segunda-feira, 18 de julho de 2011

Aliado contra a impotência

segunda-feira, 18 de julho de 2011
Aliado contra a impotência
POR PÂMELA OLIVEIRA, O DIA
Segundo estudos internacionais, 150 milhões de homens sofrem com dificuldades para ter ereção no mundo. Mas poucos admitem o problema. Um novo medicamento, que dissolve na boca em 15 segundos e faria efeito em menos de 15 minutos, dispensa água e promete facilitar a vida dos que temem que as mulheres descubram o uso de remédios. Lançado ontem, o Levitra que dilui na boca tem efeito de até 8 horas, diz o fabricante.

A diferença de absorção faz com que o novo comprimido de 10mg tenha o efeito do tradicional, de 20mg. A caixa com dois comprimidos do novo remédio está à venda a partir de hoje por cerca de R$ 34. Na versão anterior, de 20 mg, a caixa tem quatro comprimidos, e sai a R$ 95.
“Não ter uma ereção incomoda muito o homem. E quando ele precisa tomar um comprimido, geralmente inventa desculpa para sair de perto e vai no banheiro tomar escondido. Essa nova forma de apresentação, que dilui na boca, é mais discreta”, diz o terapeuta sexual Oswaldo Martins Rodrigues Júnior, da Sociedade Brasileira de Sexualidade Humana. Presidente da Sociedade Brasileira de Urologia de São Paulo, Archimedes Nardozza Júnior concorda: “A forma de ingestão é mais cômoda, o que deve aumentar a adesão”.
O efeito da nova apresentação é o mesmo do tradicional. Mas como a absorção é diferente, o efeito seria mais rápido. “A medicação vai direto para a circulação. O tradicional vai para o estômago, fígado e depois chega a corrente sanguínea. Por isso, acreditamos que fará efeito mais rápido, antes dos 15 minutos”, diz Archimedes.
Italiano estuda usar injeções penianas
O médico Umberto Scapagnini, que cuida do premiê da Itália, Silvio Berlusconi, jura que o paciente de 74 anos não usa remédios para impotência e faz sexo seis vezes por semana. Mesmo assim, o especialista estuda com o italiano mulherengo o uso de uma injeção peniana com uma substância que estimula o fluxo do sangue e garante a ereção em menos de 10 minutos. O produto é aplicada pelo paciente e só deve ser usado sob orientação médica.
http://diariodomearim.blogspot.com/2011/07/aliado-contra-impotencia.html

sexo e prazer

sexo e prazer

terça-feira, 3 de maio de 2011

Apesar da humanidade praticar sexo há milênios, ainda hoje surgem muitas dúvidas desse assunto que é tão antigo quanto vasto.
Às vezes achamos que dominamos tudo a respeito, mas estamos bem longe disso, pelo menos é o que indicam essas novas descobertas.
1. Sexo não tem idade.
Mais de 25% de pessoas na terceira idade fazem sexo regularmente – ao contrário do que eles mesmos esperavam quando eram mais novos. Na Nova Zelândia, mais de metade das pessoas com idades entre 75 e 85 anos disse fazer sexo mais de uma vez por mês.
2. Homens fazem sexo por mais tempo.
Não é uma questão de duração de cada transa, mas sim de idade. Homens fazem sexo durante mais anos do que as mulheres (e um grande crédito é o da pílula azul). Quando têm 55 anos, homens possuem mais 15 anos de estimativa de vida sexual, enquanto mulheres possuem apenas 10.
3. Culpa por infidelidade não depende de gênero.
Homens se sentem tão culpados por dormirem com a vizinha quanto mulheres de apelarem para um Ricardão. A diferença é que as mulheres se sentem mais culpadas não pela transa, mas pelo envolvimento emocional, enquanto os caras se sentem mal pelo ato sexual.
4. Por que as mulheres esperam?
Mulheres que não fazem sexo logo no primeiro encontro estão esperando para ver se encontram um parceiro melhor, geneticamente falando, de acordo com pesquisas. Quando homens esperam é para provar que “agüentam um desafio”.
5. O prazer pode ser perigoso.
Homens com a vida sexual bem ativa na faixa etária de 25 a 35 anos possuem risco maior de desenvolver câncer de próstata – especialmente aqueles que se masturbam frequentemente. Mas o risco diminui de acordo com a idade do sujeito e, quando ele atinge 50 anos, a atividade sexual é recomendada para prevenir esse tipo de câncer.
6. Sexo e felicidade andam juntos.
Mas isso não é novidade para ninguém. Uma pesquisa comprovou que pessoas sexualmente satisfeitas são mais felizes, independentemente de sua idade. Só que ainda não se sabe se a felicidade torna o sexo melhor ou se o sexo torna uma pessoa mais feliz.
7. Extensores de pênis podem até funcionar.
Você já cansou de receber aqueles e-mails de “aumente seu pênis, pergunte-me como”, mas, de acordo com a Universidade de Turim, alguns tipos de extensores de pênis podem realmente funcionar. Um extensor que “puxava” o membro gradualmente conseguiu aumentar o membro de algum voluntário da pesquisa cerca de dois centímetros (quando não estava ereto).
8. O ponto G pode não existir.
O famoso ponto G, o ponto erógeno máximo que seria localizado em algum lugar misterioso da vagina, pode não existir. Um estudo afirma que ele seria apenas fruto da imaginação.
9. Excitação tem cheiro.
O cheiro do suor de um homem é diferente do normal quando ele está excitado – e, segundo pesquisas, as mulheres conseguem perceber a diferença.
10. Sexo pode significar espiritualidade e não pecado.
Mas todo cuidado é necessário. A espiritualidade tem grande efeito na vida sexual das pessoas, especialmente de mulheres – efeito maior do que o álcool ou do que a impulsividade. Um estudo mostrou que pessoas mais espiritualizadas fazem sexo mais vezes e com mais parceiros. Mostrou também que boa parte dessas relações são feitas sem preservativos.
http://sexocomnocao.blogspot.com/2011_05_01_archive.html

Livro: A Princesa

TERÇA-FEIRA, 21 DE JUNHO DE 2011

Livro: A Princesa

Livro:
Albuquerque, F. F. e Jannelli, M. (1994) A Princesa. Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira.

A PRINCESA
por Carolina Freitas

“As mulheres de um lado, os homens de outro. E eu?”

Do relato de um travesti brasileiro e na voz de um ex-terrorista italiano, diretamente da prisão em Roma, nasce A Princesa, a curiosa soma de três sexos. Duas pessoas que se perderam na noção de tempo e futuro, mas sobrevivem ao caos através dos relatos e escritos.

Das calçadas brasileiras às calçadas da Europa, Fernanda nos mostra sua “tragédia de mulher aprisionada dentro do corpo de um homem”. E, também, como construiu sua identidade e corpo femininos.

Ao entrar no mundo dos travestis nos fica a confusão entre quem é o travesti e quem é o transexual. O transexual difere do travesti no sentimento de identidade, ou seja, o transexual sente-se sendo do outro sexo, aprisionado em um corpo que não te pertence, por isso a solicitação da mudança do corpo. Fernanda dizia sentir-se mulher desde sempre, desde pequena sentia-se assim. Já o travesti sente-se homem. E, difere também quanto a importância do pênis, para o transexual não passa de um pedaço de carne odioso, o travesti usa-o no prazer.

Podemos então definir o travesti como o indivíduo que se veste de acordo com o sexo oposto, mas sem desejo de alteração sexual. Pode ser uma fase anterior ao transexualismo. O transexual tem o distúrbio de identidade de gênero, ou seja, sente-se sendo do sexo oposto.

Fernanda relata uma relação estreita com sua mãe e um pai inexistente. Ela sofreu abuso, participou de “brincadeiras de crianças”, levou surras que a fizeram fugir de casa e entrar no mundo da prostituição, não se sabe se para sobreviver ou se porque assim gostava. “ Eu sou puta, é essa a questão”, diz ela. Tendo sempre cúmplices em suas relações.

Por fim, o livro relata uma busca pela completude e mostra o que os travestis e os transexuais realmente querem: serem (re)conhecidos como seres humanos!
http://linavidapsicologiaesexologia.blogspot.com/2011/06/livro-princesa.html

Definições

TERÇA-FEIRA, 14 DE JUNHO DE 2011

Definições

- A psicoterapia visa o bem estar, contribuindo para o desenvolvimento de um ser humano mais consciente, dinâmico, independente, habilidoso e mais emocionalmente inteligente em suas relações com o mundo.

O processo terapêutico auxilia no autoconhecimento, promovendo maior desenvolvimento da percepção que a pessoa tem de si mesmo, de seus comportamentos, pensamentos e sentimentos.


- A terapia sexual visa o bem estar sexual, contribuindo para uma maior satisfação do homem, da mulher e do casal.

É um processo terapêutico em que a pessoa, ou o casal, que tem dificuldades na área sexual encontra auxílio para obter satisfação e crescimento no envolvimento relacional.

Se desencontros passaram a ser cotidiano em seu relacionamento, uma reavaliação da dinâmica do casal e do relacionamento sexual se faz necessária, pois quando se ignora uma dificuldade, esta se agrava.

Nunca é demais lembrar que no processo de terapia sexual não se pratica, nunca, qualquer atividade sexual no consultório ou em qualquer outro ambiente com o(a) Terapeuta Sexual. O paciente somente terá atividades sexuais com seu (sua) parceiro (a).

- A compreensão da sexualidade é imprescindível para uma vivência saudável. Assim, a orientação em educação sexual é fundamental na construção de valores e princípios que auxiliam pais e educadores a lidar, de forma mais positiva, segura e consciente, com questões relacionadas à sexualidade.

Os índices de gravidez entre os jovens, aborto, prostituição, pedofilia, doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), AIDS, drogas, entre outros, sinaliza que devemos buscar, de forma rápida e segura, conhecimentos que permitem o amplo entendimento e compreensão da sexualidade em nossa sociedade.

- O trabalho terapêutico, por sua complexidade, requer aperfeiçoamento e atualizações constantes. A supervisão clínica integra a formação de todo terapeuta, de forma a fortalecer e enriquecer o atendimento clínico através de estudos de caso, leituras e acompanhamento da prática clínica.

A supervisão clínica é um momento de produção do saber, onde o terapeuta aprende a escutar seu paciente, exercitar sua capacidade de observação da sessão, compreender e (re)pensar estratégias, valendo-se do seu conhecimento próprio, de forma a adquirir segurança e consciência profissional.
http://linavidapsicologiaesexologia.blogspot.com/2011/06/800x600-normal-0-21-false-false-false.html

Educação Sexual - Responsabilidade de quem?

QUINTA-FEIRA, 16 DE JUNHO DE 2011

Educação Sexual - Responsabilidade de quem?
Por Carolina Freitas

Educação sexual tem sido tema recorrente em conversar familiares, rodas de amigos, reuniões escolares, atendimentos psicológicos e psicopedagógicos, artigos publicados em jornais e revistas, seminários, programas de televisão... Uma das intenções de tantos encontros e desencontros é buscar a responsabilidade pela ‘assustadora’ educação sexual.

Educação é a formação de conceitos e de valores através da transmissão de conhecimentos. Ela é construída concomitantemente à história de vida do indivíduo - desde o nascimento da criança, o que a liga diretamente à estrutura de personalidade; passando pelo grupo familiar – que determina algumas características, sendo que estas surgem de acordo com as interpretações dos pais às experiências do indivíduo; e depois no social – onde o indivíduo “testa” seus conhecimentos. É um processo de construção mente-corpo que visa o equilíbrio.

No processo educacional o ensinante permite a busca de conhecimento do aprendente e entrega os seus conhecimentos, permitindo a este simbolizar, guardar, mostrar e ressignificar seus conhecimentos. Juntos eles constroem a aprendizagem. E para que esta aprendizagem ocorra o ensinante deve ter algumas características, tais como: ser bem informado, respeitar o aprendente, transmitir confiança, ser aberto ao diálogo, entre outros.

Sendo assim, o objetivo de toda educação deve ser a formação do indivíduo, devendo sempre gerar conscientização, liberdade e equilíbrio pessoal, propiciando qualidade de vida.

Ao se discutir a necessidade da Educação Sexual nos deparamos com argumentos contra esta ação através de uma total negação não só da necessidade da educação sexual como da própria existência da sexualidade e/ou de uma negação camuflada por argumentos falsos, indiretos e/ou diretos, que são os que aceitam, mas não promovem a educação sexual. E, também, com os argumentos a favor: de ordem psicológica, social, clínica, educacional e profissional.

No meio a tanta discussão sexual observamos a movimentação da educação sexual do âmbito repressivo para o permissivo.

Saímos do modelo tradicional (repressivo) no qual a palavra chave é proibição, nada pode tudo é permeado pelo dualismo entre o bem (certo) e o mau (errado). Tem uma forte base na força moral, religiosa e cultural. A reprodução (gerar descendentes) é o objetivo único da sexualidade, existindo toda uma orientação fisiológica para isto. Sendo, então, a única função feminina a de reprodutora. A atividade sexual é considerada suja, pecado, doença, o que favorece a obsessão, pois não se fala sobre mas se faz escondido.

Agora, nos encontramos no modelo permissivo no qual tudo é permitido. Há uma postura de oposição, mas não de conscientização da sexualidade. Mudam-se as atitudes e comportamentos, mas ninguém sabe o porquê. As palavras-chave são erótico, corpo e orgasmo.

Com a atuante permissividade sexual não sabemos quem esclarecerá às crianças e adolescentes as freqüentes dúvidas sobre o que estão sentindo e vivenciando e a que estão expostos no dia a dia através da mídia.

De que forma acreditamos estar educando quando na verdade estamos reproduzindo um modelo preexistente, ou seja, deseducando sexualmente?

A atual educação sexual aborda dois principais pontos: informações biológicas (reprodução, gestação, menstruação, órgãos sexuais...) e as normas, moral e juízos de valor.

Dentro deste contexto, mostra que a religião vem dominando a educação sexual, tratando a sexualidade pelo binômio puro – impuro, no qual a sexualidade pura seria aquela consolidada pelo matrimônio. Nesta linha de pensamento segue, então, a dessexualização do indivíduo, através da deseducação sexual e da repressão. Já que a educação sexual é a reflexão sobre liberdade, responsabilidade, moral, afetividade, prazer e comunicação.

Pode-se perceber a dificuldade dos adultos em aceitar que a sexualidade não se inicia com a vida adulta, faz parte da construção da aprendizagem humana, é o processo que possibilita a plena formação do indivíduo como indivíduo pleno. É um processo de desenvolvimento psicossexual (desenvolvimento físico, emocional, intelectual e sexual) que se dá desde a concepção do indivíduo.

É também difícil o adulto aceitar que ele tem de rever a sua própria sexualidade para poder ensiná-la, pois ser educador sexual não é reprimir a sexualidade do educando, mas sim proporcionar-lhe meios de exercer sua sexualidade sem medo e sem culpa.

E quem seriam os outros educadores sexuais e de que forma vêm atuando?

A Família está envolvida neste processo desde a concepção e deve iniciar o processo de educação sexual desde o nascimento da criança. Sendo, então, de responsabilidade primária da família a processo de educação sexual, devendo depois ser articulado com a escola e assessorado por esta, já que por ter a função de formadora, a escola deveria saber como continuar esta educação sexual da forma a desenvolver um indivíduo saudável.

Os pais ensinam os filhos os valores sexuais da família, mantendo a tradição e gerando nos filhos dois sentimentos, o amor e o medo. Podemos, assim, distinguir duas funções da família na educação sexual: a repressão da sexualidade dos filhos e a manutenção do modelo ideal de comportamento sexual. Sendo que este modelo visa a aprovação social e segurança financeira (casamento) em detrimento do prazer e do amor.

A Escola tem, evidente, a tendência de preservar a si mesma, seus métodos e normas vigentes, não valorizando o novo nem o diferente e não ensinando nada que provoque mudanças. Sua educação sexual é orientada para formação da família e remoção dos desejos. No dia a dia ela desqualifica a sexualidade e tolhe os comportamentos sexuais. Daí a sua denominação: dessexualizada e dessexualizante.

Instala-se aí o ciclo de transferência da responsabilidade, no qual a família responsabiliza a escola e vice-versa e, ambas responsabilizam terceiros pela educação sexual. O papel da família e da escola parece que vem sendo o de ‘ensinar’ a reproduz o modelo; nunca repensar os modelos, o que levaria à mudança, inclusive na educação sexual.

Um outro educador seria a poderosa mídia, que dita preconceitos e valores. Sendo a mídia a mais moderna babá eletrônica que ‘educa’ a todos apresenta, na grande maioria dos programas, apelo sexual, incitação à violência e ridicularização da pessoa, principalmente em horário impróprio para exibição. O que também não promove a crítica ao modelo, somente a reprodução do mesmo.

Os educadores devem, então, se questionar: será que o que falamos condiz com o que fazemos e acreditamos sexualmente?

Muitas vezes aceitamos conceitos preconcebidos a fim de mantermos a tradição da educação sexual. E, como a um hábito, nos acostumamos à repressão e conseqüentemente a não realização de nossos desejos, reproduzindo o modelo. E a reprodução sufoca a sexualidade transformando-a em genitalidade (sexo pela reprodução), o que como conseqüência se converte em uma vivência efêmera.

O excesso de modelos, conceitos e métodos de educação sexual, porém não soluciona este problema nem dá alternativas para iniciar o movimento de mudança.

Os educadores sexuais devem se questionar e avaliar para não incorrerem no erro de chamar de educação sexual o que na verdade é deseducação e, além de ter aceitado, continuar reproduzindo seus conceitos.

Na verdade, somos todos responsáveis pela educação sexual. Os educadores, formais ou não, devem se policiar sobre o trabalho que vem sendo feito, pois devemos todos nos preocupar com o desenvolvimento saudável e a qualidade de vida de nossas crianças e adolescentes.

Lembrando, sempre, que os objetivos da sexualidade são reprodução, prazer e comunicação. E, acreditar que a educação sexual seja a principal forma de promover mudança de atitude, sendo esta da responsabilidade de todos.

Podemos assim concluir que a educação sexual é um desafio é que para isto deve haver envolvimento, conhecimento, ética e espontaneidade. E que o educador deve ter claro os valores fundamentais de respeito, amor e saúde. Deve ser acolhedor; saber ouvir; ambientar os questionamentos, ou seja, se certificar qual é o questionamento para não subestimar nem superestimar a criança ou o adolescente; ser neutro quanto a seus próprios valores, para não desconsiderar nem desrespeitar o outro e trabalhar a própria sexualidade.


Leitura Complementar:

BERNARDI, Marcello. A deseducação sexual. São Paulo: Summus Editorial, 1985.

CHAUÍ, Marilena. Repressão Sexual. São Paulo: Editora Brasiliense, 1984.

MARTÍNEZ, Tomás Priego e PASCUAL, Cosme Puerto. Compreender a sexualidade – Para uma orientação integral. São Paulo: Paulinas, 1998.

MARTINI, Nicola de. Sexualidade Perguntas e Respostas. Petrópolis: Editora Vozes, 1995.

SANTOS, Claudiene e BRUNS, Maria Alves de Toledo. A educação sexual pede espaço. São Paulo: Omega editora, 2000.
http://linavidapsicologiaesexologia.blogspot.com/2011/06/educacao-sexual-responsabilidade-de.html

SEXO TROCADO

SEXTA-FEIRA, 1 DE JULHO DE 2011

Livro: Sexo Trocado

SEXO TROCADO

Por Carolina Freitas

“O que fizeram com o corpo às vezes não chega a ser tão ruim
quanto o que fizeram com a cabeça.”

O relato de David Reimer versa sobre sua experiência de vida nos dois gêneros – masculino e feminino, e sobre o desespero de seus pais nesta trajetória – “O que eles fizeram foi por carinho, amor e desespero. Quando você está desesperado, nem sempre faz a coisa certa”.
É a história de um menino que teve o pênis cortado em uma circuncisão mal executada, e de um médico que acreditava ser Deus.
Ron e Janet, pais de primeira viagem, tiveram gêmeos, Bruce e Brian. Ambos tinham fimose. Bruce, o primeiro a ser circuncidado sofre queimadura no pênis. Brian nem entra na sala de cirurgia.
Os pais, na tentativa de minimizarem a situação do filho, aceitaram a idéia de mudança de sexo proposta pelo especialista em sexualidade Dr. John Money, estudioso do tema identidade de gênero do célebre John Hopkins Hospital. Esta mudança consistia na “castração e outras cirurgias genitais quando ele ainda fosse bebê, seguida de um programa de condicionamento hormonal, social e mental com duração de doze anos, para a alteração ocorrer também na mente”.
A proposta do hospital, desde a década 20 era tratar cirurgicamente e psicologicamente de crianças que sofriam de ambigüidade sexual estabelecendo uma coerência entre o sexo e o gênero. Este caso foi a primeira cirurgia de mudança de sexo em uma criança sem ambiguidade sexual. Segundo Money a cirurgia deve ser feita até os dois anos e meio de idade por ser quando a identidade de gênero é estabelecida.
O comportamentalismo que prevalecia nas décadas de 50 e 60 ajudou Money a acreditar que o que determinava a identidade de gênero era a educação e não o biológico, mesmo outros pesquisadores alertando para a questão biopsicossocial.
Durante o processo de transformação, Money pecou por não esclarecer ao paciente seus procedimentos, impor determinadas atividades e, o mais grave, abusar da criança ao utilizar uma conduta permissiva em seu consultório.
Por volta do inicio da puberdade as dificuldades de Bruce começam a acentuar. Mesmo sabendo que Brenda não estava dando certo, Money insiste no tratamento, o que piora o estado da família como um todo. A mãe tem depressão, o pai começa a beber demasiadamente, o irmão faz de tudo para ter um pouco de atenção e Bruce é infeliz. A sensação de desamparo aumenta. Na tentativa de não se tornar feminina Brenda engorda e assim camufla as mudanças físicas provocadas por hormônios. No desespero tenta o suicídio. Tudo o que ele precisava era da VERDADE! Era saber que “não era esquisita. Não era maluca”.
Hoje se sabe que a identidade de gênero é o sentimento de pertencer a um gênero – masculino / feminino, não podendo ser atribuída a um único fator. Ela é formada por influências familiares, culturais e biológicas, através das atitudes dos pais, atitudes culturais, genitália externa, influência genética, ou seja, tem por base três pilares: o biológico, o psicológico e o social. E, em caso de dificuldade, devemos ouvir a criança, saber o que ela pensa e sente.
Por fim, mesmo entre um turbilhão de dificuldades David nos ensina: “Mas eu não podia ser feliz por meus pais, tinha de ser por mim. Você não pode ser uma coisa que não é. Você tem de ser você”.

Colapinto, J. (2001) Sexo trocado - A história real do menino criado como menina. São Paulo: Ediouro.
http://linavidapsicologiaesexologia.blogspot.com/2011/07/livro-sexo-trocado.html

Jornalista, vítima de pedófilos, narra drama em livro e faz alerta

Jornalista, vítima de pedófilos, narra drama em livro e faz alerta
FAUSTO BRITES 17/07/2011 14h30

Jornalista Mara Prieto lançou obra Proteja seu filho de um pedófilo
A jornalista e acadêmica de psicologia Mara Prieto foi vítima de pedófilos, na infância e adolescência, conforme sua própria narrativa. Seu drama está exposto no livro "Proteja seu filho de pedófilo" que escreveu abordando temas como pais presentes e pais ausentes, o significado do sim e do não para os filhos e a “Criança Invisível”, além de apontar os métodos que usou para proteger seus filhos da pedofilia.

Um dos objetivos da obra, é fazer também "com que esse tema chegue às áreas rurais, onde o número de vítimas é assustador e nem sequer entram nessas estatísticas".

Ela esteve em Campo Grande em maio deste ano para lançar o seu livro e fazer palestras em evento ma Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).

Residindo atualmente em Brasília, Mara Prieto trabalhou em órgãos de imprensa de Campo Grande.

Nascida em Presidente Venceslau (SP) veio para o então Mato Grosso uno ainda pequena quando seu pai comprou uma fazenda. "Nessa fazenda que eu encontraria posteriormehnte parte dos meus algozes", conta.

Aos 51 anos, divorciada, mãe de quatro filhos, Maria diz dedicou toda sua energia visando protegê-los "para que a minha história de abusos sexuais não se repetisse".

Segundo ela, "para entrar no mundo deles, e poder observá-los mais de perto, descobri que o caminho seria um forte vínculo de amizade usando a ferramenta que considero fundamental para fazer nascer e fortalecer esse vínculo a cada dia: o diálogo".

Mara salienta que nesse aspecto, não deixou de considerar "a fase cognitiva da pré-adolescência. Esse é o momento em que descobri ser o mais importante para ser mãe e amiga. Meu lado mãe foi um tanto severo demais, eu reconheço. Com certeza, os traumas pelos abusos que vivenciei entre os dois e dezesseis anos influenciaram meu comportamento, mas tenho consciência que o lado amiga equilibrou a nossa relação". Hoje, todos seus filhos estão casados e "tocando suas vidas", como explica.

Veja a entrevista concedida ao Portal Correio do Estado::

Por que a decisão de lançar o livro abordando um assunto chocante e, principalmente, tendo você como vítima?

Chocante. Essa palavra traduz toda a essência dos sentimentos que me moveram a tomar coragem para colocar no papel a minha história. Fui ficando chocada em assistir nos telejornais o número crescente de vítimas aqui em Brasília, e em todo o país. Aquilo começou a me incomodar, e após o incômodo surgia à revolta e a indignação em perceber que ninguém fazia nada!

Daí a decisão em publicar minha história de abusos sexuais na infância e adolescência com o título Proteja seu Filho de um Pedófilo.

Em 20 de maio deste ano foi exibida matéria na TV em Rede Nacional com os seguintes dados: De janeiro a março foram registrados 3.800 casos de abuso sexual a crianças e adolescentes. O que dá uma média de 42 crianças vitimadas por dia.

Vou repetir: são 42 crianças e adolescentes abusadas sexualmente por dia!

A pedofilia surge como mais uma patologia psicológica grave e merecia ser enfrentada com muita seriedade. E patologia psíquica carece de tratamento com terapia e medicação apropriada. Porém, nada foi feito pelos responsáveis pela área de saúde no Brasil e deixaram que ela adentrasse os lares de milhões de pessoas, que passaram a agir movidas pelo que denomino em meu livro de Modismo Comportamental.

O modismo comportamental é alimentado pela alta exposição da mídia sobre determinado tema, e se apropria da psique do indivíduo, que passa a criar interesse pela prática da pedofilia movido não mais pela patologia em si, e sim pela curiosidade.

Minhas palavras chegam a ser óbvias, pois qualquer tema que receba alta exposição na mídia passa a influenciar o comportamento humano.

Isso tudo é mórbido, eu sei, mas lamentavelmente é real.

Embora vítima da pedofilia, eu defendo o tratamento terapêutico psiquiátrico aos pedófilos. Não acho que apenas cadeia seja a solução. Pode ser a mais conveniente, mas não resolve o problema de forma concreta. Defendo a tese de que os pedófilos sejam presos, mas que passem imediatamente a receber o tratamento médico psiquiátrico e medicamentoso.

Dessa forma, quando soltos, teremos chances reais de que não farão novas vítimas. Do contrário, estaremos rodando em círculos.

Você, como jornalista, chegou a fazer coberturas sobre pedofilia?

Sabemos que a pedofilia sempre existiu, mas eram casos raros e abafados pelo horror que causava dentro da própria família da vítima. E nós, as vítimas, fazemos parte do lado que nunca reage. Somos paralisadas pelas ameaças, e uma mordaça invisível nos é colocada à boca. Portanto, eu não me recordo de ter me deparado com nenhum caso de Pedofilia no período que trabalhei em Jornais Impressos em Campo Grande.

Acho que o fato de ter dedicado quase 15 anos na produção e direção de documentários de turismo me afastou em definitivo dessa possibilidade. Honestamente, eu não sei como reagiria se tivesse que cobrir uma matéria onde me deparasse com uma criança vitimada.

Hoje, agradeço por não ter tido essa experiência porque não consigo imaginar qual seria minha reação emocional.

Você esteve em Campo Grande para lançamento de sua obra e palestra. Como foi a reação das pessoas diante de seu relato?

A reação das pessoas é sempre meio parecida. Vejo no olhar do público a quem me dirijo uma mistura de choque, emoção, comoção e muito carinho.

Mas o choque é o que me chamou mais a atenção. Precisam de alguns minutos para acreditar no que estão ouvindo da minha boca.

Não é nada fácil para quem foi vítima da Pedofilia subir num palco e encarar uma multidão, pois uma das conseqüências das ameaças sofridas para não denunciar meus abusadores uma timidez intensa. Ainda mais quando se vai relatar a essa multidão segredos que carregamos por uma vida inteira.

Antes de lançar meu livro em Campo Grande, fui convidada a palestrar em Congressos aqui em Brasília, pois meu livro foi publicado na Bienal do Livro de São Paulo em agosto de 2010.

Surgiu alguma iniciativa das pessoas em Campo Grande para, com base em seu relato e alerta, lutar contra essa ação criminosa?

Eu palestrei para vários órgãos ligados à Proteção dos Direitos da Criança em Campo Grande. A maioria dos participantes desses encontros buscou adquirir meu livro com uma ansiedade explícita, porque diziam ter agora um referencial concreto da narrativa de uma vítima da Pedofilia, para se embasarem no dia a dia.

Você tem recebido convites para palestras em outras Capitais?

Desde que lancei o livro na Bienal fui solicitada pela mídia de vários Estados. As palestras se concentraram aqui em Brasília, e posteriormente em Campo Grande. Tenho convites pré-agendados para o próximo semestre.

Pretende lançar a obra em outros países?

Sim. Essa proposta foi apresentada pela minha Editora que tem sua sede em Madri, Espanha.

Você pretende lançar outros livros? Qual temática?

Esse projeto já está na agenda para 2012. Mas essa possibilidade ainda é embrionária, e a temática seria a mesma. Porém, com uma linguagem bem distante da autobiografia.

Instituições de defesa da criança e adolescente têm mantido contato com você, motivadas pela sua obra?

Recebo muitos emails e pedidos para palestrar para Cuidadores em Abrigos de Crianças vítimas da Pedofilia, professores e outras áreas envolvidas diretamente com crianças.

O que você diria para pessoas que enfrentaram o mesmo problema que você?

Tenho três objetivos centrais com esse livro:

Primeiro, o de romper o estigma da vergonha e do medo que dominam as vítimas da Pedofilia, para que procurem ajuda terapêutica.

Segundo, com o meu exemplo de exposição - que para nós vítimas da pedofilia significa um sofrimentoe extremo, dar voz às outras vítimas.

Terceiro, fazer com que esse tema chegue às áreas rurais, onde o número de vítimas é assustador e nem sequer entram nessas estatísticas,

Entretanto, volto a lembrar que os pedófilos são portadores de uma Patologia, e como tal precisam de tratamento. Tenho acompanhado experiências direcionadas com esse foco, e já soube de muitos resultados positivos. Muitos Pedófilos desejam desesperadamente receber ajuda e tratamento, tendo uma reação de aversão quando surge a compulsão sexual e o desejo por crianças. Eles não entendem o que estão sentindo. Apenas não sabem nem onde encontrar essa ajuda.

A eles eu também sugiro que confiem no sigilo médico e busquem ajuda psicológica num Posto de Saúde, ou em Hospitais. Lá chegando, solicitem atendimento no Setor de Psicologia ou Psiquiatria. Tenho consciência de que o atendimento público é lento e essa primeira consulta pode demorar, mas ainda assim não desista.

Encerrarei aqui da mesma forma que finalizo minhas palestras. Nelas eu faço a Súplica ao Pedófilo. Peço as pessoas ligadas à mídia do Estado do Mato Grosso do Sul, em particular os radialistas, que divulguem essa Súplica citando meu nome para não se comprometerem. Porque o rádio continua sendo um meio de comunicação em massa, que atinge os rincões das regiões aonde a TV não chega.

SÚPLICA AO PEDÓFILO OU AGENCIADOR DE CRIANÇAS:

PEDÓFILO:

HOJE, VOCÊ TEM O PRAZER QUE A RELAÇÃO SEXUAL COM UMA CRIANÇA TE PROPORCIONA.

AMANHÃ TERÁ UMA COMPANHEIRA QUE NÃO TE DEIXARÁ DIA E NOITE PELO RESTO DE SUA VIDA: A CULPA!

A CULPA TE ROUBARÁ A ALEGRIA DE VIVER, O SORRISO, O SONO E A PAZ.

PORTANTO, EU TE SUPLICO EM NOME DO SEU DEUS:

PROCURE AJUDA MÉDICA, E NÃO DESTRUA SUA VIDA, E DE MAIS UMA CRIANÇA!


http://www.correiodoestado.com.br/noticias/jornalista-vitima-de-pedofilos-narra-drama-em-livro-e-faz-al_117995/