais cruas (“cu”, “merda”, “porra”…). Fetichismo, sadismo, masoquismo, voyeurismo, asfixia, psicopatia… O autor nos apresenta um banquete de perversões e prazeres que incomodam e excitam. Não é à toa que o livro encontra-se sempre no Top 10 da maioria dos amantes de literatura erótica. Quem um exemplo? Basta clicar aqui e ler um trecho completamente perturbador e excitante desta obra. Para saber mais do livro, clique aqui e leia a resenha de Enzo Potel.
História de O, de Pauline Reage
Eis um clássico da literatura sadomasoquista, não conheço uma submissa que não se derreta diante da História de O. Aliás, este livro está para as submissas assim como a Vênus das Peles para os submissos. E isso porque ao longo da história O – uma fotógrafa de moda pariesiense - é Dominada, vendada, humilhada, acorrentada, marcada e ainda por cima é treinada para ser uma verdadeira escrava sexual. Para ser usada no sexo oral, vaginal, anal… Ou o que for do desejo do seu Senhor. O mais interessante da história é que quanto mais O reage contra seus infortúnios, contra a tortura a qual é submetida, quanto mais ela luta contra esta “escravidão”, mais envolvida e excitada ela fica. Descobrindo um prazer inverso, um prazer onde a verdadeira liberdade está em não ter controle sobre si. Indico a resenha de Davi Lara, que explora um pouco mais do lado psicológico do livro.
O Amante de Lady Chatterley, de D. H. Lawrence
Já comentei por aqui que O Amante de Lady Chatterley tem grande influência na minha formação como leitora safadinha porque ainda adolescente, e já apaixonada pela leitura, eu lia o que tinha ao meu alcance e como ele fazia parte do acervo do meu pai… Antes mesmo de saber o conteúdo, creio que o título me chamou atenção. Acho que um ponto a ressaltar é que o livro (e o autor) foi considerado transgressor em sua época, não só por contar a história de uma aristocrata que trai seu marido tendo um caso com o seu guarda-caças (este é o fio condutor da história), mas sobretudo por detalhar as cenas de sexo com riqueza de detalhes e lirismo. Em toda obra de Lawrence as paixões e o sexo são as forças que regem as relações, independente de idade, gênero ou condição social. Saiba mais sobre o livro e a obra do autor no site Cama na Rede, clicando aqui.
Trópico de Câncer, de Henry Miller
Mais um autor que é quase impossível indicar apenas um livro, pois toda a obra de Henry Miller é recheada de safadeza. Trópico de Câncer é seu primeiro livro e foi editado quando já tinha quase 50 anos. O autor, um putanheiro boêmio e literata, relata neste livro em um tom extremamente confessional suas aventuras sexuais com prostitutas, dando uma conotação ritualística, quase sacra ao ato sexual. O sexo relatado por Miller consegue ter uma linguagem clara, quase pornográfica, sem perder a essência de uma grande obra. O fato deste livro ter sido censurado em quase todos os países em que foi lançado, funcionou como marketing, pois aguçou a curiosidade dos leitores. Trópico de Câncer durante anos e anos foi considerado um referencial nas masturbações adolescentes, em um tempo onde não havia internet ou filme pornô. No entanto, sua obra é atemporal. Também indico o texto do Cama na Rede para saber mais sobre a obra e o autor.
100 escovadas antes de ir para a cama, de Melissa Paranello
100 Escovadas Antes de Ir Para a Cama conta a história de uma adolescente, como tantas outras, que dos 15 aos 16 anos relatou em um diário suas desventuras sociais (que adolescente não se sente negligenciado?) e descobertas sexuais (atualmente cada vez mais precoces). O livro (que estou lendo) tem forte teor erótico, explícito até. Já escrevi por aqui sobre o filme baseado no livro, e também do quanto me senti tocada pelo enredo. Talvez porque já tive um diário, talvez porque apesar de amar e respeitar minha mãe eu tenha precisado viver minhas próprias experiências, não sei… Não tenho filhos, portanto, mesmo que eu imagine, sequer tenho noção de como seria educar alguém, preparar para o mundo, para a vida, para o sexo… Indico a leitura para pais, muito mais como alerta, do que pelo teor erótico em si.
http://www.avidasecreta.com/10-dicas-de-literatura-erotica/

10 Dicas de História em Quadrinhos Erótica

10 Dicas de História em Quadrinhos Erótica
Posted on 01 julho 2010. Tags: Alan Moore, carlos zéfiro, Celestino Pes, Fetiches, Franco Saudelli, Giovanna Casotto, Guido Crepax, História em Quadrinhos, HQ Erótica, Jean Pierre Enard, Jean-Claude Forest, Kate Worley, Melinda Gebbie, milo manara, Paolo Eleuterio Serpieri, quadrinhos, Reed Waller, Roberto Baldazzini
Quem pensa que história em quadrinhos é coisa de criança, está muito enganado. Dos “catecismos” de Carlos Zéfiro, ao sci-fi de Barbarella, as HQs eróticas são brincadeira de gente grande, isso sim! Entretenimento adulto da melhor qualidade.
Minha relação com HQs eróticas não passa de contatos imediatos onde folheei tais publicações em livrarias, fuxicando o acervo de algum amigo mais apaixonado pelo gênero, ou alguma coisa que fiz download aqui mesmo na net (que não tem 1/10 do charme da publicação original, diga-se de passagem).
Dia desses estava fazendo uma pequena lista do que é essencial na literatura de HQ erótica e cheguei aos nomes abaixo. É claro que tem muito mais coisa boa por aí e, para isso, os comentários ficarão disponíveis para mais dicas. Espero que gostem.
Catecismos, de Carlos Zéfiro

Durante os anos 50 a 70, revistinhas – conhecidas como catecismos por serem vendidas, para disfarçar, dentro de publicações religiosas – retratavam o cotidiano sexual do brasileiro da época. Senão o que vivia, o que fantasiava viver. Alcides Caminha, um funcionário público que se manteve no anonimato até bem pouco tempo, sob o pseudônimo de Carlos Zéfiro funcionou como um verdadeiro professor de educação sexual para a meninada da época. Segundo o desenhista, que também era compositor, nunca lhe rendeu fama ou dinheiro, tendo até já tomado calote. Hoje em dia, as publicações são obras de colecionador. Para os que tem curiosidade em conhecer a obra de Zéfiro, é possível encontrá-las em sites como este e este e vale também ler a entrevista que o autor concedeu a Luciléa Cordovil em fevereiro de 1992, ano da sua morte.
Barbarella, de Jean-Claude Forest
A heroína de Forest é uma aventureira espacial, extremamente linda, voluntariosa e sexy, é uma versão feminina de Flash Gordon com pitadas ninfomaníacas. Considerada a precursora de heroínas que unem fcção científica à safadeza. A mocinha sai de planeta em planeta, pacificando, sendo aprisionada, sempre com um mínimo de roupa e muito sexo. Barbarella foi considerada por alguns uma musa feminista, uma mulher que se apresenta em sua totalidade, decidindo sobre seus direitos e sua sexualidade. A obra foi imortalizada no cinema pelo cineasta francês Roger Vadin e personificada na telona pela belíssima Jane Fonda em sua melhor fase. Saiba mais clicando aqui e aqui
Valentina 65-66, de Guido Crepax

“Guido Crepax fez a Itália, e depois o mundo, se apaixonar por sua Valentina, uma fotógrafa descolada que vivia fantasias fetichistas. Bissexualidade, êxtase auto-erótico, sadomasoquismo e devaneios oníricos povoados de referências à Art Nouveau, um best-seller na Itália e Europa.” Assim Marcelo Naranjo cita esta obra, referencial para qualquer HQ-maníaco apaixonado por uma doce perversão, no site Universo HQ, que influenciou outros mestres como Milo Manara e Paolo Eleuteri Serpieri. Valentina começou discretamente como coadjuvante em uma série policial na revista Linus, mas logo uma mistura complexa de erotismo, alucinações e sonhos fez de Valentina uma das personagens mais importantes da HQ erótica. Saiba mais clicando aqui.
Druuna, de Paolo Eleuteri Serpieri
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Em um futuro distante, uma musa de belas formas – Druuna, considerada por alguns uma Barbarella bem nutrida – em nome do amor, trepa com todo tipo de homens, mulheres, monstros, robôs y otras cositas mas, na tentativa de obter um medicamento que irá curar seu amado – Shastar – de uma peste que transforma pecadores em monstros e posteriomente levá-los à morte. Eita que a mocinha tem disposição, hein? Inclusive para fantasiar com Lewis, uma cabeça num vidro que através de poderes telepáticos se comunica com Druuna através dos sonhos. Saiba mais clicando aqui .
Gullivera, de Milo Manara

Baseado o livro As Viagens de Gulliver, de Jonathan Swift, a Gullivera de neste post aqui), golden shower apagadora de incêndio e ninfomaníacas sadomasocas. Uma verdadeira overdose de estímulos visuais safadinhos, onde a história pode até desandar de vez em quando, mas o tesão atiçado pelo traço deliciosamente sensual de Manara, não… Saiba mais sobre Gullivera clicando aqui
A Arte da Palmada, de Milo Manara e Jean Pierre Enard

Sem correr o risco de parecer repetitiva, indico mais uma vez Manara. Dessa vez, a história de uma cronista especializada em escândalos de celebridades que conhece em uma viagem de trem um homem que anota em um caderno suas aventuras sexuais. E durante o sono do moço, como boa fuxiqueira que é, começa a ler os relatos. O diferencial é que este homem narra em detalhes sua predileção por uma prática sexual relativamente incomum, as palmadas. Tanto dar quanto receber. É claro que a mocinha fica curiosa. Digamos que as experiências relatadas pelo moço expandem o horizonte sexual da mocinha deixando-a especialmente interessada… rs. Num texto bem conduzido, enxuto e levemente irônico de Jean Pierre Enard. Para saber mais sobre A arte da palmada, clique aqui
Omaha, a Stripper, de Reed Waller e Kate Worley

Este é para os fãs de Furry (ficção antropomórfica onde as personagens são animais com personalidades e características humanas). Omaha é uma gata, literalmente falando, e ganha a vida como stripper numa cidade corrompida. No começo dos anos 80, Omaha fez sucesso por seduzir o leitor pouco a pouco. Apresentada no formato novela, a cada edição da revista The Bizarre Sex, a gatinha, que a princípio era uma personagem secundária, fez tanto sucesso que migrou para revista própria. Parece que o charme da publicação era exatamente o realismo das cenas de sexo. Durante mais de dez anos foi possível observar a evolução da personagem, seu traço, do cartoon ao realista. Clique aqui para saber mais.
Chiara Rosenberg, de Roberto Baldazzini e Celestino Pes

Imaginem uma jovem judia casada com um católico, que vive uma relação sadomasoquista – FemDom – com seu amante? Imaginou? Este é o fio condutor de Chiara Rosenberg, de Roberto baldazzini e Celstino Pes. Acho que o diferencial desta personagem é que suas histórias são recheadas de romance e erotismo. Uma verdadeira ilustração da frase do meu querido Alessandro Martins, no 1° Is Internet For Porn? no Campus Party Brasil 2009: “É normal ser anormal”. As cenas de sadismo e Dominação psicológica são super sexies. Para os amantes de She-Male (travestis) aproveito para recomendar também Bayba, uma ninfomaníaca transsex que vive para agradar os homens, e Casa Howhard, a rotina apimentada de uma “república” de “bonecas”, o interessante é que nesta história, até o faxineiro é transsex. Para saber mais de Chiara Rosenberg, clique aqui e mais sobre Baldazzini clique aqui.
Lost Girls, de Alan Moore e Melinda Gebbie

Como seria a vida sexual de três heroínas do mundo mágico infantil (de ficção) do século XIX e início do século XX – Alice (a do País das Maravilhos), Wendy (de Peter Pan) e Doroty (do Mágico de Oz) depois de crescidas? Alan Moore viajou nesta idéia e escreveu Lost Girls, que com o suave traço de Melinda Gebbie, transformou-se em uma obra primorosa do erotismo em HQs. Na visão de Alan Moore, um encontro ao acaso, onde três mulheres compartilham relatos de experiências eróticas. Como disse Cláudia Motta em sua resenha, após ter ganho o livro em uma promoção aqui no A Vida Secreta, é algo “gostoso de ler, desafiante por nos fazer rever as histórias nos forçando a enxergá-las sobre um outro prisma, é altamente erótico tanto pelas ilustrações quanto pelas falas. (…) Cheio de simbolismos que a cada nova leitura descobrimos mais e mais detalhes que não havíamos percebido, para quem não leu só posso dizer que vale muito a pena nos propicia uma viagem eroticamente intelectual “ Leia a resenha completa clicando aqui.
(outra resenha bacana pode ser encontrada no site Omelete, aqui.)
La Bionda, de Franco Saudelli

Franco Saudelli é fotógrafo e quadrinista, o que me fascina em sua obra é a paixão pervertida por Dominação, pés e bondage, inserida aqui e ali com muita sensualidade. Resolvi citar La Bionda (A Loira, inspirada na atriz Kathleen Turner em seus áureos tempos), por tratar-se da obra que ele resolveu soltar a franga e mostrar plenamente sua paixão pelo fetiche. Há quem diga que a personagem foi apenas uma desculpa dele para contratar modelos para amarrar, amordaçar e desenhar as moças em situação de desespero com os pezinhos de fora. A Loira, uma ladra super sexy que usa saltos e uma pequena máscara negra, nasceu como parte integrante da revista Comic Art. O mais curioso, é que não se trata de quadrinhos especificamente eróticos. A história é repleta de ação e bom humor, a nudez, ou seminudez, é sempre fruto de situações acidentais ou cotidianas. Uma curiosidade sobre La Bionda é que Giovanna Casotto (já comentada por aqui), uma das poucas mulheres que conheço a fazer HQs eróticas, foi modelo de Saudelli e, mais tarde, sua companheira por quatro anos. Mais sobre Franco Saudelli e La Bionda cliquem aqui e aqui (texto bem completo, mas em italiano).
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B. - who has written 1260 posts on A Vida Secreta.
B. é editora do A Vida Secreta. Uma loba em pele de cordeirinha, que acredita que a consensualidade é a base de todos os relacionamentos.
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quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Novo livro de autora alemã Charlotte Roche promete sexo e tragédia

Novo livro de autora alemã Charlotte Roche promete sexo e tragédia
Nova obra de Charlotte Roche ganha destaque em livrarias alemãs


Depois do sucesso de "Zonas úmidas", autora alemã aborda trauma, sexo e vida familiar em "Schossgebete". Ainda sem tradução em português, obra começa a inundar as livrarias na Alemanha.

O novo livro da escritora alemã Charlotte Roche começa a ganhar espaço nas livrarias alemãs. Schossgebete (Orações de colo, em tradução livre) é o segundo título da autora, e promete ser um best-seller – só a Dussmann, por exemplo, uma das maiores livrarias de Berlim, encomendou mil exemplares com antecedência.

O novo trabalho de Roche tenta seguir o caminho do primeiro romance, Feuchtgebiete ("Zonas úmidas"), que vendeu aproximadamente dois milhões de exemplares e foi publicado no Brasil pela editora Objetiva. A primeira tiragem de Schossgebete foi de meio milhão de cópias, provavelmente a maior marca já alcançada por um autor da língua alemã.

Na trilha do sucesso repentino

Para Bianca Krömer, que trabalha há cinco anos na Dussmann berlinense e já acompanhou a saída de muitos best-sellers, o novo livro de Roche deve atender às expectativas da editora e das livrarias. Ela ressalta, no entanto, que não será fácil superar o sucesso anterior. "Zonas úmidas foi uma grande surpresa. Uma ex-apresentadora de televisão aparece, aborda todos os tabus e escreve sobre coisas de uma forma com que o leitor não está acostumado a ler com frequência", comenta Krömer.

A surpresa foi tão grande que alguns críticos questionaram se um livro sobre depilação íntima e hemorroidas poderia, de fato, ser considerado literatura. As descrições tão detalhadas também deixaram muitos leitores com a sensação de asco.

Trauma e trama

Schossgebete parece uma continuação do primeiro livro. A protagonista é uma mulher de 30 anos, casada, com dois filhos. Logo na primeira linha, os fãs de Zonas úmidas veem suas expectativas serem preenchidas: "Como sempre, nós ligamos a colcha térmica meia hora antes do sexo."

Seguem-se então 15 linhas de uma desagradável descrição precisa do ato sexual do casal. A autora deixa um pouco de lado os excessos do corpo para se concentrar na vida interior da protagonista e narradora, Elizabeth, que quer cada vez mais agradar a todos: seu marido, sua filha, sua terapeuta. Elizabeth se classifica como uma "terrorista de relacionamentos".

Autora mostra seu primeiro romanceO novo romance de Roche pode ser lido como um diário de terapia de uma mulher num abismo psiquiátrico. Um trauma ocupa o centro do romance, que até hoje também faz parte da vida de Charlotte Roche: três irmãos morreram num acidente de carro a caminho do casamento da escritora.

Até então, Roche ainda não havia falado publicamente sobre o assunto. E agora, ao que tudo parece, ela escreve sua própria história de vida a partir da alma. Assim como em Zonas úmidas, o leitor é levado a acreditar que a protagonista e autora são a mesma pessoa devido às descrições autênticas e à linguagem mais natural.

Escândalo

Depois do sucesso inesperado de Zonas úmidas, ninguém acreditava que a jovem e atraente escritora, de 33 anos, poderia lançar um romance seguinte. Isso a motivou mais, diz Roche numa entrevista publicada na revista Der Spiegel, apesar de ela mesma se considerar mais como uma impostora do que escritora.

Mesmo assim, o que não falta no novo livro é potencial para causar escândalo e atrair a atenção pública. E pelo menos nas livrarias alemãs as pilhas de Schossgebete já começam a ser notadas.

Autora: Nadine Wojcik (np)
Revisão: Carlos Albuquerque
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,15323501,00.html

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Violência e remissão

Violência e remissão

Autor de “Trainspotting”, o escocês Irvine Welsh fala à CULT sobre seu novo romance

Publicado em 27 de julho de 2011

Jaqueline Gutierres

“O que Sigmund Freud pensava parece superficial e reacionário, atualmente”, afirma o escritor Irvine Welsh. O escocês, conhecido internacionalmente pelo livro Trainspotting, tem a obra Crime (Rocco) recém-editada no Brasil. Welsh escolheu os estudos atuais da psicologia para pesquisar sobre o assunto do último livro e ressalta a importância de se atentar aos crimes cometidos e facilitados pela internet.

Na obra, Welsh trata a pedofilia em diferentes situações, todas presenciadas por Ray Lennox, um policial escocês que está de férias em Miami. O autor fala à CULT sobre a obra e comenta a questão da pedofilia.

CULT – Por que decidiu escrever um livro sobre pedofilia?

É um assunto muito difícil. Foi complicado escrever sobre isso, foi um desafio inacreditável – e gosto de grandes desafios.

O livro mostra diferentes modos de ver a pedofilia e, nas últimas páginas, você explica que fez pesquisas com psicólogos. O que perguntou a eles e o que disseram? Fez pesquisas sobre autores como Freud, por exemplo?

Sim, minha visão sobre isso mudou muito nos últimos vinte anos. Lolita [de Nabokov] provavelmente não teria sido escrita, considerando-se que os tratamentos psicológicos hoje nos alertam sobre os efeitos danosos da exposição prematura ao contato sexual e do uso do poder e da coerção nos relacionamentos sexuais.

Quais foram as dificuldades para escrever o livro?

Sendo esse um assunto ligado ao emocional, era importante balancear entre o visceral e o conceitual corretamente.

Porque escolheu Miami como cenário da história?

Miami é uma cidade sinistra e suspeita, repleta de desocupados. Lá, realmente existe uma organização de pedófilos que vivem à espreita. Esse tipo de crime pode acontecer em qualquer lugar, mas a escolha de Miami me parece apropriada.

O caso da garota Tianna, infelizmente é típico, envolvendo crianças pobres e sem boa estrutura familiar. A história do livro tem um final relativamente feliz, se você fosse escrever uma sequência para a obra, o que aconteceria com Tianna depois de crescida? Você acredita que a influência de alguém com boas intenções, como Ray, pode mudar a vida de uma criança como Tianna?

É muito difícil dizer. Muitas vítimas de abuso sexual passam a ter disfunções sexuais, no caso das mulheres. Muitos dos que passam por isso sobrevivem e lidam bem com isso, têm uma vida normal e feliz. As possibilidades, pelo menos, existem para Tianna, graças à intervenção do Ray.

A história tem digressões que duram capítulos inteiros e fluxos de pensamento dos personagens ao longo da história. Tem-se a impressão às vezes de ler o roteiro de um filme. Você escreveu o livro com essa intenção? Você pensa em adaptações futuras quando escreve?

Não, simplesmente penso de um jeito cinematográfico de modo geral.

Nos seus livros, vários personagens sofrem de problemas mentais, como Ray Lennox no livro Crime, ou tem envolvimento com drogas, como é o caso de Renton e seus amigos em Trainspotting. Por que trabalha com esse tipo de personagem?

Se os personagens não possuem conflitos interiores, eles são chatos. É esse o motivo de eu não conseguir ler a maioria das obras desse gênero – os protagonistas são, em geral, mal feitos, unidimensionais. Isso tudo está relacionado a tramas intrigantes e complexas. Gosto do modo como Lennox tenta resolver seus próprios mistérios e, ao mesmo tempo, os de Tianna.

A pedofilia na internet é um problema em pauta atualmente. Em sua opinião, como isso pode ser controlado? Pensou em incluir alguma passagem relacionada à internet na história?

Não sei como isso pode ser controlado. Acho que as crianças deveriam ser orientadas sobre esse problema, sobre o que é aceitável e o que não é.

Algumas séries de TV, como “Lei e Ordem”, tratam de temas parecidos com os que você apresenta em Crime – a pedofilia, por exemplo. Usou algum desses seriados como referência?

Não, nunca vi um capítulo de “Lei e Ordem” na minha vida.

Você teve algum autor como referência ao escrever a obra?

Não, estudei relatórios médicos e participei de reuniões de grupos de sobreviventes de abuso sexual.

Você descreve Edimburgo (capital da Escócia) em alguns livros e, especificamente em Crime, criou um contraste entre a cultura escocesa de Ray e a cultura norte-americana. Você se considera um retratista de Edimburgo?

Acredito que sim, mas qualquer um que escreve sobre um lugar é um retratista apenas pelo simples ato de escrever.
http://revistacult.uol.com.br/home/2011/07/violencia-e-remissao/

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Catherine Millet - das aventuras sexuais ao ciúme doentio

Catherine Millet - das aventuras sexuais ao ciúme doentio
Qua, 01/07/2009 - 10h21 - Amor e Sexo
Foto/Editora Agir

Ousada, a romancista Catherine Millet chocou o mundo após a publicação de "La Vie sexuelle de Catherine M" (A Vida Sexual de Catherine M. Ediouro, 2001), autobiografia erótica que revela em detalhes suas aventuras sexuais - contos pornográficos com temas que vão desde a perda da virgindade até as orgias com 150 homens.

Depois de vender mais de um milhão de exemplares pelo planeta, com tradução em 45 idiomas, a obra chocou os leitores principalmente por causa da preferência de Catherine pelo sexo grupal, mais ainda pelo fato de a autora ser também a fundadora da respeitada revista francesa "Art Press".

Em meio a tudo isso, ela viveu o casamento com o escritor Jacques Henric, que não participava das experiências de sexo em grupo, e está com a escritora até hoje. Sem pudor algum, a escritora falava abertamente sobre os seus relacionamentos extraconjugais e expôs exatamente como eram as suas relações sexuais. Preferia não observar os rostos dos homens, tampouco saber os seus nomes.

Catherine dizia seu corpo era divido em dois. O físico servia apenas para se explorar o prazer, a prática do sexo em qualquer lugar, seja no cemitério ou até no escritório da revista em que trabalhava. E o amoroso era reservado apenas para o marido, com quem vive há cerca de 30 anos.

Entretanto, o mais surpreendente da sua própria vida não são apenas as experiências sexuais, mas sim a sua crise avassaladora de ciúmes que viveu quando descobriu a infidelidade do marido. Como qualquer mulher, a romancista descobriu o gosto amargo da traição e conta no seu mais recente relato autobiográfico "A outra vida de Catherine M" (Editora Agir) o que sentia quando o espionava: seja lendo suas cartas ou e-mails.

O título original é "Jour de Souffrance", uma expressão francesa com dois significados: “dia de sofrimento” e ainda “janela que se pode abrir para a propriedade do vizinho, deixando passar a luz, sob a condição de que seja guarnecida de uma vidraça fixa e opaca”. Mais fiel a sua vida impossível. O lançamento da tradução desta obra será durante 7ª edição da FLIP (Festa Literária Internacional de Paraty), realizada até o dia 11 de julho.

Como ela mesma revela em entrevistas, a sua filosofia libertária em relação ao corpo e ao sexo não a impediu de sentir o ciúmes, e por conta disso, afinal a sua vida sempre foi um livro aberto, ela se sentiu na obrigação de relatar também os sentimentos de uma mulher ciumenta.

"Existe uma expressão em francês: 'Eu ponho as cartas na mesa'. É a única forma de tentar tornar as coisas interessantes. Se você negá-las, elas te devoram".

Por Juliana Lopes
http://vilamulher.terra.com.br/catherine-millet-das-aventuras-sexuais-ao-ciume-doentio-3-1-31-242.html

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Livro com conto 'erótico' usado em escola de Jundiaí causa polêmica

19/08/2010 16h12 - Atualizado em 19/08/2010 19h07
Livro com conto 'erótico' usado em escola de Jundiaí causa polêmica
Alguns pais o consideram inapropriado para estudantes do ensino médio.
Texto de Ignácio de Loyola Brandão descreve atos sexuais com detalhes.
Do G1 SP, com informações da TV Tem

Um livro de contos utilizado em Jundiaí, no interior de São Paulo, por estudantes do ensino médio da rede estadual tem causado polêmica em razão de passagens consideradas eróticas. Alguns pais querem até que o livro "Cem Melhores Contos Brasileiros do Século", que contém textos de autores como Machado de Assis, Clarice Lispector e Mário de Andrade, seja recolhido das salas de aula.
O conto "Obscenidades Para Uma Dona de Casa", de Ignácio de Loyola Brandão, narra a história de uma mulher que recebe cartas de um desconhecido. As cartas descrevem detalhadamente momentos de atos sexuais. O problema, segundo os pais, são as palavras usadas para descrever esses atos.
Gilberto Aparecido da Rosa, pai de duas adolescentes gêmeas de 17 anos, recorreu ao Ministério Público. Para ele, o conto é inapropriado para os estudantes. "Eu acho que essa linguagem é muito chula para os padrões acadêmicos. Acho que os jovens não mereceriam receber uma linguagem dessa dentro das escolas", diz Rosa.
As adolescentes dizem ter ficado constrangidas com as situações criadas em sala de aula por conta desse conto. "Já tem o tipo de brincadeira que é normal de jovens. Eles começam a brincar com esse tipo de coisa. E ainda mais se a escola entrega um material desses, é a mesma coisa que dar liberdade para eles começarem a brincar", diz a garota Juliana da Rosa.
O professor e escritor Douglas Tufano afirma que o conto faz parte da literatura brasileira indicada para vestibulares e não vê problemas na leitura, mas acredita que, para evitar confusão, deve haver a intermediação dos professores. "É preciso que eles façam um trabalho preparatório, conversem, expliquem. Caso contrário, os alunos que ainda são imaturos em relação à literatura podem levar a leitura para outros campos", comenta Tufano.
Para o psicólogo Eduardo Menga, não há problemas nesse tipo de abordagem que trata da sexualidade. "Como o livro já está inserido na rede [de ensino], o melhor nessa situação é, por mais que possam existir resistências, encarar e olhar para isso da forma mais natural possível."
Em nota, a Secretaria Estadual de Educação informa que o livro foi considerado por educadores e críticos adequado para alunos da rede privada e, por isso, também pode ser usado por alunos da rede pública. Ainda segundo a nota, o livro foi analisado e aprovado por uma comissão de professores de diversas universidades. O Ministério Público deve analisar o pedido em cinco dias.
http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2010/08/livro-com-conto-erotico-usado-em-escola-de-jundiai-causa-polemica.html

terça-feira, 5 de julho de 2011

Conotação Sexual

Conotação Sexual

02/07/2011 - 00:23:00 - Da Redação Esta notícia foi lida 4.327 vezes

O tema sexualidade tem invadido, e de forma ousada, cada vez mais as letras musicais, telenovelas, filmes e programas televisivos em geral. Por não ser uma questão muito bem resolvida na cabeça das pessoas, gera-se a grande polêmica – os prós e os contras.

Quem falava disso com grande convicção e muita autoridade era a parenta Copélia, do seriado Tomaladaca, a qual proibira o neto de chamá-la de avó, pois não gostava do título. O seu discurso nada esférico e obsceno provocava risos na platéia e nos telespectadores. Comédia e sonegação caminhavam juntas, porém, com indícios libidinosos, mas não vulgares, e, o popular jargão: “Prefiro não comentar”. Logo, esse clichê se tornou uma conotação da alegoria de sua personagem, dentro daquele contexto, de caráter mais público.

Mas, e quanto à literatura protocolada, que se trata de textos mais bem elaborados. O mesmo ocorre. Em uma escala do mais fácil para o mais significativo possível, considera-se a obra de Miguel Falabela como de mais fácil acesso à população e as próximas duas como expressiva e super expressiva. Uma é a letra musical de Roberto Carlos “Cavalgada”. “Vou cavalgar por toda noite / por uma estrada colorida / Usar meus beijos como açoite / e a minha mão mais atrevida [...] Vou me agarrar aos seus cabelos / para não cair do seu galope”... Ele esta descrevendo o ato sexual, de uma maneira mais velada, porém, um tanto apelativa.

A outra é o texto musical “As aparências enganam” de Tunai e Sergio Natureza com interpretação de Elis Regina. A linguagem é super expressiva, e só com algum conhecimento e análise que se consegue chegar à conclusão de tal. A construção se dá por meio de antíteses – “amor/ódio”, metáforas – “os corações cortam lenha” e anáforas – “não há mais”, a qual se repete em mais dois versos.

Todos esses recursos estilísticos dão mais força e colorido ao texto, criando uma atmosfera densa e dramática, à cena do enlace. “Se a combustão os persegue / as labaredas e as brasas são...” Labaredas e brasas cuja denotação é o fogo tomando conta de tudo e ele adormecido, controlado aqui ganha alento e simboliza o durante e o depois da celebração dos amantes. Contemplar esse tipo de leitura não quer dizer que somos pervertidos ou que somente pensamos em sexo, mas mostra a nossa capacidade de compreensão, deleite e lazer diante de uma lapidação a qual muitos de nós, meros mortais, não somos capazes. A criação da arte literária.

http://www.regiaonoroeste.com/portal/materias.php?id=31288