terça-feira, 12 de julho de 2011

A questão familiar em torno do homossexualidade é discutida em exposição

A questão familiar em torno do homossexualidade é discutida em exposição

A exposição é fruto de uma pesquisa de campo sobre as questões do gênero

03/06/2011 07:27
Railton Teixeira

Fotos: Felipe Brasil/Cortesia

Com a proposta de quebrar o preconceito e promover o debate da vivência familiar diante dos conflitos que envolvem a homossexualidade, o artista multimeios e pesquisador humanista Paulo Santo expôs e debateu com o público o fruto de suas pesquisas, na Pinacoteca Universitária da UFAL, centro de Maceió, na noite desta quinta-feira, 02.

O tema da exposição aborda a saga de uma mãe nordestina que trava uma batalha religiosa, na suspeita e no encalço de retirar de um dos seus filhos possíveis indícios de homossexualidade. Na exposição, o artista mostra através de objetos simples do dia-a-dia a mistura em torno dos temas de ordens sexuais, religiosos e ocultos.

Segundo o artista, a sua pesquisa que segue desde 1991 ao longo de favelas, zonas urbanas, parte alta e elite alagoana o possibilitou a organizar a exposição e de acordo com ele a cada lugar visitado e estudado alguns elementos foram recolhidos e expostos para o público.

“É importante que cada um tenha a sua própria visão, não quis ao montar está exposição criar um conceito de homossexualidade, muito menos a bissexualidade, dentro das questões que envolvem a religião católica, passando pelo protestantismo e ingressando na religião afro-descendente. Tudo isso porque a personagem desconfia que alguns dos seus filhos sejam homossexuais”, expôs Paulo Santo.

Assinando um poema para a exposição à artista plástica e professora universitária, Maria do Socorro Lamenha, descreve a exposição através de uma expressividade amorosa. “O amor, em todas as suas nuances, é um sentimento difícil de ser definido e até ser encontrado”, e de acordo com ela a dúvida ainda paira, pois não sabe se conseguiu colocar em palavras o que acha que seja o sentimento amor.

A exposição seguirá até o dia 8 de julho com visitas diárias manhã e tarde.
http://primeiraedicao.com.br/noticia/2011/06/03/a-questao-familiar-em-torno-do-homossexualismo-e-discutido-em-exposicao

Traumas para a vida toda

Nvunda Tonet
Traumas para a vida toda

O psicólogo clínico Nvunda Tonet considera que as crianças vítimas de violação, abuso ou qualquer meio de coação no campo sexual podem desenvolver alguma perturbação da primeira infância e adolescência, como a hiperactividade, ansiedade generalizada, perturbação de oposição e, em alguns casos transtorno de conduta.

“É importante ressaltar que cada criança reage de forma única, ou seja, duas crianças podem ser violadas, mas cada uma delas tem uma resposta fisiológica e psíquica diferente. O meio social, o apoio dos pais ou encarregados de educação e amigos é fundamental para que a criança possa lidar com esse acontecimento”, explicou. O professor de Psicopatologia na Universidade Óscar Ribas declarou que a criança, além de todo o sofrimento que ela teve durante o abuso sexual, pode sofrer danos a curto e longo prazos. Na sua óptica, uma simples intervenção precoce e efectiva pode modificar todo o desenvolvimento da criança.

Nvunda Tonet disse ainda que esta acção provoca na vítima a falta de auto-estima, problemas com a sexualidade, dificuldade em construir relações duradouras e falta de confiança em si e nas pessoas. “Com tudo isso, a sua visão do mundo e dos relacionamentos se torna muito diferente do jeito das outras pessoas”.

Quanto à possibilidade de a mesma ter um relacionamento sadio com os seus irmãos, o psicólogo declarou que eles podem apresentar resistência face ao problema e, na maioria das vezes desenvolvem uma aversão aos adultos, que geralmente é ultrapassada quando se atinge a adolescência.

Atendendo ao facto de a mãe da criança a ter deixado em casa para ir ver uma telenovela no dia em que a mesma foi violada pela primeira vez, Nvunda Tonet disse que a pobreza é um dos principais elementos responsáveis pelo descuido educacional nas famílias.

“As preocupações com necessidades primárias, principalmente com a saúde e alimentação, leva todo o ser humano a desenvolver improvisadas actividades para garantirem o sustento da sua família. Soma-se a isso a inércia de um Estado que não procura compensar essas carências, que além de deixar a população desprovida de necessidades básicas à sua sobrevivência, não supre a ausência”.


10 de Junho de 2011
http://www.opais.net/pt/opais/?id=1657&det=21538&ss=sexualidade

Homossexualismo tem cura

Dossier
Homossexualismo tem cura
Frei João Domingos afirma que a igreja católica não os repudia; apenas aconselha

Homossexualismo: uma doença ou um desvio?

Eu pessoalmente penso que pode haver pessoas que nascem com tendências fáceis para o homossexualismo. Mas não são determinantes. Para mim trata-se de um desvio que as pessoas ganham a partir de certas amizades, experiências ou iniciações de outras pessoas, habitualmente, mais adultas. A pessoa pode já estar marcada com o hábito da masturbação. Esta, habitualmente fruto de carência afectiva ou experiências de crianças de 7-8 anos, por exemplo. Nestes casos, o evoluir para a homos- sexualidade é fácil, sobretudo se se encontram duas pessoas com o mesmo problema. Mas tudo isto pode ser corrigido com uma boa orientação e aconselhamento, se essas pessoas desejam “curar-se”.

Qual a posição da Igreja Católica face a este problema?

A primeira atitude é acolher bem essas pessoas, não as julgar nem condenar, mas antes tentar saber em diálogo pessoal e secreto, (para nós é como o segredo de confissão), com o padre ou conselheiro, os porquês do aparecimento deste desvio. Depois tentar ajudar a pessoa a perceber o porquê que ela se envolveu ou deixou envolver nesse desvio. Tentar des- culpabilizá-la, pois de facto, embora seja algo mau que lhe está a estragar a vida, o seu crescimento normal, pode a pessoa não ter propriamente culpa. Por isso não falamos de pecado, embora lhe façamos entender as consequências destas práticas para o seu crescimento e desenvolvimento normal presentee futuro. Culpabilizar as pessoas é errado, pois só Deus sabe qual e se há culpa; e em segundo lugar, o sentimento de culpa já a pessoa o tem demais e é uma das causas que a faz cair mais vezes nessa prática.

É provável que haja homossexuais na Igreja?

Claro que sim. Pode acontecer a qualquer pessoa, sobretudo, como eu disse, se essa pessoa já traz marcas a predisporem-na para tal desvio. Nós respeitamos cada pessoa e não faze- mos discriminação. Apenas tentamos ajudá-la a superar tal prática ou hábito, seja católico ou não.

Há uma forma de se acabar com este fenómeno?

Totalmente não. É algo muito antigo e certamente continuará. Mas é possível ajudar pessoas a corrigir esses comportamentos ou hábitos que ga- nharam. Pode demorar alguns anos, mas se a pessoa desejar voltar ao normal é possível. No caso da masturbação, até aos 40 anos de idade é possível e consegue-se frequentemente.

Depois dos 45 de idade torna-se difícil erradicar esse hábito. Mas, em muitos casos consegue-se. A homossexualidade é mais difícil, sobretudo se o companheiro/a não está interessado/a em mudar de comportamento.

Como procederia se numa das suas missas estiver um homossexual?

Já disse acima que a Igreja não faz discriminação de pessoas. A todas respeitamos, sejam elas quem forem. Também já disse que a Igreja não julga nem condena (não deve) seja quem for. Acolhe, ajuda, esclarece e perdoa se a pessoa se sente culpada. E só quando a pessoa vem ter connosco. Se eu souber, por outros caminhos, do seu problema, ignoro até que a pessoa se sinta capaz de falar no assunto. Como já disse acima, a pessoa pode sentir-se só relativamente culpada, ou por ignorância ou por outros motivos.

Como reagiria se tomasse conhecimento de padres ou religiosos que sejam homossexuais?

Se chegar ao meu conhecimento que tal padre ou religioso tem esse problema, vou ao seu encontro e, com toda a amizade e franqueza, falo-lhe do assunto. Pergunto se já está a ser ajudado ou se precisa de ajuda. Eu, pessoalmente continuo a acreditar no método de ajuda fraterna, discreta e não na denúncia pública imediata ou ir logo informar o bis- po. A Igreja, respeita a pessoa e a sua dignidade e sua fama. O mesmo faz com quem provoca aborto, apesar de ser algo grave. Notemos que não se trata aqui de pedofilia. Isso é outro assunto e o Papa João Paulo II e o actual Papa já deram orientações para que tais casos sejam denunciados. O caso do homossexualismo é entendido entre pessoas adultas, mais ou menos da mesma idade. Aqui a situação exige que as pessoas assumam a situação e a queiram inverter. Nós estamos dispostos a ajudar. Eu só conheci dois casos, um dos quais se corrigiu, o outro saiu da Congregação a que ele pertencia. Por acaso eram ambos religiosos, não padres. Mas, repito, não se trata aqui de pedofilia ou violações.
http://www.opais.net/pt/opais/?id=1657&det=3452&ss=sexualidade

"A homossexualidade é uma perversão condenável"

Dossier
"A homossexualidade é uma perversão condenável"

A Bíblia, diz o Bispo Gaspar Domingos da Metodista, privilegia a relação entre um homem e uma mulher


Bispo Gaspar Domingos da Igreja Metodista considera a homossexualidade uma perversão, à luz dos princípios bíblicos, mas diz que os homossexuais são aceites dentro da Igreja como homens e mulheres que de¬vem receber a instrução constante para se perfilarem dentro do que a Bíblia orienta.


Diz, no entanto, que embora os homossexuais são aceites não podem assumir cargos de ministérios, pois não estariam em condições de pregar como recomendável. “Como é que estas pessoas podiam pregar, por exemplo, o texto do Génesis, que orienta o homem a deixar os seus pais e a juntar-se a uma mulher, constituindo desse modo uma só família?”.

O responsável da Igreja Metodista acredita que a homossexualidade pode ser corrigida, se for conheci¬da a origem do problema. “Sei que muitas dessas situações acontecem dentro das famílias desestruturadas

e, às vezes, desde tenra idade. Outros têm a ver com questões económicas; deixam-se levar. E por tudo isso, acho que haverá medidas capazes de corrigir a situação”.

A Bíblia, justifica o prelado, privilegia a relação entre um homem e uma mulher. “Quando falamos da sexualidade no seu todo, os princípios bíblicos orientam que homem nenhum se deite com outro homem , e mulher nenhuma se deite com outra, porque o homem foi criado como companheiro da mulher, no sentido de se assegurar a reprodução”.

Para o bispo, a homossexualidade é uma perversão no quadro dos princípios bíblicos. “O livro da disciplina na Igreja Metodista não aceita, prática da homossexualidade; ela é reprovável, mas somos tolerantes, como quaisquer crentes, mas nunca assumem, como disse, cargos de relevância”.

Cita, como exemplo, que nos Estados Unidos alguns obreiros passaram a ter problemas dentro da própria comunidade não apenas com os responsáveis da Igreja, a partir do momento que estes assumiram a condição de homossexuais.

Teixeira Cândido

26 de Maio de 2009
http://www.opais.net/pt/opais/?id=1657&det=3417&ss=sexualidade

Importadores pressionam liberalização de material pornográfico

Produtos proibidos
Importadores pressionam liberalização de material pornográfico

Aprovável alteração da Pauta Aduaneira no próximo ano já faz com que alguns sectores empresariais dedicados à importação de variadíssimos produtos pressionem a Direcção Nacional das Alfândegas no sentido de permitir a entrada no país de produtos até agora tidos como pornográficos.

Actualmente, a Direcção Nacional das Alfândegas desenvolve uma série de consultas com diversos organismos ministeriais e empresariais, sendo nestes últimos onde se situam os indivíduos que pretendem ver alterados alguns pontos do artigo 54, constantes do decreto 2/ 08 de 4 de Agosto, particularmente os que proíbem a entrada em Angola de bebidas ou comprimidos estimulantes sexuais, livros, impressos, fotografias, fitas cinematográficas, desenhos, estampas, objectos pornográficos ou de estímulos sexuais.

Na realidade, de acordo com informações apuradas por este jornal, as autoridades alfandegárias e a própria Polícia Fiscal têm permitido apenas a entrada destes materiais pornográficos quando se apresentam como para uso próprio, proibindo apenas a importação de grandes quantidades destinadas sobretudo para a comercialização. Mas estes limites não travam a existência cada vez maior destes produtos pornográficos, cuja comercialização é tida como proibida, sendo o caso mais flagrante a venda nas principais praças da cidade de vídeos ou DVDs com filmes de cariz sexual.

“A venda de filmes pornográficos também é crime. E como a pornografia vem em DVD, está abrangida igualmente nos artigos 31, 32 e 34 da Lei 4/90 de 10 Março, que é a chamada Lei dos Direitos de Autor. Pune com prisão e multas aqueles que forem apanhados a comercializar tais produtos”, contou uma fonte afecta à Direcção Nacional de Inspecção às Actividades Económicas, a conhecida Polícia Económica.

A comercialização de filmes é apenas a ponta mais visível de um mercado negro existente há anos em Luanda e arredores onde qualquer cidadão pode encontrar variadíssimos produtos libidinosos e outros até agora tidos por alguns sectores mais conservadores da sociedade angolana como perversos.

Maria António (nome fictício), secretária de um conhecido grupo empresarial contou a O PAÍS que já conseguiu comprar aqui mesmo em Luanda óleos exóticos, líquidos para fricção dos órgãos genitais, fantasias diversas, borboletas clitorianas que dão a sensação de alcance de orgasmos e outros produtos.

A primeira vez que teve acesso aos referidos produtos foi por intermédio de algumas comerciantes brasileiras que se dedicam oficialmente a comercialização de roupas, mas que tinham à disposição outros produtos, incluindo vibradores (pénis artificiais).

“Tive conhecimento porque uma amiga contou-me da presença delas. Eram sobretudo pessoas que vendiam roupas, mas inicialmente pedimos que nos trouxessem estas coisas. Pessoalmente nunca comprei um vibrador, mas tenho colegas que já compraram vários”, explicou a jovem de 36 anos, acrescentando que “não se tratam apenas de produtos para mulheres. É para a brincadeira dos próprios casais”.

Normalmente, Sandra Pascoal (outro nome fictício, que introduzimos a pedido da própria entrevistada), publicitária, contou a este jornal que inicialmente adquiria alguns destes ‘produtos proibidos’ quando se deslocasse a Portugal, África do Sul ou Brasil, mas hoje encontra-os aqui mesmo em Luanda, das mãos das conhecidas “moambeiras” que se dedicam legalmente à venda de roupas.

Segundo ela, os óleos para massagens que devem ser friccionados nos órgãos genitais masculinos ou femininos adquiri-os numa conhecida casa de cosméticos, cuja denominação preferiu omitir. “Há de tudo um pouco aqui, desde os óleos relaxantes, pastilhas, um kit de bolinhas, cuecas comestíveis com sabores que vão desde o morango ao chocolate e ao pêssego, assim como uma tampa de chocolate, também comestível, com que as mulheres podem tapar o seu sexo e os homens comem durante as preliminares”, acrescentou.

Sandra explica que na capital do país o preço de um vibrador pode ficar entre os 150 e 200 dólares norte-americanos, independentemente da cor de cada um. Diz ela que os vibradores pretos chegam a ser mais caros, porque “é raro de se encontrar”. Quanto aos óleos relaxantes, segundo a nossa interlocutora, os frascos custam entre os 20 e 25 dólares cada.

“As pessoas que vendem roupa também trazem isso. Nas conversas com as amigas ficamos a saber de tudo”, contou a senhora, a caminho dos 40 anos de idade, revelando que “outras fantasias como as de enfermeira, professora, tigre, cozinheira ou gata selvagem custam entre 100 e 120 dólares, podem ser encontradas em muitas casas de roupa íntima em Luanda, mas só que muitas das vezes não são expostas ao público”.


Tabu?

As duas interlocutoras deste jornal concordaram que apesar da proibição da entrada de material pornográfico, principalmente quando destinado ao comércio, aumenta consideravelmente o número de pessoas que utilizam os adereços sexuais que mencionaram.

Maria António considera que servem para “brincadeira dos casais”, ao passo que Sandra Pascoal acredita que é “para quebrar a monotonia do casal”. A segunda justifica o uso os referidos produtos “porque é uma forma indirecta de manter a relação, tendo em conta o stress que as pessoas aparentam quando regressam à casa”.


Alfândega nega pressão

Uma fonte do gabinete do director nacional das Alfândegas, Sílvio Burity, que preferiu falar sob anonimato, não confirmou a existência de pressões

a nível dos importadores para que se liberalize a entrada de material pornográfico.

Segundo a fonte, o decreto-lei 2/08 de 4 de Agosto estabelece os referidos produtos como mercadorias de importação proibida quando importados para fins comerciais. Garantiu que estas mercadorias não são interditas quando entram em quantidades não comerciais, porque a alfândega não tem competência para os travar.

Questionada outra vez sobre a existência de informações que apontam para algum tipo de pressão no sentido da liberalização dos referidos produtos, a fonte disse que a “Alfândega reserva-se apenas ao direito de verificar a qualidade, quantidade e a

Aspecto (desfocado) de uma sexy shop. em natureza da mercadoria importada, quer seja por via terrestre, marítima ou aérea. Desde que não colidam com os procedimentos aduaneiros”.

A fonte reconhece a presença de quantidades consideráveis dos materiais tidos como proibidos a serem comercializados em alguns pontos da cidade, principalmente revistas pornográficas. Ela acredita que é uma mercadoria que entra através do contrabando, ou seja, de forma camuflada.

“O contrabando acontece de várias formas, seja ela terrestre, marítima ou aérea. Nós trabalhamos com base num perfil de risco, quando uma determinada importação cai neste perfil actuamos”, justificou.

Para que a Direcção Nacional das Alfândegas deixasse de ver os referidos bens como mercadorias proibidas seria necessária a alteração da Lei. O próprio decreto-lei que estabelece a proibição não é um produto desta instituição afecta ao Ministério das Finanças, que actualmente está em concertação com outros ministérios, instituições comerciais e empresariais para a actualização da nova Pauta Aduaneira. A nova será harmonizada já no próximo ano, segundo informações apuradas por este jornal.

“Não posso dizer que seja isto que leva algumas pessoas a pensarem que se pode mexer nos pontos proibidos, porque nada nos levou até agora a pensar assim”, rematou a fonte do gabinete do director nacional das Alfândegas, Sílvio Burity.

Dani Costa

11 de Julho de 2011
http://www.opais.net/pt/opais/?id=1657&det=22066&mid=

´A outra´ gera polémica

´A outra´ gera polémica

A dor de dividir o marido
Depois de alguns anos de vivência, o anterior companheiro de Maria do Céu decidiu visitar a sua terra natal: o Úige. O que parecia ser uma viagem normal, acabou por se tornar fatal para uma relação que se adivinhava duradoira. Além dos víveres, para espanto da senhora, o cônjuge regressou das terras do "bago vermelho" com uma outra encomenda na bagagem, uma conterrânea com quem acabou por ficar por suposta obrigação dos seus parentes.

"Isso aconteceu em 1992. Ele contou-me que foi obrigado a ficar com ela por ser da mesma terra. Tivemos de viver juntas na mesma casa e houve vezes em que tínhamos de partilhar a mesma cama com o nosso marido. Ele dormia no meio, eu à frente e ela atrás dele, até que chegou um tempo em que já não aguentava mais e tive de me separar", contou a nossa interlocutora.
Depois do afastamento, Maria do Céu não conseguiu se conciliar com o companheiro. E este aproveitou o tempo de separação para fazer outros dois filhos com a sua conterrânea. Infelizmente, as duas acabaram por perder definitivamente o marido, tendo ele investido numa terceira aventura amorosa que dura até hoje. Agora, a anterior primeira é a segunda de outro homem que conheceu há menos de um ano.
O facto de se ter tornado a outra de um homem já comprometido não a incomoda. "Eu aceitei, por que é que haveria de negar? Sei que é complicado aceitar que amanhã ele vá dormir com outra e no dia seguinte vem passar à noite comigo", defendeu-se a jovem, hoje quase refeita do anterior desaire amoroso. E acrescentou: "faço isso por amor, mas, na realidade, muitas aceitam isso por interesses materiais. Se fosse para ser a terceira ou a quarta é que não admitia, por nada neste mundo"
Apesar de ser um assunto cada vez mais presente, a existência das «segundas, terceiras ou quartas esposas» nunca mereceu tantos comentários como nos últimos dias, por causa da disseminação da música "A Outra", inserida no último disco do músico Matias Damásio, intitulado "Amor e Festa na Lixeira". Trata-se de uma canção em que uma segunda esposa reclama os seus direitos e acabou por acrescentar mais uma «pitada de sal» na análise deste fenómeno socio cultural, com muitos contornos, incluindo religiosos. Até hoje a doutrina cristã considera a prática da poligamia um pecado, ao passo que os muçulmanos contrariam claramente o posicionamento dos seguidores de Cristo e consideram ser um absurdo
Embora afirme não conhecer linearmente o conteúdo do último sucesso do jovem de Benguela, a socióloga e professora universitária Fátima Viegas, foi uma das convidadas de O PAÍS para falar sobre a poligamia. Ela salientou que "merece, efectivamente, várias interpretações e implicações sociais", porque, de acordo com a directora do Instituto dos Assuntos Religiosos (INAR), esta sociedade rege-se por um código de família monogâmico, onde o marido tem a sua mulher e vice-versa. "Quando aparece uma outra, é alguém que está a introduzir algo ou a querer perturbar aquilo que tem o seu percurso normal. Vem desestabilizar uma família já constituída", explicou a docente
Não obstante a existência de um código de família monogâmico, observa-se cada vez mais o aparecimento de novos casais, onde o homem já é comprometido oficialmente ou aos olhos de Deus. Outros até vivem em união de facto com as primeiras, segundas ou terceiras senhoras. Isso desenrola-se perante o olhar silencioso dos familiares de ambas as partes e até das companheiras casadas (ou oficiais), num país em que a poligamia nunca foi institucionalizada
"Seja como for, mas não me conformo comisso. Só de pensar que o meu marido vai passar uma noite fora, é um grande transtorno. É uma noite que se perde e a casa fica vazia. Penso que ela também foi usada e o meu desejo é que um dia ele regresse definitivamente. Não tenho boa relação com a minha rival, mas não quer dizer que tenhamos problemas", atirou Sãozinha, outra moradora de Viana, ainda na casa dos 20 anos, mas com três filhos e um quarto a caminho
Sem quaisquer argumentos técnicos ou científicos, a rapariga, que viu o marido partir recentemente para uma segunda relação, depois de 14 anos juntos, descreveu algumas das razões que fazem com que muitos homens partam à procura de novas parceiras
Normalmente, na visão da nossa in terlocutora, os argumentos passam de acordo com explicações que diz ter recebido de amigos – pela falta de respeito aos maridos ou parentes destes e os desentendimentos na vida sexual
O recurso aos eventuais desentendimentos sexuais na cama não é encarado como base para muitas das separações e os homens saiam logo à caça da segunda ou terceira. As senhoras ouvidas pelo jornal acreditam que o "assunto cama", muitas vezes considerado polémico ou mesmo "sagrado", pode ser resolvido com a ajuda de médicos ou outros especialistas em sexologia.
Questionada pelo jornal O PAÍS sobre os motivos que levaram o seu esposo a encontrar mais uma parceira, Sãozinha respondeu prontamente: "ele só diz que também não sabe e que um dia vão entender. Mas, na realidade, nunca conseguiu dar uma resposta que convença às pessoas"
Sarcásticas, Sãozinha e Maria do Céu, os nomes fictícios com que as duas senhoras se apresentaram ao jornal, juraram a pés juntos que o dinheiro é a principal causa que empurra os homens para as "outras", porque muitos deles sentem-se incomodados quando têm os bolsos cheios. E o contrário. "Quando estão fracos voltam à primeira e ficam. Isso é verdade e temos prova disso. E aqueles que têm mais de duas mulheres é pura ilusão e orgulho, porque não amam nenhuma delas.
"Quando não têm dinheiro não se conseguem deslocar", responderam de seguida.
Além dos problemas emocionais, elas defenderam que os pais polígamos podem causar, directa ou indirectamente, outros problemas no seio da família, independentemente das suas posses. Uma delas explicou que, desde que o esposo bandeou-se para a segunda, a situação no seu lar começou a deteriorar-se em todos os sentidos.
Após a concretização da segunda relação, a jovem"São" viu o tecto desabar. O salário do esposo passou a ser repartido com a rival, assim como as roupas e os bens de primeira necessidade que ele levava regularmente à casa. "O sentimento também diminui e aos poucos começou a reduzir a atenção que me prestava. Ninguém se conforma com isso, sobretudo quando fazes o jantar e ele não aparece para comer. Quem mais tem paciência para voltar a fazer uma boa refeição, se não tem certeza que ele vai aparecer?", questionou Sãozinha.
Visivelmente abalada, "São"ainda tentou buscar o consolo de uma companheira durante a conversa com este períodico. Só que a última não está com rodeios quando o assunto é ser a "outra" ou partilhar o parceiro com uma segunda ou terceira. "Prefiro ficar como estou, solteira e boa rapariga. Não aceito ser a segunda, porque isso não tem muita piada. A pessoa é insultada constantemente pela rival", comentou a amiga de Sãozinha.
Porém, a culpabilização dos homens não é algo tão consensual mesmo em muitos círculos femininos. Algumas acreditam que perdem os seus companheiros porque as segundas ou terceiras recorrem, muitas das vezes, a práticas obscuras para cativá-los. Usam uma substância que conhecem pelo nome de "medicamento" que utilizam para "cozinhar o marido das outras", segundo as nossas interlocutoras.
Verdade ou mentira, Sãozinha e Maria do Céu corroboraram que o "medicamento", como o consideram, surte efeitos imediatos. Ao ponto dos esposos esquecerem as primeiras e instalarem-se, definitivamente, nos aposentos das"outras".

8 de Dezembro de 2008
http://www.opais.net/pt/opais/?id=1657&det=1240&ss=sexologia

Só na impotência o homem lembra do urologista

segunda-feira, 11 de julho de 2011 18:27 [Nenhum Comentário]
Da Redação

A consulta periódica ao urologista deveria fazer parte da vida de todo homem. Mas a falta de tempo, e, às vezes, de informação, faz com que muitos passem anos sem os cuidados desse especialista. De acordo com uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Urologia, 44% dos homens buscam auxílio desse médico apenas quando possuem queixas de impotência sexual.

De acordo com a urologista e terapeuta sexual da Faculdade de Medicina do ABC, Sylvia Faria Marzano, desde criança o homem deve realizar consulta anual ao urologista, mesmo sem estar com algum tipo de sintoma. “A consulta anual é de extrema importância, principalmente, para homens acima de 40 anos. É a partir dessa idade que o homem necessita de uma prevenção maior às doenças da próstata e de monitoração mais precisa dos hormônios importantes para a qualidade de vida”, afirma a médica.

Para o jovem, o urologista também é importante para a orientação no início da vida sexual e também para os cuidados com o trato urinário na prevenção a infecções e doenças sexualmente transmissíveis. De acordo com a urologista, as prática sexuais se modificaram e isso exige que os jovens fiquem mais atentos. “As infecções do pênis, hoje são muito frequentes pela prática do sexo oral e também das uretrites e prostatites pelo sexo anal sem preservativo”, afirma Sylvia.

As doenças sexualmente transmissíveis também são queixa comum entre os mais jovens. Uma pesquisa do INCA (Instituto Nacional do Câncer) revelou que o HPV (papiloma virus do homem) está associado a até 75% dos casos de câncer de pênis. A doença causa verrugas nos genitais, e infecções da pele do pênis. No entanto, esse vírus pode ficar "incubado" no paciente por até 15 anos antes de aparecer algum sintoma.

Prevenção é feita em 30 segundos

A resistência à consulta ao urologista é motivada muitas vezes pelo preconceito ao exame de toque retal, pela vergonha da queixa ou por medo do julgamento do médico. A pesquisa Datafolha “Saúde masculina: o homem e o câncer de próstata”, encomendada pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), revelou que 76% dos homens afirmam ter conhecimento sobre o exame de toque retal para detectar o câncer da próstata, mas apenas 32% já o fizeram.

O exame do toque é rápido, dura de 5 a 30 segundos, e indolor pois, utiliza-se lubrificantes. O teste pode auxiliar na descoberta de um tumor, que em fase precoce, possibilita alto grau de cura. Recomenda-se que o exame retal seja feito em todos os homens acima de 50 anos, como parte do exame médico de rotina, e se houver algum caso confirmado na família, esta prevenção deve ser semestral e iniciar-se entre 40 e 45 anos.

Segundo a urologista Sylvia, a prevenção mais importante é em relação ao câncer da próstata, mas existem outras doenças sérias que acometem a região. “A hiperplasia prostática benigna que é um aumento benigno, pode dar sintomas de dificuldade para urinar, que diminui a qualidade de vida do homem e também pode alterar a função sexual. As infecções da próstata também causam dor ao ejacular e mudam o aspecto do sêmen, podendo ser até sangue”, afirma.

Impotência sexual

Ao contrário do que a maioria pensa, a queixa sexual é muito comum também em homens mais novos. Segundo a urologista, o problema, na maioria das vezes, acontece porque os jovens se cobram muito em relação à performance, têm ansiedade constante, ou estão passando por problemas externos, que muitas vezes não conseguem visualizar.

“Nos homens mais velhos, o grande vilão para ocorrerem as disfunções eréteis é a falta de erotismo, a monotonia e a domesticidade que acomete os casais, que acham que não há necessidade mais do namoro, de conquista e de novidade no relacionamento”, afirma Sylvia. O tratamento depende da causa, mas mesmo as orgânicas (alterações em exames que podem ser solucionadas com o uso de medicamentos), precisam de um acompanhamento psicológico. (Colaborou Carolina Neves)
http://www.reporterdiario.com.br/Noticia/297339/so-na-impotencia-homens-lembram-de-urologista/