DOMINGO, 29 DE MAIO DE 2011
SEXUALIDADE MASCULINA APÓS LESÃO MEDULAR- PARTE 1
Muitas pessoas associam lesão medular à perda da função sexual, particularmente em homens, mas na verdade, paralisia hoje em dia não significa mais o fim de relacionamento sexual ou da habilidade para a paternidade.
Cerca de metade dos homens com LM são incapazes de apresentar ou manter uma ereção sem ajuda e, 95% de ejacular, diz Dr. Richard E. Berger, professor do Departamento de Urologia e Co-Diretor do Centro de Reprodução Sexual da Clínica Médica da Universidade de Washington. Ambos os problemas, diz Berger, podem agora ser conduzidos de maneiras diferentes.
Talvez o mais simples método de produzir uma ereção seja o de usar uma bomba de vácuo que se adapte ao pênis e que traga sangue para dentro dele por meio de sucção. Este método é muito efetivo e traz resultados satisfatórios em 80 a 90% dos homens que o utilizam, sendo que, além de tudo, é um método completamente não invasivo. Cuidados devem ser tomados para se evitar a formação do anel constritivo por mais de meia hora de cada vez, prevenindo assim, o risco de se formarem coágulos dentro do pênis.
“Uma bomba de vácuo custa, geralmente, menos do que US$500 (dólares)”, diz Berger. A desvantagem é que o uso desse equipamento requer um planejamento e aptidão para usá-lo e alguns casais se sentem embaraçados para utilizar o equipamento. A bomba também pode causar hematoma no pênis se for bombeada com muita força ou por muito tempo.
Outro método para produzir uma ereção é injetar uma pequena quantidade de droga, usualmente a prostaglandina E-1, diretamente no pênis, para aumentar o fluxo sanguíneo. “Essencialmente, essa injeção faz o mesmo papel que os nervos fariam sobre os vasos sanguíneos” diz Berger. “Uma pequena agulha de insulina (da mesma utilizada pelos diabéticos) é utilizada no processo e, mesmo para homens com alguma sensação, não é muito doloroso.”
Assim como no método de sucção/constrição, a dose da medicação deve ser ajustada para agir somente durante 30 minutos, para evitar o perigo de uma ereção muito prolongada. “As primeiras injeções são aplicadas numa clínica para que seja estabelecida a dosagem correta”, diz Berger. Injeções no pênis podem ser utilizadas somente uma vez por dia e existe o risco de causar ferimento no pênis, por isso, Berger recomenda que elas não sejam usadas mais do que 2 vezes por semana. Muitos homens com LM preferem este método porque é mais rápido e não requer um equipamento aparatoso. A droga funciona em 60-70% dos casos em que é utilizada e custa cerca de US$10 a US$20 (dólares) por injeção, dependendo da quantidade usada em cada aplicação.
Se um homem com tetraplegia não tem a capacidade de operar uma bomba de vácuo, ou aplicar a injeção por si mesmo, sua companheira deverá aprender a fazer isso por ele. Muitos casais aprendem a incorporar esses recursos como parte do ato sexual e até descobrem que eles podem aumentar a excitação. Quando nem a bomba de vácuo e nem a injeção produzem os efeitos desejados os homens com LM podem optar por fazer um implante cirúrgico de um aparelho semi-rígido ou inflável no pênis. “Existem muitos tipos de implantes penianos mas, os que funcionam melhor para os homens que não possuem sensação são os que possuem um sistema de auto insuflação”, diz Berger. Nestes sistemas, uma pequena bomba, usualmente localizada na ponta do pênis, insufla o implante com fluído quando a ereção é desejada. Na LM, a falta de sensação pode levar a um problema de erosão peniana que é uma lesão feita na pele, provocada pelo o implante, e que acontece devido a falta de sensibilidade local. Implantes que se tornam flácidos quando não estão em uso criam menos pressão sobre a pele e também menos risco de erosão.
Implantes penianos são também úteis para homens que tem problema com o uso de catéter de borracha e apresentam retração peniana. No entanto, a colocação de um implante peniano danifica o tecido erétil do pênis. Se um implante for removido, o tecido não funcionará tão bem como funcionava antes do implante ser colocado. “Implantes também são muito dispendiosos custando uma faixa de US$10.000 (dólares), ou mais, pelo implante e mais a cirurgia para colocá-lo”, diz Berger. “Desta maneira, nós aconselhamos que sejam tentados outros métodos mais baratos e reversíveis em primeiro lugar”.
Tecnologia e medicina podem tornar a relação sexual possível para homens com LM mas, o ato sexual em si não será o mesmo de antes da lesão. Sem a sensação genital e/ou o orgasmo, os homens com LM normalmente devem aprender a focalizar a relação sexual em outras formas alternativas de estimulação. “Outras áreas do corpo frequentemente se tornam mais sensíveis”, diz Berger. “Quando os homens com lesão medular sonham,” ele adiciona, “eles normalmente sonham consigo mesmo como não possuindo LM. No sonho eles podem sentir tudo. Eu conheço alguns deles que conseguem se colocar dentro de um sonho quando vão fazer sexo.”
“Homens com paralisia também se tornam mais concentrados em proporcionar prazer as suas companheiras e isso proporciona a eles próprios mais prazer”, diz Berger. “Eles gostam de observá-las e isso estimula o desejo deles em querer fazer as coisas funcionarem o mais próximo do normal possível. Imaginar que eles podem funcionar sexualmente e satisfazer suas companheiras sexualmente traz satisfação e muito mais ainda quando eles conseguem realizar isto de fato. Sexo é muito mais do que o que está entre as orelhas.”
FONTE: Bengala Legal
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
SEXUALIDADE MASCULINA APÓS LESÃO MEDULAR - PARTE 2
TERÇA-FEIRA, 31 DE MAIO DE 2011
SEXUALIDADE MASCULINA APÓS LESÃO MEDULAR - PARTE 2
Fertilidade
Em muitos casos, os testículos continuam produzindo esperma após a LM mas, a ejaculação está impedida. Assim, o desafio para os homens com LM que querem tornar-se pais é conseguir retirar o esperma de dentro de seus corpos a fim de que ele seja utilizado em inseminação artificial. Existem 3 técnicas básicas: duas para induzir a ejaculação e outra envolvendo a remoção cirúrgica através de uma pequena incisão na bolsa escrotal. Porque o método cirúrgico pode causar ferimento e um possível bloqueio nos vasos deferentes, Berger diz que, geralmente, outros dois métodos, descritos a seguir, são tentados primeiramente.
Um deles é colocar um vibrador contra a cabeça do pênis para estimular o reflexo da ejaculação. Este método tem sido usado durante 13 anos e funciona bem em homens com injúrias abaixo de L2, nos quais os reflexos necessários estão praticamente preservados. “Um novo vibrador que foi criado tem trazido o índice de sucesso para cima de 70%”, diz Berger. “É um método que pode ser usado em casa e o esperma pode ser inseminado em casa mesmo, usando-se uma seringa vaginal, o que faz com que todo o processo pareça menos clínico.
O segundo método, que tem sido usado por 6 a 7 anos é estimular a glândula prostática, a vesícula seminal e os vasos deferentes, com um cabo elétrico introduzido no reto. A estimulação faz com que a glândula se contraia produzindo ejaculação artificial. Para os pacientes que possuem sensação, a eletroejaculação pode ser dolorosa e necessita ser realizada com anestésicos, diz Berger “mas, felizmente para a maior parte das pessoas que utilizam este método, elas não podem mais sentir dor”.
Ambos os métodos, a estimulação vibratória e a eletroejaculação, podem causar disreflexia autonômica, assim, a pressão sanguínea deve ser monitorizada de perto, durante ambos os procedimentos. “Se alguém começar a apresentar elevação da pressão sanguínea nós interrompemos o processo.” Os pacientes que apresentam disreflexia durante o procedimento podem ser tratados com uma droga tipo nifedipine antes de uma sessão futura, para controlar o problema.
“Outra preocupação com a indução da ejaculação é o nível de atividade e mobilidade do esperma que deve estar baixa, especialmente no principio da lesão”, diz Berger. Em homens que não ejaculam o esperma fica depositado no trato por um longo período o que reduz a mobilidade do espermatozóide. Este problema pode ser melhorado frequentemente usando-se estimulações repetidas e tratando-se o esperma recém adquirido no laboratório com drogas que aumentam o nível de energia celular.
Com estes métodos, diz Berger, sua clínica atingiu um aumento no índice de gravidez próximo aos 30%. “Depende do quanto persistente as pessoas são” ele adiciona. Utilizando-se os melhores meios, pessoas com LM apresentam um índice de gravidez de apenas 20% ao mês, havendo necessidade de se repetir muitas vezes, antes que a inseminação artificial possa ser um sucesso. Nos últimos 5 anos, Berger estima que a sua clínica habilitou cerca de 20 homens a se tornarem pais.
FONTE: Bengala Legal
SEXUALIDADE MASCULINA APÓS LESÃO MEDULAR - PARTE 2
Fertilidade
Em muitos casos, os testículos continuam produzindo esperma após a LM mas, a ejaculação está impedida. Assim, o desafio para os homens com LM que querem tornar-se pais é conseguir retirar o esperma de dentro de seus corpos a fim de que ele seja utilizado em inseminação artificial. Existem 3 técnicas básicas: duas para induzir a ejaculação e outra envolvendo a remoção cirúrgica através de uma pequena incisão na bolsa escrotal. Porque o método cirúrgico pode causar ferimento e um possível bloqueio nos vasos deferentes, Berger diz que, geralmente, outros dois métodos, descritos a seguir, são tentados primeiramente.
Um deles é colocar um vibrador contra a cabeça do pênis para estimular o reflexo da ejaculação. Este método tem sido usado durante 13 anos e funciona bem em homens com injúrias abaixo de L2, nos quais os reflexos necessários estão praticamente preservados. “Um novo vibrador que foi criado tem trazido o índice de sucesso para cima de 70%”, diz Berger. “É um método que pode ser usado em casa e o esperma pode ser inseminado em casa mesmo, usando-se uma seringa vaginal, o que faz com que todo o processo pareça menos clínico.
O segundo método, que tem sido usado por 6 a 7 anos é estimular a glândula prostática, a vesícula seminal e os vasos deferentes, com um cabo elétrico introduzido no reto. A estimulação faz com que a glândula se contraia produzindo ejaculação artificial. Para os pacientes que possuem sensação, a eletroejaculação pode ser dolorosa e necessita ser realizada com anestésicos, diz Berger “mas, felizmente para a maior parte das pessoas que utilizam este método, elas não podem mais sentir dor”.
Ambos os métodos, a estimulação vibratória e a eletroejaculação, podem causar disreflexia autonômica, assim, a pressão sanguínea deve ser monitorizada de perto, durante ambos os procedimentos. “Se alguém começar a apresentar elevação da pressão sanguínea nós interrompemos o processo.” Os pacientes que apresentam disreflexia durante o procedimento podem ser tratados com uma droga tipo nifedipine antes de uma sessão futura, para controlar o problema.
“Outra preocupação com a indução da ejaculação é o nível de atividade e mobilidade do esperma que deve estar baixa, especialmente no principio da lesão”, diz Berger. Em homens que não ejaculam o esperma fica depositado no trato por um longo período o que reduz a mobilidade do espermatozóide. Este problema pode ser melhorado frequentemente usando-se estimulações repetidas e tratando-se o esperma recém adquirido no laboratório com drogas que aumentam o nível de energia celular.
Com estes métodos, diz Berger, sua clínica atingiu um aumento no índice de gravidez próximo aos 30%. “Depende do quanto persistente as pessoas são” ele adiciona. Utilizando-se os melhores meios, pessoas com LM apresentam um índice de gravidez de apenas 20% ao mês, havendo necessidade de se repetir muitas vezes, antes que a inseminação artificial possa ser um sucesso. Nos últimos 5 anos, Berger estima que a sua clínica habilitou cerca de 20 homens a se tornarem pais.
FONTE: Bengala Legal
FISIOTERAPIA E SEXUALIDADE
SÁBADO, 11 DE JUNHO DE 2011
FISIOTERAPIA E SEXUALIDADE - POR PAULA FERRARI
Trabalhar com lesão medular sempre foi uma das minhas grandes paixões como fisioterapeuta, não só pelo perfil dos pacientes, mas principalmente por toda a grandiosidade que envolve sua reabilitação. Não basta apenas entender de biomecânica ou locomoção, mas sim de todo o complexo que chamamos de Corpo Humano.
E foi nesses anos de estudos que me deparei com uma área pouco explorada pela fisioterapia, mas muitíssimo importante para o paciente: a reabilitação sexual.
Muito se engana quem pensa que o fisioterapeuta se limita apenas a orientar algumas questões, mais ainda enganados estão os que pensam que nada temos com isso.
Pois é, se nosso papel como terapeuta é fazer com que o paciente retome à sua vida na sociedade, tão importante quanto é fazer com que ele retome à sua vida sexual.
Falar sobre esse assunto é bastante difícil para alguns pacientes, mas ciente das possíveis dificuldades que podem ocorrer, é nosso dever, enquanto profissional, abordar este tema.
Mas o que o fisioterapeuta tem a ver com isso? Orientações quanto ao posicionamento e cuidados com o corpo, de modo geral contribuem bastante para uma vida sexual mais satisfatória.
Adaptações e algumas modificações são necessárias na maioria dos casos, estas podem até dificultar um pouco as coisas, mas não impossibilitam de forma alguma o ato sexual.
O objetivo da abordagem é diferente com cada paciente e a intensidade das mudanças varia de acordo com o nível e o tipo de lesão.
Podemos auxiliar nas questões práticas como transferências, melhora da mobilidade e principalmente na melhora do controle de tronco e pelve, o que para os homens é muito importante para devolver um pouco mais de autonomia no ato sexual.
Uma conversa aberta com o paciente e com o parceiro (a) pode ser o início de uma nova fase da reabilitação.
Mais importante que estar bem orientado é estar aberto para novas experiências, rever conceitos, se livrar de inseguranças, medos e preconceitos.
Acredito que o sexo precisa deixar de ser visto como um tabu ou algo desnecessário e sem importância para a reabilitação.
“Quando sua realidade muda, seus sonhos não precisam mudar”
Por:Ft. Paula Ferrari
paula.pferrari@yahoo.com.br
Fonte: Ser Lesado
FISIOTERAPIA E SEXUALIDADE - POR PAULA FERRARI
Trabalhar com lesão medular sempre foi uma das minhas grandes paixões como fisioterapeuta, não só pelo perfil dos pacientes, mas principalmente por toda a grandiosidade que envolve sua reabilitação. Não basta apenas entender de biomecânica ou locomoção, mas sim de todo o complexo que chamamos de Corpo Humano.
E foi nesses anos de estudos que me deparei com uma área pouco explorada pela fisioterapia, mas muitíssimo importante para o paciente: a reabilitação sexual.
Muito se engana quem pensa que o fisioterapeuta se limita apenas a orientar algumas questões, mais ainda enganados estão os que pensam que nada temos com isso.
Pois é, se nosso papel como terapeuta é fazer com que o paciente retome à sua vida na sociedade, tão importante quanto é fazer com que ele retome à sua vida sexual.
Falar sobre esse assunto é bastante difícil para alguns pacientes, mas ciente das possíveis dificuldades que podem ocorrer, é nosso dever, enquanto profissional, abordar este tema.
Mas o que o fisioterapeuta tem a ver com isso? Orientações quanto ao posicionamento e cuidados com o corpo, de modo geral contribuem bastante para uma vida sexual mais satisfatória.
Adaptações e algumas modificações são necessárias na maioria dos casos, estas podem até dificultar um pouco as coisas, mas não impossibilitam de forma alguma o ato sexual.
O objetivo da abordagem é diferente com cada paciente e a intensidade das mudanças varia de acordo com o nível e o tipo de lesão.
Podemos auxiliar nas questões práticas como transferências, melhora da mobilidade e principalmente na melhora do controle de tronco e pelve, o que para os homens é muito importante para devolver um pouco mais de autonomia no ato sexual.
Uma conversa aberta com o paciente e com o parceiro (a) pode ser o início de uma nova fase da reabilitação.
Mais importante que estar bem orientado é estar aberto para novas experiências, rever conceitos, se livrar de inseguranças, medos e preconceitos.
Acredito que o sexo precisa deixar de ser visto como um tabu ou algo desnecessário e sem importância para a reabilitação.
“Quando sua realidade muda, seus sonhos não precisam mudar”
Por:Ft. Paula Ferrari
paula.pferrari@yahoo.com.br
Fonte: Ser Lesado
SEXUALIDADE DO ADOLESCENTE COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
DOMINGO, 10 DE JULHO DE 2011
SEXUALIDADE DO ADOLESCENTE COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
O deficiente intelectual, como qualquer outro indivíduo, tem necessidade de expressar seus sentimentos de modo próprio e intransferível. A repressão da sexualidade, nestes indivíduos, pode alterar seu equilíbrio interno, diminuindo as possibilidades de se tornar um ser psiquicamente integral. Por outro lado, quando bem encaminhada, a sexualidade melhora o desenvolvimento afetivo, facilitando a capacidade de se relacionar, melhorando a auto-estima e a adequação à sociedade.
A discussão do tema sexualidade em nossa cultura vem acompanhada de preconceito e discriminação. Quando o tema passa a ser sexualidade no deficiente mental, o preconceito e a discriminação são intensificados e geram polêmica quanto às diferentes formas de abordá-lo, tanto com os próprios adolescentes, quanto com suas famílias e na escola.
É importante lembrar que a sexualidade é uma função natural, existente em todos os indivíduos. Pode-se expressar no seu componente afetivo, erótico ou afetivo-erótico.
Master e Johnson apontam a importância de reconhecer que nem todas as pessoas deficientes são semelhantes em suas capacidades de aprendizado e independência, estabilidade emocional e habilidade social.
Apesar das diferenças entre os deficientes, quase todos são capazes de aprender a desenvolver algum nível de habilidade social e conhecimento sexual. Isso pode incluir habilidade para diferenciar comportamento apropriado e não apropriado e para desenvolver um senso de responsabilidade de cuidados pessoais e relacionamento com os outros.
A melhora dos cuidados de saúde e o avanço social que as pessoas com deficiência mental vêm alcançando, nas últimas décadas, têm sido muito grande. Atualmente, por meio do processo de inclusão social, os deficientes mentais leves e moderados são capazes de viver integrados na comunidade e, portanto, expostos a riscos, liberdades e responsabilidades. Essas pessoas, durante a adolescência, devem conhecer as transformações físicas e sociais que ocorrem neste período particular de vida.
Blum discute algumas das crenças mais comuns, relacionadas à sexualidade e deficiência:
Crença 1: Jovens com deficiência não são sexualmente ativos.
Embora alguns adolescentes, com deficiência profunda, possam ser menos aptos que seus pares para serem sexualmente ativos, a crença é infundada, pois não se deve assumir que a condição de deficiência por si só, preveja o comportamento sexual.
Crença 2: As aspirações sociais e sexuais de pessoas com deficiência são diferentes dos seus pares.
Apesar do isolamento social que muitos deficientes vivenciam, estudos demonstram que estes jovens gostariam de ter relações sexuais, de casar e de ter filhos. Na verdade, o que ocorre é que essas pessoas têm menos oportunidades de explorar alguma relação com seus semelhantes, o que dificulta o alcance de suas aspirações.
Crença 3: Problemas quanto à expressão sexual do deficiente ocorrem em função de sua deficiência.
Estudos demonstram que problemas físicos e mentais têm menor influência sobre a expressão sexual do deficiente do que sua integração social. Os deficientes têm maior possibilidade do que os jovens “normais” de ficar isolados da sociedade. Se a expressão sexual ocorre num contexto social, então o isolamento tem, como conseqüência, a incapacidade do deficiente em aprender e desenvolver habilidades sociais. A conduta sexual é aprendida, formada e reforçada por fatores ambientais. Os ambientes integrados oferecem maiores probabilidades de reforçar condutas integradas.
Crença 4: Pais de adolescentes com deficiência proporcionam suficiente educação sexual para seus filhos.
Uma das conseqüências do isolamento social, para estes jovens, é que eles recebem menos informações sobre sexualidade, reprodução, contracepção e prevenção de DST e AIDS. Estudos mostram que a maioria dos jovens deficientes nunca recebeu educação sexual.
Crença 5: Jovens com deficiências são sexualmente vulneráveis a assédios sexuais.
Essa preocupação sobre a vulnerabilidade de adolescentes deficientes parece ter fundamento. Portanto, o médico que trabalha com esses jovens deve discutir essas preocupações com eles e com seus pais e não esperar que os pais expressem esses receios. Para alguns adolescentes, apenas a educação sexual será suficiente. Para outros, precisará ser complementado com contracepção.
Por tudo isso, fica claro que, desde muito cedo, esses adolescentes necessitam conhecer atitudes saudáveis em relação ao seu corpo e às funções desse corpo. Qualquer que possa ser o interesse ou o conhecimento sexual desses jovens, eles devem entender tudo o que for possível sobre sexualidade. Se a eles é oferecida a vantagem da integração, também devem ser orientados em relação a habilidades e atitudes de comportamento social apropriada.
Drª Débora Gejer*.
*Sobre a autora: Médica pediatra, especialista em adolescentes e presidente da ADID-Associação para o Desenvolvimento Integral do Down.
Sobre o texto: Este texto foi originalmente publicado no Número 9, Ano 2, do jornal DESAFIO, da ADID.
SEXUALIDADE DO ADOLESCENTE COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
O deficiente intelectual, como qualquer outro indivíduo, tem necessidade de expressar seus sentimentos de modo próprio e intransferível. A repressão da sexualidade, nestes indivíduos, pode alterar seu equilíbrio interno, diminuindo as possibilidades de se tornar um ser psiquicamente integral. Por outro lado, quando bem encaminhada, a sexualidade melhora o desenvolvimento afetivo, facilitando a capacidade de se relacionar, melhorando a auto-estima e a adequação à sociedade.
A discussão do tema sexualidade em nossa cultura vem acompanhada de preconceito e discriminação. Quando o tema passa a ser sexualidade no deficiente mental, o preconceito e a discriminação são intensificados e geram polêmica quanto às diferentes formas de abordá-lo, tanto com os próprios adolescentes, quanto com suas famílias e na escola.
É importante lembrar que a sexualidade é uma função natural, existente em todos os indivíduos. Pode-se expressar no seu componente afetivo, erótico ou afetivo-erótico.
Master e Johnson apontam a importância de reconhecer que nem todas as pessoas deficientes são semelhantes em suas capacidades de aprendizado e independência, estabilidade emocional e habilidade social.
Apesar das diferenças entre os deficientes, quase todos são capazes de aprender a desenvolver algum nível de habilidade social e conhecimento sexual. Isso pode incluir habilidade para diferenciar comportamento apropriado e não apropriado e para desenvolver um senso de responsabilidade de cuidados pessoais e relacionamento com os outros.
A melhora dos cuidados de saúde e o avanço social que as pessoas com deficiência mental vêm alcançando, nas últimas décadas, têm sido muito grande. Atualmente, por meio do processo de inclusão social, os deficientes mentais leves e moderados são capazes de viver integrados na comunidade e, portanto, expostos a riscos, liberdades e responsabilidades. Essas pessoas, durante a adolescência, devem conhecer as transformações físicas e sociais que ocorrem neste período particular de vida.
Blum discute algumas das crenças mais comuns, relacionadas à sexualidade e deficiência:
Crença 1: Jovens com deficiência não são sexualmente ativos.
Embora alguns adolescentes, com deficiência profunda, possam ser menos aptos que seus pares para serem sexualmente ativos, a crença é infundada, pois não se deve assumir que a condição de deficiência por si só, preveja o comportamento sexual.
Crença 2: As aspirações sociais e sexuais de pessoas com deficiência são diferentes dos seus pares.
Apesar do isolamento social que muitos deficientes vivenciam, estudos demonstram que estes jovens gostariam de ter relações sexuais, de casar e de ter filhos. Na verdade, o que ocorre é que essas pessoas têm menos oportunidades de explorar alguma relação com seus semelhantes, o que dificulta o alcance de suas aspirações.
Crença 3: Problemas quanto à expressão sexual do deficiente ocorrem em função de sua deficiência.
Estudos demonstram que problemas físicos e mentais têm menor influência sobre a expressão sexual do deficiente do que sua integração social. Os deficientes têm maior possibilidade do que os jovens “normais” de ficar isolados da sociedade. Se a expressão sexual ocorre num contexto social, então o isolamento tem, como conseqüência, a incapacidade do deficiente em aprender e desenvolver habilidades sociais. A conduta sexual é aprendida, formada e reforçada por fatores ambientais. Os ambientes integrados oferecem maiores probabilidades de reforçar condutas integradas.
Crença 4: Pais de adolescentes com deficiência proporcionam suficiente educação sexual para seus filhos.
Uma das conseqüências do isolamento social, para estes jovens, é que eles recebem menos informações sobre sexualidade, reprodução, contracepção e prevenção de DST e AIDS. Estudos mostram que a maioria dos jovens deficientes nunca recebeu educação sexual.
Crença 5: Jovens com deficiências são sexualmente vulneráveis a assédios sexuais.
Essa preocupação sobre a vulnerabilidade de adolescentes deficientes parece ter fundamento. Portanto, o médico que trabalha com esses jovens deve discutir essas preocupações com eles e com seus pais e não esperar que os pais expressem esses receios. Para alguns adolescentes, apenas a educação sexual será suficiente. Para outros, precisará ser complementado com contracepção.
Por tudo isso, fica claro que, desde muito cedo, esses adolescentes necessitam conhecer atitudes saudáveis em relação ao seu corpo e às funções desse corpo. Qualquer que possa ser o interesse ou o conhecimento sexual desses jovens, eles devem entender tudo o que for possível sobre sexualidade. Se a eles é oferecida a vantagem da integração, também devem ser orientados em relação a habilidades e atitudes de comportamento social apropriada.
Drª Débora Gejer*.
*Sobre a autora: Médica pediatra, especialista em adolescentes e presidente da ADID-Associação para o Desenvolvimento Integral do Down.
Sobre o texto: Este texto foi originalmente publicado no Número 9, Ano 2, do jornal DESAFIO, da ADID.
O lado sensual da força: Por que o romantismo vira safadeza – ou morre?
SEXTA-FEIRA, 12 DE AGOSTO DE 2011
O lado sensual da força: Por que o romantismo vira safadeza – ou morre?
IVAN MARTINS
É editor-executivo de ÉPOCA
Outro dia eu ouvi no rádio uma moça reclamando de que o sexo com o namorado dela tinha se tornado “pervertido”. Segundo ela, os dois repetiam, toda vez, um mesmo enredo de “palavrões e baixarias”, que ela achava excitante, mas, de alguma forma, frustrante. “Com o namorado que eu tive antes não precisava de nada disso”, ela disse. “Era mais intenso, mais natural. Eu tenho saudades.”
Quando ela terminou de falar, o médico fez as perguntas que eu tive vontade de fazer: há quanto tempo vocês estão juntos? Quanto tempo você ficou com o namorado anterior? As respostas eram previsíveis: alguns anos com o namorado presente, uns poucos meses com o anterior.
A gente nem sempre gosta, mas o sexo muda com a idade e com a duração das nossas relações. Parece haver uma tendência geral em direção ao lado negro e sensual da força.
Quando somos garotos, bem garotos, fazemos sexo com pouco mais do que bons sentimentos. Somos ternos, apaixonados, quase assustados ao transar. É um milagre que dessa combinação romântica e ingênua resulte uma relação sexual completa. Satisfatória? Raramente.
A experiência, porém, muda as pessoas. O desejo feito exclusivamente de delicadezas e suspiros vai dando lugar, aos poucos, a outro tipo de sensações. Em algum momento as mulheres começam a perceber a “pegada” masculina e os homens descobrem, dentro de si, com o auxílio sutil ou descarado das parceiras, um repertório de possibilidades eróticas mais viscerais.
Nessa hora o sexo deixa de ser um esporte (algo feito apenas com o corpo), para se tornar um teatro, em que as palavras e os personagens (antes ocultos pelo pudor) ocupam o centro da cena. Ou da cama. Transar passa a ser, intensamente, uma descoberta do outro e de se mesmo.
Quando essas coisas acontecem? Depende de cada um. Há pessoas que cedo descobrem seu lado escuro e sensual. Outras vão topar com essa parte de si mais tarde. Experiências, sobretudo as de iniciação, parecem determinantes. Assim como a personalidade e a idade dos parceiros. Pesa muito o temperamento de cada um. Às vezes a criação.
Você pode conversar com uma mulher de 30 anos com uma experiência exclusivamente romântica e adocicada de sexo. E topar com outra, 10 anos mais jovem, que surpreende o parceiro pela safadeza ou aspereza do erotismo. Vale o mesmo para os homens. Precoces e degenerados estão em toda parte, assim como o seu oposto. Sexo é uma faceta da personalidade. Cada um tem a sua – e nem sempre é fácil expressá-la.
Quando um sujeito ou uma moça começa a descobrir suas preferências profundas pode topar com uma barreira de ignorância ou resistência. Quem não se lembra de experiências desastradas desse tipo?
O sujeito cheio de desejo começa a dizer umas baixarias no ouvido da moça e ela reage péssimo: “Pare com isso, eu não gosto”. Ou então é ela quem decola sozinha na fantasia, pede umas coisas que moças finas nem sabem que existe e depara com um olhar de reprovação – ou da mais pura perplexidade. Esse tipo de descompasso é sempre broxante.
Mas, a despeito dos acidentes de percurso, parece haver uma regra geral: com o passar do tempo, o romantismo dá lugar à sacanagem como o jeito mais recorrente de fazer sexo, sobretudo no interior dos casais.
Minha impressão é que os casais, com o passar do tempo, descambam inexoravelmente para a sacanagem. Talvez seja o único jeito de manter o sexo vivo no longo prazo. Suspiros e “eu te amo” se esgotam com alguma rapidez. No lugar deles costuma entrar uma robusta e saudável... putaria. Essa não se esgota tão rapidamente e pode ser alimentada interna e externamente por uma infinidade de recursos. Casais com alto grau de cumplicidade e interesse recíproco costumam ter sexo intenso por muito tempo – mas ele raramente é cândido.
Então voltamos à moça do rádio.
Ela estava insatisfeita com a baixaria que tem em casa. Preferia o sexo espontâneo e “natural” que conheceu antes. Pode ser uma questão real de adequação com o parceiro, mas ela talvez tenha apenas saudades de estar apaixonada. Todo mundo já sentiu isso num momento ou em outro. Não há substituto para os hormônios da paixão. Tudo parece sublime, mesmo os fluídos e ruídos mais humanos. É pena que o tempo leve com ele essa sensação maravilhosa. Quando isso acontece, há duas alternativas: explorar o lado escuro e sensual da força ou correr atrás de outra paixão. A moça do rádio, pelo visto, já estava pronta para outra.
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI256330-15230,00-O+LADO+SENSUAL+DA+FORCA.html
O lado sensual da força: Por que o romantismo vira safadeza – ou morre?
IVAN MARTINS
É editor-executivo de ÉPOCA
Outro dia eu ouvi no rádio uma moça reclamando de que o sexo com o namorado dela tinha se tornado “pervertido”. Segundo ela, os dois repetiam, toda vez, um mesmo enredo de “palavrões e baixarias”, que ela achava excitante, mas, de alguma forma, frustrante. “Com o namorado que eu tive antes não precisava de nada disso”, ela disse. “Era mais intenso, mais natural. Eu tenho saudades.”
Quando ela terminou de falar, o médico fez as perguntas que eu tive vontade de fazer: há quanto tempo vocês estão juntos? Quanto tempo você ficou com o namorado anterior? As respostas eram previsíveis: alguns anos com o namorado presente, uns poucos meses com o anterior.
A gente nem sempre gosta, mas o sexo muda com a idade e com a duração das nossas relações. Parece haver uma tendência geral em direção ao lado negro e sensual da força.
Quando somos garotos, bem garotos, fazemos sexo com pouco mais do que bons sentimentos. Somos ternos, apaixonados, quase assustados ao transar. É um milagre que dessa combinação romântica e ingênua resulte uma relação sexual completa. Satisfatória? Raramente.
A experiência, porém, muda as pessoas. O desejo feito exclusivamente de delicadezas e suspiros vai dando lugar, aos poucos, a outro tipo de sensações. Em algum momento as mulheres começam a perceber a “pegada” masculina e os homens descobrem, dentro de si, com o auxílio sutil ou descarado das parceiras, um repertório de possibilidades eróticas mais viscerais.
Nessa hora o sexo deixa de ser um esporte (algo feito apenas com o corpo), para se tornar um teatro, em que as palavras e os personagens (antes ocultos pelo pudor) ocupam o centro da cena. Ou da cama. Transar passa a ser, intensamente, uma descoberta do outro e de se mesmo.
Quando essas coisas acontecem? Depende de cada um. Há pessoas que cedo descobrem seu lado escuro e sensual. Outras vão topar com essa parte de si mais tarde. Experiências, sobretudo as de iniciação, parecem determinantes. Assim como a personalidade e a idade dos parceiros. Pesa muito o temperamento de cada um. Às vezes a criação.
Você pode conversar com uma mulher de 30 anos com uma experiência exclusivamente romântica e adocicada de sexo. E topar com outra, 10 anos mais jovem, que surpreende o parceiro pela safadeza ou aspereza do erotismo. Vale o mesmo para os homens. Precoces e degenerados estão em toda parte, assim como o seu oposto. Sexo é uma faceta da personalidade. Cada um tem a sua – e nem sempre é fácil expressá-la.
Quando um sujeito ou uma moça começa a descobrir suas preferências profundas pode topar com uma barreira de ignorância ou resistência. Quem não se lembra de experiências desastradas desse tipo?
O sujeito cheio de desejo começa a dizer umas baixarias no ouvido da moça e ela reage péssimo: “Pare com isso, eu não gosto”. Ou então é ela quem decola sozinha na fantasia, pede umas coisas que moças finas nem sabem que existe e depara com um olhar de reprovação – ou da mais pura perplexidade. Esse tipo de descompasso é sempre broxante.
Mas, a despeito dos acidentes de percurso, parece haver uma regra geral: com o passar do tempo, o romantismo dá lugar à sacanagem como o jeito mais recorrente de fazer sexo, sobretudo no interior dos casais.
Minha impressão é que os casais, com o passar do tempo, descambam inexoravelmente para a sacanagem. Talvez seja o único jeito de manter o sexo vivo no longo prazo. Suspiros e “eu te amo” se esgotam com alguma rapidez. No lugar deles costuma entrar uma robusta e saudável... putaria. Essa não se esgota tão rapidamente e pode ser alimentada interna e externamente por uma infinidade de recursos. Casais com alto grau de cumplicidade e interesse recíproco costumam ter sexo intenso por muito tempo – mas ele raramente é cândido.
Então voltamos à moça do rádio.
Ela estava insatisfeita com a baixaria que tem em casa. Preferia o sexo espontâneo e “natural” que conheceu antes. Pode ser uma questão real de adequação com o parceiro, mas ela talvez tenha apenas saudades de estar apaixonada. Todo mundo já sentiu isso num momento ou em outro. Não há substituto para os hormônios da paixão. Tudo parece sublime, mesmo os fluídos e ruídos mais humanos. É pena que o tempo leve com ele essa sensação maravilhosa. Quando isso acontece, há duas alternativas: explorar o lado escuro e sensual da força ou correr atrás de outra paixão. A moça do rádio, pelo visto, já estava pronta para outra.
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI256330-15230,00-O+LADO+SENSUAL+DA+FORCA.html
FORMAÇÃO DA SEXUALIDADE E PRECONCEITO
SEGUNDA-FEIRA, 8 DE AGOSTO DE 2011
FORMAÇÃO DA SEXUALIDADE E PRECONCEITO - POR OSWALDO RODRIGUES JR.
Alguns passam a ter desejo sexual por pessoas de outro sexo na fase da puberdade. Outros descobrem esse sentimento na adolescência. Há ainda aqueles que nunca conseguirão se classificar. Muitos são vítimas de preconceito e de exclusão. De acordo com o diretor do Instituto Paulista de Sexualidade (InPaSex), Oswaldo M. Rodrigues Jr., uma das necessidades mais importantes na vida de uma pessoa é o sentimento de pertencer a um grupo que o acolha e lhe dê proteção.
“Sentir-se excluído por qualquer razão será um motivo de sofrimento”, diz o psicólogo e psicoterapeuta sexual, que segue abordagem psicológica comportamental-cognitiva.
O InPaSex atua em questões relacioandas a disfunções sexuais e queixas relativas à sexualidade do ponto de vista da psicologia, fornecendo psicoterapia a indivíduos e casais que buscam superar problemas que vivenciam nestas áreas. O diretor Oswaldo Rodrigues fala sobre a formação sexual do ser humano e os impactos do preconceito contra crianças e adolescentes homossexuais.
Com qual idade é comum uma pessoa descobrir sua sexualidade?
Existem várias partes do que se tem sido chamado de “sexualidade”. A sexualidade é composta de vários graus de identidades que se sobrepõe. A “identidade de gênero”, que significa descobrir se pertence ao grupo dos homens ou das mulheres, ocorre nos dois primeiros anos de vida e se confirma aos 7 anos. A maioria das pessoas desenvolve uma identidade de gênero de acordo com o sexo genital. A “identidade sexual social” é percebida com expressões e formas de fazer as coisas como masculino ou feminino. Estas características são aprendidas e assimiladas desde o nascimento e firmadas por volta dos 7 anos, quando a criança passa a exercitar o “ser homem” ou “ser mulher” a partir das expressões sociais e externas.
As designações “objeto sexual”, “opção sexual” e “orientação sexual” implicam gramaticalmente em qual deverá ser o objeto da satisfação sexual da pessoa. Precisamos observar um contínuo entre dois extremos, para começar: da heterossexualidade à homossexualidade, com vários graus de bissexualidade intermediários. Ainda existe a assexualidade e a preferência por objetos/partes do corpo. Estas formas são estados de ser que podem dominar a vida toda ou serem fases com durações mais ou menos prolongadas gerando identidades sociais diferenciadas. Algumas destas identidades são pronunciadas e visíveis de acordo com momento histórico, valores e mecanismos de tolerância à frustração por parte dos indivíduos de uma cultura.
Há 500 anos se ateava fogo a uma pessoa de genitália ambígua ou transexual. Há 100 anos se mandava para a prisão quem fosse homossexual. Ainda hoje há quem não acredite que bissexuais existam e se ridicularizam assexuados e parafílicos como pervertidos. Esta fase objetal implica em designar o outro como fonte de satisfação sexual ou de satisfação afetiva. Ambas as formas são consideradas sexualidade em nosso momento cultural, embora sejam qualitativamente diferentes. Algumas pessoas iniciarão esta fase ao redor da puberdade, outras na adolescência, e outras após os 18-20 anos de idade. Muitas passarão por momentos de variação ao longo de 5 ou 6 décadas de vida. De toda forma, não se pode dizer se uma criança terá orientação sexual hetero, homo, bi, assexual ou objetal. Muitos sequer conseguirão classificar-se mesmo sendo adultos (por mais que possam ser classificados pelo mundo externo).
Quando a criança descobre que é minoria entre os seus colegas, como ela se sente?
Uma das necessidades de importância na vida de uma pessoa será o sentimento de pertencer a um grupo que o acolha e lhe dê proteção. Sentir-se excluído por qualquer razão será um motivo de sofrimento. Este sofrimento poderá produzir uma capacidade de administrar as frustrações que ocorrerão ao longo de toda a vida, sendo um produto positivo de uma condição negativa. Porém, a maioria das pessoas reage de modo negativo, desenvolvendo o que se denomina de baixa autoestima, autoidentidades negativas e passa a associar-se adjetivos negativos que o conduzirão a comportamentos e atitudes negativas e contraproducentes sobre si e sobre o mundo. As pessoas que poderão aprender a administrar as frustrações destas exclusões, vivendo como minoria, serão os mais ilustres e mais bem-sucedidos daquele mesmo grupo. Assim, em determinado momento, sentir-se mal não é exatamente apenas negativo. Se a criança tem acolhimento em outras áreas, provavelmente ela se perceberá diferente, e não excluída, mesma que assim o seja.
A exclusão pode se dar não por ela ser diferente, mas pelo grupo necessitar de um bode expiatório, para os indivíduos do grupo sentirem-se bem. Assim são as histórias de crianças chamadas de “bicha”, que recebem toda a carga negativa que os colegas têm, não por ser homossexual, mas para servir de expiação dos problemas do grupo. O mesmo ocorre na família, onde pais e irmãos usam palavras negativas para sentirem-se bem e superiores. A criança assume a identidade homossexual não por desejar outro de mesmo sexo, mas para cumprir um papel de carregar as dificuldades da família. Mais provavelmente esta criança desenvolverá preferências homossexuais, pois o mundo já participa com determinantes coerentes ao epíteto designador.
É comum adolescentes tirarem sarro, implicarem e até praticarem bullying com os colegas. Como esse comportamento é visto dentro da psicologia?
A competição é um dos mecanismos para produzir características úteis na sociedade adulta. A competição entre crianças é moldada nos adultos que as cercam. Entre a idea de competição e uma agressão existe grande diferença que precisa de ponderação. Por isso o termo bullying. Uma criança hostil vem de lares hostis ou ela é perturbada em termos de personalidade. O mais comum é a criança copiar comportamentos que assiste em casa: violência de gênero. A criança repete o que vivencia, pois é assim que compreende que deve ser o mundo.
Quais cuidados as escolas devem tomar para que alunos homossexuais não sejam vítimas de bullying?
A discussão sobre as possibilidades de identidades de gênero, expressões sexuais sociais, formas e preferências sexuais deveria ser compreendida pelos professores, pois eles é que passarão esta compreensão para os alunos. Isto exige atuação cotidiana, não apenas em uma ou outra aula especial (como em muitas escolas ainda chamam inadequadamente de “educação sexual”). Isto ainda é e ainda será muito complicado, pois envolve discussões de valores pessoais e grupais para os adultos. O mundo se encontra em constante mudança. Parodiando Henry Havelock Ellis no começo do século XX: “se tudo no universo se encontra em constante movimento, porque o ser humano seria estático?”
Crenças e valores de adultos não são modificados com facilidade. Por isso existe a psicoterapia, um processo que permite mudanças e não é baseado em apenas informações e conhecimentos. A informação permite o debate, mas não muda crenças. Na maior parte das vezes as informações são utilizadas para manter crenças e não modificá-las. A construção das crenças estereotipadas socialmente é feita de modo pedagógico. Isto se diferencia do método psicológico, focado no indivíduo e não na informação. Assim, muitos dos professores que têm dificuldades em administrar o “diferente” precisariam aprender a mudar suas crenças para que convivessem com os diferentes. As crianças só copiam e seguem os modelos dos adultos.
Um estudo da Universidade de Columbia (EUA) mostrou que adolescentes gays têm até cinco vezes mais chances de se matar do que os heterossexuais. Existe alguma pesquisa como essa no Brasil que o senhor possa destacar?
Várias pesquisas brasileiras têm sido feitas e várias conclusões são tiradas há 30 anos. Grupos de apoio a adolescentes homossexuais têm sido tentados. Problemas legais de pais não aceitarem seus filhos não os permitindo sequer discutirem e compreenderem se realmente são ou não homossexuais apenas facilitaram o aumento destas estatísticas. Psicólogos que atendem adolescentes sabem disso ao verem seus pacientes trazerem estas discussões. Eles levam muitas semanas para confiarem no terapeuta, pois o mecanismo mais degradado é o da confiança em outros superiores.
Qual é o impacto que o preconceito pode ter na vida da criança e/ou do adolescente homossexual?
Isto sempre dependerá das características de personalidade que a criança e o adolescente estão desenvolvendo. Assimilar-se negativo ou positivo frente as adversidades será determinante para produzir um impacto e de que tipo.
Psicanalista Oswaldo Rodrigues Jr.
Fonte: G1
http://centauroalado.blogspot.com/2011/08/formacao-da-sexualidade-e-preconceito.html
Homosexualidad ¿Se nace o se hace?
NUEVOS ESTUDIOS MUESTRAN SIMILITUDES CEREBRALES
Homosexualidad ¿Se nace o se hace?
Ivet González Lemes
Cuba, AL(PL).- La homosexualidad intenta salir constantemente a flote. Acechada durante siglos por la intransigencia de las religiones y, casi crucificada por “conocimientos” de una ciencia antigua y polvorienta, vuelve a ser el centro de investigaciones.
Las reticencias frente a los resultados de cualquier estudio en la comunidad homo, así esté soportada por las metodologías más rigurosas, tienen su origen por el largo período que entidades como la Organización Mundial de la Salud consideraron esa orientación sexual como una enfermedad.
Sin embargo, la ciencia ha demostrado frente a esta y otras cuestiones la capacidad de autocriticarse y evolucionar.
Desde hace algún tiempo se encauzan estudios sobre el tan llevado y traído comportamiento, que genera pasiones encontradas y expresiones del más irracional escepticismo.
Especialistas de Suecia se armaron de los nuevos adelantos tecnológicos y perspectivas de ciencias con un desarrollo ascendente como la neurobiología y la neuroquímica, para analizar y comparar el cerebro de homos y heterosexuales.
Las neuroimágenes cerebrales funcionales propiciaron materiales para buscar similitudes y diferencias entre el cerebro de gays y mujeres heterosexuales; asi como entre lesbianas y hombres que gustan del sexo opuesto.
MARCAS EN EL CEREBRO
Según la investigación publicada en la revista Proceedings of the Nacional Academy of Sciences, los varones gays y las mujeres hetero tienen en común algunas particularidades en la zona del cerebro relacionada con las emociones, el humor y la ansiedad.
Por otra parte, las lesbianas y los hombres hetero presentaron asimetrías en la disposición de ese órgano.
En las tomografías cerebrales por emisión de positrones (PET) de 90 voluntarios, los especialistas encontraron que en los hombres heterosexuales y las mujeres homosexuales el hemisferio derecho era levemente más grande que el izquierdo, especificaron Ivanka Savic y Pers Lindstrom, miembros del equipo.
Además midieron el flujo sanguíneo a la amígdala, estructura cerebral determinante de las reacciones emocionales, y descubrieron que se conectaba de una forma similar en los gays y las mujeres heterosexuales, y de otra en las lesbianas y los varones heterosexuales.
"Estas observaciones no pueden atribuirse fácilmente a la percepción o a la conducta", explicaron los investigadores del Departamento de Neurociencias en el Instituto Karolinska, en Estocolmo.
"Aún es una pregunta abierta si estarían relacionados con procesos que tienen lugar durante el desarrollo fetal o posnatal", agregaron, al referirse a esos rasgos cerebrales.
El estudio no pudo determinar si las diferencias en la forma del cerebro son hereditarias o se deben a la exposición a hormonas como la testosterona en el útero, ni si son responsables de la orientación de las personas.
Pero, el equipo encauzará una nueva búsqueda mediante la observación de bebés recién nacidos, para ver si pueden predecir la inclinación sexual futura.
La idea de que la homosexualidad tiene un componente biológico y otro cultural alcanza cada vez más espacio en la comunidad científica. Los estudios sociales de las minorías sexuales ostentan avances significativos, pero la biología de esta orientación sexual no ha corrido igual suerte.
Hasta el momento no existen evidencias concluyentes de la preponderancia de factores genéticos o ambientales en el desarrollo de la sexología humana.
LA COMPLEJIDAD DEL YO
Cada ser humano es un surtidor de diversidad, y este principio adquiere dimensiones más complejas en el caso de quienes gustan del mismo sexo.
Durante muchos años las minorías sexuales estuvieron marginadas, y sus particularidades, rodeadas de tabúes y preceptos, frutos del desconocimiento.
Ahora, se reconocen un poco más las diferentes maneras de ser homosexual y se escuchan categorías de comportamientos disímiles como los trasvestis y transexuales. Pero el debate entre naturaleza y cultura sigue vigente con respecto a este sujeto.
Para Sigmund Freud el trato que los padres les dan a sus hijos determinaba la orientación sexual futura de las personas. En 1996, se descubrió el comprobado “efecto del orden fraterno”, que solo se manifiesta en los varones.
Este sugiere que las probabilidades de que un niño sea homosexual aumentan en proporción con el número de hermanos mayores que tenga.
El canadiense Anthony Bogaert determinó en un estudio que el efecto solo es posible entre hermanos nacidos de la misma madre, por lo que queda abierta la duda si el factor preponderante es biológico o de crianza.
También se han buscado, infructuosamente, alteraciones químicas en los homosexuales y el hipotético gen del gusto por el sexo opuesto.
Otros de los aspectos más investigados ha sido la frecuencia de la homosexualidad en la población general. Wellings en 1994 y Narring en el 2003, indican una cifra de entre un dos y un cuatro por ciento.
En 1948, Kinsey propuso un 10 por ciento, pero a su investigación se le achacan errores metodológicos.
La posibilidad de cambiar la conducta homosexual ha estado en el punto de mira de investigadores, y hoy tiene su máximo exponente en el psicólogo holandés Gerard van den Aardweg, especialista en psicoterapia de la homosexualidad.
Pero, en un asunto tan delicado como la orientación sexual el ánimo de la ciencia no debe ser cambiar o “corregir”, sino propiciar pistas para comprender las causas de una diferencia y sensibilizar a la sociedad, en el respeto a los otros.
http://lanaciondominicana.com/ver_noticia.php?id_noticia=272&sesion_periodico=40
Homosexualidad ¿Se nace o se hace?
Ivet González Lemes
Cuba, AL(PL).- La homosexualidad intenta salir constantemente a flote. Acechada durante siglos por la intransigencia de las religiones y, casi crucificada por “conocimientos” de una ciencia antigua y polvorienta, vuelve a ser el centro de investigaciones.
Las reticencias frente a los resultados de cualquier estudio en la comunidad homo, así esté soportada por las metodologías más rigurosas, tienen su origen por el largo período que entidades como la Organización Mundial de la Salud consideraron esa orientación sexual como una enfermedad.
Sin embargo, la ciencia ha demostrado frente a esta y otras cuestiones la capacidad de autocriticarse y evolucionar.
Desde hace algún tiempo se encauzan estudios sobre el tan llevado y traído comportamiento, que genera pasiones encontradas y expresiones del más irracional escepticismo.
Especialistas de Suecia se armaron de los nuevos adelantos tecnológicos y perspectivas de ciencias con un desarrollo ascendente como la neurobiología y la neuroquímica, para analizar y comparar el cerebro de homos y heterosexuales.
Las neuroimágenes cerebrales funcionales propiciaron materiales para buscar similitudes y diferencias entre el cerebro de gays y mujeres heterosexuales; asi como entre lesbianas y hombres que gustan del sexo opuesto.
MARCAS EN EL CEREBRO
Según la investigación publicada en la revista Proceedings of the Nacional Academy of Sciences, los varones gays y las mujeres hetero tienen en común algunas particularidades en la zona del cerebro relacionada con las emociones, el humor y la ansiedad.
Por otra parte, las lesbianas y los hombres hetero presentaron asimetrías en la disposición de ese órgano.
En las tomografías cerebrales por emisión de positrones (PET) de 90 voluntarios, los especialistas encontraron que en los hombres heterosexuales y las mujeres homosexuales el hemisferio derecho era levemente más grande que el izquierdo, especificaron Ivanka Savic y Pers Lindstrom, miembros del equipo.
Además midieron el flujo sanguíneo a la amígdala, estructura cerebral determinante de las reacciones emocionales, y descubrieron que se conectaba de una forma similar en los gays y las mujeres heterosexuales, y de otra en las lesbianas y los varones heterosexuales.
"Estas observaciones no pueden atribuirse fácilmente a la percepción o a la conducta", explicaron los investigadores del Departamento de Neurociencias en el Instituto Karolinska, en Estocolmo.
"Aún es una pregunta abierta si estarían relacionados con procesos que tienen lugar durante el desarrollo fetal o posnatal", agregaron, al referirse a esos rasgos cerebrales.
El estudio no pudo determinar si las diferencias en la forma del cerebro son hereditarias o se deben a la exposición a hormonas como la testosterona en el útero, ni si son responsables de la orientación de las personas.
Pero, el equipo encauzará una nueva búsqueda mediante la observación de bebés recién nacidos, para ver si pueden predecir la inclinación sexual futura.
La idea de que la homosexualidad tiene un componente biológico y otro cultural alcanza cada vez más espacio en la comunidad científica. Los estudios sociales de las minorías sexuales ostentan avances significativos, pero la biología de esta orientación sexual no ha corrido igual suerte.
Hasta el momento no existen evidencias concluyentes de la preponderancia de factores genéticos o ambientales en el desarrollo de la sexología humana.
LA COMPLEJIDAD DEL YO
Cada ser humano es un surtidor de diversidad, y este principio adquiere dimensiones más complejas en el caso de quienes gustan del mismo sexo.
Durante muchos años las minorías sexuales estuvieron marginadas, y sus particularidades, rodeadas de tabúes y preceptos, frutos del desconocimiento.
Ahora, se reconocen un poco más las diferentes maneras de ser homosexual y se escuchan categorías de comportamientos disímiles como los trasvestis y transexuales. Pero el debate entre naturaleza y cultura sigue vigente con respecto a este sujeto.
Para Sigmund Freud el trato que los padres les dan a sus hijos determinaba la orientación sexual futura de las personas. En 1996, se descubrió el comprobado “efecto del orden fraterno”, que solo se manifiesta en los varones.
Este sugiere que las probabilidades de que un niño sea homosexual aumentan en proporción con el número de hermanos mayores que tenga.
El canadiense Anthony Bogaert determinó en un estudio que el efecto solo es posible entre hermanos nacidos de la misma madre, por lo que queda abierta la duda si el factor preponderante es biológico o de crianza.
También se han buscado, infructuosamente, alteraciones químicas en los homosexuales y el hipotético gen del gusto por el sexo opuesto.
Otros de los aspectos más investigados ha sido la frecuencia de la homosexualidad en la población general. Wellings en 1994 y Narring en el 2003, indican una cifra de entre un dos y un cuatro por ciento.
En 1948, Kinsey propuso un 10 por ciento, pero a su investigación se le achacan errores metodológicos.
La posibilidad de cambiar la conducta homosexual ha estado en el punto de mira de investigadores, y hoy tiene su máximo exponente en el psicólogo holandés Gerard van den Aardweg, especialista en psicoterapia de la homosexualidad.
Pero, en un asunto tan delicado como la orientación sexual el ánimo de la ciencia no debe ser cambiar o “corregir”, sino propiciar pistas para comprender las causas de una diferencia y sensibilizar a la sociedad, en el respeto a los otros.
http://lanaciondominicana.com/ver_noticia.php?id_noticia=272&sesion_periodico=40
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