11/05/2011 -- 15h43
Saiba como lidar com a troca por relacionamento gay
Homossexuais masculinos encontram mais problemas na hora da separação; bissexuais também são incompreendidos
Muitos têm a impressão de que nos últimos anos mais homens adultos e casados saem do armário e assumem uma homossexualidade, e por isso deixam suasesposas e filhos.
Verdade, mas nem tanto. Muitas mulheres se preocupam mostrando reações que nem sempre são as mesmas para o gênero feminino frente a esta situação. As reações emocionais e sociais serão diferentes de acordo com grupos sociais e culturais (relacionados a educação formal) e de acordo com características de personalidade.
As pessoas que conseguem administrar mais as frustrações são as que menos aparentarão ''reações'', que se mostram através de mecanismos depressivos ou de ansiedade. Nesta última forma teremos a ansiedade como emoção expressa e a hostilidade, elemento mais destrutivo que se voltará mais visível para as pessoas à volta.
Nas famílias com educação formal maior e que sempre exigiram maior cumprimento de regras e leis, as reações serão mais parecidas e menos externas, aparentando serem escondidas do resto do mundo.
As trocas de um casamento para um relacionamento homossexual masculino podem ser mais aparentes neste século XXI pela compreensão de que são relacionamentos que podem acontecer neste momento social e histórico.
Mas isto também ocorre porque ainda não se reconhece a orientação sexual bissexual como natural e normal. Se a bissexualidade fosse bem tolerada, provavelmente teríamos casais que administrariam melhor o marido tendo um relacionamento masculino em paralelo.
Então, atualmente temos muitos bissexuais que vão ''assumir-se'' homossexuais por não serem aceitos pelos heterossexuais (neste caso as mulheres) e não são aceitos pelos homossexuais, qua ainda usarão o discurso de que eles ainda não se resolveram, mas que sairão do armário e de cima do muro em algum momento futuro. E não é bem assim, bissexuais são bissexuais, não estão em cima do muro. Mas nossa cultura não consegue administrar esta preferência sexual.
Mas uma pergunta sempre sobra nestas horas: como lidar com uma situação destas?
Os relacionamentos afetivos são pautados por acordos entre as duas pessoas. Geralmente as duas pessoas envolvidas não conversaram o suficiente entre si para saberem, de fato, o que estão esperando e quais são, de fato, as necessidades que ambos tem e que precisam ser satisfeitas pelo relacionamento. Assim, frente a um problema, o casal também não desenvolveu uma forma de solucionar a situação de modo satisfatório para ambos.
Mas alguns casais já tem os mecanismos mais ou menos preparados. Duas saídas têm sido comuns. A primeira é a separação, e um dos dois precisa assumir a culpa para que ofereçam as explicações para familiares e amigos. Se a mulher for considerada a parte fraca do casal, culpar o marido ''homossexual'' parecerá ser a forma mais fácil de se explicar o fim do relacionamento, em especial se não existirem filhos.
A outra forma, muito comum, é do casal se manter, e mesmo que nenhum dos dois reconheça o homem como bissexual, assim ele poderá viver.
Oswaldo M Rodrigues Júnior - psicólogo e terapeuta sexual
Saúde - Folha de Londrina
http://www.bonde.com.br/?id_bonde=1-27--73-20110511LINKCHMtit=frustracao++saiba+como+lidar+com+a+troca+por+relacionamento+gay
segunda-feira, 16 de maio de 2011
Cascavel: Campus leva projeto para discutir sexualidade nas escolas
12/05/2011 às 15:44
Cascavel: Campus leva projeto para discutir sexualidade nas escolas
A iniciativa envolve estudantes de Biomedicina, Ciências Biológicas, Psicologia e Enfermagem
Professora Larissa Renata, que coordena o projeto
A Universidade Paranaense – Unipar iniciou mais um projeto de Extensão, que envolve acadêmicos dos cursos de Ciências Biológicas, Biomedicina, Psicologia e Enfermagem do Campus Cascavel. A meta do ‘Discutindo Sexualidade nas Escolas’ é levar conceitos básicos para cerca de quinhentos alunos dos ensinos fundamental e médio. As palestras estão previstas para o começo de junho.
“A intenção é capacitar equipe de estudantes para falar sobre sexualidade nas escolas, de forma dinâmica e interativa, possibilitando maior aproximação dos adolescentes com o tema, sem tabu”, explica a coordenadora do projeto, professora Larissa Renata de Oliveira.
Os integrantes do projeto encaram o papel de tirar dúvidas. Em grupos, vão pensar dinâmicas com perguntas e respostas, promover reflexão, pensar a linguagem conforme o público, informar sobre gravidez e doenças sexualmente transmissíveis, contribuir para diminuir o índice de aids, passar atitudes e comportamentos do que o ser tem de melhor, falar sobre métodos de contracepção e, para turmas mais velhas, ensinar como se tira a camisinha.
A estudante de Biomedicina Jhéssica Pelegrin acompanha a educação da irmã de nove anos e diz que a escola repassa informações sem responsabilidade e de forma errada, influenciando na vida das crianças. Segundo ela, a caçula se mostra tímida e introvertida. “O projeto é uma preparação para o futuro, para acadêmicos que pensam em lecionar e discutir relacionamento”, afirma.
No primeiro encontro, a professora passou para a turma as etapas da curiosidade sexual, classificada, a partir do nascimento, de forma genérica. Em primeiro lugar está a curiosidade sobre o autodesenvolvimento do corpo, seguido de como se dá a eliminação de excreções, diferenciação dos sexos, nascimento, puberdade e adolescência.
A professora salienta que é importante saber que “a criança que tem idade para perguntar, tem idade para ouvir a resposta”. Para satisfazer a curiosidade infantil, o adulto deve seguir alguns princípios: saber o porquê e de onde vem a pergunta; tratar o assunto com honestidade; fornecer explicações em linguagem simples e familiar; restringir-se à pergunta feita, sem se estender; progredir com base no que a criança já conhece; e repetir (se necessário).
http://www.unipar.br/noticias/2011/05/12/cascavel-campus-desenvolve-projeto-para-discutir-sexualidade-nas-escolas/
Cascavel: Campus leva projeto para discutir sexualidade nas escolas
A iniciativa envolve estudantes de Biomedicina, Ciências Biológicas, Psicologia e Enfermagem
Professora Larissa Renata, que coordena o projeto
A Universidade Paranaense – Unipar iniciou mais um projeto de Extensão, que envolve acadêmicos dos cursos de Ciências Biológicas, Biomedicina, Psicologia e Enfermagem do Campus Cascavel. A meta do ‘Discutindo Sexualidade nas Escolas’ é levar conceitos básicos para cerca de quinhentos alunos dos ensinos fundamental e médio. As palestras estão previstas para o começo de junho.
“A intenção é capacitar equipe de estudantes para falar sobre sexualidade nas escolas, de forma dinâmica e interativa, possibilitando maior aproximação dos adolescentes com o tema, sem tabu”, explica a coordenadora do projeto, professora Larissa Renata de Oliveira.
Os integrantes do projeto encaram o papel de tirar dúvidas. Em grupos, vão pensar dinâmicas com perguntas e respostas, promover reflexão, pensar a linguagem conforme o público, informar sobre gravidez e doenças sexualmente transmissíveis, contribuir para diminuir o índice de aids, passar atitudes e comportamentos do que o ser tem de melhor, falar sobre métodos de contracepção e, para turmas mais velhas, ensinar como se tira a camisinha.
A estudante de Biomedicina Jhéssica Pelegrin acompanha a educação da irmã de nove anos e diz que a escola repassa informações sem responsabilidade e de forma errada, influenciando na vida das crianças. Segundo ela, a caçula se mostra tímida e introvertida. “O projeto é uma preparação para o futuro, para acadêmicos que pensam em lecionar e discutir relacionamento”, afirma.
No primeiro encontro, a professora passou para a turma as etapas da curiosidade sexual, classificada, a partir do nascimento, de forma genérica. Em primeiro lugar está a curiosidade sobre o autodesenvolvimento do corpo, seguido de como se dá a eliminação de excreções, diferenciação dos sexos, nascimento, puberdade e adolescência.
A professora salienta que é importante saber que “a criança que tem idade para perguntar, tem idade para ouvir a resposta”. Para satisfazer a curiosidade infantil, o adulto deve seguir alguns princípios: saber o porquê e de onde vem a pergunta; tratar o assunto com honestidade; fornecer explicações em linguagem simples e familiar; restringir-se à pergunta feita, sem se estender; progredir com base no que a criança já conhece; e repetir (se necessário).
http://www.unipar.br/noticias/2011/05/12/cascavel-campus-desenvolve-projeto-para-discutir-sexualidade-nas-escolas/
Decisão do STF sobre sexualidade é discutida na UFMA de Imperatriz
Decisão do STF sobre sexualidade é discutida na UFMA de Imperatriz
Escrito por Diulia
Qui, 12 de Maio de 2011 10:11
Professor Jonas Alves Silva é estudioso do assunto e coordena grupo de estudos na instituição
O Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou na última quarta-feira, 05 maio, a união estável entre pessoas do mesmo sexo. O (STF) tomou como base para a decisão o artigo 1723 da Constituição Federal, que reconhece a união civil estável heterossexual, estendendo esse direito aos casais homossexuais. Essa vitória da classe LGBT (Lésbicas Gays Bissexuais Travestis e Transgeneros) é o resultado de uma luta árdua, pois há tempos os homossexuais travam essa guerra nos tribunais pelo direito e reconhecimento das relações homoafetivas.
O professor e pesquisador da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Campus Imperatriz, Jonas Alves da Silva, é um estudioso da sexualidade. Ele ressalta a importância da decisão do (STF) para os homossexuais e diz que vivemos um momento histórico. “Essa decisão do (STF) reconhecer a relação entre casais homossexuais como célula familiar é histórica. Todos sabemos que os/as homossexuais constituem o segmento social que mais sofre preconceito e discriminação na sociedade. Então, como vivemos em um país laico e democrático, é importante que medidas de igualdade e equidade sejam estendidas a toda a população, conforme prevê a Constituição Federal de 1988”, destaca.
Jonas Alves acrescenta que a decisão é uma forma de o Estado reconhecer uma parte significante de cidadãos que por muito tempo foi esquecida e negligenciada. Para o professor, a decisão deve ser, sim, muito aplaudida, já que representa retirar a homossexualidade da clandestinidade e dar a ela a legitimidade que lhe é justa. “Existiu, existe e sempre existirá homo, hetero, bissexualidade e outras orientações que são difíceis de classificar. E todas essas formas de vivenciar a sexualidade são possíveis e devem ser aceitas de forma normal e natural”, comenta.
Com a legalidade da união estável entre pessoas do mesmo sexo, outros direitos poderão ser conquistados pela comunidade LGBT, como pensão, herança e facilitação na tentativa de adoção de crianças etc. Vale lembrar que essa decisão não é uma nova lei, mas sim uma decisão jurídica. Isto quer dizer que, o que antes era decidido de forma isolada por juízes dos Estados, agora, passa a ter unidade nas deliberações. Assim, por exemplo, caso um convênio médico não aceite que um companheiro seja colocado como dependente no plano de saúde, o casal pode recorrer à justiça e muito provavelmente ganhará a causa.
Receio
Mas apesar da vitória, o professor lembra que há sim o risco de aumentar a homofobia depois da decisão (STF). “É possível que aconteçam sim alguns casos de homofobia por conta dessa decisão, uma vez que grupos radicais se pautam na relação inclusão/exclusão constantes, ou seja, para um ser incluído, outro tem que ser excluído. Então, eles pensam que, se direitos são conquistados por gays e lésbicas, isto quer dizer que direitos serão tirados dos heterossexuais. E isso é uma visão completamente equivocada e maniqueísta, ainda mais quando se pensa num Estado democrático de direito. Um Estado que tem que oferecer garantias de cidadania a todos”, diz.
Apesar dessa ponderação ele diz que está certo de que, de um modo geral, a longo prazo, a tendência é que a homofobia diminua à medida que mais direitos forem conquistados pela comunidade LGBT.
O professor Jonas Alves da Silva coordena o Grupo de Pesquisa Diálogos e Interseções em Sexualidade (DINTERSEX) da UFMA Imperatriz. O grupo tem por objetivo discutir, refletir e realizar pesquisas sobre sexualidade, de forma interdisciplinar, uma vez que se trata de tema que perpassa diversos campos do conhecimento. O grupo se reúne semanalmente para discussão e estudos sobre questões referentes à sexualidade.
Confira no link baixo os dados do Censo do IBGE 2010 sobre o número de casais homossexuais nos estados brasileiros:
http://oglobo.globo.com/pais/mat/2011/05/06/confira-os-dados-do-censo-2010-sobre-numero-de-casais-homossexuais-nos-estados-brasileiros-924401116.asp
Texto: Wabner Figueiredo (ASCOM/UFMA-Núcleo Imperatriz)
http://www.imperatriznoticias.com.br/noticias/geral/3285-decisao-do-stf-sobre-sexualidade-e-discutida-na-ufma-de-imperatriz
Escrito por Diulia
Qui, 12 de Maio de 2011 10:11
Professor Jonas Alves Silva é estudioso do assunto e coordena grupo de estudos na instituição
O Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou na última quarta-feira, 05 maio, a união estável entre pessoas do mesmo sexo. O (STF) tomou como base para a decisão o artigo 1723 da Constituição Federal, que reconhece a união civil estável heterossexual, estendendo esse direito aos casais homossexuais. Essa vitória da classe LGBT (Lésbicas Gays Bissexuais Travestis e Transgeneros) é o resultado de uma luta árdua, pois há tempos os homossexuais travam essa guerra nos tribunais pelo direito e reconhecimento das relações homoafetivas.
O professor e pesquisador da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Campus Imperatriz, Jonas Alves da Silva, é um estudioso da sexualidade. Ele ressalta a importância da decisão do (STF) para os homossexuais e diz que vivemos um momento histórico. “Essa decisão do (STF) reconhecer a relação entre casais homossexuais como célula familiar é histórica. Todos sabemos que os/as homossexuais constituem o segmento social que mais sofre preconceito e discriminação na sociedade. Então, como vivemos em um país laico e democrático, é importante que medidas de igualdade e equidade sejam estendidas a toda a população, conforme prevê a Constituição Federal de 1988”, destaca.
Jonas Alves acrescenta que a decisão é uma forma de o Estado reconhecer uma parte significante de cidadãos que por muito tempo foi esquecida e negligenciada. Para o professor, a decisão deve ser, sim, muito aplaudida, já que representa retirar a homossexualidade da clandestinidade e dar a ela a legitimidade que lhe é justa. “Existiu, existe e sempre existirá homo, hetero, bissexualidade e outras orientações que são difíceis de classificar. E todas essas formas de vivenciar a sexualidade são possíveis e devem ser aceitas de forma normal e natural”, comenta.
Com a legalidade da união estável entre pessoas do mesmo sexo, outros direitos poderão ser conquistados pela comunidade LGBT, como pensão, herança e facilitação na tentativa de adoção de crianças etc. Vale lembrar que essa decisão não é uma nova lei, mas sim uma decisão jurídica. Isto quer dizer que, o que antes era decidido de forma isolada por juízes dos Estados, agora, passa a ter unidade nas deliberações. Assim, por exemplo, caso um convênio médico não aceite que um companheiro seja colocado como dependente no plano de saúde, o casal pode recorrer à justiça e muito provavelmente ganhará a causa.
Receio
Mas apesar da vitória, o professor lembra que há sim o risco de aumentar a homofobia depois da decisão (STF). “É possível que aconteçam sim alguns casos de homofobia por conta dessa decisão, uma vez que grupos radicais se pautam na relação inclusão/exclusão constantes, ou seja, para um ser incluído, outro tem que ser excluído. Então, eles pensam que, se direitos são conquistados por gays e lésbicas, isto quer dizer que direitos serão tirados dos heterossexuais. E isso é uma visão completamente equivocada e maniqueísta, ainda mais quando se pensa num Estado democrático de direito. Um Estado que tem que oferecer garantias de cidadania a todos”, diz.
Apesar dessa ponderação ele diz que está certo de que, de um modo geral, a longo prazo, a tendência é que a homofobia diminua à medida que mais direitos forem conquistados pela comunidade LGBT.
O professor Jonas Alves da Silva coordena o Grupo de Pesquisa Diálogos e Interseções em Sexualidade (DINTERSEX) da UFMA Imperatriz. O grupo tem por objetivo discutir, refletir e realizar pesquisas sobre sexualidade, de forma interdisciplinar, uma vez que se trata de tema que perpassa diversos campos do conhecimento. O grupo se reúne semanalmente para discussão e estudos sobre questões referentes à sexualidade.
Confira no link baixo os dados do Censo do IBGE 2010 sobre o número de casais homossexuais nos estados brasileiros:
http://oglobo.globo.com/pais/mat/2011/05/06/confira-os-dados-do-censo-2010-sobre-numero-de-casais-homossexuais-nos-estados-brasileiros-924401116.asp
Texto: Wabner Figueiredo (ASCOM/UFMA-Núcleo Imperatriz)
http://www.imperatriznoticias.com.br/noticias/geral/3285-decisao-do-stf-sobre-sexualidade-e-discutida-na-ufma-de-imperatriz
Vaticano: Papa diz que a sexualidade deve refletir amor divino
Vaticano: Papa diz que a sexualidade deve refletir amor divino
Cidade do Vaticano, 13 mai 2011 (Ecclesia) – Bento XVI afirmou hoje no Vaticano que o “verdadeiro fascínio da sexualidade” deve chegar dos horizontes abertos pelo “amor de Deus”.
O Papa falava aos participantes num encontro promovido pelo Instituto Pontifício João Paulo II para os estudos sobre matrimónio e família, fundado há 30 anos por Karol Wojtyla.
Para Bento XVI, a proposta católica sobre estes temas tem de “conjugar a teologia do corpo com a do amor, para encontrar a unidade do caminho do homem”.
“Os nossos corpos não são matéria inerte, mas falam, se soubermos ouvi-los, a linguagem do verdadeiro amor”, indicou.
A intervenção papal sublinhou que o corpo humano “ensina o valor do tempo, do longo amadurecimento no amor”.
“É nesta luz que a castidade ganha um novo sentido: não é um ‘não’ aos prazeres e à alegria da vida, mas um grande ‘sim’ ao amor como comunicação profunda entre as pessoas, que exige tempo e respeito”, como caminho”, precisou.
Bento XVI assinalou também que “a família é o lugar no qual a teologia do corpo e a teologia do amor se encontram”.
OC
http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?&id=85714
Cidade do Vaticano, 13 mai 2011 (Ecclesia) – Bento XVI afirmou hoje no Vaticano que o “verdadeiro fascínio da sexualidade” deve chegar dos horizontes abertos pelo “amor de Deus”.
O Papa falava aos participantes num encontro promovido pelo Instituto Pontifício João Paulo II para os estudos sobre matrimónio e família, fundado há 30 anos por Karol Wojtyla.
Para Bento XVI, a proposta católica sobre estes temas tem de “conjugar a teologia do corpo com a do amor, para encontrar a unidade do caminho do homem”.
“Os nossos corpos não são matéria inerte, mas falam, se soubermos ouvi-los, a linguagem do verdadeiro amor”, indicou.
A intervenção papal sublinhou que o corpo humano “ensina o valor do tempo, do longo amadurecimento no amor”.
“É nesta luz que a castidade ganha um novo sentido: não é um ‘não’ aos prazeres e à alegria da vida, mas um grande ‘sim’ ao amor como comunicação profunda entre as pessoas, que exige tempo e respeito”, como caminho”, precisou.
Bento XVI assinalou também que “a família é o lugar no qual a teologia do corpo e a teologia do amor se encontram”.
OC
http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?&id=85714
Escritor argentino fala sobre sexualidade de recifenses em livro reeditado
10/05/2011 às 14h42min - Atualizada em 10/05/2011 às 14h42min
Escritor argentino fala sobre sexualidade de recifenses em livro reeditado
Há 50 anos, ao deixar a mulher em Buenos Aires e aceitar o convite do teatrólogo Hermilo Borba Filho para dar aulas de teatro no Recife, Tulio Carella iniciava uma jornada que o conduziria ao prazer selvagem, à tortura e, por fim, à ruína.
Teatrólogo, poeta, tradutor e ensaísta argentino, Carella (1912-1979) era, naquele 1960, um intelectual respeitado em seu país.
Foi indicado a Hermilo (1917-1976) pelo italiano radicado em São Paulo Alberto d'Aversa (1920-1969), a quem fora feito o convite original.
No Brasil, lhe atraíam "a brasa que arde como um fogo maravilhoso e perdurável", o "duplo aspecto destruidor e purificador que dá luz e sombra, ilumina e barra o caminho ao mesmo tempo".
Achava que o país deveria se chamar "Estados Unidos do Fogo".
No Recife, encantou-se com os negros ("A cor escura dos nordestinos me atrai como um abismo") e, guiado pela solidão nos grandes intervalos da atividade acadêmica, entregou-se à libertinagem sexual, principalmente homossexual.
Vagava pelo centro em encontros e bolinações com homens rudes, operários de pouca instrução. Registrou tudo, com crueza de detalhes íntimos, em seus diários.
Numa época em que crescia o desconforto dos militares com o momento político (Jango assumiria o governo em 1961), num bastião esquerdista (berço das Ligas Camponesas de Francisco Julião), a movimentação sorrateira de Carella foi tomada por subversão política.
Supondo que ele era o elo entre as Ligas e Cuba, os militares o prenderam e torturaram. Ao acharem os diários, descobriram que tudo não passava de orgia.
Despacharam-no de volta para Buenos Aires, não sem antes ameaçar divulgar os diários, caso ele denunciasse o que sofrera.
Em 1968, Borba Filho convenceu Carella a publicar os diários no Brasil, numa coleção erótica criada pelo teatrólogo pernambucano na José Alvaro Editor.
"Orgia", o livro, que passou anos esgotado, tornou-se um cult da literatura gay e raridade até mesmo em sebos. Ganha agora reedição pela Opera Prima Editorial.
É TUDO VERDADE
Quando voltou à Argentina, Carella trabalhou ficcionalmente os diários e fez um "roman à clef", história real contada como ficção.
O livro alterna narração em terceira pessoa com relato de diário tradicional, em primeira pessoa.
Responsável pelo novo volume, o jornalista e editor Alvaro Machado assina as notas e uma introdução que situa historicamente a obra e seu autor. Ele viajou a Buenos Aires e ao Recife e revisou lapsos de digitação, pontuação e montagem tipográfica da edição de 1968.
Machado conheceu "Orgia" por meio de "Devassos no Paraíso" (Record, esgotado), de João Silvério Trevisan, estudo sobre a homossexualidade no Brasil e maior responsável por difundir Carella e sua obra depois de esgotada a edição original.
Autor e livro viraram ícones da militância gay --Carella foi listado pelo Grupo Gay da Bahia como um dos "cem desviantes sexuais mais célebres na história do Brasil".
Em "Devassos", Trevisan transcrevia o trecho em que o autor faz sexo com um halterofilista sarará chamado King-Kong (leia ao lado), depois reproduzida em outras obras fora do Brasil.
"Do que eu conheço de literatura e de arte homoerótica, 'Orgia' é uma das coisas mais emblemáticas e contundentes, inclusive pela qualidade literária", diz Trevisan.
O escritor classificou de "muito estranho" não ter sido consultado por Machado para a reedição. "Porque, na verdade, eu que revelei Tulio Carella para o Brasil e os argentinos. Talvez houvesse uma competição embutida."
O sociólogo e professor da Unicamp Laymert Garcia dos Santos destaca o caráter socioantropológico de "Orgia", lembrando que, ao longo da obra, Carella repete uma pergunta: "Que é um negro?".
"O livro traz uma visão diferente: qual é o modo de ser do negro na intimidade absoluta. O que interessa é o ponto de vista ontológico --o modo de ser negro-- e o ponto de vida epistemológico _como posso conhecer o modo de ser negro, mergulhando fundo na sexualidade deles."
ORGIA
AUTOR Tulio Carella
TRADUÇÃO Hermilo Borba Filho
EDITORA Opera Prima
QUANTO R$ 64 (312 págs.)
http://www.jornalfloripa.com.br/mundo/index1.php?pg=verjornalfloripa&id=6668
Escritor argentino fala sobre sexualidade de recifenses em livro reeditado
Há 50 anos, ao deixar a mulher em Buenos Aires e aceitar o convite do teatrólogo Hermilo Borba Filho para dar aulas de teatro no Recife, Tulio Carella iniciava uma jornada que o conduziria ao prazer selvagem, à tortura e, por fim, à ruína.
Teatrólogo, poeta, tradutor e ensaísta argentino, Carella (1912-1979) era, naquele 1960, um intelectual respeitado em seu país.
Foi indicado a Hermilo (1917-1976) pelo italiano radicado em São Paulo Alberto d'Aversa (1920-1969), a quem fora feito o convite original.
No Brasil, lhe atraíam "a brasa que arde como um fogo maravilhoso e perdurável", o "duplo aspecto destruidor e purificador que dá luz e sombra, ilumina e barra o caminho ao mesmo tempo".
Achava que o país deveria se chamar "Estados Unidos do Fogo".
No Recife, encantou-se com os negros ("A cor escura dos nordestinos me atrai como um abismo") e, guiado pela solidão nos grandes intervalos da atividade acadêmica, entregou-se à libertinagem sexual, principalmente homossexual.
Vagava pelo centro em encontros e bolinações com homens rudes, operários de pouca instrução. Registrou tudo, com crueza de detalhes íntimos, em seus diários.
Numa época em que crescia o desconforto dos militares com o momento político (Jango assumiria o governo em 1961), num bastião esquerdista (berço das Ligas Camponesas de Francisco Julião), a movimentação sorrateira de Carella foi tomada por subversão política.
Supondo que ele era o elo entre as Ligas e Cuba, os militares o prenderam e torturaram. Ao acharem os diários, descobriram que tudo não passava de orgia.
Despacharam-no de volta para Buenos Aires, não sem antes ameaçar divulgar os diários, caso ele denunciasse o que sofrera.
Em 1968, Borba Filho convenceu Carella a publicar os diários no Brasil, numa coleção erótica criada pelo teatrólogo pernambucano na José Alvaro Editor.
"Orgia", o livro, que passou anos esgotado, tornou-se um cult da literatura gay e raridade até mesmo em sebos. Ganha agora reedição pela Opera Prima Editorial.
É TUDO VERDADE
Quando voltou à Argentina, Carella trabalhou ficcionalmente os diários e fez um "roman à clef", história real contada como ficção.
O livro alterna narração em terceira pessoa com relato de diário tradicional, em primeira pessoa.
Responsável pelo novo volume, o jornalista e editor Alvaro Machado assina as notas e uma introdução que situa historicamente a obra e seu autor. Ele viajou a Buenos Aires e ao Recife e revisou lapsos de digitação, pontuação e montagem tipográfica da edição de 1968.
Machado conheceu "Orgia" por meio de "Devassos no Paraíso" (Record, esgotado), de João Silvério Trevisan, estudo sobre a homossexualidade no Brasil e maior responsável por difundir Carella e sua obra depois de esgotada a edição original.
Autor e livro viraram ícones da militância gay --Carella foi listado pelo Grupo Gay da Bahia como um dos "cem desviantes sexuais mais célebres na história do Brasil".
Em "Devassos", Trevisan transcrevia o trecho em que o autor faz sexo com um halterofilista sarará chamado King-Kong (leia ao lado), depois reproduzida em outras obras fora do Brasil.
"Do que eu conheço de literatura e de arte homoerótica, 'Orgia' é uma das coisas mais emblemáticas e contundentes, inclusive pela qualidade literária", diz Trevisan.
O escritor classificou de "muito estranho" não ter sido consultado por Machado para a reedição. "Porque, na verdade, eu que revelei Tulio Carella para o Brasil e os argentinos. Talvez houvesse uma competição embutida."
O sociólogo e professor da Unicamp Laymert Garcia dos Santos destaca o caráter socioantropológico de "Orgia", lembrando que, ao longo da obra, Carella repete uma pergunta: "Que é um negro?".
"O livro traz uma visão diferente: qual é o modo de ser do negro na intimidade absoluta. O que interessa é o ponto de vista ontológico --o modo de ser negro-- e o ponto de vida epistemológico _como posso conhecer o modo de ser negro, mergulhando fundo na sexualidade deles."
ORGIA
AUTOR Tulio Carella
TRADUÇÃO Hermilo Borba Filho
EDITORA Opera Prima
QUANTO R$ 64 (312 págs.)
http://www.jornalfloripa.com.br/mundo/index1.php?pg=verjornalfloripa&id=6668
Sara entrega pedido de mudança de nome e género no registo civil
Dia Mundial de Luta contra a Homofobia e Transfobia
Sara entrega pedido de mudança de nome e género no registo civil
16.05.2011 - 16:17 Por Andrea Cunha Freitas
Sara entrega terça-feira, às 14h30, no Porto, o processo de mudança de nome e género no registo civil, deixando de se chamar Gil para ver reconhecido o nome de Sara Inês que escolheu há dez anos. Amanhã é o Dia Mundial de Luta contra a Homofobia e Transfobia.
A CASA - Centro Avançado de Sexualidades e Afectos –, criada há dois anos e com sede no Porto, reclama ser a primeira associação do país “a patrocinar na totalidade o primeiro processo legal de mudança de sexo de um transexual, ao abrigo da Lei de Identidade de Género (Lei nº 7/2011 de 15 de Março)”. Sara terá de pagar os cerca de 200 euros necessários para alterar o nome no registo civil mas beneficiou gratuitamente de todo o “apoio especializado nas áreas da Medicina, Sexologia, Psicologia e Direito” do serviço interno de consultas da CASA, uma instituição sem fins lucrativos.
Foi esta associação, presidida pelo sexólogo Manuel Damas, que ajudou Sara a cumprir parte do caminho exigido na nova lei que exige um relatório médico (subscrito por um psicólogo) com o diagnóstico de perturbação de identidade de género para o pedido de mudança. “Sara veio ter comigo depois da publicação da lei. Queria saber se a podíamos ajudar. Tem 22 anos e é uma mulher perfeita que tem um pénis. É tão mulher que me enganou a mim, a postura, a voz, a aparência, o pensamento de mulher...Foi dos casos mais fáceis que tive”, lembra o especialista Manuel Damas, com uma experiência de mais de 20 anos nesta área.
As consultas com Sara fizeram com que Manuel Damas não tivesse qualquer dúvida. Estava perante “uma mulher com uma história incrível”. Sara falou-lhe que soube que era mulher na adolescência, da sua relação estável com um homem, da aceitação da família mas também dos momentos desagradáveis em que, num balcão de uma banco, numa sala de espera de um hospital ou na rua perante um polícia que lhe passava uma multa de estacionamento, se viu confrontada com o seu género errado no bilhete de identidade.
“A Sara já completou todo o processo de transformação menos a cirurgia para a mudança de sexo. Após esta mudança de nome, esse será o próximo passo. ‘Aquilo’ tem de sair, como me diz”, nota Manuel Damas que acompanha mais quatro processos semelhantes que estão a ser “patrocinados” pela CASA. Segundo explica, o processo de Sara está pronto há já alguns dias mas “por uma questão de pedagogia” foi decidido aguardar pelo Dia Mundial contra a Homofobia para dar entrada do processo numa conservatória do Porto.
O processo de Sara não é o único acto que assinala em Portugal o Dia Mundial de Luta contra a Homofobia e Transfobia. A data será comemorada por várias associações que se uniram na realização de várias acções em todo o país. Há almoços arco-íris, abraços grátis, marchas, seminários e debates. Ficam alguns exemplos. A rede ex aequo (associação de jovens lésbicas, gays, bissexuais, transgéneros e simpatizantes) pede a todos que se associem a este dia usando “uma peça de cor roxa” e vai distribuir “abraços grátis” a partir das 17h00 no Parque das Nações, em Lisboa. A Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG) organiza o Seminário “Boas Práticas na Luta Contra a Homofobia e a Transfobia em Portugal” (10h00-12h30, Centro de Informação Urbana de Lisboa - Picoas Plaza). Por fim, em Coimbra (às 17h00 nos Jardins do Convento de Santa Clara), um conjunto de associações e pessoas individuais assinalam o Dia Mundial de Luta Contra a Homofobia e Transfobia com uma Marcha com o lema “transForma-te”.
http://www.publico.pt/Sociedade/casa-apoia-pedido-de-mudanca-de-nome-e-genero-de-sara-no-registo-civil_1494409
Sara entrega pedido de mudança de nome e género no registo civil
16.05.2011 - 16:17 Por Andrea Cunha Freitas
Sara entrega terça-feira, às 14h30, no Porto, o processo de mudança de nome e género no registo civil, deixando de se chamar Gil para ver reconhecido o nome de Sara Inês que escolheu há dez anos. Amanhã é o Dia Mundial de Luta contra a Homofobia e Transfobia.
A CASA - Centro Avançado de Sexualidades e Afectos –, criada há dois anos e com sede no Porto, reclama ser a primeira associação do país “a patrocinar na totalidade o primeiro processo legal de mudança de sexo de um transexual, ao abrigo da Lei de Identidade de Género (Lei nº 7/2011 de 15 de Março)”. Sara terá de pagar os cerca de 200 euros necessários para alterar o nome no registo civil mas beneficiou gratuitamente de todo o “apoio especializado nas áreas da Medicina, Sexologia, Psicologia e Direito” do serviço interno de consultas da CASA, uma instituição sem fins lucrativos.
Foi esta associação, presidida pelo sexólogo Manuel Damas, que ajudou Sara a cumprir parte do caminho exigido na nova lei que exige um relatório médico (subscrito por um psicólogo) com o diagnóstico de perturbação de identidade de género para o pedido de mudança. “Sara veio ter comigo depois da publicação da lei. Queria saber se a podíamos ajudar. Tem 22 anos e é uma mulher perfeita que tem um pénis. É tão mulher que me enganou a mim, a postura, a voz, a aparência, o pensamento de mulher...Foi dos casos mais fáceis que tive”, lembra o especialista Manuel Damas, com uma experiência de mais de 20 anos nesta área.
As consultas com Sara fizeram com que Manuel Damas não tivesse qualquer dúvida. Estava perante “uma mulher com uma história incrível”. Sara falou-lhe que soube que era mulher na adolescência, da sua relação estável com um homem, da aceitação da família mas também dos momentos desagradáveis em que, num balcão de uma banco, numa sala de espera de um hospital ou na rua perante um polícia que lhe passava uma multa de estacionamento, se viu confrontada com o seu género errado no bilhete de identidade.
“A Sara já completou todo o processo de transformação menos a cirurgia para a mudança de sexo. Após esta mudança de nome, esse será o próximo passo. ‘Aquilo’ tem de sair, como me diz”, nota Manuel Damas que acompanha mais quatro processos semelhantes que estão a ser “patrocinados” pela CASA. Segundo explica, o processo de Sara está pronto há já alguns dias mas “por uma questão de pedagogia” foi decidido aguardar pelo Dia Mundial contra a Homofobia para dar entrada do processo numa conservatória do Porto.
O processo de Sara não é o único acto que assinala em Portugal o Dia Mundial de Luta contra a Homofobia e Transfobia. A data será comemorada por várias associações que se uniram na realização de várias acções em todo o país. Há almoços arco-íris, abraços grátis, marchas, seminários e debates. Ficam alguns exemplos. A rede ex aequo (associação de jovens lésbicas, gays, bissexuais, transgéneros e simpatizantes) pede a todos que se associem a este dia usando “uma peça de cor roxa” e vai distribuir “abraços grátis” a partir das 17h00 no Parque das Nações, em Lisboa. A Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG) organiza o Seminário “Boas Práticas na Luta Contra a Homofobia e a Transfobia em Portugal” (10h00-12h30, Centro de Informação Urbana de Lisboa - Picoas Plaza). Por fim, em Coimbra (às 17h00 nos Jardins do Convento de Santa Clara), um conjunto de associações e pessoas individuais assinalam o Dia Mundial de Luta Contra a Homofobia e Transfobia com uma Marcha com o lema “transForma-te”.
http://www.publico.pt/Sociedade/casa-apoia-pedido-de-mudanca-de-nome-e-genero-de-sara-no-registo-civil_1494409
O G1 já viu: 1º filme erótico 3D tem kung fu, pastelão e 'mensagem'
15/05/2011 08h45 - Atualizado em 15/05/2011 15h11
O G1 já viu: 1º filme erótico 3D tem kung fu, pastelão e 'mensagem'
Sucesso em Hong Kong, 'Sex and Zen 3D' bateu estreia de 'Avatar' no país.
Produtor diz que longa atrai público feminino e até turistas chineses à ilha.
Diego Assis
Do G1, em Cannes
Nem Gus Van Sant, nem Woody Allen, nem o novo filme dos irmãos Jean-Pierre e Luc Dardenne. Um dos assuntos mais comentados durante a primeira semana do Festival de Cannes foi "Sex and Zen 3D", anunciado pelos produtores de Hong Kong como o primeiro longa-metragem erótico em 3D do mundo.
Lançado no mês passado em Hong Kong e exibido para compradores e frequentadores do festival na última sexta-feira (13), o filme de Christopher Sun e Shiu Stephen Junior já foi apelidado de "o 'Avatar' do sexo", graças à sua bilheteria de estreia no país, que bateu a do blockbuster 3D de James Cameron.
saiba mais
Veja fotos do Festival de Cannes 2011
Acompanhe a cobertura completa
Recriação de um filme de mesmo nome lançado em 1991 pelo pai de Shiu, "Sex and Zen 3D" também foi rodado integralmente com câmeras 3D, mas com um orçamento infinitamente menor que o da superprodução hollywoodiana - apenas US$ 4 milhões.
"Nosso dinheiro era apertado. Não dá para competir com 'Avatar'. Usamos a mesma tecnologia e o mesmo espírito de 'Avatar' para fazer as coisas acontecerem, mas não tivemos o mesmo tempo de produção. James Cameron levou 5 anos para fazer o seu, e nós levamos só três meses", contou Sun, o diretor do filme, em entrevista ao G1.
Cena do longa 'Sex and Zen 3D', exibido durante o 64º Festival de Cannes (Foto: Divulgação)
Mas assim como o filme de Cameron, o relativo sucesso da produção erótica cantonesa não pode ser explicado apenas com bytes e números. Um de seus maiores trunfos, especialmente se comparado a outros filmes de sexo, está na história, uma adaptação de uma antiga - e proibida - novela da dinastia Ming, passada de mão em mão nos últimos 200 anos, que narra a relação entre um príncipe malvado e um acadêmico que recorre aos favores do monarca para superar frustrações sexuais.
As atrizes Yukikou Suou (esq.) e Vonnie Lui (dir.),
de 'Sex and Zen 3D' (Foto: AP)
Livremente adaptada por Shiu e Sun, a versão para o cinema 3D carrega nos tom de humor pastelão, nas cenas de kung fu e nas brincadeiras com o membro diminuto do jovem estudante - em uma das cenas mais escatológicas e hilárias jamais vistas em Cannes, o personagem tem o pênis cortado e trocado pelo órgão de um jumento.
Orgulhoso e falastrão, o herói começa a história cortejando e casando-se com a filha virgem de um senhor local, mas logo na primeira noite de amor percebe que também sofre de ejaculação precoce. Incomodado com a situação, ele procura o príncipe e o convence a deixar que pratique a arte do sexo com algumas de suas inúmeras concubinas. Mas, no seio do castelo, há diversos traidores, e quando o nobre descobre que estava sendo trapaceado pelo jovem acadêmico dá início à sua vingança, com requintes de tortura e maquiavelismo.
"O filme é sobre amor, mas com uma história paralela de vingança de um príncipe que toma uma atitude desproporcional por conta de uma coisa muito pequena. A mensagem de 'Sex and Zen 3D' é que o amor se sobrepõe ao sexo", diz Sun.
"Sou um comprador também. Vou a muitas projeções. E, normalmente aqui em Cannes, em 15 ou 30 minutos, metade da plateia já foi embora. Conosco tem sido diferente. Mais de 90% das pessoas ficam e veem o filme até o fim! Até os mais impacientes querem ficar para ver aonde vai essa história", comemora o produtor executivo.
Cena do longa 'Sex and Zen 3D' (Foto: Divulgação)
Mais que isso: segundo Shiu, "mais da metade" do público de "Sex and Zen 3D", em cartaz em cerca de 80 salas de Hong Kong atualmente, é composto de mulheres. "A maioria das pessoas acha que filmes eróticos são para homens, mas já na versão de 1991 muitas mulheres foram ao cinema ver 'Sex and Zen' porque era uma comédia", explica. "Acho que uma das estratégias de marketing que fizemos muito bem foram os clubes das mulheres. Pegamos alguns cinemas e não deixamos homens entrar. As mulheres vão em grupos de 10 ou 20, como se estivessem indo ver homens fazer strip-tease. E se divertem à vontade", garante.
Além da presença feminina, Shiu afirma que a exibição do filme em seu país tem atraído muitos turistas chineses. "Muitos deles vão a Hong Kong por outro motivo e acabam vendo. Mas tem também excursões de turistas que estão indo a Hong Kong só para ver esse filme. Eles sabem que não poderão ver num futuro próximo e sabem que é algo que tem de ser visto no cinema [por causa do 3D]."
Cena do longa 'Sex and Zen 3D', exibido durante o 64º Festival de Cannes (Foto: Divulgação)
De acordo com o produtor de "Sex and Zen 3D", a recente abertura do mercado de filmes na China tem sido positiva, mas "a censura é muito firme"."Eles estão matando a criatividade", reclama. Para contornar o problema da falta de atores e atrizes pornô que falem chinês, ele disse ter recorrido à mão de obra japonesa (os dois protagonistas do filme vêm de lá).
"As atrizes chinesas nem querem fazer [filmes eróticos]. Só as japonesas, por causa da diferença cultural. Elas pensam que é um bom trabalho e uma forma de se livrar da pressão do dia-a-dia, mas em Hong Kong ou na China sexo é uma coisa que elas só fazem com seus maridos ou amantes, não querem mostrar para o mundo", justifica Shiu.
Cena do longa 'Sex and Zen 3D' (Foto: Divulgação)
Enquanto a abertura total de mercado do gigante vizinho não vem, os produtores de "Sex and Zen 3D" vêm buscando negócios em outros continentes. "Estamos muito felizes com a resposta. Só no primeiro dia em Cannes, conseguimos fechar contrato com Turquia e a Tailândia. Na América Latina, também já vendemos para o Peru", revela Shiu.
Diante do cenário promissor, Sun, o diretor, afirma que já pensa em uma sequência. "Primeiro temos que ter certeza que as vendas internacionais deste filme atendam às nossas expectativas. A gente com certeza vai fazer, espero que possamos começar a filmar ainda este ano. Mas isso só se tivermos um bom roteiro", avisa.
http://g1.globo.com/festival-de-cannes/2011/noticia/2011/05/o-g1-ja-viu-1-filme-erotico-3d-tem-kung-fu-pastelao-e-mensagem.html
O G1 já viu: 1º filme erótico 3D tem kung fu, pastelão e 'mensagem'
Sucesso em Hong Kong, 'Sex and Zen 3D' bateu estreia de 'Avatar' no país.
Produtor diz que longa atrai público feminino e até turistas chineses à ilha.
Diego Assis
Do G1, em Cannes
Nem Gus Van Sant, nem Woody Allen, nem o novo filme dos irmãos Jean-Pierre e Luc Dardenne. Um dos assuntos mais comentados durante a primeira semana do Festival de Cannes foi "Sex and Zen 3D", anunciado pelos produtores de Hong Kong como o primeiro longa-metragem erótico em 3D do mundo.
Lançado no mês passado em Hong Kong e exibido para compradores e frequentadores do festival na última sexta-feira (13), o filme de Christopher Sun e Shiu Stephen Junior já foi apelidado de "o 'Avatar' do sexo", graças à sua bilheteria de estreia no país, que bateu a do blockbuster 3D de James Cameron.
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Veja fotos do Festival de Cannes 2011
Acompanhe a cobertura completa
Recriação de um filme de mesmo nome lançado em 1991 pelo pai de Shiu, "Sex and Zen 3D" também foi rodado integralmente com câmeras 3D, mas com um orçamento infinitamente menor que o da superprodução hollywoodiana - apenas US$ 4 milhões.
"Nosso dinheiro era apertado. Não dá para competir com 'Avatar'. Usamos a mesma tecnologia e o mesmo espírito de 'Avatar' para fazer as coisas acontecerem, mas não tivemos o mesmo tempo de produção. James Cameron levou 5 anos para fazer o seu, e nós levamos só três meses", contou Sun, o diretor do filme, em entrevista ao G1.
Cena do longa 'Sex and Zen 3D', exibido durante o 64º Festival de Cannes (Foto: Divulgação)
Mas assim como o filme de Cameron, o relativo sucesso da produção erótica cantonesa não pode ser explicado apenas com bytes e números. Um de seus maiores trunfos, especialmente se comparado a outros filmes de sexo, está na história, uma adaptação de uma antiga - e proibida - novela da dinastia Ming, passada de mão em mão nos últimos 200 anos, que narra a relação entre um príncipe malvado e um acadêmico que recorre aos favores do monarca para superar frustrações sexuais.
As atrizes Yukikou Suou (esq.) e Vonnie Lui (dir.),
de 'Sex and Zen 3D' (Foto: AP)
Livremente adaptada por Shiu e Sun, a versão para o cinema 3D carrega nos tom de humor pastelão, nas cenas de kung fu e nas brincadeiras com o membro diminuto do jovem estudante - em uma das cenas mais escatológicas e hilárias jamais vistas em Cannes, o personagem tem o pênis cortado e trocado pelo órgão de um jumento.
Orgulhoso e falastrão, o herói começa a história cortejando e casando-se com a filha virgem de um senhor local, mas logo na primeira noite de amor percebe que também sofre de ejaculação precoce. Incomodado com a situação, ele procura o príncipe e o convence a deixar que pratique a arte do sexo com algumas de suas inúmeras concubinas. Mas, no seio do castelo, há diversos traidores, e quando o nobre descobre que estava sendo trapaceado pelo jovem acadêmico dá início à sua vingança, com requintes de tortura e maquiavelismo.
"O filme é sobre amor, mas com uma história paralela de vingança de um príncipe que toma uma atitude desproporcional por conta de uma coisa muito pequena. A mensagem de 'Sex and Zen 3D' é que o amor se sobrepõe ao sexo", diz Sun.
"Sou um comprador também. Vou a muitas projeções. E, normalmente aqui em Cannes, em 15 ou 30 minutos, metade da plateia já foi embora. Conosco tem sido diferente. Mais de 90% das pessoas ficam e veem o filme até o fim! Até os mais impacientes querem ficar para ver aonde vai essa história", comemora o produtor executivo.
Cena do longa 'Sex and Zen 3D' (Foto: Divulgação)
Mais que isso: segundo Shiu, "mais da metade" do público de "Sex and Zen 3D", em cartaz em cerca de 80 salas de Hong Kong atualmente, é composto de mulheres. "A maioria das pessoas acha que filmes eróticos são para homens, mas já na versão de 1991 muitas mulheres foram ao cinema ver 'Sex and Zen' porque era uma comédia", explica. "Acho que uma das estratégias de marketing que fizemos muito bem foram os clubes das mulheres. Pegamos alguns cinemas e não deixamos homens entrar. As mulheres vão em grupos de 10 ou 20, como se estivessem indo ver homens fazer strip-tease. E se divertem à vontade", garante.
Além da presença feminina, Shiu afirma que a exibição do filme em seu país tem atraído muitos turistas chineses. "Muitos deles vão a Hong Kong por outro motivo e acabam vendo. Mas tem também excursões de turistas que estão indo a Hong Kong só para ver esse filme. Eles sabem que não poderão ver num futuro próximo e sabem que é algo que tem de ser visto no cinema [por causa do 3D]."
Cena do longa 'Sex and Zen 3D', exibido durante o 64º Festival de Cannes (Foto: Divulgação)
De acordo com o produtor de "Sex and Zen 3D", a recente abertura do mercado de filmes na China tem sido positiva, mas "a censura é muito firme"."Eles estão matando a criatividade", reclama. Para contornar o problema da falta de atores e atrizes pornô que falem chinês, ele disse ter recorrido à mão de obra japonesa (os dois protagonistas do filme vêm de lá).
"As atrizes chinesas nem querem fazer [filmes eróticos]. Só as japonesas, por causa da diferença cultural. Elas pensam que é um bom trabalho e uma forma de se livrar da pressão do dia-a-dia, mas em Hong Kong ou na China sexo é uma coisa que elas só fazem com seus maridos ou amantes, não querem mostrar para o mundo", justifica Shiu.
Cena do longa 'Sex and Zen 3D' (Foto: Divulgação)
Enquanto a abertura total de mercado do gigante vizinho não vem, os produtores de "Sex and Zen 3D" vêm buscando negócios em outros continentes. "Estamos muito felizes com a resposta. Só no primeiro dia em Cannes, conseguimos fechar contrato com Turquia e a Tailândia. Na América Latina, também já vendemos para o Peru", revela Shiu.
Diante do cenário promissor, Sun, o diretor, afirma que já pensa em uma sequência. "Primeiro temos que ter certeza que as vendas internacionais deste filme atendam às nossas expectativas. A gente com certeza vai fazer, espero que possamos começar a filmar ainda este ano. Mas isso só se tivermos um bom roteiro", avisa.
http://g1.globo.com/festival-de-cannes/2011/noticia/2011/05/o-g1-ja-viu-1-filme-erotico-3d-tem-kung-fu-pastelao-e-mensagem.html
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