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sábado, 30 de junho de 2012

Existe vida sexual pós-gravidez?


COTIDIANO / AMOR & SEXO

27.06.2012 | 04h00 - Atualizado em 26.06.2012 | 21h45

Segundo as mães suecas, sim: 38% dizem ter relações semanalmente

DO IG
O bebê chora, o bebê quer mamar, o bebê precisa de alguém para trocar a fralda. Ser mãe não é fácil. Mas não significa que o resto da vida está perdido, nem mesmo a vida sexual. Em uma pesquisa realizada pela revista especializada “mama”, publicação da Suécia, 38% das mães do país afirmaram manter relações sexuais uma ou duas vezes por semana. Os dados repercutiram na imprensa dos Estados Unidos, fazendo muitas mães se perguntarem como as suecas estão conseguindo.
É possível que elas levem uma vida menos atribulada, mas se elas têm você também pode ter. Se estiver interessada, claro.

A pesquisa da “mama” mostrou ainda que 36% das mulheres voltaram a ter relações sexuais um ou dois meses após o parto, enquanto 26% delas retomaram a vida sexual três ou quatro meses depois. Essas variações dependem de como é relação do casal e o cotidiano de cada um. Mas de maneira geral, de acordo com o ginecologista e sexólogo Amaury Mendes Júnior, professor e médico do Ambulatório de Sexologia da UFRJ, é realmente difícil retomar a frequência sexual antes de seis meses de pós-parto.

Quem mexeu no meu desejo?
Há várias razões para a diminuição da libido, de ter ou não ajuda para cuidar do filho a um marido mais ou menos atencioso. Além disso, a prolactina (hormônio liberado pela mulher para estimular a produção de leite) inibe o desejo sexual e, por mais que ela ame e queira o marido, o tesão tende a diminuir. “Dificilmente você verá uma mulher nessa fase da vida cheia de vontade de transar”, afirma a obstetra e terapeuta sexual Junia Dias de Lima, também membro da Febrasgo (Federação Brasileira de Associações de Ginecologia e Obstetrícia). Mas não quer dizer que não possa acontecer.

Por causa do resguardo pós-parto, um casal usualmente pode voltar a fazer sexo por volta de 30 a 40 dias após a chegada do bebê. E, depois disso, o foco já não é mais o casal, mas o bebê. Por isso, de acordo com a ginecologista e sexóloga Elsa Gay, da Sogesp (Associação de Obstetrícia e Ginecologia de São Paulo), é natural que a mulher dê mais ênfase ao novo papel, o maternal, enquanto o erótico fica um pouco apagado. O casal, portanto, deve conversar sobre estes fatores sempre que se sentir fora de sintonia.

Machismo em xeque
A realidade sueca é bem diferente da brasileira e o debate sobre a igualdade entre os sexos é bem adiantado por lá. A vida sexual dos brasileiros também pode sair perdendo com o machismo nessas horas.

Na Suécia, a emancipação feminina já ocorre há mais tempo e as mulheres, segundo Amaury, são mais independentes em relação aos próprios desejos. Aqui, por outro lado, a chegada do bebê ainda mexe com muitos valores sociais – a mulher pode questionar a garantia desse bebê, por exemplo –, o que pode também dificultar o retorno da vida sexual.Sexo em uma cama, bebê em outra
A obstetra e sexóloga clínica Franciele Minotto levanta outro ponto capaz de dificultar a vida sexual pós-filhos: a falta de privacidade do casal, que está com o bebê 24 horas por dia.
Na Suécia, isso não é um problema: três a cada 10 mães, segundo a pesquisa realizada pela “mama”, disseram ter relações sexuais mesmo com o bebê ali, na mesma cama. Segundo Amaury, isso também acontece com frequência nas casas brasileiras. “Mas é uma atitude absolutamente irresponsável e inadequada”, diz o médico.

A atitude não é boa nem para o bebê, nem para os pais. “Se os filhos continuam a dormir sempre no quarto do casal, as situações sexuais começam a se tornar cada vez mais rápidas, silenciosas e monótonas, o que leva a insatisfação e perda da intimidade”, acrescenta Franciele

segunda-feira, 5 de março de 2012

Sexo na gravidez: como lidar com as alterações da libido?



05/03/2012 -- 15h03

Por conter aspectos inconscientes, a alteração do desejo sexual nem sempre é compreendida pelo parceiro
A sexualidade ativa não precisa ser interrompida em nenhum momento da gravidez e do puerpério (período de 40 dias, no qual a mulher se reestabelece do parto), visto que não é apenas com a penetração que se atinge o orgasmo. Há várias maneiras de se obter prazer e cada parceiro pode usar de criatividade e jogos de sedução para que se mantenha viva esta chama tão importante na vida conjugal e tão benéfica nesta fase. 

Por conter aspectos inconscientes, a alteração do desejo sexual de um parceiro nem sempre é compreendida pelo outro e, muitas vezes, é captada como uma dificuldade de ordem pessoal, tornando a relação mais vulnerável e o vínculo conjugal ameaçado. Outras disfunções sexuais poderão vir à tona neste período. Poderíamos destacar: a dificuldade em atingir o orgasmo por parte da mulher, alterações no tempo da ejaculação e na qualidade da ereção para o homem. 

Assim, o significado de tais alterações é percebido pelo homem e pela mulher de maneiras diferentes. Para o homem, pode ser a confirmação de sua exclusão na relação mãe-bebê e pode causar-lhe profunda mágoa e grande irritação. Consequentemente, isso provocará um maior afastamento de sua parceira, num momento em que ela está mais necessitada de sua presença física e emocional. 

Para a mulher, pode ser a confirmação de que não é mais atraente, fazendo-a sentir-se menos sedutora, muitas vezes reclamando que o parceiro está desinteressado pela gravidez e pelo bebê. 

É, portanto, de suma importância, o diálogo entre os dois, sem mágoas e ressentimentos, assim que as dificuldades conjugais comecem a surgir, para que não se acentuem. 

Mais uma vez há de se falar da importância do acompanhamento de um profissional especializado, no sentido de ajudar a tornar conscientes os aspectos dos sentimentos mais íntimos do casal. Restabelecendo a segurança e fortalecendo o vínculo do relacionamento amoroso, para que possam acolher o bebê em um ambiente de harmonia. 

Ângela Carvalho, médica ginecologista e sexóloga (Curitiba)

sábado, 21 de janeiro de 2012

Sexo e prazer na gestação. Por que não?


MUITO PRAZER

Publicado em 20.09.2011, às 08h42

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Foto: Arquivo
Por Silvana Melo
Uma enxurrada  de hormônios percorre todo seu corpo. Os  seios tornam-se mais inchados, mais doloridos, ao mesmo tempo em que surge uma vontade de chorar por qualquer motivo. Parabéns , você está grávida! É... com a gravidez muita coisa se faz nova e a vida sexual faz parte dessa novidade. Tal momento poderá originar um aprofundamento da experiência sexual do casal, aumentando a cumplicidade ou gerar dificuldades. 

É lógico que o excesso de sono, os enjoos, o cansaço, as alterações de humor, além dos mitos e tabus podem influenciar na frequência sexual do casal grávido. No entanto não devem impedir tal prática nem tampouco, o prazer. Estudos constatam que, quanto maior for a frequência sexual prazerosa durante a gestação, maiores serão as chances de nascer um bebê saudável.  No ato sexual, há um aumento do fluxo sanguíneo na região pélvica feminina e isso promove o aumento de oxigênio para o feto. Além do mais, no momento do orgasmo, ocorre a liberação de endorfina, que promove uma sensação de bem estar tanto para o bebê  quanto para a mãe. Mesmo com esses benefícios, o fato é que, na prática, é extremamente comum se verificar graus variados  de diminuição do desejo, podendo chegar ao desinteresse total, tanto por parte da mulher quanto do homem. 

Mas por que será que algumas mulheres quando estão grávidas se acham lindas, maravilhosas e até sentem mais desejo sexual, enquanto outras percebem seu corpo deformado, se enxergam feias e têm o desejo diminuído? Nesse caso, é importante considerar a visão que cada mulher tem de si mesma, da sexualidade feminina e da fertilidade. Infelizmente, a ideia de que a mulher  grávida é pura e assexuada povoa  o inconsciente de muitos. A imagem da “mulher ideal”, aquela “feita para casar e ser mãe” assumiu os atributos da “Mãe Divina”: beleza, bondade e... castidade.  Mas será que sempre foi assim? Não!!! 

Convido você agora, a fazer uma grande viagem no tempo. Nos primórdios da humanidade, vivíamos num sistema matriarcal onde o sexo era sagrado e toda mulher era considerada uma “deusa” . Naquela época, o símbolo do poder feminino era o ventre fértil e enorme! Assim, a autoestima feminina era elevada e a mulher tinha plena consciência de sua beleza. No entanto chegou um tempo em que o homem descobriu sua participação na concepção e interpretou ser dele todo o poder da criação. A partir daí, se instalou o patriarcado. O símbolo do poder passou a ser o pênis e não mais o ventre. O sexo passou a ser pecado e a imagem feminina, associada ao mal.  Mas como cumprir o  “Crescei e multiplicai-vos”  sem o sexo? Assim, ao longo da história,  a relação sexual passou a ser permitida apenas dentro  do casamento e exclusivamente para a reprodução.  Lembro  de minha avó contando a vergonha  que uma mulher mais velha vivenciava quando engravidava e seu ventre crescia.  Ali estava a “prova viva”  do grande pecado: o sexo continuava sendo praticado e isso era um horror!!! Afinal, já tinha quase idade de ter netos! E quando uma moça engravidava fora do casamento???!!! Cruzes!!! Lançavam mão de cintas apertadas para esconder a barriguinha que insistia em se tornar um barrigão!
                                                                                                              
O fato é que, à medida em que o princípio masculino se  tornou mais dominante, a apreciação da natureza sagrada feminina se instalou nos recônditos do inconsciente e está até hoje  guardada a sete chaves na mente de muitas mulheres. E é exatamente essa natureza que precisa ser recuperada, pois ela é vital para o resgate da autoestima e da sexualidade feminina; que é sinônimo de vida, amor, paixão, fertilidade, alegria, beleza e de energia criativa.

Durante o período da gravidez, o sexo favorece o desenvolvimento do erotismo na mulher. Por isso, é importante o casal reservar um tempo para namorar e fazer programas a sós. Podem abusar da criatividade. Sexo não se restringe à penetração. Inclui toque, beijo, masturbação, um  banho relaxante e muito mais... Jogos eróticos, novas posições e novas fontes de prazer! Essas experiências amorosas e sensuais marcarão o início de uma vida sexual mais prazerosa para o casal.  

E agora, diante de todo esse conhecimento, você, gestante, pode ir sentindo que está vivendo um momento mágico: a gestação – símbolo da fertilidade e do poder feminino.  Ao valorizar a natureza prazerosa, autoconfiante e sensual da mulher, você pode ir entrando em contato mais facilmente com esse poder valioso dentro de si. Restaurando e trazendo para sua consciência a força criativa e amorosa da natureza feminina. Assim, você vai resgatando ou estabelecendo sua autoestima: se sentindo linda, maravilhosa, poderosa e merecedora de prazer em todas as esferas de sua vida, inclusive na sexual (mesmo estando grávida!).   

Pensem  nisto!  E... Muito prazer pra vocês!!!

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Utero en retroversion que pasa con el placer y la posibilidad de embarazo

11 de octubre de 2011 
            Últimamente nos han llegado unas cuantas pacientes a consulta aquejadas por distintas causas (la mayoría con dispareunia y/o vaginismo) y a las que además se les sumaba esta problemática, tenían el útero en retroversión.
            Se dice que el 20% de la población femenina padecen esta situación, si bien hay   diferentes grados de inclinación, que marcarán el grado de importancia del problema. Cuanta más inclinación presente el útero mayores problemas para la mujer: dolor coital en posturas donde la penetración es profunda y se toca el cuello del útero, reglas dolorosas y en algunos casos problemas urinarios e incluso en la defecación. Nuestra recomendación para estas mujeres, en relación al placer, es que practiquen posturas donde la penetración no sea tan profunda y que sean ellas las que marquen el ritmo en pleno coito, y fuera del coito, a disfrutar sin barreras ni cuidados.
            Y por otro lado, muchas de estas chicas, como os hemos dicho acuden por vaginismo, y en un porcentaje amplio quieren resolver el vaginismo porque quieren quedarse embarazadas, y por si no fuera poco luchar contra la imposibilidad de coito, han de ver si una vez resuelto esto, se pueden quedar embarazadas. Generalmente al útero en retroversión se le suma un diámetro más pequeño de lo habitual en cuanto al cuello del útero, con lo que el paso de los espermatozoides se ve dificultado. Pero dificultad no es sinónimo de imposibilidad, así pues, si este es vuestro deseo adelante, a practicar, que además es divertido. Podríamos incluso decir que esto no se considera una causa ni de esterilidad ni de infertilidad. Y aunque es cierto que el número de abortos es algo superior en  mujeres con este tipo de útero tampoco es que lo sea de forma  alarmante, con lo cual…

domingo, 4 de setembro de 2011

Parir e gozar

Numa reportagem sem vergonha, a relação entre maternidade e sexualidade
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14.05.2009 | Texto por Fernanda Danelon Fotos Roberta Dabdab Ilustração Milena Galli e Rafaela Ranzani
Prepare-se para quebrar o paradigma de que parir é sofrer. Pela primeira vez numa revista feminina brasileira, a relação entre maternidade e sexualidade – sem tabus
Kalu Brum tem 29 anos e é mãe de Miguel, nascido há dois de forma natural. Ninguém melhor do que ela para descrever o parto: “Lembro da sensação quente, do escorregar daquele pequeno corpo pelas minhas entranhas. Eu estava ali, nua, fêmea, selvagem, desfrutando do prazer mais intenso que já vivi. Um longo orgasmo selou sua passagem para esta vida, quebrando com o paradigma de que nascer é sofrer”.
Gozar no parto, como assim? Qualquer menina com mais de 15 anos sabe a resposta sobre “a pior dor que existe”: “A do parto, claro!”. Mas, para as mulheres que passaram por uma experiência de parto natural, há uma opinião unânime: é possível sentir as contrações com prazer. Isso porque a mulher, assim como cada fêmea do reino animal, possui um sistema reprodutivo perfeitamente organizado para a manutenção da espécie, garantindo que gestar e parir sejam experiências seguras – e até prazerosas. Num parto normal, livre de intervenções médicas, o organismo se encarrega de produzir os próprios analgésicos. Tudo bem, isso você já sabe, já viu no Discovery Home and Health, já leu no blog de uma amiga natureba. Provavelmente, porém, você desconhece mulheres que relatam verdadeiros orgasmos durante o parto. “É lógico que a mulher pode ter uma experiência prazerosa e estimulante ao parir. Nem todo parto resulta num orgasmo, mas se tudo ocorrer de forma equilibrada, e a mulher não fizer uso de analgesia, é perfeitamente possível que ela tenha um momento de grande prazer, principalmente na hora da expulsão do bebê”, afirma Carlos Czeresnia, ginecologista obstetra que acompanha partos há 35 anos e que, entre outras coisas, foi chefe do setor de ginecologia do Pronto Socorro do Hospital das Clínicas/FMUSP e é especialista em reprodução humana. “Os movimentos de distensão e contração do períneo no momento em que o bebê vai sair são muito semelhantes à sensação do orgasmo. E o cérebro interpreta esses estímulos neurais com respostas de prazer. O parto e o orgasmo percorrem o mesmo caminho neurológico”, completa.

Jato de prazer
O assunto, tratado como tabu por muito tempo, tem vindo à tona em conversas de recém-mães. E também por causa de um documentário que rodou os festivais de cinema do mundo, o Orgasmic Birth (veja box). “O parto é um ato fisiológico e não cirúrgico. Durante o trabalho de parto, o principal hormônio produzido, responsável pelas contrações do útero, é a ocitocina, liberada em situa­ções de prazer. Esse hormônio é produzido em jato, por exemplo, durante o orgasmo feminino e também na amamentação”, esclarece. Adaílton Salvatore, ginecologista obstetra, especialista em homeopatia e acupuntura. Com mais de 1.600 partos no currículo – 65% deles normais – e passagens por maternidades na França, na Alemanha e na Inglaterra, o médico explica que, durante o trabalho de parto, muitas glândulas funcionam ao mesmo tempo e são muitos os hormônios atuantes. Entre eles, estão os opioides endógenos, cuja molécula, semelhante à do ópio, provoca um estado de euforia, alegria, leveza. “Nesse contexto, o parto pode ser visto como um rito de passagem.”

Respira e goza

Para sentir prazer no parto, a mulher não pode ter medo. A sensação de perigo alerta o cérebro, que acaba por produzir mais adrenalina – inibidora da ocitocina –, deixando corpo e mente sob estresse. Mas medidas simples podem ser tomadas para que tudo aconteça de forma equilibrada, permitindo que o sistema límbico, parte mais primitiva do cérebro, produza as substâncias necessárias a essa orquestração hormonal. “Um parto próximo do ideal é aquele em que a mulher pode esquecer a razão, se desligar do funcionamento racional do cérebro, representado pelo neocórtex”, explica a psicanalista Vera Iaconelli, do Instituto Sedes Sapientiae. “A mulher tem direito a relaxar, a não ser interrompida, a ficar em contato com o seu corpo. O trabalho de parto implica um funcionamento muito primitivo, que ocorre em situações excepcionais, como durante o sexo”, compara.
Geralmente expostas a ambientes com luz forte, barulhos, gente entrando e saindo, as parturientes não conseguem relaxar: “Não dá para ter prazer no parto com medo, assim como não dá para ter prazer no sexo se estiver amedrontada. Para ter prazer sexual você precisa de intimidade. Só assim é possível desligar o neocórtex. Sob pressão, ninguém tem prazer”, ressalta Ana Cristina Duarte, doula (profissional que garante o bem-estar da mulher durante o parto) e parteira formada no ano passado na primeira turma do curso superior de obstetrícia da USP, rea­berto em 2005 após 33 anos de extinção.
Sheila Ribeiro, quando pariu sua segunda filha, estava no lugar mais íntimo do mundo, sua casa. Ela já tinha sentido um orgasmo durante a expulsão da primogênita, Thalita. Mas a dilatação ocorreu de maneira tão rápida e indolor no segundo parto que Naiara nasceu de repente, desassistida por médicos e enfermeiras. “De cócoras, tive o maior orgasmo da minha vida, com aquela sensação que partiu da vagina e percorreu meu corpo inteiro, da ponta do dedão ao último fio de cabelo”, confessa. A advogada, hoje com 49 anos, atribui a “maravilhosa experiência” ao seu estilo de vida saudável, à prática de exercícios, ao tratamento homeopático. Sua teoria encontra respaldo na maneira como pensa – e trata as pacientes – o doutor Adaílton. Para ele, o primitivo está completamente esquecido hoje, afinal, vivemos na era da razão. “Pensamos: ‘Para que caminhar, se posso ficar em casa e produzir algo?’. A atividade física perdeu para a intelectual. Nesse clima competitivo, a mulher vive sob adrenalina, fabricando mais testosterona”, afirma o médico, que argumenta que o sistema imunológico de muitas mulheres está desvitalizado. Atribui isso ao estilo de vida da maioria da população, que come alimentos refinados, pobres em oligoelementos (microminerais fundamentais para a formação de enzimas vitais). “Tudo isso altera nossa fisiologia. O trabalho de parto é uma maratona, o organismo precisa estar bem. Ouça os gritos de uma mulher durante o parto: são guturais. Urros instintivos que emergem da parte mais primitiva de seu cérebro.”
Armadilha
Debra Pascali-Bonaro, doula há 26 anos, mãe de três filhos de parto natural, conhece essa história: “O parto possibilita uma nova perspectiva de si mesma. As mulheres que têm um parto prazeroso sentem-se confiantes, conscientes de seus poderes. Temos que questionar o sistema que medicalizou o parto, pois muitas mulheres perdem a oportunidade, profundamente transformadora, que pode ser dar à luz”, diz a americana, autora do documentário Orgasmic Birth.
Assim como Debra, as 15 mulheres ouvidas para esta reportagem concordam que, muitas vezes, os esquemas dos médicos acabam impedindo que a mulher experimente esse prazer. Ao mesmo tempo, elas constatam que isso também pode virar uma armadilha. Além de “ter que” ser linda, superprofissional, boa mãe, ter parto normal, só faltava a mulher “ter que” sentir prazer ao parir: “A ideia é resgatar a naturalidade do parto e, assim, também a sexualidade inerente a ele. Mas idealizá-lo pode gerar frustração”, destaca Vera, seguida por Ana Cris, a doula: “É perigoso colocar o orgasmo como um objetivo”. Entenda-se: para permitir que o menor diâmetro da cabeça se molde para atravessar a pelve materna, o bebê costuma se virar em algum momento. “Ao passar pelo canal de parto (vagina), ele apoia a parte de trás da cabeça, o cocuruto, bem onde está o clitóris, para fazer um movimento rotativo e poder sair. Esse apoio se dá em uma região repleta de receptores de prazer. Além disso, a cabeça do bebê funciona como um rolo compressor, relaxando e tonificando os músculos da pelve”, explica o doutor Adaílton.
Professora da técnica corporal Alexander, Ana Thomaz, 42 anos, gargalhava durante as contrações: “Eu não acreditava que estava tendo um parto orgásmico! Já tinha ouvido falar nisso, mas não nutri nenhuma expectativa nesse sentido”, conta. Talvez tenha sido justamente essa falta de expectativa que a tenha levado a um parto prazeroso. “A gestante precisa buscar informações além dos consultórios. Muitos médicos desestimulam o desejo de um parto normal, então é melhor encontrar um profissional que abra o maior leque de possibilidades”, aconselha a psicanalista Vera.
Tão imprevisível quanto o prazer ao amamentar, capítulo seguinte ao parto, quando muitas mulheres se assustam ou se envergonham da sensação prazerosa que têm ao dar de mamar. “Por que a natureza colocou receptores de prazer no mamilo? A mama é para o filhote e a mulher deve, sim, sentir prazer. Todos esses hormônios que ela produz, a endorfina, a ocitocina, vão para o leite do bebê”, afirma Ana Cris, antes de concluir: “Mas a amamentação é politicamente correta, cena plácida, que recebe campanhas de incentivo. Mas prazer no parto? Como assim, é louca?”.

SEGREDO BEM GUARDADO

Após trabalhar por mais de duas décadas assistindo partos, a doula e educadora perinatal Debra Pascali-Bonaro percebeu que a mídia norte-americana tratava o nascimento como uma questão de emergência médica. “Por que ninguém falava sobre a natureza sensual do parto, do êxtase que ele pode proporcionar?” Começou, então, a falar do assunto para pequenos grupos de gestantes. Mas não estava satisfeita, queria contar para um grande número de pessoas. E foi dormindo que Debra teve o insight. “Tive um sonho com o filme e, quando acordei, tinha encontrado a fórmula!” Ao registrar o aspecto sexual do nascimento através da história de 11 casais que optaram pelo parto normal, o filme, intitulado Orgasmic Birth, causou comoção no circuito mundial de festivais quando foi lançado, em 2007. Foi exibido, inclusive, durante o Festival do Rio 2008. “Já rodou em 31 países. Não tinha ideia de que este seria um assunto de tanto interesse no mundo todo”, diz Debra. “Acho fundamental que os casais grávidos ouçam histórias de quem teve um parto prazeroso. Ao assistir ao filme, uma nova perspectiva se abre a quem espera uma criança. Brinco que o documentário revela um segredo bem guardado. Afinal, se a mulher não conhece suas opções, então ela não tem nenhuma.” Vai lá: www.orgasmicbirth.com

“SENTIA QUE TINHA VIRADO BICHO”
POR DANIELA BUONO*

“Passei dias trabalhando na edição de um vídeo que quase me enlouqueceu. No dia da entrega, fui ao banheiro e, de repente, chuáááá: ‘Caraca, a bolsa estourou!’. Fiquei aflita e chamei o editor. ‘Fala sério, Dani! Não tenho a menor ideia do que fazer numa hora dessas.’ Nem eu tinha. Fiquei lá mais um pouco, sentada, retomando as lições aprendidas nos últimos meses. Estava com 36 semanas e três dias, o que significava que minha bebê ainda estava prematura. O que seria do meu sonho de ter um parto natural? ‘80% a 90% de chance de ser um parto normal’, disse o médico. ‘Mas precisamos que você entre em TP (trabalho de parto) nas próximas 24horas’, completou. Flávio me pegou e fomos para a maternidade. Tomei um banho e me sentia tão feliz... Parecia que estava me preparando para casar. Tinha certeza de que daria tudo certo!
A doula me aconselhou a relaxar porque a adrenalina podia atrapalhar a ação da ocitocina, o hormônio que eu precisava produzir para começar o TP. As contrações já estavam fortes, mas suportáveis. Senti um imenso prazer por perceber que a hora estava chegando. Sentia dor, mas também prazer e muita emoção. A cada contração, uma força maior me atravessava. E essa força ia, pouco a pouco, me conectando a todas as minhas ancestrais, como se elas estivessem me contando um segredo. Procurava toda hora os olhos do Flávio, como se precisasse passar um pouco daquela energia pra ele.
Aí a dor aumentou muito e eu já não achava posição. Os gemidos aumentaram, eu estava começando a temer aquela dor. Parecia mais forte do que eu. Fui para o chuveiro e algo sobrenatural aconteceu: sentia que tinha virado bicho. Não havia mais razão, eu era puro instinto! Estava concentradíssima em me deixar abrir para o neném passar. Finalmente, dilatação total. Numa determinada contração, senti o tal anel de fogo, a bebê passando pela vagina. Fiz o dobro de força. Dei um grito e senti um enorme alívio: passou cabeça e corpo de uma vez. ‘Nasceu, Dâ! Nasceu a Maria Clara, meu amor!’, disse o Flávio, superemocionado. Na hora em que ela saiu, ele começou a gemer de êxtase...”

* Daniela Buono
, 35 anos, é jornalista, roteirista e diretora de vídeo.
Além de Maria Clara, de 4 anos, é mãe de Bebel, de 1.

sábado, 3 de setembro de 2011

Posição sexual tradicional pode facilitar a gravidez


  • 01.09.11 | 23h00
  • Embora sem prova científica, médicos sugerem o papai e mamãe para casais em busca da gestação




  • A melhor posição seria aquela que permite aos espermatozóides atingir o útero com mais facilidade

    IG

    Se você já se sente preparada para ser mãe mas o teste ainda não deu positivo, deve se lembrar que um casal fértil pode levar até um ano para engravidar. No entanto, se você está disposta a contar com toda e qualquer ajuda, pode experimentar mudar a posição na hora do sexoDe acordo com o ginecologista Eduardo Motta, especialista em reprodução humana da Unifesp, não há provas científicas da existência de uma posição mais eficiente para engravidar. Mas, por experiência, muitos médicos recomendam o tradicional papai e mamãe. "A posição ideal seria aquela em que o espermatozóide fica mais represado no fundo da vagina, e o famoso papai e mamãe proporciona isso", diz Eduardo.
    O ginecologista e obstetra Malcolm Montgomery, autor de "Mulher: um Projeto sem Data de Validade" (Integrare Editora) e outros livros relacionados ao tema, concorda. Segundo ele, a posição papai e mamãe favorece, anatomicamente, a fisiologia da fecundação. "Para a mulher engravidar, o espermatozóide precisa percorrer um caminho que, ao homem, corresponde à aproximadamente 10 quilômetros de nado". Se as águas estiverem turbulentas, fica mais difícil alcançar o objetivo final, o útero. O período fértil da mulher significa águas calmas. "Fora desse período, fica ainda mais difícil do espermatozóide chegar".
    Ajuda da gravidade
    Segundo Malcolm, se a gravidade colaborar é melhor ainda. "Se a mulher está deitada de costas pra baixo, a vagina serve como um tobogã para o espermatozóide alcançar o colo do útero", diz ele. "Quando a mulher fica de pé, por exemplo, está em uma posição em que o útero fica para cima e a barriga para baixo, tornando mais fácil para o sêmen descer", completa.
    Segundo o ginecologista e obstetra Flávio Garcia de Oliveira, especialista em reprodução humana da Clínica FGO, em São Paulo, a posição realmente colabora para o útero "sugar" o sêmen depositado na vagina. Mas, segundo ele, a posição papai e mamãe pode não beneficiar as mulheres com útero fora da posição habitual. "Para mulheres com útero retroverso, a melhor posição é deitada de bruços", diz. A relação sexual não precisa ser necessariamente nesta posição: o que vale é ficar deitada de bruços por algum tempo depois.
    De acordo com Eduardo Motta, o hábito comum de se levantar e ir ao chuveiro logo depois do sexo também pode dificultar a concepção "Se ficar deitada por aproximadamente 40 minutos depois do sexo, a mulher facilita a migração do espermatozóide para dentro do útero", diz. O ginecologista Flávio Garcia de Oliveira concorda. Como o sêmen demora por volta de 30 minutos para se liquefazer, o ideal é permanecer um tempo deitada.
    Outros fatores
    Segundo o ginecologista e obstetra Gustavo Kröger, especialista em reprodução humana da Clínica Genics de Medicina Reprodutiva e Genômica, em São Paulo, não há realmente uma posição ideal para a mulher engravidar com maior facilidade. "Há orientações gerais a serem seguidas para a saúde melhorar e a gestação possa acontecer mais facilmente, mas nenhuma posição aumenta a possibilidade da gravidez", diz. "O ideal é que o sexo seja confortável para a mulher", completa. E saber do que pode dificultar a chegada da gravidez, como fumar e ter o peso muito acima ou muito abaixo do indicado.
    Ainda, de acordo com o obstetra Mario Burlacchini, do Hospital das Clínicas de São Paulo, não é necessário levar em consideração a posição sexual. "Se a mulher for fértil, de qualquer maneira ela irá engravidar", diz. Mas a frequência influencia. "Se o casal tiver relações sexuais apenas uma vez por mês, fica mais difícil. Se estiver em busca da gravidez, é melhor ter de duas a três vezes por semana", afirma. Segundo o especialista, problemas de fertilidade possíveis de vir à tona não serão superados pela posição sexual. "O que vai ajudar mesmo é estar tranquila no momento", comenta.
    Para ele, o casal que deita na cama querendo ter um filho acaba direcionando a relação sexual para a futura gravidez, mas isto não pode se tornar uma obrigação. "Senão o sistema límbico, responsável pelas emoções, é capaz de bloquear a gravidez", diz. Mario aconselha ficar mais ligada às questões básicas de saúde e fertilidade do que atenta somente à posição sexual. E relaxar. Mas tentar com o papai e mamãe de vez em quando mal não faz.

Sexo na gravidez traz benefícios


Sexo é sempre um assunto colocado como tabu pela sociedade. Quando associado à gravidez, momento em que a mulher está em um momento de plenitude e fragilidade, o tema ganha outras vertentes e é reprimido por questões sociais e psicológicas. Segundo especialistas, sexo na gravidez só traz benefícios para a mulher e o casal.
“Além de preservar a auto estima da mulher também estimula o relacionamento do casal”, explica Renata Weltman, médica assistente do ambulatório de ginecologia e obstetrícia do hospital Santa Helena.Segundo a médica, o sexo na gravidez depende fundamentalmente de como o casal se relaciona. “Tudo depende de como o casal encara a sexualidade e a situação”, conta.
As alterações físicas da mulher durante a gestação também refletem quando a libido – desejo da mulher em praticar sexo. Segundo Renata é normal que seja decrescente a libido da mulher. “O normal é que o desejo da mulher em praticar sexo diminua pelas mudanças físicas, por ela se sentir feia, porém há casos em que ele aumenta”, explica a médica.
Conta indicação
Apesar de trazer benefícios o sexo nem sempre pode ser praticado durante a gestação por motivos médicos. Quando a paciente apresenta sangramentos, placenta com inserção baixa ou bolsa rota – rompimento prematuro da bolsa, que pode causar o nascimento antecipado e até mesmo levar a morte do bebê. (Colaborou Larissa Marçal)

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Sexualidade na gravidez

Sexo na gravidez
Sexualidade na gravidez

Este é, talvez, o tema mais delicado e difícil de ser abordado pelo casal grávido, não obstante as dúvidas e ansiedades que suscita.

Homens e mulheres ainda sentem muito constrangimento em falar sobre sua própria sexualidade, principalmente no tocante às dificuldades, mesmo que seja entre parceiros.

Assim, quando o obstetra afirma que o casal deve abster-se de sexo por ser uma gravidez de risco, ninguém contesta nem sequer procura saber o que é ou não permitido e o que fazer quando a sexualidade aflora, uma vez que ela não deixa de se manifestar porque houve uma restrição médica.

Emocionalmente, uma bomba foi lançada no relacionamento conjugal. O casal, assustado, passa a evitar todo tipo de contato, fica muito mais fragilizado e distante e a ansiedade que poderia ser amenizada momentaneamente através do orgasmo, intensifica-se, criando novos temores e angústias.

Este pode ser, então, o momento de grandes descobertas amorosas. Se o casal encontra-se num relacionamento estável, maduro e sólido, quando a vinda de um filho poderá uni-los de modo mais pleno ou mesmo se a intimidade entre os parceiros propicia um diálogo aberto e honesto, há possibilidade de se poder descobrir outros jeitos de fazer amor, sem que haja penetração.

A criatividade sexual pode entrar em cena, através de jogos eróticos, novas posições e novas fontes de prazer, que transformarão tudo numa grande aventura, plena de lances inusitados e estimulantes, onde cada um poderá expressar suas preferências e fantasias mais íntimas. Tudo é permitido desde que haja harmonia entre o casal, que deve buscar o bem-estar mútuo e um maior equilíbrio emocional, diminuindo as ansiedades e angústias próprias desse período.

Essas experiências amorosas e sensuais marcarão o início de uma vida sexual mais prazerosa e satisfatória e, certamente, aprofundarão o relacionamento conjugal de maneira mais duradoura.

Mesmo o casal que não sofreu restrição quanto às relações sexuais, também deveria fazer uso destes jogos de sedução, descobrindo e intensificando as carícias e o prazer.

Mas não é o que comumente acontece. Vários fatores, conscientes e inconscientes, contribuem para a alteração do desejo sexual.

No início da gravidez, muitas gestantes manifestam sintomas como náuseas, vômitos, hipersonia e o grande temor do aborto, por acreditarem que o feto ainda não está suficientemente aderido ao útero, e isso compromete sobremodo o desejo sexual.
Os aspectos regressivos inconscientes ocorrem desde o início da gravidez, fazendo com que a gestante se identifique com o feto, o que a torna mais sensível e vulnerável, com intensa necessidade de proteção e carinho. Neste momento, volta-se para si mesma, num movimento de introspecção, evitando qualquer estímulo que interfira neste processo ; e aqui pode-se incluir o sexo, como uma espécie de preparação para todas as mudanças físicas e emocionais que têm início. Com o passar do tempo, a intensidade da angústia do perigo do aborto diminui consideravelmente, podendo até cessar.

Com o corpo visivelmente grávido, seios e ventre avolumados, muitas gestantes percebem-se mais femininas e sensuais, o que faz aumentar o desejo sexual e a procura pelo parceiro.

Outras, ainda, por já se encontrarem grávidas, liberam a sexualidade mais espontaneamente, por vezes experimentando pela primeira vez o orgasmo pleno. Alguns homens chegam a estranhar o comportamento de suas mulheres, pois não condiz com a imagem idealizada da figura materna, que é assexuada e pura. Passam, assim, a evitar o contato físico como se este fosse pecado e, portanto, inadequado para a situação presente.

A raiz de tais sentimentos jaz na própria religião que, desde muito cedo ensina aos fiéis, que toda a humanidade originou-se de Adão e Eva através do "pecado original". A fatídica "mordida na maçã", símbolo do sexo pelo sexo, o prazer físico, a sexualidade propriamente dita.

Desta forma , ainda segundo a religião, o símbolo da maternidade foi dedicado a Maria, que concebeu Jesus sem pecado, continuando, portanto, pura e imaculada.

Esses conceitos religiosos que fazem distinção entre maternidade e sexualidade, inconscientemente influenciam a vida sexual, desde o momento da concepção, podendo perdurar por um tempo longo demais.

O sexo, após cumprir sua função mais importante que é a perpetuação da espécie, passa a ser "pecado".

Como a gravidez propicia à gestante e ao ambiente próximo, em especial, ao futuro papai, um estado regressivo, inconscientemente reativam a imagem da própria figura materna grávida, todos os sentimentos que a envolveram e o significado mais puro da maternidade. Daí uma das grandes dificuldades em expressar a sexualidade sem culpa, num momento tão intenso e repleto de emoções várias.

Nos casos em que a gravidez não foi desejada e mesmo não fazia parte dos planos mais imediatos, muitas mulheres, por sentirem aversão ao seu estado, apesar da decisão de lhe dar continuidade, rejeitam seus parceiros numa atitude de punição por tê-las engravidado.

Outras, psicologicamente menos amadurecidas e, portanto, mais dependentes de suas próprias mães ou de seus parceiros, enquanto figuras paternas, sentem-se mais filhas que mulheres e mães, o que também pode inibir a sexualidade.

Outros fatores de peso também alteram a vida sexual, como a vivência real de aborto espontâneo, repetido ou não, depressão materna e o medo de prejudicar o feto. Com relação a este último, se as relações sexuais foram liberadas pelo obstetra, não oferecem perigo, pois o feto está muito bem protegido pela bolsa d'água, que funciona como um amortecedor, e o colo do útero encontra-se fechado.

Também não é verdadeiro o mito que se criou em torno do orgasmo, que pode provocar o aborto. Muito pelo contrário : o orgasmo é altamente benéfico em qualquer época da gestação, pois tem a função de servir como "válvula de escape" para as ansiedades próprias da gravidez. Além disso, propicia a continuidade da harmonia conjugal, diminuindo o ciúme do casal: o do homem em relação ao bebê, que é percebido como um rival pela íntima relação mãe-bebê, da qual muitas vezes se sente excluído e, da gestante, com referência às possibilidades do parceiro sair em busca de aventuras extra-conjugais.

Há, também, um fator biológico importantíssimo a ser considerado sobre o orgasmo: exercita os músculos do períneo que serão muito solicitados por ocasião do parto.

O modo como a gestante percebe a estética de seu corpo pode influenciar na sexualidade. Se ela se sente feia e gorda ou percebe que seu parceiro a vê desta forma, fará com que altere e até cesse o desejo sexual. Muitas vezes, mesmo que ele se orgulhe de seu estado e a elogie, não modifica seus sentimentos, podendo, inclusive, irritá-la mais.

Há homens que sentem o corpo da gestante como muito sensual e atraente, pois se constitui na prova viva de sua própria virilidade.

Há outros em que ao verem a ultra-sonografia e constatar a existência real do bebê ou mesmo quando percebem os movimentos fetais no útero materno, passam a evitar as relações sexuais, pois são sentidas como realizadas a três. Outros, ainda, inconscientemente evocam a figura materna e a atividade sexual é percebida como se acontecendo com a própria mãe, o que, certamente, torna-a inviável.

As transformações hormonais que ocorrem na gestante, provocam a mudança do cheiro e o aumento da secreção vaginal o que, para alguns homens, causa estranhamento na penetração e pode fazer com que evitem o sexo oral.

Algumas gestantes necessitam neste período de maior demonstração de carinho, apoio e até de certa dose de erotismo e menos necessidade de relação sexual com penetração.

Se a gravidez ocorreu com um parceiro eventual ou numa relação cujo vínculo ainda não se fortaleceu e a comunicação entre os parceiros não atingiu o grau de confiança e cumplicidade necessários, o medo de magoar o outro muitas vezes leva a aceitar que o sexo se concretize contra a própria vontade, mais como uma obrigação conjugal.

Ao final do terceiro trimestre de gestação, quando o corpo da mulher, já bem desenvolvido, não permite as posições mais tradicionais, alguns homens não se sentem à vontade com novas posições ou mesmo por retornar o temor de prejudicar o feto.

Novamente entra em questão a possibilidade de se criar outras alternativas amorosas, para que não cesse o encontro do prazer físico-emocional, quer sejam, a masturbação a dois, sexo oral, anal, desde que não interfiram negativamente no respeito aos desejos de cada um, mais fundamental que o próprio prazer em si.

Concluindo, a sexualidade ativa nunca deveria ser interrompida em nenhum momento da gravidez, visto que não é apenas com a penetração que se atinge o orgasmo. Há várias maneiras de se atingi-lo e cada parceiro pode usar de suas próprias fantasias eróticas para que se mantenha viva esta chama tão importante na vida conjugal e tão benéfica nesta fase.

Por conter aspectos inconscientes, a alteração do desejo sexual de um parceiro nem sempre é compreendida pelo outro e, muitas vezes, é captada como uma dificuldade de ordem pessoal, tornando a relação mais vulnerável e o vínculo conjugal ameaçado.

Assim, o significado de tais alterações são percebidas pelo homem e pela mulher de maneiras diferentes.

Para o homem, pode ser a confirmação de sua exclusão na relação mãe-bebê e pode causar-lhe profunda mágoa e grande irritação ao se perceber apenas como reprodutor. Conseqüentemente, isso provocará um maior afastamento de sua parceira, num momento em que ela está mais necessitada de sua presença física e emocional.

Para a mulher, pode ser a confirmação de sua fealdade, fazendo-a sentir-se menos sedutora, sem atrativos, muitas vezes reclamando que o parceiro está desinteressado pela gravidez e pelo bebê e, acima de tudo, levando-a a suspeitar da fidelidade conjugal.

É, portanto, de suma importância, o diálogo entre os dois, sem mágoas e ressentimentos, assim que as dificuldades conjugais comecem a surgir, para que não se acentuem e impeçam a retomada do vínculo posteriormente.

Mais uma vez há de se falar da importância do acompanhamento psicológico da gravidez, no sentido de ajudar a tornar conscientes os aspectos ocultos de atuação dos parceiros, pois permite a expressão e o esclarecimento dos sentimentos mais íntimos e profundos do casal grávido.

Ana Maria Morateli da Silva Rico
Psicóloga Clínica
http://guiadobebe.uol.com.br/sexualidade-na-gravidez/

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Sexo na gravidez

Sexo na gravidez
Por: Mariangela Miguel / Mdemulher / Foto: Dreamstime / Conteúdo do site ANAMARIA
Publicado por Eu & Você em 9 de agosto de 2011 ás 6:57
É possível manter uma vida sexual ativa e cheia de prazer durante os nove meses de gestação. Tire suas dúvidas sobre sexo na gravidez
As transformações físicas no corpo da mulher podem atrapalhar na hora da transa, mas, com algumas adaptações, é possível conseguir o mesmo prazer que o casal encontrava antes de a barriguinha crescer. A obstetra paulistana Míriam Ben Lulu ressalta que a gravidez não é uma doença e o ato sexual nesta fase é algo completamente natural. “Não existe risco de ferir o bebê, ele fica protegido dentro da bolsa. Além disso, durante a penetração, o pênis não alcança o útero”, explica.
Cuidados especiais
A relação é uma atividade física que melhora o fluxo sanguíneo no útero e na vagina, fortalece a musculatura pélvica e prepara a região perineal para o parto.
A médica Míriam Ben Lulu recomenda que, depois do sétimo mês, a gestante passe por uma avaliação médica para verificar se não há nenhum problema. “Há pacientes que durante o orgasmo têm contração uterina. Na gravidez essa contração fica mais intensa, o que aumenta o risco de entrar em trabalho de parto prematuro”, orienta. Além disso, a higiene é muito importante. “Toda mulher grávida deve tomar um banho antes e depois do sexo”, ensina.
O terapeuta sexual Oswaldo Rodrigues Junior, do Instituto Paulista de Sexualidade, aconselha os casais a experimentar todas as posições possíveis, até descobrir a que mais se adapta aos dois. “Qualquer momento a sós pode ser transformado em uma ocasião erótica, como tomar banho juntos ou brincar na cama”, diz o terapeuta
Os medos não existem apenas na cabeça das mulheres. Muitos homens associam a esposa à figura materna, perdendo o interesse pelo sexo. Outros sentem-se rejeitados nesse período.
O ideal é que o casal converse bastante e faça aquilo que for mais prazeroso para ambos. Isso significa continuar a transar normalmente, ou dar um tempo.

E quando o bebê nasce?
A especialista Míriam Ben Lulu diz que é bastante comum a mulher se sentir fragilizada depois de dar à luz. “Como ela não se acha sexualmente atraente, é muito importante ter o apoio do parceiro. Assim, poderá perceber que essa fase é passageira.”
Também existem os quarenta dias de resguardo, independentemente de o parto ter sido normal ou cesariana. Esse é o tempo necessário para o corpo da mulher cicatrizar. Mas o casal pode retornar às atividades sexuais através do sexo oral e da masturbação.

As melhores posições
A obstetra Míriam Ben Lulu orienta: “O ideal é que o pênis não penetre na vagina com tanta profundidade, o que pode causar um certo desconforto na mulher”.
>> O homem deita-se de lado e a mulher passa as pernas por cima dos quadris dele. Ela apóia os braços em um dos ombros e nas pernas de seu companheiro
>> Os dois deitados de lado, com ela de costas para ele. As pernas e os quadris se encaixam. Se ele segurar carinhosamente a barriga dela, melhor ainda
>> O homem fica deitado e a mulher se senta de frente para ele. É a maneira preferida das grávidas, pois permite a elas conforto para transar até os últimos meses de gestação
http://www.euevoce.net/2011/08/sexo-na-gravidez/

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

¿Sexo o no durante el embarazo?

¿Sexo o no durante el embarazo?
De10.mx
16-Julio-2011
Tener relaciones intimas durante el último mes de embarazo, puede ayudar a tener un parto más cómodo

Mantener sexo durante el último mes de embarazo, permitirá a la mamá tener un parto más fácil, ya que el sexo estimula y ejercita los músculos uterinos. Foto: Vanguardia/ Archivo

México.- El embarazo no debería ser motivo para que la vida sexual sufra un lapsus durante los nueve meses de gestación.

Un estudio realizado en conjunto con la revista norteamericana Gynecology & Obstetrics, el ginecólogo Tan Peng Chiang de la Universidad de Malasia, llegó a la conclusión de que mantener sexo durante el último mes de embarazo, permitirá a la mamá tener un parto más fácil, ya que el sexo estimula y ejercita los músculos uterinos.

De acuerdo con el sitio adn.es, contrario a lo que puede pensarse, el sexo durante la gestación "no causa rotura de las membranas ni parto prematuro" y tampoco son perjudiciales para el niño, ya que no hay mejor amortiguador que el líquido amniótico.

Es verdad, sin embargo, durante el transcurso del embarazo se producen en la pareja múltiples y profundos cambios, que pueden afectar distintas áreas de su relación. Pueden aparecer trastornos sexuales en la mujer, al igual que en el hombre, algunas pueden ser pasajeras y otras permanecer durante los nueve meses, provocando cambios importantes en la dinámica sexual.

Respecto a ello las parejas no prevén estos cambios, y encuentran que el ajuste sexual se convierte en una de las mayores dificultades durante el ciclo de embarazo.

En algunas fases de la gestación, las mujeres pierden el apetito sexual, mientras que en otras el deseo parece repuntar mucho más que cuando no se encontraban preñadas.

Según coinciden todos los estudios realizados al respecto, durante el primer trimestre del embarazo, el 54 por ciento de mujeres experimentan un descenso de su apetito sexual, debido a los cambios físicos, y a las náuseas, mareos o fatigas que se generan.

También influye el factor psicológico, el miedo o los temores que puede producir el hecho de convertirse en madre, sobre todo si se trata de la primera vez.

Todo ello se acaba a partir del cuarto mes de gestación. Con el cuerpo habituado y cargado de hormonas, la mujer embarazada suele multiplicar su libido. Desde entonces y hasta el sexto o séptimo mes, la mujer necesita de mucho sexo, se nota como se excita con más facilidad y rapidez.

Aumenta la hinchazón de los labios mayores y menores; también la lubricación de la vagina durante el coito, por lo cual el acto sexual es mucho más placentero, y en ocasiones ello provoca multiorgasmos para las mujeres.

Del sexto mes en adelante, el 75 por ciento de las parejas continúan con su vida sexual normal, aunque en el 25 por ciento restante, la ansiedad y la incomodidad del vientre impide un desarrollo normal debido a la dificultad de las posiciones.

Si la gestación no presenta complicaciones: ruptura prematura de membranas, infecciones genitales o urinarias, hemorragias, amenaza de parto antes de término, etc; no hay prohibición para los encuentros sexuales.
http://www.vanguardia.com.mx/%C2%BFsexoonoduranteelembarazo?-1048612.html

sábado, 30 de julho de 2011

Sexualidade na Gravidez

Sexualidade na Gravidez
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Saúde e Bem-Estar - Psicologia
22-07-2011
Aumento do físico pode diminuir prazer

Por Erika Morbeck*

A Gravidez é uma experiência única que acarreta mudanças significativas, tanto na mulher, como no homem. O processo de gravidez é considerado uma crise não patológica, na medida em que constitui uma fase de mudança do «ciclo de vida do casal». Esta nova fase requer uma adaptação da forma de estar, dos papéis, da sexualidade, do compromisso, da cumplicidade, do amor, transformando não só o conceito de família, mas também a relação.



Cada mulher tem reacções físicas e emocionais diferentes durante o processo de gravidez. Alguns factores relacionados com as alterações e reacções emocionais são os motivos que levaram a mulher a decidir engravidar, as mudanças eminentes no estilo de vida, a sua relação com os outros, os seus recursos financeiros, a sua imagem e alterações hormonais, entre outros.

Durante os trimestres da gravidez ocorrem algumas mudanças naturais a nível físico, tais como, engordar, alterações hormonais, dificuldade na mobilidade; a nível social, o impacto sobre o trabalho, a forma e disponibilidade de estar com os amigos, os pais passam a ter mais acesso à casa e interferem directamente sobre as rotinas; e ao nível psicológico com inseguranças, ansiedade, expectativas, mudanças e adaptação a novos papéis, crenças associadas à gravidez e até, em alguns casos, depressão.

Embora numa gravidez saudável não existam motivos que impeçam o processo normal de uma vida sexual gratificante, também seria incorrecto e irrealista afirmar veemente que a sexualidade do casal continua, como se nada houvesse de diferente. Não existe ausência da sexualidade, mas sim uma mudança da dinâmica sexual.

Durante o período de gestação, a relação do casal atravessa diferentes estados emocionais, que podem contribuir para a diminuição do desejo sexual, e que ocorrem por insegurança, desconforto, ausência de reciprocidade sentimental e falta de amor. Quando a mulher está absorvida com a gravidez, é natural que a sua mente fique preocupada com a sua nova identidade e que sinta alguma ansiedade em relação ao bem-estar do bebé e do parto. Estas alterações irão afectar, em maior ou menor grau, cada casal, em função da informação que possui sobre o processo de gravidez, das experiências e expectativas prévias, da personalidade e estado psicológico e do nível de stress.

Em termos físicos e emocionais, cada trimestre é diferente. No primeiro trimestre, os três primeiros meses da gestação, há um acréscimo dos níveis hormonais de estrogénio e progesterona que provocam alguns efeitos físicos, como mudanças nas mamas e nos órgãos genitais, que podem afectar a sexualidade feminina. Todas essas modificações são súbitas e evidentes, podem provocar um estado de labilidade emocional (também causada pelo medo de abortar), razão pela qual a mulher necessitará de maior atenção e demonstração de amor por parte do seu parceiro. As alterações hormonais da gravidez podem também reduzir consideravelmente o desejo sexual da mulher, sobretudo, se sentir náuseas ou vómitos, obstipação, fadiga ou sonolência. É possível observar, a nível genital, um aumento da lubrificação vaginal, que se irá manter durante toda a gravidez e que facilitará o coito; por outro lado, o intumescimento dos tecidos da região pélvica, devido ao aumento do volume sanguíneo, pode ser o responsável pelo aparecimento de irritação e desconforto vaginal na penetração. O aumento da sensibilidade mamária, que é o sintoma mais característico deste trimestre, faz com que normalmente seja desagradável a estimulação, que antes era fonte de prazer.

O segundo trimestre é, para a grande maioria das mulheres, a fase mais agradável da gravidez. Já não há medo de perder o feto, aumenta o sentimento de felicidade e há maior adaptação ao processo de mudança. O bem-estar e o aumento da congestão pélvica podem aumentar o desejo sexual da mulher. O maior afluxo de sangue conduzido para a região pélvica, provocado pelas alterações hormonais da gravidez, é responsável pelo aumento da sensação de excitação sexual, facilitando o orgasmo, sendo que algumas mulheres experimentam orgasmos múltiplos pela primeira vez. A leucorreia, comum na gravidez, aumenta a lubrificação vaginal e facilita a penetração. Por outro lado, com o aumento do volume abdominal, próprio do segundo trimestre, algumas mulheres sentem-se preocupadas com o seu aspecto físico e, portanto, com a sua capacidade de despertar o interesse sexual do parceiro, o que pode afectar a auto-estima.

No terceiro trimestre, o aumento das queixas somáticas e o aumento do volume físico podem provocar uma diminuição de prazer e do interesse sexual. A mulher começa a preocupar-se com a preparação da chegada do bebé, com o parto e com o aspecto. Nesta fase, o orgasmo pode não ser pleno, devido à resposta fisiológica da sexualidade. O sexo é incómodo, pois a barriga atrapalha algumas posições sexuais.

Embora a mulher e o casal passem por estes processos em cada trimestre, a gravidez não impede a vivência e expressão da sexualidade. Fazer sexo não prejudica o bebé em nenhuma fase da gravidez, pois ele encontra-se protegido no interior do útero, mergulhado no líquido amniótico. Em alguns casos, de facto, poderá ser aconselhada a não ter relações sexuais pelo médico quando surgem algumas complicações, como hemorragia vaginal ou ameaça de parto prematuro. A gravidez é um momento único e um processo de transição no ciclo de vida do casal e na sua vida sexual.

Desde o teste positivo a indicar Gravidez até ao parto e o pós-parto, o casal sofre um processo de mudança e adaptação inerente à nova fase que deverá ser acompanhada por informações adequadas, científicas e promotoras de adaptação dos aspectos físicos, psicológicos, sociais, sexuais e relacionais. A informação e o apoio de profissionais, da família e do parceiro são importantes na vivência de uma gravidez e de uma sexualidade feliz e satisfatória.

* Psicóloga Clínica, Psicoterapeuta, Terapeuta Sexual e Sexóloga
www.erikamorbeck.info
http://sexoforte.net/mulher/artigos.php?id=3450&w=sexualidade_na_gravidez