segunda-feira, 27 de junho de 2011

Pai é preso acusado de estuprar a filha. Adolescente de 16 anos afirma que foi violentada.

Primeiro Caderno | Dia-a-dia
Edição de quinta-feira, 23 de junho de 2011
Pai é preso acusado de estuprar a filha Adolescente de 16 anos afirma que foi violentada. Mecânico nega acusação, mas confessa que a levou a um motel
Luiz Carlos Lima // luizlima.pb@dabr.com.br

Um mecânico de 39 anos foi preso na manhã de ontem em flagrante acusado de violentar sexualmente a filha adolescente de 16 anos em um motel, na BR-230, em Cabedelo, na Grande João Pessoa. A jovem disse que o pai estava armado. O acusado foi preso em casa, poucas horas após a violência e em depoimento, negou que tenha estuprado a filha, confirmando apenas que tinha levando a adolescente ao motel para lhe dar orientações sexuais. O acusado prestou depoimento na Delegacia de Crimes Contra a Infância e Adolescente, no Centro de João Pessoa, e foi encaminhado ao Presídio do Roger.

A adolescente de 16 anos compareceu à delegacia acompanhada da mãe para prestar queixa contra o pai. Em depoimento à delegada Joana D'arc, a jovem disse que o pai a chamou para ter uma conversa sobre sexualidade, já que, há poucos meses, a vítima estava namorando. Segundo a delegada Joana D'arc, ainda que o acusado não tivesse praticado a violência sexual, já estaria comentando um crime ao entrarno motel com uma pessoa menor de 18 anos. A mãe da adolescente, que não teve o nome revelado, compareceu à delegacia.

O casal tem mais duas filhas e não há registros de tentativa de abusos anteriores contra as três filhas. De acordo com as informações que a vítima deu à delegada, o pai jamais tinha tentado manter relações sexuais com ela. A adolescente disse que notou mudança no comportamento do pai após o início do namoro, mas, segundo a jovem, nada que levantasse suspeitas da família. A vítima passou por exame pericial ontem, que confirmará a violência, cujo resultado sairá na próxima semana. "Apenas o relato da vítima já foi o suficiente para a prisão em flagrante", revelou.
http://www.jornalonorte.com.br/2011/06/23/diaadia6_0.php

Ciclo de palestras com foco em educação tem início no CEC

Ciclo de palestras com foco em educação tem início no CEC
Publicado: Sexta-feira, 24 de junho de 2011 por Tamara Horn
O primeiro tema abordado foi "Educação e Sexualidade".

AI / Prefeitura de Salto

Cinco palestras farão parte do ciclo
“Educação e Sexualidade” foi o tema da primeira apresentação do Ciclo de Palestras realizado pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP) - Campus Salto. O evento aconteceu na noite de 21 de junho, na Sala Palma de Ouro, no Centro de Educação e Cultura Anselmo Duarte, e reuniu autoridades, professores, estudantes, familiares e convidados em geral.

A mesa composta para a solenidade de abertura, contou com a presença do vice-prefeito Juvenil Cirelli; da representante da Secretaria da Educação, Elza Cristina Alves; do gerente administrativo e representante do IFSP/Campus Salto, Marcos da Silva Vinhote; do coordenador do Ensino Médio Integrado do IFSP/Campus Salto, professor Amauri Amorim e da coordenadora de Extensão do IFSP/Campus Salto, Fernanda Romanezi da Silveira.

Após uma exibição cultural, o professor e doutor, Paulo de Tarso Gomes, deu início à palestra e enfatizou as fases do ser humano e as mudanças culturais, no que diz respeito à sexualidade. “No século XX assistimos a uma mudança muito grande na ideia de família. A maneira de educar era muito diferente, assim como a forma de falar e abordar a sexualidade”, explicou.

Tarso também falou que, apesar dessas mudanças, certo e errado continuam existindo sim e que, para ele, errado é a violência, sexual ou em qualquer outra circunstância, e certo é evitá-la. “E o que é violência, do ponto de vista do ser humano? É toda vez que tratamos alguém ou nos tratamos como um objeto, uma coisa. Por isso, na sexualidade, por exemplo, tudo pode, menos violência, seja ela de que forma for, contra si mesmo e contra o outro”, disse ele.

No total cinco palestras farão parte do ciclo, com término previsto para outubro.
http://www.itu.com.br/regiao/noticia/ciclo-de-palestras-com-foco-em-educacao-tem-inicio-no-cec-20110624

Namorar não é coisa de criança

Namorar não é coisa de criança
Ter, 21 de Junho de 2011 03:13 delas.ig
A sexualidade precoce e distorcida afasta a criança daquilo que é próprio da idade, como o aprendizado escolarÉ papel dos pais separar o que é do mundo adulto e do mundo infantil e não misturar tudo como muitos vêm fazendo

Muitas pessoas acham engraçadinho quando crianças falam que têm namorados, trocam beijinhos e declarações de amor. Os casais apresentam bebês como ótimos pretendentes para os filhos dos amigos, pais festejam o menino que será pegador, mães vibram com as meninas que destruirão corações, vídeos de crianças apaixonadas circulam pela internet encantando multidões. O que fica na cabecinha de quem ouve ou protagoniza esse tipo de coisa? Será que essa brincadeira aparentemente inocente não está jogando a infância em um terreno perigoso?

É papel dos pais separar o que é do mundo adulto e do mundo infantil e não misturar tudo como muitos vêm fazendo. Não é à toa que cada vez mais cedo, meninos e meninas com 12 anos de idade ou muito menos “ficam” com os coleguinhas da escola e vizinhos como se fossem adolescentes. E mães de crianças com cinco anos levam um susto quando pegam as filhas beijando uma amiguinha na boca durante uma brincadeira quando as bonecas Barbie namorando já não é suficiente.

A indústria de brinquedos, roupas e cosméticos investe na “adultização” da infância e o mercado publicitário cresce às custas dos anos roubados das crianças. O problema é que os adultos, principalmente os pais, não percebem a gravidade do problema e caem na armadilha, estimulando o atropelo com brincadeiras que acabam incentivando os namoricos de mentirinha e conduzem a uma verdade preocupante: a erotização precoce.

Para a professora do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), Walkiria Grant, o namoro é a vivência da sexualidade, da atração pelo corpo do outro, portanto, não é assunto de criança. Apenas na adolescência, por volta dos 14 anos, o corpo sofre transformações e responde pela linguagem. Antes disso, qualquer iniciativa para erotizar as relações ou fantasias infantis deve ser evitada. O que os pais e a sociedade falam promove mudanças precoces interferindo negativamente no desenvolvimento infantil.

A psicanalista adverte que as afirmações dos pais sobre namoros entre crianças funcionam como o consumo de produtos para adultos na infância. A mãe que compra um sutiã de bojo para a filha de 8 anos pode estar buscando resolver, por intermédio do corpo da criança, as dificuldades com a própria sexualidade. Em geral, cria-se um movimento de fusão entre as duas. “A filha funciona como um cabide da sexualidade da mãe. O que ela não está podendo viver na sua sexualidade? É um movimento inconsciente. Ela dá para a filha o que quer para ela”, explicou. Segundo a professora, a publicidade só convence quem tem o desejo em relação ao objeto. Por isso, o desejo de compra da mãe deve servir como um alerta para que ela busque lidar com uma verdade que é dela e não da filha.

Na avaliação de Walkiria Grant, pais que têm uma vida sexual reprimida vivem a sexualidade pelo prazer dos filhos. “Quanto mais comprometida estiver a vida sexual, mais escorregam. Os pais são o grande nó: ou impedem o adolescente de namorar ou empurram o filho para a sexualidade precoce”.
Não é porque está na moda e na mídia, que todos vão agir da mesma forma. Ela ressalta que a atitude dos pais deve ser de provocar as crianças para pensarem em outras coisas. Não se deve jogar luz, valorizar, dizendo coisas como: “O meu filho é macho, já está beijando”. As crianças precisam ser estimuladas a viver em sociedade sem foco na sexualidade e nas suas vontades.

A sexualidade vivenciada de maneira precoce e distorcida afasta a criança daquilo que é próprio da idade, como o aprendizado escolar. A criança precisa estar com a sexualidade adormecida, com o foco fora do seu próprio corpo, para poder enxergar o mundo. “Ou joga a energia para a sexualidade ou joga para o aprendizado. Mais tarde, quando já teve tempo para aprender o que é das letras e dos números, tem energia para jogar com as duas coisas. A criança focada no corpinho dela não se volta para o professor. Além de problemas de sexualidade precoce, terá mais dificuldade no aprendizado escolar.” A psicanalista adverte que a criança capta o sentimento dos pais. Mesmo sem uma palavra de aprovação, se a mãe se mostrar orgulhosa porque a filha “deu um selinho”, a prática vai se repetir.

Os pais não podem ter medo de ser careta, é necessário dizer: “Isso não é coisa de criança. Você só vai beijar e namorar quando crescer.”
http://www.oriobranco.net/noticias/15324-namorar-nao-e-coisa-de-crianca.html

Reflexões sobre a exclusidade sexual

Reflexões sobre a exclusidade sexual
Rio - A maioria das pessoas associa fidelidade à sexualidade. E isso pode ser um grande equívoco. Penso que a fidelidade está no sentimento que se nutre pelo outro e nas razões que sustentam a relação. Os termos fiel/infiel e mais ainda a palavra traição talvez não sejam apropriados para caracterizar relações extraconjugais, que sempre foram aceitas, mas só para o homem.

Com a emancipação feminina as coisas começaram a mudar. O número de mulheres casadas que têm encontros extraconjugais aumentou bastante. Num casamento sem dependência econômica ou emocional, um episódio extraconjugal pode ocasionar dois resultados: é apenas passageiro e não rivaliza com a relação estável, que sai até reforçada, ou a nova relação se torna mais intensa e mais prazerosa que a anterior e rompe-se então com a antiga.

O parceiro que não deseja a separação vai passar por momentos difíceis. Por mais que compreenda as razões do outro e concorde que não há alternativa — afinal isso faz parte da vida — pode ser tomado por um sentimento de inferioridade. Alguns tentam a reconquista. Nesse processo, desaparece o automatismo que havia na relação prolongada e também a certeza de posse. Outros, mesmo sofrendo, preferem manter-se na expectativa do que vai acontecer. Seja qual for a evolução, ela será sempre melhor do que o martírio de duas pessoas acorrentadas uma à outra por razões morais.

As restrições que muitos têm o hábito de se impor por causa do outro ameaçam bem mais uma relação do que uma “infidelidade”. Reprimir os verdadeiros desejos não significa eliminá-los. O parceiro que teve excessiva consideração tende a se sentir credor de uma gratidão especial, a considerar-se vítima, a tornar-se intolerante. Quando a fidelidade não é natural nem a renúncia gratuita, o preço se torna muito alto e pode inviabilizar a própria relação.

W.Reich afirma que nunca se denunciará bastante a influência perniciosa dos preconceitos morais nessa área. E que todos deveriam saber que o desejo sexual por outras pessoas constitui parte natural da pulsão sexual, que é normal e nada tem a ver com a moral. Se todos soubessem, as torturas psicológicas e os crimes passionais com certeza diminuiriam e desapareceriam também as diversas causas das perturbações psíquicas, que são apenas uma solução inadequada destes problemas.
http://odia.terra.com.br/portal/cienciaesaude/html/2011/6/a_cama_na_varanda_reflexoes_sobre_a_exclusidade_sexual_173593.html

Orgulho e visibilidade

Orgulho e visibilidade
25.06.2011| 17:00

Os mais jovens hoje já encaram com naturalidade (IANA SOARES )
O processo de assumir publicamente sua sexualidade pode ser cada vez menos traumático e mais natural. Para si mesmo, a família, os amigos, no trabalho e na rua, os homossexuais vão conquistando seu espaço com orgulho e visibilidade

Os homossexuais estão saindo do armário. Abrindo a porta em casa, no trabalho e na rua. Casando, formando famílias, trabalhando, com as mesmas delícias e problemas dos héteros. Vivendo naturalmente, sem hipocrisias, sua sexualidade. “Sair do armário é, antes de tudo, se aceitar. Na fase em que descobrimos qual o objeto do nosso desejo - e ela vem cedo, na adolescência, como é com o hétero -, você sente vergonha. No dia em que decide ter uma relação positiva com sua sexualidade, vivê-la com plenitude e orgulho, você sai do armário. Tem a ver primeiro com você, depois com os outros”, explica o jornalista e escritor baiano Jean Wyllys, hoje deputado federal pelo PSol (RJ), que saiu do armário nacionalmente ao participar do reality show Big Brother Brasil, em 2006.


Para os mais jovens, tem sido ainda mais natural assumir sua homossexualidade e exercê-la publicamente. Eles começam a ocupar a cidade, praças e avenidas, alargando os guetos ocupados pela geração anterior, que desbravou o espaço público, abrindo a porta do armário definitivamente. “Os adolescentes desde cedo começam a mostrar quem são, o que querem, é mais escancarado. Só acho que pode banalizar, mas é o que acontece na adolescência, a gente quer beijar muita gente. Além da aceitação, eles querem provar que são gays e não se importam com isso”, diz o professor universitário de 24 anos que chegou a namorar meninas “pela imagem”, saiu do armário quando entrou na faculdade, não perdeu os amigos héteros, mas prefere não sair do armário em casa.

Filho único de pais mais velhos, vindos do interior, pelas suas contas não é lucro abrir o jogo com eles. “Não seria fácil e o fato de não ter me assumido em casa não me priva de nada. Eles iam sofrer, ter medo da violência contra os homossexuais, não quero preocupar a cabeça deles. Não vejo necessidade”. Na casa do namorado, o promotor de vendas de 28 anos que os pais conhecem como um amigo, é diferente. “Lá eles sabem que sou namorado dele, é super tranquilo”.

Porta entreaberta
Sair do armário não é uma coisa linear. Pode ser dito com todas as letras para os amigos íntimos e para o núcleo da família, mas não no trabalho, na reunião de condomínio ou para as tias. “Não saio dizendo pra todo mundo porque diz respeito a mim. Paras as pessoas que interessam, o núcleo familiar e o círculo de amizades, cheguei e contei. Por mais que às vezes não seja conversado, todo mundo sabe, mas não saio levantando bandeira”, diz a arquiteta de 35 anos que saiu do armário aos 18, quando teve a primeira namorada. Poucos homossexuais estão dispostos a dizer na entrevista de emprego, por exemplo, que são gays, como fez Jean Wyllys. E nem de longe têm essa obrigação.

“Meus colegas não sabem não porque escondo. Se me perguntarem, não vou mentir. Se encontrá-los com minha namorada, não vou me esconder. Trato de forma natural. Não é uma bandeira a ser levantada. A grande luta da minha geração é não ser reduzida a isso”, explica a professora universitária de 37 anos. Mas mesmo que não seja intencional, escancarar o armário assim é uma atitude política e a militância depende disso. “Sou da teoria de que quem se assume vive melhor consigo e com a sociedade. Para o movimento é importante que cada vez mais gays, lésbicas e travestis se assumam em todos os espaços. Uma população invisível não tem política pública. Mas será que os gays querem de fato política e visibilidade? Visibilidade é pra quem precisa. É mais fácil se assumir na diversão do que na vida política”, critica o presidente do Grupo Gay da Bahia, Marcelo Cerqueira.

A comunidade LGBT também é diversa e encara a saída do armário de diferentes maneiras, mas todos concordam que deixar a porta trancada é a pior atitude. Além da infelicidade de uma vida dupla, os gays ditos enrustidos são os maiores alvos de preconceito e piada, mesmo que velados, inclusive entre os próprios homossexuais, além de mais vulneráveis à violência gerada pela homofobia. “Os traços se apresentam. Quer queira, quer não, o homossexual não consegue se camuflar em absoluto e a vigilância da ordem se expressa em comentários e risadinhas por trás. Viver essa vida é pior”, diz Jean Wyllys.

O educador físico de 51 anos que saiu do armário há 30, já cansou de cruzar com homossexuais que só vivem sua sexualidade em sites de relacionamento e saunas gays. Na vida pública, são heterossexuais ou “assexuados”. “Pegam no pé exatamente desse que não sai do armário. O povo tem medo de mexer com quem assume. Trabalho a vida toda em academia, um ambiente que tem muito homem metido a machão, e nunca tive problema de preconceito. O alvo é o cara que tem três filhas, é casado, mas vive na sauna gay. Tem um caso assim onde dou aula. Os alunos sabem, quando ele dá as costas, serve de chacota e acaba não fazendo o que quer. É triste”, lamenta. Vivendo um relacionamento há 19 anos, ele recebe os convites para os eventos sociais das alunas da academia em nome do casal. (Mariana Toniatti)
http://www.opovo.com.br/app/opovo/vidaearte/2011/06/25/noticiavidaeartejornal,2260407/orgulho-e-visibilidade.shtml

(Homo)Sexualidade e a esquerda

(Homo)Sexualidade e a esquerda
24/6/2011 20:49, Por Adital
A Teologia da Libertação, como sabemos, produziu umpoderoso discurso religioso de crítica às injustiças sociais e apresentou umaimagem de Deus compassivo e solidário com os sofrimentos dos pobres do mundointeiro. O seu impacto foi tão grande que ultrapassou o continentelatino-americano e atingiu o cristianismo nos outros continentes; e foi maisalém do próprio o mundo cristão e entrou também no mundo judaico, budista eislâmico. (Há hoje uma produção importante da teologia islâmica de libertaçãoque é pouco conhecida por aqui.)
O que une setores dessas diversas religiões não é umacompreensão convergente de Deus (no budismo majoritário, não há noção de Deus),nem uma vontade de estabelecer um diálogo religioso pelo diálogo, mas aconvicção ética de que a (sua) religião deve assumir responsabilidades frente àtão gritante injustiça social que marca o nosso mundo. É a capacidade de veralém das riquezas, dos luxos e luzes que brilham nos grandes centros eencontrar rostos de pessoas pobres que sofrem.
Criar uma ampla aliança “religiosa” em torno da “opçãopelos pobres” não é uma tarefa tão fácil porque há muitos setores em todas asreligiões que crêem que a religião não deve se misturar com problemas econflitos sociais, ou que a realidade social existente é expressão da vontadede deus todo-poderoso que controlaria o mundo ou da “lei do carma” ou de algumtipo de destino controlado pelas leis ou vontades divinas. Contudo, a lutacontra injustiça e opressão está unindo muitos.
Ao lado dessa luta, há também outras lutas importantesque foram sendo objetos de atenção por parte dos teólogos e dos setores dasigrejas e religiões nas últimas décadas: a luta das mulheres contra a opressãopatriarcal e machista, a luta dos negros e dos indígenas e também de outrasminorias étnicas dentro de sociedades preconceituosas. Essas são lutas quediferem da luta em torno da opção pelos pobres porque têm a ver com dinâmicassociais e psicológicas que vão além das questões econômicas e de classes. Mas,na medida em que essas diversas formas de opressão se dão dentro de um sistemasocial globalizado, a articulação das teologias feminista, negra e indígena e aopção pelos pobres tem sido uma tarefa assumida por muitos/as teólogos/as pormuitas partes do mundo. E isto não tem sido fácil, especialmente no campoprático. Por exemplo, muitos e muitas que lutam pela superação da pobreza aindacarregam dentro de si, em lugares profundos da sua psique, visões machistas domundo e de Deus.
Mas, o que eu realmente queria propor aqui parareflexão é a necessidade de aprofundarmos reflexões sobre um tema ainda poucotrabalhado neste vasto grupo das teologias críticas ou teologias da libertaçãoem um sentido mais amplo: o da sexualidade. É claro que diversos teólogos/as játrataram do tema da “moral sexual” em uma perspectiva libertadora, e a teoriado gênero trabalha com a construção social da identidade e diferenças degênero. Contudo, a emergência no campo da mídia massiva das lutas doshomossexuais e da forte reação por parte significativa da sociedade,especialmente de setores religiosos, transforma esse tema em tema urgente.
O que vemos no debate mais massivo são posições muitosemelhantes, com sinais trocados. De um lado, uma condenação em si de todos ostipos de e relacionamentos homossexuais, de outro, uma aprovação a priori.Essas duas posições não costumam distinguir a orientação sexual –hetero ouhomo– da questão moral que surge nos relacionamentos afetivos e sexuais entrepessoas concretas. A grande parte da discussão está se dando em torno da homoou heterossexualidade em si.
O problema vai além da introdução da discussão daética sexual nas lutas de gênero, etnia e da justiça social. É preciso levar emconta a complexidade das relações que se entrecruzam nas lutas sociaisconcretas. Tomemos como um exemplo a disputa em torno do PL 122, projeto de leique criminaliza homofobia. O senador Walter Pinheiro (PT-BA), que é reconhecidocomo alguém que luta pela superação do capitalismo e é um quadro importante daDS, uma tendência do PT conhecido por ser mais de esquerda dentro do partido,assumiu, em nome da sua fé, uma posição que é, para muitos da esquerda,inaceitável. Ele participou de uma manifestação contrária a PL 122 promovidapor setores evangélicos. Como era de se esperar, isso gerou polêmica e épossível encontrar na internet “cartas abertas” bastante agressivas.
Esse exemplo mostra como a divisão entre a direita e aesquerda no campo político não funciona bem quando lidamos com temas como o dasexualidade. Isso nos mostra que precisamos debater e estudar com seriedadeesse tema e as relações que novas visões vão implicar na luta por um mundo maisjusto e humano.
[Autor, juntamente com Hugo Assmann, de "Deus em nós:o reinado que acontece no amor solidário aos pobres”, Ed. Paulo. Twitter:@jungmosung].
http://correiodobrasil.com.br/homosexualidade-e-a-esquerda/259028/

Durante debate em São Paulo, especialistas em sexualidade alertam que sem orientação adequada, lésbicas ignoram prevenção das DST/aids

Durante debate em São Paulo, especialistas em sexualidade alertam que sem orientação adequada, lésbicas ignoram prevenção das DST/aids

23/06/2011 - 16h20

Uma “Roda de Conversa sobre Saúde Lésbica” discutiu nesta quinta-feira no Conselho Regional de Psicologia, em São Paulo, o preconceito e o despreparo de profissionais da área da saúde para atender as demandas específicas de mulheres lésbicas. Sem orientação adequada, muitas delas desconsideram a necessidade de fazer exames como o papanicolau uma vez por ano e a prevenção das DSTs/aids.

Participaram do debate Ana Gabriela Sena, da Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde; Lurdinha Rodrigues, representante do Movimento LGBT no Conselho Nacional de Saúde e do Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais; Ana Naiara Malavolta, pesquisadora na área de saúde lésbica; e Patrícia Porchat, psicanalista representante da Comissão de Sexualidade e Gênero.

Segundo Ana Naiara, “as faculdades de medicina precisam criar uma cadeira de “sexualidade”, preparando os futuros médicos para entender as demandas específicas de mulheres que fazem sexo com mulheres”.

“Lésbicas não vão ao médico por conta do tratamento discriminatório. Não queremos ambulatório diferenciado, porque a discriminação vai continuar no ambulatório normal, queremos médicos preparados para lidar com as nossas especificidades”, disse Lurdinha Rodrigues.

A psicanalista Patrícia acredita que “o sentimento de desvalorização da lésbica vítima do “estupro corretivo” faz com ela adote um comportamento auto-destrutivo, fazendo sexo sem o uso de preservativo e contraindo doenças sexualmente transmissíveis”.

Cartilha para Mulheres

Questionadas sobre a cartilha de prevenção ao HIV, que a OMS vai lançar direcionada ao público de homens gays, Lurdinha e Ana Naiara compartilham da mesma opinião. “No caso da aids eu acho um erro, pois devolve o foco de maior transmissão dentro do chamado “grupo de risco”. Seria mais correto tratar das pessoas que fazem sexo anal, devido ao maior risco de transmissão, homossexuais e héteros. Tem que se pensar na população em geral, mas com um trabalho voltado para as especificidades de cada grupo da população.”

Esta “Roda de Conversa” integra o ciclo de atividades e debates que antecedem a 15 Parada do Orgulho LGBT de São Paulo.

Maria Carolina Bastos
http://agenciaaids.com.br/noticias/interna.php?id=17145