Jovem baleado diz que violência contra homossexuais é frequente em parque do Rio
por Folha Online
(16/11/2010 18:54)
A violência contra homossexuais no parque Garota de Ipanema (zona sul do Rio) é frequente. Foi o que contou nesta terça-feira o jovem baleado no local no último domingo (14), após a 15ª Parada do Orgulho Gay, em Copacabana.
Segundo o rapaz, de 19 anos, muitas pessoas o procuraram para relatar casos de agressão no parque.
"A maioria disse que é comum as agressões ali contra gays. O próprio delegado que me atendeu contou que tem policial que vai ali fardado para tirar dinheiro das pessoas", afirmou o rapaz.
A assessoria da Policia Civil não confirmou a informação de que o delegado que atendeu o jovem, Alessandro Thiers, da 14ª DP (Leblon), disse isso.
O estudante contou que assumiu sua homossexualidade aos 12 anos e que nunca havia sofrido preconceito. De acordo com ele, que sempre frequenta a Parada do Orgulho Gay, ainda durante o evento policiais jogavam spray de pimenta contra casais que se beijavam na praia.
"Por mais que as pessoas digam que aceitam, quando veem um casal gay se beijando não gostam", disse.
O estudante disse ter certeza que os três agressores eram militares, apesar de ter enxergado um fundo azul na farda. De acordo com o Comando Militar do Leste, o Exército usa farda camuflada verde.
"Eu posso ter confundido as cores, mas tenho certeza que eles são militares porque falaram que eram do Exército e, quando foram embora, eles saíram pela área que pertence ao Exército, atrás do parque".
AGRESSÃO
O jovem contou que, após a Parada Gay, foi para o parque com dois amigos, por volta das 22h30. Chegando lá, os três homens começaram a pedir identidade e telefone dos cerca de 15 jovens que estavam ali. Segundo o rapaz, a maioria estava namorando, mas ele estava apenas conversando.
"Esses homens chegaram dizendo que a gente não podia ficar ali, pois era uma área militar, e que iam ligar para a polícia. E a partir daí começaram as agressões. Eles deram muitos puxões de cabelo, chutes, xingaram a gente e colocaram a arma na minha cabeça", contou.
"Um deles saiu dizendo que ia buscar um policial e os outros dois ficaram ameaçando a gente, pedindo identidade e telefone. Eles fizeram terror psicológico, ameaçando ligar para nossas famílias e contar o que fazíamos ali. Os que estavam com identidade foram liberados, mas um amigo meu estava sem. Então só nós dois ficamos. Quando eu disse que podiam ligar para os meus pais, pois eles sabem que eu sou homossexual, um deles disse que aquilo era uma pouca vergonha, me jogou no chão e atirou. Depois foram embora", disse o rapaz.
O jovem relatou ainda que havia um policial perto, mas que nada fez.
Após ser baleado, o jovem afirmou que ligou diversas vezes para o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), mas o atendente alegava que se tratava de um trote e se recusou a fazer o atendimento. O jovem disse que andou muito até conseguir ser socorrido.
Nesta semana, ele voltará ao Hospital Miguel Couto para novos exames e, em seguida, fará o reconhecimento dos oficiais, através de fotos.
Em nota, a Polícia Civil do Rio de Janeiro informou que enviou um ofício ao Exército, requisitando a apresentação dos três militares da corporação envolvidos no incidente e também do oficial do dia (do Exército) para prestar depoimento.
http://www.primeiraedicao.com.br/?pag=brasil_mundo&cod=9683
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
Sexóloga muçulmana afirma na televisão que 'cura' gays
por G1
(24/01/2008 08:21)
Ela se diz uma muçulmana conservadora, usa véu e reza cinco vezes por dia. Toda semana, no entanto, Heba Kotb aparece na rede de TV Al Mehwar, do Egito, para falar sobre sexo no islamismo. Durante uma hora, a primeira muçulmana doutora em sexologia do mundo árabe tira dúvidas de seus telespectadores sobre as questões mais diversas envolvendo o tema, como masturbação, ejaculação precoce e frigidez.
Para ela, o sexo é um “presente de Allá” e o homossexualismo, “uma doença que pode ser curada”.
Aos 40 anos, Heba atende homens e mulheres em seu consultório, no Cairo, e, em entrevista por telefone, se diz feliz por “poder ajudar tantos casais a serem mais felizes”.
Apesar de reconhecer que o tabu em relação ao assunto permanece, ela diz que hoje as mulheres não vêem mais o sexo como sendo um tema predominantemente masculino.
“Elas estão se interessando mais e procurando saber como ter mais prazer com seus maridos”, afirma a médica.
Ela conta que a maioria das queixas que recebe são relativas à dificuldade de alcançar o orgasmo, no caso feminino, e à ejaculação precoce, no caso masculino.
“Eu sempre digo que todos sabem como fazer filhos, mas a questão é como saber aproveitar isso direito.”
Seu site e seu programa são voltados principalmente para o público feminino. Nos países muçulmanos elas geralmente não têm muitos direitos. Até a semana passada, por exemplo, as sauditas não podiam se hospedar em nenhum hotel sem a presença de um homem da família. Elas ainda são proibidas de dirigir, votar e de assumir qualquer cargo jurídico – por serem consideradas “sensíveis demais para julgar”.
O primeiro programa da "Dra. Ruth", o "Big Talk" (Conversa Aberta), não veio sem críticas. Religiosos e até autoridades mais conservadoras criticaram duramente o fato de uma mulher falar de sexo na TV. Mas ela é otimista. “Eu esperava mais críticas. Sei que cada um tem sua opinião, mas no geral acho que fui bem recebida.”
Gays curados - Para a doutora Heba, há algumas práticas que não estão de acordo com o Islã e outras que são verdadeiras doenças. A masturbação, por exemplo, é condenada. “Eu encorajo as mulheres a conhecerem seus corpos, a não serem tímidas com seus parceiros, mas de forma alguma isso inclui masturbação. Acredito que essa seja uma prática desnecessária.”
Já a homossexualidade é considerada uma doença por Heba. “Já recebi pacientes homossexuais que foram tratados, que passaram a olhar para uma mulher e desejá-la. Acredito que seja uma doença e que tenha tratamento.”
Falta informação - Com quase 15 anos de experiência, o que mais chama atenção da médica nem é tanto a timidez ou a falta de diálogo entre os casais.
“O que percebo é que falta informação. E isso resolveria muito dos problemas que vejo. Não há nada de errado com a nossa cultura. Temos um problema informacional.”
http://www.primeiraedicao.com.br/?pag=brasil_mundo&cod=2131
(24/01/2008 08:21)
Ela se diz uma muçulmana conservadora, usa véu e reza cinco vezes por dia. Toda semana, no entanto, Heba Kotb aparece na rede de TV Al Mehwar, do Egito, para falar sobre sexo no islamismo. Durante uma hora, a primeira muçulmana doutora em sexologia do mundo árabe tira dúvidas de seus telespectadores sobre as questões mais diversas envolvendo o tema, como masturbação, ejaculação precoce e frigidez.
Para ela, o sexo é um “presente de Allá” e o homossexualismo, “uma doença que pode ser curada”.
Aos 40 anos, Heba atende homens e mulheres em seu consultório, no Cairo, e, em entrevista por telefone, se diz feliz por “poder ajudar tantos casais a serem mais felizes”.
Apesar de reconhecer que o tabu em relação ao assunto permanece, ela diz que hoje as mulheres não vêem mais o sexo como sendo um tema predominantemente masculino.
“Elas estão se interessando mais e procurando saber como ter mais prazer com seus maridos”, afirma a médica.
Ela conta que a maioria das queixas que recebe são relativas à dificuldade de alcançar o orgasmo, no caso feminino, e à ejaculação precoce, no caso masculino.
“Eu sempre digo que todos sabem como fazer filhos, mas a questão é como saber aproveitar isso direito.”
Seu site e seu programa são voltados principalmente para o público feminino. Nos países muçulmanos elas geralmente não têm muitos direitos. Até a semana passada, por exemplo, as sauditas não podiam se hospedar em nenhum hotel sem a presença de um homem da família. Elas ainda são proibidas de dirigir, votar e de assumir qualquer cargo jurídico – por serem consideradas “sensíveis demais para julgar”.
O primeiro programa da "Dra. Ruth", o "Big Talk" (Conversa Aberta), não veio sem críticas. Religiosos e até autoridades mais conservadoras criticaram duramente o fato de uma mulher falar de sexo na TV. Mas ela é otimista. “Eu esperava mais críticas. Sei que cada um tem sua opinião, mas no geral acho que fui bem recebida.”
Gays curados - Para a doutora Heba, há algumas práticas que não estão de acordo com o Islã e outras que são verdadeiras doenças. A masturbação, por exemplo, é condenada. “Eu encorajo as mulheres a conhecerem seus corpos, a não serem tímidas com seus parceiros, mas de forma alguma isso inclui masturbação. Acredito que essa seja uma prática desnecessária.”
Já a homossexualidade é considerada uma doença por Heba. “Já recebi pacientes homossexuais que foram tratados, que passaram a olhar para uma mulher e desejá-la. Acredito que seja uma doença e que tenha tratamento.”
Falta informação - Com quase 15 anos de experiência, o que mais chama atenção da médica nem é tanto a timidez ou a falta de diálogo entre os casais.
“O que percebo é que falta informação. E isso resolveria muito dos problemas que vejo. Não há nada de errado com a nossa cultura. Temos um problema informacional.”
http://www.primeiraedicao.com.br/?pag=brasil_mundo&cod=2131
Policiais posam como bandidas em calendário e causam polêmica na Espanha
Policiais posam como bandidas em calendário e causam polêmica na Espanha
por BBC Brasil
(04/01/2011 10:09)
Divulgação
Policiais posam como bandidas em calendário e causam polêmica na Espanha
Um grupo de policiais femininas espanholas causou polêmica ao posar para as fotos sensuais de um calendário vestidas como bandidas.
Nas fotos de cada mês as agentes simulam cenas de roubos mascaradas, com roupas eróticas e fetichistas. O projeto já provoca polêmica entre a própria polícia.
Nas fotografías elas usam lingerie, botas de couro, máscaras e vários itens que remetem a fetiches sexuais.
As cenas, que mostram roubo de carros, de jóias e de obras de arte, foram descritas por outros agentes como apologia ao delito e tentativa de ridicularizar a todos os policiais.
O Setor Policial de Ponent, na Catalunha, de onde são as mulheres, destacou que, apesar de as modelos serem policiais em exercício, a polícia não tem envolvimento algum com as fotos controversas.
"São fotos que elas fizeram de forma particular. Em nenhuma imagem foi usado o uniforme ou algum distintivo oficial porque sabem que isto é terminantemente proibido pelo regulamento", disse à BBC Brasil um porta-voz da polícia de Ponent.
Irresponsabilidade
Segundo o porta-voz, as fotos foram propostas pelas oito agentes que posaram para uma fotógrafa amiga do grupo com a intenção de "criar um presente original para companheiros de delegacias da região, amigos e parentes".
No entanto, representantes do Sindicato Unificado da Polícia (SUP) e do Fórum Polícia afirmam que o presente é, na verdade, um ato de irresponsabilidade.
O porta-voz do SUP, José Maria Benito, lembrou que as agentes "têm todo o direito de criar um calendário e de posar como modelos, mas talvez tenham se equivocado na fantasia".
Divulgação
Policiais posam como bandidas em calendário e causam polêmica na Espanha
"Deveriam lembrar que esse calendário só é notícia porque elas são policiais. Quando alguém faz parte de uma instituição que não está precisamente para brincadeiras, precisa saber que há direitos civis incompatíveis com a nossa condição".
O sindicato Fórum Policial também criticou o calendário, dizendo que a brincadeira com cenas de roubos desrespeita policiais que se arriscam na profissão.
"Quando temos todos os dias companheiros arriscando a vida em situações extremas, fica difícil entender que outros encarem delitos como se fossem simples brincadeiras", disse à BBC Brasil um representante sindical.
As oito policiais fotografadas não dão entrevistas por causa do regulamento interno. Mas, segundo o porta-voz da polícia de Ponent, elas tem "recebido bem as críticas e os elogios, que também têm chegado".
Ele disse ainda que elas esperam que a situação "serene" o mais cedo possível.
Até agora não houve denúncias formais sobre o comportamento das agentes por causa do calendário, mas o regulamento da polícia prevê sanções em caso de que um policial seja acusado de prejudicar o nome e a imagem pública da instituição.
http://www.primeiraedicao.com.br/?pag=brasil_mundo&cod=10164
por BBC Brasil
(04/01/2011 10:09)
Divulgação
Policiais posam como bandidas em calendário e causam polêmica na Espanha
Um grupo de policiais femininas espanholas causou polêmica ao posar para as fotos sensuais de um calendário vestidas como bandidas.
Nas fotos de cada mês as agentes simulam cenas de roubos mascaradas, com roupas eróticas e fetichistas. O projeto já provoca polêmica entre a própria polícia.
Nas fotografías elas usam lingerie, botas de couro, máscaras e vários itens que remetem a fetiches sexuais.
As cenas, que mostram roubo de carros, de jóias e de obras de arte, foram descritas por outros agentes como apologia ao delito e tentativa de ridicularizar a todos os policiais.
O Setor Policial de Ponent, na Catalunha, de onde são as mulheres, destacou que, apesar de as modelos serem policiais em exercício, a polícia não tem envolvimento algum com as fotos controversas.
"São fotos que elas fizeram de forma particular. Em nenhuma imagem foi usado o uniforme ou algum distintivo oficial porque sabem que isto é terminantemente proibido pelo regulamento", disse à BBC Brasil um porta-voz da polícia de Ponent.
Irresponsabilidade
Segundo o porta-voz, as fotos foram propostas pelas oito agentes que posaram para uma fotógrafa amiga do grupo com a intenção de "criar um presente original para companheiros de delegacias da região, amigos e parentes".
No entanto, representantes do Sindicato Unificado da Polícia (SUP) e do Fórum Polícia afirmam que o presente é, na verdade, um ato de irresponsabilidade.
O porta-voz do SUP, José Maria Benito, lembrou que as agentes "têm todo o direito de criar um calendário e de posar como modelos, mas talvez tenham se equivocado na fantasia".
Divulgação
Policiais posam como bandidas em calendário e causam polêmica na Espanha
"Deveriam lembrar que esse calendário só é notícia porque elas são policiais. Quando alguém faz parte de uma instituição que não está precisamente para brincadeiras, precisa saber que há direitos civis incompatíveis com a nossa condição".
O sindicato Fórum Policial também criticou o calendário, dizendo que a brincadeira com cenas de roubos desrespeita policiais que se arriscam na profissão.
"Quando temos todos os dias companheiros arriscando a vida em situações extremas, fica difícil entender que outros encarem delitos como se fossem simples brincadeiras", disse à BBC Brasil um representante sindical.
As oito policiais fotografadas não dão entrevistas por causa do regulamento interno. Mas, segundo o porta-voz da polícia de Ponent, elas tem "recebido bem as críticas e os elogios, que também têm chegado".
Ele disse ainda que elas esperam que a situação "serene" o mais cedo possível.
Até agora não houve denúncias formais sobre o comportamento das agentes por causa do calendário, mas o regulamento da polícia prevê sanções em caso de que um policial seja acusado de prejudicar o nome e a imagem pública da instituição.
http://www.primeiraedicao.com.br/?pag=brasil_mundo&cod=10164
Dúvidas dos leitores sobre sexo - Saúde e Ciência - Extra Online
Dúvidas dos leitores sobre sexo - Saúde e Ciência - Extra Online
Motivos para fazer sexo
Sexo é sinônimo de saúde: é um anti-histamínico natural, que ajuda no combate à asma, por exemplo. Além disso, acaba com as dores de cabeça, pois alivia a tensão que aperta os vasos sanguíneos no cérebro. O sexo é o tranquilizante mais poderoso do mundo, e consegue ser dez vezes mais eficaz que outros remédios para dormir. Ele é, ainda, uma cura instantânea para a depressão leve, liberando endorfina no organismo e na corrente sanguínea, produzindo uma sensação de euforia e bem-estar. Mas isso a gente já sabia!
Ejaculação
Estou namorando há 5 anos, e só agora resolvemos transar. Ele sofre de ejaculação precoce. Isso pode prejudicar o desempenho sexual dele? E, se pode, tem cura? J.M.
Por e-mail
A ejaculação precoce realmente atrapalha um pouco os casais a vivenciarem a vida sexual de forma plena. Ele precisará buscar ajuda profissional para que possa gozar de uma vida sexual sem ansiedade e com tranquilidade, até porque você também precisa de tempo, no sexo, para se excitar e ficar tranquila, para ser gostoso. Converse com ele sobre isso.
Sem sexo
Sou casado há mais de 20 anos. Minha esposa tem quase 50 anos e eu, 44. Só que, desde que casamos, ela nunca gostou muito de sexo. Agora, então, com essa idade, faz sexo comigo, no máximo, três vezes por mês. O que devo fazer?
S.F.
Por e-mail
Pressioná-la para o sexo neste momento da vida dela não é o melhor caminho. Converse, mil vezes se necessário, mas sem pressão para fazer sexo. Pode estar certo de que, em algum momento, ela irá ceder e buscar a tão sonhada ajuda que você espera.
Pênis
Gostaria de saber porque a cabeça do pênis do meu namorado não aparece quando ele está ereto, fica uma pele envolvendo. Tenho vergonha de comentar...o que será isso?
L.G.
Por e-mail
Não há nada de errado com ele. Seu parceiro ainda tem fimose. Caso você consiga falar com ele a respeito, pode sugerir que faça a cirurgia para consertar isso. É muito simples e a recuperação, bem rápida.
Perguntas respondidas pela psicóloga e sexóloga Carla Cecarello: (11) 3884-2059/ www.ambesex.com.br
Motivos para fazer sexo
Sexo é sinônimo de saúde: é um anti-histamínico natural, que ajuda no combate à asma, por exemplo. Além disso, acaba com as dores de cabeça, pois alivia a tensão que aperta os vasos sanguíneos no cérebro. O sexo é o tranquilizante mais poderoso do mundo, e consegue ser dez vezes mais eficaz que outros remédios para dormir. Ele é, ainda, uma cura instantânea para a depressão leve, liberando endorfina no organismo e na corrente sanguínea, produzindo uma sensação de euforia e bem-estar. Mas isso a gente já sabia!
Ejaculação
Estou namorando há 5 anos, e só agora resolvemos transar. Ele sofre de ejaculação precoce. Isso pode prejudicar o desempenho sexual dele? E, se pode, tem cura? J.M.
Por e-mail
A ejaculação precoce realmente atrapalha um pouco os casais a vivenciarem a vida sexual de forma plena. Ele precisará buscar ajuda profissional para que possa gozar de uma vida sexual sem ansiedade e com tranquilidade, até porque você também precisa de tempo, no sexo, para se excitar e ficar tranquila, para ser gostoso. Converse com ele sobre isso.
Sem sexo
Sou casado há mais de 20 anos. Minha esposa tem quase 50 anos e eu, 44. Só que, desde que casamos, ela nunca gostou muito de sexo. Agora, então, com essa idade, faz sexo comigo, no máximo, três vezes por mês. O que devo fazer?
S.F.
Por e-mail
Pressioná-la para o sexo neste momento da vida dela não é o melhor caminho. Converse, mil vezes se necessário, mas sem pressão para fazer sexo. Pode estar certo de que, em algum momento, ela irá ceder e buscar a tão sonhada ajuda que você espera.
Pênis
Gostaria de saber porque a cabeça do pênis do meu namorado não aparece quando ele está ereto, fica uma pele envolvendo. Tenho vergonha de comentar...o que será isso?
L.G.
Por e-mail
Não há nada de errado com ele. Seu parceiro ainda tem fimose. Caso você consiga falar com ele a respeito, pode sugerir que faça a cirurgia para consertar isso. É muito simples e a recuperação, bem rápida.
Perguntas respondidas pela psicóloga e sexóloga Carla Cecarello: (11) 3884-2059/ www.ambesex.com.br
Em nove anos, AL registra 1.043 casos de abuso sexual infantil
Em nove anos, AL registra 1.043 casos de abuso sexual infantil
por Divulgação
(11/01/2011 16:47)
Pesquisa realizada pelo Centro Universitário Cesmac aponta que em Alagoas foram registradas 1.043 ocorrências de abuso sexual infantil no período entre 2001 e 2009. O levantamento se baseou nos dados contidos em prontuários, registros de ocorrências e relatórios disponibilizados pelo Centro de Apoio às Vítimas de Crime (CAV-Crime) e nos Centros de Referência Especializado em Assistência Social (Creas) – que são entidades tidas como porta de entrada de casos de violência sexual infantil nos municípios alagoanos.
O estudo, intitulado “Epidemiologia do Abuso Sexual em Crianças e Adolescentes no Estado de Alagoas”, pretendia fazer uma análise dos casos recentes no Estado, mostrando os tipos de abuso sexual recorrentes, o perfil dos agressores e vítimas e os municípios que concentram os maiores número de ocorrências. Contudo, o exame detalhado das informações foi em parte prejudicado pela falta de padronização e dados incompletos encontrados nos registros dos casos denunciados.
Por outro lado, o levantamento revela dados importantes. Nos onze municípios que reúnem as denúncias notificadas a maioria das vítimas é do sexo feminino, conforme tendência mundial. Outro aspecto relevante é que os casos vêm à tona quando a vítimas estão na faixa etária entre 7 e 14 anos predominantemente. E o crime mais praticado é o estupro. A idade de início dos abusos é muito precoce, sendo a maioria dos casos ocorrida entre os 5 e 8 anos.
“Observamos que a cada ano o número de denúncias cresce – o que não necessariamente quer dizer que a incidência de casos está aumentando. O que está avançando é o nível de conscientização e esclarecimento da sociedade que tem tolerado cada vez menos esse tipo de crime”, afirma o professor doutor Liércio Pinheiro, coordenador do curso de Psicologia do Cesmac, autor da pesquisa.
Além disso, Pinheiro explica que os dados estatísticas estão substimados. "A literatura especializada aponta que para cada denúncia de abuso sexual infantil há 15 outros casos omitidos em média. Como os casos de abuso sexuais são quase sempre perpetrados por pessoas que fazem parte do seio familiar da vítima, quase sempre são abafados dos registros oficiais", reflete.
De acordo com ele, apesar das falhas encontradas no recolhimento de dados das vítimas, a pesquisa indica que os principais perpetradores das agressões sexuais contra crianças e adolescentes no Estado são os pais biológicos e os padrastos, variando a predominância entre um município e outro.
“Outra falha encontrada no decorrer do trabalho de campo da pesquisa consistiu no detalhamento sobre os autores dos crimes. Muitos relatórios foram emitidos sem sequer mencionar quem eram essas pessoas, apenas informando de era conhecido ou desconhecido da vítima. Havia relatórios, inclusive, que não apontava nenhum agressor. Mas, o que podemos perceber, independentemente da precariedade das informações é que a grande maioria dos abusadores encontram-se no ambiente familiar das crianças e adolescentes molestados”, conta a jovem pesquisadora Samylla Maira Hortêncio Gouveia.
Segundo ela, como era esperado, é em Maceió que se concentram o maior número de denúncias de crimes sexuais contra menores. “Era de se supor que isso iria acontecer por causa do adensamento populacional típico das capitais. Entretanto, as falhas nos registros interioranos e o baixo número de denúncias levam-nos a questionar se os órgãos estão atuando de forma adequada, sobretudo considerando se a vítima se sentiu devidamente acompanhada, assistida do ponto de vista psicológico, social ou jurídico”, diz.
Problema de saúde pública
De acordo com o professor Liércio Pinheiro, o abuso sexual infantil tem sido encarado como um grave problema de saúde pública nos países desenvolvidos, devido aos altos índices de incidência (independentemente do perfil sócio-econômico do agressor) e das sérias conseqüências para o desenvolvimento cognitivo, afetivo e social da vítima e de sua família.
“A familiaridade entre a criança e o abusador envolve fortes laços afetivos, tanto positivos quanto negativos, colaborando para que os abusos sexuais incestuosos possuam maior impacto cognitivo e comportamental para a vítima e sua família”, diz o psicólogo. “pesar da complexidade e da quantidade de variáveis envolvidas no impacto do abuso sexual na criança, esta experiência é considerada um importante fator de risco para o desenvolvimento de psicopatologias. A literatura especializada aponta que crianças e adolescentes podem desenvolver quadros de depressão, transtornos de ansiedade, alimentares, dissociativos, hiperatividade e déficit de atenção e transtorno de personalidade borderline”, explica Pinheiro.
Contudo, de acordo com o especialista, a psicopatologia mais citada é o transtorno do estresse pós-traumático. “Isso sem mencionar as crenças de caráter disfuncionais, envolvendo sentimentos de culpa, e sentimento de inferioridade e desconfiança em relação aos outros”, completa o psicólogo.
Papel da mãe
Segundo Liércio Pinheiro, a mãe é a pessoa mais procurada pelas crianças e adolescentes molestados quando se sentem preparados para denunciar o abuso. “Sabe-se que a criança vítima de abusos sexuais tem necessidade fundamental de ser acreditada e por isso é fundamental o papel de psicólogos e da sociedade em reconhecer e compreender o fenômeno em toda sua complexidade”, diz Liércio Pinheiro.
“Por isso a criança não deve ser deixada sozinha, da mesma maneira que os próprios técnicos também não o devem fazer, pois é pela possibilidade de falar do sucedido e de refletir com os outros, no seio de sua equipe ou de um grupo de discussão, que eventualmente serão encontradas algumas respostas a este crime”, sugere.
http://www.primeiraedicao.com.br/?pag=alagoas&cod=14793
por Divulgação
(11/01/2011 16:47)
Pesquisa realizada pelo Centro Universitário Cesmac aponta que em Alagoas foram registradas 1.043 ocorrências de abuso sexual infantil no período entre 2001 e 2009. O levantamento se baseou nos dados contidos em prontuários, registros de ocorrências e relatórios disponibilizados pelo Centro de Apoio às Vítimas de Crime (CAV-Crime) e nos Centros de Referência Especializado em Assistência Social (Creas) – que são entidades tidas como porta de entrada de casos de violência sexual infantil nos municípios alagoanos.
O estudo, intitulado “Epidemiologia do Abuso Sexual em Crianças e Adolescentes no Estado de Alagoas”, pretendia fazer uma análise dos casos recentes no Estado, mostrando os tipos de abuso sexual recorrentes, o perfil dos agressores e vítimas e os municípios que concentram os maiores número de ocorrências. Contudo, o exame detalhado das informações foi em parte prejudicado pela falta de padronização e dados incompletos encontrados nos registros dos casos denunciados.
Por outro lado, o levantamento revela dados importantes. Nos onze municípios que reúnem as denúncias notificadas a maioria das vítimas é do sexo feminino, conforme tendência mundial. Outro aspecto relevante é que os casos vêm à tona quando a vítimas estão na faixa etária entre 7 e 14 anos predominantemente. E o crime mais praticado é o estupro. A idade de início dos abusos é muito precoce, sendo a maioria dos casos ocorrida entre os 5 e 8 anos.
“Observamos que a cada ano o número de denúncias cresce – o que não necessariamente quer dizer que a incidência de casos está aumentando. O que está avançando é o nível de conscientização e esclarecimento da sociedade que tem tolerado cada vez menos esse tipo de crime”, afirma o professor doutor Liércio Pinheiro, coordenador do curso de Psicologia do Cesmac, autor da pesquisa.
Além disso, Pinheiro explica que os dados estatísticas estão substimados. "A literatura especializada aponta que para cada denúncia de abuso sexual infantil há 15 outros casos omitidos em média. Como os casos de abuso sexuais são quase sempre perpetrados por pessoas que fazem parte do seio familiar da vítima, quase sempre são abafados dos registros oficiais", reflete.
De acordo com ele, apesar das falhas encontradas no recolhimento de dados das vítimas, a pesquisa indica que os principais perpetradores das agressões sexuais contra crianças e adolescentes no Estado são os pais biológicos e os padrastos, variando a predominância entre um município e outro.
“Outra falha encontrada no decorrer do trabalho de campo da pesquisa consistiu no detalhamento sobre os autores dos crimes. Muitos relatórios foram emitidos sem sequer mencionar quem eram essas pessoas, apenas informando de era conhecido ou desconhecido da vítima. Havia relatórios, inclusive, que não apontava nenhum agressor. Mas, o que podemos perceber, independentemente da precariedade das informações é que a grande maioria dos abusadores encontram-se no ambiente familiar das crianças e adolescentes molestados”, conta a jovem pesquisadora Samylla Maira Hortêncio Gouveia.
Segundo ela, como era esperado, é em Maceió que se concentram o maior número de denúncias de crimes sexuais contra menores. “Era de se supor que isso iria acontecer por causa do adensamento populacional típico das capitais. Entretanto, as falhas nos registros interioranos e o baixo número de denúncias levam-nos a questionar se os órgãos estão atuando de forma adequada, sobretudo considerando se a vítima se sentiu devidamente acompanhada, assistida do ponto de vista psicológico, social ou jurídico”, diz.
Problema de saúde pública
De acordo com o professor Liércio Pinheiro, o abuso sexual infantil tem sido encarado como um grave problema de saúde pública nos países desenvolvidos, devido aos altos índices de incidência (independentemente do perfil sócio-econômico do agressor) e das sérias conseqüências para o desenvolvimento cognitivo, afetivo e social da vítima e de sua família.
“A familiaridade entre a criança e o abusador envolve fortes laços afetivos, tanto positivos quanto negativos, colaborando para que os abusos sexuais incestuosos possuam maior impacto cognitivo e comportamental para a vítima e sua família”, diz o psicólogo. “pesar da complexidade e da quantidade de variáveis envolvidas no impacto do abuso sexual na criança, esta experiência é considerada um importante fator de risco para o desenvolvimento de psicopatologias. A literatura especializada aponta que crianças e adolescentes podem desenvolver quadros de depressão, transtornos de ansiedade, alimentares, dissociativos, hiperatividade e déficit de atenção e transtorno de personalidade borderline”, explica Pinheiro.
Contudo, de acordo com o especialista, a psicopatologia mais citada é o transtorno do estresse pós-traumático. “Isso sem mencionar as crenças de caráter disfuncionais, envolvendo sentimentos de culpa, e sentimento de inferioridade e desconfiança em relação aos outros”, completa o psicólogo.
Papel da mãe
Segundo Liércio Pinheiro, a mãe é a pessoa mais procurada pelas crianças e adolescentes molestados quando se sentem preparados para denunciar o abuso. “Sabe-se que a criança vítima de abusos sexuais tem necessidade fundamental de ser acreditada e por isso é fundamental o papel de psicólogos e da sociedade em reconhecer e compreender o fenômeno em toda sua complexidade”, diz Liércio Pinheiro.
“Por isso a criança não deve ser deixada sozinha, da mesma maneira que os próprios técnicos também não o devem fazer, pois é pela possibilidade de falar do sucedido e de refletir com os outros, no seio de sua equipe ou de um grupo de discussão, que eventualmente serão encontradas algumas respostas a este crime”, sugere.
http://www.primeiraedicao.com.br/?pag=alagoas&cod=14793
Jovens estão pouco preocupados com HIV
Jovens estão pouco preocupados com HIV
em 16/01/2011 01:20:00 (22 leituras)
As pessoas com 30 anos ou mais idade - principalmente as mulheres - são as mais preocupadas com a contaminação do vírus HIV, transmissor da aids, segundo o levantamento feito pela Secretaria Estadual da Saúde com base em 36 mil testes de diagnósticos gratuitos, realizados durante a campanha Fique Sabendo 2010, entre os meses de novembro e dezembro, do ano passado.
Uma em cada três pessoas que procuraram o teste pela primeira vez tinham mais de 40 anos de idade e a maioria dos interessados, 56,8% , na faixa dos 30 anos. Comparando-se homens e mulheres, o sexo feminino teve maior participação (53,6%), mas os resultados comprovando a infecção prevaleceu entre os do sexo masculino com número de casos três vez mais.
Entre os homens com diagnósticos positivos 53,3% tinham idade na faixa de 25 a 39 anos e a minoria 16,9% de 14 a 24 anos. Já os casos confirmados em mulheres, 56,2% tinham entre 25 e 39 anos e 13,3% de 14 a 24 anos.
Por meio de nota, a coordenadora do Programa Estadual de DST/Aids, Maria Clara Gianna, alertou que ''o diagnóstico tardio da doença prejudica o tratamento e a qualidade de vida dos pacientes''. Diante disso, observou ser importante que haja maior interesse da população jovem porque ''as pessoas iniciam a vida sexualmente ativa cada vez mais cedo''.
Agência Brasil
http://www.coisasdemaceio.com.br/modules/news/article.php?storyid=26261
em 16/01/2011 01:20:00 (22 leituras)
As pessoas com 30 anos ou mais idade - principalmente as mulheres - são as mais preocupadas com a contaminação do vírus HIV, transmissor da aids, segundo o levantamento feito pela Secretaria Estadual da Saúde com base em 36 mil testes de diagnósticos gratuitos, realizados durante a campanha Fique Sabendo 2010, entre os meses de novembro e dezembro, do ano passado.
Uma em cada três pessoas que procuraram o teste pela primeira vez tinham mais de 40 anos de idade e a maioria dos interessados, 56,8% , na faixa dos 30 anos. Comparando-se homens e mulheres, o sexo feminino teve maior participação (53,6%), mas os resultados comprovando a infecção prevaleceu entre os do sexo masculino com número de casos três vez mais.
Entre os homens com diagnósticos positivos 53,3% tinham idade na faixa de 25 a 39 anos e a minoria 16,9% de 14 a 24 anos. Já os casos confirmados em mulheres, 56,2% tinham entre 25 e 39 anos e 13,3% de 14 a 24 anos.
Por meio de nota, a coordenadora do Programa Estadual de DST/Aids, Maria Clara Gianna, alertou que ''o diagnóstico tardio da doença prejudica o tratamento e a qualidade de vida dos pacientes''. Diante disso, observou ser importante que haja maior interesse da população jovem porque ''as pessoas iniciam a vida sexualmente ativa cada vez mais cedo''.
Agência Brasil
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Krafft-Ebing, Psychopathia Sexualis and the creation of the medical notion of sadism
Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental - Krafft-Ebing, Psychopathia Sexualis and the creation of the medical notion of sadism
Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental
Print version ISSN 1415-4714
Rev. latinoam. psicopatol. fundam. vol.12 no.2 São Paulo June 2009
doi: 10.1590/S1415-47142009000200011
CLÁSSICOS DA PSICOPATOLOGIA
ARTIGO
Krafft-Ebing, a Psychopathia Sexualis e a criação da noção médica de sadismo
Krafft-Ebing, la Psychopathia Sexualis y la creación de la noción médica de sadismo
Krafft-Ebing, la Psychopathia Sexualis et l'invention de la notion médicale du sadisme
Krafft-Ebing, Psychopathia Sexualis and the creation of the medical notion of sadism
Mário Eduardo Costa Pereira
--------------------------------------------------------------------------------
RESUMO
Escrita na segunda metade do século XIX, a Psychopathia Sexualis de Richard Krafft-Ebing participa de um movimento histórico-cultural que institui o olhar e a autoridade médica como referências necessárias para se deliberar quanto à legitimidade dos diferentes comportamentos sexuais humanos. Suas incidências se estendem mesmo sobre o campo legal e jurídico. Obra que sintetiza e aprofunda os estudos da sexologia de seu tempo, Psychopathia Sexualis introduz uma delimitação do campo das perversões sexuais, uma nomenclatura - que inclui termos que seriam posteriormente consagrados como sadismo, masoquismo e fetichismo, e um rigor classificatório que a tornarão uma referência incontornável para todos os estudos posteriores nesse campo, incluindo a obra freudiana.
Palavras-chave: Krafft-Ebing, sexologia, perversões sexuais
--------------------------------------------------------------------------------
RESUMEN
Escrita en la segunda mitad del siglo XIX, la Psychopathia Sexualis de Richard Krafft-Ebing participa de un movimiento histórico-cultural que instituyó la mirada y la autoridad médica como referencias necesarias para deliberar la legitimidad de los diferentes comportamientos sexuales humanos. Sus incidencias se extienden inclusive sobre el campo legal y jurídico. Obra que sintetiza y profundiza los estudios de la sexología de su tiempo, Psychopathia Sexualis una nomenclatura - que incluye términos que serian posteriormente consagrados como sadismo, masoquismo y fetichismo - y un rigor clasificatorio que la tornarán una referencia ineludible para todos los estudios posteriores en ese campo, incluyendo la obra freudiana.
Palabras claves: Krafft-Ebing, sexología, perversiones sexuales
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RÉSUMÉ
Écrite au cours de la deuxième moitié du XIXe siècle, la Psychopathia Sexualis de Richard Krafft-Ebing fait partie d'un mouvement historique et culturel qui institue le regard et l'autorité médicale comme références nécessaires pour la prise de décision quant à la légitimité des différentes formes de comportement sexuel humain. Ses incidences s'étendent au domaine législatif et juridique. Oeuvre qui synthétise et qui approfondit les études de la sexologie de son temps, la Psychopathia Sexualis introduit une délimitation du champ des perversions sexuelles, soit une nomenclature, y incluant des termes désormais consacrés comme le sadisme, le masochisme et le fétichisme, ainsi qu'une rigueur classificatoire qui fera d'elle une référence incontournable pour toutes les études ultérieures dans ce champ, y compris l'oeuvre freudienne.
Mots clés: Krafft-Ebing, sexologie, perversions sexuelles
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ABSTRACT
Richard Krafft-Ebing's Psychopathia Sexualis, written in the second half of the 19th century, can be considered part of the historical and cultural movement that brought in the medical gaze and authority as necessary references for determining the legitimacy of the various human sexual behaviors. Psychopathia Sexualis eventually became an authoritative reference in the forensic sphere. The book consists of a synthesis and extension of the studies on sexology of its time and introduced a delimitation of the field of sexual perversions through the use of a nomenclature that includes terms which eventually became widely established, such as sadism, masochism and fetishism. Its precision of classification became a central reference for all later studies in the field, including for Freud's work.
Key words: Krafft-Ebing, sexology, sexual perversions
--------------------------------------------------------------------------------
Poucos autores no campo da psicopatologia tiveram seu nome tão estreitamente associado a uma obra científica específica como Krafft-Ebing a sua Psychopathia Sexualis. Trata-se do primeiro levantamento sistemático e completo das diferentes formas de perturbação da vida sexual humana, encaradas a partir de então como transtornos médico-psiquiátricos. Esse célebre Tratado, publicado pela primeira vez em 1886, foi por certo precedido por inúmeros outros estudos médicos sobre os comportamentos sexuais tidos como doentios. Contudo pela sua importância, influência, repercussão e rigor descritivo, ela tornou-se uma espécie de paradigma da apropriação do erotismo humano pelo discurso médico e positivista a partir do século XIX.
No primeiro volume de sua História da Sexualidade - que explicitamente aborda esse tema a partir do vértice da "vontade de saber" -, Michel Foucault dedica uma ampla discussão ao movimento histórico que consistiu em se colocar o sexo como objeto de discurso e como possibilidade de revelação de uma verdade oculta do sujeito. O título do capítulo que trata frontalmente dessa questão faz clara alusão à obra de Krafft-Ebing: "Scientia sexualis". Nele, o filósofo francês sustenta que "existem, historicamente, dois grandes procedimentos para produzir a verdade do sexo" (Foucault, 1976, p. 65): a ars erotica e a scientia sexualis. Na primeira, "a verdade é extraída do próprio prazer, encarado como prática e recolhido como experiência" (p. 65). De acordo com o autor, nossa civilização não disporia de tal arte. Contudo, "ela é a única, sem dúvida, a praticar uma scientia sexualis" (p. 66). A ciência do sexo no século XIX se organizaria como fisiologia da reprodução e como medicina da sexualidade. Contudo, o dispositivo principal para se ter acesso não ao saber, mas à verdade do sexo, seria a confissão. Nesse contexto, a própria psicanálise constituiria uma disciplina inscrita nessa vertente confessional, que, sob a aparência de tratar a sexualidade sem os disfarces da neurologia ou da medicina geral, terminaria por sustentar as concepções tradicionais que ligam sexo e re-gras sociais de aliança.
Nesse contexto, a obra de Krafft-Ebing assumiria um caráter exemplar da história da apropriação médica dos comportamentos sexuais desviados da norma vigente e tida como parâmetro autoevidente da normalidade. Na Psychopathia Sexualis teremos uma primeira grande síntese das concepções médicas sobre aquilo que viria a ser concebido tecnicamente como "perversões".
Richard Krafft-Ebing nasceu em 1840, na cidade alemã de Mannheim, ten-do realizado seus estudos médicos na vizinha Heidelberg. Em Zurique, continuou seus estudos, agora mais especificamente psiquiátricos, na famosa clínica Burghölzli, sob a orientação de Griesinger.1 Ocupou a cátedra de psiquiatria nas universidades de Strasbourg, Graz e Viena, sendo que nessa cidade, a partir de 1892, ele assumiria a direção da clínica psiquiátrica do Hospital Geral da Universidade de Viena, sucedendo a Meynert, antigo professor de psiquiatria de Freud.
Foi autor de uma vasta obra psiquiátrica que inclui estudos sobre a melancolia, sobre a paralisia geral progressiva, sobre psiquiatria forense, sobre o hipnotismo, sobre a neurastenia e um Tratado sobre a Insanidade. Contudo, o texto que de fato o tornaria célebre é sua Psychopathia Sexualis. George Lanteri-Laura (1979) traça de maneira precisa as coordenadas históricas e científicas nas quais se inscreve esse famoso estudo. A sexologia e a criminologia médicas, sustenta Lanteri-Laura, desenvolvem-se simultaneamente, interagindo diretamente entre si a partir do começo do século XIX. Antes da Revolução Francesa, a vida sexual não constituía propriamente uma preocupação médica. Tampouco a justiça estava preocupada com os atos eróticos em si, quando praticados no contexto da vida privada, apenas com suas consequências concretas no âmbito do escândalo público e da violência. Nesse momento histórico, o perito médico era solicitado apenas para deliberar sobre os eventuais danos sofridos pelas vítimas de abusos. Só posteriormente - por ação da nascente sexologia no regime pós-revolucionário - é que o médico passaria a ser consultado para a avaliação clínica do acusado.
Desde os primórdios da psiquiatria contemporânea, Esquirol já descrevia comportamentos sexuais desviantes das práticas comuns na sociedade como entidades clínicas específicas, contribuindo para que fossem aos poucos deslocados do registro da depravação para o da patologia. Erotomania, ninfomania e satiríase, entre outras, passavam a ser compreendidas como variedades da alienação mental circunscritas ao terreno sexual: a monomania instintiva (cf. Lanteri-Laura, 1979, p. 17). A ciência deveria, pois, deliberar sobre quais as práticas eróticas seriam naturais e quais seriam patológicas. Havia uma nova distribuição de fronteiras entre o campo da moral, medicina e da justiça.
Do ponto de vista social, se tomarmos por referência a sociedade francesa do Antigo Regime, podemos constatar que, do ponto de vista da valorização cultural dos comportamentos sexuais, a libertinagem era uma prática tolerada - e mesmo esperada - da aristocracia, esperando-se do cidadão comum o respeito a uma moral erótica mais recatada, com nítida separação entre matrimônio e prazer. A própria categoria clínica de "perversão" só foi incorporada tardiamente ao vocabulário médico, sendo que esse termo da língua comum confundia-se com a noção popular de "depravação".
Com a chegada do século XIX, em particular a partir de sua segunda metade, os especialistas começam a considerar certas formas do comportamento sexual como "variedades parciais da alienação mental" (Lanteri-Laura, 1979, p. 27). Inicialmente, uma grande quantidade de estudos médicos naquele período buscava elucidar a natureza da homossexualidade. A tendência reinante era de tolerância, sendo que a obra de Havelock Ellis, em grande parte, visava resgatar a dignidade dos homens ditos "invertidos" (segundo a denominação proposta por Westphal e amplamente aceita no meio médico de então). Os trabalhos tendiam a destacar o valor dos grandes homens sabidamente homossexuais e a diferença a ser estabelecida entre "depravação" e a especificidade da natureza erótica daqueles cuja sensibilidade afetiva era homossexual. Certos estudos tornaram-se clássicos na história da abordagem médica das chamadas "aberrações sexuais", como a monografia de Lasègue sobre o exibicionismo e o trabalho de Moll sobre a homossexualidade.
O Tratado de Krafft-Ebing constitui, nesse momento histórico, um texto unificador dos conhecimentos até então elaborados de maneira esparsa e assistemática no campo médico-psiquiátrico. Para definir a normalidade em relação à qual determinados comportamentos sexuais serão considerados desviantes, Krafft-Ebing buscará recurso à noção biológica, portanto natural, de "preservação da espécie". O prazer obtido da relação sexual será natural na medida em que contribua para a reprodução. Todo erotismo praticado fora desse contexto deverá ser considerado como desviante. Sob esse prisma, deverão ser consideradas como "perversão sexual" todas as satisfações eróticas cujo objetivo não seja a preservação da espécie (Lanteri-Laura, 1979, p. 39).
O prefácio da Psychopathia Sexualis explicita que a proposta desse estudo é a de examinar cientificamente "os sintomas psicopatológicos da vida sexual, de conduzi-los a sua origem e deduzir as leis de seu desenvolvimento e de suas causas" (Krafft-Ebing, 1886, p. VI), renunciando de antemão a qualquer pretensão de constituir uma psicologia da vida sexual. Ressalta também o autor que a proposta da obra reveste-se de grande importância, uma vez que "ela é de utilidade pública e interessa particularmente à magistratura", destacando assim sua perspectiva médico-legal: "As páginas que seguem se endereçam aos homens que se dedicam a realizar estudos aprofundados sobre as ciências naturais ou sobre a jurisprudência" (p. VIII). Para não chocar seus leitores e para desencorajar o público leigo, explica Krafft-Ebing, as passagens mais cruas referentes aos comportamentos sexuais descritos foram redigidas em latim, incluindo o próprio título da obra.
Esta trata de temáticas amplas e variadas como a impotência e a frigidez, a homossexualidade, o sadismo e o masoquismo, o fetichismo e o exibicionismo. Sadismo e masoquismo encontram nesse texto, pela primeira vez, uma definição propriamente médica que teria uma grande repercussão nos ambientes técnicos e leigos. Mesmo Freud recorrerá à terminologia proposta na Psychopathia Sexualis como referência para suas próprias elaborações sobre a teoria da sexualidade.
Referindo-se a autores cuja obra literária seria tomada como exemplar do comportamento descrito pelo termo, Krafft-Ebing recorre aos nomes de Sade e de Sacher-Masoch para construir suas categorias diagnósticas de condutas sexuais aberrantes, seja pela excitação condicionada pela dor e/ou humilhação imposta ao parceiro, no caso do sadismo, seja na satisfação obtida pela via preferencial da submissão, do próprio sofrimento físico e moral e da exaltação imoderada do objeto amado, como ocorre no masoquismo.
Dessa forma, pela primeira vez, a noção de sadismo encontra-se descrita em termos médicos, de modo a caracterizar de maneira clara uma forma aberrante de comportamento sexual na qual o gozo erótico só pode ocorrer à condição de se encontrarem associadas crueldade ativa, violência ativa e volúpia. A referência a Sade é, portanto, mais do que alusiva, pois a descrição mesma do transtorno ancora-se diretamente na concepção sadiana da excitação sexual mais plena, que se realiza na articulação entre o crime, a transgressão e o êxtase: "nenhum libertino minimamente ancorado no vício ignora o império do assassinato sobre os sentidos e o quanto este determina voluptuosamente um esporro" (Sade, 2008, p. 26). Nas palavras de Eliane Robert de Moraes (2006), "trata-se de um escritor que, ao longo de toda sua existência, dedicou-se com rigor e paixão a provar que a liberdade humana só se realiza plenamente no mal" (p. 9).
Gilles Deleuze (1967), em sua apresentação de Sacher-Masoch, partindo da análise literária comparativa entre as obras deste autor e de Sade, demonstra que sadismo e masoquismo não constituem meramente pares de opostos complementares, mas que pertencem a universos estéticos e eróticos completamente distintos e autônomos.
Em face à amplidão de sua influência, mesmo submetido a severas críticas que o acusam de participar de um projeto de redução das paixões eróticas a uma normalização médica, deve-se reconhecer que Krafft-Ebing produziu uma obra descritiva e organizadora do campo da sexualidade que permanece como referência incontornável a todos aqueles que estudam as perversões ou mesmo, mais amplamente, a dimensão erótico-corporal da experiência humana.
Referências
DELEUZE, G. (1967). Présentation de Sacher-Masoch. Paris: Minuit, 2007. [ Links ]
FOUCAULT, M. (1976). História da sexualidade I: a vontade de saber. São Paulo: Graal, 2006. [ Links ]
KRAFFT-EBING, R. (1886). Psychopathia sexualis. Trad. francesa de E. Laurent E. e S. Csapo S. Paris: Georges Carré Editeur, 1895. [ Links ]
LANTERI-LAURA, G. (1979). Leitura das perversões: história de sua apropriação médica. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994. [ Links ]
MORAES, E. R. Lições de Sade: ensaios sobre a imaginação libertina. São Paulo: Iluminuras, 2006. [ Links ]
PEREIRA, M. E. C. Griesinger e as bases da "Primeira Psychiatrie biológica". Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, v. X, n. 4, p. 685-691, dez. 2007. [ Links ]
POSTEL, J.; QUETEL, C. (Org.). Nouvelle histoire de la psychiatrie. Toulouse: Privat, 1983. [ Links ]
ROUDINESCO, E. A parte obscura de nós mesmos: uma história dos perversos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008. [ Links ]
SACHER-MASOCH, L. La Vénus à la fourrure. Paris: Minuit, 2007. [ Links ]
SADE. Os 120 dias de Sodoma ou A escola da libertinagem. São Paulo: Iluminuras, 2008. [ Links ]
Recebido/Received: 30.4.2009 / 4.30.2009
Aceito/Accepted: 5.5.2009 / 5.5.2009
Mario Eduardo Costa Pereira
Psiquiatra, psicanalista e professor Livre-Docente de Psicopatologia do Depto. de Psicologia Médica e Psiquiatria da Universidade Estadual de Campinas - Unicamp (Campinas, SP, Brasil); doutor em Psicopatologia Fundamental e Psicanálise pela Universidade Paris 7; diretor do Laboratório de Psicopatologia Fundamental da Unicamp; membro efetivo do Laboratoire de Psychopathologie Clinique et Psychanalyse da Universidade de Provence; membro da Associação Universitária de Pesquisa em Psicopatologia Fundamental (São Paulo, SP, Brasil).
Rua Carolina Prado Penteado, 725 - Nova Campinas
13092-470 Campinas, SP, Brasil
Fone: (19) 3254-5064 / 3254-1982 / 3289-4819 (Unicamp)
e-mail: marioecpereira@uol.com.br
Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental
Print version ISSN 1415-4714
Rev. latinoam. psicopatol. fundam. vol.12 no.2 São Paulo June 2009
doi: 10.1590/S1415-47142009000200011
CLÁSSICOS DA PSICOPATOLOGIA
ARTIGO
Krafft-Ebing, a Psychopathia Sexualis e a criação da noção médica de sadismo
Krafft-Ebing, la Psychopathia Sexualis y la creación de la noción médica de sadismo
Krafft-Ebing, la Psychopathia Sexualis et l'invention de la notion médicale du sadisme
Krafft-Ebing, Psychopathia Sexualis and the creation of the medical notion of sadism
Mário Eduardo Costa Pereira
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RESUMO
Escrita na segunda metade do século XIX, a Psychopathia Sexualis de Richard Krafft-Ebing participa de um movimento histórico-cultural que institui o olhar e a autoridade médica como referências necessárias para se deliberar quanto à legitimidade dos diferentes comportamentos sexuais humanos. Suas incidências se estendem mesmo sobre o campo legal e jurídico. Obra que sintetiza e aprofunda os estudos da sexologia de seu tempo, Psychopathia Sexualis introduz uma delimitação do campo das perversões sexuais, uma nomenclatura - que inclui termos que seriam posteriormente consagrados como sadismo, masoquismo e fetichismo, e um rigor classificatório que a tornarão uma referência incontornável para todos os estudos posteriores nesse campo, incluindo a obra freudiana.
Palavras-chave: Krafft-Ebing, sexologia, perversões sexuais
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RESUMEN
Escrita en la segunda mitad del siglo XIX, la Psychopathia Sexualis de Richard Krafft-Ebing participa de un movimiento histórico-cultural que instituyó la mirada y la autoridad médica como referencias necesarias para deliberar la legitimidad de los diferentes comportamientos sexuales humanos. Sus incidencias se extienden inclusive sobre el campo legal y jurídico. Obra que sintetiza y profundiza los estudios de la sexología de su tiempo, Psychopathia Sexualis una nomenclatura - que incluye términos que serian posteriormente consagrados como sadismo, masoquismo y fetichismo - y un rigor clasificatorio que la tornarán una referencia ineludible para todos los estudios posteriores en ese campo, incluyendo la obra freudiana.
Palabras claves: Krafft-Ebing, sexología, perversiones sexuales
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RÉSUMÉ
Écrite au cours de la deuxième moitié du XIXe siècle, la Psychopathia Sexualis de Richard Krafft-Ebing fait partie d'un mouvement historique et culturel qui institue le regard et l'autorité médicale comme références nécessaires pour la prise de décision quant à la légitimité des différentes formes de comportement sexuel humain. Ses incidences s'étendent au domaine législatif et juridique. Oeuvre qui synthétise et qui approfondit les études de la sexologie de son temps, la Psychopathia Sexualis introduit une délimitation du champ des perversions sexuelles, soit une nomenclature, y incluant des termes désormais consacrés comme le sadisme, le masochisme et le fétichisme, ainsi qu'une rigueur classificatoire qui fera d'elle une référence incontournable pour toutes les études ultérieures dans ce champ, y compris l'oeuvre freudienne.
Mots clés: Krafft-Ebing, sexologie, perversions sexuelles
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ABSTRACT
Richard Krafft-Ebing's Psychopathia Sexualis, written in the second half of the 19th century, can be considered part of the historical and cultural movement that brought in the medical gaze and authority as necessary references for determining the legitimacy of the various human sexual behaviors. Psychopathia Sexualis eventually became an authoritative reference in the forensic sphere. The book consists of a synthesis and extension of the studies on sexology of its time and introduced a delimitation of the field of sexual perversions through the use of a nomenclature that includes terms which eventually became widely established, such as sadism, masochism and fetishism. Its precision of classification became a central reference for all later studies in the field, including for Freud's work.
Key words: Krafft-Ebing, sexology, sexual perversions
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Poucos autores no campo da psicopatologia tiveram seu nome tão estreitamente associado a uma obra científica específica como Krafft-Ebing a sua Psychopathia Sexualis. Trata-se do primeiro levantamento sistemático e completo das diferentes formas de perturbação da vida sexual humana, encaradas a partir de então como transtornos médico-psiquiátricos. Esse célebre Tratado, publicado pela primeira vez em 1886, foi por certo precedido por inúmeros outros estudos médicos sobre os comportamentos sexuais tidos como doentios. Contudo pela sua importância, influência, repercussão e rigor descritivo, ela tornou-se uma espécie de paradigma da apropriação do erotismo humano pelo discurso médico e positivista a partir do século XIX.
No primeiro volume de sua História da Sexualidade - que explicitamente aborda esse tema a partir do vértice da "vontade de saber" -, Michel Foucault dedica uma ampla discussão ao movimento histórico que consistiu em se colocar o sexo como objeto de discurso e como possibilidade de revelação de uma verdade oculta do sujeito. O título do capítulo que trata frontalmente dessa questão faz clara alusão à obra de Krafft-Ebing: "Scientia sexualis". Nele, o filósofo francês sustenta que "existem, historicamente, dois grandes procedimentos para produzir a verdade do sexo" (Foucault, 1976, p. 65): a ars erotica e a scientia sexualis. Na primeira, "a verdade é extraída do próprio prazer, encarado como prática e recolhido como experiência" (p. 65). De acordo com o autor, nossa civilização não disporia de tal arte. Contudo, "ela é a única, sem dúvida, a praticar uma scientia sexualis" (p. 66). A ciência do sexo no século XIX se organizaria como fisiologia da reprodução e como medicina da sexualidade. Contudo, o dispositivo principal para se ter acesso não ao saber, mas à verdade do sexo, seria a confissão. Nesse contexto, a própria psicanálise constituiria uma disciplina inscrita nessa vertente confessional, que, sob a aparência de tratar a sexualidade sem os disfarces da neurologia ou da medicina geral, terminaria por sustentar as concepções tradicionais que ligam sexo e re-gras sociais de aliança.
Nesse contexto, a obra de Krafft-Ebing assumiria um caráter exemplar da história da apropriação médica dos comportamentos sexuais desviados da norma vigente e tida como parâmetro autoevidente da normalidade. Na Psychopathia Sexualis teremos uma primeira grande síntese das concepções médicas sobre aquilo que viria a ser concebido tecnicamente como "perversões".
Richard Krafft-Ebing nasceu em 1840, na cidade alemã de Mannheim, ten-do realizado seus estudos médicos na vizinha Heidelberg. Em Zurique, continuou seus estudos, agora mais especificamente psiquiátricos, na famosa clínica Burghölzli, sob a orientação de Griesinger.1 Ocupou a cátedra de psiquiatria nas universidades de Strasbourg, Graz e Viena, sendo que nessa cidade, a partir de 1892, ele assumiria a direção da clínica psiquiátrica do Hospital Geral da Universidade de Viena, sucedendo a Meynert, antigo professor de psiquiatria de Freud.
Foi autor de uma vasta obra psiquiátrica que inclui estudos sobre a melancolia, sobre a paralisia geral progressiva, sobre psiquiatria forense, sobre o hipnotismo, sobre a neurastenia e um Tratado sobre a Insanidade. Contudo, o texto que de fato o tornaria célebre é sua Psychopathia Sexualis. George Lanteri-Laura (1979) traça de maneira precisa as coordenadas históricas e científicas nas quais se inscreve esse famoso estudo. A sexologia e a criminologia médicas, sustenta Lanteri-Laura, desenvolvem-se simultaneamente, interagindo diretamente entre si a partir do começo do século XIX. Antes da Revolução Francesa, a vida sexual não constituía propriamente uma preocupação médica. Tampouco a justiça estava preocupada com os atos eróticos em si, quando praticados no contexto da vida privada, apenas com suas consequências concretas no âmbito do escândalo público e da violência. Nesse momento histórico, o perito médico era solicitado apenas para deliberar sobre os eventuais danos sofridos pelas vítimas de abusos. Só posteriormente - por ação da nascente sexologia no regime pós-revolucionário - é que o médico passaria a ser consultado para a avaliação clínica do acusado.
Desde os primórdios da psiquiatria contemporânea, Esquirol já descrevia comportamentos sexuais desviantes das práticas comuns na sociedade como entidades clínicas específicas, contribuindo para que fossem aos poucos deslocados do registro da depravação para o da patologia. Erotomania, ninfomania e satiríase, entre outras, passavam a ser compreendidas como variedades da alienação mental circunscritas ao terreno sexual: a monomania instintiva (cf. Lanteri-Laura, 1979, p. 17). A ciência deveria, pois, deliberar sobre quais as práticas eróticas seriam naturais e quais seriam patológicas. Havia uma nova distribuição de fronteiras entre o campo da moral, medicina e da justiça.
Do ponto de vista social, se tomarmos por referência a sociedade francesa do Antigo Regime, podemos constatar que, do ponto de vista da valorização cultural dos comportamentos sexuais, a libertinagem era uma prática tolerada - e mesmo esperada - da aristocracia, esperando-se do cidadão comum o respeito a uma moral erótica mais recatada, com nítida separação entre matrimônio e prazer. A própria categoria clínica de "perversão" só foi incorporada tardiamente ao vocabulário médico, sendo que esse termo da língua comum confundia-se com a noção popular de "depravação".
Com a chegada do século XIX, em particular a partir de sua segunda metade, os especialistas começam a considerar certas formas do comportamento sexual como "variedades parciais da alienação mental" (Lanteri-Laura, 1979, p. 27). Inicialmente, uma grande quantidade de estudos médicos naquele período buscava elucidar a natureza da homossexualidade. A tendência reinante era de tolerância, sendo que a obra de Havelock Ellis, em grande parte, visava resgatar a dignidade dos homens ditos "invertidos" (segundo a denominação proposta por Westphal e amplamente aceita no meio médico de então). Os trabalhos tendiam a destacar o valor dos grandes homens sabidamente homossexuais e a diferença a ser estabelecida entre "depravação" e a especificidade da natureza erótica daqueles cuja sensibilidade afetiva era homossexual. Certos estudos tornaram-se clássicos na história da abordagem médica das chamadas "aberrações sexuais", como a monografia de Lasègue sobre o exibicionismo e o trabalho de Moll sobre a homossexualidade.
O Tratado de Krafft-Ebing constitui, nesse momento histórico, um texto unificador dos conhecimentos até então elaborados de maneira esparsa e assistemática no campo médico-psiquiátrico. Para definir a normalidade em relação à qual determinados comportamentos sexuais serão considerados desviantes, Krafft-Ebing buscará recurso à noção biológica, portanto natural, de "preservação da espécie". O prazer obtido da relação sexual será natural na medida em que contribua para a reprodução. Todo erotismo praticado fora desse contexto deverá ser considerado como desviante. Sob esse prisma, deverão ser consideradas como "perversão sexual" todas as satisfações eróticas cujo objetivo não seja a preservação da espécie (Lanteri-Laura, 1979, p. 39).
O prefácio da Psychopathia Sexualis explicita que a proposta desse estudo é a de examinar cientificamente "os sintomas psicopatológicos da vida sexual, de conduzi-los a sua origem e deduzir as leis de seu desenvolvimento e de suas causas" (Krafft-Ebing, 1886, p. VI), renunciando de antemão a qualquer pretensão de constituir uma psicologia da vida sexual. Ressalta também o autor que a proposta da obra reveste-se de grande importância, uma vez que "ela é de utilidade pública e interessa particularmente à magistratura", destacando assim sua perspectiva médico-legal: "As páginas que seguem se endereçam aos homens que se dedicam a realizar estudos aprofundados sobre as ciências naturais ou sobre a jurisprudência" (p. VIII). Para não chocar seus leitores e para desencorajar o público leigo, explica Krafft-Ebing, as passagens mais cruas referentes aos comportamentos sexuais descritos foram redigidas em latim, incluindo o próprio título da obra.
Esta trata de temáticas amplas e variadas como a impotência e a frigidez, a homossexualidade, o sadismo e o masoquismo, o fetichismo e o exibicionismo. Sadismo e masoquismo encontram nesse texto, pela primeira vez, uma definição propriamente médica que teria uma grande repercussão nos ambientes técnicos e leigos. Mesmo Freud recorrerá à terminologia proposta na Psychopathia Sexualis como referência para suas próprias elaborações sobre a teoria da sexualidade.
Referindo-se a autores cuja obra literária seria tomada como exemplar do comportamento descrito pelo termo, Krafft-Ebing recorre aos nomes de Sade e de Sacher-Masoch para construir suas categorias diagnósticas de condutas sexuais aberrantes, seja pela excitação condicionada pela dor e/ou humilhação imposta ao parceiro, no caso do sadismo, seja na satisfação obtida pela via preferencial da submissão, do próprio sofrimento físico e moral e da exaltação imoderada do objeto amado, como ocorre no masoquismo.
Dessa forma, pela primeira vez, a noção de sadismo encontra-se descrita em termos médicos, de modo a caracterizar de maneira clara uma forma aberrante de comportamento sexual na qual o gozo erótico só pode ocorrer à condição de se encontrarem associadas crueldade ativa, violência ativa e volúpia. A referência a Sade é, portanto, mais do que alusiva, pois a descrição mesma do transtorno ancora-se diretamente na concepção sadiana da excitação sexual mais plena, que se realiza na articulação entre o crime, a transgressão e o êxtase: "nenhum libertino minimamente ancorado no vício ignora o império do assassinato sobre os sentidos e o quanto este determina voluptuosamente um esporro" (Sade, 2008, p. 26). Nas palavras de Eliane Robert de Moraes (2006), "trata-se de um escritor que, ao longo de toda sua existência, dedicou-se com rigor e paixão a provar que a liberdade humana só se realiza plenamente no mal" (p. 9).
Gilles Deleuze (1967), em sua apresentação de Sacher-Masoch, partindo da análise literária comparativa entre as obras deste autor e de Sade, demonstra que sadismo e masoquismo não constituem meramente pares de opostos complementares, mas que pertencem a universos estéticos e eróticos completamente distintos e autônomos.
Em face à amplidão de sua influência, mesmo submetido a severas críticas que o acusam de participar de um projeto de redução das paixões eróticas a uma normalização médica, deve-se reconhecer que Krafft-Ebing produziu uma obra descritiva e organizadora do campo da sexualidade que permanece como referência incontornável a todos aqueles que estudam as perversões ou mesmo, mais amplamente, a dimensão erótico-corporal da experiência humana.
Referências
DELEUZE, G. (1967). Présentation de Sacher-Masoch. Paris: Minuit, 2007. [ Links ]
FOUCAULT, M. (1976). História da sexualidade I: a vontade de saber. São Paulo: Graal, 2006. [ Links ]
KRAFFT-EBING, R. (1886). Psychopathia sexualis. Trad. francesa de E. Laurent E. e S. Csapo S. Paris: Georges Carré Editeur, 1895. [ Links ]
LANTERI-LAURA, G. (1979). Leitura das perversões: história de sua apropriação médica. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994. [ Links ]
MORAES, E. R. Lições de Sade: ensaios sobre a imaginação libertina. São Paulo: Iluminuras, 2006. [ Links ]
PEREIRA, M. E. C. Griesinger e as bases da "Primeira Psychiatrie biológica". Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, v. X, n. 4, p. 685-691, dez. 2007. [ Links ]
POSTEL, J.; QUETEL, C. (Org.). Nouvelle histoire de la psychiatrie. Toulouse: Privat, 1983. [ Links ]
ROUDINESCO, E. A parte obscura de nós mesmos: uma história dos perversos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008. [ Links ]
SACHER-MASOCH, L. La Vénus à la fourrure. Paris: Minuit, 2007. [ Links ]
SADE. Os 120 dias de Sodoma ou A escola da libertinagem. São Paulo: Iluminuras, 2008. [ Links ]
Recebido/Received: 30.4.2009 / 4.30.2009
Aceito/Accepted: 5.5.2009 / 5.5.2009
Mario Eduardo Costa Pereira
Psiquiatra, psicanalista e professor Livre-Docente de Psicopatologia do Depto. de Psicologia Médica e Psiquiatria da Universidade Estadual de Campinas - Unicamp (Campinas, SP, Brasil); doutor em Psicopatologia Fundamental e Psicanálise pela Universidade Paris 7; diretor do Laboratório de Psicopatologia Fundamental da Unicamp; membro efetivo do Laboratoire de Psychopathologie Clinique et Psychanalyse da Universidade de Provence; membro da Associação Universitária de Pesquisa em Psicopatologia Fundamental (São Paulo, SP, Brasil).
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