Conotação Sexual
02/07/2011 - 00:23:00 - Da Redação Esta notícia foi lida 4.327 vezes
O tema sexualidade tem invadido, e de forma ousada, cada vez mais as letras musicais, telenovelas, filmes e programas televisivos em geral. Por não ser uma questão muito bem resolvida na cabeça das pessoas, gera-se a grande polêmica – os prós e os contras.
Quem falava disso com grande convicção e muita autoridade era a parenta Copélia, do seriado Tomaladaca, a qual proibira o neto de chamá-la de avó, pois não gostava do título. O seu discurso nada esférico e obsceno provocava risos na platéia e nos telespectadores. Comédia e sonegação caminhavam juntas, porém, com indícios libidinosos, mas não vulgares, e, o popular jargão: “Prefiro não comentar”. Logo, esse clichê se tornou uma conotação da alegoria de sua personagem, dentro daquele contexto, de caráter mais público.
Mas, e quanto à literatura protocolada, que se trata de textos mais bem elaborados. O mesmo ocorre. Em uma escala do mais fácil para o mais significativo possível, considera-se a obra de Miguel Falabela como de mais fácil acesso à população e as próximas duas como expressiva e super expressiva. Uma é a letra musical de Roberto Carlos “Cavalgada”. “Vou cavalgar por toda noite / por uma estrada colorida / Usar meus beijos como açoite / e a minha mão mais atrevida [...] Vou me agarrar aos seus cabelos / para não cair do seu galope”... Ele esta descrevendo o ato sexual, de uma maneira mais velada, porém, um tanto apelativa.
A outra é o texto musical “As aparências enganam” de Tunai e Sergio Natureza com interpretação de Elis Regina. A linguagem é super expressiva, e só com algum conhecimento e análise que se consegue chegar à conclusão de tal. A construção se dá por meio de antíteses – “amor/ódio”, metáforas – “os corações cortam lenha” e anáforas – “não há mais”, a qual se repete em mais dois versos.
Todos esses recursos estilísticos dão mais força e colorido ao texto, criando uma atmosfera densa e dramática, à cena do enlace. “Se a combustão os persegue / as labaredas e as brasas são...” Labaredas e brasas cuja denotação é o fogo tomando conta de tudo e ele adormecido, controlado aqui ganha alento e simboliza o durante e o depois da celebração dos amantes. Contemplar esse tipo de leitura não quer dizer que somos pervertidos ou que somente pensamos em sexo, mas mostra a nossa capacidade de compreensão, deleite e lazer diante de uma lapidação a qual muitos de nós, meros mortais, não somos capazes. A criação da arte literária.
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