segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

El aprendizaje del sexo

El aprendizaje del sexo

Un error muy frecuente entre las personas y parejas que acuden a terapia sexual es considerar la actividad sexual como algo que tiene que surgir de manera espontánea.

Entienden el impulso sexual como una suerte de inspiración, que te posee y te conduce por los vericuetos de la inquietante interacción sexual. Y decimos inquietante porque para algunas personas el mundo del sexo forma parte del rincón misterioso del ser humano.

Por otro lado también nos encontramos personas que se centran tanto en buscar puntos eróticos y en la búsqueda del orgasmo, en fin, en las cuestiones "técnicas", que los árboles no les dejan ver el bosque, que pierden perspectiva y no permiten que surja ese toque mágico que cualquier conducta bien aprendida tiene. Pero sobre todo, unos y otros, no tienen en cuenta que cualquier actividad que realizamos, incluida la sexual, para que sea realmente gratificante es importante tener un buen conocimiento y después dejarse llevar.

La pincelada artística que nos hace disfrutar tanto elaborando una receta de cocina, como pintando un cuadro, o realizando cualquier actividad creativa pasa por tener, en primer lugar, un buen conocimiento de la materia, y después, efectivamente hay que dejarse llevar. La espontaneidad que tanto seduce de muchos conferenciantes, viene de la improvisación que permite tener un buen conocimiento de la materia. En lo sexual esto se traduce en que es fundamental tener una buena cultura del sexo.

El aprendizaje del sexo no se debe dejar a la improvisación, la educación sexual debería ser una asignatura prioritaria en una sociedad que pretenda que las personas aspiren a la felicidad. Unas nociones básicas de anatomía y fisiología sexual, entender cómo es la respuesta sexual de hombres y mujeres, comprender que nuestras reacciones pueden responder a condicionantes familiares y sociales, son nociones fundamentales para desarrollar pautas de conductas sexuales saludables y placenteras. El arte del erotismo es también, por supuesto, un apreciable conocimiento para el buen vivir.

Hoy en día, con tanta información disponible parece muy fácil que buena parte de la sociedad esté suficientemente informada, sin embargo nos encontramos con que esto no es así. En parte por la propia resistencia de las personas a informarse; esto no es fácil de explicar en pocas líneas, pero sí, hay muchas personas desinformadas que sencillamente no buscan esa información que podría ayudarles. Por otro lado, se habla mucho de sexo y hay mucha información disponible en internet, pero muchas veces esa información es muy poco fiable y puede crear más confusión. En materia sexual, con frecuencia, se busca resaltar lo más chocante y estrambótico, o los aspectos llamativos del tema. Así hay una mayoría silenciosa que, muchas veces, se ve desconcertada anta una avalancha de información que queda muy lejos de sus inquietudes y que en lugar de serle útil, le genera confusión. Por eso, siempre aconsejamos ser críticos y selectivos con las fuentes de información sexual. En una materia como el sexo, en la que todo el mundo parece que tiene algo que decir, es clave diferenciar las opiniones de los estudios científicos y conocimientos profesionales.

Nuestra tarea como sexólogos pasa por ayudar a que las personas que acuden a nosotros puedan disponer de una información sería y rigurosa sobre el tema, además de ayudar a explorar aspectos psicológicos que pueden interferir en nuestra predisposición al disfrute sexual y en la relación de pareja.



Lunes, 28 de Febrero de 2011
http://www.corrienteshoy.com/vernota.asp?id_noticia=75274

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Mulheres não procuram ajuda para problemas sexuais após cancro

Mulheres não procuram ajuda para problemas sexuais após cancro
Um grande número de mulheres que se submeteram a tratamentos de combate ao cancro da mama e ginecológico quer ajuda para solucionar os seus problemas sexuais. Contudo, um estudo do Centro Médico da Universidade de Chicago, nos EUA, mostra que são poucas as que procuram ajuda, avança o site Bibliomed.
O estudo envolveu 261 mulheres, com idades entre os 21 e os 88 anos, sendo que apenas 7% tinham procurado ajuda médica para tratar esses problemas, e 42% tinham interesse em procurar essa ajuda.
A maior preocupação com a vida sexual partiu das mulheres mais jovens, mas 22% das mulheres com mais de 65 anos relataram querer ajuda para resolver esses problemas.
"Algumas mulheres têm a coragem de levantar as suas preocupações sexuais com o médico, apesar de vários estudos mostrarem que preferem que o médico inicie a discussão", diz Stacy Tessler Lindau, professora da Universidade e uma das autoras do estudo.
Principais problemas sexuais
Os principais problemas sexuais apresentados são secura, dor, perda de desejo, dificuldade de excitação e orgasmo. O grande causador destes sintomas é a nova aparência devido ao tratamento. Muitas sobreviventes lutam com preocupações com a imagem corporal, e não se sentem atraentes ou femininas após esse período.
"Qualquer coisa que afecte os órgãos sexuais femininos terá repercussões na imagem do corpo e na vida sexual da mulher", explica Emily Hill, também autora do estudo. Os dados mostram que as mulheres não costumam conversar sobre estes problemas com o cônjuge.
"Muitos dos tratamentos, incluindo terapia hormonal e quimioterapia, têm efeitos sobre a saúde sexual", acrescentou. A sexualidade feminina é afectada pelos problemas físicos e pelos psicológicos. Por isso, é necessário que os médicos cuidem das pacientes sabendo que elas têm essa preocupação.
“Os problemas físicos associados ao tratamento do cancro podem prejudicar os relacionamentos, causar preocupação e stress, e podem causar o isolamento das mulheres. Muitas sentem vergonha ou culpa", afirmou Lindau.
2011-02-17 | 15:05
http://www.pop.eu.com/news/4188/26/Mulheres-nao-procuram-ajuda-para-problemas-sexuais-apos-cancro.html

- Sexualidade é vista de forma pejorativa

- Sexualidade é vista de forma pejorativa
André Simões
20/02/2011 às 02:00
Com 20 anos de profissão, a psicóloga clínica Eliany Mariussi, 42, começou a se interessar pelo tema da sexualidade ainda em seu último ano de graduação na UEM. Se ainda hoje o assunto é tabu, na época havia ainda mais dificuldade para colocá-lo em pauta. Quando a então estudante propôs apresentar seu projeto de conclusão de curso nessa área, houve grande resistência acadêmica.
Como Eliany se mostrou determinada, a solução proposta pelos professores foi que seu projeto sobre sexualidade viesse como um adicional, não a eximindo de fazer também um trabalho em outro tema. Jornada dupla. "Eu aceitei o desafio. Na época ninguém trabalhava com isso na faculdade", diz.
Desde então, a psicóloga se especializou na área da sexualidade. Em sua clínica, atende principalmente homens e mulheres que apresentam alguma disfunção sexual e querem auxílio para lidar com a questão. Com a experiência de trabalho, percebeu que muitos dos problemas apresentados por adultos têm raízes na infância e adolescência.
Daí veio a motivação para escrever seu primeiro livro, "Educação Sexual Começa em Casa", lançado em novembro do ano passado. Na quarta-feira, Eliany participou de um evento promovido por O Diário na Escola em parceira com o Colégio Marista e concedeu entrevista para o jornal. Leia a seguir os principais trechos:

Eliany Mariussi
"O assunto está escancarado, mas quando precisa ser dito algo de positivo, não acontece. São sempre os temas assustadores, gravidez indesejada, aids, pedofilia"
"O papel da mãe é o de orientação, não o de ser amiguinha. Há que se colocar limites, mas essa orientação deve vir da conversa, nunca da imposição de dogmas. Se há repressão, se fecha uma porta"
O Diário - É difícil para uma psicóloga trabalhar com foco em sexualidade, um tema ainda visto como tabu?
Eliany Mariussi - Sempre há certa resistência, no começo me senti muito só. Mas quanto mais fui me aprofundando em cursos e estudos, adquiri a convicção de que a sexualidade é um assunto lícito, da natureza humana. Ganhei força com essa certeza. Faço muitas palestras sobre o tema e percebo que as pessoas ficam curiosas, mas têm receio de falar, é como se um fantasma ficasse rondando. Elas querem mais é ouvir. Então é nesse sentido que eu ainda me sinto um pouco só: eu faço uma palestra e não há uma interação maior. Isso exige descontração do palestrante, brincar um pouquinho. Para falar de forma séria, não é preciso ser rígido.
O Diário - Qual o aspecto mais problemático da maneira como a sexualidade é tratada no senso comum?
Eliany Mariussi - A sexualidade é geralmente tratada de maneira pejorativa. Sempre que vão falar sobre o assunto é sobre pedofilia, prostituição, doenças sexualmente transmissíveis. Isso assusta, falta uma visão mais educativa. Alguns programas de televisão ainda tentam proporcionar um pouco mais de reflexão e informação, mas passam de madrugada, num horário inacessível para a maioria. Insisto que o sexo é da natureza humana, mas as pessoas não desenvolvem isso. Somos educados para outras dimensões, como intelectual, material, familiar, financeira, até religiosa, mas não há a mesma ênfase na educação sexual, existe um grande preconceito. A educação é falha em um coisa básica da vida.
O Diário - Há uma idade certa para começar a falar com as crianças sobre sexo?
Eliany Mariussi - Os pais devem falar de sexualidade – não de sexo, necessariamente. O assunto deve ser tratado sempre dentro da compreensão da idade. Uma criança de quatro anos não vai querer saber sobre iniciação sexual, mas pode ficar incomodada quando os pais se trancam dentro do quarto. Então deve ser explicado que os pais estão namorando, que é um momento só para adultos, e depois pode haver mais conversa. Deve se ter cuidado para perceber o que a criança quer saber e por quê. Se ela pergunta, é porque está pronta para a resposta. E a educação sexual não se esgota, é para toda a vida, passa por viúvos, casais em segundo união. Mesmo os pais, quando educam os filhos, estão se educando. Somos de uma geração sem educação sexual, frutos da desinformação.
O Diário - E em pleno século XXI, com informação abundante e acesso à Internet, ainda é difícil para os pais falarem sobre sexualidade com os filhos?
Eliany Mariussi - De forma educativa e respeitosa, sim. O assunto está escancarado, mas quando precisa ser dito algo de positivo, não acontece. São sempre os temas assustadores, gravidez indesejada, aids, pedofilia. Não se fala sobre as coisas boas de um relacionamento, sobre como é bom depois que a gente transa com a pessoa de que gostamos, passamos o dia inteiro bem.
O Diário - Embora as críticas sobre falta de educação sexual sejam constantes, alguns programas estatais que abordam diretamente o assunto foram muito contestados. Um caso notório foi quando, em 2007, o governo federal distribuiu, para estudantes de escolas públicas, cartilhas de orientação de saúde contendo páginas para anotar as "ficadas mais espetaculares". A sra. acha que esse tipo de ação incentiva a promiscuidade sexual?
Eliany Mariussi - Não lembro exatamente desse caso. Mas vejo que, em geral, as pessoas preferem atacar a buscar espaços e diálogos.
O Diário - Mas como a sra. analisa, de maneira geral, os programas de educação sexual do governo?
Eliany Mariussi - A meu ver, as aulas de educação sexual deveriam ser obrigatórias em todas as escolas. Hoje em dia, são opcionais. Penso que isso já é um começo, um avanço, mas os pais devem incentivar no currículo escolar essa obrigatoriedade. A escola recebe pessoas em plena formação, e os professores simplesmente não sabem lidar com sexualidade. Muitos alunos são punidos, suspensos, por questões em que deveriam ser orientados. Eu mesma recebo muitos convites para dar palestras de educação sexual em colégios e sempre recuso. Oferecem uma hora, uma hora e meia, acho isso desrespeitoso. Como falar em tão pouco tempo para pessoas que estão com todas as situações explodindo? A educação sexual exige aulas semanais, com horário próprio. Na verdade, quando me convidam para fazer essas palestras de uma hora e meia, devolvo o convite dizendo que aceito, desde que fale com os professores, não com alunos. São os professores que lidam com os conflitos.
O Diário - A sra. ministra palestras para grupos da Igreja Católica. Como trabalhar para uma instituição muitas vezes vista como repressora da sexualidade, que não aceita, por exemplo, o uso da camisinha?
Eliany Mariussi - A Igreja Católica tem restrições, mas também tem muitas coisas boas. Faço trabalhos geralmente orientando jovens que estão se casando, mostro como é importante manifestar desejo sexual pelo parceiro, falo sobre como se relacionar. Como as palestras são curtas, acabo não entrando no mérito da camisinha, até porque, dentro do casamento, muitas vezes isso não acontece. Mas nunca foi contestada por falar demais nessas palestras para a igreja, pelo contrário. Sempre demonstraram um respeito muito grande.
O Diário - Em que ponto o canal de comunicação entre pais e filhos sobre sexo deixa de ser saudável para ser invasivo? É normal uma filha que conta para a mãe sobre a pessoa com quem transou na ficada da noite anterior?
Eliany Mariussi - Essa é uma situação em que podem se ver coisas boas e outras não tão boas. Se a filha confia na mãe para dizer coisas íntimas, isso é um ponto positivo. Só que o papel da mãe é o de orientação, não o de ser amiguinha. Há que se colocar limites, mas essa orientação deve vir da conversa, nunca da imposição de dogmas. Precisa haver muita sutileza, confiança e, principalmente, diálogo. Se acontece a simples repressão, acaba se fechando uma porta importante, quebra-se um vínculo. Agora, que fique claro que conversar com a mãe não pode nunca ser igual a desabafar com uma amiga.
http://maringa.odiario.com/maringa/noticia/394256/sexualidade-e-vista-de-forma-pejorativa/

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Como renovar o seu casamento

11/10/2010 - 14h15
Como renovar o seu casamento

Relação duradoura sem desgaste não existe. A vida a dois exige imaginação e renovação diária. Três mulheres revelam como refizeram o casamento depois daquele momento em que parecia que tudo iria acabar
Renovar, investir, acreditar. Quem vive uma relação a dois sabe quanto essas palavras são fundamentais no dia a dia. A vida muda e o natural seria que o casamento seguisse o mesmo processo. Mas, de modo geral, as transformações só ocorrem sob a pressão de uma crise. "Toda relação afetiva passa por conflitos, uns maiores, outros menores. O jeito de encará-los define se haverá uma separação ou uma reinvenção", diz a terapeuta de casais e palestrante Maria Luiza Cruvinel, de São Paulo. É verdade que o amor é o fiel da balança – quando existe um sentimento mais profundo, o casal se vê estimulado a renovar a união. No entanto, muitos se divorciam sem avaliar os próprios sentimentos. "A maioria prefere a separação porque não suporta a angústia da indefinição – aquele período difícil em que a crise foi deflagrada, mas ainda não se vislumbra a solução. Nessa hora, o afastamento imediato traz uma falsa sensação de melhora", afirma Oswaldo M. Rodrigues Jr., psicólogo do Instituto Paulista de Sexualidade.
Para reinventar um casamento, é preciso se abrir para as adaptações e concessões. E preparar-se para encarar tanto os benefícios quanto os riscos embutidos no processo de mudança. "Viver junto é um aprendizado desde que você reconheça as próprias limitações e compreenda as do outro", define Maria Luiza. Para Rodrigues Jr., os relacionamentos nascem de um contrato baseado na interação inicial da dupla. "É quando são colocados os limites, o que cada um suporta e de que necessita. A questão é que, na maioria das vezes, não há diálogos reais. Cada um tenta convencer o outro a satisfazer suas demandas", alerta o especialista. "Então, quando surge um problema sério, o mais comum é acusar, jogar a responsabilidade e aguardar que o par se sinta culpado." Ou seja, a expectativa é que o outro mude e nunca você.
Aprender a lidar com frustrações e transformações demora mesmo. Exige uma boa dose de maturidade dos parceiros e, às vezes, terapia pessoal ou de casal. Até para aceitar o fato de que a paixão não é eterna. "O casal pode ter a consciência de que não está mais apaixonado e de que enfrenta problemas, mas prefere resolvê-los e seguir juntos porque os aspectos positivos dessa relação são superiores aos negativos", diz Maria Luiza. Segundo ela, quem parte para a renovação de uma antiga relação são os que ainda se amam, tornaram-se amigos, têm filhos ou projetos em comum. Seja como for, os motivos da crise e o modo como cada um vai reinventar a vida amorosa é sempre particular, como se pode notar nos depoimentos desta reportagem.
Casas Separadas
Patricia Norbin Pereira, 46 anos, pedagoga e empresária, casada há 16 anos com Gilberto Pereira Filho, 54 anos, engenheiro civil. O casal é de São Paulo
Depois de tanto tempo de casamento, eu ainda estremeço quando ele me pergunta: "Hoje você vai dormir aqui?" Sei que naquela noite vamos tomar um vinhozinho e caprichar na sedução. Temos ainda nosso dia sagrado, a quarta- feira, quando saímos para explorar a cidade e novos lugares. Desde cedo já fico na expectativa. Nem sempre foi assim. A decisão de morarmos em casas separadas nos trouxe mais leveza, mas foi o modo que encontrei para contornar uma crise. Tenho dois filhos do primeiro casamento, e a relação do Gilberto com o meu mais velho era ruim. Apesar de saber que meu marido sempre foi bem-intencionado, eu não concordava com a forma dura como ele educava. Isso provocava muitas discussões. Moramos dez anos na mesma casa, e nossa relação se desgastava por causa desses conflitos. Depois de uma briga mais séria, pelo motivo de sempre, quase nos separamos. Eu me via sem saída, como se tivesse de escolher entre meu filho e meu marido. Foi quando pensamos em casas separadas. Nós dois sofremos, cheios de dúvidas sobre se daria certo. Ele sentia que estava perdendo um pouco de mim. Procurei, então, mostrar como seria bacana voltar a ter uma vida de namorados. Usei a tática da meiguice, pois o Gilberto detesta ser intimado. Fui com meus filhos para um flat até amadurecer a ideia. Logo depois, compramos outro apartamento. Há seis anos, moramos perto. Eu almoço com meus filhos e janto com meu marido. Para dormir, revezamos. Tem seu lado cansativo, pois são duas empregadas, dois supermercados... Mas, cá para nós, a novidade apimentou o sexo. Aliás, eu não relaxo nesse quesito. Faço ginástica e invisto em lingeries provocantes. Nossa relação ganhou em qualidade. Gilberto continua me ajudando a cuidar dos meninos. A diferença é que agora ele não está na linha de frente como antes. As brigas acabaram. Ficamos com o melhor. Nosso casamento é um exercício diário de amor.
Vencendo a mágoa
Perdoar uma traição do marido não é fácil, mas o pior foi conviver com a mágoa. Eu já estava com o Fernando fazia muitos anos quando, em 2000, ele me contou da amante, poucos dias depois de saber da minha segunda gravidez. Tentei ser racional e esperar a empolgação terminar. Após dois meses, percebi que Fernando continuava perdido e dei um basta. Deixei Uberlândia, no interior de Minas Gerais, onde morávamos, e voltei para o Rio, cidade da minha família. Ele chorou na despedida. Nossa separação durou pouco. Dois dias depois, ele viajou para nos ver. Tinha terminado o caso e me pediu para voltar. Concordei, pois queria muito que minhas filhas pudessem conviver com ele. No entanto, eu ainda não o tinha perdoado nessa época. Quando a caçula completou 1 ano, pensei em me separar. Só que, a essa altura, Fernando era um paizão e um marido carinhoso. Ele havia mudado, eu é que ainda jogava a traição na cara dele. Em 2006, tive um câncer de mama. Depois de uma mastectomia radical, engordei e perdi todo o cabelo e os pelos do corpo por causa da quimioterapia. Fernando foi maravilhoso. Parecíamos namorados, sempre juntos, no maior carinho. Percebi ali o tamanho do nosso amor. No ano passado, descobri uma metástase no pulmão. Mais do que nunca, senti que tinha de deixar as tristezas para trás e seguir em frente. Precisei ficar mal para dar importância ao meu relacionamento e a mim mesma. Hoje, estou curada e ótima, segundo os médicos. Emagreci e passei a me cuidar. Fiz terapia individual e também de casal por dois anos. Aprendi a ouvir meu marido e a expressar o que me desagrada. Sei que posso viver bem sem o Fernando, mas vivo muito melhor com ele. Preferia ter feito meus aprendizados sem ter que conhecer a dor da traição, mas hoje só penso no presente. Nós dois cuidamos do casamento. Gostamos de tirar férias a sós, e eu também melhorei na parte sexual. Me envolvo mais, ando mais safada. Até quando não estou com tanta vontade, eu topo porque sei que vou gostar depois, a frequência aumentou. No dia a dia, cuido das pequenas coisas. Eu me arrumo, faço uma mesa bonita para jantarmos em casa. Não é preciso motivo especial, o que importa é trazer alegria para a relação.
Laços refeitos
Divanir Marquezi, fonoaudióloga, 51 anos, casada há 27 anos com Claudio Odri, empresário e jornalista, 52 anos. Moram em São Paulo
Casamos em 1983, completamente apaixonados. Em 1988, nasceram nossos filhos, um casal de gêmeos. Parei de trabalhar uns tempos para cuidar das crianças. Em 1990, meu pai morreu e eu me apeguei muito a minha mãe. Com tudo isso, meu papel de mulher ficou em último plano. Claudio trabalhava demais nessa época, e eu andava ocupada com a família. Às vezes, ele chegava tarde e eu já estava dormindo. Resultado: paramos de namorar. Ele reclamou, mas eu não me dei conta da gravidade da situação. Por isso, quando Claudio disse que não dava mais, foi um choque. Nós nos separamos em 1993 e, por três longos meses, morei com minha mãe. Chegamos até a consultar um advogado. O período difícil me obrigou a refletir. E, como tínhamos que nos encontrar para tomar decisões sobre o divórcio, voltamos a conversar. Aí ficou claro que nossa história não tinha terminado: nós nos amávamos demais. Às vezes, os preparativos da separação terminavam na cama. Depois de muitas ponderações, resolvemos voltar, mas o recomeço foi estranho. Eu pisava em ovos, sem saber bem o que fazer. Queríamos retomar nossa intimidade, só que filhos pequenos exigem atenção integral. Nesse momento, a família toda ajudou. Tios e avós se mobilizaram para ficar com as crianças – assim conseguíamos fugir para um cineminha, um motel, pequenas viagens. A crise nos ensinou a cuidar mais da nossa história. Até hoje somos muito carinhosos um com o outro e não deixamos o sexo esfriar. O tempo traz não só desgastes mas também vantagens: nós conhecemos bem as fantasias um do outro. Além disso, mantemos nossa independência, com programas e amigos diferentes, respeitando o espaço de cada um. Uma lição fundamental: nunca deixar os problemas se acumularem. Um casal precisa se renovar todos os dias. E isso você só faz quando sabe que, apesar de todas as dificuldades, vale a pena estar junto dele.
Fonte: Revista Cláudia
Via: www.guiame.com.br

http://www.guiame.com.br/v4/66666-1706-Como-renovar-o-seu-casamento.html

Sexualidade do casal idoso - atitudes e comportamentos que precisam de educação sexual | Semeando o Conhecimento

Sexualidade do Casal Idoso
Postado por Raphael on February 18th, 2011
Sexualidade do Casal Idoso – Atitudes e comportamentos que precisam de educação sexual


Mitos sobre idade e sexualidade


O que mais se fala em nossa cultura sobre a sexualidade em idosos são circunstâncias mitificadas. Vejamos dois mitos contraditórios comuns de se ouvir:

Mito 1- Ao envelhecer, não há qualquer mudança no interesse sexual do homem, nem na resposta ou desempenho sexuais.

Mito 2- Envelhecendo você perde o interesse no sexo e não conseguirá mais fazer sexo.

Esta compreensão sem fundamentação cientifica precisa ser substituída, mas somente o será trazendo esta discussão com quem ainda não atingiu uma idade mais avançada.

O aumento da expectativa de vida no séc. XX mostrou que o número das pessoas com mais de 65 anos tem crescido muito. No ano 2000 tínhamos no Brasil 9.926.472 pessoas com mais de 65 anos. A tendência de aumentar a percentagem já é percebida, fazendo com que as próximas décadas produzam mais habitantes com vida mais prolongada sobrevivendo!

Mesmo com o crescimento da população, mais idosos, pouca atenção tem sido dedicada ao tratamento de disfunções sexuais em idosos, senão até a última década do séc. XX. [1] E mesmo assim esta discussão apenas começou e ainda precisa de muita atenção de profissionais de saúde.

A Organização Mundial da Saúde, a partir de discussões e consultas a grupos de especialistas em sexualidade entre 1974 e 2003, definiu a Saúde Sexual:

“A integração dos aspectos afetivos, somáticos e intelectuais do ser sexuado, de modo tal que dela derive o enriquecimento e o desenvolvimento da pessoa humana, a comunicação e o amor”.

No transcorrer da senectude, a sexualidade segue desempenhando um papel importante, mesmo que pese a falta de oportunidades para exercê-la e a marginalização que socialmente sofre a população idosa.

Winn e Newton (1982)[2] usaram arquivos para comparar a sexualidade de idosos em 106 culturas. Concluíram que a continuidade da sexualidade em idosos em muitas sociedades significava que os fatores culturais devem ser a chave determinante para o comportamento sexual. A compreensão da sexualidade no idoso é o que permite que idosos aproveitem a vida sexual.

Sexo muda com a idade – homens[3]

Idosos não conhecem as mudanças no funcionamento sexual relacionados ao envelhecimento, e adotam as atitudes sociais de sexo e atividades sexuais que aprenderam que eram de idosos. Este “conhecimento” aprendido desde infância sobre como deverá ser mais tarde na vida produz muita ansiedade relacionada a expressão da sexualidade. Buscar atividades sexuais sob ansiedade prejudica o desempenho sexual de homens e mulheres, produzindo disfunções sexuais.

A ansiedade e medo advinda da interpretação negativa das mudanças genitais e da função sexual associadas com a idade está na base de muitos problemas vividos pelos mais idosos.

Mudanças genitais e da resposta sexual precisam ser conhecidas por quem envelhece e pelos profissionais de saúde que deles cuidam.

Por exemplo, homens tendem a precisar de mais tempo para obter uma ereção, existe aumento do tempo de ereção pré-ejaculação, diminuição da força da ejaculação, e o aumento do tempo da fase refratária, dificultando a próxima ereção.

Embora a incidência de disfunções sexuais aumentem com a idade, associam-se a problemas de saúde que aumentam com a idade, e não com a idade por si.

Muitas doenças endócrinas, vasculares, e neurológicas podem interferir na função sexual, tanto quanto os medicamentos e cirurgias para os tratamentos. Estes fatores de saúde são mais prevalentes em idosos, o que não deveria surpreender termos mais causas orgânicas para as disfunções sexuais nos idosos.

Os fatores patológicos que afetam a função sexual: doenças cardiovasculares, demência, artrite e cirurgias.[4]

Medicamentos que afetam o sistema nervoso autônomo podem interferir com a função sexual.

Muitas medicações que idosos usam também afetam a sexualidade: anti-hipertensivos, tranqüilizantes, antidepressivos.

Mudanças que ocorrem na fisiologia do homem idoso podem afetar a ereção e a ejaculação.

Estas mudanças não precisam ter um impactos na obtenção de prazer sexual, e não teriam se não fosse a interpretação errada que as pessoas fazem ao ficarem mais velhas.

Conhecer que estas mudanças não são disfuncionais e o auxílio para adaptações na prática sexual são cruciais para a prevenção de disfunções sexuais devido a ansiedade.

Sexo muda com a idade – mulheres


Na mulher idosa os efeitos fisiológicos do envelhecimento que afetam a função sexual devem-se ao decréscimo de circulação de estrogênio após a menopausa.

A velocidade e quantidade de lubrificação vaginal diminui e ocorre uma atrofia geral da vagina. Para muitas mulheres estas mudanças significam a liberdade para explorar a atividade sexual com prazer e sem preocupar-se com a gravidez.

Mudanças Genitais na mulher incluem redução do tamanho do clitóris, da vulva, do tecido labial, diminuição do tamanho do cérvix, útero e ovários, e perda de elasticidade e afinamento da parede vaginal.

Algumas mulheres podem experienciar lubrificação inadequada e coito pode ser doloroso com as paredes vaginais muito finas.

O declínio cognitivo que pode ocorrer em idosos pode influencias a atividade sexual.

A deterioração cognitiva relacionada a desordens de demência pode afetar o comportamento sexual, produzindo problemas no relacionamento do casal.

Sexualidade – comportamentos

Pesquisa com 800 idosos sobre o que sentiam sobre as atividades sexuais revelaram que os idosos definem e expressam a sexualidade de modo mais difuso e variado do que os grupos mais jovens sugerindo que as mudanças na expressão da atividade sexual pode ser mais comum com o avanço da idade.[5]

Comportamento sexual e atitudes sobre sexo no idoso refletem a continuidade dos padrões adquiridos nas duas primeiras décadas de vida.

Aqueles mais ativos na juventude tendem a manter este padrão durante toda a vida.

Atitudes negativas sobre sexo aprendidas na juventude podem produzir interferir na habilidade de obter prazer sexual na terceira idade.

Atividade sexual relaciona-se com comportamento e atitudes sexuais, grau de interesse sexual, e freqüência de atividade sexual anterior.

Outros fatores psicossociais que afetam o funcionamento sexual de idosos: muitos casais com problemas de rotina e vida enfadonha com o relacionamento de longo prazo, relacionamento ou casamento sem amor nas décadas intermediarias minam a possibilidade de condições futuras.[6]

Mudanças no estilo de vida relacionadas a aposentadoria, mudanças e problemas de adaptação, precisam ser considerados.

Com a aposentadoria o homem deixa as atividades percebidas como masculinas o que pode produzir diminuição da auto-estima e afetar o desempenho sexual.

Sanções religiosas que restringem o sexo à reprodução e ignoram a importância da intimidade, amor e prazer sexual na produção do bem estar, negam a importância destas necessidades humanas.

Educação sexual não é apenas para jovens

Conhecimento e atitudes sobre sexualidade influencia as percepções sobre as necessidades sexuais e sentimentos na terceira idade. [7]

Associação entre conhecimento e atitudes sobre sexo na terceira idade.

Intervenções educacionais são necessárias para diminuir mitos, estereótipos e iniciar atitudes positivas a idosos para promover a percepção de que a expressão sexual faz parte da vida independente da idade.

É ampla a evidência que sugere que a educação sexual para idosos conduz a atitudes positivas sobre sexo.

Idosos tem poucas oportunidades de acesso a educação, menos ainda a educação sexual.

Idosos não tem acesso a informações sobre sexualidade e desconhecem o funcionamento sexual.

Nas casas de repouso e serviços geriátricos em que pessoal de saúde tem mais informações sobre sexualidade, os idosos tem atitudes de maior aceitacao sobre sexualidade.

Através do “Aged Sexuality Knowledge and Attitudes Scale (ASKAS)”, um estudo do efeito da intervenção educacional sobre sexualidade em idosos, familiares e profissionais de saúde apontou:[8]

Existe um aumento significativo do conhecimento, das atividades sexuais e satisfação com o sexo, e o desenvolvimento de atitudes mais permissivas após a intervenção educacional de um processo de Educação Sexual aplicado a idosos.

Antes de 1980, a maioria dos sujeitos de pesquisas em sexualidade eram idosos de casas de repouso, produzindo apenas conhecimento limitado a atitudes negativas sobre sexualidade[9].

Estudos sobre profissionais de saúde com idosos mostram que com o aumento de conhecimento deles sobre sexualidade em idosos produzem maior aceitação das atitudes sexuais em idosos.

Assim os psicólogos que se dedicam a atender queixas sexuais podem auxiliar casais mais idosos a compreenderem suas mudanças e poderem mudar idéias errôneas e mudar processos mentais que os conduzem a erros. Assim virá uma felicidade sexual possível e real.

[1]Starr, B.D. (1985). Sexuality and the Aging.American Review of Gerontology and Geriatrics, 5, 97-126.

White, C.B., & Catania, J.A. (1982).Psychoeducational Intervention for Sexuality with the Aged, Family Members of the Aged and People Who Work with the Aged.International Journal of Aging and Human Development, 15, 121-138.

[1]Story, M.D. (1989). Knowledge and Attitudes About the Sexuality of Older Adults Among Retirement Home Residents. Educational Gerontology, 15, 515-526.


[1]Spence, S.H. (1992). Psychosexual Dysfunction in the Elderly.Behaviour Change, 9, 55-64.

IBGE- http://www.ibge.gov.br/seculoxx/estatisticas_populacionais.shtm

[2]Winn, R.L., & Newton, N. (1982). Sexuality and Aging: A Study of 106 Cultures. Archives of Sexual Behavior, 11, 283-298.

[3]Spence, S.H. (1992). Psychosexual Dysfunction in the Elderly.Behaviour Change, 9, 55-64.

Deacon, S., Minichiello, V., & Plummer, D. (1995). Sexuality and Older People: Revisiting the Assumptions. Educational Gerontology, 21, 497-513.

[4]Deacon, S., Minichiello, V., & Plummer, D. (1995). Sexuality and Older People: Revisiting the Assumptions. Educational Gerontology, 21, 497-513.

[5]Starr, B., & Weiner, M.B. (1981).Sex and Sexuality in the Mature Years. New York: Stein & Day.

[6]Garrison, J.E. (1989). Sexual Dysfunction in the Elderly: Causes and Effects. Journal of Psychotherapy and the Family, 5, 149-163.

[7]Hillman, J.L. &Stricker, G. (1994). A Linkage of Knowledge and Attitudes Toward Elderly Sexuality: Not Necessarily a Uniform Relationship. The Gerontologist, 34, 256-260.

Deacon, S., Minichiello, V., & Plummer, D. (1995). Sexuality and Older People: Revisiting the Assumptions. Educational Gerontology, 21, 497-513.



Fonte: Psic. Oswaldo Martins Rodrigues Junior CRP 06/20610 – GEPIPS – Grupo de Estudos e Pesquisas do Instituto Paulista de Sexualidade - Coordenador de Pesquisas – rua Atalaia, 195 – Perdizes Cep: 01251-060 – São Paulo – SP Brasil www.inpasex.com.br www.oswrod.psc.br – e-mail oswrod@uol.com.br
http://semeandooconhecimento.net/sexualidade-do-casal-idoso/

Como usar a tevê em benefício de seus filhos

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domingo, 30 de janeiro de 2011
Como usar a tevê em benefício de seus filhos
Pais e filhos precisam aprender a assistir televisão. A dica é de Bia Rosenberg, que coordenou a programação infantil da TV Cultura por 20 anos e é autora do livro “A TV Que Seu Filho Vê - Como Usar a Televisão no Desenvolvimento da Criança” (Panda Books). Criadora dos programas “X-Tudo”, “Castelo Rá-Tim-Bum”, “Cocoricó” e “Glub-Glub”, Bia explica que é comum encontrar pais preocupados com a relação dos filhos com a tevê, mas totalmente desorientados e perdidos. Para ela, a tevê não é positiva nem negativa: o desafio é usá-la a favor dos filhos.

Para Bia Rosenberg, a pouca reflexão sobre o tema pende sempre para o lado negativo da relação criança/ tevê. Atualmente, é impossível ignorar os avanços tecnológicos do âmbito familiar e simplesmente desligar a televisão. A presença dela é inevitável e proibir só aguça ainda mais a curiosidade.

Neste caso, os pais têm de conquistar e exercer autonomia em relação ao uso, e ao mesmo tempo, selecionar a programação, orientar o filho e saber negociar. “O ideal é um bate papo familiar e informal sobre o que é adequado e o que não é.” Não há acordo sobre o tempo ideal para as crianças assistirem tevê, mas a Academia Americana de Pediatria considera adequado duas horas por dia.

A associação também não recomenda que crianças menores de dois anos assistam televisão. E nada de fazer lição, comer ou dormir diante da tela. Cuidar do tempo e do que os filhos vão assistir é tarefa dos pais. A criança deve dar sua opinião sobre o que gosta, mas cabe aos pais enriquecer essas escolhas com opções de qualidade.

Assim, vale até bloquear a tevê para canais e horários em que o conteúdo é considerado inadequado ou o que não acrescente nada a formação delas. Alguns pacotes de assinatura de tevê a cabo dão essa opção. As crianças começam a interagir com o que veem na televisão com seis meses. Bia Rosenberg é taxativa em em relação à programação adulta que elas têm acesso.

“Os programas conhecidos do horário nobre, como novela e telejornal, não são adequados para crianças menores de sete anos e não acrescenta nada de positivo, apenas dão uma percepção errada e alterada sobre a realidade. Assistir a crimes e desastres naturais nos jornais, por exemplo, só as atormentam se aquilo pode ou não acontecer com elas, o que é assustador.” E se a criança chegar a imitar algo violento ou de teor sexual, “os pais não devem se desesperar. Nada de promover debates nem passar sermões, mas dialogar sobre o que foi visto.”

Se a criança assistiu a algo impróprio, a dica de Bia Rosenberg é comentar o que viu e tentar dar exemplo. Aquilo que poderia ser uma avalanche pode servir de pretexto para uma conversa sobre como resolver os conflitos sem a força. “É preciso explicar que brigar não é algo bom, perguntar à criança o que ela achou e dizer que o pai e a mãe resolvem a questão de outro maneira.” Essa troca de informações serve para a criança se sentir valorizada. “Ao perceber que ela deu sua opinião, a criança se sente importante e, consequentemente, aprende o que é certo e o que é errado.”

Um estudo da psicóloga Dorothy Singer, pesquisadora do Centro de Consultoria e Pesquisa sobre Família e Televisão da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, afirma que pais não podem abrir mão do controle remoto. Bia Rosemberg concorda e afirma que essa é a mesma atenção que se deve dar sobre ensinar a não atravessar a rua sozinho, escovar os dentes ou fazer a tarefa escolar. São funções paternas.

Segundo ela, por mais arbitrário que pareça, é o mesmo direito que os pais têm de proibir o filho de brincar com uma faca. Para ela, colocar limites desde cedo é mais fácil do que quando o filho é um adolescente e há mais probabilidade de conflitos. “Separar uma hora do dia para ver tevê junto com a criança e explicar a diferença entre ficção e realidade é bacana”, aconselha.

Para os pais que trabalham fora, mas querem ficar antenados sobre o que seu filho assiste, a dica é, quando checar em casa, perguntar o que ele fez durante o dia. E, neste bate papo informal, questionar o que assistiu, se viu algo bacana, se não gostou de alguma cena e sugerir o que assistir no outro dia. “Além de discutir, os pais devem ir também passando os próprios valores por meio do programas da televisão”.

De acordo com a especialista, há de existir uma parceria. “Neste cenário em que circulam milhões de informações, as crianças precisam dos pais para mediar os fatos. Isso ajuda a desenvolver uma visão crítica.” Na opinião de Bia, a televisão é uma “geladeira”: depende o que põe dentro.

Para o psicólogo e psicoterapeuta sexual, Oswaldo M. Rodrigues Jr., do Instituto Paulista de Sexualidade, desenhos animados com traços mais simples e cores fortes são os mais indicados para crianças. “Mesmo que tenham o que nos parece violência, pois assim eles podem aprender como administrar a violência na vida real.”

Diálogo contribui na formação dos valores

Os programas podem, sim, influenciar a sexualidade precoce das crianças. Mas, antes de culpar apenas a televisão, é preciso avaliar o contexto. Crianças até dez anos usam um método de aprender: imitam positiva ou negativamente os comportamentos dos adultos. E isso acontece simplesmente pelo prazer de copiar ou reproduzir. As crianças usarão os estímulos a partir da tevê para modelarem seu comportamento e suas atitudes. “É por meio do diálogo que ela vai aprender a refletir sobre o que é considerado mau comportamento e o que deve ser evitado”, afirma o psicólogo e psicoterapeuta sexual, Oswaldo M. Rodrigues Jr., do Instituto Paulista de Sexualidade.

Antes de esconder o controle remoto, os pais devem refletir sobre o quanto eles próprios influenciam a relação da criança com os meios de comunicação. Se os pais adoram passar horas vendo seus programas favoritos com conteúdo impróprio a ela, o ideal é que a criança pequena não esteja presente. Neste caso, é preciso decidir a programação da família e até abrir mão de uma novela, por exemplo. “Programação para adultos é para adultos. Se expusermos crianças à programação de adultos, estamos programando as crianças para reagirem como adultos, mesmo ainda sendo crianças”, diz.

Os pais não podem usar como desculpa a crença de que o filho assiste a canais impróprios para a idade dele porque gosta. “Crianças têm papéis específicos e quando fazem algo diferente do que se espera delas, isso traz problemas, mesmo que faça sem consequên-cias problemáticas. E conse-quências que são problemas implicam em correr riscos para os quais ainda não estão preparadas para resolver e deles se livrar”, afirma.

O poder de influência da tevê é incontestável. Estudos revelam que crianças que passam mais tempo na frente da tevê com conteúdo comercial são propensas a pedir aos pais que comprem o que viram na tela.

Outro cuidado é não achar que a tevê vai substituir os pais. De acordo com o psicoterapeuta sexual, o papel dos pais é filtrar o que os filhos assistem. “Os pais precisam ser insistentes, constantes neste objetivo.” E completa: “Os pais precisam tomar cuidado com o sentimento de culpa por passarem muito tempo fora de casa e pouco tempo com os filhos.”

Puberdade precoce

Para o endocrinologista pediátrico Raphael Liberatore, o conteúdo exibido pela mídia é um reflexo da sociedade e não a causa das mudanças verificadas no comportamento dos espectadores, em especial das crianças. Dessa forma, para ele, não é a tevê que desencadeia a puberdade precoce - situação caracterizada pelo aparecimento de sinais de puberdade em meninas abaixo dos 8 anos (como o aparecimento de mamas) e meninos abaixo dos 9 anos de idade (com o aumento do volume dos testículos).

Liberatore explica que, em todo o mundo, é crescente o número de caso de puberdade precoce, em especial nas meninas, mas as causas desse fenômeno ainda não estão esclarecidas. O médico conta que há aproximadamente dois anos cientistas descreveram uma proteína chamada kisspeptina.

Essa proteína seria produzida na região do córtex cerebral e estaria relacionada com o desenvolvimento da puberdade. Com base nisso, surgiu a suposição de que estímulos externos sobre o córtex, como os conteúdos de programas de tevê, por exemplo, possam, consequentemente, exercer influência também sobre a puberdade. “Mas isso não está provado cientificamente. É uma conjectura”, diz o médico.

Liberatore cita ainda outras situações que impedem uma relação direta entre tevê, puberdade e sexualidade precoces. Ele comenta que o amadurecimento mais cedo de meninas e meninos também é verificado em países muçulmanos e nos Estados Unidos, onde o acesso a conteúdos eróticos é bastante fiscalizado.





Thomaz Vita Neto

Daniela e Dênis com o filho Rafael: ‘Ele sabe quando falam palavrão, mas entende que é ruim’
Tevês pagas ignoram adequação de horário

No Brasil, quem classifica e monitora os programas de televisão (assim como filmes e jogos eletrônicos) de acordo com a faixa etária é o Ministério da Justiça. Com base em critérios de violência e sexo, os programas são classificados como livres ou podem ser ainda não recomendados para menores de dez, 12, 14 , 16 e 18 anos.

Na tevê aberta, filmes e programas devem ser exibidos em horários determinados. E as classificações estão vinculadas a faixas horárias de exibição. Assim, programas de classificação livre ou não recomendados para menores de dez anos podem ser exibidos em qualquer horário. Já as obras audiovisuais classificadas como não recomendadas para menores de 12 anos só devem ser exibidas a partir das 20 horas; para menores de 14, a partir das 21 horas; para menores de 16, a partir das 22 horas; e para menores de 18, só após às 23 horas.

As tevês por assinatura também precisam indicar a classificação etária de cada atração. Contudo, elas não são obrigadas por lei a vincular faixa etária e horários. Isso acontece porque as televisões pagas têm ferramentas de controle de programação, como dar ao cliente a possibilidade de bloquear canais que considerem inadequados para seus filhos. “As tevês por assinatura têm tecnologia que permite o controle ideal da criança diante da tevê”, diz Alexandre Annenberg, presidente da Associação Brasileira de Televisão por Assinatura.

Cada operadora de tevê paga tem seu sistema de bloqueio. Eles, geralmente, estão descritos nos manuais, nos canais de serviços e até mesmo nos sites de cada uma delas. O cliente pode bloquear, por meio de senha, os canais que não quer que seus filhos vejam. Quando um adulto quiser ter acesso à programação, basta digitar a senha e liberar o canal. O processo de bloqueio varia com as operadoras e também com os diferentes decodificadores que elas oferecem (veja alguns exemplos de bloqueios no quadro acima).

O Ministério da Justiça realiza atualmente um debate público, na internet, sobre a classificação indicativa. Hoje, essa classificação é feita com base em cinco portarias. A intenção é fazer uma portaria única. O diretor do Departamento de Justiça, Classificação, Títulos e Qualificação do Ministério da Justiça, Davi Pires, explica que o objetivo é também realizar ajustes para que a lei possa ser atualizada. Quem quiser dar sua contribuição para a discussão deve acessar a página culturadigital.br/classind.

Processo

É o representante legal da obra audiovisual quem faz uma autoclassificação em sua produção. Em seguida, a classificação pretendida é apresentada ao Ministério da Justiça, que tem 60 dias para monitorar essa obra e aceitar a classificação inicial ou reclassificar o produto. No caso de conteúdo televisivo, Pires explica que uma lei de 2001 estabeleceu que televisores teriam de ter sistema de bloqueio de canais.

Contudo, a lei não “pegou”. Por isso, há a necessidade de uma classificação vinculando faixa etária e horário na tevê aberta. Se as determinações de exibição não forem cumpridas, as emissoras podem ser penalizadas. Em caso de irregularidade, o Ministério da Justiça comunica o Ministério Público, que vai exigir o cumprimento das normas. A penalidade pode variar de multa à suspensão da programação por até dois dias, nos casos mais graves. Denúncias podem ser feitas no site do ministério (www.mj.gov.br).

O ministério defende que a classificação indicativa resulta do equilíbrio entre a liberdade de expressão e o dever de proteção à criança e ao adolescente. Pires explica que o ministério faz a classificação acreditando que um conteúdo inadequado pode influenciar negativamente a criança que assistir sozinha, sem auxílio dos pais, a um determinado programa.

Para Pires, quando há o amparo da família, um programa não recomendado pode até ser visto pela criança e gerar um debate, um aprendizado. Como exemplo, ele cita obras que abordam discriminação. Os pais, juntos com as crianças, podem ver esse conteúdo e explicar que a discriminação não é correta.
Thomaz Vita Neto

O casal Solange e Nivaldo acompanha de perto o que as filhas Laura e Letícia assistem na tevê
Canais têm o dever de entreter e informar

Entre um programa educativo e outro, o canal Discovery Kids, cujo público-alvo são crianças em idade pré-escolar, exibe o cãozinho curioso e aventureiro Doki. O mascote do canal pago ensina truques científicos e conta histórias sobre suas aventuras. Outros programas contam histórias criativas que estimulam as crianças a desenvolver um estilo de vida saudável e feliz.

A funcionária pública Solange Zamarioli Moura, 46 anos, mãe de Laura, 9 anos, e Letícia, 5, acredita que o canal é o mais indicado para as pequenas. Ela, que acompanha atenta o desenvolvimento das filhas, entende que a tevê pode influenciar negativamente quando assistem a conteúdos não apropriados. “Em casa não assistimos filmes com temas violentos ou com bruxaria, que podem atrapalhar o sono das minhas filhas.”

A solução para a questão é deixar a tevê ligada na Discovery, e mais do que isso, dialogar sobre o que é visto lá. O que já trouxe resultados. “Esse tipo de educação reflete no comportamento. A Laura, por exemplo, já tem um critério para o que vai assistir. Ela sabe que em um desenho, quando um garoto responde para os pais, não é bacana e pede para mudar.”

Na casa do pequeno Rafael Quinhone Santana, 5 anos, a regra é a mesma. Na tevê aberta, canal é Cultura e, na fechada, Discovery Kids, e mesmo assim a mãe, a dona de casa Daniela, 29 anos, e o pai Dênis, 35, ficam sempre por perto. “Os pais têm o papel de filtrar o que os filhos assistem. Além disso, devem dar o exemplo”, conta Daniela.

Ela sabe que o filho é uma criança inteligente e crítica e, por isso, não esconde o que é certo ou errado. “Ele sabe quando alguém na tevê fala palavrão, mas entende que isso é ruim.” Esse comportamento se reflete na escola. “Ele não é uma criança agressiva e se dá bem com todos os amigos e professores.”

De acordo com Bia Rosenberg, autora do livro “A TV Que Seu Filho Vê - Como Usar a Televisão no Desenvolvimento da Criança” (Panda Books), a criança só assiste o que gosta, pois ela ainda não tem a consciência do que é saudável ou não. “Por isso, cabe aos pais a tarefa de fazê-las experimentar programas bacanas”, afirma.

O caminho para isso inclui estimulá-las a assistir programas educativos e controlar o tempo em que ficam vendo tevê e não fazer da escolha uma moeda de troca. Vale destacar, ainda, que a influência dos pais é provavelmente mais importante que a de qualquer comercial ou programa. “Para a criança aprender a gostar de algo, ela tem de experimentar antes. E isso, claro, começa em casa.”

Diversão e informação

Entreter e informar. Esse é o objetivo de alguns canais que têm o público infantil e adolescente como maioria. Entre eles está o Nickelodeon, que afirma apresentar questões que levem a audiência a pensar, discutir e se engajar em assuntos atuais, como responsabilidade social, bullying, atividades físicas, tolerância e respeito à diversidade. “O canal procura trabalhar com os conceitos de humor, diversão, irreverência e relação aberta com todos os públicos, incluindo diferentes raças, cores e religiões”, posiciona-se a Nickelodeon, em nota.

O gerente de programas infanto-juvenis da TV Cultura e diretor do “Cocoricó”, Fernando Gomes, defende que a principal função da tevê é o entretenimento, mas que este pode estar atrelado ao bom conteúdo e informação. Para ele, programa certo para o espetador certo traz ganhos. “Bons programas, com temas divertidos e curiosos, bem produzidos e voltados ao público certo têm tudo para estimular a criatividade.”

A emissora também destaca a importância da família. “Os pais são os responsáveis pelo que seus filhos menores podem ou não assistir, e isso vale tanto para a TV aberta quanto para os canais fechados”, conclui Anna Valéria Tarbas, gerente de programação da Cultura.



http://www.diarioweb.com.br/fmdiario/Noticias/Comportamento/46704,,Como+usar+a+teve+em+beneficio+de+seus+filhos.aspx

Fique de bem com a vida

Fique de bem com a vida

Viver é muito mais do que comer e morar dignamente. Para viver bem, é essencial atender todas as necessidades do corpo, da mente e do espírito – e isso requer um conjunto de fatores. Sem nos alongarmos nesses itens, podemos destacar que um fator importante do ser humano é o sexo. Não essa banalidade que vemos divulgadas por aí, mas o direito pessoal de ter uma vida saudável nesse quesito.
O psicólogo Oswaldo Rodrigues Jr., do Instituto Paulista de Sexualidade, há 25 anos na profissão e há 14 no comando de sua clínica, trata de questões ligadas à sexualidade, e é referência no País e no exterior sobre o assunto. Prestes a iniciar um grupo de estudo sobre disfunção erétil (veja box no final da entrevista), ele fala sobre sua experiência clínica. Numa casa tranquila, próxima à Avenida Sumaré, Oswaldo nos concedeu esta entrevista.

É difícil falar sobre sexo?
Na verdade, fomos criados para cumprir alguns papéis principalmente relacionados ao trabalho, à vida social, familiar. Relacionamento e sexo, bem, essas são situações para quais nós, humanos, não fomos criados. A gente aprende que temos que casar na frente de todo mundo, fazer a festa e está tudo feito. Problema sexual é diferente de uma dor de dente. A dor de dente faz o paciente ir ao dentista imediatamente. Os problemas sexuais fazem com que as pessoas aguardem de cinco a dez anos antes de procurar a solução para o problema. Então esses homens ou mulheres, mesmo os mais jovens, demoram para procurar um tratamento.

E fica difícil saber o que vai acontecer, né?
Porque sexo é uma coisa da qual a gente não aprende a conversar e a discutir, e isso dificulta muito os casais e aí tem essas outras dificuldades que vão acontecendo. Sexo não adianta pegar um livro, ler e saber o que fazer. A comunicação é o ponto principal. E por isso procuramos resgatar a situação que eles não desenvolveram, não puderam desenvolver, tiveram dificuldades de desenvolver e aí conseguimos fazer alguma coisa, através de um processo de psicoterapia que implica mudar atitude e facilitar os novos comportamentos.

Isso é muito comum entre os casais?
Uma das coisas que a gente percebe é que muitas pessoas, muitos casais precisam de melhorias nas suas vidas sexuais. Algumas pessoas têm queixas específicas sexuais, outras têm queixas um pouco mais nebulosas, e a nossa proposta é fazer atendimento em psicologia, em psicoterapia, em pessoas ou casais que queiram melhorar seu bem-estar sexual, com vistas de melhorar sua vida de forma geral. É muito comum o que a gente chama de inadequação sexual do casal, quer dizer, como o casal se integra sexualmente para que sinta bem com o outro. Muitas vezes temos um casal aqui discutindo e aprendendo a se comunicar de uma forma efetiva e afetiva para que o sexo e o relacionamento a dois possa acontecer.

Quais são as principais queixas?
Atendemos queixas específicas, como, por exemplo, dificuldade de ereção, de controle ejaculatório, falta de ejaculação na relação, dificuldades relacionadas a desejo, diminuição ou excesso, ou desejo descontrolado, ou variações de comportamentos sexuais que às vezes são complicados de serem sustentáveis num casal, ou mesmo socialmente. E mulheres com queixas de orgasmo, com dificuldades de permitir ou ter penetração, dificuldade de lubrificação vaginal, também dificuldade de desejo.

O que fazem os psicólogos?
Nosso papel é ajudar esse período de comunicação, afetivo, fazer com que esse casal aprenda uma comunicação emocional e sempre discutimos questões e técnicas sexuais, as soluções dos próprios problemas específicos que dependem de desenvolvimento e algumas vezes de técnicas, mas são na verdade atitudes que envolvem pensamento, emoção e o próprio comportamento. A técnica atinge só o comportamento, não atinge necessariamente a contribuição e a emoção.

E quem procura mais, casais mais velhos ou casais mais novos?
Olha, ao longo de 25 anos atendendo, tem uma variação de coisas. Por exemplo, no final da década de 1980 e começo de 1990, existiam muitos homens sozinhos que procuravam tratamento porque houve uma grande divulgação das questões masculinas. Antes, na década de 1970 e começo de 1980, existia muita divulgação das questões dos problemas femininos, através das revistas femininas. Então, no final da década de 1980, começaram a aparecer muitos homens sozinhos, que diziam ter um problema e queriam resolver para chegar em casa já resolvidos. Depois ficou mais comum recebermos pessoas mais velhas e depois começaram aparecer pessoas mais novas por causas dessas pílulas. No Brasil, aconteceu um fenômeno interessante, diferente dos Estados Unidos ou alguns países europeus, onde essas pílulas são compradas por pessoas mais velhas de uma maneira mais coerente.

Fale um pouco sobre esses comprimidos.
Muitos homens podem ir até a farmácia e tomar um comprimidinho, por exemplo, para experimentar. Mas eles não percebem que na bula diz que é e necessário ter desejo sexual e é necessário ter ambiente erótico, ou seja, na verdade dependemos da nossa parceira. É verdade que essas pílulas funcionam e ajudam até mesmo quanto aos estímulos físicos, se não houver nada errado. O que aconteceu no Brasil na última década? Muitos jovens passaram a experimentar as pílulas e perceberam que elas não funcionavam. Aí veio a sensação maior de carga de culpa.

Então nem todos tinham problemas?
Sim, alguns não tinham o problema e agora passaram a ter! Começou a acontecer de casais jovens estarem chegando até aqui. Atendemos até adolescentes. Alguns com 15, 16 ou 17 anos chegam aqui trazidos pelos seus pais, inclusive, que marcam consulta dizendo ‘nosso filho está com problemas, descobrimos que ele está com impotência’. Uau! Se os pais já estão sabendo, vamos lembrar que a intimidade e a privacidade já se tornaram pública, então, para esse adolescente, se torna mais um problema.

A maioria que vem aqui tem um relacionamento estável?
É, 80% deles vêm porque tem um relacionamento estável, mas ainda tem uma porcentagem que vem sozinha. Tem gente que chega aqui até com 40 anos de idade e diz não ter tido nenhuma relação sexual, não ter namorada. No entanto, há muitos casais que procuram porque começaram a perceber, até mesmo pela discussão mais pública, que sexo se faz a dois. Quando ele vem sozinho, a primeira coisa que fazemos é perguntar pela parceira, porque vai chegar um momento em que a parceira vai precisar estar presente. Existe a questão individual que precisa ser tratada por psicoterapia – os medos, as dificuldades de comunicação –, mas existem momentos que a parceria precisa estar lá, é necessário troca.

Isso quer dizer que o casamento está em alta?
Não sei te dizer, mas existe uma coisa na nossa cultura que valoriza o casal. Uma coisa importante: homens solteiros morrem mais cedo, de 10 a 15 anos antes que os casados! Você sabe, os homens ainda acreditam que viver sozinhos e solteiros seja um glamour porque saem com qualquer uma, mas isso é mentira. Estatisticamente, os casados fazem mais sexo. Porque os solteiros não saem todo dia para fazer sexo. Então são fantasias mesmo.

Até o dia 14 de dezembro o Instituto Paulista de Sexualidade estará recebendo inscrições para a participação gratuita no Grupo de Tratamento para Disfunção Erétil.
A disfunção erétil é conhecida pela dificuldade ou incapacidade de obter ereção suficiente para relação sexual, dificuldade que pode agravar diversas outras áreas da vida social e pessoal do indivíduo, tais como baixa autoestima, ansiedade, depressão, sentimentos de culpa e prováveis desencontros conjugais. O tratamento será feito em consultas semanais de 90 minutos, às segundas-feiras, com início dia 4 de janeiro de 2010, para um grupo de 15 homens, no máximo. O tratamento é grátis e terá duração de oito meses.
O estudo será conduzido por psicólogos da clínica. Para maiores informações, telefone 3662-3139 ou e-mail inpasex@uol.com.br.

Fonte : Portal Tudoeste - 29/09/2009
http://www.tudoeste.com.br/?DS=ttl_fique-de-bem-com-a-vida|Pub_7|smfr_3|CodArt_8614