Mostrando postagens com marcador homofobia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador homofobia. Mostrar todas as postagens

domingo, 3 de julho de 2011

Fátima Oliveira: Cadê o pronunciamento de Myrian Rios sobre pedofilia clerical?

Fátima Oliveira: Cadê o pronunciamento de Myrian Rios sobre pedofilia clerical?
TER, 28 DE JUNHO DE 2011 05:57 ESCRITO POR REDAÇÃO

Myrian Rios e sua visão de dupla moral sobre a pedofilia
Ela tem direito à fé, desde que não cause danos a outrem

por Fátima Oliveira, em OTEMPO
Médica – fatimaoliveira@ig.com.br
Missionária da Canção Nova, comunidade católica de renovação carismática, a atriz e deputada estadual Myrian Rios (PDT-RJ), que é mineira, primou pela carolice exacerbada. Com seus melhores trejeitos de atriz, verbalizou: “Não poder discriminar homossexuais é abrir uma porta para a pedofilia” (23.6.2011).

Ela tem todo o direito de professar a sua fé como desejar, desde que não cause danos a outrem e sem esquecer que as experiências do sagrado são diversas – nem todas atentam contra os direitos humanos – e que, em território brasileiro, nenhuma religião está acima da lei.

A homofóbica deputada propala inverdades e ousa reclamar pelo direito de discriminar a condição homossexual! Sendo ela de uma facção católica, se tivesse intenção de combater o crime de pedofilia, seu mandato denunciaria a pedofilia clerical de sua igreja. Lamento que o partido de Brizola, o PDT, acolha gente de tal naipe.

É inegável que são ideias incompatíveis com inúmeros estudos sociológicos, com os saberes das biociências e com a própria vida, que já demonstraram que homossexualidade é uma coisa e pedofilia é outra e uma não leva necessariamente à outra! Por que ela tenta embolar o meio de campo?

Não o faz por ignorância, mas por omissão e desfaçatez políticas, esquecendo-se de que integra um ramo do cristianismo que há séculos imola sexualmente crianças, jovens e mulheres; e que santifica a maternidade e sataniza as mulheres. É público que, diante da pedofilia clerical, a omissão do Vaticano tem sido a regra, pois compactua e dá guarida a um signo maldito da dupla moral sexual – crimes clericais de natureza sexual, como registrei em “O Vaticano arde nas labaredas do inferno por causa da pedofilia”: “O furacão da pedofilia, depois dos Estados Unidos e da Europa, chegou à Alemanha, pátria do papa, depois na diocese do papa, agora dentro do Vaticano, na Congregação da Doutrina da Fé, onde o cardeal Joseph Ratzinger foi prefeito – por 24 anos, de 1981 a 2005 -, apontando para a sua responsabilidade direta” (O TEMPO, 30.3.2010).



Em março de 2010, um irmão de Bento XVI, Georg Ratzinger (87 anos), apareceu como um dos envolvidos no escândalo de pedofilia quando era diretor musical do colégio interno de Ratisbona (1963-1994). Ele tem negado. Em seu papado, Bento XVI só se mexeu quando a Igreja Católica começou a perder patrimônio, vendendo igrejas para pagar indenizações das vítimas, o que o obrigou, no encontro com bispos irlandeses, a declarar que a pedofilia era crime hediondo e pecado grave – até então, nem pecado era!

Em 2011, no rastro da notícia de que vítimas belgas de padres pedófilos processariam o papa, o Vaticano, em carta aos bispos, resume as práticas adotadas na Alemanha, na Áustria, na Bélgica, nos EUA, na Holanda, na Irlanda, na Itália e em vários países da América Latina para enfrentar o sangradouro de dinheiro nos tribunais e recomenda que “os membros do clero suspeitos de pedofilia sejam entregues às autoridades civis competentes” (15.5.2011).

A assessoria de imprensa do Vaticano anunciou para fevereiro de 2012, em Roma, uma reunião de bispos e chefes de congregações religiosas para dar uma “resposta global aos problemas de pedofilia”, segundo as diretrizes de luta contra a pedofilia formuladas em maio passado pela Congregação da Doutrina da Fé (13.6.2011). Ou seja, enquanto não meteu a mão no bolso, a Santa Sé não tomou providências.

Desconheço pronunciamento da deputada a respeito da pedofilia clerical. Está passando da hora de fazê-lo!

Clique aqui para ler a nota da ABGLT sobre as declarações equivocadas e irresponsáveis da deputada estadual Myrian Rios (PDT-RJ): http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/abglt-sobre-as-declaracoes-de-myrian-rios-equivocadas-e-irresponsaveis.html

http://www.planetaosasco.com/oeste/index.php?/2011062815926/Nosso-pais/fatima-oliveira-cade-o-pronunciamento-de-myrian-rios-sobre-pedofilia-clerical.html

sábado, 2 de julho de 2011

Senador Magno Malta: Lei anti-homofobia é um defunto

02 de Julho de 2011
Senador Magno Malta: Lei anti-homofobia é um defunto
A temática da sexualidade talvez nunca tenha provocado tanta celeuma no Congresso, em toda a sua história, como nesta legislatura. A decisão do Supremo Tribunal Federal de aceitar a união civil de pessoas do mesmo sexo; a tramitação do projeto que torna crime a homofobia; o ingresso no Parlamento do primeiro deputado gay declarado e defensor das causas da homossexualidade – eis algumas das iniciativas a gerar forte antagonismo dos grupos ligados a religiões e outros setores da sociedade que condenam o que chamam de desvios de comportamento e imoralidade. O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) pode ter se tornado o mais estridente representante desse segundo grupo, mas não está sozinho.

No Senado, os representantes da bancada religiosa trabalham para matar por inanição o Projeto de Lei 122/2006, conhecida como Lei Anti-homofobia. Se depender do senador Magno Malta (PR-ES), presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Família, a lei sequer irá além das discussões em comissões temáticas, uma das etapas iniciais da tramitação. "O projeto é um defunto", desafia Magno Malta, em entrevista ao Congresso em Foco.

O projeto já passou pela Comissão de Assuntos Sociais (confira o relatório aprovado), está em análise na Comissão de Direitos Humanos (CDH) e, se passar pelo colegiado, deve seguir para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Audiências públicas, textos substitutivos, emendas de redação, entre outros procedimentos, têm emperrado a tramitação do PL. Que sequer chegará à CCJ, se depender do presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Família – não por coincidência, o próprio Magno Malta, que apresentou o requerimento de audiência pública em meados de maio, ato mais recente do colegiado em relação à matéria. Ele chegou a publicar em sua página na internet que, caso o projeto fosse aprovado sem alterações, renunciaria ao cargo.

“Se o PL 122 for aprovado eu renuncio ao meu mandato. Se isso acontecer eu renuncio! Mas isso não vai acontecer. Este projeto está morto. Você já viu um morto ressuscitar? Apenas Lázaro, e parou ali. O que vai acontecer é que nós vamos sepultar este projeto, e fim”, declarou Magno em entrevista à revista religiosa Comunhão, veiculada na versão on-line em 20 de junho.

Leia mais: Projeto contra homofobia emperra no Senado

“A Constituição já diz que nós somos iguais. Então nós vamos criar um texto para dizer de novo que nós somos iguais, que o respeito dado ao índio, ao negro, ao judeu é o mesmo que tem de ser dado ao homossexual? O PL 122 apodreceu, é um defunto, está morto”, vociferou o evangélico, em entrevista concedida ao Congresso em Foco na última quarta-feira (29), um dia movimentado de deliberações no Plenário do Senado. Magno, que presidiu até há poucos meses a CPI da Pedofilia, apressou-se em reafirmar que é frontalmente contra qualquer modalidade de sexo que não seja entre homem e mulher.

“Deus criou macho e fêmea. Fulana está grávida de um menino ou de uma menina. Você não diz que fulana está grávida de um homossexual, não existe isso!”, exclamou o senador, apontando que o fato de o projeto reforçar a liberdade de opção sexual estimulará “aberrações”.

“O projeto é cheio de sutilezas. Uma das sutilezas brabas é essa: se você não aceitar a opção sexual de alguém, você comete um crime. Se esse texto for aprovado assim, estão legalizados a pedofilia, o sadomasoquismo, a bestialidade da relação com animais, a necrofilia, que é relação sexual com defuntos... Quer dizer, qual a lei que o juiz vai obedecer?”, vislumbra o senador, caprichando na criatividade escatológica.

“Por exemplo, uma viúva pode dizer: 'Meu defunto vai ficar aqui no prédio, eu quero viver com ele aqui mais dez anos, embalsamado. E o fedor entrando... A viúva pode levar um bode pra dentro do prédio, um jumento, até porque você só comete crime com animais silvestres e exóticos. Bode, jumento não estão nesse meio”, lembra Magno Malta, antes de adentrar o plenário para mais um discurso contra o que considera atentados aos dogmas cristãos.

Confira a íntegra da entrevista:

Congresso em Foco - O senhor chegou a dizer que renunciaria ao mandato caso fosse aprovado o projeto que torna crime a homofobia. A promessa continua de pé?

Magno Malta - O que eu quis dizer foi o seguinte: eu tento tanta certeza de que ele [o projeto] não vai ser [aprovado], que eu disse que renunciaria. Muitos eleitores, e mesmo pessoas da imprensa, deram publicidade a essa minha fala em outro contexto. No dia em que os hackers invadiram a página da presidenta Dilma, naquela madrugada também houve uma invasão à minha página, inclusive colocando a “digital” na invasão, porque citavam exatamente elementos para o que o PL 122 fosse aprovado, para que eu renunciasse. Estão tentando transformar isso numa luta entre evangélicos e homossexuais. E não é. Eu, que presido a Frente Parlamentar da Família, sei que tem pessoas de segmentos religiosos diversos, gente que não professa fé nenhuma, que pensa da mesma forma. E que fazem parte da Frente, e somos maioria absoluta na Comissão de Direitos Humanos. Qualquer coisa que vier [a favor do projeto], certamente não terá sucesso.

Mas quando a senadora Marta Suplicy fala que o projeto pode voltar à estaca zero, isso não significaria uma recuo na luta contra o preconceito?

Esse número [PL] 122 é podre. Não aprovaremos nada com esse número. Eu encontrei esse rapaz, o [deputado] Jean [Willys]. Estávamos eu ele e o ascensorista apenas, e eu disse a ele: “Você está falando muita bobagem a meu respeito”. Porque ele dá entrevista dizendo que meu discurso é odioso, que eu disse que todo homossexual é pedófilo. Isso é uma mentira, onde está escrito isso? Eu sempre faço a defesa da opção das pessoas. Eu disse a ele: “Olha, isso [o PL 122] apodreceu. Eu topo conversar com você, no meu gabinete. Vamos discutir um texto novo”. Um texto para dar satisfação ou descarga na consciência, porque a Constituição já diz que nós somos iguais. Então nós vamos criar um texto para dizer de novo que nós somos iguais, que o respeito dado ao índio, ao negro, ao judeu é o mesmo que tem de ser dado ao homossexual? Ou mesmo a um garoto que nasceu com deficiência, um garoto estrábico, que não pode ser zombado na escola? Ora... Então vamos fazer, só para dar descarga na consciência? Vamos fazer. Está na Constituição, são as relações de boa convivência. A nossa dívida constitucional é essa, é respeitar as pessoas, as suas opções. Agora, com a participação de todos os partidos, vamos começar do zero, com novo número. Porque o PL 122 é um defunto, está morto.

Qual o problema com o número 122?

Porque é o “PL da Homofobia”, coisa e tal. O Brasil não é homofóbico, esse termo é uma desgraça que criaram. Por exemplo, você chega em casa e vê um casal heterossexual se beijando em baixo de sua janela, você fala e pede: “Amigo, minhas crianças estão aqui”. Se você pedir para um homem e uma mulher, eles não vão pedir para você ser preso. Quer dizer que você pode falar para um casal hetero que se contenha e não pode falar para um casal homossexual? Isso é uma brincadeira!

Esse é um dos pontos do projeto, deputado. Na sua opinião, qual o pior ponto do PL? Todos são muito ruins. Ele tem sutilezas demais. Uma das sutilezas brabas é essa: se você não aceitar a opção sexual de alguém, você comete um crime. Se esse texto for aprovado assim, estão legalizadas também a pedofilia, o sadomasoquismo, a bestialidade da relação com animais, a necrofilia, que é relação sexual com defuntos... Quer dizer, qual a lei que o juiz vai obedecer? Qual será a interpretação dele?

Mas isso que o senhor está citando é crime ... A lei maior se sobrepõe à menor. Vai ficar uma dúvida. O advogado do pedófilo vai poder pegar essa lei e alegar que essa é a opção sexual dele, que ele gosta de garoto de 9 anos de idade, de 2 anos. E aí? O juiz vai decidir como, se tem uma lei que diz que se você não respeitar a opção você é que é o criminoso? E o pedófilo deixa de ser criminoso. Olha que troço louco! Por exemplo, uma viúva pode dizer: “Meu defunto vai ficar aqui no prédio, eu quero viver com ele aqui mais dez anos, embalsamado. E o fedor entrando... A viúva pode levar um bode pra dentro do prédio, um jumento, até porque você só comete crime com animais silvestres e exóticos. Bode, jumento não estão nesse meio. Se isso for legalizado, como é que decide o juiz? São sutilezas. E essas pessoas que estão defendendo isso...

Mas, senador, será que não existe mesmo preconceito? Há, por exemplo, a questão da não contratação de homossexuais só por causa da orientação sexual... Esse é outro absurdo. Se você não admitir um homossexual, cinco anos de cadeia. Se você demitir, sete. Se você não alugar seu imóvel, sete também. Dá problema de cadeia.

O senhor está dizendo que não será admitida a demissão de um homossexual se ele for incompetente?

Não vai! De jeito nenhum! E outra, se ele colocar o currículo na sua empresa, aí você se lascou. Você vai ter de admitir, se não vão ser sete anos de cadeia. Quer dizer, você pode demitir um negro, um índio, você pode demitir uma pessoa com deficiência. Você pode não alugar seu imóvel para um portador de deficiência que você não vai preso. Segundo o PL 122, se for um homossexual, aí você vai preso. Então, estão criando um império homossexual no Brasil, uma casta diferenciada em detrimento de uma grande maioria que não aceita isso.

Mas mesmo que o projeto tenha contradições, o senhor não teme que o acirramento dessa discussão possa aumentar os casos de violência contra homossexuais no país?

Não conheço essa violência que eles falam.

Mas e os casos registrados na Avenida Paulista, no centro de São Paulo?

Mas e a Cracolândia? E a Avenida Dom Pedro? E o Glicério, e a Praça da Sé, em São Paulo? Eu conheço a violência contra nordestinos, contra mendigos, contra meninos de rua, contra meninas de rua, que são violentadas, contra viciados. A violência que se faz quando se mata de fome milhares de famílias neste país, que são expostas ao relento. A violência é contra todos! Quem tem coragem de espancar ou matar um homossexual tem coragem de fazer isso com um idoso, um portador de deficiência. Não adianta trazer estatística, porque aí eu vou trazer mais estatísticas de gente que morreu no trânsito, atropelada por ricos. Por políticos bêbados, que se recusam a fazer [teste de] bafômetro]. Agora foi o [ex-deputado federal] Índio da Costa, antes foi o Aécio [Neves, senador], que não têm exemplo nenhum para dar a ninguém – um foi candidato a vice-presidente e o outro, agora, quer ser presidente. E se recusam a fazer bafômetro? E os anônimos, vão cobrar o quê dos anônimos? Então quer dizer que não tem proteção para um indivíduo que ficou tetraplégico porque foi atingido por um indivíduo desse, bêbado, na avenida? Tem proteção pro outro, que, para se proteger, diz que não faz bafômetro. Morre gente no trânsito todo dia, gente fica tetraplégica todo dia. O Brasil é um país violento. O uso e o abuso de drogas, que é o adubo da violência, faz vítimas todos dos dias, e não são homossexuais. É só ver as ocorrências de mortos pelos hospitais e delegacias que você vai ver que 99% são pessoas estavam vindo do trabalho, foram assaltadas, e morreram. Ou o cara que morreu dentro da rave [festa eletrônica], foi assaltar e morreu. Ou o outro que morreu dentro da boca de fumo. Essa história de colocar a violência contra homossexual para criar polêmica, que é um casuísmo muito grande, essa não vale.

O senhor teme ser comparado com o deputado Jair Bolsonaro?

Não. Acho que o homem é a sua decisão, é o que ele defende. E cada qual tem o direito de defender o que quer e o que acredita.

O que o senhor acha do deputado Bolsonaro?

Eu o respeito, porque ele tem posição. Só não respeito quem não tem posição, quem é camaleão, que fica da cor da situação para tirar proveito. Agora, ele é um sujeito incisivo, duro. Eu não. Eu sempre respeitei os homossexuais. Os homossexuais pagam imposto, trabalham, tem muitos prestando serviços a esse país, e precisam do nosso respeito. Eu trabalho na recuperação de drogados há 30 anos, e está cheio de drogados homossexuais. Eu sempre os recebi. Eu sou presidente de um partido que, em meu estado, tem travesti.

O senhor acha que homossexualismo é questão de doença?

Eu não entraria nesse mérito. Eu sei que Deus criou macho e fêmea. Fulana está grávida de um menino ou de uma menina. Você não diz que fulana está grávida de um homossexual, não existe isso! Agora, se o homem, por conta da sua cultura, quer se envolver com outro homem, isso é velho! No capítulo 1º de Romanos, a Bíblia diz o seguinte: “Por que se inflamaram na sua homossexualidade?”. Eu sou um homem cristão, e acredito nos moldes de Deus, macho e fêmea. Eu não acredito [em desvios sexuais], vou lutar até o final. Esse Senado da República não vai criar um terceiro sexo.

O senhor está certo, então, de que o projeto não será aprovado?

Completamente certo. Eu estou inclusive propondo banir essas audiências públicas e sugerir que se coloque em votação. Bota pra votar. Vamos enterrar esse defunto de uma vez, jogar terra em cima dele. E, se quiserem, vamos discutir um texto genérico só pra dar satisfação à consciência.

Então o senhor não vai renunciar... De jeito nenhum.

Congresso em Foco
http://www.pbagora.com.br/conteudo.php?id=20110702090438&cat=politica&keys=senador-magno-malta-lei-antihomofobia-defunto

Homofobia na escola cresce 160% em São Paulo, afirma Estadão

Homofobia na escola cresce 160% em São Paulo, afirma Estadão

19/06/2011 - 15h05

É mais com raiva que saudade que o tradutor e editor de livros Alexandre Camarú, de 41 anos, lembra do ensino médio. Naquele período, foi perseguido e humilhado por colegas de sala e professores por ser gay. Foram tempos difíceis no ambiente escolar, de exclusão e angústia, que o tempo não ajudou a reduzir - não para os adolescentes homossexuais.

Um levantamento inédito, feito com base no questionário socioeconômico do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), entre 2004 e 2008, mostra um crescimento de 160% no número de pessoas que se declararam vítimas de homofobia no Estado de São Paulo.

O índice é superior à média do País, cujo aumento foi de 150%, e coloca o Estado na lista dos cinco mais homofóbicos do Brasil - atrás de Santa Catarina (211%), Paraná (175%), Rio Grande do Norte (162,5%) e Alagoas (164,7%).

Em 2004, 1,5% dos estudantes paulistas afirmou ter sofrido preconceito por causa de sua orientação sexual. Quatro anos depois, o porcentual passou para 3,9%. Foram analisadas as respostas de 6,4 milhões de estudantes concluintes do ensino médio, com idades entre 16 e 25 anos, que prestaram o Enem entre 2004 e 2008. Após esse ano, as questões relativas à homofobia foram retiradas dos questionários.

Mais denúncias. Para especialistas em diversidade sexual, o aumento da homofobia está relacionado à maior consciência da discriminação por parte das vítimas - o que faz aumentar as denúncias.

Outra hipótese relaciona o crescimento da discriminação ao maior número de adolescentes que assumem a sua homossexualidade desde cedo.

"Esse é um problema de influência de vários níveis, de como a escola se organiza e da cultura", afirma Josafá Cunha, da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), um dos pesquisadores. "A reação dos nossos colegas nos ajuda a saber que comportamentos estão corretos e quais não são tolerados pela sociedade. As crianças adotam esses valores como reflexo da cultura e os replicam na escola", continua.

O problema é que a discriminação e a violência causada pela intolerância à diversidade sexual fazem da escola um ambiente muito menos acolhedor. Em uma escala de zero a dez pontos, a percepção da qualidade do ensino foi, em média, meio ponto maior entre os que não relataram perseguição homofóbica.



Vítimas relatam anos de sofrimento

Ainda criança, quando nem sabia o que eram sexualidade e desejo, Alexandre Camarú, de 41 anos, sentia atração pelos meninos e não entendia, ao mesmo tempo, por que era "tão diferente" deles.

Os anos da pré-adolescência não foram "idílicos", mas não chegaram a ser sofríveis como os dois primeiros anos do ensino médio, em uma escola particular da capital paulista, onde estudou com bolsa.

"Os meninos da sala eram homofóbicos. E dois deles, especialmente, eram piores. Mas tinha ao menos um professor que fazia piada sobre mim na sala de aula", conta o tradutor e editor.

Dois colegas furtaram seus passes e documentos. Foi o único alvo da sala durante o intervalo. Foi a gota d"água para pedir transferência para uma instituição da rede estadual.

"Mas o pior preconceito que enfrentei foi com o meu pai. Faz 20 anos que não nos falamos. Ele simplesmente me excluiu da família", conta.

O editor de vídeos D.M.A., de 24 anos, também era vítima das piadas dos colegas de escola. "Eu queria ser como eles e tentava ser igual, para conviver com os outros garotos", relembra D, que pediu para ter sua identidade preservada. "Mas era totalmente excluído e não entendia o porquê", afirma.

Depois de passar alguns anos sofrendo calado as humilhações por causa de sua orientação sexual, D. se rebelou. Assumiu-se homossexual e passou a se defender das agressões verbais com a mesma intensidade com que as recebia.

As recordações dos tempos de colégio, para ele, também não são das melhores. "Olho para trás e não sinto falta de nada. Vejo o D. de antes e sinto pena daquele garoto inocente e indefeso", conclui.

"As escolas precisam ensinar o valor das pessoas não por serem gays ou lésbicas, mas como humanos, simplesmente", defende Josafá Cunha, professor do Departamento de Psicologia da Unicentro.

Capacitação. Para Araci Asinelli, professora de pós-graduação em Educação na Universidade Federal do Paraná (UFPR), "a escola e os professores têm um papel preponderante na formação da personalidade". Por isso, "é preciso olhar para os professores e capacitá-los", diz.

"As escolas devem ensinar que a única diferença entre homos e heterossexuais é a orientação do desejo", afirma Sandra Vasques, psicóloga e coordenadora de projetos do Instituto Kaplan, especializado em sexualidade humana.




Fonte: Estadão
http://www.agenciaaids.com.br/noticias/interna.php?id=17106

segunda-feira, 27 de junho de 2011

(Homo)Sexualidade e a esquerda

(Homo)Sexualidade e a esquerda
24/6/2011 20:49, Por Adital
A Teologia da Libertação, como sabemos, produziu umpoderoso discurso religioso de crítica às injustiças sociais e apresentou umaimagem de Deus compassivo e solidário com os sofrimentos dos pobres do mundointeiro. O seu impacto foi tão grande que ultrapassou o continentelatino-americano e atingiu o cristianismo nos outros continentes; e foi maisalém do próprio o mundo cristão e entrou também no mundo judaico, budista eislâmico. (Há hoje uma produção importante da teologia islâmica de libertaçãoque é pouco conhecida por aqui.)
O que une setores dessas diversas religiões não é umacompreensão convergente de Deus (no budismo majoritário, não há noção de Deus),nem uma vontade de estabelecer um diálogo religioso pelo diálogo, mas aconvicção ética de que a (sua) religião deve assumir responsabilidades frente àtão gritante injustiça social que marca o nosso mundo. É a capacidade de veralém das riquezas, dos luxos e luzes que brilham nos grandes centros eencontrar rostos de pessoas pobres que sofrem.
Criar uma ampla aliança “religiosa” em torno da “opçãopelos pobres” não é uma tarefa tão fácil porque há muitos setores em todas asreligiões que crêem que a religião não deve se misturar com problemas econflitos sociais, ou que a realidade social existente é expressão da vontadede deus todo-poderoso que controlaria o mundo ou da “lei do carma” ou de algumtipo de destino controlado pelas leis ou vontades divinas. Contudo, a lutacontra injustiça e opressão está unindo muitos.
Ao lado dessa luta, há também outras lutas importantesque foram sendo objetos de atenção por parte dos teólogos e dos setores dasigrejas e religiões nas últimas décadas: a luta das mulheres contra a opressãopatriarcal e machista, a luta dos negros e dos indígenas e também de outrasminorias étnicas dentro de sociedades preconceituosas. Essas são lutas quediferem da luta em torno da opção pelos pobres porque têm a ver com dinâmicassociais e psicológicas que vão além das questões econômicas e de classes. Mas,na medida em que essas diversas formas de opressão se dão dentro de um sistemasocial globalizado, a articulação das teologias feminista, negra e indígena e aopção pelos pobres tem sido uma tarefa assumida por muitos/as teólogos/as pormuitas partes do mundo. E isto não tem sido fácil, especialmente no campoprático. Por exemplo, muitos e muitas que lutam pela superação da pobreza aindacarregam dentro de si, em lugares profundos da sua psique, visões machistas domundo e de Deus.
Mas, o que eu realmente queria propor aqui parareflexão é a necessidade de aprofundarmos reflexões sobre um tema ainda poucotrabalhado neste vasto grupo das teologias críticas ou teologias da libertaçãoem um sentido mais amplo: o da sexualidade. É claro que diversos teólogos/as játrataram do tema da “moral sexual” em uma perspectiva libertadora, e a teoriado gênero trabalha com a construção social da identidade e diferenças degênero. Contudo, a emergência no campo da mídia massiva das lutas doshomossexuais e da forte reação por parte significativa da sociedade,especialmente de setores religiosos, transforma esse tema em tema urgente.
O que vemos no debate mais massivo são posições muitosemelhantes, com sinais trocados. De um lado, uma condenação em si de todos ostipos de e relacionamentos homossexuais, de outro, uma aprovação a priori.Essas duas posições não costumam distinguir a orientação sexual –hetero ouhomo– da questão moral que surge nos relacionamentos afetivos e sexuais entrepessoas concretas. A grande parte da discussão está se dando em torno da homoou heterossexualidade em si.
O problema vai além da introdução da discussão daética sexual nas lutas de gênero, etnia e da justiça social. É preciso levar emconta a complexidade das relações que se entrecruzam nas lutas sociaisconcretas. Tomemos como um exemplo a disputa em torno do PL 122, projeto de leique criminaliza homofobia. O senador Walter Pinheiro (PT-BA), que é reconhecidocomo alguém que luta pela superação do capitalismo e é um quadro importante daDS, uma tendência do PT conhecido por ser mais de esquerda dentro do partido,assumiu, em nome da sua fé, uma posição que é, para muitos da esquerda,inaceitável. Ele participou de uma manifestação contrária a PL 122 promovidapor setores evangélicos. Como era de se esperar, isso gerou polêmica e épossível encontrar na internet “cartas abertas” bastante agressivas.
Esse exemplo mostra como a divisão entre a direita e aesquerda no campo político não funciona bem quando lidamos com temas como o dasexualidade. Isso nos mostra que precisamos debater e estudar com seriedadeesse tema e as relações que novas visões vão implicar na luta por um mundo maisjusto e humano.
[Autor, juntamente com Hugo Assmann, de "Deus em nós:o reinado que acontece no amor solidário aos pobres”, Ed. Paulo. Twitter:@jungmosung].
http://correiodobrasil.com.br/homosexualidade-e-a-esquerda/259028/

sexta-feira, 10 de junho de 2011

La homofobia es violencia de género

La homofobia es violencia de género

Por Francisco Rodríguez Cruz (periodista del semanario Trabajadores y activista del Centro Nacional de Educación Sexual)

(Especial para No a la Violencia)

La ira le transformó el rostro y las expresiones verbales y los gestos fueron subiendo el tono de las amenazas hasta proponer a los amigos, que trataban de calmarle, tomar piedras para lanzarlas a aquella pareja de muchachos homosexuales que iban tomados de la mano y se daban un beso en la calle.

Afortunadamente, esta vez solamente se trataba de una dramatización en el ámbito de un taller sobre los derechos sexuales como derechos humanos, entre activistas y promotores de salud del centro provincial de prevención de las ITS/VIH/sida en Santiago de Cuba, que tuvo lugar como parte de las actividades de capacitación y debate en la reciente IV Jornada Cubana contra la Homofobia.

La violencia de la situación supuesta sorprendió incluso a uno de los improvisados actores, quien quedó asombrado —y emocionalmente impactado— al ver que un joven apuesto, dulce, varonil, aparentemente seguro de sí, podía de pronto convertirse no solamente en un hombre ofensivo, irracional, despreciativo del

Barómetro

Señales 7

derecho de otros a expresar en público su orientación no heterosexual, sino que ello le hizo perder el control hasta manifestarse como un peligroso agresor en potencia.

Esta forma extrema de violencia por prejuicios homofóbicos, aunque no podemos afirmar que sea una conducta frecuente en Cuba, está sin embargo en el imaginario popular de una parte de la población machista —sobre todo masculina—, presta a emerger cuando se dan circunstancias negativas adicionales como el consumo de alcohol u otras sustancias alienantes, el bajo nivel cultural y la marginalidad de los individuos involucrados en tales hechos.

Y aunque se trata de una conducta límite, ilustra muy bien la naturaleza de la homofobia, como expresión de la violencia de género.

Porque, en el fondo, detrás de cualquier comportamiento homofóbico es posible detectar, aislar casi como si fuera una prueba de laboratorio, un sistema de códigos que funcionan en nuestras sociedades heteronormativas y patriarcales, que actúan sobre la base de los estereotipos acerca de lo que deben ser y hacer un hombre y una mujer, siempre con una visión que considera inferior lo femenino.

La ruptura de la normatividad masculina y el binarismo de género, en el cual los roles para el hombre y la mujer tienden a ser con frecuencia bastante inflexibles, es tal vez una de las causas de la homofobia más fáciles de identificar.

Esta cualidad de subvertir los valores culturales y las normas sociales arraigadas por siglos son una de las razones más poderosas por las cuales se intenta la invisibilidad, la proscripción y, si es necesario, la represión de cualquier orientación sexual no heterosexual, o de una identidad de género que no concuerde con la apariencia genital.

Sencillamente, ser gay, lesbiana, bisexual, transexual o intersexual pone en crisis un sistema de pensamiento hegemónico que se consideró conveniente —y ha dado muy buenos resultados, por cierto— para reproducir socialmente las relaciones económicas y políticas de subordinación de las mujeres hacia los hombres.

Ante los ojos de las personas y de las estructuras sociales —porque el asunto trasciende a los individuos para anclarse en las instituciones y otras formas organizativas constituidas, que detentan ese poder autoritario que se funda en la violencia de un género sobre el otro—, los homosexuales varones cometerían la gran imprudencia políticamente inaceptable de no ser los machos dominantes ante las mujeres; las lesbianas asumirían una independencia vergonzosa para la primacía sexual y la subordinación material que, como mujeres, deberían concederles graciosamente a los hombres.

En el caso de la bisexualidad, el rechazo proviene por partida doble ante el riesgo de que se transgredan los roles de género, aunque podría hallar también una benevolente tolerancia en el caso de los sujetos masculinos, cuando reproducen desde esta orientación sexual el estereotipo del "depredador" que somete por igual a mujeres y hombres.

En el caso de una mujer bisexual, por el contrario, tendría que cargar también con el estigma de su presunta liviandad a partir del viejo e hipócrita cuestionamiento ético de doble rasero con que siempre se les juzga a ellas como prostitutas, cuando en materia de sexualidad expresan comportamientos similares a los que sirven para premiar con un inmerecido reconocimiento social a los varones.

La transexualidad y la intersexualidad son, sin dudas, las más subversivas de las variantes para este orden ideológico reinante y presumiblemente aceptado por una amplia mayoría, al hacer saltar en pedazos no ya solamente la relación de 8

supremacía entre hombre y mujer, sino incluso los paradigmas, los conceptos mismos de qué son la hombría y la feminidad.

La exclusión de todas estas variantes de la sexualidad humana, ya sea mediante el silenciamiento de su existencia, su patologización —convertirlas en enfermedades—, victimización, ridiculización, discriminación en todas sus variantes, hasta su castigo o punición de hecho o de derecho, es por ello, en última instancia, violencia de género.

La manera de combatir este tipo tan particular de actitudes y acciones violentas —algunas tan sutiles y solapadas que ni siquiera es preciso alzar la voz para asumirlas o cometerlas, pero que igual dañan y provocan dolor y sufrimiento— va más allá de la reprimenda moral o la sanción legal de los hechos que las tipifican, lo cual, por cierto, es urgente llevar cada día con más fuerza y claridad tanto al sistema de valores de la sociedad cubana como a su ordenamiento jurídico.

Solo en la medida que vayamos construyendo un nuevo tipo de sociedad, que supere las distorsiones históricas acumuladas en materia de (in)equidad de género, desaparecerán consecuentemente las causas últimas de la discriminación por motivo de la orientación sexual e identidad de género y, con ella, su variante más extrema como manifestación de violencia: la homofobia.

Asociación SEMlac-Oficina SEMlac Perú: semlac@redsemlac.net / www.redsemlac.net
Coordinación-Oficina SEMlac Cuba: semcuba@ceniai.inf.cu / www.redsemlac-cuba.net

quarta-feira, 8 de junho de 2011

La OEA aprobó resolución sobre Derechos Humanos, Orientación Sexual e Identidad de Género en las Américas

La OEA aprobó resolución sobre Derechos Humanos, Orientación Sexual e Identidad de Género en las Américas.

Publicado el Sábado 12 de Junio de 2010 en las secciones .resaltado, Latinoamerica.
Se puede seguir cualquier respuesta a esta nota a través de RSS 2.0.

Lima – (DiariodeLimaGay)
La resolución es el resultado de actividades de incidencia y coordinación realizadas en los cuatro días anteriores por más de 20 grupos LGBT de 17 países que integran una Coalición de América Latina y el Caribe, que se reúne anualmente antes de la Asamblea General para coordinar sus trabajos de incidencia en el marco de la OEA.

Como de costumbre, la coalición organizó un evento paralelo de preparación para la Asamblea General con el fin de discutir estrategias de incidencia en la OEA, más específicamente en la 40 ° de la Asamblea General. Los participantes invitados a este evento incluyeron al Embajador Santiago Canto, Director Ejecutivo de la Comisión Interamericana de Derechos Humanos quien expresó el compromiso de la Comisión en supervisar las violaciones de derechos humanos basados en la orientación sexual e identidad de género y proporcionando una visión de conjunto de acciones disponibles para las comunidades LGBT de la región; Dante Negro, Director del Departamento de Derecho Internacional de la OEA, que proporcionó un análisis jurídico detallado del proyecto de resolución “Derechos Humanos, Orientación Sexual e Identidad de Género” y tomó nota de los progresos realizados sobre este tema en la OEA; Irene Klinger, directora del Departamento de Relaciones Internacionales de la OEA, quien destacó la importancia de la participación de la sociedad civil LGBT en todos los procesos de la Organización, y particularmente en la 40° Asamblea General. Una delegación de ONUSIDA Perú también asistió al evento.

Durante el diálogo informal entre el Secretario General de la OEA y la sociedad civil en Lima, tres delegados de la coalición LGBT preguntaron al Secretario General José Miguel Insulza, sobre la violaciones de derechos humanos más relevantes que ocurren en el hemisferio, como la existencia de una legislación que penaliza las relaciones sexuales consentidas entre adultos del mismo sexo en el Caribe anglófono, y otras abusos a los derechos humanos relacionados con ellos, las violaciones de los derechos humanos contra las comunidades travesti, transexual y transgénero, así como la falta de reconocimiento legal de la identidad por la mayoría de Estados miembros, y las tendencias restrictivas que el Perú está teniendo sobre el tema, específicamente las que se refieren a la discriminació n por orientación sexual y las leyes de identidad de género en diferentes artículos. El Sr. Insulza, recientemente reelegido para un segundo mandato como Director de la Organización, confirmó y reiteró su compromiso y el compromiso de la Organización para mantener la responsabilidad de combatir la discriminació n por orientación sexual e identidad de género.

Al día siguiente, en un diálogo entre los jefes de delegación de los Estados miembros y la sociedad civil, Sherlina Nageer, activista y representante de la Sociedad de Guyana contra la Orientación Sexual Discriminació n, leyó, ante los Ministros de Relaciones Exteriores de la OEA una declaración representando a la coalición hecha por los activistas Chile, Argentina, Colombia, Perú, República Dominicana, Paraguay, Brasil, Ecuador, Haití, Guyana, Jamaica y Belice, donde se puso de relieve las situaciones propuestas en el día anterior, solicitando además, la revisión de las leyes sobre la violencia doméstica, incluida la cuestión de violencia que sufren las mujeres lesbianas y transexuales en sus familias.

El representante del Brasil en la Organización de Estados Americanos centró su intervención en la lucha contra la homofobia recordando la iniciativa que el presidente de Brasil, llevó a cabo recientemente estableciendo el 17 de mayo como Día Nacional Contra la Homofobia.

Brasil también recordó su patrocinio del proyecto de resolución “Derechos Humanos, Orientación Sexual e Identidad de Género”.

Durante la Asamblea, los delegados de la Coalición LGBT tuvieron la oportunidad de tener una reunión formal con Felipe González, el actual Presidente de la Comisión Interamericana de Derechos Humanos para examinar las violaciones de derechos humanos por orientación sexual e identidad de género en el hemisferio.

El 8 de junio, durante la última sesión plenaria, se presentó el Informe Anual del Consejo Permanente a la Asamblea General (2009-2010) que contiene las resoluciones aprobadas por el Consejo Permanente. Entre las aprobabas se encuentra la resolución AG / RES. 2600 (XL-Ou/10) “Derechos Humanos, Orientación Sexual e Identidad de Género”, cuyo texto ratifica los avances de los años anteriores con las resoluciones AG/RÊS.2435 (XXXVIII-Ou/ 08) y AG / RES 2504 (XXXIX -0/09) tituladas “Derechos humanos, Orientación sexual e Identidad de género”.

La nueva resolución presentada por Brasil y copatrocinada por Bolivia, se destaca no sólo por condenar los actos de violencia y violaciones de derechos humanos cometidas contra las personas por razón de su orientación sexual e identidad de género y expresar su preocupación por la violencia que enfrentan los defensores de derechos humanos que trabajan en temas relacionados con tales violaciones, sino que, también, insta a los Estados miembros a adoptar todas las medidas necesarias para combatir las violaciones por orientación sexual e identidad de género, garantizando el pleno acceso a la justicia para sus víctimas. Y pide a la Comisión Interamericana de Derechos Humanos que considere la posibilidad de realizar un estudio temático.

Por primera vez, la resolución incluye la noción de discriminació n por orientación sexual e identidad de género, instando a los Estados a tomar medidas contra ella.

Como Coalición celebramos la aprobación de esta resolución que consideramos uno de los resultados tangibles del trabajo de incidencia que se inició en el año 2006 por Global Rights, Mulabi-Espacio Latinoamericano de Derechos y Sexualidades y IGLHRC LAC para coordinar la creación de esta coalición, que inicialmente centró su trabajo sobre la inclusión de orientación sexual, identidad y expresión de género en el proyecto de Convención Interamericana contra el Racismo y Toda Forma de Discriminació n e Intolerancia.

Damos las gracias a Astraea Lesbian Foundation for Justice, a la Comisión Internacional Internacional de Derechos Humanos para Gays y Lesbianas (IGLHRC) y a Global Rights para apoyar nuestra participación en esta Asamblea.

Participaron por la Coalición LGBT de Organizaciones de América Latina y el Caribe trabajando en el marco de la OEA:

AIREANA – Camila Zabala – Paraguay, COLECTIVA MUJER y SALUD, Julie Betances – República Dominicana, COLECTIVO “ANGEL AZUL”- REDLACTTRANS- Jana Villaizán – Perú, COLECTIVO CONTRANATURAS – Paúl Flores Arroyo – Perú, CORPORACIÓN PROMOCIÓN DE LA MUJER, Tatiana Cordero – Ecuador, IGLHRC-LAC – Fernando D’Elio – Argentina, ASOCIACIÓN LIDERES EN ACCION -Germán Rincón Perfetti – Colombia, Centro de Promoción y Defensa de los Derechos Sexuales y Reproductivos, PROMSEX- George Liendo- PERU, MOVIMIENTO HOMOSEXUAL DE LIMA- Giovanny Romero Infante – Peru, MOVIMIENTO MANUELA RAMOS – Eduardo Jesus Juarez Villafuerte – Perú, ORGANIZACIÓN DE TRANSEXUALES POR LA DIGNIDAD DE LA DIVERSIDAD – Franco Fuica – Chile, , REDE AFRO LGBT – Edmilson Medeiros BRASIL, J-FLAG – Maurice Tomilson – Jamaica, RED LACTRANS – Marcela Romero- Argentina, SENTIMOS DIVERSO – Zulma Quintero- Colombia, SEROvie – Steeve Laguerre – Haití, SOCIETY AGAINST SEXUAL ORIENTATION DIDSCRIMINATION- Sherlina Nageer – Guyana, UNIBAM – Devon Gabourel – Belice.

Como afiliado de la Coalición: Stefano Fabeni – Global Rights
http://www.sentidog.com/lat/2010/06/12/la-oea-aprobo-resolucion-sobre-derechos-humanos-orientacion-sexual-e-identidad-de-genero-en-las-americas/

Release sexual de maio

quinta-feira, 2 de junho de 2011Release sexual de maio
Artigo publicado no jornal Gazeta do Oeste em 27.05.2011

O mês de maio foi recheado de eventos que envolvem a sexualidade. Primeiro, tivemos a lei que a prova a união estável homoafetiva. Segundo, comemoramos (?) o dia do combate à exploração e violência sexual contra crianças e adolescentes. Por ultimo, os jornais não deixam de divulgar as ininterruptas fagulhas soltas no congresso nacional sobre a cartilha contra homofobia.
Os temas estão em plena fervura nos comentários leigos. Mesmo com a nova lei, alguns cartórios ainda se recusam a atestar a união estável homoafetiva o que chega a ser ininteligível – Lei é lei, acabou-se! – num país que vibra a democracia, ou deveria ser a hipocrisia? Porque não mudamos de nome então nosso sistema político social?
Nosso segundo tema é de causar horror – ou partir o coração! Todos os anos, na semana que reza o 18 de maio, órgãos públicos das diversas esferas políticas promovem campanhas e palestras sobre a temática do abuso e exploração sofridos por crianças e adolescentes e que ao que me parece, andam longe de acabar.
Recebo – e surpreenda-se caso seja possível, com a frequência que me custa acreditar e chega a me doer – em consultório, crianças, adolescentes, mulheres, homens, que sofreram abuso na infância e em menor número na adolescência. Esses relatos, sempre cheios de dor e sofrimento, de medo, culpa e vergonha, causando, em sua maioria, transtornos muito sérios que se seguem até a vida adulta. Não sei se o mais doloroso é o relato ou o fato de que quando pergunto: O que ocorreu com o abusador? A resposta, invariavelmente é “NADA”.
Nada sofreu, alguém que causou tanto mau, e que possivelmente multiplica suas ações como uma progressão geométrica. Pois aquele que foi abusado, pode (não em todos os casos) um dia vir a ser um abusador. A relação não é direta, ou seja, não podemos dizer que quem foi abusado vai ser um abusador, mas quando olhamos no histórico do abusador, este, em um número muito grande, já foi abusado também, na infância ou adolescência.
Seria preciso ações mais enérgicas contra quem comete este tipo de crime. Mas enquanto isso, o excelentíssimo deputado Bolsonaro berra no congresso com a excelentíssima senadora Marinor Brito sobre os efeitos de uma simples cartilha nas escolas. Não que a causa não seja séria, evidente que é, e deve ser estudada, mas fazem tempestade num copo d’água porque a questão está explícita – uma cartilha tem a visão de todos –. Parece que o ditado “o que os olhos não vêem o coração não sente!” faz muito sentido nessa hora. Por que, de fato, ninguém vê quem são os abusadores, pois eles atuam calados e ficam impunes por aqueles que são violentados em sua dignidade. O algoz passa despercebido, enquanto o congresso crê na doce ilusão, de que uma cartilha pode “corromper” e não educar (já que é pra isso que se propõe).
Precisamos de pessoas mais comprometidas com a causa humana e menos corrompidas por valores hediondos de recriminação e descriminação.
Os representantes das igrejas, enfurecidos se a causa por aprovada, se esquecem que seus próprios seguidores, cristãos, estão a mercê da providência e do perdão divino, nada mais.
Keila Oliveira
Psicóloga
Terapeuta Sexual
http://www.sexologia-clinica.com/2011/06/release-sexual-de-maio.html

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Polêmica do kit contra homofobia leva assunto para sala de aula

Polêmica do kit contra homofobia leva assunto para sala de aula

Marina Morena Costa, iG São Paulo

Escolas que trabalham a diversidade sexual contam que curiosidade dos alunos aumentou após o veto ao material encomendado pelo MEC

Além de repercutir no Congresso, nos movimentos e nas redes sociais, a suspensão de todas as produções que compunham o kit contra a homofobia encomendado pelo Ministério da Educação (MEC) foi assunto em sala de aula. Professores que já trabalham a diversidade sexual com alunos contam que a polêmica despertou a curiosidade de crianças e adolescentes e foi usada para discutir o tema.

No colégio Magister, na zona sul de São Paulo, a ?caixinha da sexualidade? do professor de filosofia Clayton Fernandes recebeu diversas perguntas sobre o kit. ?Alguns perguntaram se os vídeos faziam propaganda das opções sexuais (argumento usado pela presidenta Dilma Rousseff para suspender o material), se eram de boa qualidade e até se não haveria corrupção, superfaturamento do kit?, conta o professor.

As caixas ficam expostas nos corredores da escola e são usadas para que estudantes façam perguntas, sugiram temas e tirem dúvidas sem se identificar ? a educação sexual está na grade curricular desde a 6ª série do ensino fundamental até a última do ensino médio. Fernandes recolhe os papéis e prepara as aulas de acordo com os questionamentos.

Com reportagens jornalísticas sobre o tema, o professor explica os conceitos de respeito às diferenças, homofobia, preconceitos e mostra diferentes opiniões e atitudes. ?Eles conseguem identificar manifestações de preconceito e a se autocorrigir?, destaca.

Os vídeos que vazaram na internet não foram mostrados em sala de aula, porque estão em análise pela equipe pedagógica do colégio. Fernandes é favorável ao material, mas avalia que a imposição de um kit pode não surtir efeito entre os jovens. ?O material não deve ser construído de cima para baixo. O trabalho da diversidade sexual precisa ser desenvolvido em conjunto com os alunos?, pondera.

Contra preconceitos

No Colégio Franciscano Nossa Senhora do Carmo (Franscarmo), uma instituição católica, homofobia não é tabu. A pedagoga Andressa Ruiz aborda o tema com naturalidade nas aulas de orientação sexual para a 8ª e 9ª série do ensino fundamental. ?Trabalho a questão do respeito às diferenças. Não importa a religião, quando se fala em respeito e preconceito?, afirma a orientadora educacional.

O kit contra a homofobia despertou a curiosidade dos alunos, e a professora irá selecionar trechos dos vídeos para discutir na aula da semana que vem. ?Eles precisam ter clareza sobre os temas e quais são as implicações. As discussões aparecem na mídia, mas não são aprofundadas?, comenta.

Além de reportagens, Fernandes e Andressa trabalham com dinâmicas de grupo, jogos sobre a sexualidade e exibem trechos de filmes. O professor de filosofia utiliza trechos do ?Crianças Invisíveis?, produção da Unicef feita por diretores de diversos países, inclusive o Brasil, para exemplificar como os pais interferem na educação dos filhos. ?A homofobia, na grande maioria dos casos, é como se fosse princípios negativos herdados da família. Há episódios que mostram como a violência dos pais é passada para os filhos?, explica Fernandes. E é justamente este ciclo que ele pretende quebrar na escola.
http://www.tosabendo.com/conteudo/noticia-ver.asp?id=82196

O “kit gay” e a sociedade ainda medieval

O “kit gay” e a sociedade ainda medieval
168 acessos - 6 comentários
Publicado em 31/05/2011 pelo(a) Wiki Repórter LuisRio, São Luis - MA
Assisti aos três vídeos desta bendita polêmica e, apesar da opinião do Garotinho, realmente não tive vontade de mudar minha sexualidade, continuo mantenho minha condição de sempre, que é a de heterossexual. É importante que pessoas como o Garotinho, Bolsonaro e Cia compreendam que é infinitamente mais fácil eles verem os colegas deles “mudarem de posição” de vez em quando, por simples conveniências, do que alguém assistir um vídeo hoje e “virar” homossexual amanhã.

Não vi nada demais nestes vídeos que assisti (duas vezes cada um) e, não creio que incentive a ninguém a mudar sua sexualidade. Até porque sexualidade, ao contrario do que muitos pensam, não é algo que se muda. Na verdade quando ouvimos falar de alguém que “mudou”, estamos diante de um equivoco, pois sexualidade não se muda, no máximo, se assume. Conheço casos assim, de pessoas que passaram grande parte da vida negando a si próprias por entenderem que estavam fora dos padrões, temerem os preconceitos e somente depois de muito tempo, decidiram se assumir e enfrentar a tudo que essa condição lhes impõe. A começar com as dificuldades no próprio meio familiar.

Sexualidade não é opção, mas sim condição que não pode ser mudada (nem mesmo com as porradas do Bolsonaro), mas talvez aquele vídeo referente a bissexualidade, tenha sido infeliz ao focar em um certo momento, a questão da probabilidade. Isso não deveria ser colocado porque não vem ao caso, embora ainda, se trate apenas de uma meia verdade, seguindo o conceito do vídeo, um bissexual não aumentaria em 50% suas chances de conseguir um parceiro(a), talvez uns 10% no máximo, uma vez que alem do sexo oposto, restaria como opções, outro bissexual ou um homossexual, já que os heterossexuais não estão disponíveis para se relacionar (sexualmente falando) com estes.

Ainda com relação a estes vídeos, também concordo que não seriam adequados para as nossas crianças, não por causa de uma eventual influência como muitos (equivocadamente) acreditam, mas porque crianças não têm discernimento entender assuntos ligados a sexualidade, qualquer que seja, mas para os adolescentes não vejo realmente motivo de preocupações, os vídeos não são agressivos. Na verdade nem achei estes vídeos muito bons, olhando pela ótica do objetivo que estes possuíam, que é de evitar a homofobia, não acho que foram eficientes na mensagem que deveriam passar, mas certamente a intenção foi boa, intenção esta que foi sem dúvida alguma, de esclarecer e não de incentivar!

Seja como for, estou certo de que, nem estes vídeos, nem nenhum outro que seja, tem o poder de mudar a condição sexual com a qual uma pessoa veio ao mundo, as dúvidas com relação a isso são fruto da ignorância da maioria para com este assunto.

Estamos diante de um paradigma a ser quebrado um dia, quando nossa sociedade evoluir, mas os “sexualmente divergentes” não devem se desanimar, o tempo trabalhará em favor deles, vale mesmo lembrar que, de tempos em tempos, paradigmas são quebrados com a chegada do conhecimento (e o reconhecimento das verdades), se hoje nossa sociedade e nossos religiosos se valem dos relatos encontrados no “Levítico, Romanos, Coríntios e Deuteronômio”, para justificar um comportamento homofóbico, vale lembrar que no passado, já acreditamos inclusive que o sol (e tudo mais), girava em torno do nosso planeta Terra. Nesta época, os nossos religiosos, através da Santa Inquisição, quase levaram pra fogueira um tal de Galileu. Para que não lembra mais das aulas de historia, Galileu era aquele cara “ignorante”, que estava desafiando aquelas “verdades” teocêntricas da época, não lembram? Mas ta na história! Ele teve inclusive que se retratar, negando tudo que pregou, porém alguns séculos depois... onde estava a ignorância mesmo?

Percebe-se que historicamente, que na sociedade, os mais fortes costumam se apossar de tudo, até das verdade, hoje não é diferente...
http://www.brasilwiki.com.br/noticia.php?id_noticia=42746

Bancada evangélica cria projeto de lei que proibe casamentos gay em igreja evangélica

Bancada evangélica cria projeto de lei que proibe casamentos gay em igreja evangélica

Publicado por Renato Cavallera (perfil no G+ Social) em 9 de maio de 2011
Após o STF reconhecer a união estável entre pessoas do mesmo sexo, a bancada evangélica quer incluir na legislação um dispositivo para impedir que igrejas sejam obrigadas a celebrar cerimônias de casamento entre homossexuais. Para integrantes do movimento LGBT, a medida visa a tirar o foco da discussão sobre os direitos civis dos homossexuais.

O presidente da Frente Parlamentar Evangélica, deputado João Campos (PSDB-GO), diz que a proposta visa a evitar constrangimentos para a religião. Ele afirma que a intenção é evitar a existência de decisão judicial que obrigue a realização de cerimônia. “Seria bom tornar isso explícito para evitar que algum juiz preconceituoso, atendendo a alguma demanda específica, possa dar uma sentença impondo uma ação dessa a alguma igreja.”

Campos afirmou que em Goiânia houve uma decisão liminar obrigando uma igreja evangélica a realizar casamento de pessoas que não seguiam a igreja e isso poderia acontecer também no caso de homossexuais. A frente presidida por Campos conta com 76 deputados e 3 senadores.

“Desespero.” O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), homossexual, diz que a proposta quer desviar o foco da discussão sobre os direitos civis. “Isso é desespero para jogar a opinião pública contra o direito civil. O direito é público, a fé é privada. Nenhum homossexual quer casar em igreja”, reiterou.

Wyllyse defende a aprovação de uma proposta de emenda constitucional para garantir o direito dos homossexuais ao casamento civil. Com isso, ressalta o parlamentar, as pessoas não precisariam mais recorrer à Justiça para ter direitos como de pensão, hereditariedade, tributários, entre outros.

A bancada evangélica quer esperar o detalhe da decisão do STF para saber a sua abrangência. Evangélico, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) afirma que é preciso ver qual a extensão do reconhecimento feito pelo Supremo para daí entender quais direitos foram estendidos.

Uma das dúvidas é se a adoção de crianças está ou não no âmbito da decisão. “Ainda tem muito oba-oba. Temos de conhecer o detalhe da decisão, é isso que vai nortear a ação do Congresso. Houve a decisão política do Supremo, mas precisa ver a natureza jurídica disso. O julgamento sequer acabou.”

Fonte: Estadão
http://noticias.gospelmais.com.br/bancada-evangelica-projeto-proibe-casamentos-gay-igrejas-19605.html

Maioria dos católicos praticantes apoiam o casamento gay, revela pesquisa

Maioria dos católicos praticantes apoiam o casamento gay, revela pesquisa

Publicado por Renato Cavallera (perfil no G+ Social) em 2 de abril de 2011
Apoio ao “casamento” de mesmo sexo e às uniões civis gays é muito elevado no meio da população católica, até mesmo entre a maioria dos católicos que frequenta a missa semanalmente, de acordo com uma pesquisa de opinião pública divulgada neste mês.

A pesquisa, feita pelo Instituto de Pesquisas Públicas de Religião (IPPR), revelou que os católicos ultrapassam outros cristãos e até o público geral em seu apoio às uniões homossexuais, tanto como “casamentos” quanto outras uniões semelhantes ao casamento reconhecidas pelo Estado.

Os resultados entre os católicos foram separados por classificação entre aqueles que frequentam missa semanalmente ou mais (38 por cento dos católicos), uma ou duas vezes por mês (20 por cento) ou menos vezes (41 por cento). Apoio ao “casamento” de mesmo sexo era muito mais elevado no último grupo com 59 por cento de apoio, e só 16 por cento eram contra todos os tipos de uniões homossexuais.

Mas até mesmo entre aqueles que frequentam missa semanalmente ou mais, só 31 por cento eram contra o reconhecimento legal das uniões homossexuais; 26 por cento favoreciam o “casamento” de mesmo sexo e 38 por cento favoreciam uniões civis.

A pesquisa do IPPR foi financiada principalmente pela Fundação Arcus, que foi fundada pelo bilionário ativista gay Jon Stryker.

Embora um especialista citado pela Agência Noticiosa Católica tenha questionado o fato de que o estudo cometeu negligência ao não citar uma margem de erro, ele disse que os resultados foram de modo geral “muito coerentes” com outros dados publicamente disponíveis sobre o tópico.

“Com o passar do tempo, tem havido uma percentagem crescente de pessoas que concordam especificamente com as questões sobre uniões civis e casamento, algo que temos visto nas pesquisas de opinião pública. Muito disso vemos em termos de diferenças de gerações”, disse o Dr. Mark M. Gray, diretor da entidade católica de pesquisas de opinião pública CARA Catholic Polls e pesquisador adjunto do Centro de Pesquisas Aplicadas no Apostolado da Universidade Georgetown.

Alguns reconheceram os dados como um sinal sombrio para que todos os líderes católicos despertassem, pois em vez de lidarem com a questão cada vez mais polêmica da moralidade sexual, eles caíram no total silêncio.

Monsenhor Charles Pope da Arquidiocese de Washington comentou numa postagem de blog na quarta-feira que, “Com a combinação de uma sociedade barulhenta e uma sala de aula e púlpito calados, não é de surpreender que estatísticas recentes estejam mostrando que um número crescente de católicos não esteja apegado à fé católica no que se refere a questões morais, principalmente as questões sexuais”.

Embora a sociedade moderna “promova a promiscuidade aos gritos e normalize as expressões heterossexuais e homossexuais da imoralidade”, disse o papa, o clero e os catequistas enquanto isso não fornecem nenhum contra-argumento forte, mas ficam “calados ou dizem coisas vagas sobre isso”.

“Na Igreja penso que temos de aceitar que ocorreu uma mudança de gerações, tanto na Igreja quanto na sociedade. E aconteceu debaixo dos nossos olhos”, escreveu ele.

O padre refletiu que a Igreja nos Estados Unidos está há muito tempo calada acerca do colapso da família, notavelmente começando com a implementação de leis liberais de divórcio no final da década de 1960, deixando os líderes “arrastando-se para ensinar os fiéis de novo nos princípios básicos do casamento”.

“Sim, voltamos à batalha muito tarde”, escreveu o papa. “Mas temos de começar. E enquanto começamos, seremos xingados de todos os tipos de nomes por uma sociedade que agora vê o Evangelho e sua visão moral como antipáticos, até mesmo detestáveis. Será nossa tarefa propor novamente o Evangelho de um modo criativo e ponderado, e apresentar o motivo por que faz sentido e não é realmente detestável”, ele escreveu.

Fonte: Notícias Pró-Família
http://noticias.gospelmais.com.br/maioria-catolicos-praticantes-apoiam-casamento-gay-18466.html

sábado, 4 de junho de 2011

'Sentir-se excluído será motivo de sofrimento', diz psicoterapeuta sexual


04/06/2011 06h02 - Atualizado em 04/06/2011 06h44
'Sentir-se excluído será motivo de sofrimento', diz psicoterapeuta sexual
Oswaldo M. Rodrigues Jr. fala sobre a formação sexual do ser humano e os impactos do preconceito contra crianças e adolescentes homossexuais
imprimir
Oswaldo M. Rodrigues Jr, psicólogo e diretor do InPaSex (Foto: Divulgação)
Alguns passam a ter desejo sexual por pessoas de outro sexo na fase da puberdade. Outros descobrem esse sentimento na adolescência. Há ainda aqueles que nunca conseguirão se classificar. Muitos são vítimas de preconceito e de exclusão. De acordo com o diretor do Instituto Paulista de Sexualidade (InPaSex), Oswaldo M. Rodrigues Jr., uma das necessidades mais importantes na vida de uma pessoa é o sentimento de pertencer a um grupo que o acolha e lhe dê proteção.
“Sentir-se excluído por qualquer razão será um motivo de sofrimento”, diz o psicólogo e psicoterapeuta sexual, que segue abordagem psicológica comportamental-cognitiva.
O InPaSex atua em questões relacionadas a disfunções sexuais e queixas relativas à sexualidade do ponto de vista da psicologia, fornecendo psicoterapia a indivíduos e casais que buscam superar problemas que vivenciam nestas áreas. O diretor Oswaldo Rodrigues fala sobre a formação sexual do ser humano e os impactos do preconceito contra crianças e adolescentes homossexuais.
Com qual idade é comum uma pessoa descobrir sua sexualidade?
Existem várias partes do que se tem sido chamado de “sexualidade”. A sexualidade é composta de vários graus de identidades que se sobrepõe. A “identidade de gênero”, que significa descobrir se pertence ao grupo dos homens ou das mulheres, ocorre nos dois primeiros anos de vida e se confirma aos 7 anos. A maioria das pessoas desenvolve uma identidade de gênero de acordo com o sexo genital. A “identidade sexual social” é percebida com expressões e formas de fazer as coisas como masculino ou feminino. Estas características são aprendidas e assimiladas desde o nascimento e firmadas por volta dos 7 anos, quando a criança passa a exercitar o “ser homem” ou “ser mulher” a partir das expressões sociais e externas.
As designações “objeto sexual”, “opção sexual” e “orientação sexual” implicam gramaticalmente em qual deverá ser o objeto da satisfação sexual da pessoa. Precisamos observar um contínuo entre dois extremos, para começar: da heterossexualidade à homossexualidade, com vários graus de bissexualidade intermediários. Ainda existe a assexualidade e a preferência por objetos/partes do corpo. Estas formas são estados de ser que podem dominar a vida toda ou serem fases com durações mais ou menos prolongadas gerando identidades sociais diferenciadas. Algumas destas identidades são pronunciadas e visíveis de acordo com momento histórico, valores e mecanismos de tolerância à frustração por parte dos indivíduos de uma cultura.
Há 500 anos se ateava fogo a uma pessoa de genitália ambígua ou transexual. Há 100 anos se mandava para a prisão quem fosse homossexual. Ainda hoje há quem não acredite que bissexuais existam e se ridicularizam assexuados e parafílicos como pervertidos. Esta fase objetal implica em designar o outro como fonte de satisfação sexual ou de satisfação afetiva. Ambas as formas são consideradas sexualidade em nosso momento cultural, embora sejam qualitativamente diferentes. Algumas pessoas iniciarão esta fase ao redor da puberdade, outras na adolescência, e outras após os 18-20 anos de idade. Muitas passarão por momentos de variação ao longo de 5 ou 6 décadas de vida. De toda forma, não se pode dizer se uma criança terá orientação sexual hetero, homo, bi, assexual ou objetal. Muitos sequer conseguirão classificar-se mesmo sendo adultos (por mais que possam ser classificados pelo mundo externo).
Quando a criança descobre que é minoria entre os seus colegas, como ela se sente?
Uma das necessidades de importância na vida de uma pessoa será o sentimento de pertencer a um grupo que o acolha e lhe dê proteção. Sentir-se excluído por qualquer razão será um motivo de sofrimento. Este sofrimento poderá produzir uma capacidade de administrar as frustrações que ocorrerão ao longo de toda a vida, sendo um produto positivo de uma condição negativa. Porém, a maioria das pessoas reage de modo negativo, desenvolvendo o que se denomina de baixa autoestima, autoidentidades negativas e passa a associar-se adjetivos negativos que o conduzirão a comportamentos e atitudes negativas e contraproducentes sobre si e sobre o mundo. As pessoas que poderão aprender a administrar as frustrações destas exclusões, vivendo como minoria, serão os mais ilustres e mais bem-sucedidos daquele mesmo grupo. Assim, em determinado momento, sentir-se mal não é exatamente apenas negativo. Se a criança tem acolhimento em outras áreas, provavelmente ela se perceberá diferente, e não excluída, mesma que assim o seja.
A exclusão pode se dar não por ela ser diferente, mas pelo grupo necessitar de um bode expiatório, para os indivíduos do grupo sentirem-se bem. Assim são as histórias de crianças chamadas de “bicha”, que recebem toda a carga negativa que os colegas têm, não por ser homossexual, mas para servir de expiação dos problemas do grupo. O mesmo ocorre na família, onde pais e irmãos usam palavras negativas para sentirem-se bem e superiores. A criança assume a identidade homossexual não por desejar outro de mesmo sexo, mas para cumprir um papel de carregar as dificuldades da família. Mais provavelmente esta criança desenvolverá preferências homossexuais, pois o mundo já participa com determinantes coerentes ao epíteto designador.
É comum adolescentes tirarem sarro, implicarem e até praticarem bullying com os colegas. Como esse comportamento é visto dentro da psicologia?
A competição é um dos mecanismos para produzir características úteis na sociedade adulta. A competição entre crianças é moldada nos adultos que as cercam. Entre a idea de competição e uma agressão existe grande diferença que precisa de ponderação. Por isso o termo bullying. Uma criança hostil vem de lares hostis ou ela é perturbada em termos de personalidade. O mais comum é a criança copiar comportamentos que assiste em casa: violência de gênero. A criança repete o que vivencia, pois é assim que compreende que deve ser o mundo.
Quais cuidados as escolas devem tomar para que alunos homossexuais não sejam vítimas de bullying?
A discussão sobre as possibilidades de identidades de gênero, expressões sexuais sociais, formas e preferências sexuais deveria ser compreendida pelos professores, pois eles é que passarão esta compreensão para os alunos. Isto exige atuação cotidiana, não apenas em uma ou outra aula especial (como em muitas escolas ainda chamam inadequadamente de “educação sexual”). Isto ainda é e ainda será muito complicado, pois envolve discussões de valores pessoais e grupais para os adultos. O mundo se encontra em constante mudança. Parodiando Henry Havelock Ellis no começo do século XX: “se tudo no universo se encontra em constante movimento, porque o ser humano seria estático?”
Crenças e valores de adultos não são modificados com facilidade. Por isso existe a psicoterapia, um processo que permite mudanças e não é baseado em apenas informações e conhecimentos. A informação permite o debate, mas não muda crenças. Na maior parte das vezes as informações são utilizadas para manter crenças e não modificá-las. A construção das crenças estereotipadas socialmente é feita de modo pedagógico. Isto se diferencia do método psicológico, focado no indivíduo e não na informação. Assim, muitos dos professores que têm dificuldades em administrar o “diferente” precisariam aprender a mudar suas crenças para que convivessem com os diferentes. As crianças só copiam e seguem os modelos dos adultos.
Um estudo da Universidade de Columbia (EUA) mostrou que adolescentes gays têm até cinco vezes mais chances de se matar do que os heterossexuais. Existe alguma pesquisa como essa no Brasil que o senhor possa destacar?
Várias pesquisas brasileiras têm sido feitas e várias conclusões são tiradas há 30 anos. Grupos de apoio a adolescentes homossexuais têm sido tentados. Problemas legais de pais não aceitarem seus filhos não os permitindo sequer discutirem e compreenderem se realmente são ou não homossexuais apenas facilitaram o aumento destas estatísticas. Psicólogos que atendem adolescentes sabem disso ao verem seus pacientes trazerem estas discussões. Eles levam muitas semanas para confiarem no terapeuta, pois o mecanismo mais degradado é o da confiança em outros superiores.
Qual é o impacto que o preconceito pode ter na vida da criança e/ou do adolescente homossexual?
Isto sempre dependerá das características de personalidade que a criança e o adolescente estão desenvolvendo. Assimilar-se negativo ou positivo frente as adversidades será determinante para produzir um impacto e de que tipo.


http://redeglobo.globo.com/globoeducacao/noticia/2011/06/sentir-se-excluido-sera-motivo-de-sofrimento-diz-psicoterapeuta-sexual.html

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Sexualidade é tabu no mundo corporativo

30/05/2011 -- 00h00
Sexualidade é tabu no mundo corporativo
Mesmo não existindo ''marcas'' que revelem se um profissional é heterossexual ou homossexual o assunto ainda é tabu no mundo corporativo. Uma pesquisa realizada pela Trabalhando.com - portal de recrutamento de Recursos Humanos - mostra que ainda existe preconceito na hora de contratar um homossexual.

Para Célia Liboni, coordenadora de RH da Labor, não existe preconceito declarado, mas que de forma indireta percebe-se que a questão comportamental acaba fazendo a diferença em algumas empresas.

Por outro lado, a gerente de RH da Capital Humanos Empregos, Ruth Hayashi, lembra que há empresas que preferem gays, principalmente as que trabalham com atendimento ao público, como callcenter, clínicas de estéticas, lojas etc.
30/05/2011 -- 00h00
Trabalho e sexualidade: relação mal resolvida
Mesmo não existindo 'marcas' que revelem se um profissional é heterossexual ou homossexual o assunto ainda é tabu no mundo corporativo


Está cada vez mais evidente as diversidade sexuais, sejam elas na escola, universidades, em casa, na rua, mas quando se fala dos homossexuais no mundo corporativo a situação muda de figura. Mesmo não existindo ''marcas'' que revelem se um profissional é heterossexual ou homossexual o assunto ainda é tabu no mundo corporativo. Uma pesquisa realizada pela Trabalhando.com - portal de recrutamento de Recursos Humanos - mostra que ainda existe preconceito na hora de contratar um homossexual.

Dos 400 entrevistados em nível nacional - homossexuais ou não - 54% acreditam que o preconceito existe apesar de não ser assumido. Há também os que afirmam que o preconceito ainda exista, mas que vem diminuindo com o passar dos anos (21%) e aqueles que digam que a discriminação depende do tipo de área e vaga desejada (22%); apenas 3% pensam que esse problema não exista mais.

Quando consultadas sobre o assunto, as 30 empresas - de médio e grande portes - que participaram da pesquisa de maneira anônima, afirmam que a escolha ou não de um homossexual para ocupar um cargo depende da posição e da área para as quais o candidato se inscreve (38%). Para 31%, o preconceito é velado, isto é, ele existe, mas não é assumido; já 25% pensam que a discriminação existe, mas menos constante do que há alguns anos e os 6% restantes dizem que não há preconceito dentro das empresas.

A gerente de Recursos Humanos, Ruth Hayashi, da Capital Humano Empregos, diz que a orientação sexual do candidato não é levada em conta na agência de emprego, mas admite que algumas empresas londrinenses são mais conservadoras. ''Selecionamos a pessoa pela qualificação e não pelo sexo. Não nos cabe avaliar a orientação sexual dela'', diz Ruth. ''As empresas não dizem: não quero homossexuais, mas percebemos que existe preconceito.'', diz ela.

Isso fica evidente, segundo Ruth, em razão de muitos candidatos qualificados serem dispensados, após entrevistas, sem motivo quando teriam todas as condições de assumir a função. ''É claro que a justificativa da recusa nunca se refere à orientação sexual, mas a gente percebe nas entrelinhas''. Por outro lado, a gerente lembra que há empresas que preferem gays, principalmente as que trabalham com atendimento ao público, como callcenter, clínicas de estéticas e lojas etc.

Para Célia Liboni, coordenadora de RH da Labor, não existe preconceito declarado, mas após a dispensa de alguns profissionais qualificados a agência entra em contato com a empresa para saber os motivos. ''Nesta conversa muitas vezes percebemos que a questão comportamental acaba sendo o motivo da dispensa'', diz Célia.

Vera Barão
Reportagem Local
http://www.folhaweb.com.br/?id_folha=2-1--4485-20110530

Homofobia se aprende, Sexualidade não: Ser gay é tolerar a indiferença dos indiferentes

Homofobia se aprende, Sexualidade não: Ser gay é tolerar a indiferença dos indiferentes
Texto publicado em 26 de Maio de 2011 - 14h22

A presidenta Dilma, acaba de vetar as discussões sobre homofobia no espaço escolar. Ela pode vetar o material, o programa, mas não pode vetar a vozes dos educadores, que viram na proposta do Ministério da Educação, uma forma de se discutir a homoafetividade no espaço escolar. O veto da presidenta sinaliza o preconceito e a descriminação de uma nação, que se julga tão democrática, porém tem nas suas entrelinhas a descriminação.

Pensar que discutir as temáticas ligadas à sexualidade é algo que fere a moral, ou que, por discutir as questões voltadas para o respeito às diferenças irá induzir uma criança a ser homossexual é uma barbaridade epistemológica. O que não podemos aceitar é que, deputados e outras “autoridades” constituídas pelo povo, agora deixem de representar o povo. Ser gay é algo absolutamente normal, o que algumas pessoas estão pregando, é que ser gay, é uma perversão, é algo que fere os bons princípios, que Deus o criador de tudo e todos, abomina os homossexuais. Será que em plena contemporaneidade, vamos ver a morte de inúmeros jovens e adolescentes gays, sendo desrespeitados, marginalizados e sofrendo Bullying, por serem normais?

Muitos jovens gays crescem achando que são diferentes, anormais e revoltados com a vida e com o mundo. Aprendem, que ser gay, é ser diferente, desprezível e ignóbil. Muitas famílias encaram a homossexualidade, como uma anormalidade, e o filho gay, torna-se a ovelha negra, o zero a esquerda, o mutante, o emblema de vergonha. E desta forma crescem, sendo vitimados pelos seus pares.

Ser gay é poder explorar as possibilidades de uma vida recheada de sonhos. Ser gay é também poder desenvolver uma espiritualidade, acreditar em um Deus de amor, louvá-lo pela existência e realizar orações. Ser gay é poder amar incondicionalmente um homem ou mulher, perdoa e agir com solidariedade e companheirismo. Ser Gay é ser capaz de olhar para si mesmo, e ver o quanto ser, um ser humano é belo. Ser gay é enfrentar os obstáculos, superá-los e crescer com cada adversidade, construindo possibilidades de sempre poder ser melhor. Ser gay é tolerar a indiferença dos indiferentes, compreender as limitações dos preconceituosos, agir racionalmente e dentro das legalidades. Ser gay, é ser um cidadão, que paga impostos e cumpre seus deveres sociais. Ser um cidadão gay, é poder demonstrar afetos livremente, amar, sorrir, divertir-se e apaixona-se.
Ninguém nasce homofóbico, pois homofobia se aprende, sexualidade não

Fonte: Blog do Silvano Sulzart
http://www.portogente.com.br/texto.php?cod=46259

terça-feira, 17 de maio de 2011

CASA assinala Dia de Luta contra Homofobia e Transfobia

TRANSEXUAIS
CASA assinala Dia de Luta contra Homofobia e Transfobia
por LusaOntem

A CASA - Centro Avançado de Sexualidades e Afectos entrega na terça-feira numa conservatória do Porto o processo legal de mudança de sexo de um transexual, assumindo-se como a "primeira associação a patrocinar na totalidade" este procedimento.
A história, de acordo com o médico e presidente da CASA, Manuel Damas, é fácil de contar, porque o caso de Gil "é daqueles que é muito perfeito", uma vez que, "desde sempre, teve maior proximidade com o sexo feminino".
O pedido legal de mudança de sexo de Gil, que quer ser Sara, ocorre hoje, terça-feira, para assinalar o Dia Internacional de Luta Contra a Homofobia e Transfobia.
Segundo Manuel Damas, a CASA acompanha actualmente quatro transexuais que pretendem mudar de sexo e nome no registo civil.
Sara é o primeiro caso a dar entrada numa conservatória tendo como patrocinadora a CASA, que "prestou todo o apoio especializado nas áreas da medicina, sexologia, psicologia e direito no âmbito do seu serviço interno de consultas".
Manuel Damas, que há mais de 20 anos trabalha nesta área, referiu à Lusa que a lei que simplifica o procedimento de mudança de sexo e de nome próprio no registo civil implica que "haja um diagnóstico e um relatório médico, subscrito por um psicólogo, depois de efectuadas diversas consultas".
Depois de entregue o pedido, a Conservatória tem oito dias para estudo do processo e pronunciar-se sobre o mesmo, sendo que Manuel Damas afirma ser "impensável" que haja recusa para este caso.
Para o médico, mulheres como a Sara "não precisam de alteração de sexo e nome próprio por nenhuma causa em especial, mas por uma questão de cidadania e para a sua autoestima".
Manuel Damas afirmou que transexuais como o Gil/Sara vivem situações "muito constrangedoras", sendo que "pequenos detalhes do dia a dia adquirem proporções quase asfixiantes".
Quando Gil se desloca a um serviço de urgência de um hospital, por exemplo, é automaticamente encaminhado para a ala masculina, mas depois as outras pessoas "não percebem o que está ali a fazer", exemplificou o médico.
O diploma que simplifica o procedimento de mudança de sexo e de nome no registo civil foi promulgado pelo Presidente da República a 1 de Março, "por imperativo constitucional", depois de ter sido reconfirmado pelo Parlamento a 17 de fevereiro, por maioria absoluta dos deputados.

http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1853442

sábado, 14 de maio de 2011

Porque o PL-122 é inconstitucional

Porque o PL-122 é inconstitucional
SÁB, 14 DE MAIO DE 2011 11:41 SILAS MALAFAIA

Antes de fazer qualquer comentário, é importante frisar que uma coisa é criticar conduta, outra é discriminar pessoas. No Brasil, pode-se criticar o Presidente da República, o Judiciário, o Legislativo, os católicos, os evangélicos, mas, se criticamos a prática homossexual, logo somos rotulados de homofóbicos. Na verdade, o PL-122 é contra o artigo 5º da Constituição, porque o projeto de lei quer criminalizar a opinião, bem como a liberdade religiosa.

Vejamos alguns artigos deste PL:

Artigo 1º: Serão punidos na forma desta lei os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, gênero, sexo, orientação sexual, identidade de gêneros.

Comentário: Eles tentam se escorar na questão de raça e religião para se beneficiar. O perigo do artigo 1º é a livre orientação sexual. Esta é a primeira porta para a pedofilia. É bom ressaltar que o homossexualismo é comportamental, ninguém nasce homossexual; este é um comportamento como tantos outros do ser humano.

Artigo 4º: Praticar o empregador, ou seu preposto, atos de dispensa direta ou indireta. Pena: reclusão de 2 a 5 anos.

Comentário: Não serão os pais que vão determinar a educação dos filhos — porque se os pais descobrirem que a babá dos seus filhos é homossexual, e eles não quiserem que seus filhos sejam orientados por um homossexual, poderão ir para a cadeia.

Artigo 8º-A: Impedir ou restringir a expressão e a manifestação de afetividade em locais públicos ou privados abertos ao público, em virtude das características previstas no artigo 1º desta lei. Pena: reclusão de dois a cinco anos.

Comentário: Isto significa dizer que se um pastor, ou padre, ou diretor de escola — que por questões de princípios — não queira que no pátio da igreja, ou escola haja manifestações de afetividade, irão para a cadeia.

Artigo 8º-B: Proibir a livre expressão e manifestação de afetividade do cidadão homossexual, bissexual ou transgênero, sendo estas expressões e manifestações permitidas aos demais cidadãos ou cidadãs. Pena: reclusão de dois a cinco anos.

Comentário: O princípio do comentário é o mesmo que o do anterior, com um agravante: a preferência agora é dos homossexuais; nós, míseros heterossexuais, podemos também ter direito à livre expressão, depois que é garantida aos homossexuais. O parágrafo do artigo que vamos comentar a seguir "constituiu efeito de condenação".

Artigo 16º, parágrafo 5ª: O disposto neste artigo envolve a prática de qualquer tipo de ação violenta, constrangedora, intimidatória ou vexatória, de ordem moral, ética, filosófica ou psicológica.

Comentário: Aqui está o ápice do absurdo: o que é ação constrangedora, intimidatória, de ordem moral, ética, filosófica e psicológica? Com este parágrafo a Bíblia vira um livro homofóbico, pois qualquer homossexual poderá reivindicar que se sente constrangido, intimidado pelos capítulos da Bíblia que condenam a prática homossexual. É a ditadura da minoria querendo colocar a mordaça na maioria. O Brasil é formado por 90% de cristãos. Não queremos impedir ou cercear ninguém que tenha a prática homossexual, mas não pode haver lei que impeça a liberdade de expressão e religiosa que são garantidas no Artigo 5º da Constituição brasileira. Para qualquer violência que se cometa contra o homossexual está prevista, em lei, reparação a ele; bem como assim está para os heterossexuais. A PL-122 não tem nada a ver com a defesa do homossexual, mas, sim, quer criminalizar os contrários à prática homossexual — e fazem isso escorados na questão do racismo e da religião.
http://www.boavistaagora.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=3620:porque-o-pl-122-e-inconstitucional&catid=41:artigos-de-usuarios&Itemid=84

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Escolas e colegas são hostis a alunos e alunas homossexuais, aponta pesquisa

04/10/2010 - 20h34
Escolas e colegas são hostis a alunos e alunas homossexuais, aponta pesquisa
Isabela Vieira
Da Agência Brasil
No Rio de Janeiro

As escolas brasileiras são hostis aos homossexuais e o tema da sexualidade continua sendo pouco discutido nas salas de aula. Essas são as principais constatações da pesquisa Homofobia nas Escolas, realizada em 11 capitais brasileiras pela organização não governamental Reprolatina, com apoio do Ministério da Educação.

"A homofobia é negada pelo discurso de que não existem estudantes LGBT [lésbicas, gays, bissexuais e travestis] na escola. Mas quando a gente ia conversar com os estudantes, a percepção, em relação aos colegas LGBT, era outra", contou uma das pesquisadoras, Magda Chinaglia.

Parte dos dados, com destaque sobre a situação na cidade do Rio, foi divulgada hoje (4), na própria capital. Os dados completos, com informações sobre a visita a 44 escolas de todas as regiões do país e trechos de 236 entrevistas feitas com professores, coordenadores de ensino, alunos do 6º ao 9º ano, além de funcionários da rede, devem ser divulgados até o final do ano.

De acordo com a pesquisa, os homossexuais são bastante reprimidos no ambiente escolar, onde qualquer comportamento diferenciado "interfere nas normas disciplinares da escola". "Ouvimos muito que as pessoas não se dão ao respeito. Então, os LGBT têm que se conter, não podem [se mostrar], é melhor não se mostrarem para serem respeitados", contou a pesquisadora.

No caso dos travestis, a situação é mais grave. Além da invisibilidade, fenômeno que faz com que os alunos e as alunas homossexuais não sejam reconhecidos, nenhuma escola autorizava o uso do nome social (feminino) e tampouco o uso do banheiro de mulheres. "Os travestis não estão nas escolas. A escola exige uniforme, não deixa os meninos usarem maquiagem. Os casos de evasão [escolar] são por causa dessas regras rígidas", explicou Magda.

De acordo com a vice-presidente do Conselho Estadual dos Direitos da População LGBT, Marjorie Marchi, que assistiu à divulgação dos dados, é principalmente a exclusão educacional que leva muitos travestis à prostituição. "Aquele quadro do travesti exposto ali na esquina é o resultado da falta da escola. Da exclusão", disse.

Em relação à educação sexual, os professores alegam que o tema não é muito discutido porque as famílias podem não aprovar a abordagem. "Existe um temor da reação desfavorável das famílias, Mas isso é o que eles [os professores] dizem", afirmou Magda. "Os estudantes não colocam a família como um problema. Aqui, cabe outra pesquisa para saber se as famílias interferem", completou.

A pesquisa não analisou especificamente os casos de violência, embora os especialistas tenham citado a ocorrência de brigas motivadas pela orientação sexual da vítima e colhido inúmeros relatos de episódios de homofobia. O objetivo é que o documento auxilie estados e municípios a desenvolver políticas públicas para essa população.

"As pessoas estão sendo agredidas diuturnamente dentro das escolas, em todas as capitais. A educação é um direito. Não pode ser [a violência contra homossexuais na escola]. Presenciamos um menino sendo espancado e sendo chamado de 'veadinho'. Estamos falando de escolas de 6º ao 9º", destacou a pesquisadora.

No Rio, as secretarias estaduais de Assistência Social e de Educação trabalham juntas num projeto de capacitação de professores multiplicadores em direitos humanos com foco no combate à homofobia. A meta é capacitar cerca de 8 mil dos 75 mil professores da rede até 2014.
http://educacao.uol.com.br/ultnot/2010/10/04/escolas-e-colegas-sao-hostis-a-alunos-e-alunas-homossexuais-aponta-pesquisa.jhtm

Identidades Sexuais e o combate da homofobia


Identidades Sexuais e o combate da homofobia
Muito se fala de identidades sexuais e de homofobia. Até mesmo um kit anti-homofobia será distribuído nas escolas brasileiras de ensino médio. Mas todos entendem o que são as identidades sexuais?
As identidades sociais que não sejam da heterossexualidade e de papéis masculinos e femininos extremados tem sido tratados em nossa sociedade como algo errado e nocivo. Trazer esta discussão para adolescentes de ensino médio e na formação de professores é um primeiro passo para a compreensão e distinção entre identidade de gênero, papel social de gênero e orientação/preferência sexual. O fato de nossa sociedade não discutir o assunto produz aumento de preconceitos, reiterando o caráter infantil do pensamento, sem desenvolvimento para a adolescência e par a vida adulta. O pensamento dicotômico homem-mulher, macho-fêmea, hetero-homo é relacionado a uma fase de desenvolvimento cerebral infantil e nossa cultura não produziu formas de compreensão para as fases evolutivas cerebrais posteriores, quer dizer: adolescência e vida adulta.
Isto faz com que o kit contra a homofobia traga a discussão sobre as alternativas, ao menos algumas delas, pois outras discussões ainda precisarão ocorrer futuramente…
Mas também devemos compreender que esse passo é apenas o primeiro para que exista a tolerância e convívio compreensivo entre as pessoas diferentes.
Devemos compreender que os próximos 20 anos ainda rodarão sobre esta discussão antes de nova geração poder desenvolver os novos mecanismos cognitivos socialmente. Isto significa que teremos os filhos desta geração que receberá o kit para discutir sendo capacitados para compreender estas diferenças e como lidar com elas sem se sentir retirado de suas identidades pessoais.
Hoje não existe outra forma melhor de abordar a questão do preconceito contra homossexualidade. O kit servirá para os alunos e professores. O trabalho individualizado com os pais ao longo de muitos meses seria um caminho, equivalente à psicoterapia, mas é inviável num país de quase duzentos milhões de pessoas…
O kit proposto trará novas explicações sobre o mundo, e isto é equivalente a regras para crianças, púberes e adolescentes. Ao longo do tempo esta forma de compreender o mundo permitirá superar modelos de relacionamento interpessoal que hoje se apresentam de modo hostil entre os adolescentes e produzem mais problemas nas escolas.
Se os adultos podem mostrar que estas formas são normais, são variações possíveis, o adolescente tem no que se basear para não sentir-se mal com a identificação que ele faz de si mesmo e do outro. A proposta do kit implica em reconhecimento de direito, ao contrário do que um adolescente que produz o bullying, que acredita que existe alguém que será superior, desde que se imponha com a força.
Primeiramente os professores precisarão ser capacitados para o uso do kit. Aqui teremos um passo muito importante, pois os conflitos surgirão e os professores precisarão administrar consigo mesmos estes conflitos. Então será a vez de poderem assistir aos alunos com as mesmas discussões que eles mesmo enfrentaram internamente. Os pais também precisam ter acesso a estas informações para aprenderem a administrar estas mesmas questões.
Ainda precisamos de uma maior abrangência desta discussão sobre como podemos conviver com o diferente e sem se sentir destituído da própria identidade pessoal. Sempre precisamos dos grupos para trazer-nos satisfações de pertencer, poder identificar-nos com outros. A crença de que existem apenas dois grupos de pessoas: homens e mulheres, produz uma série de consequências. Uma delas será a obrigatoriedade de nos colocar em um dos grupos e seguir as regras associadas a esta classificação. O mundo sempre teve na história exemplos assim. Primeiramente os que eram diferentes eram chamados de bárbaros, e com eles se podia fazer qualquer coisa, em especial escravizá-los. Tivemos o tempo em que acreditar em outro deus era uma heresia, e justificávamo-nos por queimá-los vivos… então vieram épocas em que os de outra nacionalidade específica eram os errados, e podíamos matá-los, incluindo tortura-los antes… e sempre existe alguém que é diferente… e justificamos que por assim o serem, devemos sobrepor-nos a eles de alguma forma.
Virá a época em que, ao menos um grupo de pessoas conseguirá conviver com o diferente e mostrar esse nova caminho. Este é um momento em que estamos produzindo uma forma racional, mediada pela ciência e não apenas pela moral.
Fonte: Psic. Oswaldo M. Rodrigues Jr. (CRP 06/20610), psicoterapeuta sexual do Instituto Paulista de Sexualidade (www.inpasex.com.br); organizador do livro “Aprimorando a Saúde Sexual” (Summus Ed). Instituto Paulista de Sexualidade: Clinica de Psicologia em Sexualidade. Diretor e psicoterapeuta sexual Rua Atalaia, 195 – Perdizes 01251-050 – São Paulo – SP Brasil

http://semeandooconhecimento.net/combate-da-homofobia/

sexta-feira, 15 de abril de 2011

O QUE É HETEROSSEXISMO?

O QUE É HETEROSSEXISMO?
O termo "heterossexismo" não é familiar para muitos porque é relativamente recente. Só há relativamente pouco tempo é que tem sido utilizado, juntamente com "sexismo" e "racismo", para nomear uma opressão paralela, que suprime os direitos das lésbicas, gays e bissexuais. Heterossexismo descreve uma atitude mental que primeiro categoriza para depois injustamente etiquetar como inferior todo um conjunto de cidadãos.
Numa sociedade heterossexista, a heterossexualidade é tida como normal e todas as pessoas são consideradas heterossexuais, salvo prova em contrário. A heterossexualidade é tida como "natural", quer em termos de estar próxima do comportamento animal, quer em termos de ser algo inato, instintivo e que não necessita de ser ensinado ou aprendido.

Quando seres humanos dizem que algo é "natural", em oposição a um comportamento "adquirido" através de um processo de aprendizagem, geralmente querem dizer que não é possível desafiá-lo nem mudá-lo e que seria até mesmo perigoso tentar fazê-lo. No passado, dominava a ideia de que os homens eram "naturalmente" melhores nas ciências e no desporto e líderes natos, mas as mulheres tiveram a oportunidade de desafiar estas ideias e de mostrar o homem e a mulher numa perspectiva completamente diferente. Este desafio foi facilmente perpetuado assim que se começou a evidenciar que os homens são empurrados para posições de vantagem por uma sociedade que está estruturada para os beneficiar, um processo (a opressão das mulheres) mais tarde denominado de sexismo. Do mesmo modo, tem-se tornado evidente que a heterossexualidade, tal como a dita superioridade masculina, é tão natural, como adquirida. O facto de a maioria dos homens e mulheres a escolherem como a sua forma preferida de sexualidade tem por vezes mais a ver com persuasão, coerção e a ameaça de ostracização do que com a sua superioridade como forma de sexualidade.

O heterossexismo está institucionalizado nas nossas leis, orgãos de comunicação social, religiões e línguas. Tentativas de impôr a heterossexualidade como superior ou como única forma de sexualidade são uma violação dos direitos humanos, tal como o racismo e o sexismo, e devem ser desafiadas com igual determinação.

http://tudotem.musicblog.com.br/405459/O-QUE-E-HETEROSSEXISMO/

sábado, 19 de março de 2011

Unesco dá parecer favorável à distribuição de material contra homofobia nas escolas

23/02/2011 - 09h01
Unesco dá parecer favorável à distribuição de material contra homofobia nas escolas
Amanda Cieglinski
Da Agência Brasil
Em Brasília
A distribuição de kits informativos de combate à homofobia nas escolas públicas ganhou mais apoio nesta semana. A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) deu parecer favorável ao material que, na sua avaliação, “contribuirá para a redução do estigma e da discriminação, bem como para promover uma escola mais equânime e de qualidade”.

Atualmente o material está sob análise do Ministério da Educação (MEC). O kit homofobia, como vem sendo chamado, foi elaborado por entidades de defesa dos direitos humanos e da população LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e travestis) a partir do diagnóstico de que falta material adequado e preparo dos professores para tratar do tema. O preconceito contra alunos homossexuais tem afastado esse público da escola, apontam as entidades.

“Todas as pesquisas mostram que em torno de 40% da população escolar têm preconceito com esse público. O material vai ensinar os professores a trabalhar isso”, defendeu Toni Reis, presidente da ABGLT. O kit é formado por cartazes, um livro com sugestão de atividades para o professor e três peças audiovisuais sobre o tema. O material foi elaborado pelo projeto Escola sem Homofobia, a partir de seminários e de uma pesquisa aplicada em escolas públicas.

A previsão era de que o material fosse distribuído a 6 mil escolas, mas começou a enfrentar resistência em alguns setores da sociedade. O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) quer convidar o ministro da Educação, Fernando Haddad, para prestar esclarecimentos no Congresso e permitir que os parlamentares tenham acesso ao material. Ele é contra a proposta e promete mobilizar a bancada religiosa para impedir a distribuição dos kits.

“Isso [o material] é um estímulo à homossexualidade, à promiscuidade e uma porta à pedofilia”, afirmou. Segundo ele, caso os kits cheguem às escolas, os próprios pais não deverão permitir que os vídeos sejam exibidos. “Eu já tenho apoio de pais e diretores que me procuram preocupados e vão acionar o corpo docente”, acrescentou. O MEC não se posicionou sobre o assunto.

Para Toni, a posição dos fundamentalistas religiosos é preconceituosa porque o material sequer foi divulgado. Algumas pessoas puderam ver parte dos vídeos que criaram a polêmica. Um deles, chamado Encontrando Bianca, conta a história e os dilemas de convivência no ambiente escolar de um menino que se vê mulher e se descobre travesti. O Conselho Federal de Psicologia também deu parecer favorável às obras, considerando-as adequadas à faixa etária indicada.

Para a pesquisadora em sexualidade e professora da Universidade Federal de Sergipe (UFS) Claudiene Santos, a polêmica existe porque ainda há a crença de que a homossexualidade pode ser ensinada ou incentivada pela escola. “Na verdade, o que está se discutindo é uma diversidade que já existe, não foi a escola que inventou. Há um temor da sociedade quando se mexe naquilo que se entende como padrão ou o que chamamos de sexualidade hegemônica”, explicou.

Mesmo com as resistências, ela acredita que o material chegará aos professores e alunos. “A escola é um espaço privilegiado para a promoção dos direitos humanos, mas há uma dificuldade do professor em ter acesso a esse conhecimento. Muitas vezes, há omissão por parte das escolas em coibir qualquer tipo de discriminação, que termina em práticas violentas. Na medida em que você não faz nada, você concorda com aquilo [a homofobia]”, afirmou.

A pesquisadora apontou que afastada da escola pelo preconceito, a população LGBT acaba marginalizada, sem acesso a bons empregos ou à qualificação profissional. “Será que todo travesti gosta de ir para a prostituição ou a gente não dá espaço para que essas pessoas tenham acesso aos direitos que todo cidadão tem?”, questionou.

Em 2009, a Agência Brasil publicou um especial sobre homofobia nas escolas que mostra que o preconceito está presente nas salas de aula e prejudica o desempenho dos alunos vítimas de discriminação.
http://educacao.uol.com.br/ultnot/2011/02/23/unesco-da-parecer-favoravel-a-distribuicao-de-material-contra-homofobia-nas-escolas.jhtm