segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Tabu no século XXI

Eliane Rose Maio
Autora de importante pesquisa nacional que originou o livro O nome da coisa, a psicóloga Eliane Rose Maio defende melhor preparo dos educadores no exercício da educação sexual

Por: Luciana alvarez Fotos: arquivo pessoal

arquivo pessoal

Para o mundo, o Brasil passa a imagem de um verdadeiro reinado da liberdade sexual. Dentro dos muros de nossas escolas, no entanto, a questão sexual ainda é tabu, assunto do qual a maioria dos docentes procura se esquivar, afirma a psicóloga Eliane Rose Maio, doutora em Educação pela Universidade Estadual Paulista (Unesp). Como resultado dessa interdição, que vem desde a primeira infância, as pessoas acabam criando outras formas de expressão.
Após quatro anos de pesquisa Eliane compilou mais de 1.300 nomes usados pela comunidade escolar para designar pênis, vulva, masturbação e sexo. O que era para ser sua tese de doutorado acabou virando também um livro - O nome da coisa (Editora Unicorpore). Professora do Departamento de Teoria e Prática da Educação da Universidade Estadual de Maringá, Eliane diz que educadores devem cumprir seu papel social de ensinar ciência. Isso significa, entre outras coisas, mencionar corretamente às crianças desde pequenas os nomes de seus órgãos sexuais. E ainda recomenda que com os alunos mais velhos, os docentes deveriam se abrir ao diálogo em vez de repetir o restrito discurso sobre DSTs e gravidez precoce.

Como surgiu a ideia para sua pesquisa?
Eliane Rose Maio - Sou psicóloga há 27 anos e, desde que me formei, trabalho com a educação sexual no espaço da escola. Quando eu estava na metade da minha tese de doutorado - a temática inicial era outra e não me agradava tanto - meu orientador me perguntou o que eu tinha feito nas férias. Respondi que havia digitado uma dinâmica que eu aplicava, que é a dos palavrões (reunia grupo de professores e pais e pedia que escrevessem os nomes que conheciam para sexo, masturbação e para os órgãos sexuais). Ele perguntou quantos nomes tinha encontrado e, como já eram muitos, disse que aquilo dava uma tese de doutorado. Então, enquanto ele foi atender um telefonema, montei rapidinho uma nova estrutura para a minha tese. Meu orientador falou que eu era meio maluca, que não iria encontrar fundamentação teórica, que nunca ninguém tinha pesquisado isso no Brasil. Pois era exatamente o que eu queria, uma ideia inédita. A partir de então comecei a aplicar a dinâmica mais sistematicamente. Eu também analisava como as pessoas reagiam, como elas lidavam com as palavras que escreveram quando saíam da minha boca.
Mas o foco do trabalho não era uma lista de palavrões?
Eliane -
 Não, queria trabalhar a questão da repressão, por qual razão não se falam as palavras pênis e vulva. Nas escolas de educação infantil as professoras pulam os órgãos sexuais. Fico bastante triste com isso, porque a escola tem o papel social de ensinar a ciência. Então fui coletando os nomes - palavrões e eufemismos - com quase 5 mil pessoas em todo o Brasil e fiz categorias de análise. Dos entrevistados, 80% eram professoras e professores, e 20% pais e mães. Para pênis recolhi 408 palavras, quase todas ligadas à força, valor, porque o homem pode. Para vulva (494 nomes) é sempre mais suave, pouquíssimos são fortes. Isso é uma questão de gênero, porque homem é considerado mais forte; para a mulher é mais suave porque ela tem que esconder, não pode mostrar. Para masturbação, dos 177 só 20 são para mulheres. O que significa que nós não podemos, já os homens sim. Para nós mulheres o que se diz é "tira a mão daí".
Já esperava que seriam tantos nomes?
Eliane -
 Não, não esse universo. Achava que sairiam muitos, uns 200 para cada um, nunca que chegaria a quase 500. Mas a pesquisa tinha que terminar, uma hora eu tinha que parar. Claro que não coletei todas as palavras do Brasil, porque elas são eufemismos - e eufemismos são fabricados pelas pessoas, podemos inventar um agora. Não imaginava tantos, mas isso acontece porque o universo é muito fértil para a área da sexualidade. Quando algo relativo à sexualidade é proibido, as pessoas vão criando caminhos alternativos para expressar o que querem. E o adequado seria dizer pênis e vulva, ponto final. Não precisava ir além disso.
Mesmo em sala os professores resistem a dizer pênis e vulva?
Eliane -
 Os professores me dizem que é muito ruim falar pênis e vulva, alegam que os pais não vão gostar. Mas como não vão gostar da ciência? Vejo que dentro do próprio professor já está interditado. Na Psicologia e na Pedagogia não se trabalha a disciplina educação sexual, o tema não está contemplado no currículo. Então as próprias pedagogas são as mais interditadas.
Queria trabalhar a questão da repressão às palavras pênis e vulva. Nas escolas de educação infantil as professoras pulam os órgãos sexuais. Fico bastante triste com isso, porque a escola tem o papel social de ensinar a ciência
Essa variedade de nomes é uma característica fruto da criatividade brasileira, ou no mundo todo é assim? 
Eliane - Em todos os países. Morei na Espanha, fiz três meses de pós-doutorado lá. Quando comentava com alguém sobre o assunto da minha tese, as pessoas também já queriam me dar um monte de nomes que existiam por lá - eu até coletava, mais por curiosidade. Tem muitos similares aos nossos também, inclusive na questão de gênero. Não é coisa exclusiva do povo brasileiro.
Não parece um contrassenso o Brasil, um país conhecido pelo carnaval e por uma suposta liberdade sexual, ter um cenário de repressão sexual?
Eliane - 
Morando fora, a gente percebe que a visão que se tem do Brasil é essa mesma. Eu estava em Atenas no dia do carnaval da cidade; quando alguém descobriu que eu era brasileira, todos ficaram pedindo para eu sambar. Eu não sei sambar. Até explicar que eu era do sul, que no sul não tem isso... De fato, parece que temos uma libertinagem, uma liberdade sexual, mas cientificamente, ao trabalhar nas escolas, constato que não. Por isso que talvez a gente tenha essa pseudo liberdade ou libertinagem, porque tudo relativo à sexualidade é camuflado. Se tivéssemos uma boa educação sexual - nas escolas e também na família - haveria uma adequada expressão sexualizada, e não essa pseudo liberdade que é demonstrada.
arquivo pessoal

É possível mensurar o papel da escola nesse cenário?
Eliane - Eu trabalho especificamente com a importância da escola na educação sexual. Por ser professora universitária há bastante tempo, viajo e dou muitas palestras. Fico triste ao ver o quanto a escola está despreparada. Em uma escola onde fui dar palestra tinha um corpinho humano desenhado na parede. Eles nomearam olhos, nariz, boca, braços, barriga e depois pernas. Pularam os órgãos sexuais. Para mim é claríssimo que a responsabilidade da escola é para passar ciência; a escola não existe para dar comida, não deveria ser para educar com valores que a família não educa. Diria que a responsabilidade da escola é de 50% de tudo o que acontece na vida da criança, principalmente o que fazem as primeiras educadoras. Quase todo mundo lembra da professora da 1ª série - e quem não lembra é porque ela fez tão mal que a gente bloqueia. Então, a importância que ela tem nas nossas vidas é imensa. Se eu puder mensurar, diria que a escola é responsável por 50% da educação sexual. O restante vem da família, da igreja, do clube, da rua.
Para pênis recolhi 408 palavras, quase todas ligadas à força, valor, porque o homem pode. Para vulva (494 nomes) é sempre mais suave, pouquíssimos são fortes. Isso é uma questão de gênero
Houve alguma evolução na educação sexual das escolas brasileiras durante as últimas décadas?
Eliane -
 Termino agora em novembro meu pós-doutorado sobre a historiografia da educação sexual no Brasil nas décadas de 60 a 80; estou pesquisando histórias de vida, a história oral. Entrevisto pessoas que viveram a época da repressão, da ditadura militar, e vai ser interessante contar como eles tentaram colocar a educação sexual nas escolas nas décadas de 60 e 70. Porém, comparando com os dias de hoje, quase nada mudou. Evoluiu um pouco porque atualmente tem muitas pessoas que estão fazendo projetos legais, mas ainda a conta-gotas. Isso me deixa preocupada. Mas vejo com um olhar otimista, de que teve algum avanço sim, apesar de ter sido muito pequeno em comparação ao que deveria.
As escolas conseguem simplesmente ignorar a questão sexual?
Eliane -
 Querendo ou não, a escola fala de sexo a toda hora: são os bilhetinhos, os palavrões, aquele pinto desenhado de errorex para a professora sentar, a revista Playboy escondida na mochila do aluno. Portanto, a escola fala de sexo a toda hora, mas interditado, de forma velada. E os professores não querem trabalhar a educação sexual, querem sim chamar um enfermeiro, médico, ou até psicólogo para dar palestras falando de DST, aids e gravidez precoce. E acontece desde a primeira infância até para os adolescentes. Acham que tal fórmula vai adiantar muita coisa. A educação sexual tem que começar na pré-escola, com as crianças desde os dois aninhos. Se houver um trabalho de prevenção bacana na infância, a descoberta do sexo na adolescência vai ser supertranquila. Temos documentos oficiais do MEC que dizem que temos que trabalhar o tema. Mas quem fará isso se não teve educação sexual familiar, se não teve no currículo do curso universitário? Assim não vai para frente.
arquivo pessoal
Por que é preciso ir além da abordagem sobre gravidez precoce e DST s nas escolas?
Eliane -
 Nós nascemos sexualizados, com todo o aparato. E aprendemos a ser sexualizados. O sexo faz parte da integralidade da vida de cada pessoa. No espaço da escola, um lugar de aprendizado, em que se convive com crianças, com questões de gênero, do masculino e feminino, o dever é trabalhar o lado científico, a questão da saúde, mas também a questão do prazer. Se a gente trabalha o meio ambiente, se faz semana da Matemática, fórum sei lá do quê, por que não trabalhar a sexualidade de forma ampla? Faz parte desse ser íntegro que está dentro da escola. Não é ensinar para transar; é para que o aluno seja um ser autônomo, crítico, emancipado. A escola tem a função de formar um cidadão crítico.
Como se deve abordar um tema que é um tabu social com crianças pequenas?
Eliane -
 Precisamos de projetos. A criança vê uma professora do ensino infantil grávida e pergunta como a criança foi parar lá dentro. Mas em geral não recebe uma resposta adequada, na escola não se fala nada. Não é porque a família não fala que a escola tem que se calar. Se a família dificilmente trata do tema, a escola tem o dever de ampliar, de trabalhar em conjunto, de chamar os pais, trazer uma mãe grávida, por exemplo. Como psicóloga e palestrante já trabalhei em parceria com várias prefeituras, elaborei projetos. Faz parte do conteúdo trabalhar o corpo humano, isso é ciência. Já pensou trabalhar a questão com um olhar livre, como um trabalho científico? Esse é o objetivo da escola.

Quando algo relativo à sexualidade é proibido, as pessoas vão criando caminhos alternativos para expressar o que querem. E o adequado seria dizer pênis e vulva, ponto final. Não precisava ir além disso
arquivo pessoal
Mas se os professores estão mal preparados, como reverter a educação sexual que se tem nas escolas?
Eliane -
 Fazendo formações. Todo começo de ano, depois no início do segundo semestre, temos semanas pedagógicas, reuniões. Se o professor não teve formação no curso superior, pelo menos pode-se fazer um trabalho paliativo, chamar uma equipe especializada, montar um projeto, trazer materiais e estudos para essa escola. Mostrar um olhar diferenciado sobre a sexualidade. Faço muito isso, e, a partir da nossa conversa, os professores ficam bastante empolgados, decidem com os secretários de educação fazer trabalhos mais intensos sobre o tema, como se faz com a questão do meio ambiente. Escola é um espaço de estudos, então a solução para melhorar é estudando.
Se a educação sexual não foi adequada na infância, é possível corrigir quando os alunos já são adolescentes?
Eliane - 
Dá, sim, porque o aspecto mais bonito que o adolescente tem é a vontade de aprender - pena que muitas vezes a escola acaba matando esse desejo. Mas ele clama, ele quer falar de sexo. Mas não vale levar um médico para uma palestra puramente técnica. Na minha escola, por exemplo, na 5ª série as meninas foram levadas para um auditório e apareceu um médico de branco falando que a gente ia menstruar, que ia doer, que ia sentir cólica, engravidar. Eu nunca tinha ouvido falar de menarca e fiquei com uma impressão horrível de ser mulher. A experiência me passou uma imagem extremamente negativa. O certo é escutar esse jovem, ver o que ele quer, bater papo com ele. A direção, a coordenadora pedagógica e os professores têm que participar. Perguntar para eles de que jeito vamos falar de sexualidade. O jovem é onipotente, acha que sabe de tudo, não quer mais ouvir de DST, aids, gravidez. É preciso que ele fique envolvido, que vá atrás. Pode ser um projeto com teatro, música; o jovem é supercriativo.
Para as meninas a repressão é mais forte que para os meninos dentro da escola?
Eliane - 
A diferença é imensa. Toda mulher já ouviu, quando nova, as mães e professoras falarem "fecha as pernas" ou "tira a mão daí". Para os meninos, se veem eles se masturbando, as professoras do ensino infantil dizem "ah, é assim mesmo, isso é coisa de moleque". Mas não é. Meninos e meninas estão conhecendo seus corpos, sem masturbação erótica. É igual enfiar o dedo no nariz. Mas elas acham que a menina não pode colocar a mão na vulva. Por questões de gênero, nós mulheres ainda somos mais interditadas e reprimidas.
Essa repressão das meninas pode ter consequências a longo prazo?
Eliane - 
Claro. Outro dia, uma professora que se dizia "pra frente" me contou que teve um problema com duas meninas da 5ª série. Disse que eram muito avançadinhas, já com seios, e que ficavam querendo agarrar os moleques para beijar na boca. Eu perguntei como a professora reagiu... Olha a expressão dela: "Vocês têm que se dar ao respeito, desse jeito eles não vão querer namorar vocês no futuro". No fundo, o que ela quis passar é que nós mulheres temos que ser recatadas. Poderia ser de outra maneira, dizer que ninguém deve investir no corpo de outra pessoa quando ela não quer. Com certeza ia resolver - e trabalhando o respeito em vez de dizer que as mulheres devem ser puras e imaculadas. Depois vão todas parar na minha clínica sem tesão, com vaginismo, dispareunia.
Como não gostar da ciência? Na Psicologia e na Pedagogia não se trabalha a disciplina educação sexual, o tema não está contemplado no currículo. Então as próprias pedagogas são as mais interditadas

Em São Paulo tivemos uma polêmica ano passado quando o estado distribuiu para alunos do ensino médio um livro com um conto erótico (obscenidades para uma dona de casa, de ignácio de Loyola Brandão, parte do livro os cem melhores contos brasileiros do século). Pais e professores reclamaram. Os docentes disseram que não ficavam à vontade para trabalhar o texto em sala. Jogar uma situação como essa na mão de um professor despreparado ajuda ou atrapalha?
Eliane - 
A polêmica é grande, eu sei. E mais recentemente tivemos também a polêmica do chamado kit gay, uma questão que vai mais ou menos no mesmo sentido. Vou falar especificamente do kit contra a homofobia, porque tenho o material, que é maravilhoso. Trabalho muito com homofobia, também temos inúmeras palavras para gays. Claro que tudo que é colocado goela abaixo não costuma dar certo. Mas a gente tem que começar em algum momento. O que se deve fazer é, depois de entregar o material, abrir discussões. Claro que medidas como essas não vão atingir o país ou estados inteiros, há lugares em que mal se dá conta da alfabetização. Então lança-se o material, muito interessante, e se pelo menos 10% fizerem um estudo a partir dele já está bom. Na mesma linha temos a discussão sobre vender ou não camisinhas dentro das escolas. Pessoalmente acho que deveria ter, mesmo sabendo que eles ainda não estão estudando sexualidade como deveriam. Mas se não fizermos nada, não vamos ter avanços nunca.
Qual a principal lição que se pode tirar dos seus quatro anos de pesquisa que resultaram no doutorado e, agora, no livro?
Eliane - 
Como professora universitária eu insisto que os cursos de Licenciatura e Pedagogia, assim como os de Psicologia, já que muitos psicólogos acabam trabalhando dentro de escolas, deveriam ter uma disciplina sobre gênero e educação sexual no espaço escolar. Aulas que abordassem como discutir gênero, o que é o ser masculino e o feminino. Quem quer trabalhar com docência deveria estudar a questão nos cursos de formação. Os palavrões foram um jeito de falar da repressão e formação docente, de chamar atenção para isso. A ciência precisa ser mostrada.
http://psiquecienciaevida.uol.com.br/ESPS/Edicoes/71/artigo241546-3.asp


Maioria da população acredita que nunca irá se contaminar, diz enfermeira


Coordenadora do Programa DST/AIDS acredita que a informação existe, mas falta mudar os hábitos

27/11/2011 - 11:35
Para evitar a AIDS é preciso usar preservativo em todas as relações sexuais, não compartilhar seringas, agulhas e objetos cortantes. A explicação está na ponta da língua das pessoas e, mesmo assim, o número de infectados pelo HIV – Vírus da Imunodeficiência Humana – continua aumentando. Em Ribeirão Preto, são 1,7 mil pacientes - só em 2010, foram 209 novos casos da doença.
De acordo com a enfermeira sanitarista coordenadora do programa de DST/AIDS de Ribeirão, Fátima Regina de Lima Neves, o problema não é a falta de conhecimento, mas a mudança efetiva dos hábitos. “Informação, a maioria da população tem. Quando a gente pergunta as formas de transmissão do vírus HIV, as pessoas sabem informar corretamente quais são. Mas há uma distância entre informação e mudança de comportamento”, afirma.
Fátima explica que a maioria da população acredita que nunca poderá se contaminar, como se as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) fossem uma realidade distante. Os dados do Programa DST/AIDS comprovam a afirmação: a cada 20 diagnósticos de HIV no município, nove já estão desenvolvendo a doença. “A maioria fica assustada e não adere ao serviço. Quando nos procuram, por conta de algum sintoma, já estão com o vírus manifestado e com quadro avançado da doença”, conta.
A enfermeira afirma que essa atitude é um reflexo da forma como o sexo é tratado pelas famílias, pela escola e até dentro do serviço público de saúde. “Os profissionais ainda têm dificuldade de lidar com questões da sexualidade. As DSTs ainda são tabus muito grandes para os próprios profissionais da saúde. Às vezes nem abordam este assunto”, diz.
A batalha contra a doença ganhou até uma data. O “Dia Mundial da Luta contra a AIDS” é comemorado nesta quinta-feira (1). Na entrevista da semana, o EP Ribeirão destacou alguns pontos polêmicos em relação à transmissão da doença, ao tratamento e às políticas públicas.
Teste rápido
O chamado “teste rápido” tem se popularizado pelo país, como forma precoce de diagnóstico da AIDS. Na última quarta-feira (23), a Secretaria Municipal da Saúde promoveu a campanha “Fique Sabendo”, realizando estes testes nas Praças Sete de Setembro e XV de Novembro, no centro de Ribeirão. Segundo Fátima, o exame surgiu como resultado das pesquisas científicas e da alta tecnologia disponível no país, e pode ser considerado tão confiável quanto o convencional.
Equipe multidisciplinar
A enfermeira afirma que o Brasil é um dos países que mais se destaca pelo aparato tecnológico para diagnóstico e monitoramento da Aids, além da distribuição gratuita dos medicamentos antirretrovirais.
Apesar disso, ainda falha no acolhimento dos pacientes, priorizando o atendimento centralizado no médico infectologista, ao invés de uma equipe multidisciplinar composta por psicólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, entre outros. “O governo financia muito mais a participação do médico e, consequentemente, da equipe de enfermagem, para poder atender a população nesse sistema”, critica.
Identificação de pares
Fátima também explica que, apesar dos agentes de saúde terem um amplo conhecimento sobre a AIDS, muitas vezes não conseguem falar a mesma linguagem do público que pretendem atingir. “Por isso, a identificação de pares é importante. "Uma pessoa que vive com HIV vai falar com um paciente numa linguagem e com um sentimento de quem vive aquela situação. A mesma coisa do adolescente trabalhar como multiplicador”, explica a enfermeira, destacando que a sociedade complementa o trabalho realizado pelo serviço público de saúde.
Sexo sem camisinha
Dados divulgados pelo Ministério da Saúde, na última segunda-feira (21), apontam que 61% dos jovens entre 15 e 24 anos usam camisinha na primeira relação. O número cai para 50% nas relações sexuais com parceiros casuais. De acordo com a médica, em relações estáveis, o diálogo entre o casal é fundamental, uma vez que a decisão sobre usar ou não o preservativo deve ser um consenso entre ambos.
Doenças Sexualmente Transmissíveis
Ainda segundo Fátima, não é possível trabalhar a prevenção de HIV de forma isolada das demais DSTs. “Uma pessoa que contraiu sífilis, por exemplo, tem 18% de chance a mais de contrair HIV, caso tenha um comportamento de risco”, afirma. Nesse sentido, ela destaca que doenças como gonorréia, candidíase, sífilis e hepatites A, B e C não podem ser esquecidas e devem ser tratadas com seriedade pela população.

Disfunção erétil preocupa espanhóis em tempo de crise, segundo pesquisa


70% dos espanhóis já sofreram problemas de ereção

EFE
publicado em 28/11/2011 às 16h38
    Apesar de os espanhóis ainda não serem acostumados a buscar tratamento quando passam por problemas sexuais, a crise econômica fez com que aumentasse em 20% o número de consultas médicas por disfunção erétil, um problema que afeta de forma séria um em cada cinco homens na Espanha. 

    As consequências das crises econômicas causam estresse na população, e todos os casos de disfunção erétil possuem uma relação psicológica, informaram nesta segunda-feira (28) os médicos Ana Puigvert, presidente da Associação Espanhola para a Saúde Sexual (AESS), e Ignacio Moncada, presidente da Associação Espanhola de Andrología, Medicina Sexual e Reprodutiva (Asesa). 

    O relatório sobre sexualidade masculina, encomendado pela companhia farmacêutica Lilly e que ouviu mais de 1.500 homens entre 35 e 70 anos de todas as regiões da Espanha, revela que 70% dos espanhóis já sofreram problemas de ereção, sendo que a grande maioria nunca buscou ajuda para solucioná-los. O presidente da Asesa, Ignacio Moncada, disse que a disfunção erétil não deve ser considerada normal nem entre os mais velhos.
     
    Segundo o médico, o problema deve ver tratado como uma doença que carece de tratamento. Além dos problemas envolvendo a relação de um casal, a disfunção erétil também pode alertar sobre outros problemas de saúde, especialmente os cardiovasculares. Pelas características vasculares do pênis, as patologias cardiovasculares se manifestam primeiro neste órgão do que no coração, explicou Moncada. Nove em cada dez entrevistados não buscaram nenhum tratamento quando enfrentaram problemas de ereção. 

    O estudo também mostra que o homem espanhol possui uma média de 1,3 relação sexual por semana, variando de acordo com a idade. Os entrevistados mais jovens (entre os 35 e 54 anos) declararam, com diferenças significativas, manter relações sexuais mais de duas vezes por semana, enquanto o grupo de mais idade (de 55 a 70 anos) possui uma vez ao mês ou menos. Dentro da média internacional, esse índice fica abaixo de países como Portugal, México e Romênia, e acima de outros como Estados Unidos, Canadá e Reino Unido, confirmou o médico José Antonio Sacristán, diretor médico da Lilly. 

    "Quanto maior for a frequência, maior será a satisfação e a qualidade de vida", destacou a médica Ana Puigvert, que ressaltou que a atividade sexual traz "múltiplos benefícios" em nível cerebral: mais memória e menos depressão e ansiedade nos idosos. O relatório também mostra que aproximadamente quatro de cada dez entrevistados afirmaram ter dado alguma desculpa em alguma ocasião para evitar uma relação sexual. De maneira espontânea, a desculpa mais mencionada é o cansaço, o estresse e o mal estar.
    http://noticias.r7.com/saude/noticias/disfuncao-eretil-preocupa-espanhois-em-tempo-de-crise-segundo-pesquisa-20111128.html


    sábado, 26 de novembro de 2011

    A (r)evolução do sexo


    POSTADO POR: REPUBLICA ON 19:57

    A evolução que envolve o sexo é um quebra-cabeça, cheio de pequenas peças, que tanto a biologia evolutiva quanto a sociedade ainda não conseguem encaixar. Embora os primeiros registros sobre a sexualidade humana datem de 22 mil anos, eles são escassos e, claro, abrangem períodos descontínuos.

    Mesmo assim, tudo que se tem ‘registrado’ sobre a evolução até hoje revela que, além de função vital, o sexo tem função instintiva, influi obviamente na conduta dos seres e sim, se vale dos diferentes ambientes socioculturais e políticos para se transformar. 

    Segundo o psicoterapeuta sexual Oswaldo M. Rodrigues Jr., do Instituto Paulista de Sexualidade, a humanidade tem necessidade de mudança, que ocorre de maneira socialmente natural a cada duas ou três gerações - o que cobre historicamente 150 anos. "Num período desses, muito se diferencia o sexo e a expressão sexual", analisa. O que ele quer dizer é que a maneira como fazemos ou enxergamos o sexo muda mesmo com o tempo.

    Enquanto antigamente o ato era mecânico, hoje é sinônimo de revolução hormonal e liberdade. A forma de encarar o que se chama de sexo, por exemplo, muda de tempos em tempos. A primeira coisa que demonstra estas mudanças é a própria palavra e significados de sexo. "Por séculos, apenas designou a diferenças entre homens e mulheres, e isto do ponto de vista genital. Em torno do século 13, a palavra já era usada para designar a relação coital", explica. E, depois daí, nasceu a necessidade de criar uma nova palavra - sexualidade - que pudesse incluir significados emocionais e amorosos, iniciando a diferenciação do uso do sexo para a procriação daquele que envolve o relacionamento afetivos e emocional humano. 

    Dois séculos depois, a tendência é compreender sexo e a sexualidade como algo mais abrangente do que apenas o coito e reprodução. "Atualmente, convivemos com uma variedade grande, entre a repressão e a libertinagem (de modo não moral, como expressão total da sexualidade). A sociedade ocidental mudou e os membros desta sociedade parcialmente já mudaram".

    Oswaldo conta que, realmente, nos tempos antigos, o prazer orgásmico, por exemplo, ficava em segundo ou terceiro plano. A mulher era apenas sinônimo de fertilidade e o ato era mecânico. Mas o século XX chegou e abriu a caixa de pandora do sexo. O advento do cinema, do carro, da pílula e até da Internet mudaram tudo que se sabia com relação ao sexo. A industrialização do mundo ocidental, as guerras, a revolução dos costumes chegaram dentro das casas acertaram em cheio a intimidade dos casais. As roupas diminuíram, as cidades cresceram. O romance deu lugar à velocidade. Nos anos 60, a pílula. Nos 70, o orgasmo. Depois, Aids e popularização da camisinha, Viagra, sexo virtual. 

    E, no meio de tudo isso, será que as mulheres fazem hoje menos sexo do que faziam suas avós e bisavós? Independentes financeiramente, ocupadas com a vida moderna e com acesso à educação, as moderninhas tiraram o sexo do eixo de atividades obrigatórias. "Muitas que antes se dedicavam aos filhos e assumiam que deveriam aceitar o sexo que o marido desejava fazer, hoje se dedicam a uma segunda jornada de trabalho e sentem que podem, mais facilmente, dizer não ao sexo desejado pelo marido".

    Se antes ela tinha tempo de sobra para dedicar ao marido e a vida conjugal, hoje administra os minutos. Trabalha fora, cuida da casa, dos filhos, estuda, se diverte e ainda cuida do corpo. Com tanta atividade, tempo e energia para o sexo ficam escassos. E a culpa não é delas. É da tal evolução. Ou seria revolução sexual? Mais uma vez, os fatos históricos, sociais e culturais influenciam o que acontece entre quatro paredes.
    Com um controle maior sobre suas vontades, as mulheres dão agora voz aos desejos. A mudança, positiva, faz com que elas e seus parceiros (ou parceiras) passem a poder ter experiências sexuais melhor compartilhadas e cada vez menos estigmatizadas. Ponto para a evolução.
    Por Sabrina Passos


    FONTE: Vila Mulher
    http://republicaitz.blogspot.com/2011/01/revolucao-do-sexo.html

    La obsesión por los afrodisiacos naturales


    Granos de cacao. | Javier Espinosa

    Granos de cacao. | Javier Espinosa
    • La mayoría de los estudios que se han realizado no son concluyentes
    • El ginseng y la yohimbina son los que más beneficios han mostrado

    Qué opinan los estudiantes de las parafilias


    Feria de fetichismo en Londres. | Irene Hdez. Velasco

    Feria de fetichismo en Londres. | Irene Hdez. Velasco

    Problema íntimo en la mujer



    23 NOVIEMBRE, 2011
    Un problema íntimo en la mujer
    Vaginismo
    mujer
    mujer
    Este mal afecta a un gran número de mujeres que no siempre está dispuesto a decirlo por vergüenza. Se trata de la imposibilidad de realizar el acto sexual a causa de la contracción involuntaria de los músculos de la vagina.
    La mayoría de sus causas son psicológicas y su origen puede estar en alguna experiencia traumática, abuso sexual, miedo a una enfermedad de transmisión sexual o al embarazo. Pero también hay orígenes físicos como infecciones, traumas durante el parto o secuelas tras una cirugía ginecológica.
    El vaginismo se debe tratar tanto física como emocionalmente. En algunos casos se utiliza la dilatación mediante los llamados dilatadores, los cuales permiten practicar gradualmente hasta recuperar la flexibilidad vaginal.
    Según la Sociedad Española de Medicina General, la inapetencia sexual o falta de deseo es el primer problema sexual en las mujeres. Le siguen el vaginismo y la dispareunia que consiste en sentir dolor durante la penetración.