Sexólogo fala sobre como a vida sexual pode ser excitante depois da chegada à maturidade | |
Por Ilana Ramos |
sexta-feira, 6 de abril de 2012
Prazer na maturidade
Infertilidade, diminuição da libido, impotência, ressecamento vaginal. São tantas as coisas “negativas” associadas ao sexo na maturidade e a perspectiva de ter que encarar esses problemas mais cedo ou mais tarde pode tirar o prazer da vida de algumas pessoas muito antes do que deveria. Assim como em todas as outras fases da vida, o sexo depois dos 50 pode ser recheado de prazer, erotismo e sensualidade. Para isso, é preciso largar mão dos preconceitos e aproveitar ao máximo os momentos de intimidade na cama.
terça-feira, 3 de abril de 2012
Portugueses cortam nas drogas do sexo
A disfunção erétil vende menos dois milhões de euros. Rocha Mendes, presidente da Sociedade Portuguesa de Andrologia explicou ao Correio da Manhã que as quebras das vendas se devem ao preço elevado dos medicamentos.
Com a crise o tratamento sexual fica para segundo plano.
http://www.dn.pt/especiais/interior.aspx?content_id=2397457&especial=Revistas%20de%20Imprensa&seccao=TV%20e%20MEDIA
segunda-feira, 2 de abril de 2012
Transexual paulistana é a mais velha a fazer cirurgia de "troca de sexo"
01/04/2012 - 09h45
MARIANA VERSOLATO
DE SÃO PAULO
A cabeleireira aposentada Andréia Ferraresi, 68, de São Paulo, é a transexual mais velha do país a fazer uma cirurgia para troca de sexo. Registrada ao nascer como Orlando, ela esperava pela operação desde 1979, quando recebeu o diagnóstico de transexualidade. Sem dinheiro para pagar pelo procedimento, teve que aguardar até que a cirurgia fosse feita no SUS. Foi operada no dia 27 de fevereiro, no HC. Leia o depoimento concedido por ela à Folha.
Marisa Cauduro/Folhapress | ||
Andréia Ferraresi, 68, no ambulatório para saúde de travestis e transexuais, em São Paulo |
"Sofri muito na vida por um conflito de identidade e esperei por essa cirurgia desde 1979, quando procurei o HC e recebi o diagnóstico de transexualidade.
Na época, o SUS não fazia a cirurgia. Quem fazia eram os médicos particulares. Fui a dois e me cobraram um preço exorbitante. Minha mãe disse que não tinha dinheiro e eu entendi. Ela já sofria, se sentia culpada por mim.
Sou a caçula de 11 irmãos e todos eram "normais". Os irmãos que nasceram pouco antes de mim eram homens e minha mãe queria que a última fosse menina. E nasceu uma menina, mas com os órgãos que os outros tinham.
O sofrimento sobrou para mim, com "bullying" na escola e aquele conflito de você sentir uma coisa e não ser o que você sente.
Na infância, só brincava com as meninas. Um dia, no colégio, ganhei uma boneca na rifa e os meninos falaram: "Mariquinha, mariquinha!". Eles pensavam que estavam me ofendendo, mas quanto mais falavam mais orgulho eu sentia da boneca.
Com 14 anos, peguei o vestido da minha irmã. O povo dizia que tinha caído certinho em mim. Minhas vizinhas me deram saias e comecei a usar roupa de mulher.
Quem aceitou mais foi minha mãe. Ela sempre quis me proteger. Mas meu pai e um irmão me perseguiram até eu fazer os exames que provaram que eu era transexual.
Quando saiu o diagnóstico me pediram até perdão. É muito ruim você se sentir reprimida pela própria família.
Ainda teve o regime militar. Os transexuais sofreram demais com perseguições policiais. Cheguei a ficar um mês na prisão, mas o juiz me soltou. Viram que eu não tinha perigo nenhum, nunca fui criatura de beber, de vida fácil. Sempre tive meu trabalho de cabeleireira.
O tempo foi passando até que encontrei o CRT [Ambulatório para Saúde Integral de Travestis e Transexuais do Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids], em 2009. Quando cheguei, estava numa depressão fora do comum, um trapo.
Comecei o tratamento com o psiquiatra, tomei remédios por um ano e fui encaminhada para a operação. Sou a primeira do ambulatório a fazer a cirurgia e vou abrir a porta para muitas que precisam.
IDADE
O povo dizia: "Mas não é um pouco tarde para você fazer a cirurgia?". E eu respondia: "Não, eu ainda preciso viver, não vivi minha vida! Estou começando só agora".
O povo dizia: "Mas não é um pouco tarde para você fazer a cirurgia?". E eu respondia: "Não, eu ainda preciso viver, não vivi minha vida! Estou começando só agora".
Eu tenho idade de vovó, mas me sinto forte e feliz. A velhice está na cabeça das pessoas. Os homens, quando passam por mim na rua, falam: "Quanta saúde!".
Se eu puder pegar um forrozinho, eu vou, faço dança do ventre. Um médico me disse: "Do jeito que está indo, a senhora vai viver uns 95". E eu disse: "Quero viver ainda mais, doutor!".
A cirurgia mudou tudo. Esqueci aquele passado de sofrimento. O que interessa agora é daqui pra frente.
Fiquei muito satisfeita com o resultado. Não tem uma cicatriz. Parece que eu nasci assim. Estou até me sentindo mais bonita.
Já uso o nome Andréia Ferraresi porque um juiz me deu autorização, mas agora está correndo o processo de mudança de sexo também no registro. Quero que aconteça rápido porque preciso casar, preciso de um amor.
Estou solteira, mas a minha felicidade é tanta que namorar é coisa secundária. Quero um amorzinho, mas com o pé no chão. Ficar na vida promíscua eu não quero, porque hoje em dia a doença venérea está demais.
Eu transava bastante quando era mais nova e não tinha Aids. Era um tempo bom. Pena que não vivi integralmente com essa periquita (risos).
Hoje me valorizo mais. A vida não se resume em sexo. Não é porque fiz a cirurgia que vou ficar no oba-oba. Eu fiz para mim, para a minha identidade, para me olhar no espelho e ver que sou mulher, não ver aquela coisa estranha que não estava combinando.
A cabeça da gente muda quando sai da mesa de operação. Ela elimina o que você tem de transtorno na sua cabeça. Fui solta de uma gaiola que me aprisionou por todos esses anos.
Hoje, a passarinha está voando, solta, feliz da vida. Os problemas parecem não ter o tamanho que tinham. Antes pensava que se não consegui um emprego era por causa de preconceito.
Hoje dou uma banana pro preconceito. Só importa que estou feliz da vida, mostrando que idade não tem nada a ver."
Grupo de Pesquisa, Sexualidade e Escola promove mais um curso de extensão
Foto: Divulgação/JA
Curso vai dicutir a diversidade sexual, o enfrentamento ao sexismo e a homofobia
O Grupo de Pesquisa, Sexualidade e Escola (Gese) da Furg irá promover mais um curso de extensão. Intitulado“Sexualidade e Escola: discutindo a diversidade sexual, o enfrentamento ao sexismo e à homofobia”. O curso tem caráter presencial e conta com a parceria das Secretarias de Educação dos municípios de Canguçu, Jaguarão, Bagé e Uruguaiana e da 18ª Coordenadoria Regional de Educação em Rio Grande.
O curso é financiado pelo Ministério da Educação e tem como objetivo oferecer aos profissionais da rede pública de Educação Básica e aos universitários dos cursos de licenciatura da região Sul conhecimentos acerca da promoção, respeito e valorização da diversidade sexual, de orientação sexual e identidade de gênero, dessa forma colaborando para o enfrentamento da violência sexista e homofóbica no âmbito das escolas.
O projeto visa a atender um total de 500 participantes - profissionais da educação e universitários dos cursos de licenciatura – atuando além do Rio Grande, nos seguintes municípios: São José do Norte, Bagé, Canguçu, Uruguaiana e Jaguarão.
As escolas que participarão do projeto serão selecionadas conjuntamente com a coordenação das Secretarias Municipais de Educação dos municípios mencionados, que se mostraram parceiras assumindo um comprometimento com o trabalho que será desenvolvido. Em Rio Grande, as inscrições podem ser feitas pelo e-mail: sexulidadeescola@furg.br ou com Teresa no Ceamecim/Furg Carreiros, no período de 2 a 5 de abril de 2012. Mais informações através do telefone (53) 3233.6674.
O curso será de 80 horas de trabalho, sendo 60 horas presenciais e 20 horas a distância e começará em abril.
http://www.jornalagora.com.br/site/content/noticias/detalhe.php?e=1&n=25965
Religioso marroquino autoriza masturbação de mulheres solteiras
27 de março de 2012 • 10h42 • atualizado às 10h58
Um célebre teólogo islamita marroquino autorizou as mulheres solteiras que se masturbem usando "cenouras ou garrafas" para evitar que mantenham relações sexuais proibidas fora do casamento.
"O uso de uma cenoura ou uma garrafa está autorizada pelos ulemás (teólogos) e a sharia (lei muçulmana)", confirmou à AFP Abdelbari Zemzemi, um teólogo cujas fatwas (opinião jurídica de um teólogo) geralmente provocam polêmica na imprensa.
No entanto, esta autorização "diz respeito a casos excepcionais: mulheres solteiras que não querem manter relações sexuais sem se casar e têm dificuldade de controlar sua libido", declarou Zemzemi, ex-deputado e presidente de uma associação religiosa de Casablanca.
Zemzemi considera normal que suas declarações possam causar polêmica "porque a sexualidade é um tema tabu no Marrocos". No entanto, a "sharia evoca esses temas íntimos com muita liberdade e o objetivo é evitar as relações sexuais fora do matrimônio".
A masturbação é proibida pelo Islã, mas tolerada por algumas das escolas. Essas escolas preveem que, se uma pessoa está dominada pelo desejo, não consegue controlar seus instintos e teme cair em Zina (pecado), pode recorrer à masturbação para acalmar-se, seguindo o princípio de que "entre dois males, é melhor escolher o menor".
Estudantes de Terapia Ocupacional debatem sexualidade em paraplégicos e tetraplégicos
A sexualidade em paraplégicos e tetraplégicos vai ser debatida hoje no XVEncontro Nacional de Estudantes de Terapia Ocupacional (ENETO), que junta 200 alunos e 18 oradores na Praia da Vieira, Marinha Grande.
“É um assunto que não é muito discutido. É um tema muitas vezes considerado tabu, que joga muito com a intimidade das pessoas, mas muito importante para a vida diária de lesionados vertebro-medulares”, explicou hoje à agência Lusa o presidente do ENETO, Marco Ferreira.
O estudante da Escola Superior de Saúde de Leiria (ESSlei) salienta que existe “uma série de produtos de apoio – como bombas de enchimento para promover a ereção – que permite reestruturar a vida e superar essa lacuna”, sendo essencial discutir estas questões “com abertura”.
A conferência está marcada para as 14H30, e será realizada por uma terapeuta ocupacional especialista nesta área, Anabela Lopes.
A edição deste ano do ENETO é da responsabilidade dos alunos do 2.º ano do curso de licenciatura em Terapia Ocupacional na ESSlei que, sob o título “Manta de Retalhos”, procura “promover a interação e a troca de saberes e ideias” entre os estudantes desta área, oriundos de várias escolas a nível nacional.
Por outro lado, acrescenta o responsável pela organização da iniciativa, “os encontros deste género são um meio de primária importância para a renovação e atualização de conhecimentos, quer teóricos, quer práticos”.
Desde quinta-feira, primeiro dia oficial do encontro, que os alunos debatem temas como a “Recuperação Pessoal em Saúde Mental e Psiquiatria Forense”, “Consciencialização Corporal através do Movimento” e “Integração Sensorial”.
Marco Ferreira explica que a Terapia Ocupacional “é uma área muito ampla, não só ao nível físico, mas também mental, que procura, através de treinos de vida diária, reeducar pessoas que sofreram acidentes e ficaram limitadas em termos de movimento, mas que também pode ter uma intervenção precoce junto de autistas e crianças que nasceram prematuras”.
O estudante frisa também que, mesmo em época de crise, “esta é uma profissão que ainda está em expansão”, existindo “mercado para absorver os licenciados na área de terapia Ocupacional”.
Transexualidade: uma verdade incontestável
Jornal do Brasil
Breno Rosostolato
O transexualismo é uma realidade para muitas pessoas que buscam sua felicidade na mudança definitiva de sexo e identidade. É a contradição de uma imagem fictícia e uma verdade incontestável. Pessoas que apresentam um comprometimento emocional e insatisfação sexual por conta da incompatibilidade quanto “àquilo” que são de fato e o que o corpo apresenta. O que me chama a atenção é que a transexualidade não é um fenômeno, porque não é extraordinário, mas uma constatação de que discutir sexualidade vai muito além do sexo. É compreender mais sobre a constituição de identidade do que, meramente, órgãos sexuais. O transexual prova que seu destino não é traçado na maternidade, me permita assim o poeta.
Conforme o CID-10 (classificação estatística internacional de doenças e problemas relacionados com a saúde), trata-se de um desejo de viver e ser aceito enquanto pessoa do sexo oposto. Este desejo é reprimido por conta de um sentimento de mal-estar ou de insatisfação em relação aos próprios genitais, envergonha-se evitando tocá-los. As frustrações no ato sexual são inevitáveis. De fato, os comprometimentos emocionais por conta desta confusão na identidade de gênero pode levar a um embotamento afetivo, a um isolamento social e a uma condição cada vez mais marginalizada. A identidade de gênero é a maneira como a pessoa se sente, se identifica e se apresenta para si e para os outros e independe do sexo biológico. O conflito do transexual é não se sentir completamente uma mulher porque o corpo masculino não corresponde à subjetividade feminina ou vice-versa.
Existem ainda algumas variações sexuais que num primeiro momento podem confundir-se com o transexualismo: o travestismo e o crossdresser. No travestismo, as pessoas se vestem como o sexo oposto e possui um ingrediente prazeroso em sentir-se como tal. O crossdresser é parecido com o travestismo, mas não implica, necessariamente, na orientação homossexual. Caso mais conhecido é o cartunista Laerte, exemplo de crossdresser.
A questão é que sentir-se masculino ou feminino difere de sentir-se homem ou mulher, até porque estas últimas classificações são estereotipadas e reforçam a dicotomia social. O que determina a existência de uma pessoa é identificar-se com seus desejos, encontrar-se com as próprias referências e assumi-las, ou seja, masculino ou feminino.
No caso dos transexuais admite-se a diferença sexual alicerçada pela identidade de gênero. Logo, ter um pênis ou uma vagina pode ser uma exigência pessoal. É então que a cirurgia de redesignação de sexo ou transgenitalização é o caminho mais provável e, na maioria dos casos, providencial. No Brasil, desde 1997 este procedimento é gratuito. Mas é bom salientar que cada caso é estudado com muito cuidado e adotando todos os critérios possíveis e necessários, principalmente no que diz respeito à psicoterapia e aos requisitos médicos.
Depois de confirmado o diagnóstico de transexualismo, uma vez que a pessoa pode apresentar outros transtornos de personalidade concomitantes, iniciam-se os procedimentos fundamentais para a cirurgia. Hormonioterapia ajuda o indivíduo, aos poucos, a renunciar às características sexuais contrárias de sua real identidade sexual. No caso do transexual homem para mulher, hormônios antiendrogênios que promovem um atenuamento na voz e na pele, aumento de gordura e crescimento de mamas, e eliminam pelos através da eletrólise, uma depilação definitiva. Quanto à cirurgia, são retirados os testículos e o pênis (penectomia). A vaginoplastia aproveita os tecidos internos e constitui uma neovagina. Ainda, o nariz é afinado e o pomo de adão retirado.
No transexual mulher para homem são administrados hormônios androgênios que promovem crescimento dos pelos, engrossamento da voz e ganho de massa muscular, e na cirurgia é feito o procedimento de mastectomia (retirada das mamas); histerectomia (retirada do útero) e oforectomia (retirada dos ovários). A faloplastia consiste em enxertos feitos para constituir um neofalo e, com ajuda de uma prótese, deixá-lo ereto.
O impacto é grande na vida das pessoas que se submetem a estes procedimentos e, ainda assim, mesmo depois de todo este sacrifício, deve-se superar uma etapa não menos dolorosa: o preconceito. O transexual ainda possui muita dificuldade em se relacionar com alguém que compreenda o conflito vivido e a nova existência. No entanto, a sociedade deve acolher estas pessoas que desmistificam os determinismos genéticos, quebram estereótipos e classificações sociais, e provam que a identidade sexual não é uma característica secundária. Para o transexual, entre ser ou não ser, felicidade rima com reconhecimento e aceitação.
Breno Rosostolato é professor de Psicologia da Faculdade Santa Marcelina (São Paulo)
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